Alexander é uma jovem de 16 anos que acorda em sua casa adotiva. Ela tem dificuldades em se relacionar com os outros e prefere observar ao redor. Na escola, ela é repreendida por chegar atrasada e se sente constrangida. À tarde, em casa, ela fica confusa ao não encontrar uma página em seu livro didático que lembrava de ter anotado, perdendo a motivação para estudar.
Alexander é uma jovem de 16 anos que acorda em sua casa adotiva. Ela tem dificuldades em se relacionar com os outros e prefere observar ao redor. Na escola, ela é repreendida por chegar atrasada e se sente constrangida. À tarde, em casa, ela fica confusa ao não encontrar uma página em seu livro didático que lembrava de ter anotado, perdendo a motivação para estudar.
Alexander é uma jovem de 16 anos que acorda em sua casa adotiva. Ela tem dificuldades em se relacionar com os outros e prefere observar ao redor. Na escola, ela é repreendida por chegar atrasada e se sente constrangida. À tarde, em casa, ela fica confusa ao não encontrar uma página em seu livro didático que lembrava de ter anotado, perdendo a motivação para estudar.
Alexander desperta. Assim como em todas as manhãs, ela olha ao
redor em seu quarto e analisa os detalhes, como quem está processando a informação do local onde se está. Levantando da cama, ela para de frente para o espelho. Está vestida com um moletom vermelho vinho, uma calça camuflada larga e desbotada. Apesar de despojada, Alexander é, sem dúvidas, uma bela jovem. Se dirigindo à cozinha com certa sonolência, ela identifica a silhueta de sua mãe perto da bancada de mármore. - “Bom dia, Alex. ” – Indaga a mãe. Sonolenta, porém levemente desperta após a curta caminhada, ela responde em tom baixo e suave, porém amistoso. - “Bom dia, Sash. ” – Diz ela coçando os olhos. A verdade é que, por ter entrado em sua vida já tardiamente, Alexander nunca se habituou a chamar sua mãe adotiva de “mãe”, mesmo depois de quase uma década juntas. Ela senta em uma das banquetas de frente para a bancada, ao lado de sua irmã. - “Bó-Dia, aéx. ” – É o que se ouve de uma garotinha com a boca cheia de cereais. Risonha, ela responde: - “Bom dia, pequenina. ” As duas rapidamente terminam seu café e vão em direção a seus respectivos quartos. Em torno de 15 minutos, Alexander estava vestida. Ela vestia um outro moletom, desta vez, um branco com estampa de alguma serie, talvez filme... bem, isso não vem ao caso. Juntamente, vestia uma calça jeans umas duas vezes mais larga que suas finas pernas. Um tênis “surrado”, o qual aparentava usar já há alguns anos. Em sua cabeça, usava um gorro preto que escondia uma parte do seu curto e claro cabelo liso que mal cobria as orelhas. Por isso talvez ela tenha optado pelo gorro. Em seu rosto, uns óculos de lentes não muito grossas, diferentemente da armação. Preta, grossa e chamativa, quase como os de uma velha bibliotecária. As 7:30, já estava na escola, buscando ver alguém que conhecesse. Olhando ao redor, identifica-se novamente mais uma silhueta familiar. Uma voz amistosa surge em bom tom. Logo ouve-se: - “Oi, Tarchen! ” Rapidamente, ela identifica a voz como pertencente a sua melhor amiga: Maxine Hasher, ou, para os mais íntimos, Max. Andando em sua direção rapidamente, seus médios cabelos castanhos de pontas azuis movimentam-se sobre seu rosto dificultando sua visão. Mesmo assim, isso não a impede de andar ainda mais rápido. Ao chegar próximo a Alexander, seus braços estendem-se para frente, na intenção de agarrá-la. Alexander é recolhida, porém já acostumada com a personalidade excêntrica de sua amiga. Então, mesmo que levemente constrangida pelo comportamento exagerado de Max, um sorriso de canto se aloja em seu rosto. Quando ela já está nos braços de Maxine há alguns instantes, sua postura parece menos tencionada e seu rosto mais relaxado. Estar com a Maxine, é estar em casa. Provavelmente é isso que se passou na cabeça dela. Ao soar do seu toque de recolher diário, as duas rapidamente se direcionam ao lado oposto ao seu encontro e correm rapidamente. Maxine corre sorridente e risonha segurando a mão de Alexander. Chegando na porta da sala, Maxine joga seu olhar diretamente para a professora. –“Bom dia senhorita Hathaway! ” – Diz Max, em tom irônico. Antonye Hathaway, desliga-se rapidamente de Maxine e olha para Alexander. – “Senhorita Tarchen, no seu próximo atraso seus pais serão contatados, décimos de sua nota serão descontados e você ficará do lado de fora desta sala de aula. Francamente, a senhorita não tem modos? Além de atrasada, chega fazendo esse caos pelos corredores. A senhorita não tem um relógio? Não vê que é seu quinto atraso no mês? Do fundo do meu coração, espero que melhore. ” Como se não já estivesse constrangida o suficiente, todos os seus colegas de turma a olhavam com olhos arregalados, rindo de sua cara ou igualmente constrangidos. As 8:30, a aula acaba. Maxine e Alexander ficaram em carteiras distantes durante a aula, mas Maxine constantemente virava-se para checar a amiga, que parecia desanimada após a bronca. Alexander fingia que não via a preocupação de sua amiga. A chata aula de gramática da senhorita Hathaway fez com que ela buscasse refúgio no entretenimento de assistir os pássaros pousaram próximos a janela. Isso fez com que a velha mulher saísse do seu sério padrão de comportamento e levantasse o tom para chamar a atenção da senhorita que mais parecia um senhor, segundo a própria professora que tinha opiniões próprias envolvendo seu conservadorismo. Os passarinhos na janela trouxeram inspiração para mais um de seus famosos (ou nem tanto) poemas. As vezes escrevia-os para publicar em seu blog online, já outras vezes, apenas para deixá-los como recordação para os futuros leitores. O poema dizia mais ou menos:
Os pássaros na janela
Além do horizonte voam para onde tem vontade
Não se prendem a ninguém, nem a nada Têm a própria liberdade
De que importa o amor de sua vida
Quando não se há felicidade?
Os pássaros deixam para trás filhotes
Acreditam que, para sobreviver, não tem capacidade Mas seus pais, pássaros que voam, sabem a verdade
Saberão voar, saberão o que fazer
Sua felicidade não se prende a nada mais que você A situação foi boa, mas não mais há felicidade Não há tal necessidade
Não se há amor onde o “eu te amo” não se diz
Você merece sorrir, merece alegria, merece ser feliz.
A verdade é que Alexander nunca havia estado em qualquer
relacionamento amoroso. Ela apenas buscava abordar em seus poemas temas que poderiam ser uteis para pessoas ao redor do mundo que necessitassem ser confortadas por alguém e que não tivessem um ombro amigo. Acima de sua timidez, era uma boa pessoa. 18/03/2009 - 15:30 Alexander já estava em casa. Envolvida na confusão de seus pensamentos, está largada na cama olhando para o teto. A verdade é que ela não é a adolescente mais alto astral já conhecida. Em seus 16 anos de história, Alexander nunca foi muito animada ou falante em quesito nenhum. Geralmente, guarda seus pensamentos para si. A única que sabe o que se passa na sua cabeça é Maxine. Alexander sempre se impressionou com a forma como ela quase sempre sabe o que se passa na cabeça dela, quase como se lesse sua mente. Após alguns momentos de procrastinação, ela decide levantar da cama e cumprir seus deveres. Com certa dificuldade, ela levanta da cama. Não havia comido nada além de seu café da manhã. Senta-se em sua escrivaninha e põe a cadeira quase encostada na mesa. A mesa e a cadeira estão separadas apenas pela fina cintura daquela magra moça. Ela se esgueira para a lado para alcançar o bloco de notas no qual escreve suas tarefas. Cá entre nós, Alexander não tem a melhor das memórias. Checando suas notas em uma caligrafia apressada de quem passou a aula escrevendo poemas e anotou tudo de última hora, ela vê três atividades de três matérias diferentes. Checando o livro de biologia, ela apressadamente para em páginas próximas à que ela está buscando. Seu ritmo diminui para chegar na tal página. Estranhamente, a página não existia. Ela, duvidosa, encarou o livro por alguns segundos. Voltando algumas páginas e avançando novamente, ela conferia de novo, e de novo, e de novo. Não adianta. Essa página não existe. Voltando ao seu bloco de notas, foi checar sua anotação. Inacreditavelmente, essa atividade não constava lá. Ela havia se enganado? .... Não! Ela tinha certeza de que havia algo assim lá. Lembrava detalhadamente até de sua caligrafia. Ela deixou isso de lado. Esse episódio foi suficiente para perder o pouco ânimo que ela tinha para realizar as tarefas.
Gisele Araujo, Marcia Baratto and Cassio Casagrande (Auth.) - O Estado Democrático de Direito em Questão. Teorias Críticas Da Judicialização Da Política (2011)