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Assimetrias Regionais- representam contrastes espaciais significativos na distribuição de diferentes variáveis:

demográficas, económicas, sociais, culturais, etc.

Densidade Populacional:
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
Densidade Populacional= = habitantes/km2
𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑜𝑢 Á𝑟𝑒𝑎

A distribuição da população portuguesa pelo território nacional evidencia um padrão


irregular, que se reflete em assimetrias regionais. A população total em 10 295 909
habitantes, configura uma densidade populacional de 111,5 habitantes/km2, que evidencia
fortes desequilíbrios espaciais, com fortes áreas de concentração humana e áreas de
povoamento muito baixo e disperso.

Litoralização- concentração de maior nº de pessoas no litoral.

Bipolarização- concentração de maior nº de pessoas nas áreas metropolitanas de Lisboa e


do Porto.

A par do fenómeno de litoralização e bipolarização do povoamento a maioria do território apresenta-se pouco


povoado especialmente as regiões do Interior Norte e Centro e Alentejo.

Clima Atividades
Económicas

Rede de transportes
Fatores Naturais Relevo Fatores Humanos e telecomunicações

Qualidade de vida e
Solo bem-estar

Áreas repulsivas:
Áreas atrativas:
Regiões do interior norte e centro;
Faixa litoral a norte de Setúbal
principalmente as AM Lisboa e Porto; Alentejo;
Litoral Algarvio; Interior e vertentes umbrias das
regiões insulares
Plataformas litorais e vertentes
soalheiras das regiões insulares
Clima
No caso português, as áreas mais densamente povoadas apresentam um clima
temperado, de feição atlântica, em que a amenidade térmica dá origem a verões
frescos e a invernos poucos rigorosos. Estas características térmicas, aliadas à
forte disponibilidade hídrica, contribuem para a existência de solos férteis, de
elevada produtividade agrícola, que são fatores de forte atratividade para a
fixação da população.

À medida que se caminha para o interior do país, o clima torna-se mais rigoroso, aumentam as amplitudes térmicas
anuais, diminui a pluviosidade e a secura impera, especialmente no Alentejo, que apresenta um verão longo, muito
quente e seco, o que se reflete na rarefação do povoamento.

Relevo
O relevo é um importante condicionante da fixação humana, pois influencia a
construção de infraestruturas bem como o desenvolvimento das atividades humanas.
As planícies são mais favoráveis à fixação humana (litoral), ao invés áreas
montanhosas, a densidade populacional tende a diminuir (interior). No que à
agricultura diz respeito, quanto maior for o declive das vertentes montanhosas maior
será a dificuldade de introdução de maquinaria agrícola. A altitude também influencia
a fertilidade do solo e as espécies a cultivar, e quanto mais elevada, menor a viabilidade das culturas, até à sua
completa ausência solo gelado e rochoso.

Assim, o litoral, mais plano, favorece a edificação humana, a prática agrícola e eleva o grau de acessibilidade entre
lugares, facilitando a implantação das atividades humanas. Por oposição, no Interior Norte e Centro, mais
montanhoso, verifica-se uma maior rarefação do povoamento.

As características são determinantes para a produção agrícola, sendo os mais aptos


os que apresentam uma maior quantidade de húmus e sais minerais, que se localizam,
sobretudo, nas regiões de clima temperado.

Parques Industriais- são áreas de grande extensão localizadas na periferia das cidades e dotadas de infraestruturas
específicas (rede de esgotos, eletricidade, telecomunicações, acessos rodoviários, etc.), para a instalação de
unidades industriais.

Parques tecnológicos- centros tecnológicos, reunindo no mesmo espaço atividades de alta tecnologia, centros de
investigação científica, universidades, serviços financeiros, etc. Fornecem mão de obra altamente qualificada para
as indústrias de ponta.

As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto têm mais oportunidades de trabalho que no Interior e as grandes
empresas localizam-se nestas 2 cidades pois há maior concentração de população.
Os centros urbanos do litoral tornaram-se assim, espaços de forte dinamismo económico com um forte poder de
atração sobre a população das áreas do interior do país. Aqui, a rede de transportes apresenta-se pouco densa e
diversificada e não cobre o território uniformemente, dando clara primazia à orla costeira entre Viana do Castelo e
Setúbal.

Neste cenário, as distâncias relativas assumem uma dimensão que desencoraja a fixação das empresas e
consequentemente da população.

O maior dinamismo urbano, a presença de maior número de empresas e a melhor acessibilidade, no litoral, criam
condições atrativas para a fixação humana:

• maior oferta de habitação e de serviços, que proporcionam uma boa qualidade de vida;

• maior criação de riqueza;

• maior oferta de emprego;

• maior concentração de vias de comunicação, facilitando a mobilidade;

• maior desenvolvimento social e económico.

A excessiva concentração de pessoas e atividades faz ultrapassar a capacidade de carga humana, gerando
problemas como:

• desordenamento do espaço, com construção excessiva de edifícios, falta de espaços verdes e aparecimento
de bairros degradados e de construção não planeada;
• sobrelotação dos equipamentos e das infraestruturas, originando congestionamentos de trânsito e
insuficiência dos serviços de saúde, de educação, de transportes, de justiça, etc.;
• degradação ambiental, devido à poluição atmosférica, à excessiva produção de resíduos, à
impermeabilização dos solos, que impede a infiltração da água da chuva, e à ocupação de solos de aptidão
agrícola para fins urbanos;
• desqualificação social e humana devido ao desemprego e ao emprego precário, à pobreza e à insegurança,
ao stress e à diminuição da qualidade de vida.

Despovoamento- fenómeno demográfico que caracteriza por uma redução acentuada da população de um
determinado território.

O fraco povoamento é, simultaneamente, causa e efeito de problemas como:

• abandono dos campos e de muitas áreas florestais, que implicam problemas ambientais;

• fraca oferta de bens e serviços;

• insuficiência de infraestruturas de saneamento básico e de distribuição de eletricidade, água e telecomunicações;

• Falta/abandono de estradas e encerramento de ferrovias;


• Falta de mão de obra para a vigilância e proteção das florestas;

• Dificuldade em preservar o património construído e natural.

Impactes

• Sobrelotação das infraestruturas e equipamentos coletivos, diminuindo a qualidade dos serviços prestados
à população;
• Aumento dos problemas ambientais, com reflexos na deterioração da qualidade de vida da população;
• Aumento dos fenómenos de exclusão social.

Soluções

• Construção de cinturas rodoviárias de circulação rápida nas periferias urbanas de forma a aliviar o trânsito
dos centros das cidades e incentivar a dispersão da população pelas periferias;
• Desenvolvimento de serviços integrados e de recolha e tratamento dos resíduos urbanos;
• Dinamização de programas de luta contra a pobreza, discriminação racial, exclusão social pelo
envolvimento das comunidades locais, transformando as áreas em espaços inclusivos.

Impactes:

• Quebra acentuada na natalidade e envelhecimento da população;


• Escassez de mão de obra;
• Degradação do património natural, histórico e cultural.

Soluções:

• Criação em quantidade e variedade de serviços de proximidade;


• Atribuição de incentivos económicos, ou outros, para fixar e atrair a população jovem e quadros superiores;
• Modernização e ampliação da rede rodoviária e ferroviária no interior do continente sobretudo nas áreas
rurais e nas capitais de distrito do interior.

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