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Os pais ou seus substitutos são, na maior parte das vezes, as principais fontes de
informação sobre as competências e os problemas de comportamento dos seus filhos.
Tal facto deve-se à convivência diária com a criança, o que os torna os principais
informadores dos seus comportamentos e das variações existentes, desde situações que
ocorrem em casa até aquelas que são narradas por outras pessoas ou vividas fora de
casa. Neste sentido, o envolvimento dos pais no processo de avaliação e o seu relato
sobre o comportamento das crianças podem ser cruciais para se compreender a
problemática e, posteriormente, definir a intervenção a ser realizada.
Assim, o recurso a múltiplos informadores representa uma mais valia deste modelo, o
que permite uma compreensão mais alargada da criança e do seu sistema sócio-cultural
e familiar. Além dos pais, outros agentes podem servir como fontes de informação, tais
como os professores e a criança ou adolescente, permitindo que seja o próprio a relatar
os seus sentimentos e comportamentos em diversas situações.
Caracterização do ASEBA
Questionário aplicado aos adolescentes dos 11aos 18 anos. A YSR tem 112 itens e,
por considerar a maturidade social e cognitiva do adolescente, permite obter o auto-
relato de problemas e competências através da informação do seu ponto de vista
(Achenbach, 1991b). Tal como no caso dos outros instrumentos descritos, a
metodologia utilizada para a elaboração deste inventário baseou-se no relato de pais e
profissionais que trabalham directamente com crianças e adolescentes, incluindo aqui o
relato dos próprios jovens.
Muitos itens são semelhantes aos da CBCL, facilitando a comparação dos dados
obtidos das duas fontes de informação (Pais/responsáveis e o próprio adolescente).
As diferenças na percepção dos informadors com o relato do jovem na YSR podem
ocorrer devido a vários aspectos, devendo ser consideradas as situações vividas entre a
criança e aquele adulto, o grau de interacção entre as pessoas, até a forma como a
pessoa está sentir-se no momento em que responde ao questionário, resultando em
diferentes respostas, por isso, o conhecimento de diferentes opiniões que convivem com
a criança em diversos contextos se torna mais importante (Achenbach, 1991).
Por possuírem uma estrutura análoga (89 itens problemáticos são comuns), os
questionários permitem uma comparação das pontuações nas diferentes síndromas e
uma comparação item a item entre informadores. Além disso, a análise das escalas de
Internalização e de Externalização permitem-nos conhecer problemas centrados na
própria criança (por exemplo, ansiedade) ou problemas maioritariamente centrados na
relação da criança com os outros (por exemplo, agressão) (Gonçalves & Simões, 2000).
Salientamos que nem os itens, nem as escalas ou sub-escalas devem ser lidos de forma
exclusiva.
Referências Bibliográficas
Achenbach T. M., Rescorla LA. Manual for the ASEBA. School-age forms & profiles.
Burlington, VT: University of Vermont, Research Center for Children, Youth &
Families; 2001.
Achenbach, T. M. Manual for the child behavior check-list/4-18 and 1991 profile.
Burlington: University of Vermont Department of Psychiatry, 1991a.
Achenbach, T. M. Manual for the youth self-report and 1991 profile. Burlington:
University of Vermont Department of Psychiatry, 1991b.
Achenbach, T. M. Manual for the Teacher’s Report and 1991 profile. Burlington:
University of Vermont Department of Psychiatry, 1991c.