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Escala Maior Natural

Introdução

Dentre as diversas escalas existentes, algumas são mais importantes devido a sua vasta
utilização e, sem dúvidas, a Escala Maior Natural é uma das mais usadas na música
ocidental.
Muitas melodias que ouvimos e aprendemos desde criança foram compostas com suas
notas, por isso essa escala é tão familiar e agradável aos nossos ouvidos.

O conhecimento da Escala Maior Natural é fundamental para o entendimento de outros


assuntos como: Campo Harmônico e Modos Gregos.
Encontre neste post, uma abordagem completa sobre o tema para você adquirir de uma vez
por todas esse conhecimento tão importante!

 Nesse post você irá aprender:

 Como formar a Escala Maior Natural nas 12 tonalidades


 Os Ciclo de 5ªs e de 4ªs
 O que é Armadura de Clave e como isso está relacionado às escalas maiores
 Como tocar a Escala Maior na guitarra

 A formação da escala maior

A Escala Maior, que também é conhecida como Escala Diatônica ou Modo Jônio, tem como
modelo uma sequência de notas muito conhecida por todos nós:

C»D»E»F»G»A»B

Se analisarmos os intervalos dessa sequência por tons e semitons, teremos:

Legenda: T = Tom e ST = Semitom

Essa estrutura de tons e semitons servirá de molde para todas as escalas maiores.


Se você quiser saber quais notas formam a escala de G maior por exemplo, deverá aplicar
essa mesa “fórmula” de tons e semitons, partindo da nota G.
Veja:
Repare que para mantermos os mesmos intervalos entre as notas, foi necessário um ajuste:
o F se tornou um F#.
Aplicando agora, a mesma estrutura intervalar partindo da nota D, teremos:

Veja que a nossa escala modelo, D maior, não tem nenhum acidente (#).

Já a escala de G maior tem 1 acidente (F#) e a escala de D maior tem 2 acidentes( F# e C#).

Na sequência, teremos uma escala com 3 acidentes, uma com 4, 5, 6 até que encontramos a
escala de C# que tem 7 acidentes, ou seja, todas as notas tem o # (sustenido).

O Ciclo de 5ªs

Para encontrarmos as escalas na ordem de surgimento dos sustenidos, devemos obedecer o


chamado Ciclo de 5ªs, ou seja, vamos sempre pensar na quinta nota da escala que
montamos para construir a próxima:

Escala de C:  C D E F G A B – G (que será a próxima escala) é a quinta de C e não tem nenhum
acidente.

Escala de G: G A B C D E F# – D (que será a próxima escala) é a quinta de G e tem um


acidente.

Escala de D: D E F# G A B C# – A (que será a próxima escala) é a quinta de D e tem dois
acidentes.

E assim por diante…

Dessa maneira, teremos 8 Escalas Maiores: C » G » D » A » E » B » F# » C#


 A ordem dos sustenidos

Observando o ciclo de quintas, iremos perceber que existe uma ordem de surgimento dos
sustenidos.
Na escala de G maior, temos somente um acidente, o F#.

Na escala seguinte, D maior, temos dois acidentes, F# e C#.

Até chegar na escala de C# maior, encontrarmos a seguinte ordem:

F»C»G»D»A»E»B

Essa é uma ordem importante na escrita da Armadura de Clave, assunto que veremos ainda
nesse post.

Repare que ainda não encontramos todas as escalas, mas essa questão será explicada a
seguir!

O Ciclo de 4ªs

Se, após entender a explicação acima, você tentou montar a escala de F maior, por exemplo,
pode ter surgido alguma dúvida.

Aplicando a fórmula T » T » ST » T » T » T » ST partindo da nota F, encontraremos duas notas


A.
Veja:

F » G » A » A# » C » D » E

Essa é uma forma errada de se escrever a escala pois numa escala maior, é importante
termos os 7 nomes de notas e no exemplo acima temos o A e o A# e não temos a nota B.

Nesse caso a solução é trocar o A# pelo Bb.

Aqui vemos o surgimento de outro padrão, que é a escrita da escala usando o acidente
bemol.

A escala de C maior não tem nenhum acidente, já a de F maior tem um bemol.

Da mesma maneira que ocorreu com os sustenidos, teremos aqui uma escala com 1 bemol,
uma com 2, 3, 4, 5, 6 até encontrarmos a escala de Db com 7 bemóis.

Esse padrão se dará a partir de um Ciclo de 4ªs, ou seja, iremos encontrar a próxima escala pensando
na quarta nota da escala que já temos:

C » F » Bb » Eb » Ab » Db » Gb » Cb
A ordem dos bemóis

Assim como os sustenidos surgem nas escalas maiores numa determinada ordem, os bemóis
também têm uma ordem determinada:

B» E » A » D » G » C » F

Essa será a ordem dos bemóis na Armadura de Clave.

 A armadura de clave

Na escrita musical, mais especificamente na escrita da partitura, é a Armadura de Clave que


irá nos dizer qual é tom de uma música.

Ao olharmos para o início de uma partitura – logo após a clave e a fórmula de compasso –
iremos perceber um grupo de sustenidos ou de bemóis.

Perceba na imagem abaixo que, no tom de C maior, quando não há nenhum acidente, não
temos armadura de clave. Em G maior temos 1 sustenido, em D maior temos 2 sustenidos, e
assim por diante.
O mesmo ocorre para os bemóis. Veja abaixo:

É a armadura de clave que irá indicar quais notas devem ser naturais e quais notas devem
ser alteradas (# ou b) em determinada música. Ou seja, qual escala iremos utilizar naquele
contexto e por consequência nos dizer em qual tom estamos!

O “Grande” Ciclo de 5ªs e de 4ªs

Agora que já aprendemos o ciclo de quintas e de quartas, podemos os unir em um grande ciclo que
facilitará nosso entendimento das escalas e tonalidades.

Se olharmos para o Ciclo no sentido horário, teremos um ciclo de 5ªs, e se olharmos no sentido anti-
horário teremos um ciclo de 4ªs.

Repare que nesse gráfico, temos as Escalas/tonalidades, suas respectivas Armaduras de Claves e
também as Tonalidades Relativas

Como tocar a escala maior na guitarra

Com o conhecimento teórico adquirido, você já pode começar a tocar as escalas maiores em seu
instrumento.
Porém existem maneiras de estudar a escala maior na guitarra que são bem populares e eficazes,
vejamos a seguir:
As digitações por regiões

Ao estudar a escala por regiões, nós aprendemos os famosos “shapes de escala”, também
conhecidos como “desenhos de escala” ou “formatos de escala”.

Aqui temos os 5 shapes da Escala de C maior por região:

Para tocarmos as outras escalas, basta mover os shapes para outras casas. Por exemplo, se quiser
tocar a escala de C# maior, execute todos os shapes meio tom acima, se quiser tocar a escala de D
maior, toque-os duas casas acima, e assim por diante.
Um primeiro passo importante no estudo das Escalas Maiores é a memorização desses
desenhos em todas as 12 tonalidades!

A digitação “3 notas por corda”

Uma outra maneira de estudar a escala maior na guitarra é através da digitação 3 notas por
corda.
Nessa opção, nós tocaremos sempre 3 notas em cada corda. Essa é uma digitação que facilita o
estudo de padrões e permite o desenvolvimento da velocidade na execução de escalas.

Nesse exemplo, nós utilizaremos a escala de G maior:

Essa digitação é popularmente conhecida como “Modos Gregos”, apesar de ser apenas a “ponta do
iceberg” em um assunto tão importante como esse.
Conclusão

Essa é uma das escalas mais importantes e fundamentais no estudo da música e é


importante dominar sua teoria e prática o quanto antes.

Portanto:

 Construa as escalas você mesmo e aproveite para fixá-las em sua memória


 Decore a ordem de surgimento dos sustenidos e bemóis, e aprenda a descobrir o tom
de uma música somente ao olhar para a armadura de clave.
 Estude os shapes da escala maior em todas as tonalidades e use-os em seus solos em
diferentes tonalidades, para essa prática, sugerimos o auxílio de backing tracks, você
as encontra facilmente no Youtube!

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