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ELEMENTOS FINITOS
O presente relatório e sobre a análise, elementos finitos de cintas de amarração para transporte de
bobinas, e como se deve reagir os componentes no transportamento, no caso deste exemplo, foi utilizado
uma cinta de poliéster termoestabilizada, E a bobina foi considerada feita de aço carbonizado por ser o
material padrão utilizado.
Antes de tudo foi feito a análise das proporções dos materiais, para prosseguir com o estudo, assim
que foram definidos os valores para as dimensões da bobina, foi especulado a espessura da cinta, assim
como o seu limite de ruptura.
O próximo passo tomado foi, se situar das normas de transporte, e de leis, para termos noção de que
não deve se transpor alguns pesos e forças, o cálculo utilizado de pre-tensão na cinta e definida pela NBR
15883-1:2015, A mesma norma também determina os ângulos de amarração das cargas e o coeficiente de
aceleração
Com toda essa informação já colhida, podemos prosseguir com a modelagem no Abaqus, é obter os
primeiros testes simulados assim com eles, os resultados do projeto.
2. Materiais Analisados
Os materiais analisados nessa simulação em elementos finitos foram uma bobina de aço ABNT 1020
galvanizado de 20 toneladas e um conjunto de cintas destinadas á fixação de cargas em caminhões e
carretas. As dimensões da bobina utilizada estão presentes nas tabelas 01, enquanto a tabela 02 apresenta os
valores das propriedades mecânicas do material que foram utilizadas na simulação.
Fonte: http://dginox.com.br/produtos/bobinas.html.
Cinta Poliéster
Características Valor
Fabricante SpanSet
Modelo EK 100
Material Poliéster 100%
Capacidade de Carga 20.000 kg
Largura 100 mm
Espessura 4.0 mm
Fonte: https://www.spanset.com/
Fonte: https://www.spanset.com/
TABELA 04- Propriedades mecânicas Poliéster.
Fonte: https://www.sonelastic.com/pt/fundamentos/tabelas-propriedades-materiais/polimeros.html
O valor adotado para o coeficiente de expansão térmica utilizado para o poliéster 9.5e-5
m/(m*K), que é uma media dos coeficientes de expansão para várias faixas de temperatura.
3. Normas e Cálculos
Fonte: https://www.spanset.com/
A NBR 15883-1:2015 também apresenta uma forma de determinar o valor da força lateral
que a bobina exercerá sobre a cinta. Para isso utilizou-se o coeficiente de aceleração que pode ser
observado na Imagem 04. Com base no coeficiente e no peso da bobina obteve-se uma força
lateral de 100.000 N.
Fonte: https://www.spanset.com/
Por fim, a mesma norma também determina o valor da força de pré-carga na cinta (𝐹𝑡 ), com
base na fórmula abaixo:
𝐶𝑦 − 𝜇𝑑
𝐹𝑡 = ∗𝑃
𝐾 ∗ 𝜇𝑑 ∗ sin 𝛼
Sendo;
𝐶𝑥 = Coeficiente de aceleração
𝜇𝑑 = Coeficiente de atrito
𝐾= coeficiente (2.0 para cantoneiras e 1.5 sem cantoneiras)
𝛼= Ângulo da amarração
𝑃= Peso da Carga
0.5 − 0.4
𝐹𝑡 = ∗ 200.000
1.5 ∗ 0.4 ∗ sin 60°
𝑭𝒕 = 𝟑𝟖. 𝟒𝟔𝟏, 𝟑𝟖 𝑵
Considerando uma secção transversal de 400 mm² a tensão de pré-carga na cinta deve ser de
96.15 MPa
O número de conjuntos de cinta que serão necessários para amarra a bobina pode ser
obtido através da equação:
Sendo;
Como a cinta é projetada para cargas de 10.00kg obtém-se um n=1.93 .Dessa forma são
necessários forma pelo menos dois conjuntos de amarração. Contudo a determinação do
CONTRAN prevê o mínimo de três conjuntos de amarração para bobinas de 20.000 kg ou mais.
Por isso para a análise, vamos considerar três conjuntos.
4. Método Elementos Finitos
O modelo de elementos finitos foi realizado no software Abaqus conta com duas partes distintas. A
cinta e a bobina. Ambas foram modeladas como elementos 2D planar com as dimensões segundo as
dimensões de cada elemento citadas no item 2. A imagem 05 mostra o elemento que representa a cinta
enquanto a imagem 06 mostra o elemento que representa a bobina.
O contato entre as superfícies foi modelado como uma interação entre as duas superfícies. A
superfície da bobina foi definida como a superfície mestra e a superfície da cinta foi definida como a
superfície serva. O contato entre as superfícies foi modelado segundo suas propriedades tangenciais e
normais. O comportamento tangencial foi definido como “frictionless” uma vez que não se considerou
movimento relativo entre as superfícies da cinta e da bobina, uma vez que não se espera que a bobina
apresente rotação. O comportamento normal foi considerado “Hard” Contact, para garantir que todo contato
por pressão será transferido entre as superfícies, mas sem penetração entre as superfícies. A imagem 10
apresenta as propriedades do contato entre as superfícies. Enquanto a imagem 11 mostra a relação de
subordinação entre as superfícies.
Imagem 10- Propriedades do Contato.
Para atribuir a pré-carga na cinta utilizou-se a aplicação de uma diferença de temperatura na cinta.
Para isso, criou-se dois “steps” e em cada um deles um “predefined field” com um valor de temperatura
distinto. O primeiro field foi criado no step inicial e o segundo field foi criado no step denominado
“Lowtemp”. A diferença de temperatura entre esses dois fields gera a tensão de pré-carga na cinta. Para o
valor de carga necessário para o problema aplicou-se uma diferença de temperatura de -65°C. O delta de
temperatura é negativo para que haja contração da cinta e consequentemente uma pretensão que aumente o
atrito entre a bobina e o piso.
A imagem 12 apresenta os valores de magnitude de em cada um dos fields gerados. Enquanto a
imagem 13 apresenta o valor da pré-tensao da Cinta.
Com relação á malha de simulação, utilizou-se a maioria das configurações padrão do programa,
alterando somente o tamanho global dos elementos. Para cinta utilizou-se um tamanho de 0.5 para a cinta e
1.0 para a bobina. A imagem 15 apresenta a malha dos dois elementos.
Utilizando o método descrito acima se obteve o resultado da simulação. Deseja-se saber se as cintas
de transporte irão conseguir suportar as tensões provocadas pela carga. Segundo o fabricante essas cintas são
adequadas para cargas de 10.000Kg e considerando uma tensão transversal de 400mm² a tensão máxima
suportada por cada cinta é de 250MPa.
Observou-se que o valor máximo de tensão tanto para as tensões de Von Mises quanto para as
tensões no eixo Y foram acima de de 250 Mpa. Sendo 310.7 MPa o maior valor observado nas tensões de
Von Mises e 282 MPa o maior valor de tensão em X. Os valores em Y ficaram abaixo dos 250MPa limites
para a cinta.
Como tensões maiores do que o permitido foram observadas recomenda-se que não seja utilizando
somente três cintas para o transporte da bobina, dessa forma a adição de uma quarta cinta fará com que os
valores de tensão mantenham-se abaixo dos 250 Mpa.
Com relação ao deslocamento da bobina, observou-se que foi aproximadamente 1.1mm o que é
bastante aceitável para a situação.
As imagens 16, 17 e 18 apresentam as tensões de Von Mises, no eixo X e eixo Y, respectivamente.
Enquanto a imagem 19 mostra os valores de deslocamento da bobina.
6. Conclusão
A análise em elementos finitos é muito útil porque permite prever o comportamento dos
componentes antes de sua implementação, o que aumenta a segurança e evita gastos desnecessários quem
podem superar em muito o valor pago pela análise. No caso das cintas de amarração a realização da análise
pode ter evitado um acidente, uma vez que a utilização de somente três conjuntos de cintas mostrou-se
insuficiente para resistir às tensões causadas pelo movimento da bobina. Dessa forma, evitando gastos
materiais e potencialmente salvando vidas.
7. Custo
Valor/Hora: R$ 300
Horas demandadas: 48 horas
Valor Total: R$ 14.400
8. Fontes
https://www.caminhoes-e-carretas.com/2017/10/contran-estabelece-novas-regras-para.html#:~:text=-
%20Bobinas%20com%20eixo%20paralelo%20ao,posicionado%20no%20centro%20da%20bobina.
https://www.sonelastic.com/pt/fundamentos/tabelas-propriedades-materiais/polimeros.html
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-denatran/resolucoes-contran
https://www.spanset.com/uploads/br/Cat%C3%A1logo%20Amarra%C3%A7%C3%A3o%20de%20Cargas%20
DIGITAL.pdf
http://dginox.com.br/produtos/bobinas.html