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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

JOHN ARISLAN DA SILVA

A contribuição da obra de Leonardo Gandelman para o

saxofone brasileiro

Belo jardim

2017
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JOHN ARISLAN DA SILVA


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A contribuição da obra de Leonardo Gandelman para o

saxofone brasileiro

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência do curso

de Licenciatura em Música Popular

do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia,

Campus Belo Jardim – Pernambuco

Orientador: Prof. José Evandro de Nóbrega

Belo Jardim

2017
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Resumo

O presente trabalho é uma pesquisa qualitativa já que esse foi o escolhido


exatamente por ser um método de investigação científica que se foca no
caráter subjetivo do objeto analisado, estudando as suas particularidades e
experiências individuais, também voltada á ciência social que utiliza aspectos
da consciência do sujeito objetivado, partindo da coleta de dados com o
entrevistado, com entrevistas secundárias, e material escrito sobre o assunto,
visando contribuir para a investigação do tema principal, que trata da
contribuição construtiva e influência de um instrumentista na linguagem de um
grupo maior de outros, assim como, a sua influência somatória 1na divulgação
de seu instrumento no cenário musical brasileiro, no nosso caso o saxofone.

Há certamente uma motivação muito pessoal para a realização desta pesquisa,


que trata exatamente dessa investigação e pesquisa com o interesse de
contribuir na construção de um conhecimento aberto a todos sobre uma parte
da historia do saxofone no Brasil e seu desenvolvimento, mesmo limitando
restringindo a pesquisa a um sujeito, a motivação parece reiterar-se pois
podemos prestar esse crédito a poucos instrumentistas/saxofonistas por essa
contribuição que desenvolve e fomenta tanto o papel de um instrumentista
quanto a condição e inserção de um determinado instrumento em uma cultura
musical.

Restringindo porém a um sujeito e sua obra podemos ter uma visão geral de
como a produção individual pode ter uma influência significante em um meio,
por isso considero justificável a escolha de um músico com mais de 30 anos de
carreira, premiadíssimo em diversos meios e que trata de sua carreira e sua
produção musical com uma seriedade e consistência invejável.

Temos como foco a linguagem e produção do saxofonista, e secundariamente


obtido por um viés de observação social/cultural sobre sua possível influência
na somatória para uma construção de uma linguagem do saxofone brasileiro e
sobre a pesquisa que a alguns anos o musico desenvolve dentro da musica
(instrumental principalmente) tanto quanto a divulgação desse instrumento
através de sua produção consistente no meio musical, tendo como sujeito
principal de pesquisa o musico Leonardo Gandelman, ou Leo Gandelman a
sua obra e a possível contribuição para o cenário musical brasileiro e o
saxofone no Brasil.

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Dito somatório por ter-se a idéia que não só um músico pode ser responsável pela influência na popularização e na
divulgação de um instrumento ou linguagem de um instrumento no Brasil.
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xxx

Por existir poucas definições ou pesquisas sobre o assunto, os conceitos que


foram analisados - tratando dos aspectos técnicos perpassando por os de
natureza cultural, e que levantados nesta pesquisa forneceram os subsídios
necessários para a compreensão do fenômeno foram metodologicamente
analisados em três partes:
A música instrumental no Brasil,xxxxxxxxxxxxxxxx
A Linguagem saxofonistica brasileira,xxxxxxxxxxxxxxx
Como ou se a produção individual músical afeta ou influencia um grupo de
outros músicos. xxxxxxxxxxx
Levando em conta a significância de sua obra musical e carreira e também
observando o significado desses conceitos para o próprio sujeito da pesquisa.
A metodologia usada para a coleta dos dados tem enfoques subjetivistas
compreensivistas2, um dos enfoques utilizados na pesquisa qualitativa voltada
à ciência social, que se utiliza dos aspectos conciênciais dos sujeitos, porem
direcionada à pesquisa musical que compreende a área de interesse deste
trabalho.
A técnica para coleta de informações contou com a entrevista semi-estruturada
que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses
que interessem à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de
interrogativas, trabalhando novas hipóteses que vão surgindo à medida que se
recebem as respostas do informante, também somado a investigação sobre o
sujeito da pesquisa e sua relação com a linguagem saxofonística brasileira e a
“música instrumental”, como citada acima nas divisões por etapas da pesquisa,
feito isto, para contextualizar um caminho claro que propiciasse o entendimento
temporal e ambiental do surgimento da música instrumental, como esse
contexto afetou a linguagem do instrumentista e finalmente como este mesmo
instrumentista através de sua obra influência seus interlocutores.
O sujeito principal participante da pesquisa foi o saxofonistas Leo Gandelman
que atua de forma expressiva na música brasileira com mais de 30 anos de
carreira com a produção efetiva de diversos trabalhos onde detêm-se à música
como premissa para a presente pesquisa, do seu tratamento com a música
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A idéia fundamental deste enfoque foi tomado do trabalho de: TRIVINÕS, Augusto Nibaldo Silva
Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais São Paulo: Editora Atlas, 1987 (A pesquisa qualitativa em
educação), sendo essa metodologia a que mais se adequou à pesquisa realizada.
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instrumental em sua carreira, trabalhos como produtor musical, trabalhos em


televisão e cinema e a participação em festivais e na música instrumental.

Biografia
Leonardo Gandelman nasceu em uma família de músicos. Filho de Henrique
Gandelman (violonista, maestro, diretor artístico da gravadora CBS - atual Sony
- e advogado da área de direitos autorais) e de Saloméa Gandelman
(professora de piano e fundadora da Escola de Música Pró-Arte-RJ,
Coordenadora de pós graduação na Unirio, além de autora de livros sobre
técnicas musicais). Suas irmãs também não escaparam do mundo da música,
Lia Gandelman foi oboísta da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal durante
15 anos e Marisa Gandelman, pianista e educadora musical, é hoje diretora
da UBC.

Iniciou seus estudos musicais que tipo de estudos livros metodos? (piano,
flauta doce e musicalização) aos seis anos de idade. Dos 6 aos quinze o que
escutava onde morava que musica escutava ?Aos 15, se apresentou como
solista da Orquestra Sinfônica Brasileira nos “Concertos da Juventude”.
Estudou também viola de gamba e participou junto com suas irmãs, Jaques
Morelembaum, Myrna Herzog, Helder Parente e outros do grupo “Pro Arte
Antiqua”, pelo qual fez suas primeiras apresentações em público.
Leo se afastou da música, mas retornou alguns anos mais tarde graças
ao saxofone. Citar a estoria do cara que chegou o estudio com um sax.
Em 1977, ingressou na Berklee College of Music (Boston, EUA) onde estudou
saxofone, composição e arranjo.
Em 1979 voltou ao Brasil iniciando sua vida profissional na noite e, logo em
seguida, se viu como um dos músicos de gravação mais solicitados do país -
Leo chegou a participar da gravação de mais de 800 álbuns diferentes em um
período de apenas 10 anos.
Seu primeiro grupo se chamou "Avenida Brasil", formado por Leo, Serginho
Trombone, Bidinho e Zé Carlos Bigorna. Em 1984, escreveu a trilha sonora do
longa-metragem "Rádio Pirata", de Lael Rodrigues.
Carreira solo
Leo Gandelman iniciou sua carreira artística solo em 1987, inspirando-se
principalmente na música brasileira e no Jazz, com um estilo sempre versátil e
claro. Estas são marcas registradas que fizeram com que ele fosse eleito
durante 15 anos consecutivos o “Melhor Instrumentista Brasileiro” pelo
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concurso “Diretas na Música” do Jornal do Brasil. Nesse mesmo ano, Leo


participou ainda do Free Jazz Festival.
Seu primeiro álbum solo levou o seu nome. Leo Gandelman (1987) alcançou o
sucesso com A Ilha (com William Magalhães). Western World, versão
americana de seu segundo álbum, Ocidente (1989), foi considerado o melhor
álbum de música progressiva nos EUA.
Ainda na década de 1980, assinou a produção musical dos discos Virgem,
de Marina Lima, e Plural, de Gal Costa, entre outros.
De 1989 a 1991, atuou como apresentador do programa semanal Free Jazz in
Concert (Rede Manchete).
Em 1990, lançou seu terceiro disco, Solar, indicado no ano seguinte para cinco
categorias do Prêmio Sharp (Disco, Música, Arranjo, Instrumentista e
Produtor). Solar foi seu álbum de maior sucesso e chegou a vender mais de
100 mil cópias, volume extraordinário para uma obra instrumental no Brasil.
Em 1991, foi contemplado com os prêmios da União Brasileira dos
Compositores e da Associação Paulista de Críticos de Arte, além de ter
recebido o Disco de Ourocomo produtor do CD Virgem, de Marina Lima, e o
Troféu Brahma. Foi também nesse ano que Leo lançou o disco Visões.
Em 1992, participou do Hollywood Rock, ao lado do grupo Living Colour.
Em 1993, lançou o CD Made in Brazil e voltou a apresentar-se no Free Jazz
Festival, dividindo a noite com Chick Corea e Michael Brecker.
Dois anos depois, atuou, como convidado especial de Rita Lee, no Hollywood
Rock Festival, participando do show de abertura para a apresentação
dos Rolling Stones.
Em 1996, lançou o CD Pérolas negras e, dois anos depois, o CD Brazilian
Soul.
Em 1999 lançou, com Silvio Barbato, o CD Primeiro Brasil Sinfônico, com
participação de Eduardo Souto Neto, Nico Resende e Luiz Avellar. O disco foi
gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles (RJ).
Ao longo de toda a sua carreira também atuou como solista em discos de
inúmeros artistas e assinou a direção musical de diversos espetáculos.
Compôs ainda vinhetas para a Rádio Jornal do Brasil e é o intérprete do tema
das aberturas do Free Jazz Festival, da abertura do programa Fantástico e de
várias trilhas de novelas e minisséries da Rede Globo.[4] Compôs as trilhas
sonoras originais dos filmes Pure Juice e do documentário Banana is my
Business, pelo qual recebeu da crítica especializada o elogio de "momento
nobre" na homenagem a Carmen Miranda realizada no Lincoln Center de Nova
York (EUA).
Em 2002, atuou na gravação do Acústico de Jorge Benjor. Lançou também, em
CD e DVD, Leo Gandelman ao vivo, registro do espetáculo realizado no ano
anterior no Garden Hall (RJ), com a participação de Bruno Cardoso
(teclados), André Vasconcellos (baixo), Bernardo Bosisio (guitarra) e Juliano
Zanoni (bateria).
Em 2004, foi premiado no Festival de Recife e no Festival de Cinema de
Belém, por seu trabalho na trilha sonora do filme Garrincha, a estrela solitária.
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Ainda nesse ano, a convite do pianista Chucho Valdés, apresentou-se


no Festival de Jazz de Havana.
Lançou, em 2005, o CD Lounjazz. O álbum conta com participações ilustres. A
faixa Dançarará ganhou letra de Seu Jorge, enquanto em Inquietação – de Ary
Barroso– o saxofonista tem a companhia de Zélia Duncan, em participação
especial. O grupo Bossacucanova dá o ar da graça em Tico Tico
Lounge e Dançarará Remix. A obra ainda traz outras parcerias de peso como
Juliano Zanoni, William Magalhães, André Vasconcelos e Nico Resende. Os
mitos Baden Powell e Vinícius de Moraestambém são homenageados na
interpretação de Leo de Canto de Ossanha.
Em 2006, lançou o CD Radamés e o Sax, dedicado às criações do
maestro Radamés Gnattali para o instrumento. Com este álbum, Leo ganhou
o Prêmio Tim 2007como “Melhor Disco Instrumental” e “Melhor Produtor”.[5]
No final de 2008 veio mais uma obra, o CD e DVD Sabe Você. O álbum é uma
linda releitura de baladas brasileiras e conta com participações especiais de
grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton
Nascimento, Luiz Melodia, Leny Andrade, Ney Matogrosso, Joel
Nascimento e Leila Pinheiro.
Em 2009, participou do Moscow City Jazz Festival, na Rússia, e foi também
à Caracas onde, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, foi solista convidado
da "Orquestra Jovem de Caracas". Ainda em 2009, iniciou a produção e
apresentação do programa "Instrumental MPB" na rádio MPB FM – programa
que segue sob seu comando até hoje.[6]
Em 2010 excursionou pela Espanha com a pianista Maria Teresa Madeira e
pela Rússia e Itália com seu quarteto, alem de ter feito participações em
festivais de jazz no Brasil.
Em 2011, mais uma grande conquista. Leo Gandelman lançou o CD Origens,
primeiro título de seu próprio selo, o Saxsamba, interpretando obras
de Chiquinha Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Radamés
Gnatalli e do francês Jacques Ibert. O disco foi lançado no Teatro do Sesi (RJ),
com a participação de Maria Teresa Madeira. Nesse mesmo ano, fez
participação especial na turnê brasileira de Cindy Lauper no Brasil.
Perto de lançar seu novo trabalho, intitulado Vip Vop, o instrumentista já soma
14 álbuns gravados ao longo de sua carreira, tendo vendido mais de 500 mil
cópias.

Estilo[editar | editar código-fonte]
Um dos mais celebrados instrumentistas do país, o saxofonista Leo Gandelman
alcançou um patamar inteiramente único no Brasil - e raro até mesmo mundo
afora: é adorado pelo grande público, jovem e pop, e também pelos fãs
de MPB; da mesma forma, associou seu nome à excelência e ao virtuosismo
da música de concerto, em performances como solista de orquestras
consagradas e em recitais de câmara.
Na verdade, Leo ultrapassa as fronteiras entre clássico e popular a bordo da
qualidade de seu saxofone, conferindo um grau avançado de apelo e emoção
pop às peças de concerto e, por outro lado, exercitando o talento na
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interpretação, na pureza e na precisão do som na música popular e


instrumental.

Discografia[editar | editar código-fonte]

● 2011 - Origens • Saxsamba • CD


● 2008 - Sabe Você • Saxsamba/EMI • CD /DVD
● 2006 - Radamés e o Sax • Biscoito Fino • CD
● 2005 - Lounjazz • Saxsamba/Rob Digital • CD
● 2002 - Leo Gandelman ao vivo • Saxsamba • CD/DVD
● 1999 - Primeiro Brasil Sinfônico (Leo Gandelman e Silvio Barbato) • CD
● 1998 - Brazilian soul • Saxsamba • CD
● 1998 - O melhor de Leo • coletânea • Universal Music • CD
● 1996 - Pérolas negras • PolyGram • CD
● 1994 - Minha história • PolyGram • CD
● 1993 - Made in Rio • PolyGram • CD
● 1991 - Visões • PolyGram • CD
● 1990 - Solar • PolyGram • CD
● 1988 - Ocidente • PolyGram • CD
● 1987 - Leo Gandelman • PolyGram • LP

Trabalhos como produtor musical[editar | editar código-fonte]

● Virgem, de Marina Lima;


● Jogo de Ilusões, de Nico Rezende;
● Plural, de Gal Costa; e
● Berimbaum e Telecoteco, de Paula Morelenbaum.

Trabalhos em televisão e cinema[editar | editar código-fonte]

● Trilha incidental das telenovelas Vidas Opostas, Vidas em Jogo, Caminhos


do Coração, Promessas de Amor e Ribeirão do Tempo (TV Record);
● Apresentador do Momento Jazz, canal Multishow (Globosat);
● Trilhas para a série Globo Ecologia e [[Globo Ciência] (Rede Globo);
● Intérprete do tema de abertura do programa Fantástico (Rede Globo) e
do Free Jazz Festival;
● Diversos temas de telenovelas e minisséries da Rede Globo;
● Apresentador do programa semanal Free Jazz In Concert (Rede
Manchete);
● Trilhas sonoras dos filmes: Pure Juice, Rádio Pirata e Banana is my
Business;
● Trilha onora do filme Garrincha - Estrela Solitária, sobre a vida do craque
das pernas tortas;
● Coprodução com Jaques Morelenbaum na trilha do filme Paid, do diretor
holandês Laurence Lamers;
● Trilha incidental de Palavra en-cantada, de Helena Solberg e Marcio DB;
● Trilha sonora do documentário longa-metragem Moacir Arte Bruta,
de Walter Carvalho;
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● Trilha sonora do filme Budapeste, de Walter Carvalho baseado no romance


de Chico Buarque;
● Trilha sonora para o documentário O Engenho de Zé Lins, de Wladimir
Carvalho;
● Apresentador e produtor do Instrumental MPB na rádio MPB FM.

Participação em festivais[editar | editar código-fonte]

● Festival de Londrina
● Goyaz Festival
● Festival de Domingos Martins
● Festival de Guaramiranga
● Festival de Jazz de Havana
● Moscow Jazz Festival
● Montreaux Jazz Festival
● Free Jazz Festival'
● Hollywood Rock Festival (convidado especial no show do Living Colour e
convidado especial de Rita Lee – show de abertura para os Rolling Stones)
● Inúmeras participações em variados eventos, turnês e temporadas em
teatro e casa de espetáculos em todo o Brasil, Estados
Unidos, Europa e Ásia
● Consultoria e participação nos Festivais de Búzios-RJ e Ipatinga-MG.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

● TIM 2007 como Melhor Disco Instrumental (com o CD Radamés e o Sax) e


Melhor produtor
● Melhor trilha sonora - Festivais de Cinema de Recife e Belém com o
filme Garrincha - Estrela Solitária
● Eleito 15 vezes Melhor Instrumentista, prêmio Diretas na Música, da
Revista Programa, Jornal do Brasil
● Disco de Ouro como produtor do CD Virgem, de Marina Lima
● Troféu Brahma
● Troféu APCA: Melhor Instrumentista em 1990 e Melhor Produtor em 1991; e
● Troféu UBC.
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