Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO BANCÁRIO ESTRESSADO
E 13 ESTRATÉGIAS EFETIVAS PARA
ENFRENTÁ-LOS
ALEXANDRE SPINDOLA
Os 7 Inimigos do Bancário Estressado
e 13 estratégias efetivas para enfrentá-los
Alexandre Spindola
Dedico este livro àquelas pessoas que, todos os dias, nos ajudam
a aprender o que fazer e o que não fazer, mesmo que elas não
saibam como conseguiram isso.
SUMÁRIO
Introdução 9
Capítulo 1
Entendendo o Estresse do Bancário 14
Capítulo 2
Os Inimigos do Bancário Estressado 24
Capítulo 3
Os Inimigos Externos 26
Capítulo 4
Inimigos Internos 48
Conclusão 75
Sobre o autor 77
Introdução
9
internos e externos – e algumas estratégias de como lidar com essas
situações.
Se você é ou já foi bancário, provavelmente teve de lidar com
“inimigos” como, por exemplo, as metas difíceis de atingir. Mas
veremos que as metas não são o fator principal, pois elas vêm, na
verdade, em segundo lugar, depois de um “inimigo” que é uma difi-
culdade inerente ao próprio sistema de trabalho bancário: a dificul-
dade de concentração profunda.
Para você entender de onde surgiu a ideia de escrever esse li-
vro, preciso contar um pouco da minha história.
Sempre gostei da área de desenvolvimento pessoal e, depois
me formar em Psicologia na Universidade de São Paulo em 2014, re-
tornei ao Rio Grande do Sul. Na época, tive dificuldades para atuar
na área de formação e tomei a decisão de realizar concursos públi-
cos, devido à possibilidade de estabilidade financeira.
Em 2015, fiz o concurso para um banco público e, depois de 2
anos de espera, fui chamado para a função de escriturário. Comecei
atendendo clientes Pessoa Física em uma agência na Zona Sul de
Porto Alegre. Era uma agência distante da minha casa, o tempo de
transporte entre ida e volta girava em torno de 3 horas por dia.
Após 8 meses, consegui transferência para uma agência mais
próxima da minha casa. Era a maior agência do banco, localizada
no centro da capital gaúcha. Ali, passei a atender clientes Pessoa
Jurídica, principalmente micro e pequenas empresas. Depois de 9
meses nesta nova agência, fui chamado para atuar em outro setor
do banco, o de Marketing Digital, através de um processo seletivo
que estava em andamento há alguns meses.
Neste período razoavelmente curto, porém de trabalho intenso,
atendendo clientes PF e PJ, tive a oportunidade de lidar com as di-
versas circunstâncias comuns à maioria dos bancos e agências. Pas-
10
sei pela urgência de ter um rápido aprendizado do sistema e pro-
dutos bancários (principalmente os funcionários novos que, muitas
vezes, chegam à agência com pouco treinamento); compartilhei
com os colegas as dificuldades para atingir as metas da agência;
percebi os conflitos entre a demanda do banco, a gerência e a equi-
pe de atendimento; senti a sobrecarga de tarefas por haver poucos
funcionários; passei por contratempos ao lidar com os softwares do
banco, com problemas operacionais que dificultavam ou atrasavam
a soluções para os clientes, etc.
Após esse período nas agências, dividindo com os colegas as
dores do bancário estressado, decidi escrever este livro para com-
partilhar parte das minhas experiências e minha visão, como psicó-
logo, dos desafios estressantes que um bancário constantemente
vive.
Meu objetivo não é dizer ao bancário para simplesmente se
adaptar ao sistema de trabalho do banco. Também não quero pas-
sar uma imagem de que você deve ser o profissional mais produtivo
de todos e que sempre “bate as metas”.
É verdade que o ser humano aprecia, naturalmente, os desafios
e quer cumprir bem suas tarefas e compromissos. Mas você pode
ter percebido que, devido ao estresse no trabalho, alguma coisa
em seu interior talvez esteja adoecendo e você não sabe muito
bem o que fazer com isso.
Também, é fato, que existe um significativo tabu entre os ban-
cários em relação a busca de auxílio para encontrar formas de lidar
com o estresse no trabalho. Muitas vezes, os funcionários pensam
que falar sobre sua saúde mental prejudicará suas perspectivas de
carreira e que serão rotulados como “loucos”. Ou esperam apenas
da empresa, chefes e colegas, a responsabilidade para melhorar as
condições de trabalho – o que, geralmente, não acontece.
11
Por isso, a finalidade deste livro é fornecer um conteúdo que
ajude o bancário estressado a entender melhor a situação que pas-
sa e sugerir estratégias de como lidar com essas situações e superá-
-las, tendo como base principal conhecimentos e práticas da psico-
logia, coaching psicológico e produtividade pessoal.
Em outras palavras, você perceberá que a principal mensagem
deste livro é “sim, ser bancário é desgastante e o banco até poderia
melhorar, mas o que você pode fazer frente a esta realidade, sem es-
perar que a empresa ou os outros mudem?”
Espero que você aproveite este livro e consiga colocar em práti-
ca, pelo menos, alguma dessas estratégias, não só no banco, como
também, na sua vida pessoal. Afinal, caro bancário, meu objetivo é
auxiliá-lo a melhorar não apenas sua relação com a profissão, mas
com sua vida, já que ela é mais importante do que as metas do tra-
balho. Para isso, buscaremos ampliar seu repertório de como enca-
rar o estresse do trabalho e conseguir dar passos para criar a vida
plena, rica e significativa que você deseja.
Grande abraço!
Alexandre Spindola
12
“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo,
não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se
você se conhece, mas não conhece o inimigo, para
cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se
você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo,
perderá todas as batalhas.”
A Arte da Guerra – Sun Tzu
13
CAPÍTULO 1
Entendendo o Estresse do Bancário
14
estridente que toca quando o bancário está buscando se concentrar
para escrever o parecer de uma operação de crédito.
Na adaptação, começam a existir as alterações no corpo e na
mente: dores musculares, cansaço excessivo, dores de cabeça. Ou
seja, a sensação que temos no final de uma jornada de trabalho.
Na última fase, o esgotamento, podem surgir falta de concen-
tração, instabilidade emocional e depressão. Foi após essa fase que
foi constatado o surgimento de doenças, tais como úlcera, hiperten-
são arterial, artrites e lesões no músculo cardíaco. O esgotamento
não ocorre em apenas um dia, mas após vários eventos em que o
corpo teve que se “adaptar aos alarmes” (etapas anteriores).
15
Os dois tipos de estresse
1) Eustresse
O primeiro é o eustresse, também chamado de estresse po-
sitivo, que é a fase inicial – a do alerta. Nessa etapa o organismo
produz adrenalina que dá ânimo, vigor e energia, fazendo a pessoa
produzir mais e ser mais criativa.
A pessoa pode passar, inclusive, por períodos em que dormir e
descansar passa a não ter tanta importância. É a fase da produtivi-
dade.
O eustresse é considerado positivo porque motiva e estimula a
pessoa a lidar com a situação.
2) Distresse
Distresse é um termo para o estresse excessivo, ou seja, que
é maior que o necessário, a ponto de causar problemas ou sofri-
mento. É desencadeado por estímulos percebidos como ameaças e
associado a liberação de cortisol, adrenalina e noradrenalina. Isso
significa que é muito mais orgânico do que podemos imaginar, ou
seja, não é uma invenção ou coisa da nossa cabeça.
16
Ocorre quando a pessoa ultrapassa seus limites e esgota sua
capacidade de adaptação, fazendo com que o organismo fique des-
tituído de nutrientes e a energia mental seja reduzida.
É devido ao distresse – e não ao eustresse – que a produtivi-
dade e capacidade de trabalho ficam prejudicadas, a qualidade de
vida diminui e, posteriormente, a pessoa pode vir a adoecer.
O distresse é associado, portanto, à relação entre a segunda e
terceira etapas: adaptação e esgotamento. Ou seja, quando ocorre
um desgaste na tentativa do organismo de lidar com fatores estres-
santes do ambiente, tais como:
17
Resumindo: o distresse não é uma causa, mas sim
uma maneira de reagir frente a certos fatores (estres-
santes) da vida. E é essa forma de nosso organismo
reagir que ocasiona o desgaste físico, emocional e
mental ao qual estamos (infelizmente) “acostuma-
dos” a lidar em nossa época.
18
As consequências do estresse no trabalho bancário
19
As pesquisas na área demonstram que a síndrome afeta, princi-
palmente, dois tipos de profissionais.
O primeiro tipo são aqueles que prestam assistência ou são
responsáveis pelo desenvolvimento de outras pessoas, tais como:
médicos, enfermeiros, psicólogos, professores, assistentes sociais,
agentes penitenciários, policiais, bombeiros, pastores, cuidadores
de pessoas com doenças degenerativas, entre outros. É comum ou-
vir de profissionais nesta situação a seguinte frase:“tenho que cui-
dar muito dos outros, mas não consigo cuidar de mim.”
O segundo tipo são aqueles cujas exigências são altas (como
metas difíceis), há muita pressão e comportamentos compreendi-
dos como agressivos (área de vendas, por exemplo). Envolve: ban-
cários, advogados, jornalistas, operadores de telemarketing, pro-
fissionais de TI, engenheiros e outros.
Só para termos uma ideia, segundo uma pesquisa publicada
pela International Stress Management Association do Brasil (Isma-
-BR), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são vítimas da
Síndrome de Burnout, que também é considerada, por muitos es-
pecialistas, como o nível mais alto do estresse.
Um dos primeiros sintomas a serem notados por quem está
passando por um momento de Síndrome de Burnout é o de esva-
ziamento de energia. A pessoa sente uma exaustão física e mental
tão grande que não há final de semana ou férias que possam resol-
ver. Voltar para o trabalho passa a ser emocionalmente insustentá-
vel. Ela não sente que consiga se recuperar do desgaste no trabalho.
Com tamanha exaustão, surge a sensação de incapacidade
para trabalhar e a falta de concentração. Em alguns casos, há au-
mento da agressividade ou da passividade, o profissional começa
a se esconder, ou fica sempre em posição de defesa ou de conflito.
20
A relação com os colegas e clientes também é atingida e a pes-
soa acaba se afastando dos demais e tende a se evadir dos compro-
missos.
Estresse
•Esgotamento pessoal que interfere na vida do indivíduo, mas
não necessariamente na relação com o trabalho.
•Reação natural diante de uma emergência.
•Esgotamento físico.
•Hipersensibilidade.
•Redução da energia.
Burnout
•Síndrome que envolve atitudes e condutas negativas com os
usuários, clientes, organização e trabalho.
•Desilusão causada pelo excesso de situações estressantes.
•Esgotamento emocional.
•Falta de sensibilidade.
•Redução da motivação.
21
que você se deu conta de que seu corpo, emoções e mente estão
habituados a responder de maneira desgastante ao que está ocor-
rendo consigo mesmo e ao seu redor – podendo ser no trabalho e
circunstância da vida.
O pior é quando estamos em uma situação difícil como essa e,
por mais que estejamos sentindo os sintomas, não percebemos cla-
ramente a situação ou não queremos aceitá-la. Isso sim seria uma
infelicidade.
Mas o que pode ser feito a partir de agora?
Basicamente há duas possibilidades: adotar comportamentos
eficazes para lidar com a situação ou adotar comportamentos inefi-
cazes para lidar com a situação.
Na categoria dos eficazes, encontraremos diversas estratégias
e hábitos que ajudam a pessoa a diminuir o estresse e, até mes-
mo, a encontrar soluções para as suas causas, tais como: exercí-
cios físicos, alimentação saudável, suporte familiar e profissional,
um plano de ação para modificar aspectos da vida que precisem
ser modificados, entre outras. Geralmente são difíceis a curto prazo,
mas eficazes a longo prazo, pois demoram para dar resultado.
Na categoria dos comportamentos ineficazes, localizaremos
aqueles orientados, principalmente, para a distração e a fuga,
como: vícios em bebidas, drogas, sexo, excessos na alimentação,
absenteísmo (falta no trabalho ou, mesmo estando ali presente, es-
tar sempre com a “cabeça voando”), entre outros. Na maioria das
vezes são eficazes a curto prazo, mas ineficazes a longo prazo, e isso
faz com que tenhamos a tendência de buscá-los mais vezes como
primeira opção, já que nosso cérebro não foi programado para
pensar no longo prazo. Por isso, é difícil substituir um prazer ou
sensação imediata por uma gratificação ou conquista que leve mais
tempo.
22
Portanto, para nos aprofundarmos nos aspectos dessas duas
categorias, veremos a partir de agora alguns dos principais fatores
estressantes (“inimigos”) do bancário estressado, em que se fun-
damenta o desgaste que proporcionam e 13 estratégias eficazes
de como enfrentá-los – tendo como base princípios de áreas da
psicologia, life coaching e técnicas de produtividade.
23
CAPÍTULO 2
Os Inimigos do Bancário Estressado
24
É possível que com ações coletivas da classe ocorram melho-
rias, mas neste livro vamos tratar, principalmente, do que o bancá-
rio pode fazer por si mesmo. Ou seja, sem, necessariamente, espe-
rar que o sistema mude, já que o banco é uma empresa gigantesca,
extremamente complexa e possui um sistema que não tem como
ser modificado na velocidade que muitas vezes gostaríamos.
Na segunda – inimigos internos –, nos referimos as formas de
pensar, sentir e agir que sabotam nosso desenvolvimento profissio-
nal e, principalmente, a busca pelos objetivos mais importantes de
nossa vida.
25
CAPÍTULO 3
Os Inimigos Externos
26
1º Inimigo
Constantes interrupções
Brian Spellman
27
formas de lidar com essa realidade. Mas, para isso, precisamos pri-
meiro entender o impacto das interrupções em nosso cérebro.
O trabalho em escritórios abertos (que é o caso das agências
bancárias) colabora com a distração em massa, conforme apon-
tam experimentos realizados para um especial da televisão britâni-
ca, intitulado “The Secret Life of Office Buildings” (A Vida Secreta dos
Escritórios).“Se você está chegando ao trabalho e um telefone toca,
ele arruína sua concentração”, disse o neurocientista que realizou
os experimentos para o programa. “Mesmo que não esteja ciente no
momento, o cérebro responde às distrações.”
Problemas semelhantes se aplicam ao aumento de mensagens
em tempo real. Caixas de entrada de e-mail, em teoria, podem nos
distrair quando optamos por abri-las, enquanto os sistemas de
mensagens instantâneas (WhatsApp, Skype etc.) foram feitos para
estar sempre ativos, aumentando o impacto da interrupção.
A psicologia também nos ajuda a entender o elevado gasto de
energia cerebral no trabalho bancário através do Efeito Zeigarnik.
Bluma Zeigarnik, psicóloga e psiquiatra da antiga União Sovié-
tica, realizou um estudo sobre memória na década de 20 e verificou
que nos lembramos de tarefas não concluídas ou interrompidas
melhor do que das tarefas concluídas. Isso significa que uma ta-
refa que ainda está “em aberto” ocupa certo espaço mental, e só
quando é finalizada que conseguimos “esquecê-la”. Faça um pe-
queno teste: tente lembrar-se das tarefas já finalizadas hoje e das
pendências. O mais provável é que lembre mais rapidamente das
pendências.
Portanto, além do bancário ter várias interrupções diárias,
precisa lidar com uma elevada quantidade de tarefas inacabadas
(solicitações de clientes, e-mails, telefonemas, recados, ligações a
serem feitas etc.). E isso, ao final do expediente, gera a sensação
28
de que o dia não foi produtivo, pois muitas coisas foram iniciadas e
poucas foram acabadas.
A melhor solução para o bancário (na verdade, para qualquer
profissional) seria ter momentos de deep work, que significa tra-
balho profundo. É um termo recente, apresentado pelo Dr. Cal
Newport, professor associado de ciência da computação na Uni-
versidade de Georgetown, que se refere à habilidade de se man-
ter concentrado profundamente em um trabalho. Segundo Cal,
essa é uma das mais valiosas habilidades que uma pessoa pode
trazer para sua profissão e à economia em geral. O deep work pro-
duz ativos valiosos, ideias inovadoras e resultados impactantes. No
entanto, está cada vez mais raro, porque é uma habilidade que não
aprendemos a desenvolver e muitos ambientes de trabalho pos-
suem estruturas e funções que dificultam que isso ocorra.
Deep work, por definição, é entediante (focar em uma coisa só
e não em estímulos novos) e o problema é que nosso cérebro foi trei-
nado para não tolerar o tédio. Principalmente nos últimos tempos,
quando basta surgir um pequeno sinal de possível tédio, que recor-
remos à busca de algum novo estímulo, como os smartphones, que
estão sempre à mão com suas diversas notificações de aplicativos
e redes sociais.
O fato é que, justamente quando ocorre esse foco profundo,
surgem “milagres”: a produtividade, criatividade e capacidade
de resolução de problemas aumentam drasticamente.
Além disso, existe um conceito interessante da Psicologia Posi-
tiva, chamado de flow, que em inglês significa “fluir”, sendo traduzi-
do como “experiências de fluxo”. É um estado mental, no qual uma
pessoa, quando realiza uma atividade, está totalmente imersa em
um sentimento de foco energizado, envolvimento total e prazer
no processo. Em essência, o flow é caracterizado pela completa ab-
29
sorção do que se faz e uma espécie de perda resultante no senso de
espaço e tempo.
Segundo Mihály Csíkszentmihályi, psicólogo húngaro que usou
o termo flow pela primeira vez em 1975, quando temos uma tare-
fa desafiadora, mas não a capacidade de realizá-la, surge o estado
de ansiedade. Ou seja, sabemos que temos que fazer alguma coisa,
porém se, por algum motivo, percebemos que não conseguiremos,
ficamos ansiosos. É por isso, por exemplo, que o bancário recém-
-chegado à agência pode passar por picos de ansiedade quando ele
é cobrado por resultados ao mesmo tempo em que pouco conhece
os sistemas e procedimentos que deverá realizar.
Porém, se a tarefa é difícil ou complexa e temos a habilidade e
as condições adequadas para resolvê-la – e conseguimos a proeza
de nos desconectarmos de distrações –, conseguimos fluir e alcançar
maior rendimento no que realizamos.
Essa é uma realidade que talvez seja frustrante para o bancário,
porque, pelo menos nas horas de trabalho, ele não tem como esca-
par das interrupções. Entretanto, explica porque ele possui dificul-
dade de alcançar resultados excepcionais, mesmo que seja apenas
para tirar o atraso de suas tarefas pendentes: o bancário não con-
segue tempo suficiente para focar nas atividades e se envolver
de maneira concentrada e profunda. Isso elevaria seu índice de
produtividade e, consequentemente, sua satisfação por ter realiza-
do um trabalho bem feito.
30
Mas Alexandre, o que eu
faço, já que não posso
mudar o banco? :(
Aqui vão duas estratégias que parecerão simples, mas são fun-
damentais para lidar com essa situação – inclusive para você ter
condições de aplicar todas as outras que veremos nos próximos ca-
pítulos.
31
Alguém que simplesmente exija do funcionário ser mais pro-
dutivo e entregar resultados por causa das metas, mas sem levar
em conta as interrupções que ele está condicionado a passar, está
tocando em uma das suas maiores feridas e dificilmente haverá me-
lhora em seus resultados no trabalho.
32
Dicas de leitura:
Deep Work, por Cal Newport;
Fluir, por Mihaly Csikszentmihalyi;
A Arte de Fazer Acontecer: O Método GTD – Getting Things
Done – Estratégias para aumentar a produtividade e reduzir
o estresse, por David Allen.
33
2º Inimigo
Cobrança por metas difíceis
34
Porque falar de produtividade parece fácil ou até mesmo óbvio.
Por exemplo, a frase “você precisa aumentar sua produção”, pode
ser uma mensagem terrível para pessoas perfeccionistas que já se
esforçam ao máximo – e mesmo assim se sentem afogadas entre
tantas tarefas incompletas.
O fato é que agora você sabe que precisa de métodos confiá-
veis para não se perder entre tantas tarefas e, ao mesmo tempo,
tirá-las da sua cabeça para diminuir seu desgaste mental e emo-
cional. Só assim faz sentido conhecer técnicas e aplicá-las.
Veremos então duas estratégias para enfrentar a cobrança por
metas difíceis.
35
4ª estratégia – Priorize o que deve ser feito.
Existe uma regra chamada 80/20 que se refere ao fenômeno em
que 20% das ações levam a 80% dos resultados.
Ao identificar quais são as poucas tarefas que mais impactam
no seu resultado, você pode colocá-las no topo da lista e concen-
trar-se nelas.
Claro que, muitas vezes, você terá que ser flexível e aceitar que a
agenda será modificada a qualquer momento. Basta ter um proble-
ma complexo com um cliente que está na sua frente e que demande
algumas horas, para que seu planejamento não possa ser colocado
em prática. Mas tão logo você fique livre novamente, atualize sua
“to do list” e siga as prioridades.
Resumindo as duas estratégias: trabalhe com a ajuda de uma
lista de tarefas para tirá-las da sua cabeça, buscando manter no topo
as de maior prioridade. Você nunca será um bancário que consegue
fazer tudo – pois sempre haverá pendências –, mas se agir assim
terá melhores condições de sofrer menos com a ansiedade e ter
mais momentos de sensação de dever cumprido.
Também sugiro que você leia o livro “Produtividade Para
Quem Quer Tempo”, do coach e palestrante Gerônimo Theml, uma
das maiores autoridades na área de produtividade do país. Neste
material você encontrará diversas sacadas para aumentar sua pro-
dutividade e realização não só profissional, mas, principalmente,
pessoal.
Dica de leitura:
Produtividade Para Quem Quer Tempo, por Gerônimo Theml.
36
3º Inimigo
Baixa realização profissional
37
sistema de trabalho, vamos ver o que podemos fazer por nós mes-
mos.
Para entendermos como lidar com a baixa realização profissio-
nal, vamos recorrer um pouco à Psicologia Positiva.
A Psicologia Positiva – como talvez o nome indique – não é sim-
plesmente “autoajuda” ou uma série de exercícios de repetições da
frase “eu estou feliz”. Trata-se de uma área da psicologia que estu-
da, cientificamente, o que faz a vida se tornar mais valiosa. Ela
estuda os pensamentos, sentimentos e comportamentos com foco
em pontos fortes ao invés de fraquezas, com a visão de construir a
vida que se quer criar em vez de apenas deixar de sofrer.
Em outras palavras, a Psicologia Positiva está preocupada com
a eudaimonia, termo grego que podemos traduzir neste contexto
como “a boa vida” ou simplesmente “felicidade”, e utilizada por di-
versos filósofos gregos antigos, dentre eles Aristóteles. Neste caso,
eudaimonia é a reflexão sobre o que tem maior valor na vida – os fa-
tores que mais contribuem para uma vida bem vivida e satisfatória.
Martin Seligman, ex-Presidente da Associação Americana de
Psicologia e fundador da psicologia positiva, criou um modelo com
cinco elementos centrais de bem-estar psicológico e felicidade.
É o chamado modelo PERMA, em que cada letra significa: Po-
sitive Emotions (Emoções Positivas), Engagement (Engajamento/
Compromisso), Relationship (Relacionamentos), Meaning (Signifi-
cado) e Accomplishment (Realização).
1) Emoções Positivas
É um dos aspectos mais óbvios para a felicidade. Ser capaz de
se concentrar em emoções positivas é mais do que apenas sorrir, é
a capacidade de ser otimista e ver o passado, presente e futuro de
38
uma perspectiva positiva, ou seja, aprendendo o que se tenha que
aprender e seguir adiante.
Esta visão positiva da vida pode ajudar você não só no trabalho
bancário, mas, principalmente, nos relacionamentos e outras áreas
importantes da vida, inspirando-o a ser mais criativo.
Além disso, é importante fazermos uma distinção entre felici-
dade e prazer.
O prazer está ligado à satisfação das necessidades corporais de
sobrevivência, como sede, fome e sono. Já a felicidade vem da sa-
tisfação quando se conquista algo em que foi necessário esforço e
concentração. E é por esse motivo que o bancário sabe que seu tra-
balho nunca será um mar de rosas, mas gostaria de ser mais eficaz,
ao mesmo tempo que não precisasse se esgotar tanto.
Porém, como isso dificilmente acontece, o mais comum é que,
conforme o horário de término do expediente vai se aproximando,
ele vai sentindo cada vez mais necessidade do prazer de sair logo
do ambiente de trabalho.
Em outras palavras, o banco se torna, gradativamente, um estí-
mulo aversivo que gera dentro da pessoa uma quantidade elevada
de emoções negativas.
2) Engajamento
Segundo a Psicologia Positiva, é importante em nossa vida po-
der encontrar atividades que necessitam de nosso compromisso
total. Esse envolvimento ajuda a aprendermos, cultivarmos e nu-
trirmos nossa felicidade.
Todos nós precisamos de algo em nossas vidas que nos absorva
inteiramente no momento presente. Uma imersão feliz na tarefa ou
39
atividade através do estado de fluxo (flow, citado no inimigo nº 1 –
Constantes Interrupções).
Esse tipo de “fluxo de envolvimento” é importante para ampliar
nossa inteligência, habilidades e capacidades emocionais.
É claro que é muito difícil atingir um estado de fluxo no banco.
Mas você pode compensar no engajamento com causas fora do ho-
rário de trabalho, como os estudos, prática de algum esporte, dan-
ça, tocar algum instrumento ou, até mesmo, realizar um trabalho
voluntário.
Você pode pensar que essas sugestões são do “senso comum”
e talvez já as tenha escutado várias vezes de familiares ou colegas.
Mas o nosso objetivo aqui, com os princípios da Psicologia Positiva,
é entender o motivo de precisarmos de engajamento. E essa razão
é bem clara: porque o engajamento nos ajuda a ter mais momentos
felizes, que compensarão os momentos difíceis e estressantes em ou-
tras áreas da vida.
3) Relacionamentos
Relacionamentos e conexões sociais são um dos aspectos mais
importantes da vida. Os seres humanos são animais sociais que
prosperam em conexão, amor, intimidade, e uma forte interação
emocional e física com outros seres humanos. Construir relaciona-
mentos positivos com seus pais, irmãos, colegas e amigos é impor-
tante para espalhar amor e alegria. Ter relações fortes lhe dá apoio
em momentos difíceis.
Além disso, conforme o Dr. Mitch Printein, psicólogo especialis-
ta em popularidade e autor do livro “Popular: Finding Happiness
and Success in a World That Cares Too Much About the Wrong
Kinds of Relationships” (com tradução livre para Popular: Encon-
40
trando Felicidade e Sucesso em um Mundo que se Preocupa Demais
com os Tipos Errados de Relacionamentos), existem pesquisas que
mostram que os centros de dor em nosso cérebro são ativados
quando corremos o risco de ser isolados. Isso porque, numa pers-
pectiva evolucionária, o isolamento seria a pior coisa que podería-
mos fazer pela sobrevivência.
Dessa forma, conseguimos perceber que acaba sendo pratica-
mente uma questão de “sobrevivência” do bancário conseguir es-
tabelecer bons relacionamentos no trabalho – e mais ainda com a
família, onde ele poderá encontrar o maior apoio e conforto.
Não queremos dizer que todos os problemas do trabalho serão
resolvidos, mas bons relacionamentos aliviam a tensão emocional
inerente ao trabalho no banco.
A propósito, este será um dos principais diferenciais do bom lí-
der. Ele parte do princípio de que não é apenas o banco que possui
interesses, mas cada colega é um ser humano e seu ponto de vista
e modo de ser também precisam ser considerados. Portanto, o ge-
rente possui o enorme desafio de buscar um equilíbrio entre a busca
pelas metas da agência e o engajamento e satisfação dos colegas.
Aprender a se comunicar sem gerar ainda mais ansiedade na
sua equipe é um dos primeiros passos a serem aprendidos por um
bom líder. Neste caso, as habilidades de empatia e o autocontro-
le emocional são fundamentais e umas das mais poderosas ferra-
mentas de engajar equipes, mesmo em situações adversas. Tratare-
mos destes aspectos mais adiante, no capítulo sobre inteligência
emocional.
41
4) Significado
Ter um propósito e um significado para o porquê de cada um de
nós estarmos vivendo é importante para criar uma vida com mais
felicidade e realização.
A Psicologia Positiva entende que, em vez de buscar apenas o
prazer ou a riqueza material, há um significado real para nossa vida.
Aproximar-se desse significado, que é único para cada pessoa, nos
dá uma maior razão de propósito de vida.
Em relação a esse ponto, também podemos citar elementos de
uma linha da psicologia que trata, basicamente, da busca do signi-
ficado: a logoterapia.
Desenvolvida por Viktor Frankl, um psiquiatra suíço, a logotera-
pia é uma psicoterapia fundamentada na busca pelo sentido. Tor-
nou-se conhecida após o lançamento do livro “Em Busca de Senti-
do – Um Psicólogo no Campo de Concentração”, em 1946, no qual
o autor expôs suas experiências como detento nas prisões nazistas.
O termo “logos” é uma palavra grega que significa “sentido”. As-
sim, a logoterapia nos remete à ideia de que os seres humanos são
mais motivados por uma busca por significado, indicando que o
significado da vida é a maior questão em nossas mentes e a princi-
pal fonte de estresse e ansiedade em nosso interior.
Trazendo ao contexto do bancário, quando ele se desconecta
de um propósito maior para estar nessa profissão – e isso facilmen-
te ocorre quando ele se sente preso ao sistema bancário –, seu es-
tresse é potencializado.
Mesmo sendo um trabalho repleto de desafios e “inimigos”, se
o bancário consegue ver significado naquilo que faz, terá melho-
res condições de lidar com as situações cotidianas no banco. Por
exemplo, a profissão bancária pode ser vista como um meio para
42
conquistar algo importante na vida, como segurança financeira à
família, oportunidade de subsidiar outros interesses e hobbies, ou
uma etapa para crescimento profissional em outra área do banco
ou fora dele.
5) Realização
Realização é quando atingimos algo que tenha significado e
houve esforço e dedicação para conquistar.
Quando temos apenas um ideal do que queremos – às vezes
muito distante e praticamente impossível de realizar –, sem ações
que nos aproximam do objetivo, ficamos frustrados e cada vez mais
paralisados.
Não é que não possamos ter um grande objetivo ou desafio. A
questão é que precisamos dar passos até ele – e cada passo nos dará
a sensação de aproximação da nossa meta. Há momentos em que
os passos podem ser largos e acelerados, assim como há outros
em que é necessário aceitar que será um passinho de cada vez.
Ou seja: maior clareza nos objetivos da vida, pode nos ajudar a
alcançar coisas que nos darão uma sensação de realização. A ques-
tão é que você deve possuir metas realistas e que podem ser cum-
pridas – a curto, médio e longo prazo. E os esforços que você realizar
para atingi-las, mesmo que sejam considerados pequenos passos,
proporcionam uma sensação de satisfação. Portanto, ter realiza-
ções na vida é importante, pois nos impulsiona a nos esforçarmos
para prosperar e florescer.
Para finalizar, veremos algumas formas do bancário aplicar os
princípios do Modelo PERMA para aumentar sua realização profis-
sional e, mais do que isso, sua realização pessoal.
43
5ª estratégia – Tome doses periódicas de emoções positivas
para buscar compensar as emoções negativas do ambiente de
trabalho.
Arturo Agüero, médico argentino e autor do livro “Emoções
que curam”, afirma que as emoções positivas podem desalojar a
carga negativa das sensações que, presas em nosso corpo, amea-
çam a nossa saúde.
Há diversas alternativas que você já deve ter ouvido falar sobre
estratégias de como lidar com as emoções negativas: psicoterapia,
meditação, exercícios físicos, terapias naturais, relaxamento em
casa etc.
Portanto, agora você tem um motivo a mais para não ignorar
essas recomendações: você necessita de injeções periódicas de
emoções positivas para diminuir o desgaste emocional no banco.
44
7ª estratégia – Melhore seus relacionamentos (pessoais e pro-
fissionais) com uma ação simples e eficaz: escute mais e fale
menos.
Provavelmente você pensará “lá vem ele de novo falando de
senso comum”, mas essa estratégia é autoexplicativa e você, com
certeza, já a ouviu diversas vezes.
Há um fundamento importante nela: as pessoas gostam mais
do que elas falam do que aquilo que os outros têm a dizer. No fun-
do, todos temos esse tipo de “egoísmo”. Não há como escapar dessa
realidade.
Encontraremos mais detalhes sobre essa estratégia na principal
obra de Dale Carnegie, escritor norte-americano e autor de um dos
maiores best-sellers na área de desenvolvimento pessoal: “Como
Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”. Trata-se de um dos princi-
pais livros sobre o assunto.
Vale a pena conhecer e aplicar as diversas dicas ali entregues,
dentre elas a de tornar-se um bom ouvinte e encorajar as pessoas
a falarem. Isso permite uma aproximação e, se feita com sincerida-
de e empatia (habilidade de colocar-se no lugar da outra pessoa),
pode enriquecer qualquer tipo de relacionamento – entre familia-
res, amigos, colegas e clientes.
45
Não importa o propósito. O importante é você encontrar o seu
propósito, aquilo que realmente lhe dê significado.
46
Dicas de leitura:
Felicidade Autêntica, Martin Seligman
Em Busca de Sentido, Viktor Frankl
Emoções que Curam, Arturo Agüero
Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, Dale Carnegie
47
CAPÍTULO 4
Inimigos Internos
48
4º Inimigo
Terceirização de culpa
Steve Maraboli
49
O que queremos observar aqui é que não somos tão responsá-
veis assim pelos problemas em si, mas pela forma que impactam
em nós e, mais do que isso, o que faremos dali em diante.
O problema é que, quando terceirizamos a responsabilidade
pelo que ocorre em nossa vida, estamos deixando-a nas mãos de
outra pessoa ou situação. Ou, em nosso caso, deixamos nas mãos
do sistema de trabalho, já que o banco é o culpado de tudo!
Para entendermos a estratégia para diminuir nossa terceiriza-
ção de culpa, vamos recorrer a alguns princípios da psicologia que
fazem parte da Terapia de Aceitação e Compromisso – do inglês
Acceptance and Commitment Therapy ou simplesmente ACT.
A Terapia de Aceitação e Compromisso é um modelo que envol-
ve terapia e princípios do coaching (no sentido de ajudar a pessoa a
criar uma aproximação do que é importante na sua vida), baseado
no uso do mindfulness (atenção plena) e encontro com os valores
pessoais. Quando aplicada em terapia, seu objetivo é aceitar as ad-
versidades e maximizar o potencial humano para uma vida rica, ple-
na e significativa; cultivar a saúde, a vitalidade e o bem-estar atra-
vés da vivência baseada em valores conscientes.
A ACT é um método terapêutico aplicado por um profissional
capacitado. Porém, vamos conhecer alguns de seus princípios que
podem ajudar o bancário a desenvolver flexibilidade psicológica –
capacidade de manter nossos pensamentos e emoções um pouco
mais leves e agir com base em valores de longo prazo (o que que-
remos para nossa vida), em vez de impulsos, pensamentos e senti-
mentos de curto prazo (frustrações com o trabalho).
Os 6 princípios fundamentais da ACT são:
50
1) Aceitação
A aceitação é uma alternativa ao instinto natural de evitar expe-
riências negativas. É a escolha ativa de estar ciente e permitir esses
tipos de experiências sem tentar evitá-las ou alterá-las. A aceitação
não é uma meta da ACT, mas um método que permite encorajar
ações que levem a resultados positivos.
Ou seja, quando o bancário aceita seu trabalho como é e deixa
de lutar contra esse fato, permite a si mesmo buscar alternativas
para lidar melhor com seus desafios diários.
2) Defusão Cognitiva
A “defusão cognitiva” refere-se às técnicas que pretendem
mudar a maneira como um indivíduo interage com seus pensamen-
tos e sentimentos.
Esse princípio da ACT está relacionado ao mindfulness (“aten-
ção plena”), que é a qualidade ou estado de estar consciente de al-
guma coisa. Jon Kabat-Zinn, médico especialista ocidental em me-
ditação Zen e uma das maiores autoridades no assunto, também
define mindfulness como “prestar atenção de uma maneira particu-
lar: de propósito, no momento presente e sem julgar”.
O mindfulness é, portanto, uma atitude de aprender a tornar-se
mais consciente dos pensamentos e sentimentos. Isto é, mudar a
forma de pensar e sentir em vez de querer mudar o que está pen-
sando e sentindo.
Por exemplo: quando queremos fugir de um pensamento ou
sentimento desagradável, continuamos fusionados a ele e a an-
gústia não se dissipa. E as várias técnicas de mindfulness têm justa-
mente o objetivo de nos ajudar a desenvolver a habilidade de “de-
fusionar” (por isso o termo defusão cognitiva).
51
Uma das melhores formas de treinar isso é fora do trabalho,
estando com pessoas importantes, fazendo coisas que tenham
significado ou, principalmente, em momentos de silêncio – sem
smartphone, computador ou televisão. Veja bem: aprender a “de-
fusionar-se” dos pensamentos e sentimentos desagradáveis não é
um luxo ou uma coisa bonita de se dizer, é uma necessidade para a
saúde mental e emocional de qualquer um de nós.
52
4) Eu como Contexto
O “Eu como Contexto” nos traz uma ideia simples de que a pes-
soa não é suas experiências, pensamentos ou emoções, mas sim
“algo” que tem a capacidade de observá-los. Em outras palavras,
não somos o que acontece conosco. Somos o que experimenta-
mos aquilo que acontece conosco.
Este princípio também pode ser compreendido como a capaci-
dade de auto-observação ou observar a si mesmo: o aspecto do
ser humano de conseguir observar seu mundo interior.
Em uma situação de conflito, por exemplo, com algum gerente,
colega ou cliente, a habilidade de observar a si mesmo será funda-
mental para que o bancário perceba, da maneira mais clara possí-
vel, o que está ocorrendo internamente e tenha, portanto, melhores
opções de escolha de como agir ou o que falar. Este princípio da
ACT, inclusive, possui íntima relação com uma dos pontos que vere-
mos mais adiante – a inteligência emocional.
5) Valores
Valores, neste contexto, são definidos como as qualidades que
escolhemos para trabalhar em um determinado momento.
Todos nós mantemos valores, consciente ou inconscientemen-
te, que direcionam nossos passos. Na ACT, são aplicados processos
e técnicas para ajudar a pessoa a viver sua vida de acordo com seus
valores – aquilo que é mais importante a ela.
O trabalho é significativo para todos nós devido à energia e tem-
po que gastamos nele e à necessidade da remuneração financeira.
Entretanto, é bastante comum que o ânimo e interesse de uma pes-
soa sejam profundamente abalados quando o trabalho é fonte de
53
elevado estresse e, ao mesmo tempo, ela não esteja se aproximan-
do de seus valores e o que é mais importante na sua vida.
Se o bancário desenvolve essa visão, ele pode conciliar duas
coisas aparentemente antagônicas: aceitar o trabalho estressante
e comprometer-se com a busca por estratégias na sua vida que lhe
permitam criar uma vida rica e significativa.
6) Ação Comprometida
Finalmente, a ACT visa ajudar as pessoas a se comprometerem
com ações que aumentem seus objetivos de longo prazo e facilitem
sua tentativa de viver uma vida coerente com seus valores. Todos os
exercícios, técnicas e práticas da ACT destinam-se a ajudar as pes-
soas a alcançar seus objetivos por meio de mudanças positivas de
comportamento.
Em palavras mais diretas, esses princípios nos ajudam a parar
com a lamentação e partir para a ação.
Talvez você tenha achado esse discurso todo sobre aceitação
e compromisso bastante bonito, porém queira dizer exatamente o
seguinte: “mas Alexandre, meu trabalho realmente é culpado pelo
meu estresse e desgaste emocional!”
Sim. Concordo com esse ponto de vista. Como vimos desde o
início, há vários “inimigos” externos. Entretanto, nosso foco aqui
é a maneira como o bancário lida com tudo isso, pois é isso que
está ao seu alcance.
Mesmo nas situações mais adversas, uma pessoa sempre tem a
possibilidade de escolher como irá enfrentá-las, conforme o senti-
do que veja na sua busca. Dessa forma, ela pode aceitar a realidade
atual e assumir um compromisso consigo mesma de alcançar o ob-
54
jetivo em questão, em vez de ser um eterno dependente de que as
condições externas sejam as mais favoráveis.
Sei que, na prática, não é tão simples quanto parece. Mas o im-
portante é que agora você já sabe que o inimigo terceirizador de
culpa tem o poder de travá-lo, pois faz você focar nos problemas
externos. Em vez disso, se você pesquisar e focar nas soluções con-
cretas e objetivas que estão verdadeiramente ao seu alcance, terá
melhores condições de sentir-se mais realizado na vida.
Agora temos fundamentos que nos ajudarão a compreender a
estratégia para enfrentar o inimigo terceirizador de culpa.
55
melhor do que a atual e comprometa-se em buscá-la. Ou seja, bus-
que ter uma atitude de aceitação e compromisso – que, na verdade,
é um compromisso consigo mesmo.
Caso tenha interesse, você pode procurar um profissional (psi-
cólogo, psicoterapeuta que utiliza ACT ou coach qualificado) para
ajudá-lo neste processo.
Também sugerimos a leitura do livro “Get Out of Your Mind
and Into Your Life” (com tradução livre para “Saia da sua Mente
e Entre na sua Vida”), de Steven C. Hayes e Spencer Smith. Neste
material encontramos dicas valiosas para aplicar em nossas vidas
os princípios da ACT aqui citados.
Dicas de leitura:
Get Out of Your Mind and Into Your Life - The New Acceptan-
ce and Commitment Therapy, Steven C. Hayes & Spencer
Smith.
OBS.: Infelizmente, esta obra ainda não foi
traduzida para o português. :(
56
5º Inimigo
Mindset fixo
1) Mindset Fixo
Neste mindset, a pessoa acredita que suas qualidades básicas,
como sua inteligência ou talento, são simplesmente traços fixos. Ela
gasta seu tempo feliz com sua inteligência ou talento (ou infeliz por
não tê-los), em vez de desenvolvê-los. Ela também acreditam que só
o talento cria sucesso – sem esforço.
2) Mindset de Crescimento
A pessoa com mindset de crescimento acredita que suas habili-
dades mais básicas podem ser desenvolvidas através de dedicação
e trabalho duro – o cérebro e o talento são apenas o ponto de par-
tida. Essa visão cria um amor pela aprendizagem e uma resiliência
que é essencial para uma grande realização. Praticamente todas as
grandes personalidades e pessoas bem-sucedidas tiveram essas
qualidades.
57
Trazendo para o ponto de vista do banco, podemos dizer que
o bancário com o mindset fixo pensa que é impossível mudar sua
situação atual. Ou seja, ele não vê possibilidade de melhorar sua
situação de vida ou condição de trabalho – mesmo que isso possa
demorar e ele precise ser resiliente.
O bancário pode, por exemplo, ter vários tipos de objetivos
para sua vida pessoal:
58
no momento presente (mindfulness); ou gerenciar melhor os estu-
dos para um concurso, conciliando com o trabalho.
O mindset de crescimento impacta, inevitavelmente, em ques-
tões pessoais que aparentemente não têm a ver com o banco, como
a forma de conviver nos relacionamentos amorosos, no controle
financeiro e no desenvolvimento de algum hobby que deixa o ban-
cário mais feliz.
Portanto, nossa próxima estratégia é:
Dica de leitura:
Mindset – A Nova Psicologia do Sucesso, Carol S. Dweck.
59
6º Inimigo
O maior ladrão de energia de todos os tempos: o
smartphone.
60
Nem todos passam por essa situação, mas o fato é que o smart-
phone abre portas para a criação de hábitos que causam um grande
gasto de energia e que, quando exagerados, podem se tornar um
vício, como o vício em redes sociais.
Diversos estudos da psicologia e outras áreas apontam os im-
pactos do uso das redes sociais em nossas relações, conflitos e, in-
clusive, no cérebro.
O fato de rolarmos continuamente a tela para baixo para ver-
mos mais notícias no feed ou não conseguirmos ignorar um alerta
de notificação ocorrem porque as redes sociais, como Facebook,
Instagram e Twitter, ativam os centros de recompensa do cérebro.
Por exemplo: quando uma pessoa curte, comenta ou compar-
tilha algo que postamos, nosso cérebro libera dopamina – neuro-
transmissor responsável pela sensação de prazer. Isso, em si, não
é algo ruim. Porém, com o passar dos últimos anos – o Facebook
foi criado há muito pouco tempo, em 2004 –, nos acostumamos ao
intenso uso dos eletrônicos e redes sociais. Isso fez com que muitas
pessoas acabassem se tornando, pouco a pouco, viciadas nas re-
compensas que o uso destes sistemas de comunicação instantânea
proporcionam.
A propósito, o impacto da dopamina é tão forte que estudos
mostram que resistir ao desejo de tweetar é mais difícil do que
enfrentar o cigarro ou o álcool.
Usamos as redes sociais, porque queremos manter relações
com as pessoas. Como vimos no capítulo sobre o inimigo da baixa
realização profissional, os relacionamentos fazem parte da condi-
ção humana e são totalmente necessários. Mas nas redes sociais
também surge uma espécie de “efeito de reciprocidade”, e, por isso,
muitas vezes nos sentimos obrigados a corresponder o que outras
61
pessoas nos proporcionaram – como comentar, curtir e comparti-
lhar.
Entretanto, em um estudo realizado pela Universidade de Sal-
ford com usuários de redes sociais, dos 298 participantes, 50% afir-
maram que usar redes sociais como Facebook e Twitter deixam
suas vidas piores. Sua autoestima sofre quando comparam suas
conquistas com as de amigos ou outras pessoas online.
Além disso, esse assunto nos faz entrar em áreas ainda mais
profundas, como os relacionamentos, fobias sociais, autoestima e
dificuldades que muitos de nós temos de sermos aceitos.
Uma pessoa pode, sem perceber, desenvolver o vício em re-
des sociais como uma forma de fugir de emoções difíceis. Ou seja,
quando experimenta emoções de frustração, tristeza, abandono,
raiva ou infelicidade, ela recorre a um prazer imediato da comuni-
cação instantânea (pelo Facebook, WhatsApp, Twitter ou outra rede
social). Isso faz com que o cérebro libere mais dopamina, portanto
uma sensação de prazer, “aliviando” a dor emocional que sentia.
Posteriormente, esse processo se repete várias vezes até que, em
pouco tempo, é estabelecido um caminho neural no cérebro, tor-
nando ainda mais fácil que esse hábito se repita.
Quando se torna extremamente difícil da pessoa romper com
esse padrão, podemos dizer que é um vício. E tudo isso ocorre com
algo ao alcance da mão: o smartphone.
O hábito de verificar constantemente notificações de mensa-
gens e redes sociais pode prejudicar o bancário não só no momen-
to de trabalho – deixando-o angustiado para usar o smartphone –,
como também em qualquer momento que esteja se relacionando
com alguém, principalmente a família e amigos.
Independente do quanto você se encontra condicionado ao uso
deste aparelho e das redes sociais, a seguinte estratégia é válida.
62
12ª estratégia – Limite o tempo de uso das redes sociais e
aprenda a desligar o smartphone quando não precisar dele.
63
As redes sociais, ao mesmo tempo em que nos conferem diver-
sas facilidades na atual era da comunicação, também podem ser
fontes de sentimentos intensamente venenosos que afetam nossa
paz, tranquilidade e concentração – seja no trabalho ou fora dele.
64
7º Inimigo
Baixa inteligência emocional
65
cionado), distinguindo-se das hard skills (“habilidades duras”, de
conhecimento teórico e técnico).
A IE é diferente da inteligência cognitiva – ou Quociente de In-
teligência (QI) –, com a qual geralmente estamos mais familiariza-
dos, já que é o tipo mais frequentemente referido quando a palavra
“inteligência” é usada. É também esse tipo de inteligência que ge-
ralmente é estimado através de testes com média de notas.
Inteligência emocional é o que usamos quando temos conver-
sas profundas sobre nosso relacionamento com o cônjuge, tenta-
mos lidar com uma criança indisciplinada, ou buscamos ter empatia
com colegas de trabalho e lidar com situações difíceis envolvendo
clientes.
O conceito de inteligência emocional já faz parte da psicologia
há várias décadas e foi usado por muitos autores e pesquisadores.
Mas foi com a obra “Inteligência Emocional”, escrita pelo psicólo-
go e jornalista Daniel Goleman, na década de 90, que a IE se tornou
tema de vários livros e discussões em programas de televisão, esco-
las e até empresas.
Neste livro, o autor apresentou cinco aspectos da inteligência
emocional e vamos conhecê-los agora.
66
mente compreensíveis e apropriadas em certas circunstâncias. A
inteligência emocional nos permite exercer a auto-observação e
reconhecer nossa raiva e tristeza e entender por quê essa emoção
ocorreu.
67
A pessoa que desenvolve, pouco a pouco, a motivação, apren-
de a trabalhar em direção aos seus objetivos de forma consistente.
Mesmo quando se depara com um desafio, tenta encontrar alguma
alternativa ou um ponto positivo sobre a situação.
Portanto, quanto maior clareza o bancário tem sobre seus mo-
tivos para estar no banco ou o que quer alcançar na vida, maior
possibilidade ele terá para aceitar os desafios, planejar os próximos
passos e partir para a ação concreta. Ou seja, ele terá mais motivos
para a ação.
68
Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie, já citado neste
livro.
O bancário que vai buscando gradativamente aumentar a em-
patia tem a oportunidade de melhorar suas condições de trabalho
com os colegas e clientes. Um dos maiores benefícios é diminuir um
estresse que poderia ser muito maior caso não fosse empático com
as necessidades dos outros.
69
quisas mostram que pessoas com níveis mais altos de inteligência
emocional desfrutam de carreiras e relacionamentos mais satisfa-
tórios e bem-sucedidos.
Desenvolver a inteligência emocional é parecido com fortalecer
músculos: requer tempo, paciência e constância. Por isso, a estraté-
gia para aumentar o QE é:
70
negócio crescer, não há métodos rápidos e fáceis para desenvolver
os aspectos da inteligência emocional. Não pense em atalhos.
Entretanto, qualquer um concordaria que quando uma pessoa
quer alcançar qualquer um dos resultados acima, ela pode se bene-
ficiar em buscar ajuda.
Quem pode ajudar quem quer emagrecer? Um personal trainer
e/ou nutricionista.
Quem pode ajudar a pessoa que quer passar em um concur-
so? Professores qualificados que conhecem as disciplinas da prova
– geralmente professores que já passaram pelo caminho do concur-
seiro.
Quem pode ajudar o profissional que quer empreender? Aquele
que já empreendeu – mesmo que seja um amigo, através de diálo-
gos – e, se possível, um mentor.
Agora podemos entender porque tantas vezes ouvimos falar
que realizar psicoterapia seria interessante, mas a grande maioria
de nós – bancários ou não – possui uma certa resistência para com-
preender isso. Mas não fique chateado: ter essa resistência é “nor-
mal” e, muitas vezes, esperado.
Uma pessoa que busca um profissional da área da psicologia
não é alguém necessariamente com um “problema” ou um “desa-
juste”. O que quero dizer é que qualquer pessoa interessada em en-
contrar formas mais adequadas de lidar consigo mesma pode ser
beneficiada com uma psicoterapia. Ou seja, não é para a pessoa
ficar rotulada com algum diagnóstico – depressão, ansiedade, bi-
polaridade, transtorno de pânico etc. Esses termos científicos são
formas de entender certos padrões de pensamento, emoções e
comportamento que estejam menos adequados à vida da pessoa.
E se for o caso, o diagnóstico dá uma visão para a pessoa buscar um
71
repertório de novas formas de lidar com a situação, com base nas
ajudas profissionais (psicólogo, psiquiatra e outras áreas da saúde).
Porém, muitas vezes um diagnóstico no sentido de “rótulo” não
será necessário. E o que realmente importa para o psicoterapeuta é
que a pessoa que ele presta um serviço, consiga desenvolver-se con-
forme aquilo que ela realmente precisa.
Confesso que este comentário é amplo, pois há diversas linhas
de terapia diferentes, com métodos distintos. E não é nosso objeti-
vo tratar sobre isso agora.
O que quero dizer com tudo isso é que quando percebemos que
desenvolver a inteligência emocional é algo útil (e necessário) para
qualquer pessoa, nossa visão sobre terapia pode mudar.
É comum que uma pessoa com desejo de emagrecer comece
pesquisando sobre o assunto em blogs e vídeos no YouTube. Talvez
isso já seja suficiente e ela, ao colocar certas dicas em prática, está
ótimo! O importante é ela ter os resultados que busca naquele mo-
mento.
Entretanto, pode ser que, em algum momento, ela sinta a ne-
cessidade de recorrer a um profissional capacitado – como um per-
sonal trainer e/ou nutricionista. Neste caso, estes profissionais irão
lhe ajudar por um tempo e, posteriormente, talvez possa seguir sem
o acompanhamento. Na prática, cada caso é um caso e não há fór-
mula específica.
Para a inteligência emocional é a mesma coisa: quem quer
desenvolvê-la, pode pesquisar mais sobre o assunto – em livros,
vídeos e, principalmente, começar com exercícios simples de au-
to-observação e mindfulness (atenção plena). E caso sinta neces-
sidade, procurar um profissional capacitado para lhe ajudar neste
processo.
72
Aliás, aproveito para esclarecer o que quero dizer com “profis-
sional qualificado”.
Você pode procurar um psicólogo para fazer terapia ou um coa-
ch para realizar um processo de coaching. O importante é que sejam
profissionais qualificados – ou seja, preparados, com formação e
experiência – para ajudarem você na sua necessidade, no que você
precisa.
Mas então, quais as diferenças entre terapia e coaching? Não
é tão simples defini-las, pois ambos os métodos possuem algo im-
portante em comum: ajudar as pessoas a se desenvolverem. E há
alguns pontos que vamos considerar agora.
73
Portanto, a psicoterapia e o coaching não são abordagens con-
flitantes, mas sim complementares.
Há casos em que um método ou outro são mais indicados. Por
exemplo: se uma pessoa que lidar com uma questão emocional –
como após o falecimento de alguém querido, perda de um empre-
go, divórcio, alto índice de estresse no trabalho ou outro motivos –,
é a terapia que lhe ajudará.
Mas se ela está em um momento de razoável equilíbrio consigo
mesma, mas perdida em assuntos profissionais e o que fazer da sua
vida, o coaching pode ser mais apropriado.
Para facilitar, ambos podem ser realizados online. Há diversos
coaches que já fazem seus atendimentos via Hangout ou Skype e,
em maio de 2018, o Conselho Federal de Psicologia emitiu uma re-
solução permitindo o mesmo para psicólogos no Brasil.
Tudo depende da nossa necessidade no momento. E sem dúvi-
da, caso seja preciso e haja as condições adequadas, a pessoa pode
realizar os dois ao mesmo tempo sem qualquer prejuízo entre um
e outro.
Dica de leitura:
Inteligência Emocinal, Daniel Goleman.
74
Conclusão
75
Em síntese, neste livro tratamos de hábitos – sejam eles exter-
nos ou internos – que têm o poder de destruir um bancário e outros
que podem fortalecê-lo.
Se neste momento, sua vida ou seu trabalho estão bons, apro-
veite!
Mas se sente que algo está ruim, dando errado, que está pas-
sando por “provações” ou até mesmo sofrendo consequências de
atitudes equivocadas do passado, a solução é a mesma: aprender,
se capacitar, preparar-se para mudar – e enfrentar, da melhor ma-
neira possível, os inimigos que fazem o bancário ficar tão estressa-
do.
Se você chegou até aqui, agradeço sua atenção e espero tê-lo
ajudado de alguma forma a localizar-se melhor no momento atual
de sua vida – não só na área profissional, mas também na sua vida
como um todo. Afinal, as metas mais importantes são as da sua
própria vida.
76
Sobre o autor