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Sumário

INTRODUÇÃO ................................................... 03

CAPÍTULO 1 – Inversor de frequência baixa tensão . 04

CAPÍTULO 2 - Estrutura interna do inversor de

frequência tradicional ......................................... 05

CAPÍTULO 3 - Os 4 testes fundamentais para

resolver 80% de seus problemas .......................... 30

CAPÍTULO 4 - Resoluções de falhas e alarmes ........ 46

BIBLIOGRAFIA ................................................... 55

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introdução
Antes de eu começar a explicar os 4 testes fundamentais
que vão resolver 80% dos seus problemas a "Campo" com
inversor de frequência independente da marca, modelo e
potência, deixa eu lhe mostrar como foi que eu concluí isso.

Eu, Engenheiro Alan, logo depois que formei em engenharia


elétrica, já comecei a trabalhar com inversor de frequência
e soft starter. Diretamente atuando na indústria e no "chão
de fábrica“, descobri certa dificuldade de encontrar e
resolver falhas a "Campo", pois o único auxílio que tinha
naquele momento eram os manuais dos equipamentos e
alguns manuais sem muita informação de como resolver
uma falha.

Alguns pediam para procurar uma assistência técnica ou


entrar em contato com o fabricante, mas eu sei que
dependendo a hora e o dia não existe fabricante que vai te
atender, e quando atende a maioria cai no 0800. Bom, você
já sabe o resto da história indo por esse caminho...

Então eu tive que ir na base do tentativa e erro e buscar


auxílio dos colegas. Depois de várias tentativas e erros com
várias marcas, eu descobri que havia um padrão de
solução. Com testes certos, de acordo com a falha, fica fácil
de resolver ou encontrar o problema. Ao todo são 4 testes
que resolvem sua vida com inversor de frequência na
indústria e esses 4 testes são os que eu vou apresentar
para vocês.

Mas antes de eu falar desses 4 testes eu preciso que você


entenda como funciona um inversor de frequência
internamente, entender como funciona internamente fica
fácil de aplicar os testes.

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Capítulo 1
Inversor de Frequência
Baixa Tensão

Falando de modo geral, além de realizar a proteção e


partida do motor, o objetivo do inversor de frequência
tradicional, que é o mais utilizado na indústria,
independente da marca, modelo e potência, é também
realizar a variação da velocidade do motor e
consequentemente da aplicação que o mesmo está
acoplado.

E, para explicar de modo fácil e prático como é


internamente um inversor de frequência, eu digo que o
"inversor de frequência é como um carro“. Como assim
Eng. Alan, como um carro? Bom eu vou te explicar melhor
essa analogia que acabei de fazer...

Se você comparar uma marca Fiat, Ferrari ou Ford, todas


têm a mesma estrutura, isto é, os carros têm volante, têm
4 pneus, têm motor, têm porta...

Nos inversores de frequência também é a mesma


característica comparando a marca X, Y ou Z, todas têm
SCR, diodo, sistema de gatilho, sistema de fonte, IGBT,
capacitor. No carro, por exemplo, você pode ter os
acessórios que, consequentemente, vão agregando valor, e
no inversor de frequência é a mesma ideia, conforme vai
acrescentando opcionais e acessórios o valor altera.

Baseado nesse princípio, eu irei apresentar para vocês o


inversor de frequência tradicional separado em sistemas,
ou seja, independente da marca modelo e potência você vai
se deparar com esses sistemas.

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Estrutura Interna do
Capítulo 2 Inversor de Frequência
Tradicional

O inversor de frequência é composto pelos seguintes


sistemas:

 Sistema de entrada;
 Sistema de retificação;
 Sistema de DC Link;
 Sistema CC/CA(IGBT);
 Sistema de fonte;
 Sistema de gatilho;
 Sistema de controle;
 Sistema de ventilação;
 Sistema de leitura;
 Sistema de filtro;
 Sistema de pré-carga;
 Sistema de freio.

Para entender o funcionamento do inversor de frequência


precisamos entender detalhadamente como funciona cada
etapa dessa estrutura.

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3.1 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Entrada

O sistema de entrada é composto pela tensão alternada


trifásica, separada em 120 graus elétricos conforme
imagem 1, as faixas de tensão alternada são:

 200 até 250V: Nesse caso o inversor de frequência pode


ser alimentado na região rural, residencial, comercial e
industrial.

 320 até 450V: Nesse caso o inversor de frequência pode


ser acionado em 380V ou 440V, o que vai mudar é a
corrente, geralmente essa faixa de tensão é utilizada na
indústria.

 525 até 690V: Nesse caso o inversor de frequência pode


ser acionado em 660V ou 690V, o que vai mudar é a
corrente, geralmente essa faixa de tensão é utilizada na
indústria de grande porte.

A corrente você encontra no mercado disponível até 1600A


para baixa tensão.

Imagem 1:
Tensão trifásica

Fonte:
Electricalelibrar
y

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3.2 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Retificação

O sistema de retificação tem como principal função receber


a forma de onda CA da tensão de entrada (R,S,T) e realizar
a retificação para CC (positivo e negativo).

Figura 2: Circuito de entrada e saída sistema de retificação


Fonte: Autoria Própria

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Você vai se deparar com dois sistemas de retificação são
eles:

 Sistema de retificação ponte controlada;


 Sistema de retificação ponte não controlada.

O sistema de retificação ponte não controlada, é composto


apenas por diodos, e é encontrado em inversores de
frequência de baixa potência (até 37 kW) e inversores de
frequência de média potência (até 110 kW).

Figura 3: Sistema de Retificação ponte não controlada /


Fonte: Autoria Própria

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O sistema de retificação ponte controlada, é composto por
SCR(s) no semiciclo positivo e diodos no semiciclo negativo,
conforme figura 4. É encontrado em inversores de
frequência de média potência (até 110 kW) e inversores de
frequência de alta potência (até 1,4MW).

Figura 4: Sistema de Retificação ponte controlada


Fonte: Autoria Própria

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Os diodos e SCR(s) do inversor de frequência tradicional
variam de acordo com a corrente e potência, segue as fotos
de alguns modelos.

Imagem 05: Módulo de potência composto por sistema de


retificação ponte não controlada / Fonte: Mouser.com

Considerando média potência, o sistema é apresentado via


módulo conforme imagem 06, que neste caso cada fase
trifásica é composta por um módulo. Em um módulo é
encontrado dois diodos ou um SCR e um diodo.

Imagem 06: SCR e


Módulo diodo
Fonte: EducaDrives

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Já para alta potência, o SCR, assim como o diodo, é
separado conforme imagem 07 o que resulta em 6 peças
para compor o sistema de retificação.

Imagem 07: Módulo SCR


Fonte: EducaDrives

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3.3 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema DC Link

O DC Link recebe essa tensão pulsante vinda do sistema de


retificação. Ele é responsável por eliminar o ripple
formando assim uma onda CC quase perfeita.

Como pode ser analisado na figura 8, o DC Link é composto


por capacitor e, em alguns casos, indutor. O capacitor tem
a característica de atrasar a tensão e minimizar a queda de
tensão entre um pico e outro da senoide, deixando assim o
sistema mais próximo de uma tensão CC. Essa diferença,
chamada de ripple, deve ser reduzida na menor possível
com tolerância de 5% de defasagem.

Em alguns modelos de inversor de frequência, além do


capacitor, esse sistema também tem o indutor, formando
um filtro LC (indutor e capacitor), que atua como filtro de
harmônica. Uma das grandes vantagens de ter o indutor é
poder obter uma melhor qualidade de sinal de tensão CA
do inversor de frequência e eliminar algumas harmônicas
geradas pelo inversor de frequência.

Figura 8:
DC Link com
Indutor e
Capacitor
Fonte:
EducaDrives

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No inversor de frequência pode existir um ou mais
capacitores em série e em paralelo. Quanto maior o
inversor de frequência, mais capacitores e maior o valor da
capacitância.

Imagem 9: Placa com capacitores do


DC Link. Fonte: EducaDrives

Imagem 10: Indutor do DC Link.


Fonte: EducaDrives

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3.4 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema Inversor CC/CA(IGBT)

O sistema CC/CA é composto pelo componente IGBT(s)


(seu esquema elétrico é apresentado conforme a figura
11).

Essa ponte recebe o sinal de tensão CC do sistema DC Link


e através do chaveamento em alta frequência nos IGBT(s),
realizado pelo sistema de gatilho e controle, gera a senóide
de saída, ou seja transforma esse sinal de tensão CC em
sinal de tensão CA.

Por meio desse controle, podemos realizar o controle da


velocidade nos motores da indústria. A principal variável é
a frequência nominal do motor. Quanto maior a frequência
nominal do motor, maior a velocidade, e quanto menor a
frequência, menor também a velocidade do motor.

Figura 11: Circuito Inversor CC/CA


Fonte: EducaDrives

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O resultado é a saída de onda, conforme imagem abaixo.

Figura 12: Circuito Inversor CC/CA


Fonte: EducaDrives

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Existem vários tamanhos de IGBT(s) seu tamanho está
relacionado a potência do inversor de frequência. Seguem
fotos de alguns modelos de IGBT(s).

Imagem 13: Módulo IGBT de 200A e módulo IGBT de 450A.


Fonte: EducaDrives

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3.5 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Gatilho

O sistema de gatilho tem como principal função realizar o


chaveamento do sistema CC/CA IGBT(s). Esse
chaveamento é realizado através do sinal PWM, gerando a
forma de onda na saída.

O sistema possui componentes como: optoacoplador,


capacitor, diodo, diodo zenner, resistor.

O sistema de gatilho para inversor de frequência tradicional


baixa e média potência é composto por uma placa impressa
com o sistema de fonte na mesma placa. Já para inversor
de frequência de alta potência os circuitos vêm em placas
separadas.

Imagem 14: Placa de fonte/gatilho (média potência) e placa de


gatilho (alta potência).
Fonte: EducaDrives

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3.6 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Fonte

O sistema de fonte tem como principal função realizar a


alimentação do circuito eletrônico do inversor de frequência
tradicional.

Através de um sistema de fonte chaveada em alta


frequência é realizada a alimentação dos demais sistemas.

Esse sistema é composto pelos seguintes componentes:


Transformador, transistor, mosfet, diodo, capacitor, resistor,
circuito integrado, optoacoplador.

Imagem 15: Sistema de Fonte


Fonte: Centro Oeste Automação Industrial

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3.7 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Controle

A principal função do sistema de controle é receber, enviar,


interpretar e tomar ações dos sinais dos sistemas e sinais
externos, como entradas digitais, analógicas, display ou até
mesmo via protocolos de comunicação.

Esse sistema é composto por processamento, memória,


circuitos integrados, relé, resistor, capacitor, conexões,
diodo, regulador de tensão.

Imagem 16: Placa de controle modelo


CFW11 e FC 202. Fonte: EducaDrives

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3.8 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Ventilação

A principal função do sistema de ventilação é realizar a


troca de calor internamente do inversor de frequência
tradicional com a temperatura ambiente.

Devido a temperatura elevada causada diretamente pelos


sistemas de potência (retificação e sistema CC/CA IGBT(s))
é necessário ter o ventilador para poder realizar a troca de
calor e funcionar o equipamento.

Imagem 17: Ventilador do inversor de


frequência Fonte: EducaDrives

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3.9 Estrutura Interna Inversor de Frequência
Tradicional - Sistema de Leitura

O sistema de leitura é composto geralmente pelas


seguintes leituras: leitura de temperatura, leitura de
corrente de saída, leitura de curto circuito ou falta a terra e
leitura do DC Link.

A leitura da temperatura é realizada normalmente através


de NTC que fica localizado internamente nos IGBT(s) ou
nos módulos IGBT(s) onde esse sensor lê o sistema de
temperatura instantaneamente e envia o sinal para o
processamento.

Imagem 18: Módulo de potência e sensor de temperatura


Fonte: Mouser

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Existem duas formas de realizar a leitura de corrente no
inversor de frequência. Uma é por circuito composto por
resistor shunt e amplificador operacional, geralmente
utilizado esse método para inversor de baixa potência, a
outra forma é por transformador de corrente(TC) e
amplificadores operacionais geralmente utilizado esse
método para inversor de baixa, média e alta potência.

Em ambos os sistemas, após passarem para uma série de


amplificadores operacionais, o sinal é enviado para o
processamento.

Imagem 19: TC e CI de Amplificador Operacional Fonte: Centro


Oeste Automação Industrial

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A leitura de falta a terra ou curto circuito também é
realizada por resistor shunt e amplificadores operacionais
através desse circuito o processamento consegue ler se há
alguma fuga ao terra ou algum curto circuito.

O DC Link é um grande setor do inversor de frequência


tradicional, pois monitorando o DC Link é possível realizar
medições como: leitura de falta de fase na entrada,
desbalanceamento de carga na saída, ou uma FEM (Força
Contraeletromotriz) gerada pelo motor e aplicação.

Essa leitura é composta por uma série de resistores em


série onde esse sinal vai direto para o processamento.

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3.10 Estrutura Interna Inversor de
Frequência Tradicional - Filtro

Esse sistema é composto por filtro RC (resistor e capacitor)


ou filtro LC (Indutor e capacitor). Nem todos os inversores
de frequência tem esse tipo de filtro, geralmente é
encontrado no inversor de frequência Schneider e Danfoss,
em alguns casos ele vem como opcional.

A principal função desses filtros é eliminar ruídos que o


inversor pode causar em sinais de rádio, ou até mesmo em
locais que devem ser antiexplosivos, visando uma melhor
segurança no local e atendendo algumas normas
específicas.

Imagem 20: Filtro RFI e Filtro LC


Fonte: EducaDrives

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3.11 Estrutura Interna Inversor de
Frequência Tradicional – Pré-carga

O objetivo desse sistema é amortecer o pico de corrente


nos capacitores do DC Link ao energizar o inversor de
frequência.

A principal forma de realizar isso é através de um carga em


paralelo com um contato. A carga geralmente é um
resistor, já o contato geralmente é um relé.

Imagem 21: Sistema de pré carga


Fonte: Manual CFW08 WEG

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3.12 Estrutura Interna Inversor de
Frequência Tradicional - Sistema de Freio

O sistema de freio tem como principal função diminuir a


tensão do barramento CC, caso precise. Em algumas
aplicações, devido a FEM (força contra eletromotriz)
causada pela aplicação, a tensão do barramento CC tende a
subir, podendo extrapolar os níveis que o barramento CC
suporta, e consequentemente danificando o inversor de
frequência.

Para evitar isso, é conectado um resistor de frenagem no


inversor de frequência e esse resistor de frenagem é
conectado no sistema de freio, para poder atuar em
conjunto e evitar que ocorra esse problema.

Esse sistema é composto por transistor, diodo e sistema de


leitura conforme figura 22.

Figura 22: Chopper de Frenagem


Fonte: Manual Danfoss

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Imagem 23: Banco de resistência
Fonte: Micateck

Dessa forma, tem o inversor de frequência tradicional que


recebe tensão de alimentação alternada na entrada, passa
pelo sistema de retificação retificando essa tensão
alternada.

Na sequência a tensão entra no DC link, elimina o ripple,


transformando em tensão CC, para depois chegar no
sistema CC/CA(IGBT), transformando a tensão contínua
para a tensão alternada novamente, porém, agora,
conseguindo realizar a modulação desse sinal.

Através dos demais sistemas com respetivamente sua


função conforme descrito é possível realizar esse processo.

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Figura 24: Circuito Interno Inversor de Frequência
Tradicional Fonte: EducaDrives

1. Sistema de entrada
2. Sistema de retificação
3. Sistema de pré carga e DC Link
4. Sistema CC/CA (IGBT)
5. Carga
6. Sistema de gatilho, sistema de leitura, sistema de fonte,
sistema de controle, sistema de filtro.

O inversor de frequência tradicional é o mais encontrado na


indústria, sendo que as principais marcas são WEG,
Siemens, Danfoss, ABB, Rockwell, Schneider Eletric, SEW.

O inversor de frequência está sempre relacionado a


aplicação, ou seja, primeiramente você precisa saber o que
você vai ligar e qual o tipo de comando você vai utilizar,
para saber qual é o modelo de inversor de frequência
tradicional ideal para você utilizar naquela situação.

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Outro fator muito importante do inversor de frequência
tradicional é a corrente de entrada (IN) sempre vai ser
menor do que a corrente de saída (OUT).

O inversor de frequência tradicional tem disponível no


mercado até a tensão de alimentação de 690V e a corrente
de saída de até 1600A. O preço de mercado do inversor de
frequência tradicional está relacionado a tensão de
alimentação, corrente de saída, opcionais e grau de IP.

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OS 4 TESTES
Capítulo 3
FUNDAMENTAIS PARA
RESOLVER 80% DE SEUS
PROBLEMAS
Agora que você sabe como é, internamente, um inversor de
frequência, aqui você vai aprender os 4 principais testes
que você deve realizar para resolver o seu problema com
drive.

Mas antes você precisa entender algumas variáveis que


depende do total funcionamento delas para o inversor de
frequência operar. Eu chamo essas variáveis de processo.

3.1 Entenda o processo

Nesse tópico você vai entender que a função do inversor de


frequência, pode parecer uma questão simples, mas não é,
mas sabendo a real função fica mais fácil de você resolver
qualquer falha de um inversor de frequência.

As principais funções do inversor de frequência são:


 Realizar o acionamento do motor/aplicação,
 Realizar a proteção do processo,
 Corrigir o fator de potência do motor/aplicação,
 Realizar a variação da velocidade do motor/aplicação.

No entanto, eu costumo dizer que, sozinho, o inversor de


frequência não consegue realizar as funções citadas, ou
seja, ele faz parte de um processo, que esse processo tem
como objetivo fazer funcionar a aplicação de acordo com
sua necessidade.

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E, caso esse processo venha acontecer alguma falha ou
alguma anomalia, é o inversor de frequência que vai avisar.

Esse processo para poder trabalhar e realizar essas funções


é composto por: Tensão de alimentação, inversor de
frequência, motor/aplicação, corrente, cabos e conexões.

3.2 Entenda o processo – Esquema

Segue detalhes de cada função do sistema:

1) Tensão de alimentação: A tensão de alimentação,


assim como explicado anteriormente, tem vários níveis de
tensão, sua principal função é alimentar o processo como
um todo, sem a tensão o processo não irá funcionar.

2) Inversor de frequência: Responsável por acionar,


realizar a proteção do motor/aplicação e em alguns casos
variar a velocidade do motor/aplicação podendo ter uma
ótima eficiência energética, em relação à proteção caso
tenha alguma anomalia no processo, o inversor de
frequência realizar a leitura gerando a informação que pode
ser uma falha ou advertência.

3) Motor/aplicação: O objetivo desse processo é


justamente fazer funcionar em perfeitas condições o
motor/aplicação. Caso a aplicação não seja mais necessária
no processo industrial, os demais processos também não
serão acionados.

4) Cabos e conexões: Realiza a conexão de todo o


processo. Com ele é possível gerar a conexão e
funcionalidade do processo como um todo.

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5) Corrente: A corrente é quem fecha o circuito, isto é,
em todos os processos citados a corrente vai passar. No
entanto, ela é muito perigosa e qualquer fuga ou mau
contato pode gerar sobreaquecimento ou um estrago muito
grande em qualquer processo citado.

Esse processo pode ser simples para você, ou talvez não,


mas hoje no “campo de batalha” certifico que 90% dos
técnicos não conseguem entender.

Ressalto que para resolver ou encontrar a causa da falha


de um drive é importante entender esse processo e,
principalmente, a função do inversor de frequência nele.

Consequentemente eu quero te dizer que, baseando nesse


processo, algumas falhas geradas em inversor de
frequência podem não ter como problema o inversor.
Muitas vezes o problema pode ser em outro processo.

3.3 Testes Inversor de Frequência no “Campo de


Batalha”

Você irá aprender os seguintes testes, validados e


aprovados no “Campo de Batalha" para resolver as falhas
de uma forma mais rápida e eficiente. São eles: Teste troca
de fases, teste a campo, teste a vazio sem e com cabos
motor e teste a frio.

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3.4 - Teste Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste troca de fases

Com o teste de troca de fases, é possível verificar se o


problema está no motor, no inversor de frequência ou nos
cabos e conexões.

Se uma falha, por exemplo, persiste em uma saída(ex.: U,


V, W), realizando a troca das fases conforme esse teste,
você não vai inverter o sentido de giro do motor e vai
poder identificar onde está o problema.

Trocando cabos de saída do motor: Troca U por V, V por W


e W por U. Exemplo: Inversor de frequência informa falha
de curto circuito fase U e você está na dúvida se o
problema é o motor, cabos e conexões ou o inversor de
frequência.

Realizando o teste de troca de fases, se o problema


persistir na fase U você tem problema no inversor de
frequência, caso o problema ocorra na fase V você tem
problema nos cabos ou motor do sistema.

https://www.youtube.com/watch?v=4TeUuM7pFto

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3.5 - Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a campo

Com o teste a campo é possível certificar que seu inversor


de frequência está em perfeitas condições de operação.

Nesse teste, deve-se observar as variáveis de tensão de


entrada, corrente de entrada, tensão de saída, corrente de
saída e tensão no barramento CC do inversor de
frequência.

É possível realizar a leitura dessas variáveis através de


multímetro true rms, amperimetro true rms ou analisador
de energia, com o objetivo de sempre comparar os valores
com os parâmetros de leitura do inversor de frequência.

Com um multímetro e amperímetro true rms, realize as


medidas de tensão e corrente na entrada e saída do
inversor de frequência.

ENTRADA
SAÍDA
Leitura de tensão
L1 com L2: V Leitura de tensão
L2 com L3: V U com V: V
L3 com L1: V V com W: V
W com U: V
Leitura de corrente
L1: A Leitura de corrente
L2: A U: A
L3: A V: A
W: A

Leitura do barramento CC
Positivo (+/-): Vcc

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LEITURA NO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Tensão nominal do motor: Vca


Corrente nominal do motor: A
Tensão continua no bar. CC: Vcc

O objetivo deste teste é concluir que todas as medidas


realizadas nas fases de entrada e saída do inversor de
frequência estão equilibradas entre elas e, comparando
com os valores de leitura do inversor de frequência, tem
que estar com medidas corretas.

Caso uma das fases de entrada e saída apresente


desbalanceamento, realize o teste de troca de fases para
certificar que o problema é realmente o inversor de
frequência.

Nota: É normal a corrente e tensão de entrada ser menor


do que a corrente e tensão de saída do inversor de
frequência devido a sua característica construtiva
independente do modelo e marca.

https://www.youtube.com/watch?v=FkcJ3cQk32o

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3.6 - Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a vazio sem e com cabos motor

• Teste a vazio sem cabos motor

Caso o inversor de frequência apresente alguma falha, é


possível realizar a partida do inversor de frequência
retirando os cabos do motor.

Alguns inversores de frequência irão apresentar uma falha


ou advertência, no entanto essa falha é facilmente
desativada, através dos parâmetros de proteção.

Em casos em que o inversor de frequência esteja sem os


cabos do motor, é possível realizar o "teste a campo", com
o objetivo de verificar se o problema está no inversor de
frequência ou em outro componente do sistema.

Obviamente, no teste a campo a corrente tem que ser 0A


para todas as fases, visto que não terá corrente no
sistema.

Caso não consiga partir ou a corrente apresentar leitura na


escala de 1 ou 2 A, o inversor de frequência está com
problema.

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• Teste a vazio com os cabos do motor

Caso o inversor de frequência apresente alguma falha,


desacoplando o motor da aplicação é possível realizar a
partida do motor a vazio, isto é, sem carga. Em casos em
que o inversor de frequência partir o motor a vazio, sem a
carga, é possível realizar o teste a campo, com o objetivo
de verificar se o problema está no inversor de frequência
ou em outro componente do sistema.

https://www.youtube.com/watch?v=b3MDX-Yorww

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3.7 - Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a frio

Nesse teste você conseguirá identificar se o sistema de


potência do inversor de frequência está comprometido ou
não. Nele é possível realizar a medição do sistema de
retificação e sistema CC/CA (IGBT) apenas com um
multímetro na escala de diodo.

3.8 - Testes Inversor de Frequência no “Campo de


Batalha” - Teste a frio - Sistema de retificação -
Semiciclo Positivo

Através do multímetro, na escala de diodo mede-se os


diodos da ponte de retificação. Conforme visto, existem
inversores de frequência que tem a ponte de retificação
controlada, ou seja, em vez de diodo é SCR(s) sendo assim
a medição permanece em aberto no semiciclo positivo.

• L1 ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira


negativa do multímetro.
• L2 ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira
negativa do multímetro.
• L3 ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira
negativa do multímetro.

38
Verificação se o circuito tem fuga

• L1 ponteira negativa do multímetro, bar + ponteira


positiva do multímetro.
• L2 ponteria negativa do multímetro, bar + ponteira
positiva do multímetro.
• L3 ponteria negativa do multímetro, bar + ponteira
positiva do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são O.L., ou seja,


o circuito não pode ter fuga, caso apresente valores fora
dessa faixa o inversor de frequência está com problema no
sistema de retificação.

Ex.:

L1/+ = O.L.
L2/+ = O.L.
L3/+ = O.L.

Valores fora da faixa em L3

L1/+ = O.L.
L2/+ = O.L.
L3/+ = 0,145 ou 0 (curto circuito)

39
3.9 - Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a frio - Sistema de retificação -
Semiciclo Negativo

• L1 ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira


positiva do multímetro.
• L2 ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira
positiva do multímetro.
• L3 ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira
positiva do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são 0,7V, 0,3V ou


0,4V. Caso apresentem valores fora dessa faixa, o inversor
de frequência está com problema no sistema de retificação.

Ex.:
L1/- = 0,344
L2/- = 0,350
L3/- = 0,351

Valores fora da faixa em L2


L1/- = 0,344
L2/- = 0,250 ou 0(curto circuito)
L3/- = 0,351

40
Verificação se o circuito tem fuga

• L1 ponteira positiva do multímetro, bar - ponteira


negativa do multímetro.
• L2 ponteira positiva do multímetro, bar - ponteira
negativa do multímetro.
• L3 ponteira positiva do multímetro, bar - ponteira
negativa do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são O.L., ou seja,


o circuito não pode ter fuga, caso apresente valores fora
dessa faixa o inversor de frequência está com problema no
sistema de retificação.

Ex.:
L1/- = O.L.
L2/- = O.L.
L3/- = O.L.

Valores fora da faixa em L2


L1/- = O.L.
L2/- = 0,145 ou 0 (curto circuito)
L3/- = O.L.

41
3.10 Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a frio - Circuito Inversor - Semiciclo
Positivo

Através do multímetro na escala de diodo mede-se por fase


o IGBT do circuito inversor.

• U ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira


negativa do multímetro.
• V ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira
negativa do multímetro.
• W ponteira positiva do multímetro, bar + ponteira
negativa do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são 0,3V, caso


apresente valores fora dessa faixa o inversor de frequência
está com problema no circuito de inversão.

Ex.:
U/+ = 0,399
V/+ = 0,390
W/+ = 0,398

Valores fora da faixa em L3


U/+ = 0,399
V/+ = 0,397
W/+ = 0,150 ou 0 (curto circuito)

42
Verificação se o circuito tem fuga

• U ponteira negativa do multímetro, bar + ponteira


positiva do multímetro.
• V ponteria negativa do multímetro, bar + ponteira
positiva do multímetro.
• W ponteria negativa do multímetro, bar + ponteira
positiva do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são O.L., ou seja,


o circuito não pode ter fuga, caso apresente valores fora
dessa faixa o inversor de frequência está com problema no
sistema de inversão.

Ex.:
U/+ = O.L.
V/+ = O.L.
W/+ = O.L.

Valores fora da faixa em L3


U/+ = O.L.
V/+ = O.L.
W/+ = 0,145 ou 0 (curto circuito)

43
3.11 Testes Inversor de Frequência no “Campo de
Batalha” - Teste a frio - Circuito Inversor - Semiciclo
Negativo

• U ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira


positiva do multímetro.
• V ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira
positiva do multímetro.
• W ponteira negativa do multímetro, bar - ponteira
positiva do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são 0,3V, caso


apresente valores fora dessa faixa o inversor de frequência
está com problema no circuito de inversão.

Ex.:
L1/- = 0,358
L2/- = 0,352
L3/- = 0,351

Valores fora da faixa em L2


L1/- = 0,345
L2/- = 0,240 ou 0 curto circuito
L3/- = 0,354

44
Verificação se o circuito tem fuga

• U ponteira positiva do multímetro, bar - ponteira


negativa do multímetro.
• V ponteria positiva do multímetro, bar - ponteira
negativa do multímetro.
• W ponteria positiva do multímetro, bar - ponteira
negativa do multímetro.

Valores esperados: Os valores esperados são O.L., ou seja,


o circuito não pode ter fuga, caso apresente valores fora
dessa faixa o inversor de frequência está com problema no
circuito de inversão.

Ex.: Valores fora da faixa em L2


U/- = O.L. U/- = O.L.
V/- = O.L. V/- = 0,145 ou 0 (curto circuito)
W/- = O.L. W/- = O.L.

https://www.youtube.com/watch?v=RhTYcZIfIsU

45
Capítulo 4
Resoluções de
Falhas e Alarmes

Caso ocorra uma falha, o que fazer? Em primeiro lugar


anote a falha, reset e tente realizar a partida novamente. É
natural no “campo de batalha” realizar o reset e tentar
partir.

Você pode tentar partir umas 3 vezes, caso a falha


persista, realize a interpretação com o amigo manual. É
muito importante entender a situação que ocorre a falha e
analisar a situação, executar os testes que são possíveis
realizar.

É de extrema importância você verificar também o histórico


de falhas do inversor de frequência visando ter uma melhor
análise do problema.

4.1 Resolução de Falhas e Alarmes – Situações

É muito importante você entender em que situação ocorre


a falha no inversor de frequência. Entendendo a situação,
você consegue resolver a falha de uma forma mais rápida.
Existem momentos cruciais como: após a partida, na
velocidade de referência, no início da rampa de
desaceleração são alguns instantes que devem ser
analisados.

46
4.2 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução

Conforme informado, algumas marcas consideram como


falha, outras como erro. Segue o que os principais
fabricantes consideram e como eles comentam as falhas no
inversor de frequência:

• WEG: Erro(desarme), Falha(desarme),


Alarme(advertência)
• Siemens: Falha(desarme), Alarme(advertência)
• Danfoss: Alarme(desarme), Advertência(advertência)
• Schneider Electric: Erro(desarme), Alarme(advertência)
• Rockwell: Falha(desarme), Alarme(advertência)
• ABB: Falha(desarme), Alarme(advertência)

4.3 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução -


Sobretensão CC ou Sobretensão no bar CC

Ocorreu um pico de tensão alta no barramento CC,


chegando aproximadamente a mais de 80% da tensão CC
nominal.

Se ocorrer a falha logo na partida, faça o teste a vazio sem


e com cabos do motor, verifique o tempo de rampa de
aceleração, limite de corrente e sistema de controle se está
de acordo com a aplicação.

Caso ocorra no momento da rampa de desaceleração,


aumente o tempo da rampa ou coloque em modo inércia.
Dependendo da aplicação deve-se colocar um sistema de
freio para dissipar a FEM.

47
4.4 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -
Subtensão CC, subtensão no bar CC

Ocorre quando a tensão do barramento CC está baixa dos


limites pré-estabelecidos pelo inversor de frequência. Caso
ocorra logo na partida, verifique a tensão de alimentação
do inversor de frequência, realize o teste a frio, confira os
parâmetros de leitura do barramento CC do inversor de
frequência se estão de acordo.

Caso ocorra no momento da rampa de aceleração, verifique


se a tensão do barramento CC diminui gradativamente,
aumente o tempo de rampa de aceleração, faça o teste a
vazio com e sem cabos motor. Essa falha está relacionada
diretamente à falha de subtensão na rede.

4.5 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Subtensão na rede, subtensão CA ou falta de fase

Ocorre quando a tensão de alimentação está abaixo dos


limites pré-estabelecidos pelo inversor de frequência, ou
uma fase de alimentação não foi detectada. Realize o teste
a campo e o teste a vazio com cabos motor.

NOTA: Em caso de uma falta de fase na alimentação,


alguns modelos de inversor de frequência podem funcionar,
mas no momento de sua operação não conseguem atingir a
potência nominal gerando a falha de sobretensão no
barramento CC.

Realize o teste a vazio com cabos motor e o teste a campo


para encontrar o problema.

48
4.6 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução - Perda
de fase na saída do motor, falta de fase U, V, W

Ocorre quando uma das fases está com mal contato ou


está rompida. Existem situações em que, caso o inversor
de frequência seja de potência muito maior do que o motor
e os parâmetros essenciais não estiverem corretamente
inseridos, essa falha pode ocorrer.

Se a falha ocorrer, é possível realizar o teste a vazio sem


cabos motor e o teste de troca de fases, caso o problema
não seja no inversor de frequência, realize o teste de
isolação dos cabos do motor e do motor.

4.7 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução - Curto


circuito, curto circuito no motor, curto circuito no
IGBT

Existe um curto circuito na saída do inversor de frequência,


pode ser o inversor de frequência, assim como cabos ou
motor.

Faça o teste a vazio sem cabos motor, faça o teste a vazio


com cabos motor, verifique parâmetros de sobrecorrente,
sistema de controle e tempo de rampa de aceleração. Caso
o problema não seja no inversor de frequência, realize o
teste de isolação dos cabos do motor e do motor.

NOTA: Caso o curto circuito venha a apresentar apenas em


uma fase de saída, exemplo: curto circuito na fase U,
realize o teste de troca de fases com o objetivo de verificar
se o problema está no inversor de frequência ou no motor.

49
4.8 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução - Curto
circuito na unid. de frenagem, falha no IGBT de
frenagem ou sobrecarga no resistor de frenagem

Algum componente do sistema de frenagem está com


problema, pode ser inversor de frequência, banco de
resistor ou cabos.

Confira a resistência de frenagem se está de acordo com as


informações. Realize o teste de isolação dos cabos do
resistor de frenagem e do banco de resistência. Com
multímetro, realize o teste de medição de diodo no inversor
de frequência a fim de testar o chopper de frenagem.
Retire os cabos do resistor de frenagem do inversor de
frequência e realize a partida, caso o problema persistir
tem problema no inversor de frequência.

4.9 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Sobrecorrente ou sobrecorrente na saída

Geralmente, quando ocorre um limite de corrente de pico


de 200% da nominal, gera a falha de sobrecorrente com o
intuito de proteger o sistema como um todo.

Verifique o eixo do motor se não está travado e se o


sentido de giro está correto de acordo com a aplicação.
Faça o teste a vazio sem cabos motor, teste a vazio com
cabos motor, verifique parâmetros relacionados a rampa de
aceleração, sistema de controle, sobrecarga e
sobrecorrente com o objetivo de alterá-los de acordo com a
aplicação.

NOTA: Caso a sobrecorrente venha a apresentar apenas em


uma fase de saída, exemplo: sobrecorrente na fase U,
realize o teste de troca de fases, com o objetivo de verificar
se o problema está no inversor de frequência ou no motor.

50
4.10 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução -
Sobrecarga, sobrecarga no motor ou sobrecarga nos
IGBT(s)

Geralmente causado por um torque muito alto no motor,


em muitos casos ocorrido pelas cargas mecânicas da
aplicação. Verifique o eixo do motor, se não estiver travado,
realize o teste a vazio com cabos do motor.

Verifique parâmetros relacionados a sobrecorrente,


sobretorque, sistema de controle e tempo de rampa de
aceleração. Existe a possibilidade do inversor de frequência
não estar corretamente dimensionado para a aplicação.

4.11 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução -


Falha a terra, falha terra ou falha de aterramento

Existe alguma fuga de corrente no sistema com o


aterramento. Verifique parâmetros relacionados ao
chaveamento do IGBT, diminua a frequência de
chaveamento, caso tenha o filtro RFI desabilite o mesmo,
confere a distância do cabo entre o inversor de frequência e
motor se não ultrapassou a distância máxima proposta pelo
fabricante. Realize o teste a campo sem cabos do motor.

Com megômetro certifique-se de que nem um componente


do sistema não apresenta fuga à terra. Caso o problema
ocorra apenas quando o inversor de frequência está na
corrente nominal do inversor de frequência, pode ter
problema em sua leitura de corrente.

51
4.12 - Resolução de Falhas e Alarmes - Solução -
Sobretemperatura ou sobretemperatura nos IGBT(s)

O inversor de frequência apresentou temperatura ambiente


superior a 55ºC. Verifique as condições de instalação do
equipamento, ventilador do inversor de frequência se está
funcionando e o parâmetro de leitura da temperatura do
inversor de frequência se está corretamente. Talvez uma
manutenção preventiva no equipamento resolva o
problema.

4.13 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Sobreaquecimento PTC, sobretemperatura no motor
ou sobretemperatura motor

Apresenta temperatura alta no motor que está instalado o


PTC. Verifique a temperatura do motor se está realmente
alta, caso realizou diversas partidas repetitivas pode gerar
essa falha, caso a temperatura do motor não esteja alta,
verifique as condições de instalação dos cabos do PTC.

4.14 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Ventilador com defeito

Problema no ventilador de potência ou no seu acionamento.


Verifique se o ventilador realmente não está funcionando,
caso esteja, existe a possibilidade de ter problema no seu
acionamento interno.

52
4.15 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -
Sinal de entrada analógica perdida, fio partido, perda
EA1 ou fio partido AI1

O sinal analógico está com mal contato, tem ruído no sinal


ou cabeamento com fuga ao terra. Confira a instalação do
sinal analógico, caso o inversor de frequência tenha o
parâmetro de leitura, verifique a leitura desse sinal, confira
se ele está chegando no inversor de frequência.

Caso o sinal apresente grandes variações de valores, utilize


o parâmetro de filtro do sinal analógico. Acrescentando um
tempo de filtro dado em segundos é possível realizar
ajustes também pelo parâmetro de ganho, amenizando a
variação de valores e resolvendo a falha.

4.16 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Perda de sinal de feedback do encoder ou erro no
encoder

O sinal de encoder apresenta ruído. Confira esse sinal


através de um osciloscópio se realmente apresenta ruído.
Caso sim, verifique a situação da instalação de modo a
isolar esse sistema do sistema elétrico, cabos elétricos são
grandes geradores de interferência para esse sinal.

53
4.17 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -
Falha ID Run, auto regulagem, falha de ajuste
automático e falha no AMA

Ao realizar o reconhecimento das variáveis do motor a


mesma apresentou defeito. Verifique se os dados de
plaqueta do motor estão corretamente inseridos nos
parâmetros essenciais, verifique as condições de instalação
dos cabos do motor e motor, com megohmetro, certifique-
se de que não há fuga no sistema.

Se o motor já foi rebobinado ou ele estava em operação


antes de ativar o parâmetro ,existe a possibilidade de você
não conseguir realizar o reconhecimento.

4.18 - Resoluções de Falhas e Alarmes - Solução -


Falhas internas do inversor de frequência

Algumas falhas internas do inversor de frequência no que


pode ser e como foi resolvido, sempre baseado em
entender o sistema. Realizar os testes e analisar em que
situação ocorre.

54
bibliografia

https://www.electricalelibrary.com/2020/09/18/por-que-o-
sistema-e-trifasico/

https://www.servicedrive.com.br/lesson/como-frequencia-
e-variada/

https://ri.weg.net/

https://www.danfoss.com/en/

https://www.micateck.com.br/

https://www.mouser.com/

https://coautomacao.com/

55
INVERSOR DE FREQUÊNCIA BAIXA TENSÃO

Inversor de Frequência Baixa Tensão

Do princípio da mesma ideia da soft starter baixa tensão, a estrutura de


um inversor de frequência também pode comparar com a questão dos carros,
ou seja, se você comparar uma marca Fiat, Ferrari ou Ford, ambos tem a
mesma estrutura, isto é, ambos os carros tem volante, tem 4 pneus, tem
motor, tem porta... Em inversor de frequência também é a mesma
característica comparando a marca X, Y ou Z, ambas tem SCR, diodo, placa de
gatilho, placa de fonte, IGBT, capacitor... Carro por exemplo, você pode ter
os acessórios que consequentemente vai agregando o valor, inversor de
frequência também é a mesma ideia conforme vai acrescentando os
comandos e acessórios o valor altera.

O inversor de frequência pode ser separado da seguinte maneira:

⚫ Inversor de frequência tradicional;


⚫ Inversor de frequência monofásico;
⚫ Sistema de freio no inversor de frequência tradicional e monofásico;
⚫ Inversor de frequência regenerativo;
⚫ Inversor CA/CC;
⚫ Inversor CC/CA;
⚫ Inversor de frequência solar drive;
⚫ Inversor de frequência com encoder;
⚫ Inversor de frequência 6 pulsos, 9 pulsos, 12 pulsos;
⚫ Inversor de frequência book;
⚫ Servo Drive;

Inversor de frequência tradicional

O inversor de frequência tradicional é o inversor de frequência mais


encontrado na indústria, principais marcas são WEG, Siemens, Danfoss, ABB,
Rockwell, Schneider Eletric, SEW. O inversor de frequência está sempre
relacionado a aplicação, primeiramente você precisa saber o que você vai
ligar e qual o tipo de comando você vai utilizar, para saber qual é o modelo
de inversor de frequência tradicional ideal para você utilizar naquela
situação.
E com o inversor de frequência tradicional dependendo da aplicação você
consegue GRANDES eficiência energéticas. Outro fator muito importante do
inversor de frequência tradicional é a corrente de entrada (IN) sempre vai ser
menor do que a corrente de saída (OUT) independente da marca e modelo.
O inversor de frequência tradicional geralmente no mercado tem
disponível a tensão de alimentação até 690V e a corrente de saída até 1600A,
o valor do equipamento está relacionado a tensão de alimentação, corrente
de saída, opcionais e grau de IP.

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional

O inversor de frequência recebe uma tensão de alimentação alternada na


entrada passa pelo sistema de retificação transformando essa tensão
alternada para tensão continua, na sequência vai para o dc link visando
eliminar o ripple entra no circuito inversor onde realiza o sistema de inversão
de frequência transformando a tensão continua para a tensão alternada
novamente, porem agora conseguindo realizar a modulação desse sinal.
Para entender o funcionamento do inversor de frequência precisamos
entender detalhadamente cada etapa dessa estrutura.

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Circuito de


Entrada

O circuito de entrada é composto pela tensão alternada trifásico e


corrente alternada trifásico, as faixas de tensão alternada são:
200 até 250V: Nesse caso o inversor de frequência pode ser alimentado
tanto para as tensões rurais, quanto residencial, comercial e industrial.
320 até 450V: Nesse caso o inversor de frequência na ligação em 380V é a
mesma faixa para a ligação em 440V, o que vai mudar é a corrente.
525 até 690V: Nesse caso a alimentação geralmente em indústria que a
tensão de alimentação é de 660V ou 690V.
A corrente você encontra no mercado disponível até aproximadamente
1600A.
Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Sistema de
Retificação

O sistema de retificação tem como principal função receber a energia CA


e transformar ela para CC, no modelo tradicional recebe a tensão trifásica R,
S e T e transforma para positivo e negativo.

Figura 1: Sistema de Retificação


Fonte: Autoria Própria
A ponte de retificação basicamente opera da seguinte maneira, aplica-se
a tensão de alimentação alternada na entrada da ponte e na saída ocorre
uma saída pulsante que vai para o DC link.

Figura 2: Circuito de entrada e saída sistema de retificação


Fonte: Autoria Própria
Os diodos e SCR(s) do inversor de frequência tradicional varia de acordo
com a corrente e potência, segue a fotos de alguns modelos.
Imagem 1: SCR e Módulo diodo
Fonte: EducaDrives

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - DC Link

O DC Link recebe essa tensão pulsante que sai do sistema de retificação,


ele é responsável por atuar como filtro de harmônica e eliminar o ripple
causado pelo sinal pulsante. Em alguns inversores de frequência apenas
consegue eliminar o ripple devido não ter o indutor em sua forma
construtiva, o que consequentemente afeta no distanciamento do cabo
entre o inversor de frequência e motor.
Uma das grandes vantagens de ter o indutor é poder obter uma melhor
qualidade de sinal da tensão CC. O capacitor ele tem a característica de
atrasar a tensão e digamos minimizar a queda de tensão entre um pico e
outro da senoide, deixando assim o sistema mais próximo de uma tensão CC,
Essa diferença chamada de ripple deve ser reduzida na menor possível com
tolerância de 5% de defasagem.

Figura 3: DC Link
Fonte: EducaDrives

No inversor de frequência pode ter um ou mais capacitores em série e


em paralelo. Quanto maior o inversor de frequência mais capacitores ele vai
ter.
Imagem 2: Placa com capacitores e indutor do DC Link.
Fonte: EducaDrives

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Circuito Inversor


(CC/CA)

O circuito inversor é o coração do inversor de frequência ele é composto


por uma ponte de IGBTs. Essa ponte recebe o sinal CC do DC Link e através
do chaveamento em alta frequência realizado pelo sistema de gatilho e
controle, gera a senoide de saída, ou seja transforma esse sinal CC em sinal
CA. Através desse controle podemos realizar o controle da velocidade nos
motores de indução trifásico e motores síncronos de imã permanente. A
principal variável que faz ter o controle de velocidade é a frequência nominal
do motor, quanto maior a frequência nominal do motor maior a velocidade
do motor, quanto menor a frequência menor a velocidade do motor, sempre
atendendo a frequência máxima do motor nos dados de plaqueta.

Figura 4: Circuito Inversor CC/CA


Fonte: EducaDrives

Na prática existem vários tamanhos de pontes de IGBT(s) depende muito da


potência do inversor de frequência. Segue fotos de alguns modelos de
IGBT(s).
Imagem 3: Módulo IGBT de 200A e módulo IGBT de 450A.
Fonte: EducaDrives

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Sistema de


Gatilho e Sistema de Fonte

O sistema de gatilho tem como principal função realizar o chaveamento


da ponte dos IGBT(s), esse chaveamento é realizado através do sinal PWM
gerando forma de onda na saída.
O sistema de fonte tem como principal função realizar a alimentação do
circuito eletrônico do inversor de frequência tradicional, através de uma
fonte chaveada em alta frequência é realizado a alimentação das demais
placas.
O sistema de gatilho para inversor de frequência tradicional baixa
potência é composto por uma placa impressa com o sistema de fonte na
mesma placa. Já para inversor de frequência de alta potência os circuitos
vêm em placas separadas.

Imagem 4: Placa de fonte/gatilho e placa de gatilho.


Fonte: EducaDrives
Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Sistema de
Controle, Ventilação e Leitura

A principal função do sistema de controle é receber o comando realizado


pelas, digitais, analógicas, display ou até mesmo via protocolos de
comunicação. Interpretar esses comandos e realizar a ação internamente no
inversor de frequência tradicional.

Imagem 5: Placa de controle modelo CFW11 e FC 202.


Fonte: EducaDrives
Já a principal função do sistema de ventilação é realizar a troca de calor
internamente do inversor de frequência tradicional com a temperatura
ambiente, devido a temperatura elevada causada diretamente pelos IGBT(s)
e retificação é necessário ter o ventilador para poder atender as
temperaturas ambientes de operação propostas pelos fabricantes.

Imagem 6: Ventilador do inversor de frequência


Fonte: EducaDrives
O sistema de leitura é composto por várias leituras segue algumas dessas
leituras: leitura de corrente, leitura de temperatura, leitura de tensão CA,
leitura de tensão CC, leitura de torque entre outros.
A leitura da temperatura é realizada normalmente através de NTC que
fica localizado internamente nos IGBT(s) ou nos módulos IGBT(s) onde esse
sensor lê o sistema de temperatura instantaneamente. Alguns existem o
sensor de temperatura no dissipador de calor, porém a maioria é através dos
módulos IGBT(s). O DC Link é um grande setor do inversor de frequência
tradicional que realiza a leitura é através dele que realiza a leitura de falta de
fase na entrada, um desbalanceamento de carga na saída, ou uma
FEM(Força Contraeletromotriz) gerada pelo motor e aplicação.
O TC também está relacionado ao sistema de leitura do inversor de
frequência tradicional ele é responsável por realizar a leitura de corrente do
sistema, inversor de frequência de baixa potência não tem TC(s), nesse caso
o sistema de leitura de corrente é realizado através do sistema de resistência
schunt!

Estrutura Interna Inversor de Frequência Tradicional - Filtro e Carga

A principal função do filtro é eliminar ruídos, melhorar a qualidade de


saída da onda ou até mesmo eliminar algum ruído gerado pelo inversor de
frequência tradicional devido os altos chaveamentos!

Imagem 7: Filtro RFI e Filtro LC


Fonte: EducaDrives

A principal função da carga é fechar o circuito, normalmente a carga é


um motor de indução trifásico, porém existe também a possibilidade de ter
um motor síncrono de imã permanente, grandes exemplos desses motores é
o WMagnet da WEG ou o OGD da Danfoss.
Os motores estão sempre acoplados a aplicação, toda a dimensão e
instalação do inversor de frequência tradicional está diretamente
relacionada a aplicação.
Exercício

1) Conforme explicado enumere as informações da imagem.

- DC Link;
- Carga;
- Circuito Inversor;
- Circuito de Entrada;
- Sistema de gatilho/fonte/controle;
- Sistema de retificação;
- Sistema de controle;

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