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UNIDADE CURVELO
Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente
Curso de Graduação em Engenharia Civil
CURVELO – MG
2022
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CURVELO – MG
2022
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SUMÁRIO
1 DIREITO À CIDADE
muito precárias. Além disso, a década de 1980 foi marcada por um contexto de reivindicação
pela ampliação da cidadania e da participação política nas cidades, fruto do processo de
redemocratização. Dessa maneira, o ideário do direito à cidade sofreu uma simbiose com o
ideário da reforma urbana que focava suas reivindicações no tripé: a) acesso à terra e à moradia;
b) função social da propriedade e combate à especulação imobiliária; etc) gestão democrática
das cidades.
O parque se destaca como um lugar especial para estar e criar uma cidade, um lugar para
descobrir conexões emocionais entre o corpo, o espaço público e a urbanidade a partir de
fantasias que o vinculam à urbanização, ao relaxamento, à natureza e à diversão.
No que tange às variáveis ambientais dos índices de qualidade de vida, a arborização de
parques e praças incorpora importantes fatores de estabilização ecológica e ambiental. Reduz
os efeitos da poluição e de rigores microclimáticos causadores de desconforto (grande
amplitude térmica durante o dia com altas temperaturas) e ajuda a regular a umidade relativa
do ar (todos esses fatores trazem prejuízos à saúde). Pesquisas sobre ilhas de calor revelam que
a temperatura pode oscilar entre 7 e 10 graus comparativamente a áreas com grande quantidade
de vegetação arbórea (CALOR, 2009, p.31). O potencial do parque urbano estaria
principalmente nos serviços ambientais que presta ao seu entorno imediato (manutenção da
biodiversidade, drenagem de águas pluviais, regulação microclimática, equilíbrio ecológico,
qualidade do ar) (MACHADO, 2009, p.91). Fato é que a qualidade ambiental urbana angaria
cada vez maior destaque nas discussões acadêmicas, políticas e sociais, sobretudo se
relacionadas aos conceitos de desenvolvimento sustentável e de sustentabilidade urbana.
Não obstante, é relevante ponderar que além da quantidade desses espaços em uma
cidade - fato analisado neste artigo quando se fala da distribuição dos espaços públicos de lazer
em Belo Horizonte - importa também a qualidade, a frequência de usuários nesses espaços, a
permanência das pessoas no local e as trocas, principalmente entre grupos heterogêneos.
2.1 CIDADANIA
“construído com base na convivência cooperativa, que exige o acesso a um espaço comum, e é
esse acesso ao espaço comum que permite a construção de um mundo comum por meio do
exercício dos direitos humanos” (LAFER, 1988)
As evidências de hoje apontam para uma mudança crescente no exercício da cidadania:
para além dos meios tradicionais (voto, partidos políticos, sindicatos, cooperativas, igrejas e
associações), existem outros modos de engajamento mais flexíveis e multifacetados (não formal
organizações, protestos, debates online, e petições) que também pressionam por maior
engajamento cognitivo, ou seja, maior convicção política individual.
A supercidadania e a subcidadania seriam variáveis dependendo do meio social em que
a pessoa se encontra. Assim, segundo este autor (DAMATTA, 1997, p.30 e ss), existem três
perspectivas distintas no âmbito espacial: a casa privada, mais conservadora; o público, aberto
ao legalismo jurídico e comercial; e o outro mundo. As atitudes, gestos, tópicos e normas sociais
que são específicos de cada espaço seriam então associados a esse espaço, e cada evento seria
sempre interpretado pelas lentes do código social correspondente. Em outras palavras, o
relacionamento desempenharia um papel crucial papel na concepção e na dinâmica da ordem
social.
A casa ou rua oposta seria animada e próxima. Segundo o autor, os segmentos
"dominadas" destinam - se a serem lidos a partir do código da rua, enquanto os segmentos
dominantes destinam - se a utilizar o código da casa como fonte de interpretação. Além disso,
segundo DaMatta, o espaço público seria perigoso e geralmente visto como negativo porque
estaria fundado na dissecação e na linguagem da lei, que da mesma forma o subordinaria e
exploraria ao mesmo tempo em que criaria deveres e obrigações. Dessa forma, segundo
DaMatta, ainda que a ideia de ética pública e o exercício da cidadania estejam consagrados em
lei (a rua), a rede de relações interpessoais para a mediação convencional ainda se mostra
bastante forte.
a novas formas de viver na cidade. É óbvio que dentro de uma mesma cidade existem diferenças
perceptíveis que refletem a desigualdade socio étnica. Devem ser feitas tentativas para diminuir
a injustiça social. No passado, as ideias associadas ao Corbus ignoravam as diferenças sociais,
mas os conflitos de hoje são mais evidentes e levam a alternativas viáveis de estilo de vida
urbano.
Em uma sociedade socialmente desigual, formada por cidades espacialmente desiguais,
a distribuição dos espaços abertos e verdes (parques e praças) é extremamente desigual, e a
qualidade ambiental de cada um deles está diretamente relacionada à renda familiar. Discutir
política e planejamento público nessas situações requer um conhecimento íntimo do território
local, caracterizado pela situação urbana única, pelo envolvimento de diversos agentes na
implementação e gestão dos sistemas, sua configuração e oportunidades de uso e apropriação
que apresenta (PRETO, 2009). Além disso, o governo deve se preparar para ouvir e fazer uma
leitura subliminar de algumas demandas que vão além das metas protegidas, pois muitas delas,
como as de criação de parques e espaços públicos, decorrem de preocupações com o futuro.
Portanto, para fazer um bom diagnóstico e embasar a proposição de políticas públicas,
a análise urbana deve ser sensível a diversos motivos, objetos, contextos geográficos,
significados simbólicos e temporalidades práticas excludentes e segregadoras existentes nos
espaços públicos (ALVARES, VAINER, QUEIROGA, 2008). Os diferentes também devem
ter direito à cidade. Além de ser um direito legal, a reivindicação de todos os espaços da cidade
constitui uma afirmação da condição de cidade.
Fato: Devido à propriedade privada do terreno e aos altos custos de despejo, a margem
de manobra do público depois que a urbanização já está instalada é reduzida. Por outro lado, os
terrenos baldios urbanos podem desempenhar um papel fundamental nas políticas públicas
destinadas a melhorar ambiente urbano. Além de entregar uma melhor experiência estética para
a cidade, isso também valoriza o bem comum. De qualquer forma, o direito à cidade não pode
ser restrito a uma área específica, a um grupo específico, ou ser exercido apenas nas áreas
centrais. A par da acessibilidade, esta “centralidade” deveria ser alargada a todas as zonas da
cidade.
A história, definições e conexões das cidades e seus arredores se sobrepõem ao
urbanismo moderno. Há segregação espacial na cidade baseada na renda individual, e a
reprodução do capital indica os modos de uso do espaço e, em última análise, a configuração
do espaço urbano. As pessoas com maior renda tendem a residir em bairros amplos, bem
iluminados e com infraestrutura completa, onde o custo do terreno é maior e gastam menos
tempo viajando. Pessoas com renda mais baixa tendem a viver na periferia, que normalmente é
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vista como uma área densamente povoada, sem infraestrutura e com preços de moradia mais
acessíveis, onde as autoconstruções se tornaram mais comuns. Como resultado, eles gastam
muito mais tempo viajando. As favelas ficam para aqueles para quem mesmo nem isso é
possível.
A distribuição dos espaços públicos, como parques e praças, é evidentemente desigual
na cidade. Como resultado, por um lado, pode-se dizer que os moradores de áreas periféricas
têm seu acesso à cidade mais restrito, pois há menos espaços públicos abertos próximos a suas
residências, o que implica em menores oportunidades de lazer acessíveis e irrestritos .Têm
menor renda familiar, menos vegetação ao seu redor e nas estradas e avenidas, o que diminui a
qualidade de vida porque essas áreas acabam se transformando em focos de calor. Além disso,
constatou - se por meio de pesquisas sobre transporte que as pessoas gastam muito tempo se
deslocando, o que reduz a probabilidade de utilização dos espaços disponíveis. Esse fato
também pode estimular maior adesão à vida cívica, participação e dever cívico.
Com relação ao uso de parques e praças como locais de encontro, lazer e entretenimento,
observou-se que, apesar de sua distribuição desigual por Belo Horizonte, tanto no centro da
cidade quanto na periferia recebem um grande fluxo de visitantes, especialmente na parques da
última área. Entretanto, a proximidade da residência parece ser um fator muito importante nas
entrevistas realizadas, o que faz com que os frequentadores do local pertençam a grupos
bastante homogêneos.
3 CONCLUSÃO
exercício da cidadania e a fruição da cidade por todos os cidadãos, pois, como se observou, o
Estado é em grande parte composto por grupos que já goza de certos privilégios e, na execução
de seus planos e ações, privilegia alguns fatores ou áreas em detrimento de outros, levando em
consideração a composição de interesses concorrentes, incluindo opções relacionadas à técnica,
à política e ao direito.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROBBA, F.; MACEDO, S.S. Praças brasileiras. São Paulo: Edusp/ Imprensa Oficial do
Estado, Coleção Quapá, 2002.
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A Tolice da Inteligência Brasileira: ou como o país se deixa manipular pela elite. São Paulo:
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VIEIRA, Monica Brito. O Espaço urbano e a arquitetura da cidadania. In.: CABRAL, Manuel
Villaverde; SILVA, Filipe Careira; SARAIVA, Tiago. Cidade e Cidadania. Governança
urbana e participação cidadã em perspectiva comparada. Lisboa: ICS, 2008.
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