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Qual o significado do número sete na Bíblia?

Por que ele é tão usado?

Você pergunta: Em minhas leituras bíblicas estou notando que a bíblia usa muito o número sete
e seus múltiplos. Gostaria de entender melhor esse uso do número sete na Bíblia, se ele é
literal, se é simbólico e por que ele se repete tantas vezes nos textos.

Caro leitor, como em qualquer língua, nas línguas originais em que a Bíblia foi escrita (hebraico,
aramaico e grego) tínhamos sistemas de numeração que tinham o objetivo de facilitar a
contagem.

Mas sabemos que na Bíblia os números não eram usados apenas para esse objetivo, mas
também de formas muito simbólicas. Vamos meditar um pouco nesse tema, especialmente o
uso do número sete na Bíblia.

O que significa o número sete na Bíblia?

(1) A primeira coisa que temos de saber é que o uso do número sete na Bíblia, em grande parte
dos textos, simbolizava nas épocas em que foram escritos os textos, a plenitude ou a perfeição
de algo ou alguém.

Por exemplo, logo na criação observamos que Deus fez a criação (criação e dia de descanso) em
sete dias:

“E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda
a sua obra que tinha feito” (Gênesis 2:2).

Temos aqui um uso claro do número sete para demonstrar a perfeição. Deus usou desse
número símbolo para demonstrar isso, já que Ele, como Deus, podia ter criado o mundo em um
dia só se quisesse. Temos claramente aqui esse simbolismo do número sete.

(2). Observemos um outro exemplo interessante: o Faraó da época de José do Egito teve um
sonho que o perturbou. No sonho vemos o número sete aparecendo novamente como símbolo
da plenitude da vontade de Deus que seria feita no Egito:

“Do rio subiam sete vacas formosas à vista e gordas e pastavam no carriçal. Após elas subiam
do rio outras sete vacas, feias à vista e magras; e pararam junto às primeiras, na margem do
rio” (Genesis 41:2-3).

Temos aqui Deus usando o simbolismo já conhecido do número sete para demonstrar que toda
Sua vontade aconteceria conforme o sonho que foi interpretado por José como sendo sete
anos de fartura seguidos de sete anos de fome.
Além da literalidade do tempo (7 anos) temos a simbologia da plenitude da vontade de Deus
sendo feita.

(3) Observe ainda um outro exemplo interessante: na punição que Deus deu aos israelitas do
reino sul (Judá), o tempo de punição foi um múltiplo de sete (setenta), indicando uma punição
completa de Deus ao Seu povo, que foi levado cativo para a Babilônia:

“Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei
da Babilônia e a desta nação, diz o SENHOR, como também a da terra dos caldeus; farei deles
ruínas perpétuas” (Jeremias 25:12).

Esses exemplos citados até agora mostram que, além do uso literal do número sete e seus
múltiplos, temos também atrelados a ele o uso simbólico demonstrando a perfeição e
completude daquilo que está sendo mencionado.

(4). No novo testamento também temos esse uso do número sete, seja de forma literal, literal e
simbólica ao mesmo tempo, ou somente simbólica.

Vejamos este exemplo, onde Jesus usa o número sete para demonstrar simbolicamente que
devemos perdoar o próximo quantas vezes for necessário, algo ilimitado:

“Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus
18:22).

Pedro pensava que perdoar sete vezes seria o número perfeito de vezes a perdoar alguém.
Jesus adiciona uma multiplicação ao número sete para demonstrar a Pedro que precisaria ir
muito mais além no exercício do perdão.

(5). Por fim, não podemos deixar de falar do uso do número sete no livro de Apocalipse. Ele
segue a mesma significação que no restante da Bíblia, usado sempre com o sentido de
perfeição ou plenitude de algo ou alguém, mas não podemos deixar de notar que Apocalipse
usa o número sete de uma forma muito característica, na maioria das vezes de forma simbólica,
com simbolismos interessantíssimos (e difíceis muitas vezes) de estudar.

Vejamos este interessante: “Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que
tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que
vives e estás morto” (Apocalipse 3:1).

Aqui, apontam muitos estudiosos, sete espíritos de Deus seria uma menção à plenitude do
Espírito Santo, presente junto a ação de Jesus Cristo, que é Aquele que enviou o Espírito Santo
à Sua igreja após a Sua morte e ressurreição.
Os crentes da igreja de Sardes estavam como que mortos espiritualmente e precisavam ser
reavivados pela ação plena do Espírito Santo em suas vidas (daí o número sete).

Já as sete estrelas mencionadas, simbolicamente, são os sete anjos das igrejas (alguns pensam
que esse anjo seria o pastor de cada igreja), como o próprio Jesus explica:

“Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de
ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas”
(Apocalipse 1:20).

Você tem percebido como os sinais da segunda vinda de Cristo estão cada vez mais intensos?
Exatamente por conta disso se faz necessário cada vez mais conhecermos as profecias de
APOCALIPSE para nos prepararmos! MAS O LIVRO DE APOCALIPSE É BEM COMPLICADO DE
ENTENDER, NÃO É MESMO?

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