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Fundamentos Eletricos Automotivos
Fundamentos Eletricos Automotivos
FUNDAMENTOS
DE ELETRICIDADE
AUTOMOTIVA
Série automotiva
FUNDAMENTOS
DE ELETRICIDADE
AUTOMOTIVA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
FUNDAMENTOS
DE ELETRICIDADE
AUTOMOTIVA
© 2014. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491f
ISBN 978-85-7519-819-3
CDU: 629.3.064
SENAI Sede
3 Magnetismo e Eletromagnetismo............................................................................................................................23
3.1 Princípios.........................................................................................................................................................24
3.2 Características................................................................................................................................................25
3.3 Aplicações.......................................................................................................................................................26
5 Circuitos Elétricos...........................................................................................................................................................43
5.1 Simbologia......................................................................................................................................................44
5.2 Circuitos em série.........................................................................................................................................44
5.3 Circuito paralelo............................................................................................................................................46
5.4 Circuito misto.................................................................................................................................................47
6 Cabeamento.....................................................................................................................................................................51
6.1 Características................................................................................................................................................52
6.2 Dimensionamento.......................................................................................................................................53
6.3 Instalação........................................................................................................................................................55
7 Instrumentos de Medição............................................................................................................................................59
7.4 Multímetro......................................................................................................................................................60
7.5 Amperímetro.................................................................................................................................................62
7.6 Osciloscópio...................................................................................................................................................64
8 Esquemas Elétricos.........................................................................................................................................................67
8.1 Leitura...............................................................................................................................................................68
8.2 Utilização.........................................................................................................................................................70
8.3 Diagnóstico de Falhas.................................................................................................................................73
9 Rede CAN...........................................................................................................................................................................77
9.1 Tipos e Características.................................................................................................................................78
9.2 Função..............................................................................................................................................................78
9.3 Funcionamento.............................................................................................................................................79
9.4 Componentes................................................................................................................................................82
10 Ordem de Serviço.........................................................................................................................................................87
10.1 Elaboração....................................................................................................................................................88
10.2 Coleta, interpretação e registro de informações............................................................................89
10.3 Tempo padrão de mão de obra (tpmo)..............................................................................................89
10.4 Orçamento de mão de obra...................................................................................................................90
Referências......................................................................................................................................................................... 105
Índice................................................................................................................................................................................... 111
Introdução
Anotações:
Grandezas de Unidades Elétricas
Para que você compreenda, de fato, o que é eletricidade, é preciso inicialmente conhecer
alguns conceitos básicos referentes aos princípios físicos que fundamentam essa ciência. A ele-
tricidade automotiva trabalha com os princípios elétricos aplicados nos mais diversos sistemas
eletroeletrônicos. Seja um sistema de construção simples, ou um sistema mais complexo, os
princípios elétricos sempre estarão presentes.
Você estudará, neste capítulo, alguns desses princípios, o que possibilitará a realização de
reparações nos sistemas eletroeletrônicos automotivos. Assim, você aprenderá sobre tensão
elétrica, conhecendo suas características e aplicações. Conhecerá, também, a corrente e a resis-
tência elétrica, identificando suas características, aplicações e correlações.
Em seguida, aprenderá sobre potência elétrica e suas particularidades. Além disso, conhece-
rá as leis de Ohm e de Kirchoff, que são a base das leis da eletricidade.
Dessa maneira, ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os princípios elétricos automotivos;
b) aplicar os conceitos de tensão, corrente, resistência e potência elétrica;
c) realizar manutenção, reparações e diagnósticos nos sistemas eletroeletrônicos automo-
tivos;
d) interpretar as leis de Ohm e de Kirchoff.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
14
Lâmpada
Fio condutor
Partícula eletrizada
saindo da pilha
Partícula eletrizada
+ Pilha
voltando para a pilha
Paulo Cordeiro (2014)
Fio condutor
CASOS E RELATOS
Como você pode observar, sempre que há uma diferença de potencial entre
dois polos, existe a capacidade de transferência de energia. Mas para que os elé-
trons possam se deslocar de um ponto a outro, é necessária a existência de um
fluxo. Continue seus estudos, e veja a seguir como a energia elétrica é enviada de
um ponto a outro.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
16
2.2 Corrente
-
+
+ volts
Gerador AC
- volts
+ volts
+
0
Paulo Cordeiro (2014)
Bateria - volts
Figura 3 - Corrente alternada e corrente contínua
Fonte: Manutenção & Suprimentos (2011)
FIQUE Por possuir picos de tensão que variam de polo, como ne-
gativo e positivo, a corrente alternada pode dar choques
ALERTA elétricos, que podem prejudicar sua saúde.
2.3 Resistência
2.4 Potência
George Simon Ohm, a partir de seus estudos, “definiu uma relação entre cor-
rente, tensão e resistência elétricas em um circuito” (CAPELLI, 2010, p. 35). A partir
dessas descobertas foi formulada a lei de Ohm.
A lei de Ohm estabelece que a tensão sobre um resistor é diretamente pro-
porcional à corrente que o atravessa. Então, constante de proporcionalidade é o
valor da resistência do resistor em ohms. Existem duas leis de Ohm:
SAIBA Você pode saber um pouco mais sobre as leis de Ohm pes-
quisando no site: <http://educacao.globo.com/fisica/assun-
MAIS to/eletromagnetismo.html>
Na eletricidade, além das leis de Ohm, existem as leis de Kirchoff, que você
conhecerá a seguir.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
20
i4
i1
i2
Paulo Cordeiro (2014)
i3
Recapitulando
Diariamente você se depara com sistemas eletroeletrônicos e, muitas vezes, não percebe
a presença do magnetismo. Certamente, cada equipamento elétrico a sua volta possui algum
tipo de componente eletroeletrônico que trabalha com magnetismo ou eletromagnetismo.
Essa força de atração é amplamente utilizada nas diversas áreas da eletricidade, assim, também,
na área automotiva. Por isso, neste capítulo você vai conhecer os conceitos de magnetismo,
estudando seus princípios, características e aplicação.
Ao concluir os estudos deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar conceitos eletroeletrônicos e suas correlações;
b) interpretar os conceitos de magnetismo e sua aplicação.
Siga em frente!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
24
3.1 Princípios
iStock ([20--?])
Figura 6 - Magnetismo
Lâmpada
Linhas de indução
do campo magnético
Figura 7 - Eletromagnetismo.
Fonte: adaptado de Souza e Kirner (2012)
Com os estudos realizados até aqui é possível definir o princípio físico do mag-
netismo, mas ainda é preciso saber suas características, para então compreender
a ampla aplicação desse fenômeno.
3.2 Características
Todos os ímãs são compostos de dois polos, sendo um o polo norte (N) e o
outro, o polo sul (S). Estes polos são chamados de polos magnéticos.
Os ímãs são materiais ferromagnéticos que possuem a propriedade de atrair ou
repelir outros ímãs. Esse tipo de material tem a característica de se imantar quando
são submetidos a um campo magnético. Dessa forma, é possível fabricar ímãs.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
26
Se você comparar um ímã a uma carga elétrica, verá que eles se comportam da
mesma forma: polos com as mesmas características se repelem e polos de carac-
terísticas contrárias se atraem.
A inseparabilidade dos polos é outra característica importante dos ímãs. Se-
gundo ela, não é possível encontrar um ímã só com polo norte ou só com polo
sul, pois, se um ímã for dividido, ele dará origem a dois novos ímãs e a polaridade
deles dependerá de como foi feita sua divisão.
Os polos dos ímãs são denominados de polo norte ou polo sul porque se um
ímã se mover livremente, um de seus polos se alinhará com o polo Norte da Terra,
este será o polo norte do ímã, e o outro polo se alinhará com o polo Sul da Terra,
sendo assim denominado polo sul do ímã.
Agora compreendendo os princípios e características dos ímãs, veja a aplica-
ção desses materiais magnetizados.
3.3 Aplicações
CASOS E RELATOS
As luzes do ABS
Carlos é um experiente mecânico de uma oficina de reparação automo-
tiva. Certo dia recebeu um cliente que relatou que o veículo ascendeu a
luz do ABS e não desligou mais. Após instalar o scanner de diagnósticos,
Carlos constatou que seria necessário substituir o sensor do freio ABS.
Nesse momento, Carlos ficou curioso em saber exatamente como fun-
ciona o sensor do freio ABS. Após pesquisar um pouco, descobriu que se
trata de um componente com ímã na ponta. Como ele emite um campo
magnético, cada vez que algo metálico passa por perto seu campo é alte-
rado. Ele percebeu que uma roda dentada, chamada roda fônica, passava
perto do sensor, e cada vez que passava um dente gerava um sinal ao
módulo de controle.
Após o diagnóstico, Carlos trocou o sensor do freio ABS, o que resolveu o
problema do veículo e deixou o cliente satisfeito.
Recapitulando
Anotações:
Componentes Elétricos e Eletrônicos
4.1 Resistores
Seubsai ([20--?])
Figura 8 - Resistores
4.2 Capacitor
SAIBA Você pode saber um pouco mais sobre este e outros compo-
nentes elétricos e eletrônicos pesquisando no site <http://
MAIS www.brasilescola.com/>.
Figura 9 - Capacitor
4.3 Indutor
thanarat27 ([20--?])
Figura 10 - Indutor
Você viu que os indutores são componentes muito complexos. Alguns dos
principais componentes têm essa característica, assim como os condutores, que
você estudará a seguir.
4.4 Condutores
Condutor
Cobertura
Isolação
Separador
procobre ([20--?])
4.5 Fusíveis
ajt ([20--?])
Figura 12 - Fusíveis
4.6 Relés
Induzido
Núcleo
Bobina
A B
Paulo Cordeiro (2014)
Contatos bobina
Contatos
elétricos
Figura 13 - Relé universal
Fonte: Electrónica (2014)
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
38
CASOS E RELATOS
Substituindo o relé
Ricardo trabalha em uma oficina mecânica como eletricista. Certo dia
atendeu um cliente que relatou que seu veículo apresentava problemas
nas setas indicadoras de direção. Ao analisar a falha, Ricardo constatou
que seria necessário substituir o relé das setas.
Para conhecer a causa da falha, Ricardo desmontou o relé. Dessa forma,
ele conseguiu identificar que os contatos internos sofreram um supera-
quecimento, fazendo com que se unissem. A corrente elétrica, por sua
vez, passava direto pelo relé, e ao invés de piscar, as luzes de direção fica-
vam acessas constantemente.
Após efetuar a substituição do relé danificado, as setas de direção volta-
ram a funcionar normalmente.
Agora que você já aprendeu sobre os relés, que tal conhecer os diodos? Siga
em frente.
4.7 Diodos
Stockbyte ([20--?])
Figura 14 - Diodos LED
Conheça a seguir os transistores que, assim como os diodos, são muito utiliza-
dos em equipamentos de som, imagem, controles industriais, máquinas, calcula-
doras e computadores.
4.8 Transistor
A palavra transistor deriva do termo inglês “transfer resistor” que significa resis-
tor de transferência. “Os transistores são dispositivos semicondutores que ampli-
ficam sinais ou agem como interruptores pelo controle da corrente ou da tensão
que é aplicada em um eletrodo” (FUJITAKI, 2009, p. 176).
Sebalos ([20--?])
Figura 15 - Transistor
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
40
Recapitulando
Anotações:
Circuitos Elétricos
Você já se imaginou capaz de resolver o problema elétrico de uma das sinaleiras do seu veí-
culo ou do veículo de alguma pessoa próxima a você, tendo em mãos um circuito elétrico? Pois
isso será possível a partir do estudo deste capítulo.
Nele você estudará a importância da simbologia dos circuitos elétricos e eletrônicos, apren-
derá como o sistema elétrico funciona, além de aprender a identificar seus componentes e en-
tender as diferenças básicas entre os três tipos de circuitos fundamentais no sistema elétrico
automotivo.
Ao concluir os estudos deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar e interpretar a simbologia dos diagramas elétricos;
b) identificar e aplicar os circuitos em série, paralelo e misto.
Você poderá, também, realizar serviços de testes e substituições de qualquer componente
do sistema elétrico de veículos automotores. Siga em frente!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
44
5.1 Simbologia
Zener
Bateria
Potenciômetro Variável +
Alto-falante
Pilha
Terra Massa +
TRIMPOT Trimmer
Transformador LED Chaves
Fusível Aparafusado
no chassi
Bateria
Chave de luz
58
Farol direito
Aparecido Oliveira ([20--?])
Aparafusado
no chassi
Como você pode observar na figura anterior, todos os componentes estão dis-
postos um após o outro. Desse jeito, se remover um dos componentes, o circuito
ficará aberto e nenhum dos outros componentes receberá corrente elétrica.
Na sequência, você estudará o funcionamento do circuito paralelo, e notará
que é semelhante ao funcionamento do circuito em série. A principal diferença é
o sentido da corrente.
2 1
+
Bateria
-
Paulo Cordeiro (2014)
1 2
As setas indicam o sentido da
corrente elétrica
Figura 18 - Circuito em paralelo
Fonte: do Autor (2014)
5 Circuitos Elétricos
47
Você estudará, a seguir, o circuito misto, que agrega funções dos dois circuitos
estudados até agora, ou seja, uma mescla dos dois.
Um circuito misto nada mais é que dois circuitos (em série e paralelo) ligados
em si, para uma melhor resolução elétrica, em uma única fonte de tensão. A essa
associação dá-se o nome de Circuito Misto.
Observe, no diagrama a seguir, que o caminho da corrente não é apenas um,
caracterizando o circuito em paralelo. Por outro lado, esse circuito necessita de
apenas uma fonte de energia comum aos dois circuitos, caracterizando o circuito
em série (simples).
Luiz Meneghel (2014)
+ -
12V
Figura 19 - Circuito misto
Fonte: adaptado de Brasil Escola (2014)
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
48
CASOS E RELATOS
Montando um circuito
João, em uma aula do curso técnico, estudou sobre circuitos elétricos,
o que despertou nele a curiosidade em realizar uma experiência caseira
para praticar o que aprendeu.
Pesquisou, então, em livros e na internet quais componentes necessitaria
e, após reunir uma placa gravada, alguns resistores, uma fonte (bateria 12
v), fios condutores, uma máquina de solda, um rolo de fio de estanho e
algumas lâmpadas, percebeu que necessitaria definir qual circuito mon-
taria.
Decidido de que montaria um circuito misto básico, conectou as lâm-
padas aos demais componentes e, quando tudo estava conectado João
verificou que havia, de fato, aprendido sobre circuitos elétricos, tema da
aula daquele dia.
Recapitulando
Anotações:
Cabeamento
Você já parou para pensar em como funciona o cabeamento dos sistemas elétricos auto-
motivos? Esse é o tema deste capítulo. Nele, você estudará o cabeamento conhecido como
“chicote elétrico” de alguns sistemas elétricos de automóvel, desde a instalação de um simples
rádio automotivo até a manutenção dos fios da rede CAN que, a partir de 2009, é o caminho
mais curto entre o homem e a tecnologia veicular.
Após concluir os estudos deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar as caraterísticas do cabeamento eletroeletrônico automotivo;
b) realizar o dimensionamento dos cabos e condutores elétricos;
c) realizar a instalação de cabos e condutores elétricos automotivos.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
52
6.1 Características
Depois que você estudou as características construtivas dos fios e cabos de ve-
ículos automotores, conhecerá a dimensão que esses aparatos tecnológicos têm,
facilitando a vida do proprietário e do técnico em mecânica.
6.2 Dimensionamento
Wolfsburg1984 [(20--?])
Essa demanda desafia os fabricantes de sistemas de intercomunicação a lan-
çarem novas tecnologias de atualização e, consequentemente, tecnologias mais
avançadas do que as de seus concorrentes. Como centrais multimídias que cada
vez mais interagem com os ocupantes do veículo, até sistemas de segurança
como ABS e AIRBAG, que preparam os ocupantes para uma possível colisão.
Um cabo de rede CAN é dimensionado conforme normas vigentes em acordos
internacionais, assinados por todos os países detentores de tecnologias automo-
tivas (formando um padrão), além de ser projetado com cabos e fios adequados
para sustentar as condições de uso e manuseio desse sistema.
seção mínima
queda de tensão
6.3 Instalação
CASOS E RELATOS
Trocando o som
Fred, um jovem que recém havia adquirido seu primeiro automóvel “zero
km”, buscou uma empresa especializada em instalação de acessórios au-
tomotivos para a instalação de um novo equipamento de som.
O instalador realizou todo o trabalho, porém, quando Fred voltou para
buscar seu automóvel, verificou que não era possível ligá-lo. Ele simples-
mente não funcionava e o instalador não conseguia explicar o motivo,
pois tinha pouca experiência devido o modelo ter sido lançado recente-
mente.
O cliente e o instalador buscaram então, um profissional mais experiente
para identificar o problema. Este verificou que o instalador, na hora de
trocar o aparelho original, cortou alguns fios que julgava não serem im-
portantes para o funcionamento do som. Ao fazer a ligação destes com o
novo aparelho, por serem fios muito finos e desconhecer sua importância
e função, o instalador não se preocupou em separá-los e prosseguiu com
a instalação.
Os fios cortados faziam a comunicação da central do painel de controle
(painel de instrumentos nos veículos atuais também são centrais de co-
mando eletrônico), com a central mestra do sistema de comunicação mul-
tiplexado. O rompimento deles ocasionou o não funcionamento do veí-
culo e a insatisfação do cliente, que perdeu compromissos importantes.
6 Cabeamento
57
Recapitulando
Você já se imaginou trabalhando em uma oficina sem nenhum tipo de instrumento de me-
dição? E na hora em que precisar fazer um teste ou a troca de algum componente elétrico?
Como seria? Você acha que conseguiria? Teria mais alguma forma de fazer um teste sem um
instrumento desses?
Neste capítulo, você conhecerá os instrumentos de medição mais utilizados em oficinas me-
cânicas, pois sem eles seria impossível realizar as medições e testes necessários aos diagnósti-
cos e reparos automotivos.
Os instrumentos de medição são classificados como instrumentos/equipamentos, divididos
em tipos, características e formas de utilização. Esses equipamentos são capazes de medir mui-
tas grandezas elétricas, desde que sejam utilizados de maneira correta.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) interpretar e utilizar um multímetro;
b) identificar os tipos, características e utilização dos multímetros;
c) aplicar o amperímetro nos processos de manutenção automotiva;
d) identificar e utilizar um osciloscópio automotivo.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
60
7.4 Multímetro
Esta escala mede as frequências em Mega hertz, que são frequências muito
Frequência altas, geralmente usadas em sistemas de som automotivo ou qualquer tipo
de aparelho que emita som, faixa de uso dessa escala é de 6 Mh a 60Mh.
Corrente Nessa escala pode-se testar e aferir qualquer tipo de equipamento que
alternada tenha corrente alternada, sem dani�car o instrumento.
Luiz Meneghel (2014)
Corrente Nessa escala pode-se testar e aferir qualquer tipo de equipamento que
contínua tenha corrente contínua, sem dani�car o instrumento.
CASOS E RELATOS
Usando o multímetro
Maria, uma estudante do curso técnico em manutenção automotiva
do SENAI, que era muito curiosa e buscava sempre experimentar o que
aprendia no curso, certo dia, ouviu seu professor informar que na próxi-
ma aula explicaria o uso do multímetro.
No intuito de se preparar para a próxima aula, comprou um multímetro
e foi logo medindo todos os equipamentos que encontrava: consumo
da bateria, consumo de energia das lâmpadas e integridade dos fusíveis
do sistema elétrico do veículo do seu pai. Também verificou a tensão da
tomada de sua casa, porém não sabia em qual escala de medição regular
o equipamento e acabou danificando seu multímetro novo.
No dia da aula levou o aparelho danificado e após a aula foi conversar
com seu professor e mostrar o multímetro danificado. O professor a
orientou a não realizar mais experiências sem o devido conhecimento
e planejamento, visto que ela correu o risco de receber uma descarga
elétrica ao verificar a tensão da corrente elétrica de sua residência. Além
dessas orientações, o professor ainda a ajudou a encontrar uma assistên-
cia técnica para resolver o problema do aparelho.
7.5 Amperímetro
Aleksandr Ugorenkov, )
Figura 23 - Amperímetro digital
Terra
7.6 Osciloscópio
Do autor (2014)
Recapitulando
Você acha que seria capaz de diagnosticar a(s) falha(s) de um sistema elétrico sem as infor-
mações técnicas? Talvez sim, mas quanta dor de cabeça essas tentativas iriam lhe causar! Quan-
tas dúvidas iria ter! O maior problema seria o tempo que gastaria para analisar o circuito elétrico
do veículo até chegar às possíveis causas e falhas, antes de conseguir resolver o problema sem
auxílio do mapeamento elétrico do sistema de injeção.
Por causa dos riscos que se corre ao trabalhar sem um diagrama elétrico, neste capítulo você
estudará a razão pela qual você precisa de um diagrama elétrico no dia a dia na oficina. Você
entenderá por que ele é vital para o diagnóstico automotivo uma vez que o diagrama no papel
ajuda a visualizar e a interpretar o esquema como um todo, permitindo que na prática você
possa diferenciar os componentes e esquemas dos mais diversos tipos de circuito e ligações.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar a construção de esquemas elétricos;
b) reconhecer a disposição de componentes nos esquemas elétricos;
c) interpretar esquemas elétricos automotivos;
d) diagnosticar anomalias nos sistemas eletroeletrônicos automotivos.
Siga em frente!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
68
8.1 Leitura
12 Volts 21 Watts
B
I2
31
50 15 30
I1
1
Luiz Meneghel (2014)
L1
2
0,75 BK/WH
Figura 27 - Esquema técnico codificado
Fonte: do Autor (2014)
• B = bateria 12 Volts.
• L1 = iluminação interna (Lâmpada 12 Watts).
• I1 = interruptor da iluminação interna.
• I2 = comutador de ignição.
• 0,75 = espessura do fio.
• BK/WH = cor do fio (Preto com branco).
• 1 e 2 = terminais de ligação da lâmpada.
• 50 = positivo durante a partida.
• 31 = aterramento.
• 15 = positivo pós-chave.
• 30 = positivo direto da bateria.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
70
8.2 Utilização
O que você, enquanto profissional, às vezes pode nem perceber é que tem
contato diário com esses diversos esquemas elétricos; eles podem ser dos mais
variados tipos e modelos. Além dos originais, desenvolvidos pelas fábricas para a
utilização em concessionárias, há também os diagramas elaborados por empre-
sas nacionais de apoio aos reparadores terceirizados. A seguir, você pode conferir
um exemplo de esquema elétrico automotivo.
CBA CVM COMUT. IGNIÇÃO ALAVANCAS DE COMANDO NQS INT. EMERGÊNCIA
F-71
F-03 F-14 F-15
70A
R02
20A 7,5A 7,5A
INT
30
50
MODE
INT-A
15/54
MODE-
INT
A
CAN-A
+30
CAN-B
MODE +
A B D
1 31 12 30 22 25 2 1 3 1 2 3 4 6 5 4 3 2 1 6 5 5 2 6 3 8 7 16 13 1 2 3 4 1
X A A B B C
PQ AB PM PF
18 14 12 CPL A 11 X Y 28 4 2 10 33 7 30 5 3 6 34 19 9 29 31 36
18 18
9 9 B
4 2 11
F-12 F-13 F-37 F-53 F-49
R01
7,5A 7,5A 7,5A 10A 5A 19 19
BATERIA
13 13
MODE -
G033
MODE +/MODE
8 8
NBC
1 12 2 3 50 52 51 39 12 5 28 9 8 18 6 12 INTERR. DO
AH AV LN PAINEL CENTRAL
POSTERIOR 4 3
PARA-CHOQUE 4 3X
U061
U060X
6 9 4 14 2 1 13 3 1 4 2 2 4 1 3 6 9 4 14 2 1 13
STOP STOP
1 2 1 2 1 2 1 2
M M
G001 FAROL ESQUERDO LANTERNA G041 LANTERNA G022 G001 FAROL DIREITO LUZ DE PLACA LUZ DE PLACA LUZ DIREÇÃO LUZ DIREÇÃO
ESQUERDA DIREITA ESQ. DIR. LATERAL ESQ. LATERAL DIR.
Luiz Meneghel (2014)
8 Esquemas Elétricos
71
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
72
É muito útil checar o esquema elétrico para verificar vários outros detalhes
de instalação em um veículo, como saber, onde encontrar uma alimentação po-
sitiva para realizar a instalação de um rádio ou de um vidro elétrico, ou, ainda, a
inspeção do circuito de um sistema de injeção com falha no seu funcionamento.
Jamais deve-se esquecer de verificar de onde se está pegando determinado pon-
to de massa, de onde se está analisando um sinal específico, para que no futuro
não haja problemas com o restante da eletrônica embarcada do veículo. Uma
manutenção feita superfluamente, sem análise dos diagramas, pode acarretar em
muitos problemas posteriores.
Bao (2014)
CASOS E RELATOS
O carro de Pedro
Pedro, reparador na Oficina Dois Irmãos, recebeu um veículo que, segun-
do o relato do dono, quando passava por um buraco ou trafegava por
uma via que causava muita trepidação, o carro ficava sem aceleração e
até chegava a desligar.
Pedro suspeitou que o problema poderia ser de mau contato no chicote
do veículo. Também levantou a hipótese de que poderia ser o sensor de
rotação, alguma falha na bomba de combustível, ou até mesmo falha nas
alimentações da central de injeção eletrônica.
Com o diagrama elétrico do carro em mãos, Pedro iniciou a análise do
sensor de rotação e com o carro ligado, mexeu no chicote do sensor para
ver se apresentava mau contato, mas não apresentou problema. Na se-
gunda análise checou as alimentações do módulo de injeção eletrôni-
ca e ao analisar o diagrama, Pedro, verificou as alimentações positivas
e negativas da central e encontrou o defeito: ao mexer o chicote, notou
que havia um mau contato em um dos pontos de massa que chegavam
à central de injeção.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
74
E foi a partir do problema apresentado por este carro, que Pedro se deu
conta de quão importante era o diagrama elétrico. Pois, com o diagrama
nas mãos, pode visualizar os circuitos como um todo e, finalmente con-
seguiu descobrir onde estava o problema.
Recapitulando
Anotações:
Rede CAN
A rede CAN, aplicada a um veículo, pode passar diversas informações na rede de várias cen-
trais diferentes, tais como: temperatura do motor, velocidade do veículo, pressão do óleo, tem-
peratura externa do veículo. Mas como ela faz isso somente utilizando dois fios?
Essa é uma pergunta que acaba confundindo muito profissional da área de manutenção
automotiva. As perguntas são muitas: Como funcionam os sistemas? Como se testa um com-
ponente? Por isso, neste capítulo relacionado à Rede CAN, você estudará seu funcionamento,
entenderá como é feita a comunicação entre as centrais eletrônicas do veículo em seus dois
fios, denominados, respectivamente, linha CAN High e linha CAN Low, ou seja, linha CAN alta e
linha CAN baixa, que ainda pode levar nomenclaturas diferentes, conforme a aplicação da rede
de dados pela montadora e tipo de velocidade da rede aplicada como; CAN Bus, CAN, VAN,
Ve.N.I.C.E., Ve.N.I.C.E Plus, Nano Florence, entre outras.
Além disso, você aprenderá a analisar um circuito da linha CAN testando sua tensão durante
a transmissão de dados para saber se a linha é CAN_H ou CAN_L, e checar as prioridades de
velocidade de cada uma delas e as possíveis falhas no seu funcionamento.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os tipos e características da Rede CAN;
b) compreender a função e o funcionamento da Rede CAN;
c) correlacionar os componentes e seu funcionamento na Rede CAN.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
78
A Rede CAN pode ser aplicada aos mais diversos circuitos, desde circuitos de
máquinas industriais até circuitos de automóveis, aviões, navios e tudo mais que
adotar o conceito de eletrônica embarcada e de centrais de controle eletrônico.
A comunicação entre as centrais pode ter diferença de velocidade. Uma central
de conforto, como o acionamento dos vidros elétricos, do rádio e da iluminação
interna pode, por exemplo, ser operado com um barramento CAN de baixa velo-
cidade de comunicação, com base na norma ISO11519-2 em torno de 10Kbps a
125Kbps. Por outro lado, uma central do ABS, de gerenciamento do motor, air-
bag que precisa se comunicar com outras centrais com maior velocidade, exige
muito mais prioridade na comunicação e, por fazer parte de um gerenciamento
de extrema importância para a segurança do condutor, tem que funcionar em
uma velocidade muito mais elevada que vai de 125Kbps a 1Mbps junto à norma
ISO11898.
Esse sistema de comunicação e entrelaçamento de dados tem por objetivo
transferir informações de uma central eletrônica para outra por meio de dados
binários usando protocolo CAN.
Existem ainda outras redes de comunicação de dados que utilizam
protocolos CAN, ISO e LIN, responsáveis por comunicações de baixa ve-
locidade e, principalmente, de diagnóstico entre centrais, via conector de
diagnósticos, com a utilização de um aparelho de diagnóstico, na grande
maioria aplicada aos veículos, conhecida como linha K. A linha LIN leva um
custo barato para implementação e velocidade de no máximo 20Kbps, mas
não é usada em grande escala como a linha K.
9.2 Função
Como você deve imaginar, a função da Rede CAN é eliminar aquele emaranha-
do de fios que atravessa o veículo de ponta a ponta. Sem a linha CAN, um veículo
com várias centrais de gerenciamento poderia levar em sua carroceria até 4 mil
metros de condutores, sendo que hoje o mesmo veículo, até com mais opcionais,
9 Rede CAN
79
9.3 Funcionamento
Os dados são repassados por uma tensão de referência específica que conse-
gue identificar os bits dominantes e recessivos, os bits 0 e 1 são enviados a cada
central para o barramento da linha CAN. Estes sinais possuem intervalos de tem-
po regulares e conhecidos, para que não haja confusão na informação.
Não há como negar que o sistema de Rede CAN é um sistema inteligente. O
ponto mais forte desse sistema de transmissão de dados CAN é a capacidade que
ele tem de verificar qual é a informação de maior prioridade, para interromper,
se for preciso, a informação de menor prioridade e iniciar a transmissão de maior
urgência a partir daquele momento, sem que para isso tenha que reinicializar a
transmissão dos dados.
No sistema de transmissão CAN há algumas variações de tipos, como as que
contêm de 1, 2 e até 4 fios. A grande maioria dos veículos apresenta o sistema de
1 e 2 fios; a de 1 fio leva o nome de CAN também, mas usa protocolos ISO 9141
e LIN. É mais característica de veículos como a linha K LIN e L, de diagnóstico
de baixa velocidade e transmissão de dados individuais; a de 2 fios, chamadas
de Can High e Can Low, ou apenas Can_H e Can_L, que usam protocolo CAN de
dados, suprem demandas de alta e baixa velocidade. Estas são mais típicas em
automóveis das linhas de comunicação de alta velocidade que requerem centrais
de gerenciamento com aplicações mais complexas e sistemas de conforto inte-
grados.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
80
LIN 1 a 20 kbit/s
ABS Câmbio Motor
UC
bomba
CAN CAN de tração 500 kbits/s
de Diagnóstico CAN de Painel 500 kbits/s
Interface Painel de
1 2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15 16 Gateway instrumento
Conector
diagnóstico CAN de conforto 100 kbits/s
A linha CAN faz uso ainda da linha CAN 2.0A utilizando identificador de
11 bits com capacidade de transmissão de 2048 mil informações; no entanto,
a linha CAN 2.0B com identificador de 29 bits, sendo onze na primeira par-
te e 18 na segunda, aumenta o tempo de transmissão e a quantidade de
informações para 537 milhões.
RTR ACK
Id������ado� DLC Dados CRC EOF
VCAN_H 3.5 v
Vdiff = 2.0v
V CAN_L 1.5 v
Vale ressaltar que durante uma transmissão de dados por determinada cen-
tral, essa será transmissora e as outras ouvintes, conforme prioridade de transfe-
rência da informação.
A seguir, conheça os componentes da Rede CAN, entre eles, o barramento.
9.4 Componentes
Controle Central de
do motor travas
Alta
velocidade Painel de Baixa velocidade
instrumentos
Terminador Terminador
Luiz Meneghel (2014)
CASOS E RELATOS
Recapitulando
10
Em uma oficina mecânica, observa-se a necessidade de criar algum tipo de registro do pe-
dido, ou das necessidades do cliente, para facilitar a organização e o atendimento das neces-
sidades apontadas. Uma Ordem de Serviço (OS) é um excelente exemplo de documento para
registrar informações como dados do cliente, do veículo, do serviço a ser realizado, das peças
que serão usadas nesse serviço e, outras informações e detalhes que ajudem a conseguir um
resultado final que atenda a expectativa do cliente.
Neste capítulo, você aprenderá a elaborar uma Ordem de Serviço e a fazer a coleta dos da-
dos. Além disso, você verá como fazer de forma coerente a interpretação dessa ordem e o regis-
tro final das informações ali inseridas.
Você estudará, também, o Tempo Padrão de Mão de Obra (TPMO), e realizará um orçamento
para o cliente, com informações precisas e necessárias para a realização dos trabalhos.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) interpretar as informações fornecidas pelo cliente;
b) correlacionar as informações fornecidas com as anomalias apresentadas;
c) reconhecer a necessidade de dedicação de mão de obra para o serviço a ser realizado;
d) compreender os aspectos referentes a elaboração de orçamentos.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
88
10.1 Elaboração
Você já parou para analisar como você é recebido em uma oficina mecânica
ou como você recebe seus clientes na sua empresa? Geralmente, é realizada uma
entrevista inicial que gera um documento com as principais informações sobre o
veículo do cliente, bem como, seus relatos referentes a falhas ou avarias. A esse
documento inicial dá-se o nome de Ordem de Serviço.
O profissional que faz a coleta dos dados e o preenchimento da Ordem de
Serviço deve ter muita atenção na conversa com o cliente e anotar corretamente
as considerações que ele venha a fazer.
É importante elaborar, detalhadamente, a Ordem de Serviço e documentar
todos os apontamentos realizados. Desta forma, o profissional que for realizar o
serviço terá certeza do pedido do cliente. Devem constar na Ordem de Serviço as
seguintes informações:
• Nome do funcionário
• Dados completos do cliente, tais como nome, endereço e telefone para con-
tato
• Atividades desenvolvidas
• Procedimentos a serem desenvolvidos (Prazos de entrega e serviços a serem
realizados)
• Assinaturas (cliente e profissional) e data de emissão do documento
Observação: As Ordens de Serviço devem ser feitas, tendo em vista, o melhor
mapeamento dos riscos, melhor fator de conscientização do funcionário e melhor
documentação.
Em algumas empresas, foi adotado o modelo eletrônico, que dispensa o pre-
enchimento manual. A OS é feita diretamente no computador da oficina. Além de
ser mais rápido, não há desperdício de papel, pois as OS são impressas conforme
as requisições dos clientes. Os dois assinam (cliente e mecânico) e se dá continui-
dade ao serviço.
CASOS E RELATOS
Recapitulando
11
Você já viveu situações nas quais dependeu de um colega para ajudar a realizar seu traba-
lho? Já enfrentou problemas de comunicação, de organização, ou de convivência que criaram
conflitos, brigas, discussões? Se sua resposta a uma dessas perguntas foi sim, não se preocupe.
Isso acontece com muita frequência, principalmente no ambiente de trabalho.
Até algum tempo atrás, o importante era que um mecânico, por exemplo, soubesse fazer
um bom diagnóstico e que fosse muito bom na manutenção no motor do carro. Entretanto,
atualmente as habilidades para lidar com outras pessoas, trabalhar em equipe, administrar con-
flitos e se organizar são consideradas importantes para manter o ambiente de trabalho saudá-
vel e mais produtivo. Por isso, essas habilidades estão sendo cada vez mais valorizadas e têm se
tornado o diferencial dos bons profissionais.
Neste capítulo, você conhecerá as competências envolvidas no trabalho em equipe e as for-
mas de lidar com conflitos no ambiente profissional. Deste modo, será possível criar um clima
de trabalho mais positivo, criativo e produtivo.
Ao final do capítulo, você terá subsídios para:
a) demonstrar espírito colaborativo em atividades coletivas;
b) demonstrar atitudes éticas nas ações e nas relações profissionais;
c) reconhecer os princípios da organização no desenvolvimento das atividades sob a sua
responsabilidade;
d) demonstrar organização em relação aos próprios materiais e no desenvolvimento das
atividades.
Preparado para seguir em frente? Então, vamos lá!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
94
Foi no século XX que Henry Ford (o mesmo Ford, dono da montadora de car-
ros que você vê rodando pelas ruas até hoje) transformou o mundo da fabricação,
implantando a chamada produção em série. A produção em série se define pela
divisão de trabalho em tarefas menores e pelo fato de diversos trabalhadores per-
manecerem alinhados em frente a uma esteira, realizando uma etapa, uma tarefa
específica para a produção de um determinado produto. Desse modo, com a me-
canização somada à divisão de trabalho tornou-se possível produzir muito mais
em menos tempo.
Assim, o trabalho passa a não ser mais artesanal e se baseia na indústria, uma
organização formada por “um conjunto de pessoas que atuam juntas em uma
criteriosa divisão de trabalho para alcançar um propósito comum” (CHIAVENATO,
2000, p. 24).
É comum que as pessoas pensem: “Meu trabalho não é tão importante assim,
apenas faço a limpeza”, ou “Só opero a máquina”, ou então: “Apenas atendo os
clientes”. Nesse caso, busque informações sobre a Missão, a Visão e os Valores da
empresa. Na Missão, a empresa apresenta o motivo de sua existência, qual é sua
função, a razão pela qual está funcionando. Por exemplo: “Prestar assistência téc-
nica automotiva de qualidade em qualquer momento e lugar”.
A Visão representa aonde ela quer chegar, qual é seu objetivo, o que quer al-
cançar no futuro, como: Ser a maior oficina de assistência técnica da cidade. Os
Valores são os princípios da empresa, aquilo que ela considera importante, tais
como: Eficiência no serviço; Excelência no atendimento ao cliente; Qualidade das
peças e materiais utilizados; Comprometimento dos colaboradores. Nesse senti-
do, todos os colaboradores, com suas tarefas, são responsáveis por cumprir suas
11 Trabalho em Equipe e Administração de Conflitos
95
BartekSzewczyk [(20--?])
Cada um dos colaboradores que atuam em uma empresa são peças funda-
mentais para ela tenha sucesso ou fracasso. Caso exista alguma falha, o produto
final ou serviço prestado fica comprometido. Por isso, o próximo assunto a ser
estudado é de suma importância, trata-se do trabalho coletivo.
Você já sabe que nas empresas não se trabalha sozinho. Seu trabalho depende
de outras pessoas e outras pessoas dependem do seu trabalho.
Você faz parte de diversos grupos durante sua vida.
Os grupos formais são aqueles definidos pela estrutura da organização de
uma empresa, na qual cada pessoa possui trabalho, atribuições e tarefas especí-
ficos. Existem regras de comportamento a serem cumpridas e todos estão juntos
para alcançar os objetivos e metas estabelecidos pela empresa.
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
96
1 Sinergia No entanto, existem também os grupos informais. São aqueles formados por
pessoas que têm afinidade entre si. Eles surgem espontaneamente a partir das
Associação simultânea
de vários fatores que relações entre as pessoas e se formam em virtude de amizades e de interesses
contribuem para uma comuns.
ação coordenada. Ação
simultânea, em comum.
Para que o trabalho em grupo ocorra da melhor maneira possível, existem al-
guns aspectos que devem ser observados:
• Papéis - são o conjunto de padrões comportamentais (ações e atitudes) que
se espera de alguém que ocupa determinada posição na empresa.
Dessa forma, evita-se que duas pessoas façam a mesma coisa, ou que exista a
chamada “preguiça social”, que ocorre quando alguns membros do grupo tiram
proveito do anonimato e não realizam suas tarefas.
11 Trabalho em Equipe e Administração de Conflitos
97
Con�itos de Tarefa
Con�itos de Relacionamento
Con�itos de Processo
Segundo Robbins (2010), existem cinco estágios pelos quais os conflitos pas-
sam. Veja cada um dos estágios detalhadamente:
• Incompatibilidade – é a discordância existente entre duas ou mais pessoas.
A incompatibilidade pode surgir por variáveis pessoais.
• Percepção e Emoção – é o momento em que as pessoas evolvidas perce-
bem que o conflito está ocorrendo. A partir dessa percepção, surgem as
emoções e sentimentos, que, de maneira geral, são negativos, tais como rai-
va, angústia, medo, entre outros.
• Definição das estratégias para resolução de conflitos – decisões de agir
de determinada maneira. As estratégias podem ser:
Evitar
Acomodar-se
Competir
Quando uma pessoa assume essa estratégia, ela busca satisfazer seus
próprios interesses, sem pensar na outra pessoa envolvida. O que importa
é que ela ganhe e a outra pessoa perca.
Conceder
Colaborar
Luiz Meneghel (2014)
O QUE aconteceu?
CASOS E RELATOS
A “bagunça” de Paulo
Paulo César Mendes, recém-formado Técnico de Manutenção Automoti-
va, decidiu criar sua própria empresa e chamou seus irmãos Carlos e Luiz
para trabalharem com ele.
A empresa presta serviços de comercialização e recapagem de pneus, as-
sistência técnica de mecânica e serviços de distribuição lubrificantes em
geral.
Devido ao pouco espaço que dispõem para a prestação de serviços, guar-
da da ferramentaria e armazenamento dos produtos que distribui, as fer-
ramentas e outros equipamentos de pequeno porte vivem sumindo.
Apesar de terem o preço baixo em relação ao mercado, a qualidade dos
serviços vem sendo questionada pelos clientes em função do atraso no
prazo de entrega dos veículos reparados, falta de comunicação entre os
irmãos (do atendimento ao diagnóstico) e má qualidade das peças, para
manter o baixo preço.
Após, mais uma reclamação do cliente, agora envolvendo arranhões e
amassados em seu veículo, Paulo acabou percebendo que sua empresa
peca com a organização, divisão de papéis de trabalho, o ambiente não
tem regras, não preza o trabalho em equipe e favorece a ocorrência de
conflitos, e decidiu contratar uma consultoria especializada para orientá-
-lo sobre a organização de seu estabelecimento, divisão de papéis, re-
gras para o atendimento do cliente, além de outros aspectos importantes
para o crescimento de seu negócio., como o trabalho em equipe.
Alguns meses após a consultoria, a empresa de Paulo tornou-se uma ex-
celente prestadora de serviços automotivos e referência no atendimento
ao cliente.
Como você pôde aprender nessa etapa, os conflitos têm diversas causas, mas
há, também, diversas estratégias para que eles sejam sanados. Muitos conflitos
no ambiente de trabalho podem ser resolvidos quando se tem atributos como
organização e disciplina. Veja por quê!
FUNDAMENTOS DE ELETRICIDADE AUTOMOTIVA
102
Você já deve ter vivido situações em que não encontrava alguma coisa impor-
tante no seu ambiente de trabalho, porque outra pessoa usou e não devolveu
no local adequado. A organização no ambiente de trabalho pode contribuir para
a harmonia nas relações ou para a intensificação dos conflitos, pode melhorar a
aparência, mas também pode aumentar o tempo de execução das tarefas, pelo
fato de ter de procurar coisas perdidas.
Para manutenção da qualidade no ambiente de trabalho, existe o Programa
5S, criado por Kaoro Ishikawa, na década de 1950, no Japão. Esse programa visa
combater o desperdício, manter hábitos de saúde e segurança, buscar a limpeza,
a organização, trabalhar em equipe e com responsabilidade.
Os 5S são, segundo Barroso (2007):
• Senso de Utilização (SEIRI) – consiste em separar o útil do inútil. Para colo-
cá-lo em prática no trabalho, você deve identificar materiais, equipamentos,
ferramentas, utensílios, informações e dados, separando os necessários e
descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado desneces-
sário.
• Senso de Ordenação (SEITON) – envolve o processo de colocar cada coisa
em seu lugar. Deve-se definir os locais apropriados e adotar critérios de faci-
lidade para estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local
de origem após o uso e consumo dos itens mais antigos primeiro.
• Senso de Limpeza (SEISOU) – entende-se que melhor do que limpar é não
sujar. Nesse sentido, o objetivo é eliminar a sujeira ou objetos estranhos para
manter limpo o ambiente (parede, armários, teto, gaveta, estante, piso) com
a família, com os subordinados, com os vizinhos etc.
• Senso de Segurança (SEIKETSU) – busca realizar manutenções regulares.
Assim, no ambiente profissional devem-se manter boas condições sanitárias
nas áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante etc.), zelar pela
higiene pessoal, usar EPI e cuidar para que as informações e comunicados
sejam claros, de fácil leitura e compreensão.
• Senso de Comprometimento (SHITSUKE) - Fazer dos 5S um hábito. Con-
siste em seguir os procedimentos, regras e normas da empresa, buscando
contribuir sempre para a melhoria do ambiente de trabalho com sugestões e
instruindo os colegas com boas práticas. Perceba que os sensos não têm essa
ordem por acaso, estão ordenados de acordo com seu grau de dificuldade
de implementação.
11 Trabalho em Equipe e Administração de Conflitos
103
Recapitulando
Maicon de Oliveira Pereira é graduado pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSEL-
VI), em 2007, e técnico em Manutenção Automotiva pelo SENAI, em 2013. Atua como consultor
técnico da empresa Doutor-ie Tecnologia Automotiva, desde 2009, no departamento de aten-
dimento técnico a reparadores automotivos para soluções e desenvolvimento de tecnologia da
informação para diagnóstico automotivo.
Rafael Schmitt é técnico em Manutenção Automotiva pelo SENAI, em 2009. Atua como docente
no SENAI/SC – São José na área Automotiva. Possui experiência profissional na área de Reparação
de Motores, Suspensão, Freios, Embreagem e Injeção Eletrônica.
Sergio Augusto Quevedo Schervenski Filho é técnico em Manutenção Automotiva pelo SE-
NAI, em 2014. É professor conteudista no SENAI/SC – São José onde tem desenvolvido diversos
materiais didáticos para qualificação na área Automotiva. Possui experiência profissional como
mecânico há cinco anos.
Índice
A
Administração de Conflitos 8, 9, 91
Amperímetro 5, 7, 59, 62, 63, 65
C
Cabeamento 7, 9, 51, 52, 57
Capacitores 31, 33, 40
Circuito misto 5, 7, 47, 48
Circuito paralelo 7, 46
Circuitos Elétricos 7, 9, 20, 33, 34, 40, 43, 45, 47, 48, 68, 74
Circuitos em série 7, 43, 44
Componentes Elétricos 7, 9, 31, 33, 45
Condutores 5, 7, 20, 21, 24, 31, 35, 40, 48, 51, 52, 53, 55, 65, 70, 72, 104
Corrente 5, 7, 9, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 24, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 44, 45, 46, 47, 48, 52, 62, 63,
65, 68, 103, 105
D
Diagnóstico 8, 27, 67, 70, 72, 73, 74, 79, 81, 87, 89, 91, 99, 107
Diodos 5, 7, 31, 38, 39, 40
E
Eletromagnetismo 5, 7, 9, 19, 21, 23, 24, 25, 28, 34
Esquemas Elétricos 8, 9, 65, 67, 68, 70, 72, 73
F
Fusíveis 5, 7, 31, 36, 40, 62, 65, 69
I
Indutor 5, 7, 33, 34
L
Leis de Kirchoff 7, 19, 20
Leis de Ohm 5, 7, 13, 19, 21
M
Magnetismo 5, 7, 9, 21, 23, 24, 25, 26, 27, 28
Multímetro 5, 7, 15, 59, 60, 61, 62, 65
O
Ordem de Serviço 8, 82, 85, 86, 87, 88, 89
Osciloscópio 5, 7, 59, 64, 65, 103
P
Potência 7, 9, 13, 18, 21, 27, 37, 52
R
Rede CAN 8, 51, 52, 53, 54, 56, 77, 78, 79, 80, 82, 103
Relés 5, 7, 26, 31, 34, 36, 37, 38, 40, 69, 104
Resistência 7, 9, 13, 17, 18, 19, 21, 32, 33, 34, 44, 65, 70, 103
Resistores 5, 7, 16, 20, 31, 32, 40, 48, 81
S
Sinergia 95
T
Tensão elétrica 5, 7, 13, 14, 15, 21, 103
Trabalho coletivo 8, 93
Trabalho em Equipe 5, 8, 9, 89, 91, 95, 99
Transistor 5, 7, 39, 40
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Waldemir Amaro
Gerente
Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
i-Comunicação
Projeto Gráfico