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FUNDAÇOES E ESTRUTURAS DE CONTENÇAO – ETG 032

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG


ESCOLA DE ENGENHARIA – DEPTo. DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES E GEOTECNIA
Avenida Antonio Carlos, 6627 – Pampulha – Belo Horizonte - MG

1) Dimensionar a base e o fuste de um tubulão para a situação indicada na figura abaixo.


Assumir que a tensão admissível na base da profundidade de embutimento (tensão
admissível abaixo da cota de apoio) do tubulão corresponda a 600 kPa (adm = 6 kgf/cm2).

62,5 cm

D
I P1 (30 x 30)
V 1.200 kN
I
S
A

2) Dimensionar o tubulão que será assentado a 5,0 m de profundidade, em relação à boca


do furo de sondagem, para transferir ao solo de fundação a carga dos dois pilares
associados, indicados abaixo (PA e PB), sabendo que não existe limitação para abertura da
base – ou seja: não há interferência na adjacência da base, pois não são pilares junto à
divisa e outros pontos de carga estão suficientemente afastados.
30

PA 50 cm PA (30 x 50) = 700 kN

PB (30 x 100) = 1.000 kN


PB
30 cm

100 cm

Ao final do dimensionamento, analise criticamente o perfil estratigráfico representado pelo


boletim de sondagem, considerando:
- as repercussões de natureza executiva em relação ao N.A. (5,70m);
- que a carga (1.700 kN) é discrepante em relação à generalidade das demais cargas
do projeto, comparativamente muito mais reduzidas, para então justificar em torno da
viabilidade ou não dessa fundação (a partir de tubulões);
- que a carga (1.700 kN) é representativa da ordem de grandeza que predomina nos
diversos pontos de carga desse empreendimento, para então justificar em torno da
viabilidade ou não dessa fundação (a partir de tubulões).

1
CLIENTE: FURO: SONDAGEM A PERCUSSAO
COTA: RELATORIO:
LOCAL: N.A.: 5,70 m
N.A. INDICE DE
PROF.
GRAFICO DA
DATA INICIO: DATA FIM:
RESISTENCIA RESISTENCIA A
AMOSTRA CAMADA PENETRAÇAO
30 cm 30 cm
INICIAIS FINAIS
(m)
10 20 30 40
CLASSIFICAÇAO MACROSCOPICA
01 - - argila siltosa, pouco arenosa,
02 02 02 vermelha, muito mole
2,00
03 03 04
04 04 04
argila siltosa, pouco arenosa,
05 06 06
vermelha, mole a média
06 04 04
07 06 07
7,00
08 08 09
argila arenosa,
09 08 08
vermelha, média a rija
10 09 11
10,0
11 09 10 argila arenosa,
12 05 05 vermelha, mole a média
12,0
13 08 09
argila arenosa,
14 06 07
vermelha, média a rija
15 17 16
15,0
16 21 22
argila arenosa,
17 30 34
vermelha, dura
18 27 27

3) Considere o perfil estratigráfico esquematizado abaixo, que revela uma camada de argila
siltosa (muito rija), sobreposta à camada de areia siltosa (muito compacta). Os parâmetros
de resistência dessas duas camadas, bem como seus pesos específicos, foram
estabelecidos a partir de correlações semi-empíricas com o NSPT e estão destacados no
esquema abaixo. A partir destas informações, dimensione a geometria do elemento de
fundação direta, de base quadrada, primeiro admitindo assentamento a 1,50 m de
profundidade e depois para 3,00 m de profundidade.

100 kN
N.T.

Argila siltosa
3
18 kN/m
c’ = 5,0 kPa
’30o
- 2,00 m

Areia siltosa
3
19 kN/m
c’ = 0
o
’35

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4) A determinação exata da profundidade H da cunha de ruptura, abaixo da base do
elemento de fundação sujeito à ruptura generalizada, não é possível. Entretanto, com base
na Teoria de Rankine, podem ser realizadas estimativas para aproximar o limite inferior e o
superior dessa profundidade, de forma que sejam confrontadas com a profundidade do bulbo
de pressões e, a partir daí, podem ser estabelecidas verificações em relação à obtenção dos
parâmetros necessários para uso da formulação da ruptura geral de Terzaghi (1943).

a) Justifique a impossibilidade da determinação da profundidade H, da cunha de ruptura.


b) Estime os valores da profundidade H, no limite inferior e superior
(considere B = 2,00m).

5) O ensaio de campo Prova de Carga Direta sobre Terreno de Fundação, normalizado pela
ABNT NBR 6489:1984, permite determinar a capacidade de carga de solos para
dimensionamento de fundações diretas, apesar de ser mais recorrentemente adotado como
ensaio complementar de confirmação de resultados (de capacidade de carga) estimados ou
de avaliação de desempenho (de fundação direta). Pela sua adequada utilidade prática e sua
importância para comprovação/averiguação de resultados, o projetista deve
convenientemente especificá-lo, bem como deve interpretá-lo mediante análises
comparativas que levem em conta a estratigrafia do terreno, o efeito de escala (placa
referencial e elemento de fundação). Mediante estas considerações, responda as questões
apresentadas a seguir.

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a) Para qual situação/condicionamento do perfil estratigráfico, o ensaio VST (Vane
Teste), assim como o ensaio oedométrico (ensaio de laboratório), são mais
convenientes para dimensionamento e projeto de fundações diretas?
b) Por que o efeito de escala (entre a placa e o elemento de fundação) pode interferir na
interpretação dos resultados do ensaio de placa?
c) Por que a análise dos resultados de um ensaio de placa, por si só (ou seja: sem os
resultados de uma campanha de investigação do subsolo), perde sua importância?
d) Quais aspectos devem ser considerados estratégica e convenientemente para
especificar o ensaio de placa?

6) De acordo com Terzaghi (1943), a capacidade de carga de fundações diretas pode ser
estimada a partir do modo/mecanismo de ruptura, generalizada ou localizada. Segundo o
autor, admitindo as suas hipóteses e premissas simplificadoras para proposição/composição
de expressões voltadas para o cálculo de cada um desses modos/mecanismos rupturas, a
ruptura geral ocorre em solos de elevada capacidade de suporte, enquanto a ruptura local é
típica de solos com baixa capacidade de suporte. Vesic (1975), em seu estudo sobre os
modos/mecanismos de ruptura em areias, estabeleceu que para além da rigidez (das areias)
é necessário também considerar o embutimento relativo (B/D) do elemento de fundação
direta. Mediante as bases de fundamentação dos dois autores, explique o motivo pelo qual
solos com reduzido K0 (coeficiente de empuxo no repouso) configuram condicionamento de
suas estruturas que tendem para o modo/mecanismo de ruptura generalizada.

Atenção:
Para além das aplicações referenciais acima, devem ser checados os exercícios resolvidos
do Capítulo 1 e 2, do livro Exercícios de Fundações, do autor Urbano Rodriguez Alonso.

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