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XX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

IX Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas


IX Simpósio Brasileiro de Engenheiros Geotécnicos Jovens
VI Conferência Sul Americana de Engenheiros Geotécnicos Jovens
15 a 18 de Setembro de 2020 – Campinas - SP

Análise de Tensões e Deformações em Barragem Hipotética


Tanure Amaral Souza
Pós-Graduado, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, tanure-
am@hotmail.com

Geydson Alves
Pós-Graduado, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, cegvla@gmail.com

Thiago Cruz Bretas


Professor, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, tbretas@gmail.com

RESUMO: Apesar de centenas de barragens terem sido construídas sem previsões de tensões e deslocamento
por métodos numéricos, isso não quer dizer que os problemas de deslocamento e tensões não tenham merecido
atenção por parte dos projetistas. Problemas de tensões e deslocamentos podem ocasionar, em geral, trincas
no corpo da Barragem, criando caminhos de fluxo preferencial. O presente estudo tem como objetivo modelar
as deformações ocorridas durante o alteamento, de uma barragem hipotética, utilizada para depósito de rejeito
de mineração, com características inspiradas em casos reais, não citados por motivos de confidencialidade; as
quais foram motivadas à partir da identificação de materiais com parâmetros de deformabilidade bastante
distintos, visto que solos lateríticos tem comportamento bastante rígidos se comparados à solos orgânicos.
Foram adotados modelos constitutivos dos materiais, escolhidos à partir dessas características. Para os
materiais de fundação foram escolhidos modelos elasto-plasticos enquanto que para o solo mole foi escolhido
o modelo constitutivo Cam Clay modificado, para o aterro foi utilizado o modelo hiperbólico. Foi utilizado o
software geostudio; o módulo SIGMA/W para modelagem e estimativa das deformações, o módulo SEEP para
definição das poro-pressões. À partir dos resultados foram propostas sugestões para atenuar o efeito do
problema estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Análise de Tensões e Deformações, Concentração de tensões, Barragens

ABSTRACT: Although hundreds of dams were built without predictions of stresses and displacement by
numerical methods, this does not mean that the problems of displacement and stresses have not received
attention from the designers. Stress and displacement problems can, in general, cause cracks in the dam body,
creating preferential flow paths. The present study aims to model the deformations that occurred during the
raise, of a hypothetical dam, used for deposit of tailings, with characteristics inspired by real cases, not
mentioned for reasons of confidentiality; which were motivated by the identification of materials with very
different deformability parameters, since lateritic soils have very rigid behavior when compared to organic
soils. Models constituting the materials were adopted, chosen based on these characteristics. For the foundation
materials, elasto-plastic models were chosen, while for the soft soil the modified Cam Clay constitutive model
was chosen, for the landfill the hyperbolic model was used. The geostudio software was used; the SIGMA /
W module for modeling and estimating deformations, the SEEP module for defining pore pressures. Based on
the results, suggestions were proposed to mitigate the effect of the problem studied.

KEYWORDS: Stress and Deformation Analysis, Stress Concentration, Dams

1 Introdução

Conforme descrito por Cruz(1996), apesar de centenas de barragens terem sido construídas sem
previsões de tensões e deslocamento por métodos numericos, isso não quer dizer que os problemas de
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deslocamento e tensões não tenham merecido atenção por parte dos projetistas, e na grande maioria das
Barragens de maior responsabilidade há registros dessas grandezas obtidos por instrumentação.
Esses problemas podem ocasionar, em geral, trincas no corpo da Barragem, criando caminhos de fluxo
preferencial Cruz(1996).
O presente estudo tem como objetivo modelar as deformações de uma barragem hipotética, utilizada
para depósito de rejeitos de mineração, com algumas caracteristicas inspiradas em um caso real. Por questões
de confidencialidade, a Barragem não poderá ser citada e, pelo mesmo motivo os parametros geotécnicos e
contatos geológicos-geotécnicos considerados foram alterados para não estabelecerem nenhum tipo de lastro
com o caso real. Foi utilizado o software Geostudio Sigma/W.
Dentro desse cenário hipotético, tem-se como objetivo do trabalho avaliar a segurança do Barramento
diante da identificação de camada de solo organico na fundação e o impacto das deformações deste material
no corpo do aterro associado às sobrecargas do próximo alteamento.
Os materiais foram assumidos elasto plasticos, onde as tensões são diretamente proporcionais às deformações
na fase elastica, e na fase plastica todo aumento de tensões é convertido em deformações. Para a argila mole,
foi escolhido o modelo Cam clay modificado, devido à sua capacidade de incorporar as caracteristicas de
variação de resistencia desse material devido ao confinamento e estado de tensões.

2 Materiais

2.1 Considerações iniciais e Parâmetros Geotécnicos

Para os materiais de fundação foram adotados parametros geotécnicos otidos via correlação com o SPT.
Para obtenção do módulo de deformabilidade destes materiais foi uilizada a expressão abaixo, utilizando-se as
constantes das tabelas 1 e 2, conforme utilizado por Godoy e Teixeira(1996):

E = α . qc (1)

qc = Nspt . K (2)

Para o coeficiente de poisson, foram adotados os valores de referencia constantes na tabela 3,


conforme utilizado por Godoy e Teixeira(1996).

Tabela 1: Valores da relação K – qc/N


Tabela 2: Valores de α – E/qc
Solo K(Mpa) Solo α
areia com Pedregulhos 1,1 areia 3
areia 0,9 silte 5
areia siltosa 0,7 argila 7
areia argilosa 0,55
silte arenoso 0,45 Tabela 3: Valores do coeficiente de Poisson
silte 0,35 Solo µ
argila arenosa 0,3 areia pouco compacta 0,2
silte argiloso 0,25 areia compacta 0,4
argila siltosa 0,2 silte 0,3 - 0,5
argila saturada 0,4 - 0,5
argila não saturada 0,1 - 0,3
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Para determinação do angulo de atrito interno foi utilizada determinação de Teixeia (1996), via
Schnaid(2003):

φ’ ~ 15° +(24 . Nspt)0,5 (3)

Para determinação da coesão efetiva foi utilizada a tabela 4, proposta por Joppert(2007).

Tabela 4: Parametros de solos Joppert(2007) - Adapatada.


Parametros dos Solos - Adaptada
Material SPT Coesão efetiva
Silte arenoso
9 a 18 19,61 Kpa
pouco argiloso
19 a 41 29,42 Kpa

Tabela 5: Parametros geotécnicos adotados – Materiais de fundação – fonte: autor.


PARÂMETROS GEOTÉCNICOS CONSIDERADOS - MATERIAIS DE FUNDAÇÃO

E (Modulo de
v Peso esp.
Materiais SPT α K (Mpa) Elasticidade) - c' phi'
(Poisson) (kN/m³)
MPa
Silte Arenoso c/ Pedregulho Laterítico 25 5 0,45 56,25 0,4 30 39,4949 18
Silte Arenoso 10,5 5 0,45 23,625 0,4 20 30,87451 17

Os parâmetros geotécnicos da camada de solo organico foram determinadas empiricamente


(umidade natural Wn) e os índices de compressão e expansão foram estimados conforme Das(2007):

Cc = 0,0115 . wN (4)

Cs = 1/5 a 1/10 . Cc (5)

Tabela 6: Parametros geotécnicos – Solo Organico – fonte: autor.


PARAMETROS - ARGILA MOLE
e0 Cc Cs Kappa Lampda OCR
1,00 1,00 0,06 0,03 0,43 1,00

O angulo de atrito e coesão efetivos foram obtidos de Santos (2015) referentes à aterro em
material laterítico executados com material na umidade ótima de proctor. Foi adotado o módulo de
deformabilidade para a tensão de confinamento efetiva de 200kPa, igual a 25,4Mpa. Foram adotadas
as coesões e angulos de atrito efetivos médios (em relação às direções vertical e horizontal):

c’ = (c’vertical + c’horizontal )/2 = 17,75 kPa (6)

phi’ = (phi’vertical + phi’horizontal )/2 = 30,95° (7)


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3 Modelos Constitutivos

À partir da avaliação inicial do módulo de deformabilidade da argila organica, foi observado uma grande
diferença em ordem de grandeza em relação aos demais materiais, o que exigiu tratamento diferenciado à
mesma.
Conforme descrito no manual para modelagem de tensões e deformações com o uso do módulo
SIGMA/W (2012) do software Geostudio, um modelo elasto plástico descreve uma relação de tensões-
deformações elástica, perfeitamente plástica, ou seja, as tensões são diretamente proporcionais às deformações
até o limite de elasticidade; à partir desse ponto todo acrescimo de tensões será convetido em deformações,
criando uma curva horizontal.
Conforme descrito em Baroni(2016), a mecanica dos solos moderna iniciou uma série de estudos sobre
modelos constitutivos dos solos. As pesquisas resultaram na criação dos modelos Cam Clay (Schofield e
Wroth, 1968; Atkinson e Bransby, 1978) e Cam Clay Modificado (Roscoe e Burland, 1968; Wood, 1990). Foi
definido assim que o estado crítico do solo ocorre à partir de grandes deformações, em areias e argilas moles,
como um contínuo cisalhamento sem aumento adicional de tensão ou volume.
O coeficiente lambda é a tangente da inclinação da linha de compressão isotrópica, ou seja, uma linha
reta no diagrama v:ln p’ Baroni(2016), sendo ν = 1+e o volume específico; e o índice de vazios; p’ = (σ’1, σ’2,
σ’3)/3 a tensão efetiva média. Dessa forma, lambda pode ser obtido pela expressão abaixo:

ν = N – λ . ln p’ (8)

Onde: N é o volume específico do solo normalmente adensado a p’ = 1 kPa.


Para os trechos do gráfico de descarregamento, a equação pode ser adaptada, conforme expressão
abaixo:
ν = νk – κ . ln p’ (9)
Onde: κ (kappa) a declividade da linha de descarregamento.

A relação dos parâmetros de compressão utilizados do modelo Cam Clay e a declividade da


linha de compressão inicial podem ser decrito conforme relação abaixo (Atkinson e Bransby, 1978):

Cc = 2,303 . λ (10)

Cs = 2,303 . κ (11)

Conforme observado na figura 2, a linha de estado crítico é paralela à linha de compressão isotrópica
e pode ser definida pela equação abaixo:
ν = Γ– λ . ln p’ (12)

Onde Γ é o volume específico do solo na LEC para um valor unitário de ν. Como a LEC é
paralela à LCI, ambas apresentam o mesmo parâmetro λ. No Plano q:p’ as tensões desviatórias
aumetam até que seja encontrada a linha do estado crítico.
O parâmetro M é a inclinação da LEC, resultante da relação q/p’. O parametro M pode ser
definido (para condição de ensaio triaxial de compressão), conforme Baroni(2016), por:

M = 6 . senφ’ec / ( 3 - senφ’ec) (13)


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Sendo φ’ec o angulo de atrito em graus correspondente à condição do estado crítico (volume
constante). Na prática é possível adotar a seguinte equação empirica simplificada:

M = φ’(graus) / 25° (14)

Embora ensaios drenados e não drenados sigam caminhos diferentes até o estado crítico, ambos
alcansam a mesma LEC de forma que os parametros λ, κ, Γ e M são definidos como
constantes(Baroni, 2016).
Para o aterro compactador foi escolhido o modelo constitutivo hiperbólico, classificado na categoria de
elástico não linear, devido à sua generalidade, podendo representar de argilas, areias até pedregulhos. O
modelo trabalha com a hipótese que, a curva de tensão vs deformação, sob determinada tensão confinante,
pode ser aproximada razoavelmente por hiperbóles Para uso do modelo devem ser definidos os módulos de
deformação inicial (Ei) e a assintota da hiperbole ( limite da tensão desviadora). Se a hiperbole é transformada,
obtem-se uma equação linear. Caso não se disponha de ferramenta adequada para ajuste dos dados
experimentais, recomenda-se que a reta seja definida à partir de pontos correspondentes à 70% e 95% da
resistencia (GERSCOVICH, 2005).
À partir de Santos (2015), obtivemos a curva – tensão desviadora x deformação (vertical) para um solo
laterítico arenoso compactado na umidade ótima de proctor.

Figura 6: Tensão desviadora x deformação axial. Fonte: Santos (2015)

Para este trabalho foram definidos os parâmetros de ajute da curva hiperbólica apenas à partir do
comportamento vertical – tensão desviadora x deformação axial. Segua tabela abaixo com ajuste de
parâmetros:

Tabela 7: Parâmetros adotados – Modelo Hiperbólico


(σ1 - σ3)f σ3 (σ1 - σ3)95 (σ1 - σ3)70 ε95 ε70 1/Ei 1/(σ1 - σ3)ult Ei (σ1 - σ3)ult Rf
352,48 50 334,856 246,736 3,42% 1,58% 3,1202E-05 0,002075097 32049,25 481,905249 0,73143
384,7 100 365,465 269,29 3,07% 1,18% 1,8613E-05 0,002129488 53725,16 469,5965506 0,819214
406,26 200 385,947 284,382 3,36% 1,67% 3,0887E-05 0,001671766 32376,08 598,1698155 0,679172
448,71 400 426,2745 314,097 1,42% 0,97% 2,5842E-05 0,000520086 38696,89 1922,758467 0,233368

4 Modelagem do Problema

Como se trata de uma barragem hipotética que já se encontraria construída sobre fundação em solo mole,
a condição in-situ foi definida conforme figura abaixo:
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Figura 7: Descrição de materiais, contatos e parâmetros geotécnicos utilizados na modelagem. Fonte: o Autor
via software Geostudio 2018

Foi considerado o regime permanete de percolação com carga constante sobre o rejeito de 1m
de coluna de água sobre o rejeito. Dentre os materiais não saturados o material de aterro teve sucção
calculada à partir de Freundland e Xing(1994) com parametros estimados via parametros descritos
em Georgetti (2014) e condutividade hidraulica saturada estimada por Fernandes (2011); por
trabalharem com um solo compactado lateritico arenoso em umidade próxima da ótima de proctor.
Os demais materiais de fundação não saturados foram estimados via parametros de amostra à partir
do software gestudio Seep. Os parametros de sucção foram utilizados apenas para ajuste da
condutividade hidraulica à partir da sucção. A modelagem para as tensões não contabilizou o efeito
da sucção.

Tabela 8: Parâmetros hidraulicos: Aterro Compactado


Parâmetros - Curva de Retenção - Fredllund e Xing (1994)
a1 n1 m1 Fonte
3,88 9,1 0,25 Georgetti (2014)
1,7e-07 Fonte
Condutividade Hidraulica (K)
m/seg Fernandes (2011)

Figura 8:Determinação das poropressões iniciais. Fonte: o Autor via software Geostudio 2018

O carregamento foi divido em 4 camadas de 3m, com a carga sendo distribuída em períodos de 10 dias,
para simular as condições da obra (1 camada de 30cm /dia).

5 Resultados
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Os deslocamentos verticais indicados pelo modelo estão representados em isolinhas para o início da o
20° dia e a última etapa do carregamento (40° dia - finalização do alteamento da Barragem).

Figura 9: Deslocamentos no vigésimo dia. Fonte: Autor.

Figura 10: Deslocamentos no quadragésimo dia. Fonte: Autor.

Figura 11: Deslocamentos Verticais no eixo. Fonte: Autor.


Deslocamento Verticais no eixo
15

30 Dias
10 31 Dias
32 Dias
Y (m)

33 Dias
34 Dias
35 Dias
36 Dias
5 37 Dias
38 Dias
39 Dias
40 Dias

0
-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0

Deslocamento Y (m)

Figura 12: Relação q/p’. Fonte: Autor.


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Os deslocamentos geram concentrações de tensões, a razão q/p’ indica valores de tensão desviadora nos
bordos (predominantemente) nas ocorrências de material laterítico ou de fundação com dificuldade para
deformação conforme figura 12. Para elucidar a questão foi realizada uma análise de estabilidade com as
tensões da etapa 4 (último dia de carregamento), utilizando a ánalise de percolação já realizada e o Fator de
Segurança foi superior a 2, o que mostra que a concentração de tensões provocada pelos deslocamentos não
compromete a estabilidade do Maciço.
Deslocamentos de magnitude superior a 20 cm poderam ser notados à partir do trigésimo dia, conforme
figura 12, quando o aterro se concentra sobre a crista do maciço existente. Para minimizar o impacto dos
deslocamentos sobre o maciço e, visto que aterros normalmente são executados com sobre largura, é
recomendavel que o trecho final sobre crista seja executado em velocidade inferior à simulada de forma que
pequenas correções geometricas sejam executadas nas camadas de aterro subsequente. A retirada da sobre
largura após a conclusão das obras colabora com essa hipótese.

6 Referencias Bibliográficas

ATKINSON, J.H. and BRANSBY, P.L. (1978). The mechanics of soils, McGraw-Hill, London.
BARONI, M. (2016).Comportamento geotécnico de argilas extremamente moles da baixada de Jacarepaguá,
RJ/ Magnos Baroni – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2016.
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(Doutorado) – Programa de Pós graduação em Geotecnia – Escola de Engenharia de São Carlos da
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Engenharia Civil. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005.
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ROSCOE, K.H. & BURLAND, J.B. (1968). On the generalized stress – strain behavior of wet clay. In: J.
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