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CAPÍTULO I - VETORES
A B r
Exemplos:
1.2 Equipolência
Indicamos: AB ∼ CD .
F
Exemplos: E
A B C D
H
AA ∼ BB AB ∼ CD
G
EF ∼ GH
Propriedades:
1. AB ∼ AB (reflexiva).
2. Se AB ∼ CD então CD ∼ AB (simétrica).
3. Se AB ∼ CD e CD ∼ EF então AB ∼ EF (transitiva).
3
1.3 Vetores
→
O vetor determinado por AB , indicamos por AB .
→ →
Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se AB ∼ CD . Um
→
mesmo vetor AB é determinado por uma infinidade de segmentos
orientados, que são chamados representantes desse vetor, e que são todos
equipolentes entre si. Em particular, os segmentos nulos são representantes
r
de um único vetor, que chamamos vetor nulo, e indicamos por o .
r → → →
Dado um vetor v = AB , chamamos o vetor BA oposto de AB e
→ r
indicamos por - AB ou - v.
r
A v B
r
-v
r
Dado um vetor u , todos os seus representantes têm a mesma medida. Essa
r r
medida denominamos módulo do vetor u , e indicamos por | u | . Dizemos
→ →
que os vetores AB e CD não nulos têm mesma direção (mesmo
sentido), se AB e CD têm mesma direção (mesmo sentido).
r r
Um vetor u é unitário se |u| = 1. Chamamos versor de um vetor não nulo
r r r
u , o vetor unitário que tem mesmo sentido de u , e indicamos por u° .
r
Dizemos que dois vetores não nulos são ortogonais, se u
podem ser representados por segmentos orientados
r r r
ortogonais, e indicamos por u ⊥ v . v
r A
r
Indicamos a soma A + (v ) , simplesmente por A − v .
Propriedades:
r
1. A + o = A.
r r
2. (A − v ) + v = A.
r r
3. Se A + v = B + v , então A = B .
r r r r
4. Se A + u = A + v , então u = v .
→
5. A + AB = B .
r r
−v v
r
v r
r r r −u
r r u v−u
u−v
6
Exemplos:
r
−v
r r 2 r
v 2v v
r 3
-3 v
r
1r v r r
Se a ≠ 0 , o produto v é indicado por . Se v ≠ o , é fácil mostrar que
a a
r r
v r r v r r r
r é o versor de v , ou seja v° = r e portanto v =| v | v° .
|v| |v|
Propriedades:
r r
1. a (bv ) = (ab )v .
s r r r
2. a (u + v ) = au + av .
3. (a + b )vr = avr + bvr .
r r
4. 1v = v .
r r
Nas propriedades acima, u e v são vetores quaisquer, a e b são
números reais.
7
r r r
Definição 1: Dados n vetores v1 , v 2 , K , v n e n escalares a 1 , a 2 , K , a n ,
r r r r
chamamos o vetor v = a 1 v1 + a 2 v 2 + K + a n v n , de combinação linear
r r r
dos vetores v 1 , v 2 , K , v n com coeficientes a 1 , a 2 , K , a n .
r
Nos exemplos 1, 2 e 3 a seguir, escrevemos w como combinação linear
dos vetores dados.
Exemplo 1:
r r
v w r r
Neste exemplo, w = 2v .
Exemplo 2:
r r r r
r Como w = o = 0u + 0 v , dizemos que
r v r r r
u o é combinação linear de u e v ,
r• com coeficientes zeros.
w
Exemplo 3:
r r Observando a figura ao
w v r lado, podemos escrever :
u
r 2r r
w = − v + 0u .
3
r r r 2
Assim, w é combinação linear de u e v , com coeficientes − e 0.
r 3
Note que, o vetor u não pode ser escrito como combinação linear de
r r
w e v.
8
Exemplo 4:
→ →
Se | AB | = | AD | , este paralelogramo será um losango. Sabemos que em
um losango ABCD, a bissetriz do ângulo D
∧
B A D contém a diagonal AC. Assim, o
A C
→ → →
vetor AC = AB+ AD possuirá também a
B
mesma direção da bissetriz do ângulo
∧
BA D.
→ → →
No caso de | AB | ≠ | AD | , o vetor AC não possui a mesma direção da
∧
bissetriz do ângulo B A D . Para conseguirmos um vetor que possua a
∧
mesma direção da bissetriz do ângulo B A D , basta tomarmos o vetor
r → →
v = t AB°+ t AD ° , t ∈ R * .
D C
→
t AD °
A
→ B
t AB °
9
Exemplo 5:
r r r
Definição 2: Dizemos que os vetores v 1 , v 2 ,..., v n são colineares
(paralelos), se possuem representantes em uma mesma reta. Neste caso
r r r r
indicamos v1 // v 2 // v 3 ,..., // v n .
r r r r r r
No exemplo 1, temos u // w , e no exemplo 2 temos w // u e w // v ,
v r
embora u e v não sejam paralelos.
r r r
Definição 3: Dizemos que os vetores v 1 , v 2 ,..., v n são coplanares, se
possuem representantes em um mesmo plano.
Propriedades:
r r
1. Os vetores u e v são paralelos se, e somente se, podemos escrever
um deles como combinação linear do outro.
r r r r r r r r
3. u ≠ o e v ≠ o . Como u // v , temos u o = ± vo . Daí,
r r
r r r v r |u|r r r
| u | u o = ± | u | r , ou seja, u = ± r v . Assim, se u e v têm mesmo
|v| |v|
r
r |u|r r r
sentido podemos escrever u = r v . E se u e v têm sentidos contrários
|v|
r
r |u|r
temos u = − r v .
|v|
r
Por outro lado, suponhamos que podemos escrever u como combinação
r r r
linear de v , ou seja, u = t v . Pela definição de produto de um número
r r
real por vetor, temos que u e v têm a mesma direção, logo são
paralelos.
r r r
2. Os vetores u, v e w são coplanares se, e somente se, podemos
escrever um deles como combinação linear dos outros.
r r r
Prova: Suponhamos que u, v e w são coplanares, temos então os
seguintes casos:
r r
1) Um deles sendo o vetor nulo, digamos u = o .
r r r
Podemos escrever: u = 0v + 0w .
r r r r
2) Dois deles são paralelos, digamos u // v e v ≠ o .
r r r r
Podemos escrever: u = mv = mv + 0w , m ∈ IR .
3) Quaisquer dois desses vetores não paralelos.
r r α
Vamos considerar a figura ao lado, v w
onde α é um plano que contém
r r r
representantes dos vetores u, v e w . r
u
→ r → r → r
A Tomemos OA = v, OB = u e OC = w . Tracemos
→ r
P pelo ponto C uma reta paralela ao vetor OB = u ,
O C que intercepta a reta OA no ponto P. Assim
r → → →
B
podemos escrever: w = OC = OP + PC .
→ → → → r r v
Como OP // OA e PC // OB temos: w = mv + nu, m,n ∈ IR .
11
r r r
Por outro lado, suponhamos que w = mv + nu, n, m ∈ IR . Assim, pela
r r r
definição de adição de vetores, temos que u, v e w são coplanares.
Exemplos:
Considerando o paralelepípedo de arestas AB, AD e AE, temos:
→ → → →
H G 1) AB é LI . 2) AB + BC+ CA é LD .
→ →
3) AD e AE são LI.
→ 1 →
E F 4) AB e AB são LD .
2
D C → → →
5) AB, AD e AE são LI. .
→ → →
6) AE, AB e DC são LD.
A B → → →
7) AB, AD e FF são LD.
→ → → →
8) AB, BF BC e AG são LD.
12
Propriedades:
r r r
1. Se um vetor v é LI, então dado u // v , temos que existe um único
r r
escalar m tal que u = mv .
r
Prova: Como v é LI, temos pela prova da propriedade 1 de 1.7, que
r r
u = mv e m é único.
r r r
2. Se dois vetores v1 e v 2 são LI, então dado v coplanar com
r r
v1 e v 2 , temos que existe um único par de escalares (m, n), tal que
r r
v = mv1 + nv 2 .
r r r r r
Prova: Como v , v1 e v 2 são coplanares e, v1 e v 2 são LI, temos
r r r
pela prova da propriedade 2 de 1.7, que v = mv1 + nv 2 .
Para mostrar que esses escalares são únicos, vamos supor que existam
r r r r r r
m’e n’, tais que : v = m ′ v1 + n ′ v 2 . Então (m − m ′) v1 + (n − n ′) v 2 = o .
r (n − n ′) r r r
Se m − m ′ ≠ 0 , podemos escrever v1 = − v 2 . Daí, v1 // v 2 , o
(m − m ′)
r r
que contradiz o fato de v1 e v 2 serem LI. Logo, m − m ′ = 0 , ou seja,
m = m′ .
r r r r
3. Se três vetores v1, v 2 e v 3 são LI, então dado um vetor v qualquer,
temos que existe único terno de escalares (m, n, p), tal que
r r r
v = mv1 + nv 2 + pv 3 .
r r r
Prova: Suponhamos que v1, v 2 e v 3 são LI, temos então os seguintes
casos:
r r r r r r
1) v = o . Podemos escrever: v = 0 v1 + 0 v 2 + 0 v 3 .
r r r r r r
2) v paralelo a um dos vetores v1, v 2 e v 3 , digamos v // v1 . Então
r r r r
podemos escrever: v = mv1 + 0 v 2 + 0 v 3 .
r r r r r r r
3) v coplanar com dois dos vetores v1, v 2 e v 3 , digamos v, v1 e v 2
r r r r r r
são coplanares. Assim temos: v = mv1 + nv 2 = mv1 + nv 2 + 0 v 3 .
13
r r r r
4) v não é coplanar com quaisquer dois dos vetores v1, v 2 e v 3 .
Vamos considerar a figura a seguir, onde α é o plano paralelo ao plano
OA1A 2 passando pelo ponto A. Seja B é o ponto de interseção da reta
OA 3 com o plano α..
α
A
B Temos então:
r → → →
v = OA = OB + BA .
→ r →
r Como OB // v 3 e BA é
A3 v r r
coplanar com v1 e v 2 , temos:
r → r → r r
v3 OB = pv 3 , BA = mv1 + nv 2 .
r A2 r r r r
v2 Logo v = mv1 + nv 2 + pv 3 .
O r
v1 A1
Para mostrarmos que esses escalares são únicos, vamos supor que
r r r r
v = m ′ v1 + n ′ v 2 + p ′ v 3 . Então temos:
r r r r
(m − m ′) v1 + (n − n ′) v 2 + (p − p ′) v 3 = o .
Se m − m ′ ≠ 0 , podemos escrever:
r n − n′ r p − p′ r
v1 = − v2 − v3 ,
m − m′ m − m′
r r r
ou seja, v1 é coplanar com v 2 e v 3 . O que contradiz o fato de
r r r
v1 , v 2 e v 3 serem LI. Logo m − m ′ = 0 , ou seja, m = m ′ .
r r r r
Definição 2: Dados dois vetores v1 e v 2 LI, dizemos que {v1 , v 2 } é
r r
uma base para o conjunto de vetores coplanares com v1 e v 2
r r r
Definição 3: Dados três vetores v1 , v 2 e v 3 LI, dizemos que
{vr 1 , vr 2 , vr 3 } é uma base para o conjunto de vetores do espaço ( IR 3 ).
Definição 4: Dizemos que uma base é ortogonal, quando seus vetores
são dois a dois ortogonais.
Exemplo 1:
E F → → → → →
D 1. AB = 1 AB+ 0 AC+ 0 AE , daí AB = (1,0,0 ) .
C → →
Analogamente, AC = (0,1,0 ) e AE = (0,0,1) .
A B
r r r
Podemos concluir então que, dada uma base qualquer {v1 , v 2 , v 3 }, as
coordenadas desses vetores em relação a esta base são:
r r r
v1 = (1,0,0 ) , v 2 = (0,1,0 ) e v 3 = (0,0,1) .
15
→ → → → →
2. AF = 1 AB+ 0 AC+ 1 AE , daí AF = (1,0,1) .
→ → →
Observamos que se a base considerada for {AB, AE, AC} , temos
→
AF = (1,1,0) .
→ → → → →
3. AG = 0 AB+ 1 AC+ 1 AE , daí AG = (0,1,1) .
Exemplo 2:
r → → →
Consideremos v = (−1,1,1) em relação base {AB, AC, AE} do exemplo
v → → → →
anterior. Assim, v = − AB+ AC+ AE = AH .
Propriedades:
r r r
Seja { v1 , v 2 , v 3 } uma base do espaço. Consideremos os vetores
r r r
u, v e w , representados através de suas coordenadas em relação a esta
base.
r r
1. Se u = ( a 1 , a 2 , a 3 ), v = ( b1 , b 2 , b 3 ) e t ∈ IR então:
r r
a) u = v ⇔ a 1 = b1 , a 2 = b 2 e a 3 = b 3 .
r r
b) u + v = ( a 1 + b1 , a 2 + b 2 , a 3 + b 3 ).
r
c) t u = (t a 1 , t a 2 , t a 3 ).
r r r r r r r r
Prova: a) Como u = a 1 v1 + a 2 v 2 + a 3 v 3 e v = b1 v1 + b 2 v 2 + b 3 v 3 ,
temos:
r r r r
( a 1 − b 1 ) v1 + ( a 2 − b 2 ) v 2 + ( a 3 − b 3 ) v 3 = o
r
Daí, o = (a 1 − b 1 , a 2 − b 2 , a 3 − b 3 ) .
Logo, a 1 − b1 = 0 , a 2 − b 2 = 0 e a 3 − b 3 = 0 .
r r
Observamos que os vetores u = (0, 0, 0) e v = ( b1 , b 2 , b 3 ) são LD,
visto que o vetor nulo é paralelo a todo vetor do espaço.
r r
2. Sejam u = ( a 1 , a 2 , a 3 ) e v = ( b1 , b 2 , b 3 ) vetores não nulos. Os
r r
vetores u e v são LD se, e somente se, existe um t ∈IR tal que :
a 1 = t b1
a 2 = t b2
a 3 = t b3
r r r r r
Prova: Se u e v são LD, então u // v . Como v é LI, podemos
r r
escrever: u = t v , ou seja,
a 1 = t b1
a 2 = t b2
a 3 = t b3.
r r r
3. Três vetores u = (a 1 , a 2 , a 3 ) , v = ( b 1 , b 2 , b 3 ) e w = ( c1 , c 2 , c 3 )
são LD se, e somente se,
a1 a2 a3
∆ = b1 b2 b 3 = 0.
c1 c2 c3
Exemplo 1:
Eixo das cotas
Na figura ao lado, temos:
→ 1r r r P
1. OP = v1 + 2v 2 + v 3 , r
2 v3
→
1 1
ou seja, OP = , 2 , 1 e daí, P , 2 , 1 .
2 2
r
v2
→
1 1
2. OQ = , 2 , 0 , daí, Q , 2 , 0 . O
2 2
R r Q
→ v1
2 2 Eixo das ordenadas
3. OR = 0, 0, − , daí, R = 0, 0, − .
3 3
Eixo das abscissas
→
4. OO = (0,0,0 ), daí O(0,0,0) .
18
Propriedades:
r r r r
Fixado um sistema de coordenadas {O, v1 , v 2 , v 3 } e dados v = (a , b, c) ,
P( x 1 , y1 , z 1 ) e Q(x 2 , y 2 , z 2 ) , temos as seguintes propriedades:
→
1. QP = ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) .
r
2. P + v = A ( x 1 + a , y1 + b, z1 + c) .
x + x 2 y1 + y 2 z 1 + z 2
3. O ponto médio de PQ é o ponto M 1 , , .
2 2 2
Prova: O
1. Para demonstrarmos esta propriedade,
→
escrevemos o vetor QP como combinação Q
→ →
linear dos vetores OQ e OP , ou seja, P
→ → →
QP = − OQ+ OP = (− x 2 ,− y 2 ,− z 2 ) + ( x 1 , y1 , z1 ) = ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 )
3. Podemos demonstrar
propriedade a 3 Q
→ → → → 1 → M
escrevendo OM = OQ + QM = OQ + QP .
2 P
→ →
Representando os vetores OQ e QP através de
suas coordenadas, obtemos:
→ 1
OM = ( x 1 , y1 , z1 ) + ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) . O
2
x + x 2 y1 + y 2 z 1 + z 2
Logo, M 1 , , .
2 2 2
19
Exemplo 2:
CAPÍTULO II – PRODUTOS
∧ r r r r
Indicamos A O B = (u, v ) , onde 0 ≤ (u, v ) ≤ π .
r r r r
Observemos que se (u, v) = 0 , os vetores u e v têm mesmo sentido e se
r r
(u, v) = π , estes vetores têm sentidos contrários.
r r
Definição 2: Sejam u e v vetores não nulos. O produto escalar de
r r r r r r r r r r
u por v , indicado por u ⋅ v , é o número real u ⋅ v = | u | | v | cos(u, v ) .
r r
Se um dos vetores for nulo temos u ⋅ v = 0 .
Exemplo 1
→ → → → D C
1) AB ⋅ BC = | AB | | BC | cos 90º = 0.
→ → → → 2
2) AB ⋅ AC = | AB | | AC | cos 45º = 2.2 2 = 4.
2
→ → → →
3) AB ⋅ CD = | AB | | CD | cos 180º = −4. A B
21
r r
Definição 3: Sejam u um vetor não nulo e v um vetor qualquer.
r r
u v
r r r r r
O vetor v se exprime de maneira única na forma v = v1 + v 2 , onde v1 é
r r r
paralelo a u e v 2 é ortogonal a u .
r
Chamamos o vetor v 1 , de
r r r
v r projeção de v na direção de u .
v2
r r r
u Indicamos projur v = v1 .
r
v1
r r
Se v é um vetor qualquer e u um vetor unitário, então
r r r r r r r r r
v1 = proj ur v = ( v ⋅ u )u . De fato, como v1 // u , temos v1 = t u . Basta
r r
mostra que v ⋅ u = t . Para isso, consideremos os casos a seguir:
r r r
(1) u
B Em (1) o ângulo θ = (u, v) é agudo. Nesse
r r
r caso, temos t > 0, e daí | v1 | = | t | | u | = t .
v
Por outro lado, como o triâmgulo ABC é
θ retângulo em A, podemos escrever:
C r A
v1 r r r r r r
t = | v1 | = | v | cosθ =| v | | u | cos θ = v ⋅ u .
r r
Em (2) o ângulo θ = (u, v) é obtuso. r
(2) u
Nesse caso, temos t < 0, e daí
r r G
| v1 | = | t | | u | = − t . Além disso, o ângulo r
r r v
(u, v) = π − θ . Considerando então o
θr F
triângulo retângulo EFG, temos: E v1
r r r r r r r r
t = − | v1 | = − | v | cosθ = − | v | | u | cos θ =| v || u | cos( π − θ) = v ⋅ u .
22
r r r r r r r r
Se 0 ≠| u |, temos projur v = proj r o v = ( v ⋅ u o )u o . Chamamos v ⋅ u o , a
u
r r
medida algébrica da projeção de v na direção de u e indicamos
r
med alg projur v .
Exemplo 2:
r r r r r
Dados u ≠ o , | v | = 6 e (u , v) = 60º , temos que :
r r r r r 1
med alg projur v = v ⋅ u o =| v || u o | cos 60º = 6.1. = 3 .
2
r r
Daí, projur v = 3u o .
Exemplo 3:
r r r r r
Dados a ≠ o , | b | = 8 e ( a , b ) =120 ° , temos que :
r r r r r 1
med alg projar b = b ⋅ a ° =| b | | a ° | cos 120° = 8 ⋅ 1 ⋅ − = −4
2
r r
Daí, projar b = −4a °
r r r r
1) | u | 2 = u ⋅ u = x 12 + y12 + z12 . Daí, | u |= x 1 2 + y 1 2 + z 1 2
r r r r
2) u ⊥ v ⇔ u ⋅ v = x 1 x 2 + y1 y 2 + z1z 2 = 0 , ou seja,
r r
u ⊥ v ⇔ x1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2 = 0
Exemplo 4:
r r
Dados os vetores u = (1,2,2) e v = (2,0,2) , temos:
r r
1) u ⋅ v = 2 + 0 + 4 = 6.
r
2) | u |= 1 + 4 + 4 = 9 = 3.
r
r u 1 1 2 2
3) u° = r = (1,2,2) = , , .
|u| 3 3 3 3
r r
r r u⋅v 6 2 r r
4) cos(u, v) = r r = = , logo, (u, v) = 45°.
| u || v | 3.2 2 2
r r r r r
5) u ⊥ w , sendo w = (0,2,−2), pois u ⋅ w = 0.
r r r r 1 2 2 1 2 2
6) projur v = ( v ⋅ u°)u° = (2,02) ⋅ , , , , =
3 3 3 3 3 3
1 2 2 2 4 4
= 2 , , = , ,
3 3 3 3 3 3
r
7) med alg proj ur v = 2 .
25
r r r
Fixada uma base ortonormal { i , j, k }, chamamos cossenos diretores de
r r r
um vetor v ≠ o , os cossenos dos ângulos que v forma com os vetores
desta base.
r r r r r r r
Considerando v = ( x, y, z), α = ( v, i ), β = ( v, j ), e γ = ( v, k ), temos:
r r r r r r
v⋅ i x v⋅ j y v⋅k z
cos α = r r = r , cos β = r r = r e cos γ = r r = r .
| v || i | | v | | v || j | | v | | v || k | | v |
r
r v r
Como v° = r , segue daí que , v° = (cos α , cos β, cos γ ) .
|v|
Exemplo 5:
r r 2 r r r r
Dados cos(v, i ) = cos α = , cos(v, j) = cos β = 0 , ( v, k) obtuso e
r 2
| v | = 5 , temos:
1 1 2
1) cos 2 γ = 1 − cos 2 α − cos 2 β = 1 − − 0 = . Logo, cos γ = − .
2 2 2
r r r 2 2 5 2 5 2
2) v =| v | v° = 5 , 0 ,− =
2 , 0 , − .
2 2 2
26
r
v3 r
v3
r r
v2 v2
r r
v1 v1
27
Exemplos
r r r
Consideremos o sistema {O, i , j, k} representado a seguir, temos que:
r r r r r r r r r
1. As bases { i , j, k} , { j, k, i } e {k , i , j}
são positivas.
r
r r r r r r r r r k r
2. As bases { j, i , k} , { i , k, j} e {k , j, i } j
são negativas. r
i O
28
r r
Definição: Sejam u e v vetores não colineares. O produto vetorial de
r r r r
u por v , indicado u × v , é um vetor, tal que:
r r r r r r
1. | u × v | = | u | | v | sen(u, v) ;
r r
2. A direção de u × v é ortogonal a um plano que contém representantes
r r
dos vetores u e v ;
r r r r
3. A base {u, v, u × v} é positiva.
r r r r r
Se u e v são colineares então u × v = o .
Exemplo 2
r r
Sejam u e v vetores com representantes no plano α, onde
r r r r
| u |= 2, | v |= 3 e (u, v) = 30º. Temos:
r r
u×v
r r r r 1
| u × v | = | u || v | sen 30º = 2 ⋅ 3 ⋅ = 3
2 r
v
e 30 º
α r
u
r r r r 1 r r
| v × u | = | v || u | sen 30º = 3 ⋅ 2 ⋅ ⋅ = 3 v×u
2
r r r r r r r
Assim, | u × v | = | v × u | , mas u × v e v × u são vetores opostos, como
ilustra a figura.
Exemplo 3
r r r
Dada a base ortonormal positiva { i , j, k} , temos :
r r r r r r r
1. i × i = j × j = k × k = o
r r r r r r r r r
2. i × j = k , j × k = i e k × i = j
r r r r r r r r r
3. j × i = −k , k × j = − i e i × k = − j
29
→ → → →
Daí segue que, S = | AB | ⋅ | AD | sen θ =| AB × AD | .
→ →
| AB× AD |
T=
2
Exemplo 4:
→ → 16 9 3
sen(AB, AD) = 1 − = = .
25 25 5 A B
3
S = 5 ⋅ 2 5 ⋅ = 6 u.a.
5
30
r r r r r r r r
u × v = (x 1 i + y1 j + z1 k ) × (x 2 i + y 2 j + z 2 k ) =
r r r r r r
= ( x 1 x 2 ) i × i + (x 1 y 2 ) i × j + (x 1z 2 ) i × k +
r r r r r r
+ ( y1 x 2 ) j × i + ( y1 y 2 ) j × j + ( y1 z 2 ) j × k +
r r r r r r
+ ( z 1 x 2 ) k × i + ( z1 y 2 ) k × j + ( z 1z 2 ) k × k .
Exemplo 5
r r r
Dados os vetores u = (1,2,3), v = (3,1,2) e w = (2,4,6), temos :
r r r
i j k
r r r r r
1) u × v = 1 2 3 = (4 − 3) i − (2 − 9) j + (1 − 6) k,
3 1 2
r r
Daí, u × v = (1,7,−5).
r r r
i j k
r r r r r
2) u × w = 1 2 3 = (12 − 12) i + (6 − 6) j + (4 − 4) k .
2 4 6
r r r
Daí, u × w = (0,0,0) = o.
Exemplo 6
D C
C’
A B
→ → → →
podemos concluir que: S = | AB× AD | = | AB× AC | = S′ .
32
→ → → → → →
| AB × AC | | AB × BC | | AC × BC |
T= = =
2 2 2
Exemplo 7:
Exemplo 1:
r r r
Dados os vetores u = (1,0,2), v = (−1,1,3) e w = (0,3,−2) , temos:
r r r
[u, v, w] = [(1,0,2) × (−1,1,3)] ⋅ (0,3,−2) = (−2,−5,1) ⋅ (0,3,−2) = −17
r r r
[ v, u, w] = [(−1,1,3) × (1,0,2)] ⋅ (0,3,−2) = (2,5,−1) ⋅ (0,3,−2) = 17 .
33
Por outro lado, essa altura pode ser calculada como o módulo da projeção
→ → →
do vetor AE na direção do vetor AB × AD , pois a direção deste vetor é
ortogonal ao plano ABC. Assim podemos escrever:
→ → → → → →
h = | proj → → AE | = | AE ⋅ (AB × AD)° | =| | AE | cos θ | = | AE | | cos θ | ,
( AB ×AD)
→ → →
onde θ é o ângulo entre os vetores AE e AB × AD .
→ → → → → → → → →
Daí, V =| AB × AD | | AE | | cos θ | = | (AB × AD ) ⋅ AE | = | [AB, AD, AE] | , ou
seja,
→ → →
V =| [AB, AD, AE] |
1 1 → → → 1 → → → 1 → → →
VT = | (AB × AD) | | AE | | cos θ | = | (AB × AD ) ⋅ AE | = | [AB, AD, AE] |
3 2 6 6
Exemplo 2:
→ → → → → →
V =| [OA, OB, OC] | = | (OA× OB) ⋅ OC | = | (−2,−1,−1) ⋅ (2,1,0) | = 5 u. v.
→ 6 6 6 5 6
h = | proj → → OC | = | (2,1,0) ⋅ − ,− ,− |=
u. c. .
OA ×OB 3 6 6 6
r
ângulo entre estes vetores. Ou seja, se este ângulo for agudo, então v 3 está
r r
no mesmo semi-espaço que v1 × v 2 , caso contrário, não.
Por outro lado, para determinarmos se o ângulo entre dois vetores é agudo
ou obtuso, basta calcularmos o produto escalar entre eles. Assim,
r r r
( v1 × v 2 ) ⋅ v 3 > 0 , temos que o ângulo entre estes vetores é agudo, logo a
r r r
base {v1 , v 2 , v 3 } será positiva, caso contrário, a base será negativa.
r r r
Podemos então concluir que uma base {v1 , v 2 , v 3 } é positiva se o produto
r r r r r r
misto [ v1 , v 2 , v 3 ] > 0 e será negativa se [ v1 , v 2 , v 3 ] < 0 .
“⇐” É imediata.
r r r r r r r r r
2. Temos que | [u, v, w ] | =| [ v, w , u ] | =| [ w , u, v, ] | , como volume de um
r r r
mesmo paralelepípedo. Se u, v e w são L D, então
r r r r r r r r r
| [u, v, w ] | =| [ v, w , u ] | =| [ w , u, v, ] |= 0
36
r r r r r r r r r r r r
Se u, v e w são L I, então as bases {u, v, w}, {v, w , u} e {w , u, v}
pertencem a mesma classe. Logo,
r r r r r r r r r
[u, v, w ] = [ v, w , u ] = [ w , u, v, ]
x1 y1 z1
r r r
[u, v, w] = x 2 y2 z2 .
x3 y3 z3
Exemplo 3:
1
Como VT = 2 u.v, temos: | 2x - 10 | = 2 .
6
Logo, x = 11 ou x = −1 .
38
Exercícios
Sequência I
r r r r
Nos exercícios de 2 a 5, considere os vetores u = 2 i − j + 2 k ,
r r r r r r
v = 5 i + 5 j − 2k e w = 3 i + 6j .
3. Determine:
r r r
a) 2u − v + 3w.
r →
b) as coordenadas do ponto B, onde A = (1,0,−2) e AB = u .
c) as coordenadas do ponto M, onde M é ponto médio do segmento AB ,
do item(b).
4. Escreva se possível:
r r
a) u como combinação linear de a = ( 4,−2,4 ) .
r r
b) ur como combinação linear de or .
c) o como combinação linear de u .
r r
d) v como combinação linear de u .
r r r
e) u como combinação linear de v e a = ( 4,−2,4) .
r r r
f) v como combinação linear de u e a = ( 4,−2,4 ) .
r r r
g) v como combinação linear de u e w .
5. Determine:
r r r r r r r r r r
a) u ⋅ v e u ⋅ w b) | u | e u° c) ( u, v) e (u, w)
r
d) Um vetor não nulor ortogonal a vr.
e) A projeção de u na direção de v .
r r
f) A projeção de u na direção de w . r r
g) A medida algébrica da projeção de v na direção de u .
r r r
h) O versor de b , onde rb // u .
i) Um vetor paralelo a u e de módulo 9.
r
j) O vetor c , sabendo que seus ângulos diretores são agudos, onde
r r
α = 60°, β = 45° e | c | = | w | .
r r
l) v × w r r
m) Um vetor unitário ortogonal aos vetores u e v .
r r r r r
n) Uma base ortonormal {e1 , e 2 , e 3 } , onde e1 // u .
r r r r r
o) Uma base positiva {f1, f 2 , f 3 } , onde f1 = v .
r r r r r r
p) O vetor d , tal que d × u = o e d ⋅ v = −2.
→ r → r
q) A área do triângulo ABC, onde AB = u e AC = v.
r r r
r) [ u, v, k ]
s) O volume do paralelepípedo de arestas AB, AC e AD, onde
→ r → r → r
AB = u, AC = v e AD = w .
40
Sequência II
rr
FF22
30°
r 45° xx
F1
r
F3
r
b) | F1 | = 120kgf
r
| F2 | = 100kgf y
r
| F3 | = 120kgf
r
F1 r
r F2
F3 30°
x
→
4. Do cubo ao lado, sabemos que: A( 2,1,0), B( 2,4,0) e AD° = (0,0,1) .
Determine as coordenadas: H G
→
a) do vetor AC ; E F
b) do ponto E; D
→ → C
1→
c) do vetor AL , sabendo que FL = − EF .
3 A B
→ → → →
d) do vetor CG em relação à base AB, AC, AE ;
RESPOSTAS
Sequência I
2 1 2 6
5. a) 1 e 0 b) 3 e ,− , c) arc cos e 90°
3 3 3 54
5x + 5y 5 5 1
d) x, y, ; x, y ∈ IR e x ≠ 0 ou y ≠ 0 e) , ,−
2 54 54 27
1 2 1 2 2 1 2
f) (0,0,0) g) h) ,− , ou - , ,−
3 3 3 3 3 3 3
3 5 3 10 3 5
i) (6,-3,6) ou (-6,3,-6) j) , ,
l) (12,-6,15)
2 2 2
485
p) ( −4,2,−4) q) u.a. r) 15 s) 60 u.v.
2
Sequência II
2 1 1
1. t , , ; t ∈ IR *
3 3 3
→ →
(
2. a) R = 75 3 + 90 2 , − 5 − 90 2 ) (
b) R = 60 3 − 120, − 40 )
→ → →
4. a) AC = (0,3,3) b) E(5,1,0) c) CG = (0,0,1) d) AL = (3,2,0)
5 4 2 2 1 2
5. C ,− , e D ,− ,
3 3 3 3 3 3
6. a) 2 7 b) 1 c) 8
44
r 22 3
7. v = (1,1,1) 8. h = u.c. 9. S = u.a.
2 2
1 4 1 1 4 1
10. a) S = 6 2 u.a. b) E − , , ou E ,− ,−
3 3 3 3 3 3
3 3 2
11. V = u.v. 12. V = u.v. 13. y = 4 ou y = 5
2 3
(
14. E 2, 2 2 + 1, 3 ) 15. D(1,5,2) ou D(1,5, −2)