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CAPÍTULO I - VETORES

1.1 Segmentos orientados

Consideremos uma reta r e sejam A e B dois pontos de r.

A B r

Ao segmento de reta AB, podemos associar um sentido : o sentido de A


para B, ou o sentido de B para A. Escrevemos AB para representar o
segmento de reta AB associado com o sentido de A para B. Dizemos que

AB é o segmento orientado de origem A e extremidade B e BA é o


segmento orientado de origem B e extremidade A. Chamamos BA , oposto
de AB . Se A = B, dizemos que o segmento orientado AB = BA é o
segmento nulo, e escrevemos AA = O. Na reta r está representado
graficamente AB .

Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado, podemos


associar um número real não negativo, seu comprimento, que é a sua
medida em relação àquela unidade. A medida do segmento AB ,
indicamos por med ( AB) . Os segmentos nulos têm medida igual a zero. É
claro que med (AB) = med (BA) .

Dados dois segmentos orientados não nulos AB e CD , dizemos que eles


têm mesma direção, se as retas suportes destes segmentos são paralelas ou
coincidentes. Só podemos comparar os sentidos de dois segmentos
orientados, se eles têm a mesma direção. Dois segmentos orientados
opostos têm sentidos contrários.
2

Exemplos:

Mesmo sentido Sentidos contrários

Mesmo sentido Sentidos contrários

1.2 Equipolência

Definição: O segmento orientado AB é equipolente ao segmento


orientado CD , se ambos são segmentos nulos, ou se têm mesma medida e
mesmo sentido.

Indicamos: AB ∼ CD .
F

Exemplos: E
A B C D
H
AA ∼ BB AB ∼ CD
G
EF ∼ GH

Propriedades:

1. AB ∼ AB (reflexiva).
2. Se AB ∼ CD então CD ∼ AB (simétrica).
3. Se AB ∼ CD e CD ∼ EF então AB ∼ EF (transitiva).
3

4. Dados um segmento orientado AB e um ponto C, existe um único ponto


D tal que AB ∼ CD .
5. Se AB ∼ CD então BA ∼ DC .
6. Se AB ∼ CD então AC ∼ BD .

Essas propriedades são de fácil verificação.

1.3 Vetores

Definição: Chamamos vetor determinado por um segmento orientado


AB , ao conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB .


O vetor determinado por AB , indicamos por AB .

→ →
Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se AB ∼ CD . Um

mesmo vetor AB é determinado por uma infinidade de segmentos
orientados, que são chamados representantes desse vetor, e que são todos
equipolentes entre si. Em particular, os segmentos nulos são representantes
r
de um único vetor, que chamamos vetor nulo, e indicamos por o .
r → → →
Dado um vetor v = AB , chamamos o vetor BA oposto de AB e
→ r
indicamos por - AB ou - v.

r
A v B
r
-v

Decorre da propriedade 6 de 1.2 a implicação:


→ → → →
Se AB = CD então AC = BD .
4

r
Dado um vetor u , todos os seus representantes têm a mesma medida. Essa
r r
medida denominamos módulo do vetor u , e indicamos por | u | . Dizemos
→ →
que os vetores AB e CD não nulos têm mesma direção (mesmo
sentido), se AB e CD têm mesma direção (mesmo sentido).
r r
Um vetor u é unitário se |u| = 1. Chamamos versor de um vetor não nulo
r r r
u , o vetor unitário que tem mesmo sentido de u , e indicamos por u° .
r
Dizemos que dois vetores não nulos são ortogonais, se u
podem ser representados por segmentos orientados
r r r
ortogonais, e indicamos por u ⊥ v . v

Convencionamos que o vetor nulo é ortogonal a qualquer vetor do espaço.

1.4 Soma de um ponto com um vetor


r
Definição: Dados um ponto A e um vetor v , existe um único ponto B tal
→ r r
que AB = v . O ponto B chamamos soma do ponto A com o vetor v .
r r B
v v
v v

r A
r
Indicamos a soma A + (v ) , simplesmente por A − v .

Propriedades:
r
1. A + o = A.
r r
2. (A − v ) + v = A.
r r
3. Se A + v = B + v , então A = B .
r r r r
4. Se A + u = A + v , então u = v .

5. A + AB = B .

Essas propriedades são verificadas facilmente.


5

1.5 Adição de vetores


r r
Definição: Consideremos dois vetores u e v , e um ponto qualquer A.
r r r →
Sejam B = A + u e C = B + v . O vetor s = AC é chamado vetor soma
r r r r r
de u e v e indicamos por s = u + v .
B
r
r r r r v
Observemos que o vetor s = u + v u r v C
A v s
independe do ponto A. De fato, se
considerarmos outro ponto A′ r r
r r u v
obteremos B′ = A ′ + u e C ′ = B′ + v . v
B’ v
→ → → →
r C’
Assim, AB = A ′B′ e BC = B′C ′ . A’ s

Usando a propriedade 1 de 1.3 , concluímos que :
→ → → → → → → →
AA ′ = BB′ e BB′ = CC ′ . Daí, AA ′ = CC ′ e portanto AC = A ′C ′ .
r
v
Propriedades: r
r r r r
1. u + v = v + u ( comutativa ). u r
u
r
v
r r r r r r r
2. (u + v ) + w = u + (v + w ) s
v
( associativa ) u r
r r s r w
u+v v+w
r r r
3. u + o = u ( elemento neutro ).
r r r
4. u + (− u ) = o ( elemento oposto ).
r r r r r r r r
Indicamos o vetor u + (− v ) por u − v . Notemos que u − v ≠ v − u .

r r
−v v
r
v r
r r r −u
r r u v−u
u−v
6

1.6 Produto de um número real por um vetor


r r r
Definição: Dados a ∈ R ∗ e v ≠ o , chamamos produto de a por v , o
r r
vetor w = av , que satisfaz às condições abaixo:
r r
1. | w | = | a | | v | .
r r
2. A direção de w é a mesma da v .
r r r
3. O sentido de w é igual ao de v se a > 0 , e contrário ao de v se
a < 0.
r r r
Se a = 0 ou v = o , o produto av é o vetor nulo.

Exemplos:
r
−v
r r 2 r
v 2v v
r 3
-3 v

r
1r v r r
Se a ≠ 0 , o produto v é indicado por . Se v ≠ o , é fácil mostrar que
a a
r r
v r r v r r r
r é o versor de v , ou seja v° = r e portanto v =| v | v° .
|v| |v|

Propriedades:
r r
1. a (bv ) = (ab )v .
s r r r
2. a (u + v ) = au + av .
3. (a + b )vr = avr + bvr .
r r
4. 1v = v .
r r
Nas propriedades acima, u e v são vetores quaisquer, a e b são
números reais.
7

1.7 Combinação linear

r r r
Definição 1: Dados n vetores v1 , v 2 , K , v n e n escalares a 1 , a 2 , K , a n ,
r r r r
chamamos o vetor v = a 1 v1 + a 2 v 2 + K + a n v n , de combinação linear
r r r
dos vetores v 1 , v 2 , K , v n com coeficientes a 1 , a 2 , K , a n .

r
Nos exemplos 1, 2 e 3 a seguir, escrevemos w como combinação linear
dos vetores dados.

Exemplo 1:

r r
v w r r
Neste exemplo, w = 2v .

Exemplo 2:
r r r r
r Como w = o = 0u + 0 v , dizemos que
r v r r r
u o é combinação linear de u e v ,
r• com coeficientes zeros.
w

Exemplo 3:

r r Observando a figura ao
w v r lado, podemos escrever :
u
r 2r r
w = − v + 0u .
3

r r r 2
Assim, w é combinação linear de u e v , com coeficientes − e 0.
r 3
Note que, o vetor u não pode ser escrito como combinação linear de
r r
w e v.
8

Exemplo 4:

Consideremos um paralelogramo ABCD.

Observemos que o vetor


D C → → →
AC = AB+ AD possui a
mesma direção que a
A B
diagonal AC.

→ →
Se | AB | = | AD | , este paralelogramo será um losango. Sabemos que em
um losango ABCD, a bissetriz do ângulo D

B A D contém a diagonal AC. Assim, o
A C
→ → →
vetor AC = AB+ AD possuirá também a
B
mesma direção da bissetriz do ângulo

BA D.

→ → →
No caso de | AB | ≠ | AD | , o vetor AC não possui a mesma direção da

bissetriz do ângulo B A D . Para conseguirmos um vetor que possua a

mesma direção da bissetriz do ângulo B A D , basta tomarmos o vetor
r → →
v = t AB°+ t AD ° , t ∈ R * .

D C


t AD °

A
→ B

t AB °
9

Exemplo 5:

Observando o paralelepípedo ao lado, podemos escrever:


→ → → → H G
AG = AB + BC + CG
→ E
Dizemos então que AG é combinação linear dos F
→ → → → →
vetores AB , BC e CG . Como BC = AD e
→ → D
C
CG = AE , podemos também escrever:
→ → → → A B
AG = AB+ AD+ AE

Assim, podemos também dizer que AG é combinação linear dos vetores
→ → →
AB , AD e AE .

r r r
Definição 2: Dizemos que os vetores v 1 , v 2 ,..., v n são colineares
(paralelos), se possuem representantes em uma mesma reta. Neste caso
r r r r
indicamos v1 // v 2 // v 3 ,..., // v n .
r r r r r r
No exemplo 1, temos u // w , e no exemplo 2 temos w // u e w // v ,
v r
embora u e v não sejam paralelos.

r r r
Definição 3: Dizemos que os vetores v 1 , v 2 ,..., v n são coplanares, se
possuem representantes em um mesmo plano.

Observamos que a colinearidade de vetores é um caso particular da


coplanaridade de vetores.

Nos exemplos de 1 a 4, os vetores envolvidos são coplanares.

Propriedades:
r r
1. Os vetores u e v são paralelos se, e somente se, podemos escrever
um deles como combinação linear do outro.

Prova: "⇒" Começaremos considerando os seguintes casos:


r r r r r
1) u = o = v ; u = tv, t ∈ IR
r r r r r r
2) u = o e v ≠ o ; temos u = 0v
10

r r r r r r r r
3. u ≠ o e v ≠ o . Como u // v , temos u o = ± vo . Daí,
r r
r r r v r |u|r r r
| u | u o = ± | u | r , ou seja, u = ± r v . Assim, se u e v têm mesmo
|v| |v|
r
r |u|r r r
sentido podemos escrever u = r v . E se u e v têm sentidos contrários
|v|
r
r |u|r
temos u = − r v .
|v|
r
Por outro lado, suponhamos que podemos escrever u como combinação
r r r
linear de v , ou seja, u = t v . Pela definição de produto de um número
r r
real por vetor, temos que u e v têm a mesma direção, logo são
paralelos.

r r r
2. Os vetores u, v e w são coplanares se, e somente se, podemos
escrever um deles como combinação linear dos outros.
r r r
Prova: Suponhamos que u, v e w são coplanares, temos então os
seguintes casos:
r r
1) Um deles sendo o vetor nulo, digamos u = o .
r r r
Podemos escrever: u = 0v + 0w .
r r r r
2) Dois deles são paralelos, digamos u // v e v ≠ o .
r r r r
Podemos escrever: u = mv = mv + 0w , m ∈ IR .
3) Quaisquer dois desses vetores não paralelos.
r r α
Vamos considerar a figura ao lado, v w
onde α é um plano que contém
r r r
representantes dos vetores u, v e w . r
u

→ r → r → r
A Tomemos OA = v, OB = u e OC = w . Tracemos
→ r
P pelo ponto C uma reta paralela ao vetor OB = u ,
O C que intercepta a reta OA no ponto P. Assim
r → → →
B
podemos escrever: w = OC = OP + PC .
→ → → → r r v
Como OP // OA e PC // OB temos: w = mv + nu, m,n ∈ IR .
11

r r r
Por outro lado, suponhamos que w = mv + nu, n, m ∈ IR . Assim, pela
r r r
definição de adição de vetores, temos que u, v e w são coplanares.

1.8 Dependência linear


r
Definição 1: Dizemos que um vetor v é linearmente dependente, se
r r
v = o.
r r
Definição 2: Dizemos que dois vetores u e v são linearmente
dependentes se eles são paralelos.
r r r
Definição 3: Dizemos que três vetores u, v e w são linearmente
dependentes se eles são coplanares.

Definição 4: Dizemos que mais de três vetores do espaço ( IR 3 ), são


sempre linearmente dependentes.

Quando os vetores do espaço não são linearmente dependentes (LD),


dizemos que eles são linearmente independentes (LI).

Exemplos:
Considerando o paralelepípedo de arestas AB, AD e AE, temos:
→ → → →
H G 1) AB é LI . 2) AB + BC+ CA é LD .
→ →
3) AD e AE são LI.
→ 1 →
E F 4) AB e AB são LD .
2

D C → → →
5) AB, AD e AE são LI. .
→ → →
6) AE, AB e DC são LD.
A B → → →
7) AB, AD e FF são LD.
→ → → →
8) AB, BF BC e AG são LD.
12

Propriedades:
r r r
1. Se um vetor v é LI, então dado u // v , temos que existe um único
r r
escalar m tal que u = mv .
r
Prova: Como v é LI, temos pela prova da propriedade 1 de 1.7, que
r r
u = mv e m é único.

r r r
2. Se dois vetores v1 e v 2 são LI, então dado v coplanar com
r r
v1 e v 2 , temos que existe um único par de escalares (m, n), tal que
r r
v = mv1 + nv 2 .
r r r r r
Prova: Como v , v1 e v 2 são coplanares e, v1 e v 2 são LI, temos
r r r
pela prova da propriedade 2 de 1.7, que v = mv1 + nv 2 .

Para mostrar que esses escalares são únicos, vamos supor que existam
r r r r r r
m’e n’, tais que : v = m ′ v1 + n ′ v 2 . Então (m − m ′) v1 + (n − n ′) v 2 = o .
r (n − n ′) r r r
Se m − m ′ ≠ 0 , podemos escrever v1 = − v 2 . Daí, v1 // v 2 , o
(m − m ′)
r r
que contradiz o fato de v1 e v 2 serem LI. Logo, m − m ′ = 0 , ou seja,
m = m′ .

Analogamente podemos mostrar que n = n ′ .

r r r r
3. Se três vetores v1, v 2 e v 3 são LI, então dado um vetor v qualquer,
temos que existe único terno de escalares (m, n, p), tal que
r r r
v = mv1 + nv 2 + pv 3 .
r r r
Prova: Suponhamos que v1, v 2 e v 3 são LI, temos então os seguintes
casos:
r r r r r r
1) v = o . Podemos escrever: v = 0 v1 + 0 v 2 + 0 v 3 .
r r r r r r
2) v paralelo a um dos vetores v1, v 2 e v 3 , digamos v // v1 . Então
r r r r
podemos escrever: v = mv1 + 0 v 2 + 0 v 3 .
r r r r r r r
3) v coplanar com dois dos vetores v1, v 2 e v 3 , digamos v, v1 e v 2
r r r r r r
são coplanares. Assim temos: v = mv1 + nv 2 = mv1 + nv 2 + 0 v 3 .
13

r r r r
4) v não é coplanar com quaisquer dois dos vetores v1, v 2 e v 3 .
Vamos considerar a figura a seguir, onde α é o plano paralelo ao plano
OA1A 2 passando pelo ponto A. Seja B é o ponto de interseção da reta
OA 3 com o plano α..

α
A
B Temos então:
r → → →
v = OA = OB + BA .
→ r →
r Como OB // v 3 e BA é
A3 v r r
coplanar com v1 e v 2 , temos:
r → r → r r
v3 OB = pv 3 , BA = mv1 + nv 2 .
r A2 r r r r
v2 Logo v = mv1 + nv 2 + pv 3 .
O r
v1 A1

Para mostrarmos que esses escalares são únicos, vamos supor que
r r r r
v = m ′ v1 + n ′ v 2 + p ′ v 3 . Então temos:
r r r r
(m − m ′) v1 + (n − n ′) v 2 + (p − p ′) v 3 = o .

Se m − m ′ ≠ 0 , podemos escrever:

r n − n′ r p − p′ r
v1 = − v2 − v3 ,
m − m′ m − m′
r r r
ou seja, v1 é coplanar com v 2 e v 3 . O que contradiz o fato de
r r r
v1 , v 2 e v 3 serem LI. Logo m − m ′ = 0 , ou seja, m = m ′ .

Analogamente podemos mostrar que n = n′ e p = p′ .

1.9 Base – Coordenadas de vetor


r r
Definição 1: Dado um vetor v LI, dizemos que {v} é uma base para o
r
conjunto de vetores paralelos a v .
14

r r r r
Definição 2: Dados dois vetores v1 e v 2 LI, dizemos que {v1 , v 2 } é
r r
uma base para o conjunto de vetores coplanares com v1 e v 2
r r r
Definição 3: Dados três vetores v1 , v 2 e v 3 LI, dizemos que
{vr 1 , vr 2 , vr 3 } é uma base para o conjunto de vetores do espaço ( IR 3 ).
Definição 4: Dizemos que uma base é ortogonal, quando seus vetores
são dois a dois ortogonais.

Definição 5: Dizemos que uma base é ortonormal, se ela for ortogonal


e seus vetores unitários.
r r r
Costumamos representar uma base ortonormal por i , j, k . { }
r r r
Fixada uma base {v1 , v 2 , v 3 } do espaço, pela propriedade 3 de 1.8, para
r r r r r
todo vetor v , temos v = mv1 + nv 2 + pv 3 , onde m, n e p são únicos.
r r r r
Dizemos que mv1 , nv 2 e pv 3 são as componentes de v na direção
r r r
dos vetores v1 , v 2 e v 3 , respectivamente. Os escalares m, n e p
r r r r
são as coordenadas de v em relação à base {v1 , v 2 , v 3 }.
r
Geralmente, representamos o vetor v através de suas coordenadas, ou
r
seja, v = (m, n , p ) .

Exemplo 1:

Consideremos o cubo ao lado e fixemos a


H G → → →
base {AB, AC, AE} . Podemos escrever:

E F → → → → →
D 1. AB = 1 AB+ 0 AC+ 0 AE , daí AB = (1,0,0 ) .
C → →
Analogamente, AC = (0,1,0 ) e AE = (0,0,1) .
A B
r r r
Podemos concluir então que, dada uma base qualquer {v1 , v 2 , v 3 }, as
coordenadas desses vetores em relação a esta base são:
r r r
v1 = (1,0,0 ) , v 2 = (0,1,0 ) e v 3 = (0,0,1) .
15

→ → → → →
2. AF = 1 AB+ 0 AC+ 1 AE , daí AF = (1,0,1) .
→ → →
Observamos que se a base considerada for {AB, AE, AC} , temos

AF = (1,1,0) .
→ → → → →
3. AG = 0 AB+ 1 AC+ 1 AE , daí AG = (0,1,1) .

Exemplo 2:
r → → →
Consideremos v = (−1,1,1) em relação base {AB, AC, AE} do exemplo
v → → → →
anterior. Assim, v = − AB+ AC+ AE = AH .

Analogamente ao que foi feito para o conjunto dos vetores no espaço,


podemos fazer para conjuntos de vetores coplanares e colineares.
Assim, um vetor num conjunto de vetores coplanares tem duas
coordenadas e um vetor num conjunto de vetores colineares tem uma
coordenada.

Propriedades:
r r r
Seja { v1 , v 2 , v 3 } uma base do espaço. Consideremos os vetores
r r r
u, v e w , representados através de suas coordenadas em relação a esta
base.
r r
1. Se u = ( a 1 , a 2 , a 3 ), v = ( b1 , b 2 , b 3 ) e t ∈ IR então:
r r
a) u = v ⇔ a 1 = b1 , a 2 = b 2 e a 3 = b 3 .
r r
b) u + v = ( a 1 + b1 , a 2 + b 2 , a 3 + b 3 ).
r
c) t u = (t a 1 , t a 2 , t a 3 ).
r r r r r r r r
Prova: a) Como u = a 1 v1 + a 2 v 2 + a 3 v 3 e v = b1 v1 + b 2 v 2 + b 3 v 3 ,
temos:
r r r r
( a 1 − b 1 ) v1 + ( a 2 − b 2 ) v 2 + ( a 3 − b 3 ) v 3 = o
r
Daí, o = (a 1 − b 1 , a 2 − b 2 , a 3 − b 3 ) .

Logo, a 1 − b1 = 0 , a 2 − b 2 = 0 e a 3 − b 3 = 0 .

De maneira análoga podemos mostrar os itens b) e c).


16

r r
Observamos que os vetores u = (0, 0, 0) e v = ( b1 , b 2 , b 3 ) são LD,
visto que o vetor nulo é paralelo a todo vetor do espaço.

r r
2. Sejam u = ( a 1 , a 2 , a 3 ) e v = ( b1 , b 2 , b 3 ) vetores não nulos. Os
r r
vetores u e v são LD se, e somente se, existe um t ∈IR tal que :

a 1 = t b1
a 2 = t b2
a 3 = t b3
r r r r r
Prova: Se u e v são LD, então u // v . Como v é LI, podemos
r r
escrever: u = t v , ou seja,
a 1 = t b1
a 2 = t b2
a 3 = t b3.

Por outro lado, se existe t ∈IR , tal que


a 1 = t b1
a 2 = t b2
a 3 = t b3
r r r r r r
então u = t v . Logo u // v e portanto u e v são LD.

r r r
3. Três vetores u = (a 1 , a 2 , a 3 ) , v = ( b 1 , b 2 , b 3 ) e w = ( c1 , c 2 , c 3 )
são LD se, e somente se,
a1 a2 a3
∆ = b1 b2 b 3 = 0.
c1 c2 c3

Esta propriedades pode ser demonstrada através de propriedades de


determinantes.

Concluímos que se t não existe na propriedade 2, ou se ∆ é diferente de


zero, na propriedade 3, temos que os vetores considerados nessas
propriedades são LI.
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1.10 Sistemas de coordenadas cartesianas

Definição 1: Um sistema de coordenadas cartesianas no espaço é um


r r r
conjunto formado por um ponto O e uma base {v1 , v 2 , v 3 }.

Indicamos um sistema de coordenadas cartesianas no espaço por


{O, vr 1 , vr 2 , vr 3 } .
O ponto O é chamado origem do sistema e os eixos que passam por O e
r r r
tem as direções de v 1 , v 2 e v 3 , respectivamente, são chamados de eixo
das abscissas, eixo das ordenadas e eixo das cotas.
r r r
Consideremos um sistema de coordenadas cartesianas {O, v1 , v 2 , v 3 } e
seja P um ponto arbitrário do espaço. Chamamos coordenadas do ponto
r r r →
P em relação ao sistema {O, v 1 , v 2 , v 3 } , as coordenadas do vetor OP ,

ou seja, se OP = (a 1 , a 2 , a 3 ) , então P(a 1 , a 2 , a 3 ) . Os números
a 1 , a 2 , a 3 são denominados abscissa, ordenada e cota do ponto P,
respectivamente.

Exemplo 1:
Eixo das cotas
Na figura ao lado, temos:
→ 1r r r P
1. OP = v1 + 2v 2 + v 3 , r
2 v3

1  1 
ou seja, OP =  , 2 , 1 e daí, P , 2 , 1 .
2  2 
r
v2

1  1 
2. OQ =  , 2 , 0  , daí, Q , 2 , 0  . O
2  2 
R r Q
→ v1
 2  2 Eixo das ordenadas
3. OR =  0, 0, −  , daí, R =  0, 0, −  .
 3  3
Eixo das abscissas


4. OO = (0,0,0 ), daí O(0,0,0) .
18

Propriedades:

r r r r
Fixado um sistema de coordenadas {O, v1 , v 2 , v 3 } e dados v = (a , b, c) ,
P( x 1 , y1 , z 1 ) e Q(x 2 , y 2 , z 2 ) , temos as seguintes propriedades:


1. QP = ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) .
r
2. P + v = A ( x 1 + a , y1 + b, z1 + c) .
 x + x 2 y1 + y 2 z 1 + z 2 
3. O ponto médio de PQ é o ponto M 1 , , .
 2 2 2 
Prova: O
1. Para demonstrarmos esta propriedade,

escrevemos o vetor QP como combinação Q
→ →
linear dos vetores OQ e OP , ou seja, P
→ → →
QP = − OQ+ OP = (− x 2 ,− y 2 ,− z 2 ) + ( x 1 , y1 , z1 ) = ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 )

2. Utilizando a definição de soma de um ponto O


→ r
com um vetor, temos que PA = v . Assim, o
→ → →
vetor OA = OP + PA = ( x 1 + a , y1 + b, z1 + c) .
r
P
Logo, A( x 1 + a , y1 + b, z1 + c) . v A

3. Podemos demonstrar
propriedade a 3 Q
→ → → → 1 → M
escrevendo OM = OQ + QM = OQ + QP .
2 P
→ →
Representando os vetores OQ e QP através de
suas coordenadas, obtemos:
→ 1
OM = ( x 1 , y1 , z1 ) + ( x 1 − x 2 , y1 − y 2 , z1 − z 2 ) . O
2
 x + x 2 y1 + y 2 z 1 + z 2 
Logo, M 1 , , .
 2 2 2 
19

Exemplo 2:

Consideremos o paralelogramo ABCD, onde A(1,0,2) , B(1,−1,2) ,


C(0,2,−2) . Desejamos determinar as coordenadas dos vetores
→ →
AB e BC , do vértice D e do ponto médio de AB.
C
Aplicando as propriedades anteriores
temos: D

AB = (1 − 1, − 1 − 0, 2 − 2) = (0,−1,0) ,
B

BC = (−1,3,−4) , M
→ →
A
D = A + AD = A + BC = (0,3,−2) e o ponto
médio de AB é M(1, − 1 / 2, 2) .
20

CAPÍTULO II – PRODUTOS

2.1 Produto escalar


r r
Definição 1: Dados dois vetores u e v não B
nulos, e escolhido um ponto O qualquer,
r r r
podemos escrever: A = O + u e B = O + v . A
r r v
Chamamos ângulo de u e v a medida do r
∧ u
ângulo A O B determinado pelas semi-retas
OA e OB. O

∧ r r r r
Indicamos A O B = (u, v ) , onde 0 ≤ (u, v ) ≤ π .
r r r r
Observemos que se (u, v) = 0 , os vetores u e v têm mesmo sentido e se
r r
(u, v) = π , estes vetores têm sentidos contrários.

r r
Definição 2: Sejam u e v vetores não nulos. O produto escalar de
r r r r r r r r r r
u por v , indicado por u ⋅ v , é o número real u ⋅ v = | u | | v | cos(u, v ) .
r r
Se um dos vetores for nulo temos u ⋅ v = 0 .

Exemplo 1

Considerando o quadrado seguinte, cujo lado mede 2u, temos:

→ → → → D C
1) AB ⋅ BC = | AB | | BC | cos 90º = 0.

→ → → → 2
2) AB ⋅ AC = | AB | | AC | cos 45º = 2.2 2 = 4.
2

→ → → →
3) AB ⋅ CD = | AB | | CD | cos 180º = −4. A B
21

r r
Definição 3: Sejam u um vetor não nulo e v um vetor qualquer.

r r
u v

r r r r r
O vetor v se exprime de maneira única na forma v = v1 + v 2 , onde v1 é
r r r
paralelo a u e v 2 é ortogonal a u .
r
Chamamos o vetor v 1 , de
r r r
v r projeção de v na direção de u .
v2
r r r
u Indicamos projur v = v1 .
r
v1

Interpretação geométrica do produto escalar

r r
Se v é um vetor qualquer e u um vetor unitário, então
r r r r r r r r r
v1 = proj ur v = ( v ⋅ u )u . De fato, como v1 // u , temos v1 = t u . Basta
r r
mostra que v ⋅ u = t . Para isso, consideremos os casos a seguir:
r r r
(1) u
B Em (1) o ângulo θ = (u, v) é agudo. Nesse
r r
r caso, temos t > 0, e daí | v1 | = | t | | u | = t .
v
Por outro lado, como o triâmgulo ABC é
θ retângulo em A, podemos escrever:
C r A
v1 r r r r r r
t = | v1 | = | v | cosθ =| v | | u | cos θ = v ⋅ u .

r r
Em (2) o ângulo θ = (u, v) é obtuso. r
(2) u
Nesse caso, temos t < 0, e daí
r r G
| v1 | = | t | | u | = − t . Além disso, o ângulo r
r r v
(u, v) = π − θ . Considerando então o
θr F
triângulo retângulo EFG, temos: E v1
r r r r r r r r
t = − | v1 | = − | v | cosθ = − | v | | u | cos θ =| v || u | cos( π − θ) = v ⋅ u .
22

r r r r r r r r
Se 0 ≠| u |, temos projur v = proj r o v = ( v ⋅ u o )u o . Chamamos v ⋅ u o , a
u
r r
medida algébrica da projeção de v na direção de u e indicamos
r
med alg projur v .

Exemplo 2:
r r r r r
Dados u ≠ o , | v | = 6 e (u , v) = 60º , temos que :
r r r r r 1
med alg projur v = v ⋅ u o =| v || u o | cos 60º = 6.1. = 3 .
2
r r
Daí, projur v = 3u o .

Exemplo 3:
r r r r r
Dados a ≠ o , | b | = 8 e ( a , b ) =120 ° , temos que :
r r r r r  1
med alg projar b = b ⋅ a ° =| b | | a ° | cos 120° = 8 ⋅ 1 ⋅  −  = −4
 2
r r
Daí, projar b = −4a °

Propriedades do produto escalar


rr rr
1. v.u = u.v .
rr r r
2. u.v = 0 ⇔ u ⊥ v.
rr r
3. u.u = | u |2.
rr r r r r
4. t ( v.u ) = (t v ). u = v (t u ).
r r r rr r r
5. u .( v + w ) = u.v + u.w .
r r r
Nas propriedades acima, u , v e w são vetores quaisquer, e t é um
número real.

As quatro primeiras propriedades decorrem diretamente da definição do


produto escalar. Faremos a seguir a prova da propriedade 5.
23

Se um dos vetores for nulo, a A r


r w
verificação é imediata. v r r B
v+w
Consideremos, na figura ao
r r r O r
lado, os vetores u , v e w não u
nulos e os pontos O, A, B e C
C
tais que:
r r r
A = O + v, B = A + w e C = O + u.

Inicialmente observamos que:


r r r r
med alg proj ur ( v + w ) = med alg proj ur v + med alg proj ur w .
r r r rr r r
Ou seja, ( v + w ). u° = v.u° + w.u° .
r r r r r r r r r r
Daí, ( v + w ).(| u | u° ) = v .(| u | u° ) + w .(| u | u° ).
r r r rr r r
Então, ( v + w ). u = v.u + w.u .
r r r rr r r
Pela propriedade 1, temos: u .( v + w ) = u.v + u.w .

Expressão cartesiana do produto escalar


r r r r
Fixada uma base ortonormal { i , j, k } e dados os vetores u = ( x 1 , y1 , z1 ) e
v
v = ( x 2 , y 2 , z 2 ) , temos:
r r r r r r r r
u ⋅ v = ( x 1 i + y1 j + z 1 k ) . ( x 2 i + y 2 j + z 2 k ) =
r r r r r r r r r r r r
= ( x 1 x 2 ) i ⋅ i + ( x 1 y 2 ) i ⋅ j + ( x 1 z 2 ) i ⋅ k + ( y1 x 2 ) j ⋅ i + ( y1 y 2 ) j ⋅ j + ( y1 z 2 ) j ⋅ k +
r r r r r r
+ ( z 1 x 2 ) k ⋅ i + ( z 1 y 2 ) k ⋅ j + ( z1 z 2 ) k ⋅ k
r r r
Como { i , j, k } é uma base ortonormal, seus vetores satisfazem às relações:
r r r r r r r r r r r r
i ⋅ j = j⋅k = k⋅ i = 0 e i ⋅ i = j ⋅ j = k ⋅ k = 1.

Assim, a expressão acima se reduz a:


r r
u ⋅ v = x1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2
24

Observamos então que:

r r r r
1) | u | 2 = u ⋅ u = x 12 + y12 + z12 . Daí, | u |= x 1 2 + y 1 2 + z 1 2
r r r r
2) u ⊥ v ⇔ u ⋅ v = x 1 x 2 + y1 y 2 + z1z 2 = 0 , ou seja,
r r
u ⊥ v ⇔ x1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2 = 0

Daqui em diante, o sistema considerado será o ortonormal, exceto quando


se explicitar o contrário.

Exemplo 4:
r r
Dados os vetores u = (1,2,2) e v = (2,0,2) , temos:
r r
1) u ⋅ v = 2 + 0 + 4 = 6.
r
2) | u |= 1 + 4 + 4 = 9 = 3.
r
r u 1 1 2 2
3) u° = r = (1,2,2) =  , , .
|u| 3 3 3 3
r r
r r u⋅v 6 2 r r
4) cos(u, v) = r r = = , logo, (u, v) = 45°.
| u || v | 3.2 2 2
r r r r r
5) u ⊥ w , sendo w = (0,2,−2), pois u ⋅ w = 0.

r r r r   1 2 2   1 2 2 
6) projur v = ( v ⋅ u°)u° = (2,02) ⋅  , ,  , ,  =
  3 3 3   3 3 3 
1 2 2  2 4 4
= 2 , ,  =  , , 
3 3 3 3 3 3
r
7) med alg proj ur v = 2 .
25

Cossenos diretores de um vetor

r r r
Fixada uma base ortonormal { i , j, k }, chamamos cossenos diretores de
r r r
um vetor v ≠ o , os cossenos dos ângulos que v forma com os vetores
desta base.

r r r r r r r
Considerando v = ( x, y, z), α = ( v, i ), β = ( v, j ), e γ = ( v, k ), temos:
r r r r r r
v⋅ i x v⋅ j y v⋅k z
cos α = r r = r , cos β = r r = r e cos γ = r r = r .
| v || i | | v | | v || j | | v | | v || k | | v |
r
r v r
Como v° = r , segue daí que , v° = (cos α , cos β, cos γ ) .
|v|

Daí, cos 2 α + cos 2 β + cos 2 γ = 1 .


r
Chamamos α , β e γ ângulo diretores de v .

Exemplo 5:

r r 2 r r r r
Dados cos(v, i ) = cos α = , cos(v, j) = cos β = 0 , ( v, k) obtuso e
r 2
| v | = 5 , temos:

1 1 2
1) cos 2 γ = 1 − cos 2 α − cos 2 β = 1 − − 0 = . Logo, cos γ = − .
2 2 2

r r r  2 2  5 2 5 2
2) v =| v | v° = 5 , 0 ,− =
  2 , 0 , − .

 2 2   2 
26

2.2 Produto Vetorial

Para definirmos o produto vetorial entre


dois vetores é indispensável distinguirmos
o que são bases positivas e bases
negativas. Para isso, consideremos uma
r r r r
base do espaço {v1 , v 2 , v 3 } e um v 3
observador. Este observador deve estar com
os pés em um plano que contém
r r r
representantes de v1 e v 2 (os dois v 2 B
primeiros vetores da base), de modo que O r
r v
v 3 (o terceiro vetor da base), esteja dirigido 1 A
para os seus olhos. Neste plano, sejam
→ r → r
OA = v1 e OB = v 2 .
Consideremos agora, a rotação de menor ângulo em torno de O, que torna o
r
vetor v1 ( o primeiro vetor da base)
r
com mesmo sentido do vetor v 2 ( o
segundo vetor da base). Se esta
r
v3 rotação for no sentido contrário ao dos
ponteiros de um relógio, dizemos que
a base é positiva. Caso contrário,
r dizemos que a base é negativa.
v2 B r r r
Assim, a base {v1 , v 2 , v 3 } , ilustrada
O r
v1 ao lado, é positiva.
A
r r r r r r
Observemos que as bases {v 2 , v1 , v 3 } e {v 3 , v 2 , v1} são negativas.

r
v3 r
v3

r r
v2 v2
r r
v1 v1
27

Chamamos atenção especial do leitor para o fato de que nem sempre o


observador está no mesmo semi-espaço que nós. Consequentemente, o
sentido da rotação que ele verá é contrário ao que nós vemos. Para ilustrar
este fato, desenhe em uma folha de papel dois vetores LI com a mesma
origem e considere uma rotação que torna um deles com mesmo sentido do
outro. A folha de papel pode ser considerada com um plano, assim, a folha
de papel divide o espaço em dois semi-espaços. Observemos então que, em
um desses semi-espaços vemos esta rotação com um sentido. Se mudarmos
de semi-espaço vemos esta rotação com um sentido contrário ao anterior.

A observação anterior é útil na r


identificação de bases positivas e v2
negativas, quando o observador não está no
r
mesmo semi-espaço que nós. Por exemplo,
r r r v1
ao analizarmos a base {v 2 , v1 ,− v 3 } vemos
a rotação no sentido horário, porém o r
− v3
observador, por estar no semi-espaço
distinto do qual nos encontramos, vê esta
rotação no sentido anti-horário e portanto
esta base é positiva.

Exemplos
r r r
Consideremos o sistema {O, i , j, k} representado a seguir, temos que:
r r r r r r r r r
1. As bases { i , j, k} , { j, k, i } e {k , i , j}
são positivas.
r
r r r r r r r r r k r
2. As bases { j, i , k} , { i , k, j} e {k , j, i } j
são negativas. r
i O
28

r r
Definição: Sejam u e v vetores não colineares. O produto vetorial de
r r r r
u por v , indicado u × v , é um vetor, tal que:
r r r r r r
1. | u × v | = | u | | v | sen(u, v) ;
r r
2. A direção de u × v é ortogonal a um plano que contém representantes
r r
dos vetores u e v ;
r r r r
3. A base {u, v, u × v} é positiva.
r r r r r
Se u e v são colineares então u × v = o .

Exemplo 2
r r
Sejam u e v vetores com representantes no plano α, onde
r r r r
| u |= 2, | v |= 3 e (u, v) = 30º. Temos:
r r
u×v
r r r r 1
| u × v | = | u || v | sen 30º = 2 ⋅ 3 ⋅ = 3
2 r
v
e 30 º
α r
u
r r r r 1 r r
| v × u | = | v || u | sen 30º = 3 ⋅ 2 ⋅ ⋅ = 3 v×u
2

r r r r r r r
Assim, | u × v | = | v × u | , mas u × v e v × u são vetores opostos, como
ilustra a figura.

Exemplo 3
r r r
Dada a base ortonormal positiva { i , j, k} , temos :
r r r r r r r
1. i × i = j × j = k × k = o
r r r r r r r r r
2. i × j = k , j × k = i e k × i = j
r r r r r r r r r
3. j × i = −k , k × j = − i e i × k = − j
29

Interpretação geométrica do produto vetorial

Consideremos o paralelogramo ABCD, abaixo.

D C Sabemos que a área S desse


paralelogramo é:
h S = base × altura, ou seja

θ S = | AB | ⋅ h .
A B Do triângulo AMD, temos:
M

h =| AD | ⋅ sen θ .

→ → → →
Daí segue que, S = | AB | ⋅ | AD | sen θ =| AB × AD | .

Observamos também que a área T do triângulo ABD é:

→ →
| AB× AD |
T=
2

Exemplo 4:

Consideremos o paralelogramo ao lado, onde A(1,1,0), B(0,1,2) e C(4,1,0) ,


temos:
→ →
| AB | =| (− 1,0,2 ) |= 5 e | AD | =| (4,0,−2 ) |= 2 5 D C
→ →
→ → AB ⋅ AD 8 4
cos(AB, AD) = =− =−
→ → 10 5
| AB | ⋅ | AD |

→ → 16 9 3
sen(AB, AD) = 1 − = = .
25 25 5 A B

Segue daí que a área S do paralelogramo ABCD é:

3
S = 5 ⋅ 2 5 ⋅ = 6 u.a.
5
30

Propriedades do produto vetorial


r r r r
1. u × v = - (v × u).
r r r r r r
2. ( t v) × u = v × (t u) = t (v × u).
r r r r r r r
3. u × (v + w) = u × v + u × w.
r r r
Nas propriedades acima, u, v e w são vetores quaisquer e t um número
real. As propriedades 1 e 2 decorrem diretamente da definição de produto
vetorial, e a prova da propriedade 3 será feita no parágrafo seguinte.

Expressão cartesiana do produto vetorial


r r r
Fixada uma base ortonormal positiva { i , j, k} e dados os vetores
r r
u = ( x 1 , y1 , z1 ) e v = (x 2 , y 2 , z 2 ), temos:

r r r r r r r r
u × v = (x 1 i + y1 j + z1 k ) × (x 2 i + y 2 j + z 2 k ) =
r r r r r r
= ( x 1 x 2 ) i × i + (x 1 y 2 ) i × j + (x 1z 2 ) i × k +
r r r r r r
+ ( y1 x 2 ) j × i + ( y1 y 2 ) j × j + ( y1 z 2 ) j × k +
r r r r r r
+ ( z 1 x 2 ) k × i + ( z1 y 2 ) k × j + ( z 1z 2 ) k × k .

Podemos então escrever:


r r r r r
u × v = (y1z 2 − z1 y 2 ) i + (z1 x 2 − x 1z 2 ) j + (x 1 y 2 − y1 x 2 ) k.

A expressão acima pode ser dada sob a forma de um determinante


“simbólico”:
r r r
i j k
r r
u × v = x 1 y1 z 1
x2 y2 z2
31

Exemplo 5

r r r
Dados os vetores u = (1,2,3), v = (3,1,2) e w = (2,4,6), temos :
r r r
i j k
r r r r r
1) u × v = 1 2 3 = (4 − 3) i − (2 − 9) j + (1 − 6) k,
3 1 2

r r
Daí, u × v = (1,7,−5).
r r r
i j k
r r r r r
2) u × w = 1 2 3 = (12 − 12) i + (6 − 6) j + (4 − 4) k .
2 4 6

r r r
Daí, u × w = (0,0,0) = o.

Exemplo 6

Consideremos, na figura a seguir, os paralelogramos ABCD e ABC’C.

D C
C’

A B

Se S e S’ são as áreas dos paralelogramos ABCD e ABC’C,


respectivamente. Temos:
→ → → →
S =| AB× AD | e S′ =| AB× AC |
Como
→ → → → → → → → → r → → → →
| AB× AC | = | AB × (AB + BC) | =| AB× AB + AB × BC | =| o + AB× AD | = | AB× AD | ,

→ → → →
podemos concluir que: S = | AB× AD | = | AB× AC | = S′ .
32

Considerando T a área do triângulo ABC temos:

→ → → → → →
| AB × AC | | AB × BC | | AC × BC |
T= = =
2 2 2

Exemplo 7:

Considerando S a área o retângulo ao lado, onde


→ D C
A(1,0,2 ), C(− 2,3,3) e AB ° = (− 1,0,0 )
temos:
→ → →
S =| AB × AC | e AC = (− 3,3,1) .
A B
→ → → →
Como AB ⊥ BC , temos que AB = proj → AC = (− 3,0,0 ) .
AB °

Daí S =| (− 3,3,1) × (− 3,0,0) | =| ( 0,−3, 9 ) | = 9 + 81 = 3 10.

2.3 Produto Misto


r r r
Definição: Sejam u, v e w vetores quaisquer. O produto misto dos
r r r r r r
vetores u, v e w , indicado por [u, v, w ] , é o número real
r r r r r r
[u, v, w ] = (u × v) ⋅ w .

Exemplo 1:
r r r
Dados os vetores u = (1,0,2), v = (−1,1,3) e w = (0,3,−2) , temos:
r r r
[u, v, w] = [(1,0,2) × (−1,1,3)] ⋅ (0,3,−2) = (−2,−5,1) ⋅ (0,3,−2) = −17
r r r
[ v, u, w] = [(−1,1,3) × (1,0,2)] ⋅ (0,3,−2) = (2,5,−1) ⋅ (0,3,−2) = 17 .
33

Interpretação geométrica do produto misto

Seja o paralelepípedo de arestas AB,


AD e AE. Sabemos que o volume V E
desse paralelepípedo é:
h
V = área da base × altura .
θ
Considerando a altura h desse
paralelepípedo, em relação à base D
C
ABCD e aplicando nossos A B
conhecimentos do cálculo vetorial
→ →
podemos escrever: V =| AB × AD | h .

Por outro lado, essa altura pode ser calculada como o módulo da projeção
→ → →
do vetor AE na direção do vetor AB × AD , pois a direção deste vetor é
ortogonal ao plano ABC. Assim podemos escrever:
→ → → → → →
h = | proj → → AE | = | AE ⋅ (AB × AD)° | =| | AE | cos θ | = | AE | | cos θ | ,
( AB ×AD)
→ → →
onde θ é o ângulo entre os vetores AE e AB × AD .
→ → → → → → → → →
Daí, V =| AB × AD | | AE | | cos θ | = | (AB × AD ) ⋅ AE | = | [AB, AD, AE] | , ou
seja,
→ → →
V =| [AB, AD, AE] |

Consideremos agora o tetraedro de


arestas AB, AD e AE. Seja VT o E
volume desse tetraedro, assim,
1 h
VT = área da base × altura .
3
θ
Considerando a base ABD desse D
tetraedro, observemos que a altura
relativa a essa base coincide com a A B
altura do paralelepípedo anterior.
34

Daí podemos escrever:

1 1 → → → 1 → → → 1 → → →
VT = | (AB × AD) | | AE | | cos θ | = | (AB × AD ) ⋅ AE | = | [AB, AD, AE] |
3 2 6 6

Exemplo 2:

Consideremos o paralelepípedo de arestas OA, OB e OC, onde


→ → →
OA = (1,0,2) , OB = (1,1,3) e OC = (2,1,0) . O volume V deste
paralelepípedo pode ser calculado como:

→ → → → → →
V =| [OA, OB, OC] | = | (OA× OB) ⋅ OC | = | (−2,−1,−1) ⋅ (2,1,0) | = 5 u. v.

E a altura do mesmo em relação à base OABD será:

→  6 6 6 5 6
h = | proj → → OC | = | (2,1,0) ⋅  − ,− ,− |=
 u. c. .
OA ×OB  3 6 6  6

Observação: Consideremos uma base vr × vr


r r r 1 2
{v1 , v 2 , v 3 } do espaço. Pela definição do
r r r r
produto vetorial a base {v1 , v 2 , v1 × v 2 }
r
é positiva. Assim, se v 3 estiver no
r r r
mesmo semi-espaço que v1 × v 2 , em v3
θ
relação a um plano que contiver
r r
representantes de v1 e v 2 , a base
r r r r
{v1 , v 2 , v 3 } será também positiva, já que v2 B
o observador não muda de posição. Caso
r r r O r
contrário a base {v1 , v 2 , v 3 } será v1
negativa. A
r r r
Podemos verificar se v 3 está, ou não, no mesmo semi-espaço que v1 × v 2 ,
r r
em relação a um plano que contiver representantes de v1 e v 2 , através do
35

r
ângulo entre estes vetores. Ou seja, se este ângulo for agudo, então v 3 está
r r
no mesmo semi-espaço que v1 × v 2 , caso contrário, não.
Por outro lado, para determinarmos se o ângulo entre dois vetores é agudo
ou obtuso, basta calcularmos o produto escalar entre eles. Assim,
r r r
( v1 × v 2 ) ⋅ v 3 > 0 , temos que o ângulo entre estes vetores é agudo, logo a
r r r
base {v1 , v 2 , v 3 } será positiva, caso contrário, a base será negativa.
r r r
Podemos então concluir que uma base {v1 , v 2 , v 3 } é positiva se o produto
r r r r r r
misto [ v1 , v 2 , v 3 ] > 0 e será negativa se [ v1 , v 2 , v 3 ] < 0 .

Propriedades do produto misto


r r r r r r
1. [u, v, w ] = 0 ⇔ u, v e w são coplanares.
r r r r r r r r r
2. [u, v, w ] = [ v, w , u ] = [ w , u, v, ] .
r r r r r r
3. [u, v, w ] = − [ v, u, w ] .
r r r r r r
4. (u × v) ⋅ w = u ⋅ ( v × w )
r r r r r r r r r r
5. [u 1 + u 2 , v, w ] = [u 1 , v, w ] + [u 2 , v, w ] .
r r r r r r r r r r r r
6. t [u, v, w] = [t u, v, w] = [u, t v, w] = [u, v, t w] .
r r r
Nas propriedades acima, u, v e w são vetores quaisquer, e t é um número
real. Faremos a seguir suas provas:
r r r
1. “⇒” Se [u, v, w ] = 0 , então o volume do paralelepípedo cujas arestas são
r r r
representantes de u, v e w , é zero. Assim, esse paralelepípedo é
r r r
degenerado, e portanto, u, v e w são coplanares.

“⇐” É imediata.
r r r r r r r r r
2. Temos que | [u, v, w ] | =| [ v, w , u ] | =| [ w , u, v, ] | , como volume de um
r r r
mesmo paralelepípedo. Se u, v e w são L D, então
r r r r r r r r r
| [u, v, w ] | =| [ v, w , u ] | =| [ w , u, v, ] |= 0
36

r r r r r r r r r r r r
Se u, v e w são L I, então as bases {u, v, w}, {v, w , u} e {w , u, v}
pertencem a mesma classe. Logo,
r r r r r r r r r
[u, v, w ] = [ v, w , u ] = [ w , u, v, ]

Nas provas das propriedades seguintes, usaremos as propriedades dos


produtos escalar e vetorial já vistas.
r r r r r r r r r r r r r r r
3. [u, v, w ] = (u × v) ⋅ w = −( v × u ) ⋅ w = −[( v × u ) ⋅ w ] = − [ v, u, w ]
r r r r r r r r r
2. (u × v) ⋅ w = ( v × w ) ⋅ u = u ⋅ ( v × w )

Usaremos agora as propriedades acima para demonstrar a distributividade


do produto vetorial em relação à adição de vetores, ou seja:
r r r r r r r
u × (v + w ) = u × v + u × w .
r r r r r r r r
Mostraremos que : u × ( v + w ) − (u × v) − (u × w ) = o .
r r r r r r r r
Considerando a = u × ( v + w ) − (u × v) − (u × w ) , temos:
r r r r r r r r r r
a ⋅ a = a ⋅ {u × ( v + w ) − (u × v) − (u × w )}
r r r r r r r r r r
= a ⋅ [u × ( v + w )] − a ⋅ (u × v) − a ⋅ (u × w )
r r r r r r r r r r
= (a × u ) ⋅ ( v + w ) − (a × u ) ⋅ v − (a × u ) ⋅ w
r r r r r r r r r
= (a × u ) ⋅ ( v + w ) − (a × u ) ⋅ ( v + w ) = o.
r r
Portanto a = o .
r r r r r r r r r r r r r
5. [u 1 + u 2 , v, w ] = {(u 1 + u 2 ) × v} ⋅ w = {u 1 × v + u 2 × v} ⋅ w =
r r r r r r r r r r r r
= ( u 1 × v ) ⋅ w + ( u 2 × v ) ⋅ w = [ u 1 , v, w ] + ( u 2 , v, w ]
r r r r r r r r r r r r
6. [t u, v, w] = (t u × v) ⋅ w = (u × t v) ⋅ w = [u, t v, w].

Analogamente podemos obter as outras igualdades.


37

Expressão cartesiana do produto misto


r r r
Fixada uma base ortornomal positiva { i , j , k} e dados os vetores
r r r
u = (x 1 , y1 , z1 ), v = (x 2 , y 2 , z 2 ) e w = (x 3 , y 3 , z 3 ) , temos:
r r r r r r
[u, v, w] = (u × v) ⋅ w
= (y1z 2 − z1 y 2 , z1 x 2 − x 1 z 2 , x 1 y 2 − y1 x 2 ) ⋅ (x 3 , y 3 , z 3 )
= ( y1z 2 − z1 y 2 ) x 3 + (z1 x 2 − x 1z 2 ) y 3 + (x 1 y 2 − y1 x 2 ) z 3
Assim, podemos escrever:
r r r
[u , v, w] = (y1z 2 - z1 y 2 ) x 3 + (z1 x 2 - x 1z 2 ) y 3 + (x 1 y 2 - y1 x 2 ) z 3 .

A expressão acima pode ser dada sob a forma do determinante:

x1 y1 z1
r r r
[u, v, w] = x 2 y2 z2 .
x3 y3 z3

Exemplo 3:

Do tetraedro de arestas OA, OB, e OC, sabemos que :


→ → → C
OA = (x,3,4), OB = (0,4,2) e OC = (1,3,2) .
Calcule o valor de x, para que o volume desse
tetraedro seja igual a 2 u. v.
B
Sabemos que o volume VT do tetraedro é dado
O
por:
A
1 → → →
VT = | [OA, OB, OC] |
6
Assim,
x 3 4
1 1
VT = | 0 4 2 | = | 2x - 10 | .
6 6
1 3 2

1
Como VT = 2 u.v, temos: | 2x - 10 | = 2 .
6
Logo, x = 11 ou x = −1 .
38

Exercícios

Sequência I

1. Considerando o prisma abaixo, cuja base é um hexágono regular,


classifique em verdadeira ou falsa, as sentenças abaixo, justificando cada
resposta.
→ →
a) GA− DI é L.D. M L
→ → → G J
b) HI, IC, IB são L.I.
H I
→ → →
c) GM, MF, FE são L.I.
→ → → →
d) BC + CI + IB e MF são L.D. E D
→ → → F C
e) AH, ED e MF são L.D.
A B
→ →
f ) GM e 2 AH são coplanares.
→ → →
g) FA, FE e FM são L.I.
→ → → →
h ) FM pode ser escrito como combinação linear de FA, FE e GM .
→ →
i) MG pode ser escrito como combinação linear de GH .

j) F = E + LM
→ →
l) FA ° = ( 2 JI ) °
→ → → →
m) FE° + ( 2 ML)° = ( FE+ 2 ML )°

r r r r
Nos exercícios de 2 a 5, considere os vetores u = 2 i − j + 2 k ,
r r r r r r
v = 5 i + 5 j − 2k e w = 3 i + 6j .

2. Verifique se os vetores são L.D. em cada item abaixo:


r r r r r r r
a)u b) u e v c) o d) u e o e) u e (4,−2,4)
r r r r r r r
f) u, v e w g) u, v, (1,2,3) e (2,1,4) h) u, v e (7,4,0) .
39

3. Determine:
r r r
a) 2u − v + 3w.
r →
b) as coordenadas do ponto B, onde A = (1,0,−2) e AB = u .
c) as coordenadas do ponto M, onde M é ponto médio do segmento AB ,
do item(b).

4. Escreva se possível:
r r
a) u como combinação linear de a = ( 4,−2,4 ) .
r r
b) ur como combinação linear de or .
c) o como combinação linear de u .
r r
d) v como combinação linear de u .
r r r
e) u como combinação linear de v e a = ( 4,−2,4) .
r r r
f) v como combinação linear de u e a = ( 4,−2,4 ) .
r r r
g) v como combinação linear de u e w .

5. Determine:
r r r r r r r r r r
a) u ⋅ v e u ⋅ w b) | u | e u° c) ( u, v) e (u, w)
r
d) Um vetor não nulor ortogonal a vr.
e) A projeção de u na direção de v .
r r
f) A projeção de u na direção de w . r r
g) A medida algébrica da projeção de v na direção de u .
r r r
h) O versor de b , onde rb // u .
i) Um vetor paralelo a u e de módulo 9.
r
j) O vetor c , sabendo que seus ângulos diretores são agudos, onde
r r
α = 60°, β = 45° e | c | = | w | .
r r
l) v × w r r
m) Um vetor unitário ortogonal aos vetores u e v .
r r r r r
n) Uma base ortonormal {e1 , e 2 , e 3 } , onde e1 // u .
r r r r r
o) Uma base positiva {f1, f 2 , f 3 } , onde f1 = v .
r r r r r r
p) O vetor d , tal que d × u = o e d ⋅ v = −2.
→ r → r
q) A área do triângulo ABC, onde AB = u e AC = v.
r r r
r) [ u, v, k ]
s) O volume do paralelepípedo de arestas AB, AC e AD, onde
→ r → r → r
AB = u, AC = v e AD = w .
40

Sequência II

1. Sabendo que A( 0,0,0), B(2,1, −2) e C(0,0,5) são vértices de um


triângulo, determine um vetor que tem a direção da bissetriz do ângulo

interno BAC .

2. Determine a resultante das forças em cada item a seguir:


r
a) | F1 | = 80 kgf
r
| F2 | = 150 kgf
r
| F3 | = 180 kgf y

rr
FF22
30°
r 45° xx
F1
r
F3
r
b) | F1 | = 120kgf
r
| F2 | = 100kgf y
r
| F3 | = 120kgf
r
F1 r
r F2
F3 30°
x

3. Exiba, se possível, os exemplos abaixo. Se impossível explique porque.


a) Uma base do espaço que contenha os vetores (1,−2,3) e ( −2,4,6) .
b) Três vetores L.I. que não formem uma base do espaço.
r r
c) Um vetor não nulo, paralelo a u = (1,0,2) e ortogonal a w = ( −1,2,3).
41


4. Do cubo ao lado, sabemos que: A( 2,1,0), B( 2,4,0) e AD° = (0,0,1) .
Determine as coordenadas: H G

a) do vetor AC ; E F
b) do ponto E; D
→ → C
1→
c) do vetor AL , sabendo que FL = − EF .
3 A B
→  → → →
d) do vetor CG em relação à base  AB, AC, AE ;
 

5. De um losango ABCD sabemos que A(1,0,2), B( 2,−1,2) e a diagonal AC


r
é paralela ao vetor u = (−1,2,2) . Determine as coordenadas dos outros
vértices.
r r r r
6. Sabendo que | u |= 2 , | w |= 4 e ( u, w ) = 60° , calcule:
r r r r r r
a) | u + w | b) | proj wr u | c) u ⋅ (u + w)
r r
7. Determine o vetor v sabendo que | v |= 3 e que seus ângulos diretores
são agudos e congruentes.
8. De um triângulo ABC, sabemos que A(1,0,2) , B(3,1,1) e
→  2 2
AC ° =  ,0,  . Determine a altura do triângulo ABC em relação à

 2 2 
base AC.
→ →
9. De um triângulo ABC, sabemos que: | AB |= 2 , | AC |= 3 e
→ →
AB ⋅ AC = 3 3 . Determine a área deste triângulo.

10. Sejam AB, AD, e AE arestas de um paralelepípedo retângulo de volume


→  2 2
12 u.v. Sabemos que A( 0,0,0), C( 4,1,0) e AB ° =  ,0, .

 2 2 
Determine: a) A área do base ABCD.
b) As coordenadas do vértice E.
42

11. Do paralelepípedo retângulo ao lado, temos:



a) A( 2,1,0) , C( 3,2,0) e | BE | = 3 . E

b) Dois dos ângulos diretores de AB são
α = γ = 45° . D C
Determine o volume deste paralelepípedo.
A B
12. De um tetraedro ABCD sabemos que:

a) A( 4, 0, 3), B(−8, 4, 1), D(3, − 1, 0) e | AC |= 2 2 .

b) Os ângulos diretores de AC são α = γ = 45° .
Determine o volume deste tetraedro.
→ → →
13. Dados os vetores OA = (1, y, 2 ), OB = (2, 0, 1 ) e OC = (0, 3, 1 ) ,
determine o valor de y para que a altura do tetraedro OABC, em relação à
1
base OBC, seja igual a u. c.
7

14. De um paralelepípedo de base ABCD sabemos que:


a) A(0 ,1 ,1), B(2, 0, 1) e C(-1, 1, 0) ;

b) Os ângulos diretores de AE são agudos e α = 60° e β = 45° .

Determine as coordenadas de vértice E, para que o volume deste


paralelepípedo seja igual a 4 2 u.v.

15. De um tetraedro ABCD, sabemos que:


→ →
a) A(0,0,0), D(1,5,t); t ∈IR e AB ⋅ AC = 8 ;
→ → 1 3 
b) AB° = (1,0,0) e AC° =  , ,0  ;
 2 2 
c) o triângulo ABC é equilátero.

Determine as coordenadas do vértice D para que o volume deste tetraedro


8 3
seja igual a u.v.
3
43

RESPOSTAS

Sequência I

2 1 2 6
5. a) 1 e 0 b) 3 e  ,− ,  c) arc cos e 90°
3 3 3 54

 5x + 5y   5 5 1
d)  x, y, ; x, y ∈ IR e x ≠ 0 ou y ≠ 0 e)  , ,− 
 2   54 54 27 

1 2 1 2  2 1 2
f) (0,0,0) g) h)  ,− ,  ou  - , ,− 
3 3 3 3  3 3 3

 3 5 3 10 3 5 
i) (6,-3,6) ou (-6,3,-6) j)  , , 
 l) (12,-6,15)
 2 2 2 

 8 485 14 485 15 485   8 485 14 485 15 485 


m)  − , ,  ou 
  485 ,− 485 ,− 485 

 485 485 485   

485
p) ( −4,2,−4) q) u.a. r) 15 s) 60 u.v.
2

Sequência II

 2 1 1
1. t , , ; t ∈ IR *
 3 3 3
→ →
(
2. a) R = 75 3 + 90 2 , − 5 − 90 2 ) (
b) R = 60 3 − 120, − 40 )
→ → →
4. a) AC = (0,3,3) b) E(5,1,0) c) CG = (0,0,1) d) AL = (3,2,0)

5 4 2  2 1 2
5. C ,− ,  e D ,− , 
 3 3 3  3 3 3

6. a) 2 7 b) 1 c) 8
44

r 22 3
7. v = (1,1,1) 8. h = u.c. 9. S = u.a.
2 2

 1 4 1 1 4 1
10. a) S = 6 2 u.a. b) E − , ,  ou E ,− ,− 
 3 3 3  3 3 3

3 3 2
11. V = u.v. 12. V = u.v. 13. y = 4 ou y = 5
2 3

(
14. E 2, 2 2 + 1, 3 ) 15. D(1,5,2) ou D(1,5, −2)

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