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Evaluation of Flow Liquefaction and

Liquefied Strength
Using the Cone Penetration Test: an
update
By P.K. Robertson
Technical Advisor to Gregg Drilling and
Geotechnical Consultant
RESUMO

Robertson (2010a) elaborou um método para avaliação da suscetibilidade dos solos à perda (diminuição) da resistência
não drenada que poderia resultar em um fluxo por liquefação, bem como um método para estimar a resistência ao
cisalhamento não drenada liquefeita de solos predominantemente arenosos usando o ensaio CPTu.

Com base em dados publicados e históricos de casos recentes, o artigo apresenta uma atualização do método de
Robertson (2010a) para estimar a resistência ao cisalhamento não drenado liquefeita ou remoldada para grandes
deformações para solos arenosos e argilosos, bem como solos que transitam entre arenosos e argilosos.

A atualização proposta reconhece que o comportamento do solo pode variar de arenoso à argiloso e que a interpretação
do ensaio de CPT para estimar a resistência ao cisalhamento não drenadas sob grandes deformações é alterada devido à
mudança nas condições de drenagem durante a realização do ensaio CPTu.

O método atualizado baseia-se em dados publicados anteriormente combinados com experiências recentes e casos
históricos.
• A liquefação por fluxo pode ocorrer em qualquer solo meta-estável
saturado (ou quase saturado), como:
• areias fofas
• argilas sensíveis
• Para que um talude sofra instabilidade devido ao fluxo por liquefação as

INTRODUÇÃ
seguintes condições são necessárias:
• Solos fofos saturados (ou quase saturados) contráteis sob grandes
deformações e que podem experimentar perda de resistência
O significativa e rápida em cisalhamento não drenado;
• Cisalhamento estático sob grandes níveis de tensões em relação à
resistência ao cisalhamento não drenada sob grande deformação;
• Eventos que podem desencadear a perda da resistência;
• Volume suficiente de solos fofos saturados (e quase saturados)
para que a instabilidade se manifeste, e
• Geometria propícia para permitir instabilidade.
• A experiência do autor ao longo dos últimos anos tem
mostrado que o uso do método de Robertson (2010a) para
solos argilosos pode resultar em valores conservadores na
estimativa da resistência ao cisalhamento não drenada sob
INTRODUÇÃ grande deformação.
• Desta forma o artigo do Robertson (2021) apresenta uma
O atualização do método de Robertson (2010a) para incluir solos
argilosos, bem como solos com transição entre areia e argila.

•“Para estruturas onde as consequências de uma ruptura são altas (por


exemplo, perda de vida e/ou danos ambientais e de reputação), é
prudente assumir que a perda de resistência não drenada será
desencadeada uma vez que muitas vezes é impossível projetar com
confiança com base na suposição de que a perda de resistência não será
ocorrerá em algum momento da vida útil da estrutura.”
Avaliação se o solo é suscetível a perda da
resistência não drenada
• Robertson (2016) forneceu uma atualização baseada no ensaio CPT a partir de um gráfico de
comportamento do solo (SBT) que propõe um limite simplificado para identificar se os solos teriam
um comportamento contrátil ou dilatante sob grandes deformações.
• De acordo com Robertson (2016), solos são contráteis quando CD < 70, onde:
Avaliação da resistência ao cisalhamento não drenada sob grande
deformação após a perda de resistência

Robertson (2010b) sugeriu uma correspondência entre Qtn,cs and y para solos com comportamento
típico de areias (soil behavior type index Ic < 2.60):
y = 0.56 – 0.33 Log (Qtn,cs)
Onde
Qtn,cs = Qtn × Kc
Qtn,cs is the clean sand equivalent normalized cone resistance;
Kc is a correction factor to account for changing behavior with increasing fines content
(Robertson and Wride, 1998).
Avaliação da resistência ao cisalhamento não drenada sob grande
deformação após a perda de resistência
Para levar em conta a drenagem parcial que ocorre no ensaio CPT realizado em solos de transição
(siltes) com 2,6 < Ic < 3,0 (por exemplo, areias siltosas e siltes arenosos, o fator de correção (Kc) para
obter Qtn,cs deve ser modificado.
O fator de correção (Kc) atualizado sugerido por Robertson (2021), para Ic < 3,0 é apresentado a seguir:

“O objetivo da alteração foi contemplar na relação de solos arenosos, com base em dados de
ensaios de CPT drenados, para ensaios em solos argilosos, com base em dados de CPT não
drenados.”

The modified Kc relationship should not be extended beyond Ic = 3.0, where undrained penetration occurs.
Avaliação da resistência ao cisalhamento não drenada sob grande
deformação após a perda de resistência
A correlação simplificada e atualizada para estimar a razão de resistência não drenada liquefeita su(liq)/s’vo
para solos arenosos e de transição, quando Ic < 3,0 é: Este gráfico ilustra a diferença
potencialmente grande entre
su(pico)/s’vo e su(liq)/s’vo em solos
fofos arenosos.

Quando Qtn,cs < 20, suponha su(liq)/s’vo = 0,02.

A correlação proposta para estimar su(liq)/s’vo para solos


arenosos e transicionais é baseada principalmente em casos
históricos em que a tensão vertical efetiva na ruptura (s’vo ) foi
inferior 300 kPa com a maioria dos casos inferior a 200 kPa.

região sombreada que ilustra uma provável zona de


incerteza para a avaliação da razão su(pico)/s’vo para solos
região sombreada que ilustra uma provável zona de
arenosos com pouca ou nenhuma microestrutura
incerteza para a avaliação da razão su(liq)/s'vo
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES
• Robertson (2017) mostrou que o aumento da tensão efetiva tende a fazer com que os solos fofos arenosos
se comportem de maneira mais dúctil com menor perda de resistência devido à curvatura da linha de
estado crítico (CSL), como a mostrada por Jefferies e Been (2016).
• O resultado é que su(liq)/s’vo aumenta com o aumento de s’vo e move-se para um valor de cerca de 0,22 a
0,25, semelhante a razão de resistência não drenada de pico ao pico em altas tensões confinantes.
• A razão na qual su(liq)/s’vo aumenta seria uma função da compressibilidade do solo e da curvatura da linha
de estado crítico.
• Em níveis mais altos de tensões os valores estimados de su(liq)/s’vo podem ser extremamente conservadores.
Ensaios de laboratório mais refinados seriam necessários para indicar o aumento em su(liq)/s’vo devido à
curvatura da linha de estado crítico CSL.
• Robertson (2017) forneceu um guia aproximado para estimar a tensão efetiva quando o comportamento
não drenado se tornaria mais dúctil e su(liq)/s’vo se aproximaria de um valor mais próximo de 0,25 com base
Considerações para Clay-like soils (when Ic > 3.0)
Em solos argilosos, a resistência não drenada liquefeita
(Su(liq)) é essencialmente a mesma que a resistência
cisalhamento não drenada remoldada (Sur), uma vez que
ambas ocorrem em grandes deformações.
Robertson e Campanella (1983), Lunne et al (1997) e outros
mostraram que em solos argilosos, onde o ensaio CPTu é
essencialmente não drenado, a resistência não drenada
(Sur), é aproximadamente igual ao atrito lateral (fs), uma vez
que ambos estão ocorrendo sem drenagem e com grandes
deformações.
Considerações para Clay-like soils (when Ic > 3.0)
• Para ilustrar a aplicação em um solo argiloso normalmente
consolidado sem perda de resistência (sensibilidade, St =
1,0):
• Parâmetros CPT normalizados tipicamente em torno de Qtn
= 3,5 e Fr = 7%.

• Os contornos mostrados indicariam que a razão Su(pico)/s’vo e


a razão Su(liq)/s’vo é a mesma igual a 0,25.
Com a razão de resistência ao cisalhamento não drenada de
pico representado por Qtn/Nkt (onde Nkt ~ 14).
Considerações para Clay-like soils (when Ic > 3.0)
• Se os contornos originais Qtn,cs (ou seja, parâmetro de estado)
forem estendidos para a região clay-like, a razão su(liq)/s’vo para
a mesma argila teria sido próxima de 0,10, o que é
inconsistente com o banco de dados histórico da CPT para
solos argilosos.
• Para um solo argiloso normalmente consolidado com razão
su(liq)/s’vo de cerca de 0,10 (ou seja, uma sensibilidade de mais
de 2,5) a relação de atrito esperada seria inferior a 3% para Q tn
= 3,5 (Lunne et al. 1997).
Considerações para Clay-like soils (when Ic > 3.0)
• A figura mostra um resumo dos casos históricos de alta qualidade (Classe A) apresentados por
Robertson (2010a) na carta do SBT atualizada com os contornos associados para Su(liq)/s’vo. Os
números ao lado dos seis casos históricos correspondem aos números fornecidos por Robertson
(2010a).
• Também foram incluídas as regiões dos dados dos ensaios de CPTu em rejeitos grossos e finos do
rompimento da barragem de Feijão (Robertson et al. 2019).
• O rejeito arenoso da barragem de Fundão (Morgenstern et al. 2016) teve valores de CPTu muito
semelhantes aos rejeitos grosseiros do Feijão e não foram apresentados separadamente para evitar
confusão.
• Igual a Robertson (2010a) os dados do CPT são apresentados como uma zona no gráfico do SBT que
captura essencialmente a média aproximada e a faixa de desvio padrão dos valores medidos.
• Os casos históricos mostraram que as zonas mais críticas tendem a controlar a estabilidade e que
os valores representativos do CPT estão próximos de 30% do percentil (ou seja, os 30% menores),
que é aproximadamente a média menos um desvio padrão para a maioria dos conjuntos de
dados CPT em solos contráteis.
• Os dados dos casos históricos fornecem um ajuste aos contornos dos valores de razão de
resistência liquefeita em uma ampla gama de solos de areia limpa (#19-21 Nerlerk), rejeitos finos
clay like (Feijao) e argila sensitiva (#36 mina canadense).
• As argilas muito sensíveis encontradas no leste do Canadá e na Noruega estão localizadas em uma
região semelhante no SBT gráfico como a argila sensível do caso histórico nº 36 (Lunne et al. 1997;
Robertson 2016).
CONCLUSÕES
Uma atualização sobre como avaliar o potencial de fluxo por liquefação com base em ensaios de CPTu foi apresentado.
Em solos arenosos a penetração do ensaio CPT ocorre essencialmente de forma drenada e a correlação com a razão de
resistência não drenada liquefeita é realizada através de um parâmetro intermediário, como parâmetro de estado (y)
OBS: “Para s’vo
in situ
usando Qtn,cs.
> 300kPa, avaliar a
partir de ensaios de
Em solos argilosos o processo de penetração do CPT é essencialmente não drenado e a correlação com a resistência ao
laboratório a cisalhamento não drenada liquefeta pode ser realizada mais diretamente usando o atrito lateral do ensaio de cone (f s).
curvatura da linha
de estados críticos Com base nessas suposições, a seguinte abordagem foi recomendada:
que pode levar a
alterações nas Avaliar se os solos são contráteis sob grandes tensões com base no limite CD < 70, baseado no ábaco sugerido por Robertson (2016)
correlações. Em
geral, o aumento
das tensões efetivas Se os solos forem contráteis sob grandes deformações e predominantemente arenosos (I c < 3,0), estimar a razão de resistência não drenada
de confinamento liquefeita de grande deformação baseada em Qt n,cs. Isso se aplica a solos que s’vo in situ < 300kPa e onde Qtn,cs é calculado usando a correlação
tendem a fazer com
Kc atualizada.
que o solo se
comporte como
Se os solos forem contráteis sob grandes deformações e predominantemente argilosos (I c > 3,0), estimar a razão su(liq)/s’vo diretamente de fs,
argila. Os dados do
ensaio CPT tendem a uma vez que o ensaio CPTu durante a penetração não é drenado. Em solos argilosos, dados adicionais podem ser obtidos a partir de ensaios
migrar para a região de campo apropriados, bem como ensaios de laboratório de alta qualidade, sempre que possível.
clay like no gráfico
de SBT.”

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