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▪ Tipo de solo;
▪ Mistura de diversos tipos de solos;
▪ Solos constituídos por camadas estratificadas com profundidades e matérias diferentes;
▪ Teor de humidade;
▪ Temperatura;
▪ Compactação e pressão;
▪ Composição química dos sais dissolvidos na água retida;
▪ Concentração de sais dissolvidos na água retida.
Para ilustrar, a Tabela 2.1 mostra a variação da resistividade para solos de naturezas distintas.
A resistividade do solo sofre alterações com a humidade. Esta variação ocorre em virtude da
condução de cargas eléctricas no mesmo ser predominantemente iónica.
Uma percentagem de humidade maior faz com que os sais, presentes no solo, se dissolvam,
formando um meio electrolítico favorável à passagem da corrente iónica. Assim, um solo
específico, com concentração diferente de humidade, apresenta uma grande variação da sua
resistividade. A Tabela 2.2 mostra a variação da resistividade com a humidade de um solo arenoso.
Conclui-se , portanto, que o valor da resistividade do solo acompanha os períodos de seca e chuva
de uma região. Os aterramentos melhoram a sua qualidade com solo húmido, e pioram no período
de seca.
Temperatura RESISTIVIDADE (𝛀 ∙ 𝒎)
(º C) (solo arenoso)
20 72
10 99
0(água) 138
0(gelo) 300
-5 790
-15 3 300
Observe que no ponto de temperatura 0ºC (água), a curva sofre descontinuidade, aumentando o
valor da resistividade no ponto 0ºC (gelo). Isto é devido ao facto de ocorrer uma mudança brusca
no estado da ligação entre os grânulos que formam a concentração electrolítica.
Já no outro estremo, com temperaturas elevadas, próximas de 100º C, o estado de vaporização deixa
o solo mais seco, com a formação de bolhas internas, dificultando a condução da corrente,
consequentemente, elevando o valor da sua resistividade.
Os solos, na sua grande maioria, não são homogêneos, mas formados por diversas camadas de
resistividade e profundidades diferentes. Essas camadas, devido à formação geológica, são em geral
horizontais e paralelas à superfície do solo.
Existem casos em que as camadas se apresentam inclinadas e até verticais, devido a alguma falha
geológica. Entretanto, os estudos apresentados para pesquisa do perfil do solo as consideram
Como resultado da variação da resistividade das camadas do solo, tem-se a variação da dispersão
de corrente. A figura 2.3 apresenta o comportamento dos fluxos de dispersão de corrente em um
solo heterogéneo, em torno do aterramento.
As linhas pontilhadas são as superfícies equipotenciais. As linhas cheias são as correntes eléctricas
fluindo no solo.
O local do aterramento fica condicionado ao sistema de energia eleéctrica ou, mais precisamente,
aos elementos importantes do sistema.
Escolhido preliminarmente o local, devem ser analisados novos itens, tais como:
Havendo algum problema que possa comprometer o adequado perfil esperado do sistema de
aterramento, deve-se, então, escolher outro local.
2.2.1.Terrômetro
Para algumas aplicações, pode ser necessário a utilização de terrômetros especiais como os de alta
frequência e onda quadrada, como nos casos de grandes instalações e para medições com o sistema
energizado respectivamente são utilizados para medições da resistência de aterramento de modo
que esta corrente se diferencie do sistema podendo realizar o ensaio com sistemas energizados.
Funcionamento
O terrômetro possui 2 hastes de referência, que servem como divisores resistivos conforme a
figura 2.4. Na verdade, o instrumento “injecta” uma corrente pelo terra que é transformada em
“quedas” de tensão pelos resistores formados pelas hastes de referência, e pela própria haste de
terra. Através do valor dessa queda de tensão, o display é calibrado para indicar o valor ôhmico da
resistência do terra.
Este equipamento possuí internamente 2 núcleos partidos dimensionados para envolver o eléctrodo
de aterramento (transformadores de corrente com núcleo dividido).
O primeiro núcleo está envolvido por espiras de N enrolamentos que será alimentada por uma fonte
em corrente alternada que será responsável por gerar uma força eletromotriz (f.e.m.) que irá induzir
uma corrente na malha de aterramento.
E o segundo núcleo será responsável por medir a corrente induzida pela força eletromotriz, como
mostra a figura 2.5.
Onde:
Rx = resistência de aterramento.
𝟏
𝑹𝒄 = (2.1)
𝟏
∑𝒏𝒌−𝟏
𝑹𝒌
𝑬 𝟏 (2.2)
= 𝑹𝒙 +
𝑰 𝟏
∑𝒏𝒌−𝟏
𝑹𝒌
𝐸
𝑅𝑥 = (2.3)
𝐼
Este método só é aplicado em circuitos fechados para permitir a circulação de corrente, como
exemplo no caso do aterramento simples de um para-raios.
A resistência que fecha o laço deve ser muito menor que a resistência do aterramento em que está
realizando a medição.
A distância entre o aterramento sob medição e o mais próximo dos aterramentos que fecham o laço
devem ter tamanho suficiente para que as zonas de influência não apresentem sobreposição.
A resistência do sistema de medição deve ser percorrida pela totalidade da corrente injetada no
terreno.
2.2.3. O Megger
O Megger é um instrumento de medida de resistência que possui quatro terminais, dois de corrente
e dois de potencial.
Na curva 𝜌 × 𝑎, levantada pela medição, está fundamentada toda a arte e criatividade dos métodos
de estratificação do solo, oque permite a elaboração do projecto do sistema de aterramento.
O local do aterramento fica condicionado ao sistema de energia eléctrica ou, mais precisamente,
aos elementos importantes do sistema.
Escolhido preliminarmente o local, deviam ser analisados novos itens, tais como:
Havendo algum problema que possa comprometer o adequado perfil esperado do sistema de
aterramento, deve-se, então, escolher outro local.
aterramento.
Para se efectuar o projecto do sistema de aterramento deve-se conhecer a resistividade aparente que
o solo apresenta para o especial aterramento pretendido.
A resistividade do solo, que espelha suas características, é, portanto, um dado fundamental e por
isso, neste elemento de competência, será dada especial atenção à sua determinação.
▪ Método de Wenner;
▪ Método de Lee;
▪ Método de Schlumbeger-Palmer.
Neste trabalho será utilizado o Método de Wenner. O método usa quatro pontos alinhados,
igualmente espaçados, cravados a uma mesma profundidade. Figura 2.9.
Uma corrente eléctrica I é injectada no ponto 1 pela primeira haste e colectada noponto 4 pelaa
última haste. Esta corrente, passando pelo solo entre os pontos 1 e 4, produz pontencial nos pontos
2 e 3. Usando o método das imagens sim’etricas, gera-se a figura 2.10 e obtém-se os potenciais nos
pontos 2 e 3.
(2.4)
O potencial no ponto 3 é:
(2.5)
(2.6)
Fazendo a divisão da diferença de potencial V23 pela corrente I, teremos o valor da resistência
eléctrica R do solo para uma profundidade aceitável de penetração da corrente I.
Assim, teremos:
(2.7)
(2.8)
O método utiliza um Megger, instrumento de medida de resistência que possui quatro terminais,
dois de corrente e dois de potencial.
O aparelho, através de sua fonte interna, faz circular uma corrente I entre as duas hastes externas
que estão conectadas aos terminais de corrente C1 e C2. Figura 2.11.
Onde:
As duas hastes internas são ligadas nos terminais P1 e P2. Assim, o aparelho processa internamente
e indica na leitura, o valor da resistência eléctrica, de acordo com a expressão 2.7.
O método considera que praticamente 58% da distribuição de corrente que parra entre as hastes
externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre as hastes. Figura 2.12.
A corrente atinge uma profundidade maior, com uma correspondente área de dispersão grande,
tendo, em consequência, um efeito que pode ser considerado.
Portanto, para efeito do Método de Wenner, considera-se que o valor da resistência eléctrica lida
no aparelho é relativa a uma profundidade “a” do solo.
Devem ser feitas diversas leituras, para vários espaçamentos, com as hastes sempre alinhadas.
Para uma determinada direcção devem ser usados os espaçamentos recomendados na tabela 2.4.
Alguns métodos de estratificação do solo, necessitam mais leituras para pequenos espaçamentos, o
que é feito para possibilitar a determinação da resistividade da primeira camada do solo.
Para um único ponto de aterramento, isto é, para cada posição do aparelho, devem ser efectuadas
medidas em três direcções, com ângulo de 60° entre si, figura 2.5.
▪ reguladores de tensão;
▪ religador;
▪ transformador;
▪ seccionador;
▪ transformador de corrente;
▪ transformador de potencial;
▪ chaves à óleo e a SF6;
▪ etc.
No caso de subestações deve-se efectuar medidas em vários pontos, cobrindo toda a área da malha
pretendida.
o ideal é efectuar várias medidas em pontos e direcções diferentes. Mas se por algum motivo,
deseja-se usar o mínimo de direcções, então, deve-se pelo menos efectuar as medições na direcção
indicada como se segue:
Feitas as medições, uma análise dos resultados deve ser realizada para que os mesmos possam ser
avaliados em relação a sua aceitação ou não. Estra avaliação é feita da seguinte forma:
1. Calcular a média aritmética dos valores da resistividade eléctrica para cada espaçamento
adoptado, isto é:
1 n
M ( aj ) = i ( aj )j = 1, q; i = 1, n
n i =1
(2.10)
Observação(a): Deve-se desprezar todos os valores daa resistividade que tenham um desvio maior
de 50% em relação a média, isto é:
Observação (b): Se o valor da resistência tiver o desvio abaixo de 50% o valor será aceite como
representativo.
Observação (C): Se observada a ocorrência de acentuado número de medidas com desvios acima
de 50%, recomenda-se executar novas medidas na região correspondente. Se a ocorrência de
desvios persistir, deve-se então, considerar a área com uma região independente para efeito de
modelagem.
Com a nova tabela, efectua-se o cálculo das médias aritméticas das resistividades remanescentes.
Para um determinado local, sob estudo, os dados das medições de campo, relativos a vários
pontos e direcções, são apresentados na Tabela 2.5.
Observando a tabela 2.6 constata-se duas medidas sublinhadas que representam desvio acima de
50%. Elas devem, portanto, ser desconsideradas. Assim, refaz-se o cálculo das médias, para os
espaçamentos que tiverem mediadas rejeitadas.
Espaçamento Resistividade
a(m) (𝛀 ∙ 𝒎)
2 334,0
4 510,0
6 605,0
8 911,4
16 564,4
32 224,5
Caro(a) estudante
Depois da consideração que foi feita, verifique se percebeu a matéria até aqui abordada,
respondendo as questões seguintes:
a) Calcular o valor médio de cada espaçamento e o desvio relativo de cada medida e apresentar
os resultados numa tabela.
b) Calcular a resistividade do solo e apresentar os dados numa tabela.