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F.C.M. MENEZES FILHO; R.A.

SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)


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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS EQUAÇÕES EMPÍRICAS E O MÉTODO


DA VELOCIDADE NA ESTIMATIVA DO TEMPO DE CONCENTRAÇÃO
Comparative study between empirical equations and the velocity method for
estimating time of concentration
Frederico Carlos Martins de Menezes Filho 1, Rafael Alan de Sá 2
Recebido em 02 de janeiro de 2019; aceito em 18 de junho de 2019; disponível on-line em 29 de junho de 2019.

RESUMO: Tão importante para projetos hidrológicos, a estimativa do tempo de


concentração (tc) é realizada pela utilização de equações empíricas obtidas em
estudos internacionais; desconsiderando-se, muitas vezes, os limites de
aplicabilidade a que foram propostas. Não obstante, observa-se a não utilização do
método da velocidade do Natural Resources Conservation Service (NRCS), o mais
recomendado para a estimativa do referido tempo em bacias urbanas. Deste modo,
o presente artigo objetivou analisar qual a estimativa de “tc”, utilizando equações
empíricas versus a adoção do método da velocidade, resulta no melhor ajuste de
projeto. Para tal, compararam-se os valores obtidos entre os métodos por meio da
construção de 168 cenários hipotéticos oriundos da combinação entre parâmetros
como a declividade, a extensão do escoamento natural; do escoamento em canais
rasos revestidos e do escoamento em canais artificiais. Calculou-se, então, para
PALAVRAS CHAVE: todos cenários, a vazão de projeto pelo Método Racional. Pela discrepância dos
valores obtidos para os tempos de concentração e vazões entre as equações e o
Hidrologia urbana; método da velocidade, ressalta-se a importância do levantamento em campo da
Tempo de concentração; bacia em estudo, bem como do conhecimento das faixas de aplicação de equações
empíricas. Verificou-se que a influência das extensões de escoamentos em trechos
Métodos empíricos; naturais ou definidos, afetará sobremaneira nas vazões de projeto calculadas;
Método da velocidade. demonstrando a importância da definição do método mais apropriado pelo
projetista.
ABSTRACT: So important for hydrological projects, the estimation of the time of
concentration (tc), is realized by the use of empirical equations obtained in international
KEYWORDS: studies. The limits of applicability to which they have been proposed are often
disregarded. Nevertheless, the use of the NRCS (Natural Resources Conservation Service)
Urban hydrology; velocity method, the most recommended for the estimation of “tc” in urban basins, is not
Time of concentration; observed. Thus, the present paper aims to analyze the estimate of tc using empirical
equations versus the adoption of the velocity method. For this, the values obtained
Emprical methods; between the methods were compared by means of the construction of 168 hypothetical
scenarios resulting from the combination of parameters such as slope, the extension of
Velocity method.
the sheet flow; the extension of the flow in shallow concentrated flow and open-channel
flow. After this stage, the flow by the Rational Method was calculated for all scenarios. By
the discrepancy of the values obtained for the times of concentration and flow between
the equations and the speed method; we highlight the importance of the field survey of
the basin under study, as well as the knowledge of the application ranges of empirical
equations. As observed, the influence of the extensions of flows in natural or defined
stretches will greatly influence peak flows; showing the importance of the definition of
the most appropriate method by designer.
* Contato com os autores:
1 e-mail: menezesfilho.frederico@gmail.com ( F. C. M. Menezes Filho)

Engenheiro Civil, Doutor, Professor Adjunto, Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaíba (UFV-CRP).
2 e-mail: rafaelmot92@gmail.com ( R. A. Sá)
Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa – Campus Rio Paranaíba (UFV-CRP).

ISSN: 2179-0612 DOI: 10.5216/reec.V15i1.56559 © 2019 REEC - Todos os direitos reservados.


F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
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1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO um conceito relativamente abstrato, o mesmo


depende de diversas características fisiográficas da
O tempo de concentração (tc) é um dos bacia hidrográfica, sendo as mais frequentes, na
parâmetros mais importantes para estudos formulação empírica: o comprimento, a
hidrológicos, seja para o cálculo de vazões, declividade do talvegue ou curso d'água principal,
hidrogramas de projeto ou chuvas (SILVEIRA, 2005; a rugosidade do canal e alguns atributos de chuva
FANG et al. 2008; ALMEIDA et al., 2014). Em (SHARIFI e HOSSEINI, 2011).
aplicações práticas de engenharia, é utilizado Silveira (2005) avaliou de maneira
como entrada em ferramentas comuns de projetos intensa o desempenho das fórmulas empíricas
hidrológicos como o Método Racional ou o para a estimativa de tempos de concentração
Método do Hidrograma Unitário (MICHAILIDIS, apresentando as limitações e possíveis usos fora
2018), sendo um parâmetro principal para uma das faixas previstas, por exemplo, equações
variedade de modelos hidrológicos modernos obtidas para bacias urbanas e utilizadas para
(GRIMALDI et al., 2012). Além disso, o "tc" refere- bacias rurais e vice-versa.
se ao tempo, a partir do início da precipitação Como observa Azevedo Netto (1998),
necessário para que toda a bacia contribua na pela obtenção de dados como a declividade do
seção de interesse, representando, assim, o tempo talvegue ou curso d'água principal e o seu
que leva a água dos limites da bacia para chegar a comprimento, tais equações têm sido usadas de
saída da mesma (VILLELA e MATTOS, 1975; maneira generalizada. Muitas vezes, pela grande
MAGALHÃES, 1989; CANHOLI, 2005). quantidade de equações empíricas dispostas na
Nesse aspecto, conforme explicitam literatura, é frequente o uso generalizado das
Amanthea e Nascimento (2015), a consideração do mesmas sem a devida preocupação da acurácia e
tempo de concentração como o tempo necessário precisão de cada equação (WONG, 2005; SHARIFI e
para que toda a bacia contribua para a seção de HOSSEINI, 2011).
estudo, presume a mesma como um reservatório Neste aspecto, além da não observância
para o escoamento superficial direto, geralmente quanto às limitações de utilização das referidas
representado pela combinação de efeitos de equações como relatado por Silveira (2005), outro
translação e armazenamento. aspecto a ser levado em conta, por exemplo, para
Azevedo Netto et al. (1998) e Gribbin bacias urbanas é a desconsideração do
(2009) definem, de modo similar, o tempo de escoamento em trechos de canais naturais rasos
concentração como o tempo necessário para o ou ainda sobre as vertentes da bacia, que seriam
escoamento ocorrer do ponto hidraulicamente utilizados caso fossem adotados o enfoque
mais remoto, na bacia de drenagem, até o cinemático ou o método da velocidade do Natural
exutório. Resources Conservation Service (NRSC, 1986);
Costa, Siqueira e Menezes Filho (2007) numa abordagem contemplativa da divisão de
reafirmam a definição dada pelos autores trechos e da estimativa do tempo de percurso em
supracitados, como o tempo gasto pela gota de cada parcela de escoamento.
água que precipita na cabeceira de uma bacia Além da grande maioria dos
hidrográfica para chegar à seção transversal de métodos de cálculo para o tempo de
interesse, como a seção de uma barragem, de uma concentração terem sido baseados em
ponte ou de um projeto de captação para observações e medições experimentais em bacias
abastecimento público. rurais, a grande dispersão entre os valores
Embora haja divergências quanto ao calculados poderá incorrer em variações
início da contagem do tempo de concentração e, sensíveis das vazões de pico dos hidrogramas de
como apontam Collischonn e Dornelles (2013), ser projeto (CANHOLI, 2005).
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Vale destacar que consoante Pruski, para bacias urbanas e o método da
Brandão e Silva (2001), o erro na estimativa do (tc) velocidade, verificando-se, também, a
será tanto maior quanto menor for a duração influência na estimativa das vazões pelo
considerada, uma vez que é maior a variação da Método Racional.
intensidade de precipitação com o tempo nesta
condição.
2. METODOLOGIA
Ressalta-se, portanto, a grande
importância da estimativa do tempo de A metodologia proposta neste trabalho
concentração já que a subestimativa deste dividiu-se em sete etapas que são ilustradas no
incorrerá na superestimativa das vazões de pico e fluxograma da Figura 1.
vice-versa (FANG et al., 2008).
2.1 METODOLOGIA COM ENFOQUE CINEMÁTICO
1.1. OBJETIVO
Consoante Canholi (2005), três tipos de
Neste contexto, o referido trabalho escoamento encontram-se em bacias urbanas, a
tem como objetivo comparar, por meio de saber: o escoamento superficial, o escoamento em
cenários para uma bacia hipotética, os canais rasos e o escoamento em canalizações. Tais
valores obtidos para o tempo de concentração, escoamentos e tempos respectivos, podem ser
empregando equações empíricas utilizadas visualizados na Figura 2.

FIGURA 1: Fluxograma das etapas metodológicas.


FONTE: Autoria própria.

FIGURA 2: Bacia hipotética representando os tipos de escoamento em bacias urbanas. Legenda: tes: tempo de
escoamento superficial, tcn: tempo em canais rasos e tcd: tempo em canais definidos. FONTE: Autoria própria.
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O método cinemático ou método da Os valores para o coeficiente de
velocidade do NRCS, para o cálculo do tempo de rugosidade de Manning podem ser consultados na
concentração, traduz-se na soma dos tempos literatura por meio de tabelas (WILKEN, 1978;
decorridos do escoamento em cada tipo de PORTO, 1999; AKAN e HOUGHTALEN, 2003). A
superfície, seja ela superfície natural, canal raso ou lâmina precipitada poderá ser obtida por meio de
canal artificial. uma equação da intensidade de chuva definida
Deste modo, a fim de comparar os para o local de estudo. Já a extensão e a
valores dos tempos de concentração calculados declividade são determinadas em campo ou por
por meio das equações empíricas e pelo enfoque meio do uso de mapas e/ou geoprocessamento.
cinemático, definiu-se uma bacia hipotética,
2.1.2 Tempo de escoamento em canais rasos
ilustrada pela Figura 2 e com características
dispostas no Quadro 1, com os respectivos Após o escoamento superficial, o
escoamentos supracitados. escoamento passa-se a concentrar formando
canais rasos, podendo ser calculado de modo
2.1.1 Tempo de escoamento em superfície cinemático, pela Equação 2 (CANHOLI, 2005 e
O tempo de escoamento em superfície NRCS, 1986).
(tes) será definido considerando a faixa de 50 a 100
𝐿
m a montante do talvegue, caracterizando-se por 𝑡𝑐𝑛 = Eq. [2]
3600.𝑉
pequenas espessuras de lâminas d'água com
velocidade baixa conforme descrevem Canholi Em que:
(2005) e NRCS (1986). Este tempo depende da tcn - tempo de escoamento em canais rasos (h);
declividade, da rugosidade do terreno e da L - extensão do trecho (m);
intensidade da chuva e foi obtido pela Equação 1. v - velocidade (m/s).

0,091(𝑛.𝐿)0,8
𝑡𝑒𝑠 = Eq. [1] Para a estimativa da velocidade média
𝑃0,5 .𝐼 0,4
Em que: em canais rasos dispôs-se do gráfico apresentado
tes - tempo de escoamento superficial (h); na Figura 3.
n - coeficiente de rugosidade de Manning; Buscando apenas a utilização de
L - extensão do trecho (m); equações no presente estudo, procedeu-se a
P0,5- lâmina precipitada em 24 horas com período linearização dos dados dispostos em gráfico di-log
de recorrência de 2 anos (mm); na Figura 3, executando-se um ajuste por modelo
I - declividade do terreno (m/m). potencial.

QUADRO 1 : Características da bacia hipotética.

Canal artificial Coeficiente de Manning Profundidade(m) Coeficiente de Runoff (c)

Retangular (concreto) 0,013* 0,15 a 0,60* 0,65**


FONTE: * AKAN e HOUGHTALEN (2003); ** WILKEN (1978).
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FIGURA 3: Velocidades médias estimadas para escoamento em canais rasos.


FONTE: Adaptado de NRCS (1986).

De posse das equações potenciais, com S = declividade longitudinal de fundo do canal


R²=0,99, fez-se a linearização, obtendo-se a (m/m);
equação geral para o cálculo da velocidade em 𝑅ℎ2⁄3 = raio hidráulico do canal (m).
canais revestidos, conforme a Equação 3:
[
(log I+logα1 )
] Considerou-se para a bacia
v = 10 β1 Eq. [3] hipotética, na definição do tempo de
Em que: escoamento em canalizações, um canal
v= velocidade (m/s); retangular com base B = 10 m e
I = declividade (m/m); profundidade H = 5 m.
α1 = 0,0245;
2.1.4 Tempo de Concentração
β1 = 2,015.
Por fim, somam-se as três parcelas
2.1.3 Tempo de escoamento em canalizações para estimar o tempo de concentração,
O tempo de escoamento em canalizações conforme a Equação 5 (CANHOLI, 2005 e
pode ser obtido pela Equação 2, porém para a NRCS, 1986):
determinação da velocidade, utiliza-se a equação
de Manning (Equação 4), conhecendo-se a seção 𝑡𝑐𝑟 = 𝑡𝑒𝑠 + 𝑡𝑐𝑛 + 𝑡𝑐𝑑 Eq. [5]
do canal, declividade e a rugosidade.
Em que:
1 2
1
𝑉= × 𝑆 × 𝑅ℎ
2 3 Eq. [4] tcr - tempo de concentração (horas);
𝑛
Em que: tes - tempo de escoamento em superfície (horas);
V = velocidade média do escoamento (m/s); tcn - tempo de escoamento em canais rasos
n = coeficiente de rugosidade de Manning (horas);
tcd - tempo de escoamento em canais ou galerias
(𝑠⁄𝑚5⁄2 );
definidas (horas).
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2.2 MÉTODOS EMPÍRICOS extensão de trechos e da declividade, na


As equações empíricas, utilizadas no estimativa do tempo de concentração pelas
presente trabalho, estão reunidas no Quadro 2. A duas metodologias abordadas neste trabalho,
escolha das mesmas pautou-se na consideração arbitraram-se cenários hipotéticos. Tomando-se a
das equações definidas para bacias urbanas ou bacia hipotética, Figura 2, variaram-se as
utilizadas para tal. Neste aspecto, destaca-se a extensões dos trechos representativos de
equação de Kirpich, que mesmo formulada com escoamento superficial, dos canais rasos
dados de bacias rurais é bastante utilizada em e dos canais definidos, bem como as
bacias urbanas (TUCCI, 2004; SILVEIRA, 2005). declividades.
No Quadro 3, estão as faixas de variação
2.3 INTERVALO DE VARIAÇÃO DA EXTENSÃO DOS para as extensões de trechos e declividades
TRECHOS E DAS DECLIVIDADES adotadas, tanto quanto os incrementos (Δ)
No intuito de se avaliar a influência da assumidos para as variações.
X
QUADRO 2 : Resumo das equações empíricas para estimativa do tempo de concentração.

Nome Equação Área (Km²) S(%) L (Km)

Kirpich 𝑡𝑐 = 0,0663 × 𝐿0,77 × 𝑆 −0,385 < 0,45 3/10 < 1,2

McCuen 𝑡𝑐 = 2,25 × 𝑖 −0,7164 × 𝐿0,5552 × 𝑆 −0,2070 0,4 – 16 <4 < 10

Carter 𝑡𝑐 = 0,0977 × 𝐿0,6 × 𝑆 −0,3 < 21 < 0,5 < 12

Eagleson 𝑡𝑐 = 0,274 × 𝑛 × 𝑅−0,67 × 𝐿 × 𝑆 −0,5 < 21 - -


Legenda: tc: tempo de concentração; L: comprimento do talvegue principal ou fundo de vale; S: declividade, i: intensidade
pluviométrica, R: raio hidráulico. FONTE: SILVEIRA (2005).

X
QUADRO 3: Resumo das situações consideradas na estimativa do tempo de concentração pelo enfoque cinemático.

Tempo de Extensões consideradas (L) Declividades (%)


escoamento 1º situação 2º situação 3º situação
50 a 100 m
Superficial (tes) Constante (75 m) Constante (75 m)
Δ = 10 m 1%; 1,5%; 2%;
0 a 1.000 m Constante 3%; 5% e 10%.
Canais rasos (tcr) Constante (500 m)
Δ = 100 m (500 m)
0 a 10.000 m
Canais definidos
Constante (1.000 m) Constante (1.000 m)
(tcd)
Δ = 1.000 m
FONTE: Autoria própria.
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As extensões dos trechos foram consoante Festi (2005). Além disso, ao se adotar
expressas em porcentagem para facilitar a este valor, seguiu-se as recomendações de limites
comparação dos resultados. Desse modo, a de áreas paras as equações empíricas, citadas no
extensão em porcentagem foi obtida por meio da presente trabalho. Sendo o produto da largura
Equação 6: pela extensão considerada em cada cenário, a área
definida para o cálculo da vazão pelo Método
(𝐿𝑖 ×100) Racional.
𝐿 = Eq. [6]
𝐿𝑡
Em que: 2.5 ERRO RELATIVO, ERRO MÉDIO, DESVIO
L = extensão do trecho em porcentagem (%); PADRÃO E ERRO-PADRÃO DAS VAZÕES
Li = extensão do cenário analisado (m);
Após a obtenção das vazões, calculou-se
Lt = limite superior de extensão da inclinação
o erro relativo, o erro médio, o desvio padrão e o
analisada (m).
erro padrão, a fim de comparar em porcentagem,
a diferença entre os valores obtidos de
2.4 O MÉTODO RACIONAL
tempo de concentração, por meio das equações
Após a obtenção dos tempos de empíricas e pelo método da velocidade. O erro
concentração considerando o enfoque cinemático relativo, de acordo a Equação 9, mostra o quão
e as equações empíricas, executou-se para efeitos próximos estão os valores, e é dado pela
de comparação, o cálculo das vazões pelo Método seguinte expressão (SILVEIRA, 2005; MOTA e
Racional (Equação 7), tomando-se como base a KOBIYAMA, 2015):
bacia hipotética em estudo.
|𝑉𝑀𝐸−𝑉𝑀𝐶|
𝐸= Eq. [9]
𝑄 = 𝐶. 𝑖. 𝐴 Eq. [7] 𝑉𝑀𝐶
Em que: Em que:
Q= vazão (m³/s); E = erro relativo;
C= coeficiente de escoamento superficial; VME = vazão obtida pelas equações empíricas;
i= intensidade de chuva (m/s); VMC = vazão obtida pelo método da velocidade.
A= área (m²). Além disso, calculou-se o erro relativo
Para o cálculo da intensidade médio, de cada método através da Equação 10
pluviométrica dispôs-se da utilização do programa (SILVEIRA, 2005):
PLUVIO 2.1 UFV, 2006), para obtenção dos 1
𝐸𝑚 = × ∑𝑛𝑖=1 𝐸𝑖 Eq. [10]
parâmetros da equação idf (Equação 8). O 𝑛
município tomado, como exemplo, para o estudo Em que:
foi o município de Rio Paranaíba-MG. Em = erro médio relativo;
(1472,679×𝑇 0,175 ) Ei = erro relativo;
𝑖𝑑𝑓 = Eq. [8] n = número de amostras.
(15,594+𝑡)0,765
Em que: Depois de se obter a média do erro
T: tempo de retorno (anos); relativo, efetuou-se o cálculo do desvio padrão,
t = duração (min). conforme a Equação 11. Essa é uma medida que
expressa o grau de dispersão dos valores em um
A área da bacia foi calculada conjunto de dados. Assim, obtém-se o quanto o
considerando uma faixa de 50 metros de largura conjunto do erro relativo é uniforme, sendo que,
em toda sua extensão, respeitando a área máxima mais próximo de zero demonstra maior
de até 3 km² (300 ha) para o Método Racional, homogeneidade dos dados (SILVEIRA, 2005):
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∑𝑛 3.1 PRIMEIRA SITUAÇÃO - VARIAÇÃO DA


𝑖=1(𝐸𝑖−𝐸𝑚)
𝑆 = 100 × √ Eq. [11] EXTENSÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL
𝑛−1
Em que: A primeira variação para a devida
S = desvio padrão (%); comparação entre os métodos relacionou-se
Ei = erro relativo; ao escoamento natural. As equações de
Em = erro médio relativo; Kirpich, Carter, McCuen e Eagleson não
n = número de amostras. consideram essa variação, pois o escoamento
Assim, para calcular a precisão do cálculo natural não compreende talvegue definido
da média das amostras, obtém-se o erro padrão, requerido por essas equações. Essa variação é
de acordo com a Equação 12: um caso particular do método da velocidade
𝑆 que considera um tempo de escoamento em
𝑆𝑥 = Eq. [12] superfícies.
√𝑛
Em que: Deste modo, a utilização das equações
Sx = erro padrão (%); empíricas sempre resultará em valores
S = desvio padrão; constantes, apresentando diferenças nos
n = número de amostras. valores apenas quando se varia a declividade,
conforme ilustra a Figura 4 para a equação de
3. RESULTADOS Kirpich.
Verifica-se, pela Figura 4, uma grande
Foram realizadas 168 simulações em disparidade entre os valores obtidos comparando
cenários hipotéticos criados a partir da variação do as duas metodologias. O enfoque cinemático
escoamento natural, em canais rasos e canais apresenta tempo de concentração maior
artificiais. Pôde-se analisar as diferenças entre os que a equação de Kirpich. O mesmo fora
valores obtidos pela comparação entre o método observado quando comparado com as equações
da velocidade e as equações empíricas. de Carter, McCuen e Eagleson.

90
tcr-1%
80 tcr-1,5%
Tempo de concentração (min)

70 tcr-2%
60 tcr-3%
50 tcr-5%

40 tcr-10%
Kirpich-1%
30
Kirpich-1,5%
20
Kirpich-2%
10
Kirpich-3%
0 Kirpich-5%
0 20 40 60 80 100
Kirpich-10%
Distância (%)

FIGURA 4: Tempos de concentração obtidos para o escoamento superficial entre a equação de Kirpich e o
método da velocidade com variação das declividades.
FONTE: Autoria Própria.
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À medida que se aumenta a distância visto que a inclinação acentuada colabora para
percentual, o tempo de concentração fica ainda que o escoamento seja mais rápido. Do
maior que o empírico. Com isso, observa-se que a mesmo modo, as equações empíricas apresentam
equações de Kirpich, Carter, McCuen e Eagleson valores superiores de vazão, por não
são mais conservadoras que o emprego do considerarem o tempo inicial em superfícies,
enfoque cinemático, pelo motivo de não incorrendo no aumento das vazões calculadas
considerarem o escoamento em superfícies, pelo Método Racional. Tal fato, vai de encontro a
propiciando maiores vazões calculadas, já que a segurança; todavia poderá gerar maior custo
intensidade pluviométrica é inversamente para obras simples.
proporcional ao tempo de concentração, Conforme a Tabela 1, o menor erro
considerado igual a duração do evento de chuva médio, no valor de 24,21 %, refere-se à
pelo Método Racional. equação de Eagleson, e o maior erro médio entre
Analisando-se a influência dos valores de as vazões calculadas é de 51,69 %, para a
tempo de concentração nas vazões obtidas pelo equação de Kirpich, uma das equações mais
Método Racional, observa-se a magnitude das utilizadas em bacias urbanas.
mesmas conforme a Figura 5, em que se Outro fator que o estudo aponta é a
demonstra a comparação da equação empírica de proximidade dos valores dos resultados
Kirpich e a abordagem do método da velocidade. das equações de Kirpich e Carter, como exposto
Como esperado, para as duas na Tabela 1, com erros padrões e médios
abordagens realizadas, quanto maior a inclinação respectivamente de 51,69,e 51,29% e 1,97% e
do terreno menor é o tempo de concentração, 2,09%.

3,0
Kirpich-1%
Kirpich-1,5%
2,5
Kirpich-2%
2,0 Kirpich-3%
Vazões (m³/s)

Kirpich-5%
1,5
Kirpich-10 %

1,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
tcr - 5 %
0 20 40 60 80 100
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA 5: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Kirpich e o método
da velocidade.
FONTE: Autoria Própria.

TABELA 1: Valores dos erros médio e erros padrão decorrentes da comparação de vazões obtidas pelo método da
velocidade e pelas equações empíricas.
Equação
Erro
Kirpich McCuen Eagleson Carter
EM (%) 51,69 35,80 24,21 51,29
EP (%) 1,97 3,43 5,10 2,09
FONTE: Autoria Própria.
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3.2 SEGUNDA SITUAÇÃO - VARIAÇÃO DA Ademais, é de grande importância


EXTENSÃO EM CANAIS RASOS analisar o que isso interfere nas vazões quando se
Os resultados obtidos para esta análise utilizam as duas abordagens. Aplicando-se o
estão ilustrados como exemplo na Figura 6, Método Racional para a bacia hipotética, tem-se
retratando-se o método de Eagleson. os resultados apresentados na Figura 7.
Considerando a variação da extensão em canais Verificam-se vazões superiores obtidas pela
rasos, as diferenças se acentuam com a distância equação de Eagleson, quando comparadas às
como esperado; demonstrando maiores valores obtidas pelo enfoque cinemático. À medida que
para a abordagem cinemática. se aumenta a extensão dos trechos, aumenta-se a
Assim, percebe-se que o método por vazão usando os métodos empíricos, quase que
equações empíricas é mais conservador que o proporcionalmente. Todavia, pelo enfoque
enfoque cinemático; incorrendo em maiores cinemático, as vazões aumentam de modo sutil
valores para as vazões. com o aumento das extensões.

90,0 tcr-1%
80,0 tcr-2%
70,0
Tempo de Concetração

tcr-3%
60,0 tcr-5%

50,0 tcr-10%
tcr-1,5%
40,0
Eagleson-1%
30,0
Eagleson-1,5%
20,0
Eagleson-2%
10,0 Eagleson-3%
0,0 Eagleson-5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Eagleson-10%
Distância(%)

FIGURA 6: Tempos de concentração obtidos para o escoamento superficial entre a equação de Eagleson e o
método da velocidade com variação das declividades.
FONTE: Autoria Própria.

3,0 Eagleson - 1%
Eagleson - 1,5%
2,5
Eagleson - 2%
Vazões (m³/s)

2,0 Eagleson - 3%
Eagleson - 5%
1,5
Eagleson - 10 %
1,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5 tcr - 2 %
0,0 tcr - 3 %
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA 7: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Eagleson e o método da
velocidade.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
231

Além disso, comparando-se os erros 3.3 TERCEIRA SITUAÇÃO - VARIAÇÃO DA


médios e os erros padrão pela comparação entre EXTENSÃO EM CANAIS DEFINIDOS
as vazões obtidas para canais rasos, verificam-se Consoante a Figura 8, tomando-se como
os maiores valores para as equações de Kirpich e exemplo a equação de Carter, observam-se as
de Carter e o menor valor obtido para a equação diferenças entre os tempos de concentração
de Eagleson, com o valor de 13,02 % para o erro obtidos pelas duas abordagens.
médio e 2,12% para o erro padrão (Tabela 2). Como observa-se, os tempos
Outro importante resultado é a de concentração obtidos pela equações
proximidade dos valores dos resultados das empírica e pelo método da velocidade, nos
equações de Kirpich e Carter em relação ao erro limites iniciais, distanciam-se e, depois apresentam
médio, respectivamente de 30,08% e 30,82% e um intervalo em comum e se distanciam
erros padrões, respectivamente de 3,69% e 4,19%, novamente até os limites finais. Interpretando os
consoante a Tabela 2. Já as equações de McCuen e resultados, da Figura 8, fixando-se a
Eagleson, apresentaram valores distintos para a declividade em 10%, tem-se que em certas
variação das extensões em canais rasos, com porcentagens de extensão, o método da
valores obtidos de erro médio percentual, velocidade apresenta maior tempo de
respectivamente de 22,02% e 13,02 %. concentração, como no intervalo de 0 a 64%.

TABELA 2: Valores dos erros médio e erros padrão resultantes da comparação de vazões obtidas pelo método da
velocidade e pelas equações empíricas.

Equação
Erro
Kirpich McCuen Eagleson Carter
EM (%) 30,08 22,02 13,02 30,82
EP (%) 3,69 2,14 2,12 4,19
FONTE: Autoria Própria.

120
tnr-1%
100 tcr-1,5%
Tempo de Concetração

tcr-2%
80 tcr-3%
tcr-5%
60 tcr-10%
Carter-1%
40
Carter -1,5%
Carter -2%
20
Carter -3%
0 Carter -5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Carter - 10%
Distância(%)

FIGURA 8: Tempos de concentração obtidos para o escoamento superficial entre a equação de Carter e o método da
velocidade com variação das declividades.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
232

Adiante, o método do NRCS e a Como o tempo de concentração teve


equação de Carter, apresentam um ponto de uma disparidade nos extremos, a vazão seguiu o
interseção em 65%. Assim, continuando no mesmo critério. Além disso, a equação calculada
intervalo da porcentagem de extensão, variando- que apresentou menor erro médio, na
se de 66% a 100%, Carter apresenta um valor de porcentagem da extensão do trecho canalizado,
tempo de concentração superior ao método das foi a de Carter, com erros médios e padrões
velocidades. respectivamente -2,46% e 7,93%.
Entende-se, por esta comparação, a Ademais, conforme a Tabela 3, os erros
importância ou não da preponderância de trechos médio e padrão obtidos pela comparação entre as
canalizados para a estimativa do tempo de vazões utilizando as duas abordagens,
concentração pelas duas abordagens adotadas no apresentaram pouca diferença. Tal resultado
presente estudo. baseia-se na origem das equações, calcadas
Verifica-se, também, por meio da principalmente na consideração de canais ou
Figura 8, a influência da declividade como talvegues bem definidos.
nas outras comparações realizadas, na redução Portanto, a única equação que
do tempo de concentração com o aumento apresentou valor distinto e inferior foi a de
daquela. Eagleson, com valor de -28,22% para o erro médio
Quanto às vazões, analisando a Figura 9, e erro padrão de 8,55%. Tal fato corrobora os
percebe-se que a vazão apresenta valores resultados anteriores para essa equação,
diferentes nos extremos, decorrentes das sugerindo que a mesma possua uma base
variações obtidas pelo tempo de concentração, considerando escoamento superficial ou
abordadas na Figura 8. escoamento em canais rasos.
X

12,0
Carter - 1%
10,0 Carter - 1,5%
Carter - 2%
8,0
Vazões (m³/s)

Carter - 3%
6,0 Carter - 5%
Carter - 10 %
4,0
tcr- 1 %
2,0 tcr - 1,5 %
tcr - 2 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 3 %
Distância (%) tcr - 5 %

FIGURA 9: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Carter e o método da
velocidade.
FONTE: Autoria Própria.
X
TABELA 3: Valores dos erros médio e erros padrão resultantes da comparação de vazões obtidas pelo método da
velocidade e pelas equações empíricas.
Equação
Erro
Kirpich McCuen Eagleson Carter
EM (%) -10,35 -7,32 -28,22 -2.46
EP (%) 8,18 6,44 8,55 7.93
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
233

4. CONCLUSÕES Deste modo, o estudo possibilitou


verificar a influência das extensões dos trechos
O presente estudo comparou a utilização superficiais, em canais rasos ou definidos;
de equações empíricas versus a abordagem mostrando a divergência dos resultados e
cinemática no cálculo do tempo de concentração. apontando, por exemplo, que para bacias com
Por meio de uma bacia hipotética, definiram-se considerável escoamento superficial ou em canais
situações de variação da declividade e da extensão rasos, a equação de Eagleson, poderia ser utilizada
de trechos (superficiais, canais rasos e canais em substituição ao método cinemático por
definidos) para avaliar a influência destas na apresentar menor erro médio relativo. No mesmo
estimativa do tempo de concentração e nas vazões enfoque, tal equação deveria ser descartada para
obtidas pelo Método Racional. o uso em bacias com grande preponderância de
A estimativa rápida e direta por meio de canais definidos, sendo a equação de Carter a mais
dados físicos como a declividade e comprimento indicada para os cenários hipotéticos definidos.
do curso d'água principal ou talvegue, da Como recomendação futura, espera-se
rugosidade do canal principal e de dados de chuva, verificar a influência de tais discrepâncias nos
conduzem a resultados distintos do método da valores obtidos sobre os volumes de escoamento
velocidade. Como discutido neste estudo, superficial, por meio da obtenção de hidrogramas
geralmente a abordagem cinemática é substituída de projeto.
por equações empíricas, que podem não
representar as características físicas da bacia onde
foram formuladas, incorrendo na subestimativa ou
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
superestimativa de vazões em projetos
AKAN, A. O; HOUGHTALEN, R. J. (2003). Urban
hidrológicos ou hidráulicos. Hydrology, Hydraulics, and Stormwater Quality:
Sendo assim, ressalta-se a importância Engineering Applications and Computer Modeling.
do conhecimento da bacia de estudo; realizando- John Wiley & Sons, New Jersey.
se o levantamento em campo para determinação ALMEIDA, I. K; ALMEIDA, A. K; ANACHE, J. A.A; STEFFEN,
de trechos em canais rasos ou definidos, tão J. L; SOBRINHO, T. A. Estimation on time of
concentration of overland flow in watersheds: a
quanto, em paralelo, a utilização de sistemas de
review. São Paulo. UNESP, Geociências, v. 33, n. 4, p.
informação geográfica, subsidiando um maior 661-671, 2014.
detalhamento da bacia hidrográfica. Tais
AMANTHEA, N. R; NASCIMENTO, N. O. Urbanização de
informações influirão na determinação do tempo baixo impacto (LID): Uso de geotecnologias para
de concentração e consequente vazão de projeto. estimativa do tempo de concentração de bacia em
Comparando-se o método da velocidade cenário de pré-desenvolvimento. RBRH. vol. 20. n° 1.
com as equações empíricas, a equação de Porto Alegre. P. 249-266. 2015.

Eagleson foi a que apresentou o menor erro médio AZEVEDO NETTO, J. M; VILLELA, S. M; ARAÚJO, R.
igual a 24,21%, com erro padrão de 5,10%, para (coord.). Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Editora
Edgard Blücher, 1998.
variação em canais superficiais. Além disso, a
mesma equação apresentou o menor erro para CANHOLHI, A. P. Drenagem urbana e controle de
canais rasos de 13,02%, com erro padrão de enchentes. São Paulo. Oficina de textos, 2005.

2,12%. Por outro lado, a equação de Carter foi a COLLISCHONN, W; DORNELLES, F. Hidrologia para
equação que apresentou menor erro médio para engenharia e ciências ambientais. Porto Alegre: ABRH,
2013.
variação da extensão do escoamento em canais
definidos, com erro médio de -2,46%, e erro COSTA, A. R; SIQUEIRA. E; MENEZES FILHO, F. C. M.
Curso básico de hidrologia urbana. Brasília: ReCESA.
padrão de 7,93%.
2007. 130 p.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
234

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Universidade Federal de Viçosa – UFV, Viçosa-MG.
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F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
235
APÊNDICE A – Gráficos de comparações dos tempos de concentrações dos métodos empíricos e
cinemático.

90
tcr-1%
80
Tempo de concentração (min)

tcr-1,5%
70
tcr-2%
60 tcr-3%
50 tcr-5%
40 tcr-10%

30 McCuen-1%
McCuen-1,5%
20
McCuen-2%
10
McCuen-3%
0
McCuen-5%
0 20 40 60 80 100
Distância(%) McCuen-10%

FIGURA A1: Comparação do tempo de concentração, em escoamento superficial entre a equação de McCuen e
o método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.

90
tcr-1%
80
Tempo de concentração (min)

tcr-1,5%
70 tcr-2%
60 tcr-3%
50 tcr-5%
40 tcr-10%

30 Eagleson-1%

20 Eagleson-1,5%
Eagleson-2%
10
Eagleson-3%
0
0 20 40 60 80 100 Eagleson-5%
Distância(%) Eagleson-10%

FIGURA A2: Comparação do tempo de concentração, em escoamento superficial entre a equação de Eagleson
e o método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
236

90
tcr-1%
80
Tempo de concentração (min)
tcr-1,5%
70 tcr-2%
60 tcr-3%
50 tcr-5%
40 tcr-10%

30 Carter-1%
Carter-1,5%
20
Carter-2%
10
Carter-3%
0
Carter-5%
0 20 40 60 80 100
Distância(%) Carter-10%

FIGURA A3: Comparação do tempo de concentração, em escoamento superficial entre a equação de Carter e o
método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.

90
tcr-1%
80
tcr-2%
70
Tempo de Concentração

tcr-3%
60 tcr-5%
50 tcr-10%
40 tcr-1,5%

30 kipich-1%
kirpich-1,5%
20
kirpich-2%
10
Kirpich-3%
0 Kirpich-5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância(%) Kirpich-10%

FIGURA A4: Comparação do tempo de concentração, em canais rasos entre a equação de Kirpich e o método
cinemático.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
237

90
tcr-1%
80
tcr-2%
70
Tempo de Concetração

tcr-3%
60 tcr-5%
50 tcr-10%
40 tcr-1,5%

30 McCuren-1%
McCuren-1,5%
20
McCuren-2%
10
McCuren-3%
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 McCuren-5%
Distância(%) McCuren-10%

FIGURA A5: Comparação do tempo de concentração, em canais rasos entre a equação de McCuren e o método
cinemático.
FONTE: Autoria Própria.

90
tcr-1%
80
tcr-2%
70
Tempo de Concetração

tcr-3%
60 tcr-5%
50 tcr-10%
40 tcr-1,5%

30 Carter-1%
Carter-1,5%
20
Carter-2%
10
Carter-3%
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Carter-5%
Distância(%) Carter-10%

FIGURA A6: Comparação do tempo de concentração, em canais rasos entre a equação de Carter e o método
cinemático.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
238

160
tcr-1%
140 tcr-1,5%
Tempo de Concetração

120 tcr-2%

100 tcr-3%
tcr-5%
80
tcr-10%
60 Kirpich- 1%
40 Kirpich-1,5%
Kirpich-2%
20
Kirpich-3%
0
Kirpich-5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância(%) Kirpich-10%

FIGURA A6: Comparação do tempo de concentração, em canais canalizados entre a equação de Kirpich e o
método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.

120
tcr-1%
100 tcr-1,5%
Tempo de Concetração

tcr-2%
80 tcr-3%
tcr-5%
60
tcr-10%

40 McCuren - 1%
McCuren -1,5%
20 McCuren -2%
McCuren -3%
0
McCuren -5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância(%) McCuren - 10%

FIGURA A7: Comparação do tempo de concentração, em canais canalizados entre a equação de McCuen e o
método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
239

400
tnr-1%
350 tcr-1,5%
Tempo de Concetração

300 tcr-2%

250 tcr-3%
tcr-5%
200
tcr-10%
150 Eagleson- 1%
100 Eagleson -1,5%

50 Eagleson -2%
Eagleson -3%
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Eagleson -5%
Distância(%) Eagleson - 10%

FIGURA A8: Comparação do tempo de concentração, em canais canalizados entre a equação de Eagleson e o
método cinemático.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
240

APÊNDICE B – Gráficos de comparações de vazões dos métodos empíricos e cinemático.

2,5
McCuen-1%
McCuen-1,5%
2,0
McCuen-2%
McCuen-3%
Vazões (m³/s)

1,5
McCuen-5%
McCuen-10 %
1,0
tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5
tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
tcr - 5 %
0 20 40 60 80 100
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B1: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de McCuen e o
método da velocidade, escoamento superficial.
FONTE: Autoria Própria.

2,5
Eagleson - 1%
Eagleson- 1,5%
2,0
Eagleson - 2%
Eagleson - 3%
Vazões (m³/s)

1,5
Eagleson - 5%
Eagleson - 10 %
1,0
tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5
tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 20 40 60 80 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B2: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Eagleson e o
método da velocidade, escoamento superficial.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
241

2,5
Carter - 1%
Carter - 1,5%
2,0
Carter - 2%
Carter - 3%
Vazões (m³/s)

1,5
Carter - 5%
Carter - 10 %
1,0
tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5
tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
tcr - 5 %
0 20 40 60 80 100
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B3: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Carter e o método
da velocidade, escoamento superficial.
FONTE: Autoria Própria.

3,5
Kirpich - 1%
3,0 Kirpich - 1,5%
Kirpich - 2%
2,5
Kirpich - 3%
Vazões (m³/s)

2,0 Kirpich - 5%

1,5 Kirpich - 10 %
tcr- 1 %
1,0
tcr - 1,5 %
0,5 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B4: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Kirpich e o método
da velocidade, escoamento em canais rasos.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
242

3,0
McCuen - 1%

2,5 McCuen - 1,5%


McCuen - 2%
2,0 McCuen - 3%
Vazões (m³/s)

McCuen - 5%
1,5
McCuen - 10 %

1,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B5: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de McCuen e o método da
velocidade, escoamento em canais rasos.
FONTE: Autoria Própria.

3,0
Carter - 1%
2,5 Carter - 1,5%
Carter - 2%
2,0 Carter - 3%
Vazões (m³/s)

Carter - 5%
1,5
Carter - 10 %

1,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
0,5 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B6: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Carter e o método
da velocidade, escoamento em canais rasos.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
243

12,0
Kirpich - 1%
10,0 Kirpich - 1,5%
Kirpich - 2%
8,0 Kirpich - 3%
Vazões (m³/s)

Kirpich - 5%
6,0
Kirpich - 10 %

4,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
2,0 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
tcr - 5 %
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B7: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Kirpich e o método
da velocidade, escoamento em canalizações.
FONTE: Autoria Própria.

12,0
McCuen - 1%
10,0 McCuen - 1,5%
McCuen - 2%
8,0 McCuen - 3%
Vazões (m³/s)

McCuen - 5%
6,0
McCuen - 10 %

4,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
2,0 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B8: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de McCuen e o
método da velocidade, escoamento em canalizações.
FONTE: Autoria Própria.
F.C.M. MENEZES FILHO; R.A. SÁ REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 15 - nº 1 ( 2019)
244

12,0
Eagleson - 1%

10,0 Eagleson - 1,5%


Eagleson - 2%
8,0 Eagleson - 3%
Vazões (m³/s)

Eagleson - 5%
6,0
Eagleson - 10 %

4,0 tcr- 1 %
tcr - 1,5 %
2,0 tcr - 2 %
tcr - 3 %
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 tcr - 5 %
Distância (%) tcr - 10 %

FIGURA B9: Vazões obtidas pela variação da extensão percentual consoante a equação de Eagleson e o método
da velocidade, escoamento em canalizações.
FONTE: Autoria Própria.

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