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LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

Uma questão que muitos insistem em for- pouco mais à frente, certas considerações pre-
mular em relação aos nematoides que atacam liminares precisam ser feitas.
plantas cultivadas é “por que é importante É fundamental que se entenda, antes de
identificá-los?”. Outra, na mesma linha, é “não tudo, que os nematoides não são todos iguais,
é mais relevante conhecer a quantidade (= apresentando marcantes diferenças quanto à
quantos são) de nematoides presente numa forma e ao tamanho (Figura 1), ao hábito ali-
amostra ou ocorrente numa lavoura do que mentar, às preferências por faixas de tempe-
se preocupar com a qualidade (= quais são) ratura e de umidade ambiente para o desen-
deles?”. volvimento, à capacidade de subsistir quando
Tais indagações se afiguram aceitáveis, se- expostos a situações de estresse e a diversos
não naturais, a pessoas ainda pouco familia- outros aspectos. Nesta publicação, contudo,
rizadas com a Nematologia de Plantas, mas apesar dessa ampla diversidade, só vão interes-
seriam totalmente inapropriadas se partissem sar os nematoides que se adaptaram ao para-
de um estudante ou profissional já com al- sitismo de plantas superiores e podem ser res-
guma experiência na especialidade. Para que ponsáveis por danos e perdas significativos à
cheguemos às respostas a essas perguntas, um Agricultura.

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238 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO

Os nematoides que ingressaram no parasi- tiva em relação aos nematoides com outros
tismo vegetal usualmente são vermiformes, ou hábitos alimentares é a presença de um ór-
seja, possuem corpo esbelto, esguio e alonga- gão em forma de estilete na cavidade bucal
do, afilando-se nas duas extremidades, uma (Figura 2). Essa estrutura se presta a diversas
conformação corporal que favorece muito a importantes funções durante o processo de
movimentação entre as partículas de solo e a alimentação, em especial às de injeção de
busca por raízes das plantas hospedeiras. Em substâncias no citoplasma das células ataca-
vários gêneros, contudo, as fêmeas sexualmen- das e de ingestão dos nutrientes nelas dispo-
te maduras apresentam expansão do corpo no nibilizados. Entretanto, embora caráter típico
sentido de poderem dar formação a elevado e universal entre os fitonematoides, o estilete
número de ovos, tornando-se aberrantes, com bucal apresenta variações entre os diferentes
formas de saco, de pêra, de rim e outras; os gêneros. Em Paratrichodorus, Trichodorus
machos são sempre vermiformes, nem sempre e outros membros da família Trichodoridae,
são fitoparasitas e, em alguns gêneros, são ra- por exemplo, o estilete é maciço, sólido, en-
ros ou mesmo desconhecidos. Fitonematoides quanto nos demais grupos de fitonematoides
medem 0,3-0,8 mm de comprimento, em mé- é oco, canaliculado. Conforme o modo de
dia, não obstante haja apreciável número de parasitismo (ecto, endo ou semiendoparasi-
espécies com tamanho superior a 1,0 mm e até tismo) e/ou o órgão vegetal preferido para o
umas poucas com mais de 3,0 mm. ataque (pelo radicular, raiz, tubérculo, rizo-
A característica morfológica mais marcan- ma, caule, folha, fruto), a forma e o tamanho
te dos fitonematoides e prontamente distin- do estilete também variam.

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Do mesmo modo que o estilete bucal, ou- mas reprodutores, a eventual presença e pe-
tras características ligadas à morfologia dos culiaridades de órgãos sensoriais ou estrutu-
fitonematoides podem mostrar variações, ras associadas à parede do corpo e à região
como as organizações do esôfago e dos siste- caudal etc.
12 – CHAVE ILUSTRADA DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GÊNEROS DE FITONEMATOIDES NO BRASIL BASEADA EM ... 239
LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

Além desses dados morfológicos, há ainda Tylenchulus semipenetrans, ataca raras culturas
valores, ditos morfométricos, que também são (caquizeiro, oliveira, videira) que não filiadas à
úteis na caracterização e diferenciação entre família Rutaceae, das plantas cítricas. No gênero
os fitonematoides, aos níveis de gênero e, prin- Pratylenchus, P. brachyurus e P. zeae são pa-
cipalmente, de espécie. Tais valores se referem rasitas preferenciais de gramíneas – culturas da
a relações estabelecidas entre diferentes medi- família Poaceae _ como arroz, cana-de-açúcar,
das tomadas nos corpos dos nematoides. Um capins de interesse zootécnico, milho e sorgo,
exemplo relevante e bem conhecido é o valor todavia, enquanto P. zeae quase não possui ou-
V, expresso em termos de porcentagem, que tros hospedeiros importantes, exceto o fumo,
serve para indicar a posição relativa da vulva P. brachyurus consegue atacar inúmeras outras
(= abertura genital) no corpo da fêmea; assim, culturas pertencentes a diferentes famílias bo-
num gênero em que o valor V médio varia de tânicas, como abacaxizeiro, algodoeiro, amen-
72-75%, como é o caso de Helicotylenchus, doim, batata, inhame, soja etc.
mesmo sem se visualizar o nematoide já se
Apresentados esses breves comentários so-
sabe que a vulva deverá estar localizada a cerca
bre as muitas variações ocorrentes entre os di-
de ¾ de seu comprimento total, considerado a
versos grupos de nematoides existentes e entre
partir da extremidade anterior (Figura 2).
os diferentes gêneros e espécies de nematoides
Não bastassem essas diferenças entre fitone- parasitas de plantas no tocante à morfologia, à
matoides, relativas à morfologia e à morfome- morfometria e ao círculo de hospedeiros, fica
tria, há ainda outra, muito importante, que diz mais fácil responder as duas questões formula-
respeito ao chamado “círculo de hospedeiros”. das no início deste capítulo.
Sim, cada espécie de fitonematoide possui uma
Afinal, de que vale simplesmente saber que
habilidade natural de parasitar, com sucesso,
certas plantas na natureza, não conseguindo em amostra de solo coletada numa lavoura A foi
fazê-lo, porém, em relação a outras. O conjunto encontrado número cinco vezes maior de ne-
de plantas que possibilita o efetivo parasitismo, matoides do que em outra obtida de plantação
a consecução do ciclo biológico e a reprodução B se não forem estimados os percentuais de fi-
por uma dada espécie de fitonematoide, seja em tonematoides em cada uma delas? Sim, porque
órgãos subterrâneos ou da parte aérea, tem sido na lavoura A pode haver população mais alta
denominado rol ou círculo de hospedeiros. Há de nematoides, mas nela prevalecer ocorrência
espécies que evidenciam alto grau de polifagia, de formas de vida livre [= que se alimentam
isto é, conseguem atacar plantas filiadas a dife- de fungos (micófagas), de bactérias (bacterió-
rentes famílias botânicas, ao passo que outras fagas) e/ou de animais microscópicos do solo
mostram capacidade de parasitar bem pou- (onívoras)] e não de fitonematoides! Portanto,
cos hospedeiros. No gênero Meloidogyne, por um primeiro ponto crucial a se ter em foco
exemplo, M. incognita e M. javanica são polífa- quando se procede a uma análise em labora-
gas, com dezenas de culturas e até plantas dani- tório ou clínica fitonematológica é a separação
nhas hospedeiras, enquanto M. exigua parasita dos nematoides que atacam plantas daqueles
número bem restrito de culturas e M. coffeicola com outros hábitos alimentares, e isto é feito
tem no cafeeiro sua única cultura hospedeira. O através do exame da cavidade bucal para se
nematoide de cisto da soja, Heterodera glycines, definir se ali está presente a estrutura – o cha-
tem círculo de hospedeiros formado preponde- mado estilete – que tipifica os fitonematoides.
rantemente por plantas da família Fabaceae, ou Está respondida, pois, a pergunta referente ao
seja, as chamadas culturas leguminosas, embora porquê da grande relevância de se conhecer a
possa parasitar também certo número de plan- qualidade dos nematoides, e não somente se
tas não-leguminosas. O nematoide dos citros, preocupar com a quantidade deles.
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C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO

Numa segunda etapa, definidos os percen- com frequência em amostras de solo, por ve-
tuais de fitonematoides e nematoides com ou- zes até em quantidades expressivas, mas, pelo
tros hábitos alimentares (= nematoides de vida fato de possuírem estilete bucal pequeno e de-
livre) ocorrentes na amostra, resta agora clas- licado, normalmente parasitam apenas pelos
sificar os fitonematoides aos níveis de gênero radiculares ou tecidos superficiais de raízes
e, tanto quanto possível, de espécie. E por que secundárias e não causam maiores danos ao
isso é necessário? Porque, conforme dito antes, crescimento das plantas.
nem todos os fitonematoides causam danos sé- Do mesmo modo, há gêneros cujos mem-
rios às plantas, havendo aqueles que, embora bros se comportam como ectoparasitas de ra-
presentes na amostra, muito provavelmente ízes (Figura 3) e, embora dotados de estilete
não estarão concorrendo aos prejuízos obser- longo e/ou robusto, poucas vezes alcançam
vados na plantação. São exemplos, neste caso, níveis populacionais suficientemente altos no
gêneros como Coslenchus, Filenchus, Malen- solo para causar danos; aqui se inclui a maioria
chus, Tylenchus e outros pertencentes à famí- das espécies de Criconemoides, Hemicyclio-
lia Tylenchidae, cujas espécies são encontradas phora e Tylenchorhynchus.

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Depois dessas várias considerações feitas infestação, parece-nos que ainda falta uma res-
no sentido de justificar a identificação dos ne- posta cabal, do ponto de vista prático, à pri-
matoides – em particular, dos fitonematoides meira questão proposta: “por que é importan-
– presentes em amostras de solo e/ou raízes te identificar os fitonematoides?”.
coligidas em áreas agrícolas sob suspeita de
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LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

Uma vez definidos os gêneros de fitonema- tar o uso de rotação de culturas com plantios
toides ocorrentes em uma dada amostra, será locais de amendoim, algodoeiro ou crotalária,
de todo desejável que se proceda – pelo menos entre outras plantas que não lhe são boas hos-
para os gêneros tidos como de maior interes- pedeiras; porém, se a espécie identificada for
se – também à identificação da(s) espécie(s) M. incognita, ou ambas ocorrerem em popu-
presente(s) e às estimativas de seus níveis po- lação mista, o algodoeiro já deixará de ser op-
pulacionais. Essa tarefa é mais complexa e difí- ção. De outra parte, se a área em questão fosse
cil que a identificação genérica, pois geralmen- hipoteticamente empregada para cultivo de
te requer literatura especializada ao alcance soja, além da rotação poderia se pensar tam-
para ser realizada e tal nem sempre acontece. bém no uso do controle varietal e, nesse caso,
Afinal, alguns gêneros contam com mais de a identificação somente de M. incognita, para a
uma centena de espécies! Além disso, certas qual se dispõe de cultivares nacionais altamen-
identificações requerem boa experiência na te resistentes, propiciaria bem mais alternati-
utilização do microscópio para a adequada vi- vas do que se M. javanica também ocorresse
sualização de algumas características morfoló- no local. Nessa mesma linha, se num canavial
gicas. Não obstante essas e outras dificuldades for identificado Pratylenchus brachyurus, não
impostas pelo método “clássico”, baseado nas se recomenda o plantio de soja no período de
análises morfológica e morfométrica, a identi- reforma, porque continuaria a multiplicar bem
ficação dos fitonematoides ao nível de espécie o nematoide; contudo, se fosse P. zeae a úni-
se afigura indispensável para fins de planeja- ca espécie importante identificada na área, já
mento do manejo a ser adotado e, por isso, não haveria restrição ao plantio da soja duran-
constituiu assunto tratado mais detalhadamen- te aquele período. E muitos outros exemplos
te no capítulo 13. poderiam ser dados.
De fato, se um produtor rural pretendes- Ao lado disso tudo, há de se lembrar que
se resolver seu problema nematológico recor- houve o desenvolvimento de novos sistemas
rendo unicamente ao uso de controle químico de plantio nos últimos 40 anos, como o plan-
através de aplicações de produtos nematicidas, tio direto (PD), no qual vários cultivos se su-
como era muito comum no passado, à época cedem durante praticamente todo o ano (=
das décadas de 1960 até 1980, não interessa- sucessão de culturas), em contraste com o
va muito saber qual(is) era(m) a(s) espécie(s) sistema tradicional de cultivo único no verão.
de Meloidogyne ocorrente(s) na sua planta- Nessas condições, a identificação dos gêneros
ção; bastava a ele verificar grande quantidade e espécies de fitonematoides ocorrentes assu-
de galhas nas raízes em um plantio para saber me papel decisivo em termos da programação
da presença do gênero na área e concluir que do manejo a ser implantado em cada área. A
necessitaria tomar providências visando ao seu não observância de tal preceito levou, em anos
controle na safra seguinte. No entanto, atual- recentes, a um fato interessante no Brasil. Du-
mente, com a disponibilidade de várias técni- rante a década de 1990, nas áreas produtoras
cas alternativas ou complementares ao contro- de soja principalmente da região Centro-Oes-
le químico visando ao manejo integrado de te, os agricultores passaram a utilizar no siste-
fitonematoides, como a utilização de cultivares ma PD os cultivos de milho, milheto e sorgo
resistentes, de rotação de culturas, de controle após o plantio da soja no verão para combater
biológico e outras, a identificação das espécies o nematoide de cisto (H. glycines), pois essas
ocorrentes em áreas com problemas de nema- gramíneas não multiplicavam essa importante
toses se tornou fundamental. espécie, então de introdução recente no País.
Assim, se em certa área é identificada tão Não se atentou, entretanto, ao fato de que na
somente Meloidogyne javanica, pode-se cogi- maioria das lavouras estava também presente,
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embora em menores níveis populacionais, o Um comentário final há de ser feito para


nematoide P. brachyurus. Após alguns anos, lembrar que o método de identificação de fi-
o que se verificou foi que aquele esquema de tonematoides baseado na análise de dados
sucessão fora realmente adequado para fins de morfológicos e morfométricos não é o único
controle do nematoide de cisto, porém as po- existente, embora seja talvez, ainda, o mais uti-
pulações de P. brachyurus se tornaram muito lizado ao redor do mundo. Ademais, ele nem
mais elevadas em função do plantio das gra- sempre é preciso ou infalível e as determina-
míneas como “safrinhas de inverno” e sérios ções nele apoiadas, com certa frequência, en-
danos à soja cultivada no verão passaram a ser volvem considerável grau de subjetividade. Por
registrados desde então. essas e outras limitações, hoje em dia tem sido
O que se espera é que esta longa introdu- enfaticamente recomendado que o seu em-
ção tenha sido capaz de evidenciar de modo prego seja realizado em conjunto com outros
inequívoco a grande importância da identifica- métodos, especialmente os bioquímicos e os
ção dos fitonematoides e, agora, o leitor enten- biomoleculares, de desenvolvimento mais re-
da plenamente a razão da inclusão deste capí- cente, os quais estão descritos em maior pro-
tulo no presente livro. fundidade no capítulo 14.

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Uma das formas mais usadas ao longo do mais de uma centena delas; também, exigem
tempo de sistematizar a classificação ou iden- constantes atualizações.
tificação de seres vivos (inclusive nematoides) Para o nível genérico ou específico, inú-
com base nas suas características morfológicas meras chaves do tipo dicotômico podem ser
e/ou morfométricas tem sido o emprego das criadas, em função das características morfo-
chamadas “chaves”. Estas podem ser de vários lógicas e morfométricas selecionadas para uso
tipos, a exemplo das ditas dicotômicas, ilustra- e da hierarquia estabelecida pelo autor para o
das ou não, muito populares no século passa- emprego de cada uma delas. Como os machos
do e ainda hoje. Muito úteis também, não obs- são raros, desconhecidos ou muito diferentes
tante menos comuns, são aquelas estritamente das fêmeas em muitos gêneros, número bem
baseadas em ilustrações, desprovidas de textos maior de chaves baseadas em caracteres das
explicativos. Umas e outras apresentam aspec- fêmeas foi e continua a ser disponibilizado na
tos positivos e negativos. literatura especializada. Ao nível de gênero,
No caso dos fitonematoides, existem cha- as características utilizadas normalmente são:
ves tanto para a separação de gêneros como forma e tamanho do corpo, porte e estrutura
de espécies. Aquelas são no geral bem mais do estilete bucal, tipo de esôfago e posição re-
curtas e menos elaboradas, haja vista o nú- lativa de seus anexos, organização do sistema
mero mais restrito de gêneros descritos, re- reprodutor, posição relativa da vulva, particu-
querendo atualizações apenas de tempos em laridades da parede do corpo, peculiaridades
tempos. Já as relativas às espécies geralmente de órgãos sensoriais etc.; em se tratando de
são de montagem bem mais complexa e re- espécies, empregam-se muitas outras, além
querem acervo bibliográfico bastante comple- das já citadas, como número de anéis labiais,
to ao alcance para serem elaboradas, uma vez forma dos nódulos basais do estilete bucal, al-
que, com exceções honrosas (Belonolaimus, tura da conexão entre duto da glândula esofa-
Tylenchulus, Xiphidorus e outros), os impor- giana dorsal e luz do esôfago, presença e for-
tantes gêneros de fitonematoides congregam ma da espermateca, extensão do saco uterino,
apreciável número de espécies, por vezes, valor c’ etc..
12 – CHAVE ILUSTRADA DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GÊNEROS DE FITONEMATOIDES NO BRASIL BASEADA EM ... 243
LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

Na sequência, portanto, é apresentada crografias – para auxiliar na identificação dos


uma chave mista – com texto, incluindo en- principais gêneros de fitonematoides ocor-
tradas alternativas, e ilustrações a elas perti- rentes no Brasil, baseadas em características
nentes representadas por desenhos e/ou mi- das fêmeas.

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244 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO

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12 – CHAVE ILUSTRADA DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GÊNEROS DE FITONEMATOIDES NO BRASIL BASEADA EM ... 245
LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

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246 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO
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LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ
248 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO
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LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ
250 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO
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LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ
252 DIAGNOSE DE FITONEMATOIDES
C.M.G. OLIVEIRA – M.A. DOS SANTOS – L.H.S. CASTRO
12 – CHAVE ILUSTRADA DE IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GÊNEROS DE FITONEMATOIDES NO BRASIL BASEADA EM ... 253
LUIZ CARLOS CAMARGO BARBOSA FERRAZ

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Em sua grande maioria, as muitas figuras University of California; University of Georgia;
utilizadas para ilustrar a chave foram obtidas Mississipi State University; Gallery La Selva; Eco-
diretamente da Internet, do Google/Imagens, -Port. Na parte inicial do capítulo, também cons-
onde se encontravam disponíveis. Seus autores tam menções aos autores das poucas figuras ali
ou detentores, exceto quando não foi possível incluídas. O autor (L.C.C.B. Ferraz) agradece ao
identificá-los, foram: Peter Mullin; Becky Hig- Dr. Claudio Marcelo Gonçalves de Oliveira, do
gins; Tom Powers; Nicola Vovlas; Andre de Gris- Instituto Biológico (IB/Campinas-SP), pela revi-
se; Jonathan Eisenback; William T. Crow; Ro- são, em 2012, da primeira versão do manuscri-
bert Robbins; R. Coutin; William Mai & H. Lyon; to, que, após adaptações e melhorias, acabou
University of Nebraska; University of Florida; dando origem ao presente capítulo.

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