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Um guia de avaliações práticas para quem deseja transicionar e funcionar na Visão Celular no
modelo dos 12.
Antes que você comece ler este livro julgo muito importante lhe situar de forma bem clara a
quem se destina o mesmo. Não estou querendo restringir a leitura do mesmo, porém quando
comecei a escrevê-lo tinha em mente um perfil de líder que certamente faria um bom proveito
deste conteúdo.
Pensei nos vários pastores e líderes que conheci ao longo do trabalho que venho realizando na
visão celular como supervisor e precursor em vários estados e regiões do Brasil. Por onde
passei e onde hoje me encontro, não são poucas as dúvidas que me são dirigidas. Cada uma
delas me fizeram pensar e encontrar soluções, respostas que auxiliaram no enfrentamento e
superação de algumas crises que naturalmente se enfrenta no dia a dia de uma transição de
modelo ministerial.
Muitas questões levantadas ainda não haviam sido respondidas em literaturas disponíveis,
pois se tratavam de particularidades de um cotidiano que ainda não havia sido observado, pois
todos estávamos vivendo uma transição, e ainda não tínhamos respostas para tudo. As
respostas foram sendo pensadas junto com o andamento da visão. Este foi um desafio que
tivemos que encarar. Começar um avivamento tem este preço. Tínhamos os princípios, porém
a vivência foi uma conquista trabalhada simultaneamente aos impactos provocados pelas
mudanças.
Assim, todos aqueles que entraram na visão crendo em seus valores e desejosos de uma boa
resposta, e por esta razão não desistiram diante dos primeiros embates, ao invés de voltar
atrás, faziam perguntas. Estas perguntas foram pérolas que nos ajudaram a encontrar soluções
conjuntamente para consolidarmos uma visão de avivamento celular.
Este livro tem como alvo alcançar o coração de muitos líderes que caminham na visão
resolvidamente e que por ventura ainda não tenham tido a oportunidade de ver algumas de
suas perguntas respondidas, nas questões práticas. Aqueles líderes que imaginaram que suas
perguntas não eram relevantes e por isso se recolheram em seus questionamentos e
acabaram por perpetuar algumas falhas nos processos de transição e por conta disso ainda
não viveram uma conquista significativa na visão, mas ainda alimentam a esperança por
acreditarem na mesma.
Este livro é endereçado a você, pois se ele hoje está em suas mãos é por que em seu coração
pulsa um fervor e uma esperança de que Deus tem uma resposta para o momento ministerial
em que você se encontra.
Todo líder que já caminha na visão celular no modelo dos 12 e todo líder que deseja
transicionar a sua igreja para este modelo ministerial deveria ler este livro. Não é uma
sugestão arrogante de minha parte, mas uma convicção de que as dicas nele contidas irão dar
Escrevi este livro pensando em muitos líderes extraordinários que não foram em frente em
função de algumas crises que enfrentaram e no momento em que enfrentaram não souberam
fazer a devida leitura do que roubou de seus corações a convicção inicial. Faltou para os
mesmo uma avaliação sincera, honesta, tanto diante de Deus como diante da igreja que
lideravam e mais, não souberam ser honestos consigo mesmos quanto a estrutura de liderança
que possuíam, e por conta disso, sabotaram seus próprios sonhos e não foram adiante na
consolidação do avivamento celular pelo qual afirmavam ser a realização de seus maiores
anseios diante de Deus.
Não é uma experiência agradável estar caminhando com líderes que retrocedem em seus
sonhos. Que precisam negar suas confissões mais contundentes por não conseguirem levar
adiante uma transição que apontou fragilidades em sua estrutura, e por não terem calculado
devidamente o preço a ser pago, decidiram recuar.
Estou te escrevendo porque não desejo que você recue, mas que continues avançando para
conquistar sem limites, tendo em mente todo o caminho que será necessário percorrer até
que chegue a conquista sonhada.
Esta leitura não será pesada. Os conceitos e dicas que apresento não tem a pretenção de ser
um grande guia na visão, mas uma introdução aos cuidados que se devem observar antes de
abraçar esta visão e encaminhar sua igreja numa transição. O caminho é tão desafiador como
qualquer um outro de caráter ministerial. Não tem fácil nem dificil, o que temos que entender
é o que cada um está disposto assimilar e fazer funcionar, além do que no discurso se afirma
apaixonadamente. Se o preço for calculado e o líder entender que tem disposição de ir em
frente, então a sua torre será edificada e você não terá um constrangimento futuro, não
perderá tempo, investindo na direção de uma visão que tem requisitos básicos para quem
deseja funcionar neste avivamento.
Ao ler este livro, estou te dando a chance de avaliar se é isto mesmo que você quer, quando
pensou em abraçar uma visão como esta. Mas posso te afirmar com todas as letras, se ao fim,
tendo calculado o preço, você decidir ir em frente na transição, permanecer firme nos ajustes
que ainda podem ser feitos em tua igreja, saiba que você estará decidindo por uma jornada de
grandes realizações e ampliação da tua capacidade de liderança. Você verá e será responsável
por um grande avivamento que transformará a identidade daqueles que forem alcançados
pelo teu ministério.
Leituras complementares
Você encontrará algumas dicas na bibliografia a respeito das leituras importantes que você
deve fazer para estar bem inteirado do que é avivamento celular e como funciona o modelo
dos 12.
Não entre em território sem conhecer os seus códigos. Não haja antes de saber quais as
consequências de cada ação frente aos novos desafios que uma transição de modelo
ministerial propõe. Por isso leia bastante, se informe muito, faça muitas perguntas, não tenha
medo de questionar e tirar todas as dúvidas, confira com seus conceitos e valores e veja se
você tem como assimilar cada processo da transição, dar conta de cada impacto que será
produzido, só então, tome uma decisão para não voltar atrás.
Gostaria de me apresentar melhor a você antes de sua leitura, para que de alguma forma,
entendendo um pouco minha história você também tenha algumas referências a mais para o
que você irá fazer depois de ler este livro.
Nasci no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1969. Fui criado pelos meus pais nos caminhos do
Senhor. Minha família frequentava a 1ª Igreja Batista de Acari, onde recebi na escola dominical
os primeiros fundamentos de minha fé. Nesta mesma igreja, lembro-me de ter pela primeira
vez, por volta dos sete anos de idade, feito uma decisão de entrega a Jesus, reconhecendo-o
como meu salvador pessoal.
Meu pai, o senhor Adilson Pacheco, militar da Aeronáutica, tendo se formado no curso de
oficiais, na área da saúde, foi transferido para Florianópolis, no ano de 1978. Nesta cidade, aos
nove anos de idade, fui batizado nas águas, pelo pastor Joel Ribeiro Farias, na 1ª Igreja Batista
de Florianópolis. Cresci sempre com um entendimento de que tudo o que se referia ao
evangelho não era mera religiosidade, mas para mim, tudo sempre tinha um grande
significado, estar na igreja e viver o evangelho nunca foi um fardo para mim, ao contrário,
sempre tive grande prazer em tudo na casa do Senhor.
Passamos cinco anos em Florianópolis, voltamos ao Rio em 1983, ficamos dois anos e em
seguida meu pai foi transferido para a cidade do Recife. Durante os anos de 1985 e 1986,
cooperamos como membros da 1ª Igreja Batista de Boa Viagem. Nesta igreja conheci um
jovem seminarista, que cursava teologia no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, por
nome Rene de Araújo Terra Nova. Ele, um jovem avivado, e eu um adolescente sendo
despertado para uma chamada ministerial. Nos tornamos amigos, e em seguida ele se tornou
meu discipulador. Na verdade ele discipulou toda a minha casa.
Neste tempo em Recife, meu coração foi consolidado para o ministério pastoral. Passados dois
anos, meu pai mais uma vez foi transferido, desta vez para a cidade de Guaratinguetá, no Vale
do Paraíba, interior de São Paulo, cidade de Adriana que veio a ser minha esposa. Ali concluí
meu ensino médio, e depois de passar um ano trabalhando como bancário no Bamerindus, aos
20 anos de idade, me resolvi quanto a minha chamada pastoral e fui para o Rio de Janeiro
estudar Teologia, no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.
Conclui meu curso em dezembro de 1992, e uma semana depois me casei com Adriana. Em
Janeiro de 1993, assumia o pastorado da 1ª Igreja Batista de Itajai em Santa Catarina.
Durante minha passagem por Recife, no discipulado com o seminarista Rene, fui fortemente
influenciado pelas referências do avivamento da igreja na Coreia. E desde então, minhas
leituras e minhas convicções foram fortemente consolidadas nesta direção.
Quando assumi meu primeiro ministério, não tive dúvidas de que modelo ministerial eu
desejava para minha chamada. Trabalhei fortemente para implantar grupos familiares, e vi
Deus confirmando com frutos esta minha decisão. Não foi uma tarefa fácil, mas obtivemos
êxito. Eu e Adriana, trabalhamos confiantemente e fortalecemos aquela igreja.
Depois de seis anos de ministério, já com o nosso primogênito, Timoteo, recebemos o convite
para trabalharmos com o então pastor Rene Terra Nova, líder na época de um ministério
muito próspero e em pleno avivamento celular. Conheci o Ministério Internacional da
Restauração em abril de 1998, e fiquei maravilhado com o que vi, e quando recebi o convite,
não tive dúvidas, prontamente atendi ao chamado.
Em fevereiro de 1999, eu, Adriana e Timoteo, deixávamos a cidade de Itajai, para nos filiarmos
ao Mir de Manaus. Chegamos na cidade, para um período de transição, pois nosso destino
seria o MIR em Natal, no Rio Grande do Norte. Timoteo tinha apenas um ano de idade, e com
poucos dias em Manaus, ficou debilitado por uma virose. Em virtude desta virose, tendo a
necessidade de uma internação para tomar soro, acabou sendo vítima de uma infecção
hospitalar. Os dias seguintes não foram fáceis.
Estávamos em uma terra estranha, hospedados na casa do pastor Rene e vivendo a cada dia
um drama que só se agravava. O quadro de saúde de Timoteo não apresentava nenhuma
melhora diante do tratamento proposto. Os médicos não conseguiam um diagnóstico preciso.
Assim sua saúde foi debilitando mais e mais e após dias de duras lutas, buscando soluções para
o quadro de saúde de nosso primeiro filho, depois de ter sido transferido para UTI, sendo
submetido a transfusões de sangue, vendo seus rins paralisar, e outras complicações se
impondo, fomos surpreendidos pelo inesperado, nosso primeiro filho havia feito um óbito.
Como assim, um óbito? Timoteo, nosso primogênito foi dado como morto. Depois de muito
esforço, não houve mais o que ser feito. Os médicos entraram em contato com pastor Rene,
pois estávamos hospedados em sua casa, e deram a notícia do falecimento do menino
Timoteo, e solicitaram nossa presença no hospital. Mais uma vez diante de uma importante
decisão ministerial, uma perda provou novamente o meu coração e o coração de minha
esposa. Toda decisão na direção de obras maiores passará por testes. Qual o tamanho do teu
sonho? Quanto maior o sonho maior o teste.
Vencida esta etapa, fomos para Natal. Trabalhamos incansavelmente para transicionar quase
todo o Nordeste na visão Celular no modelo dos 12. À frente da igreja do MIR em Natal,
realizamos vários encontros desde Maceió em Alagoas, até Fortaleza no Ceará. Deus nos
abençoou muito em nosso primeiro ano de ministério em Natal. Tivemos nosso segundo filho,
Mateus. Um verdadeiro presente de Deus em nossas vidas. Porém, na consolidação do
ministério em Natal, enfrentei alguns desafios que julguei em minha imaturidade, que não
enfrentaria, tinha certeza de que estava no lugar certo, acompanhado pelo discipulador certo,
e fazendo a coisa certa. O que poderia dar errado?
Não percebi a mudança de referência estrutural pela qual estava passando. Paguei um preço
muito caro por esta falta de percepção. Na minha imaturidade não soube liderar aquela igreja.
Minha estrutura de liderança pessoal havia sido forjada para uma determinada realidade com
referências muito diferentes daquelas que encontrei em Natal. Meus recursos e habilidades
não surtiam os mesmos efeitos e fui me perdendo, tentando acertar, mas não enxergando
onde de fato estava errando. O que estava indo bem, descarrilhou, e eu me vi totalmente
desorientado.
Hoje, sou supervisor da visão celular no modelo dos 12 para o Sul do Brasil. Há dez anos atrás
quando assumimos este campo, tínhamos sete igreja no Rio Grande do Sul e oito igrejas em
Santa Catarina. Alguns anos depois assumimos também o Paraná, e hoje somos uma multidão
em quase 200 igrejas, vivendo o avivamento celular, pagando o preço de renúncias, lutando
em cada batalha e não retrocedendo diante dos desafios enfrentados. A história de um grande
avivamento pelo qual estamos trabalhando, está sendo construída pouco a pouco, e tendo o
aumento confirmado por Deus.
Até aqui o Senhor me tem ajudado, e desejo muito que todo aquele que vai ler este livro,
desejoso de abraçar esta visão, compreenda que um avivamento tem preço para ser
consolidado, desta forma, faça o seu cálculo, e saiba se você tem como concluir a sua torre.
"A Visão é simples como beber um copo de água, porém alguns acabam se engasgando"
Ap Rene Terra Nova
Simplicidade não é sinônimo de algo comum ou sem valor. A Visão é simples porque é fácil de
ser entendida, fácil de ser assimilada, fácil de ser reproduzida. É um ciclo completo que se
reproduz, como o ciclo da própria vida: "Não há nada de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9).
Homens nascem, amadurecem, geram filhos, cuidam desses filhos que em seguida
reproduzirão o mesmo ciclo. A beleza desta simplicidade da vida é saber discernir os tempos e
as estações apropriadas para cada experiência a ser vivida: " há tempo para todas as coisas
debaixo do céu" ( Eclesiastes 3:1).
A Visão Celular no Modelo dos 12, à semelhança com o que acontece na vida, tem seus
cuidados, seus tempos e estações. A simplicidade dos processos da Visão não é uma permissão
ao improviso. A simplicidade tem sua sabedoria e prova nossas intenções.
A simplicidade exige apenas que se obedeça os passos propostos. Uma vez observado tal
princípio, tudo irá bem, mas se o bichinho da curiosidade, da pressa, da criatividade sem
princípio e outros impulsos desta natureza te morderem, o risco será grande na direção de
tudo ser frustrado.
Ganhar, consolidar, discipular e enviar, este é o ciclo funcional da Visão Celular no Modelo dos
12. A funcionalidade deste ciclo traz êxito. Cada passo é uma fase que precisa ser vivenciada
para não comprometer o resultado final.
A grande frustração se dá quando esses passos são ignorados e ideias "criativas" sugerem
outros caminhos e possibilidades. Nesse ponto a simplicidade prova o coração dos líderes e
muitos acabam não prosseguindo.
Não podemos imputar culpa a Visão quando o líder quer seguir um outro princípio, uma visão
misturada. Quando isso acontece, geralmente os líderes se perdem, pois a sua criatividade
acaba gerando um outro modelo que ninguém conhece o resultado, desta forma, perde-se a
referência e não se sabe qual o próximo passo a ser dado dentro do processo. "A visão
funciona para quem funciona na Visão" (Ap Rene Terra Nova). Funcionar na Visão se torna o
grande desafio de todo o líder.
A Visão Celular no Modelo dos 12 é uma Reforma que tem a potencialidade para transformar a
identidade das nossas geografias pelo Evangelho de Jesus, o Messias.
É de suma importância que o líder à frente do processo esteja calculando todos os impactos
para saber se terá ou não condições de ajustes necessários, caso contrário, pode não suportar
os questionamentos inevitáveis no período de transição e abortar o processo.
A visão mexerá com o dia a dia da igreja em suas atividades estabelecidas. Mexer e fazer
ajustes na programação assimilada não é fácil. As tradições incorporadas ao cotidiano são
poderosas quando as enfrentamos para reforma-las ou para que venham a dar lugar a outras
ações que cumpram melhor com a missão da igreja.
Todos querem o resultado, mas quando estes resultados mexem no que está estabelecido, as
resistências se evidenciam. É bom estar preparado antes, calculado devidamente o preço, para
não ficar pelo meio do caminho.
Cultos de oração, podem ter que dar lugar às células. Escolas dominicais podem ter que dar
lugar às Escolas de líderes. Corpo diaconal, pode ter que dar lugar a equipe de 12, ou ocupar
um outro lugar na estrutura eclesial.
A liderança apostólica pode ter que ocupar lugar da liderança congregacional, nas questões
diárias e de autoridade sobre a igreja, isto pode ser um conflito de ordem doutrinária e
teológica para o qual, o líder deve ter as respostas antes que o tema provoque
questionamentos internos e as respostas não estejam presentes em sua boca.
Isso precisa estar resolvido no coração do lider, para que os recursos e renúncias estejam
resolvidos no coração do mesmo antes dos primeiros passos. Estar resolvido quanto a estas
questões pode não eliminar os conflitos e possíveis perdas iniciais, porém, trará resolução ao
líder e aos liderados, quanto ao preço necessário a ser pago para que as conquistas sonhadas
sejam alcançadas.
Um líder na visão celular vai descobrir que será um estimulador do surgimento de outros
líderes. Cada novo líder que surge, brota com um vigor renovado. Este vigor pode ser uma
grande benção ou pode ser uma pedra de tropeço para este líder que está estimulando os
novos.
Se o líder principal, aquele que estará alavancando este avivamento estiver paralisado em seus
processos de aperfeiçoamento, ele poderá ser engolido pela força das novas lideranças
emergentes. As novas gerações tem velocidade e preparo diferentes.
Líderes que entram na visão e não buscam aperfeiçoamento, se tornam inseguros diante dos
novos, que em seu ímpeto e imaturidade, por vezes querem mostrar serviço e provar
competência comparando-se aos mesmos. Comparam-se na retórica. Comparam-se nas
titulações adquiridas. Comparam-se na força. Comparam-se na atualização teológica.
Comparam-se nos recursos tecnológicos. Cumpre ao líder saber lidar com isso, não se
acomodar, mas segundo as suas forças, mostrar interesse e mobilização para ser ampliado.
Esta Visão não funcionará para líderes que não desejam ser ampliados. Se você deseja um
grande resultado, seja um líder disposto a ser reinventado, um líder disposto a aprender coisas
novas, um líder melhor a cada dia, que domina realidades novas que serão construídas a partir
das conquistas efetivadas pelo despertamento das novas lideranças.
Como vai o teu português? Como vai a tua escrita? Como vai a atualização teológica? Como vai
o aperfeiçoamento da tua liderança pessoal? Quem vc escolheu para te discipular? São
algumas importantes perguntas que precisam estar sendo respondidas pelo líder que quer um
avivamento celular. Sem estas respostas o mesmo pode se ver na sinuca de bico, encurralado e
se fazendo a pergunta: por que fui mexer com isso? Estava tudo tão bem!
Resolvido o conflito da liderança pessoal, outro será o conflito quanto a liderança daqueles
que estão ao nosso lado e que serão desafiados a colocarem a mão no arado.
Muitos descobrirão que possuem resistências aos novos desafios que serão propostos.
Perceberão que estavam aptos para as demandas anteriores, mas deficientes para as
demandas propostas pela visão.
Se descobrirão zelosos com as estruturas estabelecidas, porém resistentes quanto aos ajustes
necessários no caráter, na disponibilidade de serviço, na honra ao líder e quando suas bases de
convicções forem mexidas e desafiadas. A paixão prática a ser demonstrada na busca aos
perdidos, que precisam conhecer o evangelho, através do testemunho público deste mesmos,
será um grande teste. Muitos não darão conta de assumir a responsabilidade pela vida de
outros, e perceberão que não estão dando conta nem de si mesmos. Descobrirão que também
precisam de uma maior consolidação. Quando enviamos estes líderes antigos ao Encontro com
Deus nos damos conta desta realidade. Esteja atento a este fato.
O líder não pode ignorar esta realidade e precisará compreender que o seu próprio discurso,
por muito tempo pode ter reforçado este contexto prático. Estar consciente deste desafio dará
ao líder uma competência maior na avaliação da cadência a ser imprimida no período de
transição, para que seja respeitado alguns limites da grande congregação e o passo seja
conforme a capacidade apontada por estas realidades a serem enfrentadas.
O líder pode até ter a competência para correr na velocidade da corça, mas de que adiantará
sua velocidade se o mesmo for sozinho? Sua competência de líder se provará pela capacidade
de fazer tais leituras a respeito de si e de seu povo, para que ao fim todos tenham sido
transicionados devidamente. Calcular este preço é competência inicial do líder.
Posteriormente, tudo estando bem justificado e ao seu tempo, cada discípulo também deverá
prestar contas de si mesmo. A visão responsabiliza a todos.
. Liderança feminina:
A igreja evangélica há muito tempo vem dando maior valor à liderança feminina em seus
quadros de atuação ministerial. Não há quem ignore o poder influenciador das mulheres para
o crescimento das igrejas. Mas é de suma importância perceber que dentro da visão celular as
mulheres terão um papel ainda mais ativo nos processos funcionais para a consolidação e
desenvolvimento desta visão.
Qualquer líder que ignorar a força destas mulheres poderá ter desconfortos e paralisia nos
processos de crescimento de sua igreja.
O reconhecimento da força das mulheres nas ações promovidas pela Visão Celular no Modelo
dos 12, vai desde o espaço para o serviço até o reconhecimento das funções ministeriais, com
o devido reconhecimento em honra do trabalho daquelas que vivem para o ministério.
Não são poucos os casos em que as igrejas que buscam a Visão Celular enfrentam obstáculos
iniciais na transição, em virtude de estarem vindo de modelos ministeriais que não
impulsionavam a liderança das esposas de pastores. Em alguns casos, esposas de pastores tem
resistência à Visão por julgarem que não darão conta das responsabilidades nos processos
para os quais são desafiadas a assumirem.
Algumas apresentam limites quanto a oratória, não tendo recebido estímulos para
ministrarem, acabam resistindo para não ter que assumir este serviço. Outras resistem nos
processos relacionados ao discipulado, por não terem recebido estímulos para o
relacionamento de maior proximidade com os discípulos. Outras se sentem muito aquém de
uma formação bíblica e teológica por não terem sido preparadas para o exercício de um
ministério pastoral integral.
Estes fatores apresentados, junto a muitos outros que certamente se descobrirá na hora em
que as mulheres forem consultadas a respeito de suas novas responsabilidades, precisarão ser
considerados, caso contrário, mais à frente não darão conta e o líder, também não conseguirá
avançar nesta visão, se a esposa não estiver junto ao seu lado, crescendo e promovendo o
crescimento dos discípulos pelas células e gerações de 12.
Você mulher, saiba que sua liderança tem grande valor diante de Deus. Sua vivência e
sensibilidade somadas as características dos homens no exercício de suas lideranças
promovem um ambiente de caráter familiar muito estimulador e apropriado para o
crescimento que desejamos que aconteça entre os discípulos gerados nas células e nas
gerações de 12. Não recue diante dos estímulos ao despertamento da sua liderança. Busque
orientação junto a quem está à frente do processo para se inteirar das ações e cuidados que
você pode ter acesso, e assim, você venha a dar a melhor contribuição ao processo da Visão.
Liderança se aprende, e nesta visão ninguém aprende sozinho, você terá auxílio. Vença os
medos iniciais e seja perseverante na ampliação de suas potencialidades.
Homens, não inibam suas mulheres. Não critiquem suas mulheres, mas sejam os maiores
estimuladores da liderança delas. Homens sábios valorizam suas mulheres e estimulam suas
lideranças, pois sabem que o resultado deste investimento tem retorno garantido. Quando
você só critica e não investe, quando você só cobra e não investe, quando você não confia e
não dá crédito a liderança de sua mulher, você contribui para um ministério apequenado e
sem maiores horizontes. Invista e valorize o ministério de suas esposas, elas são capazes de
provocar grandes revoluções e avivamentos.
Uma é a realidade da igreja que tem patrimônio próprio, outra é a realidade daquela que
depende de aluguel. Uma é a realidade da igreja que tem um orçamento equilibrado e
planejado, outra é a realidade das igrejas que dependem de campanhas contínuas para suprir
suas demandas.
Ser um bom pastor, ser um grande evangelista, ser um grande líder, ter um grande êxito nos
processos inicias da visão, não é garantia de realização no médio e longo prazo, principalmente
quando há um descuido nas decisões estratégicas de ordem administrativa, envolvendo
estrutura física e econômica da igreja.
Com o crescimento surgirão novas demandas. Com um crescimento explosivo, que pode
ocorrer em determinadas circunstâncias, essas demandas aparecerão antes que vc tenha
tempo de atende-las adequadamente. Com isso, essas demandas acabam entrando no
expediente administrativo com um selo de urgência. Quando isso acontece, a falta de um
planejamento estratégico anterior acaba induzindo ao erro na hora dos investimentos. Antes
de se precipitar, leve em conta estas dicas:
O crescimento numérico dos discípulos não é acompanhado proporcionalmente por um
incremento nas finanças da igreja: A receita não aumenta na mesma velocidade das demandas
do crescimento. Porém, o espaço físico que antes atendia satisfatoriamente ao público, agora
dá sinais visíveis de que algo urgente precisa ser feito para não comprometer o bom serviço
ofertado aos discípulos. Na cabeça administrativa dos líderes evangélicos a solução está na
direção de investimentos imediatos para dar abrigo e adequação ao crescimento desta
demanda. Se temos um prédio próprio, vamos construir um maior. Se estamos no aluguel
vamos para um novo endereço de custo maior e de investimento alto para edequa-lo ao uso
da igreja. Nessas ações, o saldo financeiro positivo se transforma em déficit, obrigando um
sacrifício de investimento e comprometendo o discurso e o ensino consolidador da igreja nesta
fase. Os serviços são comprometidos por um orçamento apertado e o líder passa a não poder
comparecer nos compromissos de aperfeiçoamento da sua liderança, por faltar recursos para
as suas despesas.
A mesma estrutura física pode suportar pelo menos três vezes o número de pessoas que
frequentam o local, com a inauguração de outros horários de culto. O custo pouco se eleva e o
incremento financeiro inicial cobre esta elevação sem maiores impactos. À medida que a
receita for sendo elevada pela fidelidade assimilada dos novos discípulos, é que se deve
planejar estrategicamente os investimentos estruturais para dar abrigo ao crescimento
numérico dos discípulos. Neste mesmo tempo de avaliações se saberá com maior precisão a
real demanda a ser suprida, pois muitos que chegam podem não ficar, e o ritmo de
crescimento inicial, certamente não se manterá nas ações seguintes. Não se deixe influenciar
por um desejo desenfreado de mostrar resultado. Construir custa caro, e a conta desta
precipitação pode comprometer a saúde deste crescimento e te escravizar com uma estrutura
pesada, depositada sobre os ombros de neófitos, que podem não dar conta deste
compromisso.
Boa parte das novas demandas serão supridas pela estrutura das células. Onde o
apascentamento do rebanho se dará com qualidade e baixo custo administrativo.
Se com a mesma estrutura física se atende até três vezes o numero de discípulos que a mesma
suporta em um horário, então haverá disponibilidade de recursos para investir em qualidade
de serviço.
Invista no aperfeiçoamento da sua liderança pessoal: o líder vai precisar se reinventar e para
tanto terá que investir em mentoria, através de discipulado sistemático, para estar avaliando
com precisão cada passo a ser dado com maior segurança. Precisará estar se preparando para
A visão não consiste em apenas crescer pelas células. Os resultados das células precisam ser
consolidados, gerando integração na igreja. Alcançado tal resultado, trabalha-se arduamente
para reproduzir no caráter do novo crente o caráter de um verdadeiro discípulo, para então
desafiá-lo a se reproduzir através de um testemunho pessoal.
Trilhar com os novos crentes por este caminho é desafiador, e quebrar estas etapas pode
produzir determinados resultados de momento que não serão sustentados no médio e longo
prazo.
Gerenciar a alma se torna o maior trunfo de um líder sério e comprometido com o bom
resultado. Os mesmos precisarão entender a cadência natural desta Visão, a mesma lhe
assegurará no médio prazo uma conquista tão segura, que uma vez obtida o impulsionará para
outras ainda maiores e muito acima do que já pensou ser capaz de alcançar.
A cadência nos fará cumprir um ciclo e este ciclo uma vez consolidado, produzirá sem parar.
Observe também que para cada ciclo completado com sucesso, o resultado não é apenas a
reprodução do anterior, mas uma multiplicação exponencial pelas gerações que nos
assegurará uma conquista extraordinária, porém alcançada no tempo e na estação própria.
Quem abraçar a visão precisa se conscientizar de que irá viver um período de transição. Por
mais convicto que esteja e por mais informações que tenha obtido, o novo irá lhe desafiar, e a
possibilidade do erro é real. Porém, os acertos serão em maior escala e não poderão ser
desprezados ou minimizados em função de algumas possíveis falhas na execução.
Não é fácil convencer pessoas acostumadas com a rota da casa para a igreja e da igreja para a
casa a assumir novas rotas e compromissos. Isso é desafiador. Não é fácil admitir alguns limites
pessoais na assimilação de novas demandas que um crescimento trás. Isso é desafiador
também. Assim, cada novo passo implementado na transição de uma igreja, é um grande
desafio superado, se algum erro for cometido, não tenha medo, de rever o passo fora do
. Não despreze o fenômeno natural das migrações entre igrejas e modelos ministeriais:
Não tenha medo de fazer algumas perguntas tais como: " O que buscais?" e " O que queres
que eu te faça?". Quando os primeiros resultados visíveis se tornam conhecidos, muitos
curiosos serão atraídos. Gente que busca um espaço e uma realização. Gente que até tem boa
intenção, porém não foram geradas no processo da visão, mas desejam se alegrar junto no
resultado.
Será inevitável, este fenômeno sempre acontecerá. Muita gente boa se achega, vindas de
outras igrejas e modelos ministeriais, atraídas pelos resultados e se disponibilizando para
trabalhar e servir. Não seja seduzido por resultados rápidos. Não seja ambicioso. Teste cada
uma destas pessoas pelos próprios processos da visão. Isso não elimina de vez todos os riscos,
mas evitará muitos desgastes.
As migrações entre igrejas acontecem, e não seja ingênuo em acreditar que você não sofrerá
este evento. Esteja preparado para ele, e saiba minimizar os impactos nocivos. Não perca o
foco no processo, não perca a cadência na visão. Lembre que esta visão é de conquista, para
gerar novos crentes. Levará um tempo para que amadureçam, mas uma vez amadurecidos,
são como filhos a responder a voz de autoridade paterna.
Muitos se perdem por olharem apenas para onde querem chegar e não fazem o cálculo se
poderão iniciar a jornada a partir das referências que possuem e assim completá-la.
Calcular o preço me fará saber o que tenho e o que precisarei adquirir e renunciar para
alcançar meu objetivo. Esta é a atitude daqueles que responsavelmente farão a diferença, pois
não estão buscando apenas a novidade no programa para preenchimento de agenda, mas
estão dispostos e se submeterão as transformações significativas e necessárias para que seja
gerado um verdadeiro avivamento celular.
. Mudando o paradigma:
É muito importante salientar que o crescimento das igrejas na visão celular no modelados 12,
se dará numa cadência que certamente não será a mesma do período de transição. Porém, é
muito fascinante observar o resultado que algumas, e somente algumas igrejas obtém neste
período e o quanto os líderes são seduzidos, não pelo processo da visão em si, mas pelo
resultado estrondoso produzido.
Porém, o que não se percebeu à época, é que tal crescimento era um fenômeno produzido em
alguns contextos, e que na maioria dos casos ele não se reproduziria.
Igrejas que tinham suas fianças consolidadas e puderam fazer bons investimentos, somado a
uma liderança pastoral consolidada, que vinha trabalhando em um processo celular, tendo
uma conquista numérica acima de 200 discípulos no momento da transição, foram fatores
decisivos para que os grandes resultados fossem obtidos num curto espaço de tempo.
Imaginem 200 discípulos consolidados na fé, com bom embasamento bíblico e doutrinário,
com testemunho Familiar aprovado, que caminham seguramente debaixo de uma voz pastoral
respeitada, entrando no Encontro com Deus e redescobrindo o fervor do Evangelho no poder
do Espírito, e sendo devolvidos para as células e influenciando poderosamente seus ciclos de
relacionamento. Não se poderia esperar nada diferente de tais condições, senão, uma
resposta tremenda de serviço transformando-se em resultado que saltava aos olhos e
impressionava a todos.
Porém, nos casos em que tais condições não estavam presentes, muitos sentiram-se
frustrados com seus resultados nada animadores. Em boa parte das experiências de muitas
igrejas pelo Brasil a fora, seguiram na direção oposta. Pastores perderam seus ministérios,
igrejas viveram divisões, crescimentos aparentes implodiram, e a Visão pagou um auto preço
pelo fascínio de muitos, atraídos pela notícia de resultados fáceis.
Para se ter uma ideia, quando a Visão Celular chegou no MIR em Manaus, a igreja local já vivia
um avivamento celular, através dos grupos familiares. A igreja local realizava cinco cultos aos
domingos num local que comportava 800 pessoas sentadas. Tinha a sua frente uma liderança
pastoral consolidada e auxiliada por outros líderes pastorais de tempo integral, trabalhando
arduamente para firmar esta multidão nos caminhos do Senhor.
Quando a visão chegou, não tinha como evitar a explosão no crescimento. As ferramentas
assimiladas por aquelas lideranças conduzidas pelo cajado pastoral do então pastor Rene Terra
Nova, alavancaram em pouco tempo o crescimento e produziram um testemunho que correu
o Brasil de Norte a sul, de leste a Oeste.
Algumas outras igrejas pelo Brasil também experimentaram resultados extraordinários e por
conta disso, uma leitura e proclamação equivocada se propagou, atribuindo a Visão a
capacidade de produzir um resultado extraordinário em pouco tempo e em qualquer
circunstância.
Ressalto porém, que este fato, só tomou tal proporção por conta de uma cultura gospel que
enaltece a busca de algo que parece ser divino, mas na verdade faz uma grave denúncia
quanto ao nosso caráter, somos líderes apaixonados pelo muito, porém infiéis no pouco.
Valorizamos as grandes conquistas porém não nos preparamos para elas. Olhamos
cobiçosamente para o bom resultado do outro, mas não desejamos percorrer o mesmo
caminho de renúncias e trabalho. Queremos a multidão mas não amamos aqueles que já
caminham conosco.
Cabe uma avaliação realista quanto ao que motivou na verdade a maioria dos líderes que
correram atrás do avivamento celular em busca de resultados imediatos, fascinados pela
sedução da potencialidade das multidões.
Multidões não são tão difíceis de serem ajuntadas. Por certo muitos se confundiram, não
compreendendo que a visão celular tem a potencialidade para gerar uma multidão e não
somente ajuntar.
A motivação maior na visão celular não deve ser a multidão pela multidão, pois seu fascínio,
pode muitas vezes abater o coração de bons líderes. A visão tem potencial para produzir uma
multidão e certamente ela vira, mas tal multidão é gerada pela força do testemunho pessoal
impulsionado pelas células.
Esta visão nos desperta para o fato de termos posturas mais ativas na direção de ofertar uma
oportunidade de conversão para aqueles com os quais convivemos todos os dias.
Todo discípulo influenciando seu ciclo de relacionamento e cada novo discípulo influenciando
este novo ciclo, faz desencadear um processo continuo de crescimento que não para jamais.
Comece a sonhar!
As células são impulsionadas pela força da voluntariedade. Não existem custos imediatos para
uma célula funcionar numa casa que voluntariamente se abre para o seu funcionamento. Os
custos operacionais são arcados pelo dono da casa, que impulsionados pelo maior combustível
de ações nobres, a gratidão, sabem muito bem que tudo quanto estão fazendo, não paga o
que já receberam, e tudo o que for acrescentado por Deus é bondade e generosidade contínua
dEle.
A igreja pode crescer tremendamente pelas células sem depender de grandes investimentos
estruturais para atrair a atenção das pessoas. Uma célula, logisticamente é muito barata,
porém o fruto que produz é muito valioso aos olhos do Senhor.
Tudo começa por um conceito, porém o conceito em si não resolve tudo,ele precisa fazer
parte da minha essência. Há mais de 18 anos venho trabalhando com a visão celular no
modelo dos 12. Todos ficam impressionados com os conceitos que definem esta visão, porém
na prática muitos continuam apenas repetindo os velhos padrões assimilados ao longo da
história de vida ministerial.
Trazer o discipulado para um contexto relacional em tempos em que as pessoas estão cada vez
mais individualizadas, é um grande desafio. E como convencer a um discípulo entrar no
discipulado quando a resistência maior está no próprio líder em se sujeitar a processos
semelhantes?
a. A figura do líder:
Seu discipulado terá grande êxito quando você líder der o primeiro passo: se sujeitar a um
discipulador. Assim você terá uma referência segura de discipulado, um espaço continuo de
avaliações dos teus próprios processos vividos no acompanhamento aos teus discípulos.
As chances de erro são minimizadas e os acertos potencializados. Não seja um teórico da visão,
tudo o que você líder tem para ensinar aos outros, vivencie, seja o modelo para os fiéis.
Discipulado está baseado no modelo, por isso a visão é modelo dos 12. O líder deve ser
modelo aprovado no discipulado.
Recebemos no início desta visão muito ensino da parte do Ap Rene Terra Nova , insistindo
numa tese: o líder é a chave. Concordo plenamente com o seu ensino, e tenho plena certeza
de que o êxito que a Visão vem obtendo se deve muito a sua própria liderança. E todo aquele
que também deseja alcançar tais resultados perceba que os mesmos dependem da sua própria
liderança.
b. A necessidade do discípulo:
É no discipulado que o líder dará a cadência correta para todos os processos de
amadurecimento do discípulo e dos resultados propostos a favor do crescimento e
multiplicação da igreja. Quando investimos na formação de novos líderes, é comum termos
que lidar com algumas impetuosidades naturais a neófitos, porém cabe ao líder, valendo-se de
um olhar cuidadoso, imprimir as referências corretas do que se espera das ações de cada um.
O discípulo por vezes acha que já sabe, mas o líder em sua maturidade apontará a forma
correta como convém saber. É comum o discípulo julgar que já é alguma coisa a mais do que
na verdade é. Caberá ao líder, discipulador apontar o que de fato se espera de cada discípulo,
um caráter de Cristo sendo reproduzido no testemunho pessoal. É natural que o crente novo
proceda como menino nas coisa espirituais, porém cabe ao discipulador sinalizar o caminho da
maturidade.
d. A nobreza da honra:
No discipulado se resgata alguns princípios negligenciados pela atual geração. Quando se
investe em discipulado se constrói uma relação de confiança baseada no testemunho. A
autoridade do discipulador brota de uma relação comprometida com o desenvolvimento do
discípulo.
Esta honra não é imposta, mas é condicionante para que o discípulo de fato atinja a
maturidade. Pois o filho que honra a seu pai, tem êxito através da obediência, assim o
discípulo em obediência será fortalecido e edificado, assimilando os novos valores do reino
transmitidos por aquele que no testemunho comprova a qualidade desta nova vida em Cristo
Jesus.
Bill Gates, aquele mesmo da Microsoft, em uma biografia, apresenta bem na capa do referido
livro, uma nota dedicatória de grande valor. Na mesma ele diz com toda honestidade e
verdade, que tudo o que alcançou se deve ao investimento que seu pai fez em sua vida. Esta é
a nobreza que os filhos de Deus também precisam ter em relação ao discipulado, para
adentrarem portais de maior relevância e serem consolidados em conquistas sobrenaturais.
Esta Visão o convida a este exercício:" a quem honra, honra"(Romanos 13:7).
Quem vai trabalhar com a visão celular precisa estar muito resolvido quanto aos primeiros
anos de investimento. Quanto maior seu alvo melhor deve ser o preparo e o investimento na
direção da formação das novas gerações de discípulos.
Mas asseguro que todo investimento feito na direção da boa formação dos discípulos
produzirá um resultado extraordinário e consolidado no médio e longo prazo que
comparativamente será muito melhor que qualquer outro que se possa produzir. Os
resultados numéricos são assustadores quando comparamos projetos estabelecidos e aos
quais atribuímos o conceito de bem-sucedido.
Quando proponho aos líderes um empenho para consolidar gerações de 12. O grande desafio
é assimilação do trabalho que deve ser feito nos primeiros anos. Um clima de desânimo se
impõe sobre os mesmos, que esperam ter um grande resultado e se frustram quando os alerto
para a necessidade de trabalharem por algum tempo na consolidação da primeira geração de
12.
Eles querem logo transicionar a igreja em células para obter o crescimento, mas não se
organizam para discipular os líderes para que os mesmos reproduzam este cuidado e gerem
Vc crescerá pelas células, porém crescimento não é multiplicação. Nós já conhecemos o que é
crescimento de igreja, porém a visão tem uma proposta de multiplicação através das gerações.
Keith Phillips em seu livro, "A formação de um discípulo", propõe uma tabela comparativa
onde ele mostra a diferença de resultado de quem trabalha pelo discipulado e quem trabalha
pelo crescimento através do evangelismo. Para quem estuda o tema o convencimento não é
difícil, porém colocá-lo em prática significa vencer o modelo que alicerçou a igreja brasileira
por mais de 100 anos de história evangélica.
Somos fruto das ações missionárias inspiradas nos modelos de evangelismo. Nós crescemos
em cem anos. Somos uma grande multidão, porém se a partir de hoje trabalharmos pelo
modelo celular, com base na formação de gerações, poderemos ser a geração que atrairá o
Messias pelo cumprimento pleno da grande comissão.
Proponho um modelo simples e uma meta possível. Se você hoje investir seis anos na
formação de uma geração de 12 e essa ação se reproduzir a cada seis anos formando outras
gerações de 12, então, ao fim de 12 anos teremos 144 líderes consolidados e compromissados
com a visão para reproduzi-la. Ao fim de 18 anos teremos 1728 líderes consolidados e
compromissados com a visão para reproduzi-la. Ao fim de 24 anos teremos 20.736 líderes
consolidados e compromissados com a visão para reproduzi-la.
Saliento ainda que cada um desses líderes consolidados e compromissados serão líderes de
uma célula com no mínimo 3 pessoas, e contando com o líder serão 4 pessoas ao todo por
célula. Se multiplicarmos 20.736 por 4 chegaremos a mais de 80.000 mil discípulos. Porém
nesta visão trabalhamos com homens e mulheres. Pastor e pastora. Apóstolo e apostola. Então
estamos falando de uma multidão de mais de 160.000 mil discípulos se considerarmos as
gerações de discípulos homens e as gerações de discípulos mulheres.
Aqui te faço uma pergunta, quantas igrejas você conhece que tenha alcançado este resultado
numérico? Hoje sou um homem de 48 anos, se começar hoje este projeto, em 24 anos terei
uma igreja com mais de 160.000 discípulos, e estarei com 72 anos, cheio de vida e com
perspectiva de viver outros 24 anos. Quando meu Deus me recolher, quantos farão parte da
multidão que nascerá desta minha decisão?
f. Trabalhando para gerar uma descendência: A árdua mas vigorosa tarefa de gerar e
consolidar filhos na fé. Ilustração: expansão do Islã pela Europa. Cuidado para não repetirmos
o exemplo do Rei Ezequias.
Os números finais são impressionantes, porém são os números iniciais os decisivos para o
êxito final. É a qualidade na formação da primeira geração que vai assegurar a continuidade do
processo. É a paixão e a entrega do líder que deflagrará o processo de multiplicação das
gerações determinando o resultado final.
Por esta razão volto a enfatizar que este discipulado das gerações tem um caráter paterno
envolvido, cada discípulo deve ser gerado como uma descendência, comprometida com os
valores que hoje nos definem, mas com a potencialidade para fazer obras maiores.
Quando este nível de comprometimento está presente, ninguém brinca de igreja, tudo passa a
ser levado com muita seriedade. Não queremos ver nosso tempo sendo desperdiçado, e nem
abortado por limites da nossa alma ou por ciladas malignas projetadas para nos paralisar e
roubar o nosso precioso fruto.
Não podemos ter êxito nesta visão se o nosso comportamento prático se assemelhar a atitude
do rei Ezequias quando alertado por Deus diante do desprezo a sua responsabilidade junto à
sua descendência. Em II Reis 20, o profeta Isaías, usado por Deus, chama a atenção de
Ezequias, alertando que o mesmo necessitava por em ordem sua casa, mas desprezando o
conselho divino, se entrega a vaidade do seu coração, não consolida sua descendência, e ao
morrer, seu filho Manasses assume o trono, para se tornar um dos piores reis de Judá. A falta
de comprometimento com a descendência, comprometeu as conquistas passadas e anulou
conquistas futuras de Ezequias e de sua descendência. Isso é o que desejamos que seja
evitado. Trabalhar responsavelmente para gerar e consolidar uma descendência nos
assegurará resultados mais ampliados e duradouros.
Este avivamento celular tem nestes fatores um diferencial em relação a outros avivamentos da
história. Lemos dos grandes avivamentos do passado, mais particularmente os que foram
vivenciados na Europa, e hoje o fruto desses avivamentos pouco interferem na vida cotidiana
onde os mesmos foram tão intensamente propagados. Destaco os avivamentos no Reino
Unido, onde John Wesley, John Knox se destacaram na Inglaterra e Escócia respectivamente,
tendo acendido à época um fervor que transformou a geração, porém , passados os anos e as
gerações, não se ouve mais desse mesmo fervor.
Aquele vigor parece ter morrido junto com seus avivalistas. A visao celular quer se diferenciar
dos avivamentos do passado, tirando esta preciosa lição, se não prepararmos as futuras
gerações e não derramarmos desta unção e paixão sobre eles, podemos desperdiçar todo o
legado deixado. Por isso o trabalho intenso, a entrega apaixonada, a responsabilidade
assumida para ver as fururas gerações assumindo o legado com perspectiva de ainda fazerem
obras maiores e mais relevantes que as nossas.
A descendência tem esta responsabilidade assumida. Ela está sendo gerada para isso e
conjuntamente está pagando o preço por esta conquista. Ela não entregará o fruto do penoso
trabalho da nossa alma ao adversário, ao contrário, responderá com fidelidade e fará obras
maiores. Consolidará a nossa nação e chegará com força aos confins da terra.
B. Consolidando uma equipe: Não existe equipe de iguais. Uma equipe é plena quando as
capacidades individuais estão somadas na direção de um mesmo propósito.
Texto: Mat. 25:14-30
Desta forma, o processo de seleção se apresenta como determinante para a formação de uma
equipe eficiente. Alguns ingrediente são indispensáveis à todos, como a paixão, consciência de
chamada, responsabilidade individual, porém, na diversidade de competências é que se
encontrará a riqueza potencializadora das respostas que serão construídas na consolidação
dos projetos sonhados.
Quando você tem uma equipe de iguais, geralmente você terá competição entre eles na busca
dos resultados. No momento inicial, isso até pode parecer salutar, pode até apresentar algum
resultado empolgante no curto prazo, porém, os iguais não enchergam a razão de
interdependência na construção dos seus resultados particulares e logo se fazem a pergunta,
por que devo caminhar junto a esse de quem não dependo?
Equipes de iguais trabalham por resultados individuais. O que produzem não tem a marca da
cooperação, por essa razão, equipes com este tipo de formação, tendem a se desfazer no
médio prazo. No memento em que mais se espera dos resultados de uma equipe, os iguais
abandonam o processo sem nenhuma cerimônia, pois julgam desnecessário aquele vínculo
para a obtenção dos seus sonhos.
Já uma equipe formada por competências diferentes e que se complementam, trabalha junta
no enfrentamento das adversidades, e os resultados, são fruto de uma cooperação
transparente, onde se reconhece que o mérito não está tão somente no resultado individual,
mas na soma das habilidades que possibilitaram a multiplicação de enfrentamentos para se
alcançar o objetivo comum a todos.
No filme " Fuga para a Vitória" de 1981, que contou com a participação de Pelé, narra um
episódio da segunda guerra mundial, onde um grupo de militares aliados, feitos prisioneiros
dos nazistas plenejam uma fuga. A estratégia era utilizar uma partida de futebol entre os
prisioneiros e os nazistas como distração para o plano real de fuga. Para isso, uma equipe
precisava ser montada. O artilheiro estava mais que certo, o personagem estrelado por Pelé,
assim foi sendo montado o time, que contava com outras estrelas do futebol da época, como o
argentino Ardiles, campeão mundial com a Argentina na copa de 1978, até que chegou-se a
um impasse, quem seria o goleiro? A solução encontrada foi a mais improvável, porém eficaz,
o ator Silvester Stalone, que fazia o papel de um soldado americano, foi quem ocupou esta
vaga, pois na América futebol se pratica com as mãos. Desta forma a equipe se completou e
vitoriosa contra os nazistas, foi carregada para a liberdade nos ombros da multidão convidada
para assistir à partida.
Antes de formar a equipe, estude as competências e veja como cada um poderá contribuir
melhor para o desenvolvimento uns dos outros na realização da chamada para se ganhar,
consolidar, discipular e enviar aqueles que o evangelho transformará pela sua proclamação.
. Diversidade de respostas: A resposta fiel será resultante da leitura que o discípulo fará de seu
discipulador.(parábola dos talentos).
Você encontra respostas precisas e gratificantes na vida de muitos sobre os quais foram
depositadas expectativas , que trabalharão com prontidão de vontade e responderão
proporcionalmente ao que foi confiado a cada um. Gente de bom ânimo, que fará o seu
melhor por entender o privilégio de servir a Deus com seus dons e talentos. Mas não se
surpreenda, e nem perca a sua paz diante de respostas que ao serem verificadas ficaram muito
aquém do se esperava.
É possível que alguns na hora em que estão recebendo um crédito, se alegrem no momento
imediato e depois não correspondam ao que foi proposto e assumido no momento do
compartilhamento de responsabilidades e tarefas.
Assumir uma posição de serviço no reino é muito honroso para muitos, porém a honra que
julgavam desejar, é desconsiderada quando avaliam as respostas que se esperam de cada um.
Trabalhar e dar respostas equivalentes ao crédito concedido é uma tarefa que nem todos na
prática aceitam de bom grado.
Ao constatar esta realidade, não se desespere e nem ponha tudo a perder por um ou outro
que denuncie esta atitude, se alegre por aqueles que respondem, e quem por ventura não
soube dar as respostas devidas, o que estava confiado ao mesmo, seja transferido ao que dá a
resposta esperada.
Sempre haverá uma determinada situação em que vamos ter que saber lidar com as
inconsistências das explicações oferecidas por aqueles que não corresponderam ao crédito. A
principal causa que se evidenciará no aprofundamento da questão, recairá sobre uma base de
conhecimento inconsistente tanto das reais habilidades que possui, como do vínculo ou
motivação para ter aceito a responsabilidade ao início quando se deu o crédito. Enfrente o
impasse, corrija o problema, avance com quem colocou a mão no arado e não olhou para trás.
No trabalho de equipe tem espaço para recompensas individuais assim como para
recompensas coletivas. Quando se define uma equipe, e se responsabiliza os indivíduos em
suas competências, a medida que cada um se esforça na direção do cumprimento de suas
responsabilidades, cada um recebe do seu esforço empenhado o retorno proporcional da sua
dedicação. Seu resultado individual se publica naturalmente, lhe atribuindo uma recompensa
imediata e diretamente proporcional ao seu empenho e dedicação ao que foi confiado ao
mesmo.
Por que dividir seu esforço, seu tempo, com outros homens aos quais passou quase que a
repetir tudo o que ensinava para a multidão. Um trabalho dobrado, jornada dobrada de
ministério. Ora a multidão se admirava do seu ensino e em seguida os 12 no particular
solicitavam explicações da mesma palavra que causou admiração por parte da multidão e que
para eles nem tudo estava assim tão claro.
Qual a razão que leva um líder deixar os olhares admirados da multidão para se deter frente a
questionamentos de um pequeno grupo de homens iletrados? A resposta a esta pergunta
define o centro de tudo o que a visão celular no modelo dos 12 acredita. É de grande
relevância percebermos que aquele que é o autor e consumador da nossa fé agiu na direção
de investir tempo na formação de uma equipe de 12.
Quando o investimento do tempo está somente voltado para o coletivo, este investimento
tem durabilidade limitada. No máximo se firmará durante o transcurso da vida deste líder.
Porém quando o mesmo já não estiver à frente, assegurando direção e provisão para a
multidão, esta mesma não sabe dar direção para si. Logo se dispersa em busca de uma outra
direção que atenda seus anseios. Não tem sucesso de continuidade quando não se tem
profundidade de transmissão de ensino.
Quem deseja expandir seus horizontes precisa fazer investimento em uma equipe. Na oração
que Jesus faz por esta equipe no capítulo 17 do evangelho de João, se expressa que por
intermédio deles outros viriam a crer, nesta referência, não se limita apenas a ação direta
destes discípulos pelos quais Jesus estava orando, mais se aponta, que por intermédio deste
testemunho produzido, o alcance seria atemporal, traspassaria as gerações e alcançaria a
muitos depois deles. "Não te peço apenas por estes,mas por aqueles que hão de crer".
É relevante também observarmos que, no momento em que Jesus em Atos aponta esta
responsabilidade a ser assumida por aquela equipe, a mesma na verdade havia sofrido uma
baixa, ao invés de Jesus se dirigir a 12, ele se dirigiu a 11, pois Judas, o Iscariotes, já não fazia
mais parte da equipe apostólica. Então, por que insistir num modelo de 12, se a ordem, a
grande comissão, foi dada a 11?
O destaque para a palavra "ministério" é pertinente, pois a mesma é relevante para lançar luz
sobre o princípio em questão. Se não fosse relevante uma equipe composta por 12, qual o
problema de se levar adiante o projeto com apenas 11, já que a baixa foi exatamente de um
traidor? Melhor então seria não ocupar de novo este lugar, até mesmo pelo estigma que esta
cadeira trazia consigo, ocupar o lugar do traidor. Mas não foi este tipo de raciocínio utilizado
por Pedro, e veja que o pescador Galileu e iletrado, como assim é denunciado logo a seguir
pelos escribas em Atos(. ), vem com uma argumentação tão lógica e fundamentada em
textos bíblicos proféticos, para alicerçar a agenda apresentada aos demais, apontando a
necessidade de que um outro discípulo viesse a culpar com os 11 um lugar nesse ministério de
testemunho público dos feitos do messias Jesus.
Note que o texto aludido por Pedro, não é um texto profético clássico, é um texto dos Salmos,
cuja a interpretação e aplicação ao messias não parecia tão claro para ninguém, muito mais
Lembrem porém , que Jesus, depois que ressuscitou passou com eles 40 dias, ensinando e
lembrando tudo quando dele, Jesus, havia sido escrito, começando por Moisés e os profetas e
passando pelos "Salmos" (. ). Está evidente, que Jesus, foi quem deu este embasamento para
que a equipe não fosse desfigurada em seu princípio.
Deste ponto em diante é que se cumpre toda a palavra de Jesus a eles delegada. Na
dependência do Espírito se levantaram como testemunhas, encabeçados por Pedro
inicialmente, mas o texto, é enfático em afirmar, que os demais, totalizando 12, estavam
firmes na chamada e cumprindo a missão de fazer ouvir a toda criatura as boas novas do
messias, começando por Jerusalem e toda a Judeia, Samaria e até os confins da terra.
Os 12 devem ser entendidos então, como uma plenitude de realização e consolidação de uma
geração. Uma vez alcançado, consolidado e sustentado o principio, assegura-se sua
continuidade e projeção pelas gerações seguintes.
Você terá uma equipe de 12, e os mesmos serão testemunhas responsáveis pela mesma
chamada que repousa sobre ti. Estes trabalharão conjuntamente pelos sonhos e conquistas a
favor do reino, mas com eles, estas conquistas serão ampliadas e perpetuadas pelas gerações,
até o dia de Cristo Jesus.
O alcance desta obra e testemunho pelo princípio dos 12 está apontado pelo próprio Jesus,
são os confins da terra. Se para 12 homens a mais de 2.000 anos atrás esta chamada fez
sentido e os mesmos fizeram sua parte, sem nenhuma das facilidades e recursos disponíveis
para nós hoje, qual dificuldade ou justificativa podemos apresentar para não realizar com êxito
esta missão? Os 12 são cumpridores da grande comissão.
Um dos grandes motivos que frustram muitos líderes no processo real da visão é o
entendimento de que para obterem grandes e significativos resultados, muito trabalho terá
que ser realizado, caso contrário nada de significativo se alcançará.
De fato, aquela ideia inicial de que um avivamento celular irá produzir um crescimento
extraordinário em pouco tempo, e sem muito trabalho, não é real. Pois até nos lugares em que
nas condições ideais já exposta neste livro, o que muitos não consideram, é o tempo de
trabalho despendido nos anos anteriores a transição, para que as condições ideais na mesma
pudesse realizar um feito extraordinário.
O milagre, a oportunidade chega para quem está preparado. Estudando os casos em que as
igrejas viveram este crescimento explosivo e invejado por muitos, se percebe claramente, que
os líderes à frente destes projetos a muito vinham pagando alto preço para consolidar sua
Para onde olharmos, buscando bons resultados, nunca iremos encontrar um projeto onde o
trabalho responsável e dedicado não seja identificado, ao contrário, o trabalho será a marca
distintiva deste projeto. O trabalho será identificado desde o bom e dedicado preparo do líder
até a consolidação dos processos que esta visão propõe.
Todo aquele que for abraçar esta Visão esteja preparado e bem disposto ao trabalho. Mas essa
não é uma má notícia para quem busca os bons resultados. Do contrário, a notícia é positiva e
aponta um resultado maravilhoso ao longo da trajetória. Notícia ruim é quando trabalhamos
incansavelmente e ao fim não temos expectativa alguma de resultado que se possa esperar.
A Visão funciona para quem funciona na visão, e para quem funciona na visão o fruto é um
galardão que se alcança ainda em vida." Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e a sua alma
ficará satisfeita".
África não tem problemas com grandes ajuntamentos. O povo tem sede de Deus. As
convocações são atendidas e as multidões são reunidas em grandes estádios, nas avenidas, nas
savanas, onde houver um espaço onde se possa reunir uma multidão, para ali o povo se dirige.
Mas se tal é a disponibilidade do povo em buscar a Deus, por que não ouvimos de
transformações mais profundas em todo o contexto de sociedade? O modelo de avivamento
que ouvimos acontecer em África, é o modelo Evangelístico de grandes concentrações,
grandes ajuntamentos. É muita gente para poucos líderes capacitados para apascentar a
grande multidão. A liderança não dá conta de acompanhar e formar novas lideranças para
cuidar da grande multidão. Desta forma, o modelo de avivamento em África trabalha pelo que
é emergencial, porém, os esforços para consolidar e preparar novas lideranças não recebe a
mesma atenção.
Com isso, a força dos grandes ajuntamentos fica limitada apenas ao devocional, não sendo
ampliada para atingir outros níveis de transformações. Ao me referir a esta experiência, não
quero em momento algum desqualificar o esforço daqueles que hoje trabalham em África para
proclamar o evangelho, eles estão cumprindo a chamada que repousa sobre eles, mas oro a
Deus para que sobre este grande testemunho de conquista se estabeleça uma consolidação
mais aprofundada para assegurar às gerações futuras uma conquista mais excelentes que o
Evangelho verdadeiramente tem para proporcionar.
A lógica deste provérbio recai sobre uma questão muito simples, um crescimento acelerado
apresenta num curto espaço de tempo demandas grandes que não podem ser acompanhadas
pelos processos mais minuciosos que visam uma consolidação plena. De maneira que, se a
opção for por produzir um resultado significativo de momento sem que precise de
consolidação para firmar no médio e longo prazo, se a expectativa de resultado é apenas para
um breve momento, talvez o ajuntamento seja o caminho mais recomendado, porém se o
resultado pelo qual trabalhamos deve se manter ao longo do tempo e sempre sendo ampliado,
então o autor de provérbios tem uma outra receita para nós, "o que pouco a pouco é ajuntado
terá aumento".
Mais importante que conquistar muita gente, pelo princípio da visão, é completar este ciclo de
forma segura junto a cada discípulo alcançado. Quando isso acontece, o discípulo alcançado
que responde aos princípios de crescimento e multiplicação se reproduzirá, fará novos
discípulos pelo mesmo princípio, assumirá responsabilidades e assim desencadeará uma ação
continua e multiplicadora que não terá mais fim.
Ao final, o que pouco a pouco foi conquistado, gerou um processo de multiplicação que produz
aumento e nunca mais deixa de crescer. Esta é a sabedoria da visão celular. Esta é a
inteligência funcional do trabalho que se produz na visão celular. Ninguém fica sobrecarregado
e ninguém fica ocioso, todos produzem na medida de capacidade que podem responder, vão
sendo ampliados em suas competências, passo a passo, e ao fim, o que se percebe, é que o
crescimento se estabeleceu de forma contínua, produzindo novos resultados e com a
potencialidade de responder a grande comissão.
Os líderes na visão celular precisam ser marcados pelo princípio de produtividade resultado do
bom trabalho realizado. Não podemos desejar um avivamento que seja sinônimo de inércia.
Não podemos estar correndo atrás apenas de facilidades que respondam às necessidades
imediatas. Muito menos, estar atrelados a uma expectativa de que tudo é uma competência
divina e que de nossa parte nada temos a realizar. Se tal fosse o modelo bíblico, não haveria a
necessidade de cartas pastorais e cartas escritas as igrejas normatizando procedimentos e
cuidados que dão trabalho a quem desejou o ministério, cuidados que não podem ser
neglicenciados pois este custo recai sobre a igreja do senhor que deve ser administrada com
todo zelo e temor a Deus, a quem prestar-se-a contas.
Conceitualmente ninguém ousaria se opor a este princípio, pois o mesmo está fundamentado
em muitos ensinos do próprio messias. Os salmos também reforçam este entendimento, assim
como os profetas que exerceram seus ministérios no Antigo Testamento, onde por várias
vezes alertaram ao povo da aliança a confiar em Deus e em seu cuidado.
O alerta porém, segue na direção de correção quanto à questão prática envolvendo esta
dependência. Paulo, faz alertas importantes no que diz respeito a não confundirmos o
conceitual com práticas que se distanciam daquilo que realmente se espera de verdadeiros
discípulos de Cristo. Em certa ocasião, Paulo chega a firmar que aquele que não trabalhasse
não deveria ser digno nem da comida oferecida aos demais.
Este alerta vai contra uma interpretação equivocada de conceitos quanto a vinda do Senhor,
que na prática fez com que alguns julgassem, que se o Messias estava prestes a voltar, então
para que continuar trabalhando e se preocupando com os afazeres desta vida? Este tipo de
pensamento por mais que seja rejeitado em sua prática e não encontre respaldo doutrinário,
porém, tem grande sustentação na aparência de piedade. Uma religiosidade rejeitada por
Jesus, mas que sempre encontra pouso nas tradições de homens.
Esta prática sempre esconde uma inoperância, e um desperdício de talentos confiados e que
precisam ser trabalhados para que sejam multiplicados. A visão celular funcionará na vida do
líder, impondo-lhe uma avaliação sincera da sua produtividade, não para seu stress e
esgotamento, que é o outro estremo da questão, mas para um ajuste equilibrado entre
conceito e prática, onde o que verdadeiramente se espera de um líder nesta Visão se traduza
em um comprometimento valoroso com os bons resultados propostos.
Depender de Deus neste sentido está diretamente relacionado a uma convicção de que as
obras das mãos seriam confirmadas, desta forma, temos maior ânimo na direção do trabalho
que precisamos realizar, pois temos uma garantia adicional, mediante a fé, de que Deus não
desprezará as obras realizadas nele, como está escrito: " Portanto, meus amados irmãos, sede
Ninguém se gloriará em si mesmo, querendo uma honra que não nos pertence, mas não
deixaremos o arado, pois das nossas mãos o Senhor espera uma resposta fiel diante do que foi
confiado a cada um segundo a capacidade aferida.
Quem sonha com um avivamento, quem sonha com uma igreja local crescendo e se
multiplicando, quem sonha em ser uma referência do Reino em sua geografia, quem sonha em
expandir sua influência para outras geografias fora das suas relações mais diretas ,está
pedindo a Deus para trabalhar. Isso agrada a Deus, que não nos poupa em nos apresentar às
demandas que existem para serem supridas. Jesus disse: "levantai os vossos olhos e vede os
campos que já estão brancos, prontos para a ceifa" ( João 4:35).
Quem já teve oportunidade de acompanhar o trabalho que se faz em um campo que está
pronto para a colheita, jamais pensaria em outra cena senão aquela em que não há espaço
para o ócio. Tempo de colheita é tempo de trabalho. Ninguém que pagou o alto preço da
semeadura, tempo de grande trabalho também, quer comprometer o resultado, deixando de
colher tudo a que tem direito, não dando espaço ao azar, para ao final ser recompensado pelo
trabalho inicial de semeadura. Para quem semeou há o decreto do direito à colheita, mas este
decreto está vinculado a uma disposição renovada de trabalho para que o resultado não se
perca no campo, mas seja recolhido aos celeiros.
Trabalhar para ganhar uma vida requer despreendiemnto, entrega, paixão. Isso não é um
preço qualquer e deve ser levado em conta por todos nós, até vermos este precioso fruto
consolidado no reino e dando frutos para o louvor do nosso Deus. Se aplicarmos esta analogia
proposta por Jesus para o trabalho a ser desenvolvido na construção deste avivamento celular
que buscamos, temos tudo para sermos bem sucedidos ao final. Veremos o fruto do nosso
penoso trabalho e a nossa alma ficará satisfeita.
. Conclusão: Por fim queria chamar a atenção para uma frase muito repetida diante de alguns
fracassos:"A culpa é da Visão". Se não reformarmos os nossos conceitos históricos de igreja,
continuaremos abortando os projetos mais nobres que esta Visão tem para produzir em nós e
através de nós.
A Visão Celular no Modelo dos 12 tem pago uma conta altíssima diante da frustração de
muitos líderes que a abraçaram empolgadíssimos no momento da transição e por não terem
tido alguns cuidados e não calculado o devido preço a ser pago na consolidação destes
processos em suas realidades, antes mesmo de se consolidar a transição, abortaram o projeto
e responsabilizaram a Visão por não terem alcançado seus objetivos.
A visão não atraiu a todos os líderes pelo Brasil a fora. Muitos bons líderes permaneceram nas
chamadas em que caminhavam de forma resolvida, e assim permanecem até o dia de hoje,
trabalhando dentro de suas convicções e produzindo frutos de acordo com a medida de
capacidade que possuem, respondendo fielmente diante de Deus por tudo quanto lhes foi
confiado.
Quero fazer uma afirmação contundente a esta altura: Toda Visão estabelecida funciona e
produz tudo quanto propõe, mas conforme o título deste livro, irá funcionar para quem
funcionar na visão que escolheu para si e para a realização da sua chamada em Cristo.
Em minha experiência pessoal, passei por momentos bem delicados em minha transição. Me
julgava muito resolvido em minha liderança pessoal, e não podia admitir uma outra hipótese,
quando decidi ser transacionado na Visão celular, que não fosse um êxito pleno desde o início.
O que não calculei inicialmente, foi todo o impacto transformador pelo qual iria passar pelo
simples fato de mudança de referência e modelo de trabalho.
Em minhas avaliações iniciais, julguei que estaria no lugar certo, sendo acompanhado pela
pessoa certa, trabalhando pelos motivos certos, para dar as respostas certas ao meu Deus a
quem muito desejava servir intensamente. Me passou desapercebido a mudança significativa
de modelo de trabalho, não avaliei que durante toda a minha vida havia sido zelosamente
preparado para uma realidade, porém estas referências não me dariam pleno suporte para as
novas etapas de minha vida ministerial.
Sofri muito e cheguei à jogar a toalha, me convencendo de que não era apto para este modelo
de avivamento. Mas o discipulado nesta minha crise se comprovou eficiente e me resgatou
desta desilusão inicial, não por culpa da visão, mas por uma falta de adequação aos novos
desafios encarados.
A visão celular no modelo dos 12 será uma ferramenta poderosa para apontar o que se precisa
assimilar para entrarmos em outros níveis de realização ministerial. Antes de culpa-lá por
alguma falta, pergunte para si, o que te falta para funcionar nesta Visão? A resposta virá de
forma confrontadora, mas resolvido o impasse, os frutos te acompanharão e te farão
realizado. Bons frutos!
BIBLIOGAFIA