Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MUITO OBRIGADA!
RESUMO
The aim of this study was to select maize hybrids of higher nutritional value for silage.
The maize hybrids were evaluated in relation to forage potential and nutritional
composition in two places simultaneously and for three consecutive years. The field
study was arranged as a randomized complete block design, and in the first and second
year 19 experimental hybrids and 5 witnesses were evaluated and in the third year 8
experimental hybrids and 7 witnesses. For the statistical analysis of the nutritional
composition, the probability density function used was the Beta distribution. For both
nutrient component concentrations and forage yield analyzes the SAS GLIMMIX
procedure was used to fit the models to the data. The fit of the models allowed to study
the effect of the main factors hybrid, place and year, as well as the interactions between
these factors on the proportions relative to the chemical composition and forage yield
of each hybrid studied. The evaluated variables presented statistical differences between
hybrids, places and years, as well as for the interactions between these factors. The dry
matter content, forage yield, production of the vegetative part and the production of
fibrous organic matter were affected by the hybrid × local × year interaction. Crude
protein, mineral matter and lignin production by area were influenced by local × year
interaction. The dry matter production of the vegetative part, lignin production and
proportion of grains in the forage mass were influenced by the hybrid × year interaction.
No local hybrid interaction was observed. The other variables studied were affected only
by the main factors. Both the production and the nutritional composition of maize are
influenced by the growth environment, so that the observed interactions may have
occurred due to differences in the environmental conditions of growth between places
and years generating different responses of hybrids. The presence of significant double
and triple interactions implies variability among the hybrids, which suggests the need to
evaluate them for more years in more locations, in order to select those with higher yield
and nutritional quality for silage.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 8
2. OBJETIVO ................................................................................................................................. 10
3.1. A PLANTA DE MILHO ........................................................................................................... 11
3.2. SELEÇÃO DE HÍBRIDO DE MILHO PARA SILAGEM ....................................................... 13
3.3. FATORES AMBIENTAIS QUE AFETAM O VALOR NUTRICIONAL E PRODUÇÃO DO
MILHO ............................................................................................................................................ 15
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 19
4.1 LOCAL ................................................................................................................................ 19
4.2. OBTENÇÃO DOS HÍBRIDOS TOPCROSSES ................................................................... 19
4.3. EXPERIMENTO NO CAMPO ............................................................................................ 19
4.4. COLHEITA E PREPARO DAS AMOSTRAS..................................................................... 22
4.5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA ................................................................................................. 22
4.6. ANÁLISES ESTATÍSTICAS .............................................................................................. 23
5. RESULTADOS ........................................................................................................................... 26
5.2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA ................................................................................................. 26
5.3. RENDIMENTO FORRAGEIRO ......................................................................................... 33
6. DISCUSSÃO ............................................................................................................................... 44
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 52
8. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 53
8
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. REVISÃO DE LITERATURA
O milho (Zea mays L.) é uma planta anual que pertence à família Poaceae, de
porte robusto e ereto. Possui caule tipo colmo, folhas largas, planas e pontiagudas, com
alta capacidade fotossintética, consequentemente, alta produção de biomassa (BULL e
CANTERELLA, 1993; FANCELLI e DOURADO NETO, 2000). O milho é uma espécie
monoica, apresentando, na mesma planta, os dois sexos separados em diferentes
inflorescências. As flores masculinas localizam-se na panícula terminal, conhecida como
pendão, e as flores femininas, em espigas auxiliares. A espiga é constituída por um eixo
ou ráquis, local onde se desenvolvem centenas de ovários, cada um com um saco
embrionário (MAGALHÃES, 2002).
Com relação ao seu crescimento e desenvolvimento, este é dividido em várias
sequências de estádios, da emergência das plântulas à maturação fisiológica dos grãos, o
que permite um melhor entendimento das necessidades da planta, a sensibilidade da
cultura às condições de ambiente e seus períodos críticos à ocorrência de estresses
(FANCELLI, 1986).
A cultura do milho necessita que os fatores climáticos, especialmente a
temperatura, precipitação pluviométrica e radiação solar atinjam níveis considerados
ótimos, para que o seu potencial genético de produção se expresse ao máximo, sendo o
período de crescimento e desenvolvimento da planta de milho limitado pela
disponibilidade destes fatores.
A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho, da emergência à floração,
está compreendida entre 24 e 30°C, sendo a quantidade de água consumida pela planta,
durante seu ciclo, em torno de 600 mm. O milho é uma planta do grupo 𝐶4 , altamente
eficiente na utilização de luz, de modo que, a redução da intensidade luminosa pode
diminuir sua produção. Com relação ao fotoperíodo, o milho é considerado uma planta
de dias curtos, embora algumas cultivares tenham pouca ou nenhuma sensibilidade às
variações do fotoperíodo (CRUZ et al., 2006).
A planta de milho precisa acumular quantidades distintas de energia ou
simplesmente unidades calóricas (GRAUS DIA, GD), a cada etapa de crescimento e
desenvolvimento. As cultivares normais apresentam exigências térmicas correspondentes
a 890-1200 GD, as precoces, de 831-890 e as superprecoces, de 780-830 GD. Essas
12
recai sobre uma aceitação geral de que os objetivos de seleção de um bom milho
forrageiro são realizados por meio de seleção em performances para produção de grão
(HUNTER, 1978).
A crença de que o melhor híbrido para produção de grãos também são os mais
adequados para uso como silagem, principalmente porque o grão é a parte mais digestível
da planta de milho, que fez com que os híbridos de milho selecionados para produção de
grãos também fossem os mesmos indicados para a produção de silagem.
A importância do alto conteúdo de grãos como responsável pela produção e
qualidade do milho e o uso restrito de programas de melhoramento e avaliações de milho
para grão, na crença que a melhor variedade de milho para grão também era a melhor
para forragem passou a ser questionada (BUNTING, 1975; HUNTER, 1978). Hunter
(1978) constatou a existência de uma variação genotípica para qualidade da planta,
expressa pelo consumo de matéria seca (MS) e pela digestibilidade da forragem. Esses
valores foram independentes da proporção de grãos na MS da planta, o que se deduz que
a porção forrageira deva contribuir significativamente com a qualidade da silagem.
Resultados experimentais indicam que uma grande diferença no valor nutritivo da
silagem de milho pode existir entre híbridos de similar conteúdo de grãos (HUNT et al.,
1993).
A necessidade de conduzir testes separados para avaliar o potencial de produção
de grãos e potencial de produção da planta inteira de híbridos de milho tem se tornado
cada vez mais evidente e necessária, uma vez que, apesar de híbridos selecionados para
produção de grãos permitam a obtenção de uma boa silagem, os melhores híbridos de
milho para produção de grãos não necessariamente serão os de maior potencial forrageiro
(FAIREY, 1980; VATTIKONDA e HUNTER, 1983), podendo apresentar uma produção
de forragem 10% menor que híbrido de maior produção forrageira (VATTIKONDA e
HUNTER, 1983), e a produção de grãos, não é necessariamente, um bom preditor do
conteúdo de energia metabolizável (EM) da silagem de milho, principalmente quando se
observa grande variabilidade na digestibilidade da parte vegetativa (MILLNER et al.,
2005).
Diferenças significativas para a produção de matéria seca e qualidade da planta
de milho não são adequadamente preditas a partir de avaliações de milho para grãos
(VATTIKONDA E HUNTER, 1983). O conteúdo de grão explica menos do que 40% da
variação genética observada para a digestibilidade da matéria orgânica, de modo que, o
conteúdo de grão não seria um preditor satisfatório do valor nutricional do milho quando
15
capacidade de campo, a produção reduziu em 49% comparado com alfafa irrigada com
112% da capacidade de campo, porém, o déficit hídrico imposto pelo tratamento reduziu
a digestibilidade in vitro da matéria seca em apenas 8% (HALIM et al., 1989).
19
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCAL
1,0m e 0.20m entre plantas, totalizando 25 plantas por parcela. No ano 2, cada unidade
experimental foi constituída por uma linha de 8,0m de comprimento com espaçamento
entre linha de 1.0m e 0.20m entre plantas, totalizando 40 plantas por parcela.
Com base em resultados agronômicos obtidos nos anos 1 e 2 (CREVELARI,
2016), foram selecionados os oito melhores híbridos, que foram avaliados no terceiro ano
juntamente com sete testemunhas, totalizando 15 híbridos de milho (Tabela 2). No
terceiro ano a unidade experimental constituiu de uma linha de 8.0m, 1.0m de
espaçamento entre linhas e 0.20m entre plantas e foram utilizadas 6 repetições.
A semeadura dos experimentos em ambos os locais e anos foi realizadas por meio
de sistema manual de plantio. Foram utilizadas três sementes por cova, à profundidade de
5 cm. Aos 21 dias após a emergência, foi feito o desbaste das plantas, deixando uma
planta por cova. As adubações de semeadura foram realizadas com a aplicação de
22
A colheita dos híbridos foi realizada manualmente quando, pelo menos, três
parcelas apresentavam grãos no estádio farináceo, considerado ideal para ensilagem. Os
cortes foram realizados a altura de 0.20m da superfície do solo. No ano 1 foram
amostradas 15 plantas, ao acaso, por parcela. Nos anos 2 e 3, foram amostradas 5 plantas
por parcela. As amostras colhidas no campo foram pesadas. Após pesagem da planta
inteira, os grãos foram debulhados e o peso registrado, a amostra identificada e congelada.
A palha e o sabugo da espiga foram processados em picadeira juntamente com a parte
vegetativa (colmo e folhas). Deste material foi retirada uma amostra homogênea de
aproximadamente 0.600kg, para posterior análises de laboratório.
ano 1, foram realizadas as análises químicas de gordura bruta (GB, Método AOAC
2003.06; THIEX et al., 2003), matéria mineral (MM, Método AOAC 942.05, AOAC,
1990), teor de proteína bruta (PB, Método AOAC 984.13 e Método AOAC 2001.11;
THIEX et al., 2002), matéria orgânica fibrosa (aFDNmo, Método AOAC 2002.04;
MERTENS, 2002) e lignina (LDA, MÖLLER, 2009). No segundo e terceiro ano, além
da análise de MS, as análises de GB, MM e PB também foram realizadas nas amostras
individuais, parte vegetativa e do grão. Somente as análises de aFDNmo e LDA foram
realizadas nas amostras compostas no ano 2 e 3, sendo que no ano 1, estas análises foram
realizadas em becker com bico e nos demais anos, sem bico.
O teor dos constituintes solúveis em detergente neutro (NDS) foi obtido por meio
da subtração 𝑁𝐷𝑆 = 1000 − 𝑎𝐹𝐷𝑁𝑚𝑜.
Uma constante geral 𝜂 é associada com a média transformada 𝜂𝑖𝑗𝑘𝑙 , a qual está
ligada, por meio de uma função logarítmica, a um preditor linear (VONESH, 2012;
STROUP, 2015). O valor esperado dos constituintes químicos, que é 𝜋𝑖𝑗𝑘 ∈ (0,1), é
estimado baseado na função “link” inversa, como a seguir:
O uso das equações (1) e (2) foi efetuado para valores de proporções que recaíram
sobre o intervalo aberto 0.1 < 𝑝𝑖𝑗𝑘𝑙 < 0.9. Porém fora deste intervalo também foi testado
o modelo estocástico definido pelas equações (1) e (3), conforme a recomendação de
Stroup (2013). É importante enfatizar que o ajuste dos modelos às proporções observadas
foi efetuado com base em ambas as transformações e a qualidade de ajuste dos modelos
computada pelo coeficiente de correlação de concordância (Lin, 1989), conforme os
procedimentos recomendados por Vonesh et al. (1996) e implementados no programa
SAS (Vonesh, 2012). Foi utilizado o método de pseudo-verossimilhança restrita
(Restricted Pseudo-Likelihood Method, RSPL) do procedimento GLIMMIX do pacote
estatístico SAS (SAS Studio University Edition, SAS System Inc., Cary, NC, USA) para
ajustar este modelo às concentrações observadas dos constituintes químicos. Um dos
outputs requeridos (dado pela função “ilink”) do procedimento GLIMMIX é estimado
com base na Eq. (4) e as variâncias das estimativas de acordo com a Eq. (5). A
concentração final dos constituintes químicos foi apresentada como o produto 1000𝜋𝑖𝑗𝑘
0.5
e o desvio padrão da estimativa como 1000(𝑉̂ [𝑝𝑖𝑗𝑘𝑙 ]) .
25
5. RESULTADOS
MS <.001 <.001 <.001 <.001 <.001 <.001 <.001 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.051; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.127
PB <.001 0.369 <.001 0.997 0.025 0.009 0.808 𝜎̂𝑏𝑙(𝑘) = 0.013; 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.022; 𝜎̂𝛼𝑏𝑖𝑙(𝑘) = 0.026; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.036
aFDNmo <.001 0.376 0.010 0.035 0.285 0.955 0.787 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝐾) = 0.043;
LDA <.001 <.001 <.001 0.134 0.235 0.392 0.075 𝜎̂𝑏𝑙(𝑘) = 0.009; 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) =0.010; 𝜎̂𝛼𝑏𝑖𝑙(𝑘) = 0.009; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.010
LDA/aFDNmo <.001 0.001 <.001 0.081 0.687 0.314 0.344 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.061; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.096
NDS <.001 0.376 0.010 0.035 0.285 0.955 0.787 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.043;
GB <.001 0.093 <.001 0.127 0.096 0.389 0.389 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.029; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.051
MM 0.001 0.304 0.004 0.066 0.084 0.001 0.156 𝜎̂𝜏𝑏𝑗𝑙(𝑘) = 0.010; 𝜎̂𝛼𝑏𝑖𝑙(𝑘) = 0.055; 𝜎̂𝛼𝜏𝑏𝑖𝑗𝑙(𝑘) = 0.036
α𝑖 , efeito de híbrido; β𝑘 , efeito de local; τ𝑗 , efeito de ano; αβ𝑖𝑘 , efeito da interação híbrido×local;ατ𝑖𝑗 , efeito da interação híbrido×ano; 𝛽𝜏𝑘𝑗 , efeito da interação
local×ano; 𝛼𝛽𝜏𝑖𝑗𝑘 , efeito da interação híbrido×local×ano. Os subscritos das variâncias representadas por sigma indicam as respectivas interações aleatórias e
variâncias residuais homogêneas ou heterogêneas, consoante o caso.
MS, teor de matéria seca; PB, teor de proteína bruta; aFDNmo, matéria orgânica fibrosa; LDA, teor de lignina detergente ácido; LDA/aFDNmo,
proporção de lignina na fibra, NDS, sólidos solúveis em detergente neutro; GB, teor de gordura bruta; MM, teor de matéria mineral.
29
Figura 1. Teor de matéria seca na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3.
A descrição dos híbridos se encontra no texto.
100 18 2A 100 2B 100 2C
23 1
90 2 10 21 11 90 90
9 22 5 16 20 24 19 15
4 14 13 3 6 2
20 4 8
80 12 7 6 80 22 1 12 14 80
17 8 9 15 21 17 26 28 20
23 10 16 18 11 5 19 27 29
70 70 24 3 7 70 25 4 9 10
13 18 11 24 12 5 14
60 20 1 18 11 24 2 19 60 60
5 23 10 3 14 4 13 15 7 20 28 27 26
50 6 16 22 17 8 9 50 9 4 15 12 50 25 18
21 12 8 2 14 18 23 3 9 29 24 4 10 12
19 5 24 17 5 11 14
40 40 16 1 11 10 22 7 20 40
6 21 13
30 30 30
20 PB (g/kg) 20 20
10 Campos dos Goytacazes Itaocara 10 Campos dos Goytacazes Itaocara 10 Campos dos Goytacazes Itaocara
0 0 0
Figura 2. Teor de proteína bruta na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3.
A descrição dos híbridos se encontra no texto.
30
Figura 3. Teor de matéria orgânica fibrosa na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C,
ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
70 70 70
4A 4B 4C
60 LDA (g/kg) 60 60 28
11 22 12
1 10 4
50 18 16 50 13 19 15 3 50
5 23 14 18 16 24 7
21 19 1 5 11 23 12 2
22 6
21 2 8 17 10 4 26
6 9 14 18 12 11
40 13 14 8 24 17 3 20 10 7 40 20 40 28 5 27 24 29 20 9
15 25
9 4
30 30 19 8 10 14 30 10
23 1 4 14
12 24 11 13 22 7 20 12 5 18 11 26 24 25 29 27
216 7 15 5 3 21 11 2 12 21 6 18 9 20
20 24 9 4 20 16 17 3 15 5 9 20
14 20 22 6 23 13 4
19 10 18 8 1
10 17 10 10
Campos dos Goytacazes Itaocara Campos dos Goytacazes Itaocara
Campos dos Goytacazes Itaocara
0 0 00
Figura 4. Teor de lignina detergente ácido na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C,
ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
31
Figura 5. Teor de lignina na fibra na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C,
ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
700 6A 700 700
14 14 23 6B 6C
9 18 20 4 5 15 8 9 5 10 16 18 15 11
600 12 2 10 24 11 1 17 600 20 2 7 22 1 600
23 21 16 6 22 7 17 12 6 8 21 24 19 14
3 13 19 3 13 4 20 9 11 29
5 27 26 12 25 24 4 18
500 500 500 10
23 14
4 17 19 6 22 24 19 22 18 3 17 9 16 20 14 28
400 7 20 8 1 400 20 13 11 10 400 9 27 5 4 25 18 11 29 24 12
2 18 10 11 16 7 12 24
14 15 5 23 9 21 3 13 4 15 5 2
21 8 10 26
300 12 300 6 1 300 28
NDS (g/kg)
200 200 200
Figura 6. Teor de sólidos solúveis em detergente neutro na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano
2 e C, ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
32
30 30 30
7A 7C
20 7B
25 5 9 25 14 24 2 25
24 4 12 9 3 15
21 10 6 23 6 5 18 8 12 11 7 16 10
2 8 23 20 14
18 16 14 17 3 11 21 13 22 1
20 22 20 15 20 4 19 20 11 29
7 17 26 18 5 9 27
1 13 19 24 4 12
20 25 10
15 15 14 18 15 20 18
21 7 28
19 6 14 15 7 5 9 24 15 19 23 9 5 25
20 24 2 12 22 8 2 10 13 1 17 14 11
5 24 27 12
10 1 9 18 22 21 4 13 10 16 6 3 10 4 26 29
8 11 10 17 12 4 11 10
16 3 23 28
5 GB (g/kg) 05 5
Campos dos Goytacazes Itaocara Campos dos Goytacazes Itaocara Campos dos Goytacazes Itaocara
0 00 0
Figura 7. Teor de gordura bruta na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A
descrição dos híbridos se encontra no texto.
160 160 160
Matéria Mineral (g/kg)
140 8A 140 23 8B 140 8C
Campos dos Goytacazes Itaocara
Campos dos Goytacazes Itaocara
120 Campos dos Goytacazes Itaocara 120 120
100 100 100
23
80 10 4 3 13 11 7 8 80 6 16 24 2 11 7 80
12 15 20 17 14 4 5 1 15 14 17
60 2 19 21 22 9 5
18 6 16 24 1 60 21 9 3 8 23 10 12 20 18
22 13 19 60
28 25
29 20 27 4 26 11
24 5 9 10 14 12 18
40 40 40
23 19 2 13 20 15 9 1 5 9 8 10 19 24 11 15 3 28 27 26 25 4 18 10 20 24 11 12 9
20 16 22 6 20 4 17 18 13 20 5 14
10 3 11 14 7 21 4 8 6 22 7 2 20 21 16 5 1 14 29
0 24 18 17 12 0 12 0
Figura 8. Teor de matéria mineral na planta inteira por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A
descrição dos híbridos se encontra no texto.
33
Assim como para a composição química, foram estudados os efeitos dos fatores
híbrido, local e ano, bem como as interações entre estes fatores sobre o rendimento
forrageiro (Tabela 4).
O Yha sofreu influência da interação tripla entre os fatores estudados, de modo
que houve diferença entre híbridos, no entanto, essa diferença não foi consistente entre
locais e anos. Cada híbrido apresentou uma resposta única que diferiu entre locais e entre
anos. Os componentes de variância estimados foram as interações ano×bloco dentro de
local, e as interações individuais para cada ano (Tabela 4, Figura 9). A DMYha foi
influenciada pela interação dupla local×ano. Os componentes de variância estimados
foram as interações ano×bloco dentro de local e variância residual (Tabela 4, Figura 10).
A Ygha e DMYgha foram influenciados pelos fatores híbrido e ano. Os híbridos
tiveram produção de grãos diferente que foram independentes de ano, porém se
comportaram de forma semelhante entre anos, ou seja, o efeito global de ano sobre a
produção de grãos foi o mesmo para todos os híbridos avaliados. Os componentes de
variância estimados foram as interações ano×bloco dentro de local e as variâncias
individuais residuais heterogêneas para cada ano (Tabela 4, Figura 11 e 12).
A Ysha foi influenciada pela interação tripla híbrido×local×ano. A Ysha foi
diferente entre híbridos e cada híbrido respondeu de forma diferente aos efeitos de ano e
local, de modo que, a resposta dos híbridos foi inconsistente ao longo das avaliações. Os
componentes de variância estimados foram as interações ano×bloco dentro de local e as
interações individuais para cada ano (Tabela 4, Figura 13). A DMYsha foi influenciada
pela interação dupla híbrido×ano. A resposta de cada híbrido foi única para cada ano e
não sofreu influência de local. No entanto, pelo menos um contraste entre as médias de
anos diferiu de zero. Os componentes de variância estimados foram ano×bloco dentro de
local e as variâncias individuais residuais heterogêneas para anos (Tabela 4, Figura 14).
A PBYha foi influenciada pelos fatores híbrido e ano. A resposta dos híbridos foi
diferente e independente de ano, porém o efeito de ano sobre a PBYha foi sistemático
para todos os híbridos. Os componentes de variância estimados foram a interação
ano×bloco dentro de local e a variância residual homogênea (Tabela 4, Figura 15).
34
80 Yha (t/ha) 9A 80 11 9B 80 9C
10 4 15 24 1 22
9 21 19 10
70 Campos dos Goytacazes Itaocara 70 13 12 5 70
18 7 2 16 20 11
60 60 8 14 23 17 60 12 5
1 3 6 24 18 4 9 14 20
4 12
11 10 2 5 10
50 19 16 18 8 21 6 50 50 29 25 27
13 7 24 9 12 28
3 9 23 22 26
40 15 14 20 40 21 5 40 12
17 24 1 16 4 8 11 4 10
11 15 14 19 23
13 6 22 18
30 30 3 7 2 17 30 20 5 24 18
3
15 13 21 20 14 9 27 25
20 11 20 19 4 23 20 20
9 10 14 12 8 1 24 2 18 16 29
Campos dos Goytacazes Itaocara 28 26
10 22 7 6 5 10 10 Campos dos Goytacazes Itaocara
17
0 0 0
Figura 9. Rendimento de forrageiro na matéria natural por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano
3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
30 DMYha (t/ha) 30 30 10C
10A 10B
15
25 Campos dos Goytacazes Itaocara 4 12 Campos dos Goytacazes Itaocara
25 10 1 25
11
21 24 19 9 5 22 13
1 12 18 7 2
20 14 3 8
11 10 4
19 8
14 3 15 23 20 6
20 23 17 20 16 20 11
16 18 5 2 6 10 5 12
9 14
15 9 21 13 7 24 24
22 17 15 12 14 15 4 20 18
10 1113 16 21 9 29
27
25
10 1 5 8 6 18 12 26 28
10 15 24 4 22 17 20 10 11 4 10
8 19 20 4 12 16 23 19 5 20 24
11 2 14 5 21 23 3 7 2 18 14 9
5 15 9 13 10 3
1 18 6 22 7 27 25
17 24 5 Campos dos Goytacazes Itaocara 5 26 28
29
0
0 0
Figura 10. Rendimento de matéria seca de forragem por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3.
A descrição dos híbridos se encontra no texto.
36
16 Ygha (t/ha) 16 16
20
11A 24 11B 11C
14 Campos dos Goytacazes Itaocara 14 21 10 12 14
2 11 Campos dos Goytacazes Itaocara
15 18
12 12 5 14 22 3 8 6 23 12
14 4 9 7 1 5
12 16 4 18 9 19 20 6 19 13 16 14 20 11
10 10 5 2 1 23 10 10 12 9
11 3 8 21 7 22 24 10 24
17 18 29 4
8 15 13 8 14 8
17 25 27
5 10 15 26
6 6 12 24 4 7 6 20
16 21 20 18 11 23 22 12 5 18 28
8 3 14
4 11 3 15 14 4 13 6 19 9 2 4 11
24 9 4
8 6 12 18 10 24 23 1 17
20 9 19
2 4 7 13 5 21 22 2 2 2 25 10 27 29
Campos dos Goytacazes Itaocara
16 1 17
26
0 0 0 28
Figura 11. Rendimento de grãos por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A descrição dos
híbridos se encontra no texto.
8 DMYgha (t/ha)
8 15 8
20 24
7 Campos dos Goytacazes Itaocara 12A 7 14 12B 7 Campos dos Goytacazes Itaocara 12C
12 4 10 11
12 21 9
6 5 18 2 6
6 14 16 4 22 23 3 7 16 5
2 5 6 8 19 13 14
10 1 3 17 11
5 18 8 20 6 23 7 5 5 20 12 9
9 21 15 24 17 1 24 10 18
11 19 4 29 4 27
4 13 22 4 26 25
14 21 3 20 5
3 3 16 24 28
12 20 18 4 12 14
5 15 22 19 2 18 9 24
10 8 13 7 11 3
2 20 8 5 2 2 23 11 4
27 25 10
4 19 14 18 3 9 1 1
11 10 13 24 6
9 29
1 15 6 16 12 21 1 17 26
2 22 7 1 23 Campos dos Goytacazes Itaocara 0
17 28
0 0
Figura 12. Rendimento de matéria seca de grãos por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A
descrição dos híbridos se encontra no texto
37
80 80 13B 80 13C
Ysha (t/ha) 13A
70 70 11 70
Campos dos Goytacazes Itaocara 10 1 15 24 Campos dos Goytacazes Itaocara
4 21 12 10
60 60 9 7 5 60
13 22 19
18 8 16 14 11
2 3 23 12
50 1 50 20 17 50 4 5 18 24 9
6
11
4
16 9 14 20
10 19 2 5 23 18 15 1 25 29 28 27
40 13 40 40
12 3 9 22 14 7 24 10 24 5 12 26
8 21 6 4 11 4 10
30 20 17 30 12 21 11 8 16 13 19 23
30
15 6 3
22 14 17 7 24 5 20 18
20 3 15 20 20 20 27 25
10 14 12 23 18 2 20 14 9 29 28
11 13 21 9 19 4 1 24 7 6 18 26
10 8 22 2 10 Campos dos Goytacazes Itaocara 10
17 16
5
0 0 0
Figura 13. Rendimento da parte vegetativa por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A descrição
dos híbridos se encontra no texto.
20 DMYsha (t/ha) 20 10 4 20
1 19
18 14A 18 11 15 9 7 13 14B 18 Campos dos Goytacazes Itaocara 14C
Campos dos Goytacazes Itaocara 21 12 24 3
18 8 23
16 16 5 2 16
1 17 22 14 16 10
14 11 19 14 14 11 12
10 12 8 18 6 20 5
15
12 4 16 2 13 21 6 20 12 10 12 24
4 9
3 5 23 24 1 13 14 20 18
10 9 14 22 17 10 10
7 12 11 16 12 29 25 27
9 5 21 8 28 26
8 11 8 23 18 17 8 10 11
14 15 24 4 5
6 3 24
6 13 19 10 3 20 6 4 19 2 6 20 18 14
21 16 18 22 7 20 9 27
4 15 9 8 12
4 1 2
22 23 7 4 4 28 25 26
17 14 Campos dos Goytacazes Itaocara 29
2 24 6 5 2 2
0 0 0
Figura 14. Rendimento de matéria seca da parte vegetativa por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C,
ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
39
Figura 15. Rendimento de proteína bruta por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A descrição
dos híbridos se encontra no texto.
14 14 11 1
14
10 16B
aFDNmoYha (t/ha) 16A 4 12 3 18 7 16C
12 12 15 21 12
24 19 22 13
9 8 14 6
11 5 10
10 1 10 8 16 10 23 17 20 10 5 11
18 15 2 2
19 12 24
4 12 23 21 6 16 9 4
8 3 5 14 22 24 8 10 12 8 14 18 20
13 9 17 20 13
7 1 29 27 25 28
11 16 14 5 8 24 4 12 10 26
6 6 22 6 11 4
21 15 9 23 17 5 24
11 6 18 20
12 13 20 3 19 3 7 18 14 9
4 16 4 2 20 4
8 15 9 19 4 18 2 27 26 28
10 6 24 7
1 14 5 25 29
2 21 22 23 17 2 2
Campos dos Goytacazes Itaocara Campos dos Goytacazes Itaocara Campos dos Goytacazes Itaocara
0 0 0
Figura 16. Rendimento da matéria orgânica fibrosa por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3.
40
Figura 17. Rendimento de lignina detergente ácido por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A
descrição dos híbridos se encontra no texto.
14 NDSYha (t/ha)
14 14
18A 15 18B 18C
10 21 Campos dos Goytacazes Itaocara
12 Campos dos Goytacazes Itaocara 12 4 9 18 5 12
11
12 24 19 14 20
1 8
10 10 10 3 2 17 6 10
23 7
12
4 16 14 8 13 2216 11 5
11 9 19 15 20
1 18 2 13 12 14 10
8 5 3 23 7 24 8 8 9 24 20 4
21 6 12 18
22 17 29
6 6 10 16 24 6
14 11 9 27 25
4 1 12 20 26
5 15 13 19 6 3 20 4 5 11 28
11 15 21 23
4 8 9 13 3 14 6 4 8 18 22 7 4 10 14 24 18
17 9 27
4 19 16 2
10 20 2 18 12 1 5 22 24
2 17 23
7 2 Campos dos Goytacazes Itaocara 2 25 29 26
21 28
0 0 0
Figura 18. Rendimento de sólidos solúveis em detergente neutro por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2
e C, ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
41
Figura 19. Proporção de grãos na massa de forragem por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3.
A descrição dos híbridos se encontra no texto.
450 14 24 20A 450 450
20 9 6 20 20B 20C
400 2 18 8 7 400 400
14
12 21 15 10 22 14 2 5 22 20 5
5 16 13 23 15 3 9 4
350 4 3 23 350 6 350 29 9
17 19 24 12 8 26 18 27 11 12
1 18 21 16 7 19 17
300 11 300 11 300 24 25
13 10 4
5 6 1 20
250 250 14 250 10
4 16 2 22 11 5 9
20 12 21 2 22 18 14 28
200 14 18 7 24 21 10 200 3 15 8 200 25 24 27
8 19 20 7 18 5 12 4 19 29
3 15 23 9 13 24 16 23 10 9 12 26 11
150 1 150 6 150 4
DMYgha/DMYha (g/kg) 17 13 17 11
100 100 100 10
1 28
50 Campos dos Goytacazes Itaocara 50 Campos dos Goytacazes Itaocara 50 Campos dos Goytacazes Itaocara
0 0 0
Figura 20. Proporção de matéria seca de grãos na matéria seca de forragem por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a 99%. A, ano
1; B, ano 2 e C, ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
42
Figura 21. Proporção de matéria seca da parte vegetativa na matéria seca de forragem por híbrido e seus respectivos intervalos de confiança a
99%. A, ano 1; B, ano 2 e C, ano 3. A descrição dos híbridos se encontra no texto.
44
6. DISCUSSÃO
no segundo ano, nesse mesmo local, as condições ambientais foram menos favoráveis
para os híbridos.
Um dos principais fatores que influencia o teor de PB é a adubação nitrogenada
(O’LEARY e REHM, 1990; VAN SOEST, 1994). A adubação adotada neste experimento
foi semelhante em todos os anos e locais, no entanto, o solo exerce efeito sobre as plantas
forrageiras de forma semelhante ao da adubação. Plantas forrageiras crescendo sob
semelhante condição climática, mas em solos diferentes, podem apresentar composição
diferente quando comparadas em um mesmo estágio fisiológico (VAN SOEST, 1994).
Diferente de Campos dos Goytacazes, em cada ano de cultivo em Itaocara, os
híbridos de milho foram cultivados em áreas diferentes dentro da área Experimental, que
também foi utilizada para o cultivo de outras culturas. O cultivo de outras culturas,
anteriores ao cultivo dos híbridos de milho, pode ter alterado as características físicas e
químicas do solo. Tal fato pôde, em algum momento, ter influenciado a resposta dos
milhos plantados em Itaocara e por isso o efeito da interação local×ano ter se exacerbado.
Aliado a este fato, a área experimental em Itaocara apresenta manchas de solo com
características diferentes, o que pode ter sido evidenciado para variâncias significativas
de blocos dentro dos respectivos locais. Em Campos dos Goytacazes, a área experimental
é destinada ao plantio de milho (milho grão, pipoca, doce, verde ou milho para silagem),
e os restos da cultura após avaliação nem sempre são deixados na área para a ciclagem de
nutrientes. Quando a planta inteira é colhida, a remoção de nutrientes do solo é maior do
que quando apenas os grãos são retirados, o que diminui a disponibilidade de nutrientes
no solo com o passar do tempo. Uma vez que não era realizada a análise de solo entre os
anos de plantio, a adubação não foi ajustada para os elementos minerais residuais da
cultura anterior. Desta forma, apesar de a adubação ter sido a mesma entre locais e durante
os anos, possíveis diferenças na concentração de nutrientes no solo podem ter ocorrido e
por isso podem ter sido detectadas.
Diferenças suficientes de solo podem ter ocorrido entre locais e anos, o que
influenciou o teor de PB dos híbridos. Fato este que pode também explicar o efeito da
interação ano×local para o teor de MM. A maior concentração de MM observada para o
híbrido 23 no segundo ano de plantio em Itaocara pode ter sido contaminação por terra
nas amostras.
Em termos nutricionais, os constituintes vegetais podem ser divididos
dicotomicamente em conteúdo celular e parede celular (matéria orgânica fibrosa). Essa
divisão é feita pelo fato de o conteúdo celular ser uniformemente e completamente
47
digerido, enquanto que a digestibilidade da parede celular é variável (VAN SOEST, 1967;
HUHTANEN et al., 2006). Portanto, a digestibilidade da MS pode ser expressa como
função da concentração de parede celular. Por sua vez, a digestibilidade da parede celular
é uma função da composição da própria parede celular, principalmente a concentração e
composição da LDA. Com isso, qualquer fator que influencie na concentração e
composição da parede celular afeta a qualidade da forragem (ELLIS, 1978; VAN SOEST,
1965; 1967; 1994; JUNG, 2000; 2012).
Diferenças significativas para o teor de aFDNmo (MERTENS, 2002; UDÉN et
al., 2005) da planta inteira foram observadas entre os híbridos avaliados. No entanto, não
foram observados efeitos de local, pois as diferenças detectadas foram entre híbridos e
diferenças sistemáticas entre os anos sobre o teor de aFDNmo. Tal fato implica ser
possível indicar um híbrido que seria adequado para ambos os locais; ressalva deve ser
feita quanto à magnitude da resposta média dos híbridos para os anos em virtude de seu
efeito sistemático sobre o teor de fibra nos híbridos. Contudo, foi possível observar que a
qualidade da aFDNmo foi influenciada não só pelos fatores híbrido e ano, mas também
pelo local, uma vez que a concentração de LDA e a relação LDA/aFDNmo foram afetadas
globalmente pelo local de cultivo. A relação LDA/aFDNmo é um dos fatores
determinantes da extensão de digestão da fibra (CHANDLER et al., 1980; WEISS, 1993;
VIEIRA et al., 2012).
A concentração de aFDNmo é afetada pela precipitação pluviométrica e
temperatura. Em regime baixo de chuvas, a concentração de aFDNmo tende a ser menor
(WIERSMA et al., 1993). Na condição de déficit hídrico, o crescimento é afetado em
maior extensão do que a fotossíntese, o que pode levar a um acúmulo de carboidratos não
fibrosos no tecido vegetal e diminuir a concentração de aFDNmo (HATTENDORF et al.,
1988; BARKER et al., 1993). Em condições de seca, o desenvolvimento das plantas tende
a ser atrasado, consequentemente, a planta atinge tardiamente a maturidade e tem o seu
estádio vegetativo prolongado, o que acarreta plantas de melhor valor nutricional. Em
altas temperaturas, contudo, os produtos fotossintéticos são rapidamente convertidos em
componentes estruturais (VAN SOEST, 1994). O teor de umidade no solo e a temperatura
do ar interagem produzindo respostas diferentes na concentração de aFDNmo. Em altas
temperaturas, maiores concentrações de aFDNmo são observadas em solos mais úmidos,
quando comparados a solos com menor teor de umidade (ISHIKAWA et al., 2016).
Como observado, tanto a temperatura como os índices pluviométricos e a
interação entre eles afetam a concentração de aFDNmo. Uma vez que se buscou corrigir
48
o déficit hídrico com a irrigação em ambos os locais e não foram observadas condições
extremas de seca, é possível que o principal fator a ter afetado a concentração de aFDNmo
decorra de diferenças na temperatura do ar. Essas diferenças podem ter sido grandes o
suficiente entre os anos de avaliação, o que permite explicar o efeito de ano sobre a
concentração de aFDNmo.
De forma semelhante, o efeito de local e ano sobre a concentração de LDA e,
consequentemente, a relação LDA/aFDNmo podem ser associados às diferenças na
temperatura do ar, uma vez que a concentração de LDA é influenciada pela temperatura.
Aumento de 2,8% para 5,0% no teor de lignina presente nos colmos de plantas de milho
foi observado quando as plantas cresceram em regimes de temperatura diferentes, isto é,
de 12 a 18 °C e de 24 a 30 °C; menores temperaturas geralmente são associadas a menores
teores de lignina (CONE e ENGELS, 1990).
O teor de NDS é dado pela subtração 𝑁𝐷𝑆 = 1000 − 𝑎𝐹𝐷𝑁𝑚𝑜 e corresponde
aos sólidos solúveis em detergente neutro, ou seja, em grande medida representa o
conteúdo celular. Portanto, como híbridos e anos influenciaram o teor de aFDNmo,
observou-se que os mesmos fatores afetaram a concentração de NDS, mas em magnitudes
no sentido oposto.
A GB é 2,4 vezes mais energética do que os carboidratos, logo, um aumento no
teor de GB aumentaria a densidade energética da silagem de milho. Na literatura não há
relato dos possíveis fatores que influenciam o teor de GB do milho, a não ser o próprio
material genético. Na planta de milho, a maior concentração de GB encontra-se no grão,
logo uma maior proporção de grãos pode acarretar maior concentração de GB na planta.
A produção de grãos também foi influenciada pelo fator ano, o que pode então, explicar
o efeito de ano sobre o teor de GB.
A análise da composição química em mais de um local e por mais de um ano
permite avaliar qual ou quais fatores, isto é, híbridos, locais, anos e suas interações afetam
a composição química. Entretanto, na seleção de híbridos para a silagem, o que se busca
é o rendimento por área, de modo que apesar de diferenças significativas entre híbridos
para determinado componente químico, o impacto de tais componentes perde importância
quando essas diferenças não são mantidas nas avaliações para produção. Como observado
por Johnson et al. (1997), diferenças significativas para o teor de PB foram observadas
entre híbridos, no entanto, não foram observadas diferenças na produção de PB por
unidade de área, uma vez que o híbrido de menor teor de PB apresentou maior produção
por área.
49
condições ambientais foram menos favoráveis para os híbridos; para cada combinação
ano×local há uma resposta média global dos híbridos que, por sua vez, apresentaram
algumas diferenças entre si.
Embora não pareça existir relação entre o conteúdo de grãos, o valor nutritivo
(HUNT et al, 1993) e a produção da planta inteira (LEASK e DAYNARD, 1973;
FAIREY, 1980), uma maior participação de grãos na massa ensilada se traduz em maior
conteúdo de energia metabolizável e energia líquida de produção (WOODY et al., 1983),
o que acarreta maior desempenho animal (PHIPPS et al., 1979; WOODY et al., 1983).
Então, o uso da produção de grãos como único critério de qualidade na hora de selecionar
um híbrido não se justifica, mas não diminui a importância da participação de grãos na
massa ensilada.
Tanto para Ygha, DMYgha e a relação DMGratio houve efeito de híbrido e de
ano. Variações na produção de grãos devido a ano são maiores do que as observadas para
produção de MS/ha (VATTIKONDA E HUNTER, 1993). No entanto, também são
observadas diferenças entre locais, para produção forrageira e de grãos, quando a
produção é avaliada em um mesmo ano, mas em vários locais (FAIREY, 1980). Tais fatos
se verificaram no presente estudo para diversas variáveis relativas ao rendimento e à
composição bromatológica dos milhos avaliados.
Em locais onde as unidades calóricas necessárias a cada etapa de crescimento e
desenvolvimento são baixas, a menor temperatura do ar reduz a taxa de desenvolvimento
e permite maior desenvolvimento vegetativo para o milho (FAIREY, 1980). Por outro
lado, pode ser observada uma redução na duração do ciclo do milho por causa do
encurtamento da fase vegetativa. Este encurtamento do ciclo se deve ao aumento dos
incrementos das unidades calóricas associado à época de semeadura. Portanto, a
temperatura durante a fase de crescimento determinada pela época de semeadura acaba
por influenciar o rendimento granífero (GADIOLI et al., 2000).
Em condições hídricas ideais, a temperatura influencia o rendimento de grãos e de
parte vegetativa, pois determina o tempo necessário para a planta completar determinada
fase fenológica ou mesmo seu ciclo completo (PRETT, 1992). A temperatura em que a
planta de milho é exposta em cada estágio fenológico é influenciada pela época de
semeadura (GADIOLI et al., 2000).
Além das possíveis flutuações na temperatura do ar entre anos e locais, a época
de semeadura adotada neste experimento diferiu entre anos e locais. Uma vez que a
temperatura do ar influencia não só a produção de grãos, mas também o crescimento da
51
parte vegetativa, dado seu efeito sobre o ciclo da planta do milho, foi visyo que as
condições climáticas terminaram por influenciar o teor de MS (WIERSMA et al., 1993),
a resposta dos híbridos com relação aos rendimentos Yha, DMYha, Ygha, DMYgha,
Ysha, DMYha, e as proporções Ygha/Yha, DMGratio e DMSratio. Por isso é que é
possível associar tais respostas às flutuações na temperatura do ar e/ou, ainda, sua
interação com outros fatores ambientais, como a ocorrência de doenças.
A ocorrência de interação híbrido×local significativa é um indicador de que se
deve desenvolver ou selecionar híbridos de milho particularmente adaptados a um
ambiente específico. Neste experimento não foi observado o efeito da interação
híbrido×local para as variáveis de rendimento ou composição química, como ocorreu
efeito da interação tripla para uma série de variáveis e, inclusive, para o rendimento
forrageiro, a recomendação deve se circunscrever ao local.
Ao contrário da interação híbrido×local, as implicações para interação
híbrido×ano são bem diferentes, uma vez que, flutuações nas condições ambientais entre
anos não podem ser previstas com antecedência e não é objetivo selecionar um híbrido
que seja adaptado a uma circunstância especial que não possa ser prevista. Assim, as
largas interações híbrido×ano e híbrido×local×ano indicam que dentro de uma região,
onde seja provável a adaptação de um conjunto de híbridos, é essencial que os testes sejam
conduzidos em uma série de locais sobre uma série de anos, o que melhora as chances de
identificar híbridos adaptados a vários ambientes e melhorar a recomendação. Então, o
que se busca são aqueles genótipos mais bem adaptados para suportar as variações
ambientais transitórias imprevisíveis, isto é, os genótipos que se mostraram mais estáveis
por conseguirem manter maiores rendimentos, apesar das flutuações imprevisíveis do
meio ambiente (ALLARD e BRADSHAW, 1964).
Estabilidade, em geral, não implica constância de resposta do fenótipo a vários
ambientes, mas sim aquelas características de produção e qualidade economicamente
importantes que se mantêm estáveis para quaisquer ambientes (ALLARD e
BRADSHAW, 1964). Neste estudo, interações significativa híbrido×ano foram
observadas para as variáveis DMYsha, ADLYha e Ygha/Yha e a interação significativa
híbrido×local×ano para Yha, Ysha, aFDNmoYha e para o teor de MS das plantas, o que
sugere a necessidade de se avaliar os híbridos em mais locais e por uma série de anos para
se atingir inferências mais acuradas em termos de recomendação, em processo contínuo
de seleção.
52
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS
BARKER, D.J., SULLIVAN, C.Y., e MOSER, L.E. Water deficit effects on osmotic potential,
cell wall elasticity, and proline in five forage grasses. Agronomy Journal v.85, p. 270–275,
1993
BOXTON, D. R., MERTENS, D. R. e MOORE, K. J. Forage quality for ruminants: Plant and
animal considerations. The professional Animal Scientist. V. 11, p. 121-131, 1995.
BUNTING, E. S. The question of grain contente and forage qualiry in maize: comparisons
between isogenic fertile and sterile plants. Journal Agriculture Science. v. 85, p. 455-463,
1975.
BUXTON, D.R. e CASLER, M. D., 1993. Environmental and genetic effects on cell wall
composition and digestibility. In: H.G. Jung et al. (Editors), Forage cell wall structure and
digestibility. American Society of Agronomy, Madison, WI, pp. 685-714.
BUXTON, D.R., FALES, S.L. 1994. Plant environment and quality. In: FAHEY JR., G.C.
(Ed.). Forage quality, evaluation and utilization. Madison: American Society of Agronomy.
p.155-199.
CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I. A.; ALVARENGA, R. C.; GONTIJO NETO, M. M.;
VIANA, J. H. M.; OLIVEIRA, M. F. de; SANTANA, D. P. Manejo da cultura do milho. Sete
Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2006. 12 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular técnica, 87).
DEINUM, B. e STRUIK, P. C. Genetic variation in digestibility of forage maize (Zea mays L.)
and its estimation by near infrared reflectance spectroscopy (NIRS). An analysis. Euphytica.
v. 42, p. 89-98, 1989.
FAIREY, N. A. Hybrid maturity and the relative importance of grain and stover for the
assessment of the forage potencial of maize genotypes grown in marginal and non-marginal
envaironments. Canadian Journal Plant Science. v. 60, p. 539-545, 1980.
FERRARI, S. e CRIBARI-NETO. Beta regression for modelling rates and proportions. Journal
of Applied Statistics. v. 31, 799-815, 2004.
HATTENDORF, M. J., CARLSON, R. E., HALIM, R.A., e BUXTON, D. R. Crop water stress
index and yield of water-deficit-stressed alfalfa. Agronomy Journal. v. 80 p. 871–875, 1988.
56
HUNT, C. W., KEZAR, W., HINMAN, D. D., COMBS, J. J., LOESCHE, J. A. e MOEN, T.
Effects of hybrid and ensiling with and without a microbial inoculant on the nutritional
characteristics of whole-plant corn. Journal Animal Science. v. 71, p. 38-43, 1993.
HUNTER, R. B. Selection and evaluation procedures for whole-plant corn silage. Canadian
Journal Plant Science. v. 58, p. 661-678, 1978.
JUNG, H. J. G. Forage digestibility: The intersection of cell wall lignification and plant tissue
anatomy. In: 23° Annual Florida Ruminant Nutrition Symposium, Gainesville. P. 162-173,
2012.
KOTTEK, M.; GRIESER, J.; BECK, C.; RUDOLF, B.; RUBEL, F. World Map of the
LEASK, W.C. e DAYNARD, T. B. Dry matter yield, in vitro digestibility, percent protein, and
moisture of corn stover following grain maturity. Canadian Journal Plant Science. v. 53, 515-
522, 1973.
MILLNER, J. P., VILLAVER, R. e HARDACRE, A. K. The yield and nutritive value of maize
hybrids grown for silage. New Zeland Journal of Agricultural Research. v. 48, p. 101-108,
2005.
MORRIS C.F. Puroindolines: the molecular genetic basis of wheat grain hardness. Plant
Molecular Biology, v. 48, p.633-647, 2002.
O’LEARY, M. J. e REHM, G. W. Nitrogen and sulfur effects on the production of corn grown
for grain and silage. Journal Production Agricultural. v. 3, p.135-140, 1990.
SNIFFEN, C. J., O’CONNOR, J. D., VAN SOEST, P. J., FOX, D. G. e RUSSEL, J. B. A net
carbohydrate and protein system for evaluating catttle diets: II. Carbohydrate and protein
availability. Journal Animal Science. v. 70, p. 3562-3577, 1992.
THIEX, N. J.; ANDERSON, S.; GILDEMEISTER, B. Crude fat, hexanes extraction, in feed,
cereal grain, and forage (Randall/Soxtec/Submersion Method): Collaborative study. Journal of
AOAC International, v. 86, p. 899-908, 2003.
THIEX, N. J.; MANSON, H.; ANDERSON, S.; PERSSON, J.-Á. Determination of crude
protein in animal feed, forage, grain, and oilseeds by using block digestion with a copper
catalyst and steam distillation into boric acid: Collaborative study. Journal of AOAC
International, v. 85, p. 309-317, 2002.
VAN SOEST, P.J. Development of a comprehensive system of feed analysis and its application
to forages. Journal of Animal Science. v.26, p.119-128, 1967
VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. Ithaca. Cornell University
Press, 1994, 476 p.
VONESH, E. F. 2012. Generalized linear and nonlinear models for correlated data: theory and
applications using SAS®. SAS Institute Inc., Cary.
WOODY, H. D., FOX, D. G. e BLACK, J. R. Predicting energy value of corn silage varying in
grain content. Journal Animal Science. v. 57, p. 710-716, 1983.