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Goiânia
2011
ii
Área de Concentração:
Produção Animal
Linha de Pesquisa:
Metabolismo nuitricional,
Alimentação e forragicultura na produção animal.
Orientador:
Prof. Dr. Juliano José de Resende Fernandes – UFG
Comitê de orientação:
Prof. Dr. Milton Luiz Moreira Lima – UFG
Dr. Rafael Canonenco de Araujo - GRASP
Goiânia
2011
iii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
2 CONSUMO DE MATÉRIA SECA ............................................................................................. 3
3 CONCEITOS E CARACTERIZAÇÃO DE CARBOIDRATOS .............................................. 6
3.1 Carboidratos não-estruturais .............................................................................................. 8
3.2 Carboidratos estruturais..................................................................................................... 10
3.3 Principais métodos analíticos para determinação de fibra ....................................... 12
3.3.1Fibra bruta (FB) ................................................................................................................... 12
3.3.2 Fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) ................................................................ 12
3.3.3 Fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) .............................................................. 13
4 FIBRA: CARACTERÍSTICA QUÍMICA vs CARACTERÍSTICA FÍSICA.......................... 15
4.1 Efetividade da fibra .............................................................................................................. 16
4.2 Avaliação da efetividade da fibra nos alimentos ........................................................ 18
4.2.1 Avaliações biológicas para efetividade da fibra ....................................................... 18
4.2.2 Avaliações laboratoriais para efetividade da fibra ................................................... 28
5 EXIGÊNCIAS DE FIBRA EFETIVA ........................................................................................ 32
5.1 Recomendações de FDN .................................................................................................... 34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 40
1 INTRODUÇÃO
não pode ser considerada como uma medida acurada de fibra, pois pode conter
pectina, uma fonte de carboidrato de alta digestibilidade que exerce efeito limitado
como fonte de fibra (MERTENS, 1997).
Em termos nutricionais, a classificação dos carboidratos em fibrosos (CF) e
não fibrosos (CNF) parece mais apropriada porque é dependente de
características nutricionais do animal e não necessariamente de funções
exercidas na planta. Nesta classificação, os CNF representam as frações
degradadas mais rapidamente e incluem amido, açúcares e pectina. Já os CF,
principalmente a celulose e a hemicelulose, ocupam espaço no TGI e exigem
mastigação, ruminação e degradação microbiana para redução do tamanho de
partículas, fermentação, liberação de nutrientes e passagem pelo TGI
(MERTENS, 1997).
De acordo com NUSSIO et al. (2006), vários são os fatores que afetam
a concentração de fibra das rações de vacas em lactação, como o teor e o tipo de
carboidrato (estruturais e não estruturais), o tamanho de partícula e a
porcentagem de fibra proveniente de forragem, a forma de fornecimento da ração
(componentes separados ou ração total) e a quantidade e freqüência de
fornecimento de concentrados. Com base nestas informações, os diferentes
sistemas, como o NRC (2001), têm proposto teores mínimos desta fração na dieta
de animais ruminantes, visando o cumprimento das exigências dos animais, com
o menor prejuízo no desempenho.
FIGURA 2. Ilustração das relações existentes entre FDN, eFDN (fibra efetiva) e peFDN (fibra
fisicamente efetiva). (MERTENS, 2001 citado por BIANCHINI et al., 2007).
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de MS ou FDN ingeridos por vacas secas. Portanto, esta teoria diz que a variação
da atividade mastigatória está em função do teor de FDN da ração, conferindo
assim as seguintes equações:
Mastigação (min)/kg de MS = -91,1 + 3,10 [%FDN] (r2 = 0,95)
Mastigação (min)/kg de FDN = 1,5 + 2,37 [%FDN] (r2 = 0,88)
É importante ressaltar que vários destes teores de FDN citados nas tabelas
anteriores são calculados a partir de equações com base no teor de fibra bruta ou
fibra detergente ácido. MERTENS (1997) destaca que alguns dados de FDN
podem estar superestimados pelo fato de que na época em que foram realizados,
o uso de α-amilase ainda não era difundido. Todos estes fatores podem ser
considerados como fontes de variabilidade para as equações realizadas.
Após o estabelecimento de um tempo médio de mastigação e considerar o
grau de moagem como um fato relevante, o que precisava ser estabelecido era
um padrão da forma física do alimento baseado no tamanho da partícula. Assim,
vários trabalhos foram avaliados, e as especificações distribuídas como sendo a
média observada de cada fonte.
21
FIGURA 3. Relação entre tempo de atividade mastigatória predito, através do uso dos valores
padronizados de fibra detergente neutro fisicamente efetiva (peFDN), comparados com os valores
observados. (quanto mais próximos os valores estão da linha central, mais o predito aproxima-se
do observado). Adaptado de MERTENS(1997).
TABELA 5 -dos
Composição química e distribuição de partículas por tamanhos
volumosos,
Composição Silagem de milho Cana-de-açúcar Cana-de-açúcar + Feno de Alfafa
NaOH
MS, % 28,2 31,7 36,7 91,7
MO, % MS 93,8 95,0 93,2 88,9
MM, % MS 6,2 5,0 6,8 11,1
FDA, % MS 23,9 32,2 33,6 25,9
FDN, % MS 44,5 57,1 58,9 38,5
Lignina, % MS 2,0 4,6 4,5 6,0
Lignina, % FDN 5,2 8,9 8,2 17,0
CNF, % MS 37,5 35,0 31,1 26,0
FDNI, % MS1 16,0 31,7 26,4 19,4
FDAI, % MS 8,4 18,6 14,3 12,7
FDNpd, % FDN2 64,0 44,5 55,2 49,7
a
Fatores efetivamente físicos padronizados baseados na atividade de mastigação
b
Foi feita uma movimentação vertical para separação das partículas.
Fonte: Adaptado de MERTENS (1997).
Segundo NUSSIO et al, (2011) uma nova versão do PSPS (Kononoff et al.
2003) é construída a partir de 3 peneiras com aberturas de 19, 8 e 1,18 m e uma
bacia sólida no fundo, permitindo a estimativa da peFDN>1,18 conforme a
metodologia de Mertens (1997). De acordo com Zebeli et al. (2006) a quantidade
de peFDN em uma dieta foi maior quando estimada como peFDN>1,18 do que
quando estimada como peFDN>8. Isto ocorre porque peFDN>1,18 contém um
maior pool de partículas retidas nas peneiras menores (e.g. partículas maiores do
que 1,18 mm e menores do que 8 mm). Resultados de pesquisas (Kononoff et al.,
2003) mostraram que a proporção deste pool pode variar de 30 a 50% na dieta
completa. Beauchemin et al. (2003) reportaram uma peFDN 50% maior na dieta
completa quando estimada como peFDN>1,18 comparada com peFDN>8, já que
esta não considera partículas menores que 8 mm ou concentrados floculados,
diferentemente da peFDN>1,18.
Em adição a avaliação da efetividade física da fibra (peFDN), os métodos
laboratoriais utilizados para avaliar a efetividade da fibra (eFDN), incluem
os seguintes fatores: 1) capacidade intrínseca de tamponamento ou capacidade
de neutralização; 2) habilidade de abaixamento do pH; 3) tipo e padrão dos
produtos finais que serão proporcionados para absorção; 4) taxa e extensão da
fermentação associada a compostos de baixa ou alta fermentabilidade. Como a
principal diferença entre o peFDN e o eFDN em forragens é o tamanho de
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partícula e não a composição química, fica evidente a alta correlação entre essas
duas avaliações, e uma simples equação de regressão é suficiente para
predizer eFDN a partir de peFDN. Uma exceção a esta colocação se faz
necessário quando tratamos de leguminosas (devido seu alto poder tampão) e
fontes de fibra originadas de não forragens e subprodutos. Um fator que deve ser
associado é a quantidade de gordura presente na dieta e a proporção
acetato:propionato após a fermentação, pois estes também são fatores que
podem alterar a porcentagem de gordura no leite (SWAIN E ARMENTANO,1994).
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NRC (2001) concluiu que o valor médio de efetividade de fontes de FDN não
forragem era em torno de 50% daquela apresentada de fontes oriundas de
forragem. Com base nestes estudos, para cada decréscimo em uma unidade
percentual de FDN de forragem (como porcentagem da MS) abaixo de 19%, a
concentração de FDN total na dieta recomendado aumenta 2 unidades
percentuais e a concentração de CNF máxima reduz uma unidade percentual,
conforme mostra a TABELA 9.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
14. LINN, J.; KUEHN, C. The effects od forage quality on performance and
cost of feeding lactating dairy cows. Western Canadian Dairy Seminar,
Alberta, Canada, 1997.
16. MERTENS, D.R. Creating a system for meeting the fiber requirements of
dairy cows. Journal of Dairy Science, Champaing v.80, p.1463– 1481,
1997.
23. ROBERTSON, J.B.; VAN SOEST, P.J. The detergent system analysis and
its application to human foods. In: THE ANALYSIS OF DIETARY FIBER IN
FOOD (JAMES, W.P.T.; THEANDER, O. ed.). Marcel Dekke Inc. New York,
p.123, 1981.
25. TAMMINGA, S.; HOF, G. Feeding Systems for Dairy Cows. In:
THEODOROU & FRANCE (ed.) Feeding Systems and Evaluation
Models, Cabi, UK, p.109-127,2000.
26. VAN SOEST, P.J., WINE, R.H., Use of detergents in the analysis of fibrous
feeds. IV. Determination of plants cell-wall constituents. Journal
Association Official Analytical Chemistry International, v.50, p.50-55,
1967.
30. ZEBELI, Q.; DIJKSTRA, J.; TAFAJ, M.; STEINGASS H.; AMETAJ, B. N.;
DROCHNER, W. Modeling the Adequacy of Dietary Fiber in Dairy Cows
Based on the Responses of Ruminal pH and Milk Fat Production to
Composition of the Diet. Journal of Dairy Science Champaing, v.91,
p.2046–2066, 2008.