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Ministério da Saúde
9 79 8 5 3 3 4 1 2 5 1 3
Documento Base de
www.saude.gov.br/svs
www.saude.gov.br/bvs
Brasília -DF
Documento Base de
Construção e Revisão da
Portaria GM-MS nº 36/1990
© 2007 Ministério da Saúde
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que
não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual do Ministério da
Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página: http://www.
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Produção editorial
Revisão/copidescagem: Napoleão Marcos de Aquino
Projeto gráfico: Fabiano Camilo, Sabrina Lopes, Grau Design Gráfico
Diagramação: Sabrina Lopes
Ficha catalográfica
ISBN 85-334-1251-7
NLM WA 675
Documento Base de
Construção e Revisão da
Portaria GM-MS nº 36/1990
Estabelece os procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da qualidade
da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade, e dá outras providências
Brasília/DF • 2007
Equipe de Elaboração
Coordenação
Nível gestor: Mauro Ricardo Machado da Costa – Funasa; Jarbas Barbosa da Silva Jr.
– SVS/MS; Albertino Alexandre Maciel Filho – CGVAM.
Coordenação técnica: Silvano Silvério da Costa e Miguel C. Leite – Funasa; Jacira Azevedo
Cancio – Opas/Representação Brasil; Rafael K. X. Bastos – Universidade Federal de Viçosa.
Autores
Rafael K. X. Bastos – professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa; Leo Heller
– professor e pesquisador do Desa/UFMG; Denise M. E. Formaggia – engenheira sanita-
rista da SES/SP; Petra Sanchez – professora e pesquisadora da Universidade Presbiteriana
Mackenzie; Leiliane C. Amorim – professora e pesquisadora da Faculdade de Farmácia da
UFMG; Paula Dias Bevilacqua – professora e pesquisadora da Universidade Federal de Vi-
çosa; Sandra M. F. O. Azevedo – professora e pesquisadora da UFRJ; Cristina C. S. Brandão
– professora e pesquisadora da UnB.
Equipe técnica
Adriana Rodrigues Cabral, Cícero Góes Júnior, Isaías da Silva Pereira, Jazielli Carvalho Sá,
Maria Auxiliadora de Sá Magalhães, Maria de Lourdes Fernandes Neto, Mariely Helena
Barbosa Daniel, Nolan Ribeiro Bezerra, Sebastiana Aparecida da Silva, Vilma Ramos Feitosa
– CGVAM/SVS/MS.
Revisão
Adriana Cabral, Mariely Daniel, Jazielli Carvalho Sá.
Sumário
Apresentação 7
Apêndices
Apêndice A 31
Documento base preparado pelo grupo de consultores e apresentado
na oficina nacional e internacional realizada no período de 18 a 20
de setembro de 2000
Apêndice B 45
Avaliação da oficina nacional e internacional sobre a revisão da
Portaria GM-MS no 36/1990
Apêndice C 49
Proposta de portaria com a incorporação das contribuições da oficina
nacional e internacional, publicada no Diário Oficial da União em
13/10/ 2000 e disponibilizada na Internet para consulta pública sob
o nº 1/2000
Apêndice D 68
Proposta de portaria com a incorporação das contribuições
da Consulta Pública nº 1/2000
Apêndice E 88
Proposta de portaria com a incorporação das contribuições da
oficina final (versão 12/12/2000)
Apresentação
Alcance e público-alvo
Torna-se preciso definir, de forma mais clara, a quem se destina o cumprimento da por-
taria, principalmente no que diz respeito ao controle da qualidade da água distribuída.
Padrão de potabilidade
Necessidade de revisão/atualização
do padrão microbiológico
Planos de amostragem
Em maio de 2000, a Fundação Nacional de Saúde, por meio de sua Coordenação de Vigi-
lância Ambiental/Cenepi, promoveu uma oficina de trabalho sobre a revisão da Portaria
nº 36/1990, reunindo representantes da própria Funasa, de universidades, das secretaria
estaduais de saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde. Na ocasião, resgatado o
Nacionais
Aesbe, Abes, Assemae, Lacen, UnB, Copasa, Funasa, Eesc/USP, Saneago, Itep, SES/BA,
UFRJ e Opas.
Internacionais
Dr. Ian R. Falconer, da University of Adelaide, Austrália, e dr. Waine W. Carmichael, da
Wright State University, Dayton/Ohaio, EUA.
Ao final, o grupo elaborou uma proposta, consensual, sobre os valores máximos
permissíveis de cianotoxinas na água e outras recomendações para a incorporação da
qualidade da água na proposta de portaria.
Nacionais
Aesbe, Abes, Assemae, Lacen, UnB, Saneago, Sabesp, Funasa/MS, Eesc/Usp, Saneago,
Itep, SES/PR, SES/SP, SES/PE, UFRJ, UFMG, UFBA, UFV, Fiocruz, CRA, Ibama e Opas.
Internacionais
Dr. Felipe Solsona, do Cepis/Opas-OMS, Lima-Peru, e dra. Hend Galal Gorchev, da US
EPA, Washington, DC.
Foram conformados diversos grupos de trabalho que, ao final, apresentaram suas
propostas.
A avaliação do evento é apresentada no Apêndice B. O Apêndice C traz a proposta
resultante da contribuição da oficina de trabalho publicada no Diário Oficial da União
em 13/10/2000 e disponibilizada na Internet como consulta pública nº 1/2000.
Oficinas macrorregionais
Das oficinas participaram aproximadamente 365 profissionais das diversas áreas re-
lacionadas com a qualidade da água para consumo humano no país.
Consulta pública
Goiás, Distrito
CRQ 1
Federal, Tocantins
Total 59
Oficina final
Quadro 2 – continuação
Quadro 2 – continuação
• Introduz a necessidade da
avaliação sistemática do sistema
de abastecimento de água, sob a
perspectiva da avaliação e geren-
ciamento de riscos à saúde
• Explicita responsabilidades,
funções e competências do res-
ponsável pelo abastecimento
Escherichia coli
ou coliformes Ausência em 100ml Coliformes fecais: ausência em 100ml
termotolerantes3
Escherichia coli
ou coliformes Ausência em 100ml Coliformes fecais: ausência em 100ml
termotolerantes3
Quadro 5 – continuação
VMP1 da Portaria
Parâmetro Unidade Portaria GM-MS nº 36/1990
proposta
Metolacloro µg/l 10
Metoxicloro µg/l 20 30
Molinato µg/l 6
Pendimetalina µg/l 20
Pentaclorofenol µg/l 9 10
Permetrina µg/l 20
Propanil µg/l 20
Simazina µg/l 2
Trifluralina µg/l 20
Cianotoxinas
Microcistinas 3
µg/l 1,0
Monocloramina mg/l 3
2
Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar a legislação específica vigente
relativa à fluoretação da água, devendo, em qualquer caso, ser respeitado o VMP desta tabela.
3
É aceitável a concentração de até 10 µg/l de microcistinas em até três amostras, consecutivas ou não, nas análi-
ses realizadas nos últimos 12 meses.
Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.
4
Turbidez UT4 5
Zinco mg/l 5
Superficial 1
CRL1 Conforme item 19.3
Subterrâneo 1
1
Cianotoxinas Superficial (Conforme - - -
item 19.5)
Superficial 1 12 42 42
Trialometanos
Subterrâneo - 12 12 12
Demais Superficial ou
1 14 14 14
parâmetros3 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no siste-
2
ma de distribuição.
3
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de
causas de radiação natural ou artificial.
4
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
A cada duas
Superficial
CRL1 horas Conforme item 19.3
Subterrâneo Diária
Semanal
Cianotoxinas Superficial (conforme - - -
item 19.5)
Demais Superficial ou
Semestral Semestral3 Semestral3 Semestral3
parâmetros2 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de
causas de radiação natural ou artificial.
3
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
< 5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. >250.000 hab.
Na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, duas amostra semanais, recomendan-
do-se a coleta de, pelo menos, quatro amostras semanais.
Superficial ou
CRL2, 3 1 1 Diária
subterrâneo
Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, três pontos de consumo de água.
1
2
Para veículos transportadores de água para consumo humano, deve ser realizada uma análise de CRL em cada
carga e uma análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, pH e coliformes totais com freqüência mensal,
ou outra amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.
Cloro residual livre.
3
1200
1000
Número de amostras/mês
800
600
400
200
0
<5.000 20.000 100.000 500.000 2.000.000 10.000.000
População abastecida
1200
1000
800
Número de amostras/mês
600
400
200
0
<5.000 10.000 20.000 50.000 100.000 250.000 500.000 1.000.000 2.000.000 5.000.000 10.000.000
População abastecida
APÊNDICE A
Das definições
Art. 1º. Para os efeitos da aplicação desta Portaria, são adotadas as seguintes definições:
I. Sistema coletivo de abastecimento de água para consumo humano: instalação
composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinados à produ-
ção e à distribuição canalizada, em vias públicas, de água potável a populações.
II. Solução alternativa para abastecimento de água para consumo humano: tec-
nologias e/ou atividades destinadas ao abastecimento de água potável a populações, dis-
tintas do sistema coletivo de abastecimento de água, incluindo, dentre outras soluções,
fontes, poços comunitários, chafarizes e distribuição por veículos transportadores.
III. Água potável: aquela cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e ra-
diológicos atendam os padrões de potabilidade e cuja produção e distribuição estejam
em conformidade com os termos desta Portaria.
IV. Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades
exercidas de forma contínua, pelo responsável por sistema coletivo ou solução alterna-
tiva para abastecimento de água para consumo humano, com vistas a verificar que a
qualidade da água fornecida atende as normas de qualidade e os padrões de potabilida-
de estabelecidos nesta Portaria e não implica riscos à saúde dos consumidores.
V. Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações
adotadas pela autoridade de saúde pública competente, com o objetivo de verificar se a
água consumida pela população – individual ou coletivamente – atende as normas de
qualidade e os padrões estabelecidos nesta Portaria, bem como avaliar o risco que os
sistemas coletivos e as soluções alternativas para abastecimento de água representam
para a saúde humana.
Art. 3º. Cabe ao Ministério da Saúde e às autoridades de saúde pública dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios a fiscalização do cumprimento desta Portaria, nos
termos da legislação do Sistema Único de Saúde.
Art. 4º. Toda e qualquer água destinada ao consumo humano deve obedecer os pa-
drões de potabilidade estabelecidos nesta Portaria.
Art. 5º. O responsável por solução alternativa, quando couber, ou sistema coletivo
para abastecimento de água para consumo humano deve exercer o controle da qualida-
de da água para consumo humano, nos termos desta Portaria.
Art. 6º. Toda e qualquer água destinada ao consumo humano está sujeita à vigilân-
cia da qualidade da água para consumo humano, nos termos desta Portaria.
Parágrafo único. Cabe às autoridades de saúde pública dos estados, Distrito Federal
e municípios exercer a vigilância da qualidade da água para consumo humano, de for-
ma harmônica entre si e com os responsáveis pelo controle da qualidade da água, nos
termos desta Portaria e respeitadas as competências definidas na legislação do Sistema
Único de Saúde.
Art. 7o. O consumidor tem direito ao acesso a todas as informações relativas à qua-
lidade da água consumida.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo controle e pela vigilância da qualidade da
água para consumo humano devem manter mecanismos para recebimento de infor-
mações dos consumidores sobre características da água para consumo, tomando as
providências devidas, sempre que cabíveis.
II. Manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de:
i) controle operacional das unidades de captação, transporte, tratamento, reser-
vação e distribuição;
ii) controle dos insumos utilizados no tratamento da água;
iii) capacitação e atualização técnica dos profissionais encarregados da operação e
controle do sistema;
iv) análises laboratoriais da água, em amostras retiradas das diversas partes que
compõem o sistema de abastecimento, nos termos desta Portaria.
III. Encaminhar à autoridade de saúde pública competente, para fins de comprova-
ção do atendimento a esta Portaria, relatórios mensais com informações sobre o con-
trole da qualidade da água.
IV. Comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública competente e infor-
mar, adequadamente, a população quando da detecção de qualquer anomalia opera-
cional no sistema de tratamento e/ou na qualidade da água tratada, identificada como
de risco à saúde.
V. Zelar pela proteção do manancial abastecedor e de sua bacia contribuinte e efe-
tuar controle das características das suas águas, nos termos do art. 17o desta Portaria,
notificando à autoridade de saúde pública sempre que esta se apresentar em desacordo
com os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme defini-
do na legislação específica vigente.
VI. Disponibilizar informações aos consumidores sobre a qualidade da água dis-
tribuída.
Art. 11. A água potável deve estar em conformidade com os padrões microbiológi-
cos expressos na Tabela 1.
§ 1º. Para os efeitos da aplicação deste artigo, são adotadas as seguintes definições:
I. Coliformes totais (bactérias do grupo coliforme): bacilos gram-negativos, ana-
eróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos que fermentam
a lactose com produção de ácido e gás a 35oC, em 24-48 horas, possuem a enzima
β-galactosidase;
II. Coliformes termotolerantes: bactérias do grupo coliforme que apresentam as
características do grupo, porém à temperatura de incubação de 44,5oC mais ou menos
0,2 por 24 horas;
III. Contagem de bactérias heterotróficas: contagem de unidades formadoras de
colônias (UFC), obtida por semeadura, em placa (ágar padrão) à temperatura de incu-
bação de 35oC mais ou menos 0,5 por 48 horas.
§ 2º. Quando forem detectadas amostras positivas para coliformes totais, mesmo em
ensaios presuntivos, novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente suces-
sivos até que duas amostras consecutivas revelem qualidade satisfatória. Nos sistemas
de distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas, sendo
uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante da amostra
originalmente positiva.
§ 3º. Amostras positivas para coliformes totais devem ser analisadas para coliformes
termotolerantes (ensaio confirmativo) e/ou Escherichia coli.
§ 4º. O percentual de amostras positivas de coliformes totais nos sistemas de distri-
buição deve ser calculado mensalmente, com base no total de amostras coletadas nos
últimos 12 (doze) meses, incluindo as amostras extras (recoleta)1.
§ 5º. Recomenda-se que em 20% das amostras analisadas seja efetuada a contagem
de bactérias heterotróficas, que não devem exceder a quinhentas unidades formadoras
de colônia (UFC) por ml. Se ocorrer número superior ao recomendado, devem ser
providenciadas a imediata recoleta e inspeção local. Confirmada e/ou constatada irre-
gularidade, devem ser tomadas providências para sua correção.
§ 6º. Recomenda-se que as análises microbiológicas incluam testes de isolamento
de organismos patogênicos, com o objetivo de se cumprir, como meta, um padrão de
ausência de vírus, Giardia lamblia e Cryptosporidium sp.
§ 7º. Os padrões microbiológicos de potabilidade da água devem ser verificados em
consonância com o atendimento dos padrões de turbidez expressos na Tabela 2. O
atendimento dos padrões de turbidez deve ser verificado, mensalmente, com base no
total de amostras coletadas diariamente, após a filtração ou pré-desinfecção, no míni-
mo a cada quatro horas para filtração rápida.
§ 8º. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre
de 0,5 mg/l.
Art. 12. A água potável deve estar em conformidade com os padrões de substâncias
químicas de importância para a saúde expressos na Tabela 3.
1
Persistem abordagens distintas sobre o procedimento mais coerente de cálculo do percentual de amostras positi-
vas: se um resultado negativo na recoleta anularia ou não o resultado originalmente positivo; se as amostras extras
(recoleta), com os respectivos resultados, seriam computadas no total de amostras coletadas. Neste sentido, uma
proposta alternativa de redação seria: amostras (indicativas) positivas para coliformes totais não devem ser com-
putadas para fins de cálculo da porcentagem de tolerância permitida, quando na amostragem consecutiva (após
24h) todas as amostras examinadas (3 ou mais) apresentarem resultados negativos. Este critério não se aplica para
sistemas que apresentem freqüentes amostras indicativas positivas para coliformes totais. A vigilância sanitária
deve ser imediatamente avisada para investigação e medidas cabíveis.
Art. 13. A água potável deve estar em conformidade com os padrões radiológicos
expressos na Tabela 4.
Art. 14. A água potável deve estar em conformidade com os padrões de aceitação de
consumo expressos na Tabela 5.
Turbidez UT 3
5
Zinco mg/l 5
Art. 15. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, quí-
micos, microbiológicos e radiológicos devem atender às especificações das normas
nacionais que disciplinem a matéria ou, na falta destas, da edição mais recente da pu-
blicação Standard methods for the examination of water and wastewater, de autoria das
instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works As-
sociation (AWWA) e Water Environment Federation (WEF).
Parágrafo único. As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da quali-
dade da água podem ser realizadas em laboratório próprio ou não que, em qualquer
caso, deve manter programa de controle de qualidade interna ou externa ou ainda ser
acreditado por programas de gestão e garantia da qualidade ou pelo Inmetro.
Cor
1 para cada 40 + (1 para
Turbidez Superficial 10 10
5.000 hab. cada 25.000 hab.)
pH
Odor
1 para cada 20 + (1 para
Sabor Subterrâneo 1 5
10.000 hab. cada 50.000 hab.)
CRL 1
Flúor
Ferro Superficial ou 1 para cada 20 + (1 para
1 5
Alumínio subterrâneo 10.000 hab. cada 50.000 hab.)
Trialometanos
Demais Superficial ou
1 13 13 13
parâmetros2 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radiológicos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
Análise obrigatória na rede de distribuição caso o parâmetro tenha sido detectado na saída do tratamento e/ou no
3
manancial, com exceção de substâncias que possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.
Cor
Turbidez
pH
Odor Diária Mensal Mensal Mensal
Sabor
CRL1
Flúor
Ferro
Alumínio Mensal Semestral Semestral Semestral
Trialometanos
Demais
Semestral Semestral3 Semestral3 Semestral3
parâmetros2
1
Cloro residual livre
2
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radiológicos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
Análise obrigatória na rede de distribuição caso o parâmetro tenha sido detectado na saída do tratamento e/ou no
3
manancial, com exceção de substâncias que possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.
<5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 500.000 hab. >500.000 hab.
Bactérias
20% das amostras
heterotróficas
Superficial 1 Trimestral
Turbidez, cor e pH
ou subterrâneo 1 Semestral
Superficial
CRL2 1 Semanal
ou subterrâneo
Superficial 1 Mensal
Coliformes
ou subterrâneo 1 Trimestral
1
Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, três pontos de consumo de água.
2
Cloro residual livre.
Art. 17. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água para consumo huma-
no de sistemas coletivos supridos por manancial superficial devem coletar amostras
semestrais da água bruta, junto ao ponto de captação, para análise de acordo com os
parâmetros exigidos na legislação vigente de classificação e enquadramento de águas
superficiais.
Art. 20. Toda água fornecida coletivamente para consumo humano deve ser subme-
tida a processo de desinfecção, concebido e operado de forma a garantir o atendimento
dos padrões microbiológicos desta Portaria.
Art. 21. Todo sistema de abastecimento de água suprido por manancial superficial
deve incluir tratamento por filtração.
§ 1º. Caso esta situação não seja observada, fica o serviço de abastecimento de água
obrigado a notificar à autoridade de saúde pública, identificando períodos e locais de
ocorrência de pressão inferior à atmosférica.
§ 2º. Excepcionalmente, caso o serviço de abastecimento de água necessite realizar
programa de manobras na rede de distribuição, que possa implicar em submeter tre-
chos à pressão inferior à atmosférica, este deve ser previamente comunicado à autori-
dade de saúde pública.
Art. 23. É obrigatória a manutenção de um teor mínimo de 0,2 mg/l de cloro residu-
al livre em qualquer ponto da rede de distribuição.
Art. 24. O responsável por fornecimento de água para consumo humano por meio
de veículos, cujo uso deve ser obrigatoriamente exclusivo para este fim, é obrigado a
manter registros com dados sobre o fornecedor e/ou a fonte de água e as análises de
controle da qualidade da água e a data de sua realização.
Parágrafo único. A água fornecida para consumo humano por meio de veículos de-
verá conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/l.
Art. 26. O responsável por sistema coletivo ou solução alternativa para abasteci-
mento de água pode solicitar, à autoridade de saúde pública competente, a dispensa da
realização de determinadas análises laboratoriais e/ou alteração na freqüência mínima
de amostragem.
Parágrafo único. Após avaliação criteriosa, fundamentada em inspeções sanitárias
e em histórico do controle e da vigilância da qualidade da água, a autoridade de saúde
pública pode deferir a solicitação, mediante emissão de documento específico.
Art. 29. O Ministério da Saúde promoverá a revisão desta Portaria em cinco anos ou
a qualquer tempo, mediante solicitação justificada dos órgãos de saúde ou de institui-
ções de pesquisa de reconhecida confiabilidade.
Art. 30. Dentro de dois anos, a contar da publicação desta Portaria, serão obrigato-
riamente observados em todo o território nacional as normas de qualidade da água e
os padrões de potabilidade da água nela estabelecidos.
§ 1º. Os estados, o Distrito Federal e os municípios, desde que devidamente capacita-
dos, poderão adotar, antes do prazo definido neste artigo, o estabelecido nesta Portaria.
§ 2º. Exclui-se da exigência deste artigo a obrigação expressa no artigo 19, que deve-
rá ser obedecida dentro de cinco anos a contar da publicação desta Portaria.
APÊNDICE B
Avaliação da oficina
Item Ótimo (%) Bom (%) Regular (%) Insuficiente (%)
Auto-avaliação
Item Sim (%) Não (%) Em parte (%)
Conclusão
Item Ótimo (%) Bom (%) Regular (%)
Críticas
a) Alguns dos participantes gostariam de ter recebido o material com antecedência,
pois acham que assim teriam possibilidade de contribuir mais para a discussão da
proposta;
b) O convite para participação no evento foi feito com poucos dias de antecedência;
c) Alguns acharam o tempo de discussão da proposta insuficiente;
Elogios
a) Acharam importante a presença de consultores internacionais;
b) A excelente condução dos trabalhos por parte dos coordenadores do grupo;
c) À Opas/Funasa, coordenadores e consultores pelo profissionalismo e alto nível das
discussões;
d) À organização, às instalações e ao serviço de apoio;
e) À metodologia empregada;
f) À participação conjunta dos técnicos das áreas de saneamento e saúde.
Sugestões
a) Aumentar o tempo para discussões;
b) Envio do material com antecedência, para que seja lido antes dos trabalhos de
discussão;
c) Divisão de equipes com profissionais ligados ao assunto;
d) Utilizar a mesma metodologia nos próximos eventos;
e) Maior participação de técnicos das SES;
f) Que em outros eventos onde sejam discutidas propostas de revisão de leis, normas
e resoluções os estados continuem a participar;
g) Convidar ONGs, pequenos municípios, órgãos ambientais e recursos hídricos para
as oficinas macrorregionais;
h) Prolongar os prazos para que haja maior participação das instituições;
i) Apresentar dados epidemiológicos das doenças de veiculação hídrica para os
participantes.
Auto-avaliação
Item Sim (%) Não (%) Em parte (%)
Conclusão
Item Ótimo (%) Bom (%) Regular (%)
Críticas
a) Alguns dos participantes gostariam de ter recebido o material com antecedência,
pois acham que assim teriam possibilidade de contribuir mais para a discussão da
proposta;
b) O convite para participação no evento foi feito com poucos dias de antecedência;
c) Alguns acharam o tempo de discussão da proposta insuficiente;
d) Pouca participação de técnicos das empresas de saneamento.
Elogios
a) Acharam importante a presença de consultores internacionais;
b) A excelente condução dos trabalhos por parte dos coordenadores do grupo;
c) A oportunidade de participação com consultores e pesquisadores nacionais e in-
ternacionais;
Sugestões
a) Aumentar o tempo para discussões;
b) Envio do material com antecedência, para que seja lido antes dos trabalhos de
discussão;
c) Divisão de equipes com profissionais ligados ao assunto;
d) Utilizar a mesma metodologia nos próximos eventos;
e) Maior participação de técnicos das SES;
f) Que sejam consideradas as opiniões e sugestões dos técnicos com experiência na
área de saneamento;
g) Que em outros eventos onde sejam discutidas propostas de revisão de leis, normas
e resoluções os estados continuem a participar.
APÊNDICE C
O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º do
Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, resolve:
Art. 1º. Aprovar as normas e, na forma do Anexo a esta Portaria, o padrão de pota-
bilidade da água destinada ao consumo humano, a serem observados em todo o terri-
tório nacional.
Art. 3º. Toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de
potabilidade e está sujeita à vigilância da qualidade da água.
Art. 4º. Esta Portaria não se aplica às águas minerais naturais, potáveis de mesa,
águas purificadas adicionadas de sais, entre outras, cujos usos e padrões de qualidade
são estabelecidos em legislação específica.
Art. 5º. Para os fins a que se destina esta Portaria, são adotadas as seguintes definições:
I. Água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos,
físicos, químicos e radiológicos atendam ao padrão de potabilidade e não ofereçam
riscos à saúde.
II. Sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação composta
por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à dis-
tribuição canalizada de água potável a populações, sob a responsabilidade do poder
público, mesmo que administrada em regime de concessão.
Art. 6º. Cabe ao Ministério da Saúde e às autoridades de saúde pública dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, representadas pelas respectivas Secretarias de
Saúde ou órgãos equivalentes, fazer observar o fiel cumprimento desta Portaria, nos
termos do Sistema Único de Saúde – SUS.
Art. 8º. Cabe às autoridades de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios exercer a vigilância da qualidade da água para consumo humano, de forma
harmônica entre si e com os responsáveis pelo controle de qualidade da água, respeita-
das as competências definidas no SUS.
Art. 10. Ao responsável por sistema de abastecimento de água para consumo huma-
no incumbe:
Art. 11. São deveres e obrigações do responsável por solução alternativa de forneci-
mento de água para consumo humano:
I. Requerer, junto à autoridade de saúde pública, autorização para o fornecimento
de água para o consumo humano, apresentando laudo sobre a análise da água a ser
fornecida, incluindo os parâmetros de qualidade previstos nesta Portaria, definidos por
critério da referida autoridade.
II. Manter solução alternativa que forneça água potável à população consumidora
e, quando pertinente, que esteja em conformidade com as normas técnicas aplicáveis,
publicadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, e com outras nor-
mas e legislação pertinentes.
III. Manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de
análises laboratoriais, nos termos desta Portaria.
IV. Encaminhar à autoridade de saúde pública competente, para fins de compro-
vação do atendimento a esta Portaria, relatórios trimestrais com informações sobre o
controle da qualidade da água, segundo modelo estabelecido pela referida autoridade.
V. Comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública competente, e infor-
mar adequadamente, à população, a detecção de qualquer anomalia identificada como
de risco à saúde.
VI. Efetuar controle das características da água da fonte de abastecimento, nos ter-
mos do art. 20 desta Portaria, notificando a autoridade de saúde pública sempre que
houver indícios de risco à saúde ou essas características estiverem em desacordo com
os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme definido na
legislação específica vigente.
VII. Disponibilizar informações aos consumidores sobre a qualidade da água forne-
cida e adotar as medidas cabíveis relacionadas às queixas recebidas.
Art. 12. São deveres e obrigações da autoridade de saúde pública responsável pela
vigilância da qualidade da água para consumo humano:
I. Em relação às características da água nos mananciais, sistematizar e interpretar
os dados gerados pelo responsável por sistema ou solução alternativa ou pelo órgão
ambiental, sob a perspectiva da vulnerabilidade do abastecimento de água quanto aos
riscos à saúde da população.
II. Efetuar, sistemática e permanentemente, avaliação do risco à saúde humana de
cada sistema de abastecimento ou solução alternativa, por meio de informações sobre:
a) a ocupação da bacia contribuinte ao manancial e o histórico das características
de suas águas;
b) as características físicas dos sistemas e as práticas operacionais adotadas;
c) o histórico da qualidade da água produzida e distribuída;
d) a associação entre agravos à saúde, notificados e especialmente coletados, e situ-
ações de vulnerabilidade do sistema.
III. Estabelecer mecanismos de apoio e referência laboratorial por meio de uma
rede de laboratórios para suporte às ações de vigilância da qualidade da água para
consumo humano.
IV. Garantir à população informações sobre a qualidade da água para consumo hu-
mano e riscos à saúde associados.
V. Informar o responsável pelo fornecimento de água para consumo humano so-
bre anomalias detectadas, exigindo as providências para as correções que se fizerem
necessárias.
Art. 13. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico
expresso na Tabela 1 do Anexo desta Portaria.
§ 1º. Para os efeitos da aplicação deste artigo são adotadas as definições contidas no
art. 5º desta Portaria.
§ 2º. No controle da qualidade da água para consumo humano, quando forem de-
tectadas amostras positivas para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, no-
vas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem
qualidade satisfatória. Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo,
três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a
montante e a jusante da amostra originalmente positiva.
§ 3º. Amostras positivas para coliformes totais devem ser analisadas para coliformes
termotolerantes (ensaio confirmativo) e/ou Escherichia coli.
§ 4º. O percentual de amostras positivas de coliformes totais nos sistemas de distri-
buição deve ser calculado mensalmente, excluindo as amostras extras (recoleta).
§ 5º. O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoletas)
não anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amos-
tras positivas.
§ 6º. Nos sistemas de distribuição toleram-se, mensalmente, no máximo, 5% de
amostras positivas para coliformes totais desde que os resultados positivos não ocor-
ram em duas amostras consecutivas.
§ 7º. Recomenda-se que em 20% das amostras para análise de coliformes seja efetu-
ada a contagem de bactérias heterotróficas e que, uma vez excedidas de 500 unidades
formadoras de colônia (UFC) por ml, devem ser providenciadas a imediata recoleta,
inspeção local e outras providências cabíveis, se constatada irregularidade.
§ 8º. Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos pa-
togênicos, com o objetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência de vírus, Giar-
dia lamblia e Cryptosporidium sp.
§ 9º. A qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências relati-
vas aos indicadores microbiológicos, deve observar o padrão de turbidez expresso na
Tabela 2 do Anexo desta Portaria.
Art. 14. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual
livre de 0,5 mg/l, sendo obrigatória a manutenção de 0,2 mg/l em qualquer ponto da
rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a
8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.
Parágrafo único. Admite-se outra condição desde que fique demonstrada pelo respon-
sável pelo sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente.
Art. 15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias
químicas de importância para a saúde expresso na Tabela 3 do Anexo desta Portaria.
§ 1º. Para os efeitos da aplicação deste artigo, são adotadas as definições constantes
no art. 5º desta Portaria.
§ 2º. Recomenda-se que o teor de cloro residual em qualquer ponto do sistema de
abastecimento seja de 2,0 mg/l.
§ 3º. Recomenda-se que as análises para cianotoxinas incluam a determinação de
cilindrospermopsina e saxiotoxinas, observando, respectivamente, os valores limites
de 15,0 µg/l e 3,0 µg/l.
§ 4º. Recomenda-se realizar a determinação da atividade da enzima acetilcolines-
terase para os inseticidas organofosforados e carbamatos nas águas, com um limite
máximo de 30% de inibição enzimática.
Art. 16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão radiológico ex-
presso na Tabela 4 do Anexo desta Portaria.
Art. 17. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de
consumo expresso na Tabela 5 do Anexo desta Portaria.
Parágrafo único. Recomenda-se que, após a desinfecção, o pH da água seja mantido
na faixa de 6,0-9,5.
Art. 18. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, quí-
micos, microbiológicos e radiológicos devem atender às especificações das normas na-
cionais que disciplinem a matéria, das normas publicadas pela ISO (International Stan-
dartization Organization) ou da edição mais recente da publicação Standard Methods
for the Examination of Water and Wastewater, de autoria das instituições American
Art. 19. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água para consumo humano
de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água devem adotar os planos
mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 6, 7, 8 e 9 do Anexo desta Portaria.
§ 1º. A amostragem deve obedecer aos seguintes requisitos:
I. Distribuição uniforme das coletas ao longo do período.
II. Representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição (reservató-
rios e rede), combinando critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, enten-
didos como aqueles próximos a grande circulação de pessoas (terminais rodoviários,
terminais ferroviários, etc.) ou edifícios que alberguem grupos populacionais de risco
(hospitais, creches, asilos, etc.) e aqueles localizados em trechos vulneráveis do sistema
de distribuição (pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por mano-
bras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, etc.).
§ 2º. Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas deve ser efetuada
medição de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o agente de-
sinfetante não introduza cloro residual livre na água.
§ 3º. Sempre que o número de cianobactérias na água do manancial, no ponto de
captação, exceder 20.000 células/ml (2mm3/l de biovolume) será exigida a investigação
semanal de cianotoxinas na água na saída do tratamento, em que a análise de cianoto-
xinas poderá ser dispensada quando não houver comprovação de toxicidade aguda por
meio da realização de bioensaios em camundongos.
Art. 20. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água para consumo humano
de sistemas e de soluções alternativas de abastecimento supridos por manancial super-
ficial devem coletar amostras semestrais da água bruta, junto do ponto de captação,
para análise de acordo com os parâmetros exigidos na legislação vigente de classifica-
ção e enquadramento de águas superficiais.
§ 1o. O monitoramento de cianobactérias na água do manancial, no ponto de cap-
tação, deve obedecer a freqüência mensal quando o número de cianobactérias não ex-
ceder 10.000 células/ml (ou 1mm3/l de biovolume); e semanal, quando o número de
cianobactérias exceder esse valor.
§ 2o. Deve-se evitar o uso de algicidas para o controle do crescimento de cianobac-
térias ou qualquer intervenção no manancial que provoque a lise das células desses
microrganismos quando a densidade das cianobactérias exceder 20.000 células/ml (ou
2mm3/l de biovolume), sob pena de comprometimento da avaliação de riscos à saúde
associados às cianotoxinas.
Art. 22. O sistema de abastecimento de água para consumo humano deve designar
responsável técnico, profissionalmente habilitado.
Art. 23. Toda água fornecida coletivamente para consumo humano deve ser subme-
tida a processo de desinfecção, concebido e operado de forma a garantir o atendimento
ao padrão microbiológico desta Portaria.
Art. 24. Toda água para consumo humano suprida por manancial superficial e dis-
tribuída por meio de canalização deve incluir tratamento por filtração.
Art. 26. O responsável por fornecimento de água para consumo humano por meio
de veículos, cujo uso deve ser obrigatoriamente exclusivo para este fim, é obrigado a
manter registros com dados sobre o fornecedor e/ou sobre a fonte de água e com rela-
ção às análises de controle da qualidade da água e a data de sua realização.
Parágrafo único. A água fornecida para consumo humano por meio de veículos
deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/l.
Art. 27. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o responsável
por sistema ou solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano
e as autoridades de saúde pública devem estabelecer entendimentos para a elaboração
de um plano de ação e tomada das medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação à
população, sem prejuízo das providências imediatas para a correção da anormalidade.
Art. 31. O Ministério da Saúde promoverá a revisão desta Portaria em cinco anos ou
a qualquer tempo, mediante solicitação justificada dos órgãos de saúde ou de institui-
ções de pesquisa de reconhecida confiabilidade.
§ 1º. Até a entrada em vigor das normas e do padrão aprovados por esta Portaria, con-
tinuarão vigorando os estabelecidos na Portaria nº 36/MS, de 19 de janeiro de 1990.
§ 2º. Durante o prazo estabelecido no “caput” deste artigo, os estados, o Distrito Fe-
deral e os municípios deverão promover as medidas que, para fiel cumprimento desta
Portaria, se façam necessárias.
§ 3º. Excluem-se da exigência deste artigo a obrigação expressa no art. 24 e a obri-
gação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas que deverão ser obedecidas
dentro de três anos, a contar da publicação desta Portaria.
Art. 33. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo-
sições em contrário.
JOSÉ SERRA
1. Padrão de potabilidade
1.1. Microbiológico
As características microbiológicas da água para consumo humano e seus VMP estão
listados na Tabela 1.
Coliformes totais
Ausência em 100ml
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes3
Unidade de turbidez.
2
Inorgânicas
Cobre mg/l 2
Orgânicas
Benzeno µg/l 5
Diclorometano µg/l 20
Estireno µg/l 20
Tetracloroeteno µg/l 40
Triclorobenzenos µg/l 20
Tricloroeteno µg/l 70
Cianotoxinas (microcistinas)3
µg/l 1,0
Praguicidas
Atrazina µg/l 2
continua
2,4 D µg/l 30
Praguicidas
Endossulfan µg/l 20
Lindano µg/l 2
Metolacloro µg/l 10
Metoxicloro µg/l 20
Molinato µg/l 6
Pendimetalina µg/l 20
Pentaclorofenol µg/l 9
Permetrina µg/l 20
Propanil µg/l 20
Simazina µg/l 2
Trifluralina µg/l 20
Cloro mg/l 5
Monocloramina mg/l 3
2
Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem obedecer a legislação específica vigente
relativa à fluoretação da água, devendo, em qualquer caso, ser respeitado o VMP respectivo.
É aceitável a concentração de até 10,0 µg/l de microcistinas num período de até 21 dias nos últimos 12 meses.
3
2
Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclídeos presentes
e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontra-
dos, os valores estabelecidos pela legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para se
concluir sobre a potabilidade da água.
Turbidez UT 3
5
Zinco mg/l 5
2. Plano de amostragem
PH
Odor 1 para cada 20 + (1 para
Subterrâneo 1 5
Gosto 10.000 hab. cada 50.000 hab.)
1
Cianotoxinas Superficial (Conforme – – –
art. 19 § 3o)
Superficial 1 12 42 42
Trialometanos
Subterrâneo – 12 12 12
Demais Superficial ou
1 14 14 14
parâmetros3 Subterrâneo
2
As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema
de distribuição.
3
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radiológicos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
4
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção das substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
Cor
Turbidez
PH Superficial ou
Diária Mensal Mensal Mensal
Odor subterrâneo
Gosto
Flúor
Semanal
Cianotoxinas Superificial (conforme – – –
art. 19 § 3o)
Demais Superficial ou
Semestral Semestral3 Semestral3 Semestral3
parâmetros2 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radiológicos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
3
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção das substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
≤ 5.000 hab. 5.001 a 20.000 hab. 20.001 a 100.000 hab. >100.001 hab.
70 + (1 para
20 + (1 para cada 2.000 hab.)
Coliformes 10 1 para cada 500 hab.
cada 1.000 hab.)
Máximo de 600
Nota: na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, duas amostras semanais, recomen-
dando-se a coleta de, pelo menos, quatro amostras semanais.
Superficial ou
CRL2,3 1 1 Diário
subterrâneo
Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, três pontos de consumo de água.
1
2
Para veículos transportadores de água para consumo humano deve ser realizada uma análise de CRL em cada
carga e uma análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, pH e coliformes com freqüência mensal, ou outra
amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.
Cloro residual livre.
3
APÊNDICE D
Aprova a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, que dispõe sobre
procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à vigilância da qualidade da
água para consumo humano, estabelece o padrão de potabilidade da água para consu-
mo humano, e dá outras providências.
O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º do
Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, resolve:
Art. 1º. Aprovar a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, a ser ob-
servada em todo o território nacional, na forma do Anexo a esta Portaria.
Art. 4º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo-
sições em contrário.
MINISTRO DA SAÚDE
ANEXO
4. Para os fins a que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições:
I. Água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos,
físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça
riscos à saúde.
II. Sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação com-
posta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e
à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do
poder público, mesmo que administrada em regime de concessão.
III. Solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano: toda
modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de
água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo trans-
portador, instalações condominiais horizontal e vertical.
IV. Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades
exercidas de forma contínua pelo(s) responsável (is) pela operação de sistema ou solu-
ção alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à
população é potável, assegurando a manutenção desta condição.
V. Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações ado-
tadas continuamente pela autoridade de saúde pública para verificar se a água consumi-
da pela população atende à presente Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as
soluções alternativas de abastecimento de água representam para a saúde humana.
VI. Coliformes totais (bactérias do grupo coliforme): bacilos gram-negativos, ae-
róbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capa-
zes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a
lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5oC em 24-48 horas, e que po-
dem apresentar atividade da enzima β-galactosidase. A maioria das bactérias do grupo
coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, em-
bora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo.
VII. Coliformes termotolerantes: subgrupo das bactérias do grupo coliforme que
fermentam a lactose a 44,5± 0,2oC em 24 horas, tendo como principal representante a
Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal.
VIII. Escherichia coli: bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e mani-
tol, com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas; produz indol a partir do
triptofano, oxidase negativa, não hidrolisa a uréia e apresenta atividade das enzimas
ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de
contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos.
IX. Contagem de bactérias heterotróficas: determinação da densidade de bactérias
capazes de produzir unidades formadoras de colônias (UFC) na presença de compos-
tos orgânicos contidos em meio de cultura apropriado, sob condições preestabelecidas
de incubação: 35,0 ± 0,2oC por 48 horas.
X. Cianobactérias: microrganismos procarióticos autotróficos, também denomina-
dos cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial,
especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), po-
dendo produzir toxinas com efeitos adversos à saúde.
XI. Cianotoxinas: toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos ad-
versos à saúde por ingestão oral, incluindo:
d) Microcistinas: hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobac-
térias, com efeito potente de inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2A e
promotoras de tumores;
e) Cilindrospermopsina: alcalóide guanidínico cíclico produzido por cianobactérias,
inibidor de síntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando tam-
bém efeitos citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos;
f) Saxitoxinas: grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por ciano-
bactérias, não-sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas)
e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por
bloqueio dos canais de sódio.
11. São deveres e obrigações da autoridade de saúde pública responsável pela vigilância
da qualidade da água:
I. Em relação às características da água nos mananciais, sistematizar e interpretar os
dados gerados pelo responsável pela operação do sistema ou solução alternativa
de abastecimento de água, assim como, pelos órgãos ambientais e gestores de re-
cursos hídricos, sob a perspectiva da vulnerabilidade do abastecimento de água
quanto aos riscos à saúde da população.
12. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico expresso
na Tabela 1.
2
Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nas-
centes, dentre outras.
A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada
3
12.1. No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com re-
sultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas
amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que reve-
lem resultado satisfatório. Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir,
no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas ou-
tras localizadas a montante e a jusante.
12.2. Amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas
para Escherichia coli e/ou coliformes termotolerantes (ensaio confirmativo).
12.3. O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação
ao total de amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado
mensalmente, excluindo as amostras extras (recoleta).
12.4. O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoleta) não
anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amos-
tras com resultado positivo.
13.1. Dentre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabe-
lecidos na Tabela 2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser
de 5,0 UT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em
qualquer ponto da rede no sistema de distribuição.
13.2. Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus,
Giardia spp e Cryptosporidium sp, recomenda-se, enfaticamente, que para a
filtração rápida se estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com
valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais e nunca
superiores a 5,0 UT.
14. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de
0,5 mg/l, sendo obrigatória a manutenção de 0,2 mg/l em qualquer ponto da rede de
distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e
tempo de contato mínimo de 30 minutos.
14.1. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de ope-
ração do processo de desinfecção desde que fique demonstrada, pelo respon-
sável pelo sistema de tratamento, uma eficiência de inativação microbiológica
equivalente à obtida com a condição definida no item 14.
15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas
que representam risco para a saúde, expresso na Tabela 3.
16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade ex-
presso na Tabela 4.
17. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo
expresso na Tabela 5.
Cor aparente uH 2
15
Turbidez UT 3
5
Zinco mg/l 5
1 (conforme
Cianotoxinas Superficial - - -
item 19.5)
Superficial 1 12 42 42
Trialometanos
Subterrâneo - 12 12 12
Demais Superficial ou
1 14 14 14
parâmetros3 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema
de distribuição.
3
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
4
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção das substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
Cor
Turbidez A cada
Superficial
duas horas
pH
Mensal Mensal Mensal
Odor
Gosto Subterrâneo Diária
Flúor
Semanal
Cianotoxinas Superficial (conforme - - -
item 19.5)
Demais Superficial ou
Semestral Semestral3 Semestral3 Semestral3
parâmetros2 subterrâneo
2
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
3
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
<5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. >250.000 hab.
105 + (1 para
Coliformes 30 + (1 para cada 5.000 hab.)
10 1 para cada 500 hab.
totais cada 2.000 hab.)
Máximo de 1.000
Na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, duas amostras semanais, recomendando-
se a coleta de, pelo menos, quatro amostras semanais.
Superficial ou
CRL2, 3 1 1 Diária
subterrâneo
1
Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, três pontos de consumo de água.
2
Para veículos transportadores de água para consumo humano, deve ser realizada uma análise de CRL em cada
carga e uma análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, pH e coliformes totais, com freqüência mensal, ou
outra amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.
3
Cloro residual livre.
22. O sistema de abastecimento de água deve contar com responsável técnico, profis-
sionalmente habilitado.
23. Toda água fornecida coletivamente deve ser submetida a processo de desinfecção,
concebido e operado de forma a garantir o atendimento ao padrão microbiológico des-
ta Norma.
24. Toda água para consumo humano suprida por manancial superficial e distribuída
por meio de canalização deve incluir tratamento por filtração.
27. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o responsável pela ope-
ração do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água e as autoridades de
saúde pública devem estabelecer entendimentos para a elaboração de um plano de ação
e tomada das medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação à população, sem pre-
juízo das providências imediatas para correção da anormalidade.
APÊNDICE E
Aprova a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, que dispõe sobre
procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à vigilância da qualidade da
água para consumo humano, estabelece o padrão de potabilidade da água para consu-
mo humano, e dá outras providências.
O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º do
Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, resolve:
Art. 1º. Aprovar a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, a ser ob-
servada em todo o território nacional, na forma do Anexo a esta Portaria.
Art. 4º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dispo-
sições em contrário.
MINISTRO DA SAÚDE
ANEXO
4. Para os fins a que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições:
I. Água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, fí-
sicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e não ofereça riscos à
saúde.
II. Sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação com-
posta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e
à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do
poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão.
III. Solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano: toda
modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de
água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo trans-
portador, instalações condominiais horizontal e vertical.
IV. Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades
exercidas de forma contínua pelo(s) responsável (is) pela operação de sistema ou solu-
ção alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à
população é potável, assegurando a manutenção desta condição.
II. Manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de:
m) controle operacional das unidades de captação, adução, tratamento, reservação
e distribuição;
n) exigência do controle de qualidade, por parte dos fabricantes de produtos quí-
micos utilizados no tratamento da água e de materiais empregados na produção
e distribuição que tenham contato com a água;
o) capacitação e atualização técnica dos profissionais encarregados da operação do
sistema e do controle da qualidade da água;
p) análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas partes que
compõem o sistema de abastecimento, nos termos desta Norma.
III. Manter avaliação sistemática do sistema de abastecimento de água, sob a pers-
pectiva dos riscos à saúde, com base na ocupação da bacia contribuinte ao manancial,
no histórico das características de suas águas, nas características físicas do sistema, nas
práticas operacionais e na qualidade da água distribuída.
IV. Encaminhar à autoridade de saúde pública, para fins de comprovação do atendi-
mento a esta Norma, relatórios mensais com informações sobre o controle da qualida-
de da água, segundo modelo estabelecido pela referida autoridade.
V. Promover, em conjunto com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos,
as ações cabíveis para a proteção do manancial de abastecimento e de sua bacia con-
tribuinte, assim como efetuar controle das características das suas águas, nos termos
do item 20 desta Norma, notificando, imediatamente, a autoridade de saúde pública
sempre que houver indícios de risco à saúde ou sempre que amostras coletadas apre-
sentarem resultados em desacordo com os limites ou condições da respectiva classe de
enquadramento, conforme definido na legislação específica vigente.
VI. Fornecer informações a todos os consumidores sobre a qualidade da água dis-
tribuída, mediante envio de relatório, dentre outros mecanismos, com periodicidade
mínima anual e contendo, pelo menos:
d) descrição dos mananciais de abastecimento, incluindo informações sobre sua
proteção, disponibilidade e qualidade da água;
e) estatística descritiva dos valores de parâmetros de qualidade detectados na água,
seu significado, origem e efeitos sobre a saúde;
f) ocorrência de não-conformidades com o padrão de potabilidade e as medidas
corretivas providenciadas.
VII. Manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, siste-
matizados de forma compreensível aos consumidores e disponibilizados para pronto
acesso e consulta pública.
11. São deveres e obrigações da autoridade de saúde pública responsável pela vigilância
da qualidade da água:
I. Em relação às características da água nos mananciais, sistematizar e interpretar
os dados gerados pelo responsável pela operação do sistema ou solução alternativa de
abastecimento de água, assim como, pelos órgãos ambientais e gestores de recursos
hídricos, sob a perspectiva da vulnerabilidade do abastecimento de água quanto aos
riscos à saúde da população.
II. Efetuar, sistemática e permanentemente, avaliação de risco à saúde humana de
cada sistema de abastecimento ou solução alternativa, por meio de informações sobre:
a) a ocupação da bacia contribuinte ao manancial e o histórico das características
de suas águas;
b) as características físicas dos sistemas, práticas operacionais e de controle da qua-
lidade da água;
c) o histórico da qualidade da água produzida e distribuída;
d) a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade do sistema.
III. Estabelecer mecanismos de apoio e referência laboratorial, por meio de uma
rede de laboratórios, para dar suporte às ações de vigilância da qualidade da água para
consumo humano.
IV. Auditar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as práticas
operacionais adotadas.
V. Garantir à população informações sobre a qualidade da água e riscos à saúde as-
sociados, nos termos do item 8.
VI. Manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, siste-
matizados de forma compreensível à população e disponibilizados para pronto acesso
e consulta pública.
VII. Manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características
da água e para a adoção das providências pertinentes.
VIII. Informar ao responsável pelo fornecimento de água para consumo humano
sobre anomalias e não-conformidades detectadas, exigindo as providências para as
correções que se fizerem necessárias.
12. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico expresso
na Tabela 1.
2
Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nas-
centes, dentre outras.
A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada
3
12.1. No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com re-
sultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas
amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que reve-
lem resultado satisfatório. Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir,
no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas ou-
tras localizadas a montante e a jusante.
12.2. Amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas
para Escherichia coli e/ou coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser
efetuada a verificação e confirmação dos resultados positivos.
12.3. O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em rela-
ção ao total de amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calcu-
lado mensalmente, excluindo as amostras extras (recoleta).
12.4. O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoleta) não
anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amos-
tras com resultado positivo.
13.1. Dentre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabe-
lecidos na Tabela 2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser
de 5,0 UT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em
qualquer ponto da rede no sistema de distribuição.
13.2. Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos
de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp, recomenda-se, enfaticamente,
que, para a filtração rápida, se estabeleça como meta a obtenção de efluente
filtrado com valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais
e nunca superiores a 5,0 UT.
14. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de
0,5 mg/l, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/l em qualquer ponto
da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior
a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.
14.1. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de opera-
ção do processo de desinfecção, desde que fique demonstrado pelo responsável
pelo sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equiva-
lente à obtida com a condição definida no item 14.
15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas
que representam risco para a saúde, expresso na Tabela 3.
2
Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar a legislação específica vigente rela-
tiva à fluoretação da água, em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta tabela.
3
É aceitável a concentração de até 10 µg/l de microcistinas em até três amostras, consecutivas ou não, nas análises
realizadas nos últimos 12 meses.
Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.
4
16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade ex-
presso na Tabela 4.
17. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo
expresso na Tabela 5.
Superficial 1
CRL1 Conforme item 19.3
Subterrâneo 1
1
Cianotoxinas Superficial (Conforme - - -
item 19.5)
Superficial 1 12 42 42
Trialometanos
Subterrâneo - 12 12 12
Demais Superficial ou
1 14 14 14
parâmetros3 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema
de distribuição.
3
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas
de radiação natural ou artificial.
4
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da
distribuição.
Cor A cada
Superficial
duas horas
Turbidez
Mensal Mensal Mensal
pH
Flúor Subterrâneo Diária
A cada
Superficial
CRL 1 duas horas Conforme item 19.3
Subterrâneo Diária
Semanal
Cianotoxinas Superficial (conforme - - -
item 19.5)
Demais Superficial ou
Semestral Semestral3 Semestral3 Semestral3
parâmetros2 subterrâneo
1
Cloro residual livre.
2
Apenas será exigida a obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas
de radiação, natural ou artificial.
3
Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e/ou
no manancial, com exceção das substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo
da distribuição.
<5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. >250.000 hab.
105 + (1 para
Coliformes 30 + (1 para cada 5.000 hab.)
10 1 para cada 500 hab.
totais cada 2.000 hab.)
Máximo de 1.000
Na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, duas amostras semanais, recomendan-
do-se a coleta de, pelo menos, quatro amostras semanais.
Superficial ou
CRL2,3 1 1 Diária
subterrâneo
1
Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, três pontos de consumo de água.
2
Para veículos transportadores de água para consumo humano deve ser realizada uma análise de CRL em cada carga
e uma análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, pH e coliformes totais com freqüência mensal, ou outra
amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.
3
Cloro residual livre.
hemodiálise e indústrias de injetáveis, sendo que esta análise pode ser dispen-
sada quando não houver comprovação de toxicidade na água bruta por meio da
realização semanal de bioensaios em camundongos.
22. O sistema de abastecimento de água deve contar com responsável técnico, profis-
sionalmente habilitado.
23. Toda água fornecida coletivamente deve ser submetida a processo de desinfecção,
concebido e operado de forma a garantir o atendimento ao padrão microbiológico des-
ta Norma.
24. Toda água para consumo humano, suprida por manancial superficial e distribuída
por meio de canalização, deve incluir tratamento por filtração.
27. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o responsável pela ope-
ração do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água e as autoridades de
saúde pública devem estabelecer entendimentos para a elaboração de um plano de ação
e tomada das medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação à população, sem pre-
juízo das providências imediatas para a correção da anormalidade.
9 79 8 5 3 3 4 1 2 5 1 3
Documento Base de
www.saude.gov.br/svs
www.saude.gov.br/bvs
Brasília -DF