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CENTRO DE ESTUDO SUPERIOR DE ITAITUBA S/C LTDA

FACULDADE DE ITAITUBA – FAI

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

PORTARIA/MEC Nº 251 DE 07/07/2011.

Bruna Oliveira Maciel


Clecia Viana Silva
Débora Cristina da Silva Andrade
Gerciane Alves Rodrigues
Juliana Jhenifer Teles dos Santos
Sâmya Rebeca Melo
Tiago Silva de Almeida
Valnice de Brito Sousa

RESUMO: CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE

Itaituba – PA

2020
Bruna Oliveira Maciel
Clecia Viana Silva
Débora Cristina da Silva Andrade
Gerciane Alves Rodrigues
Juliana Jhenifer Teles dos Santos
Sâmya Rebeca Melo
Tiago Silva de Almeida
Valnice de Brito Sousa

RESUMO: CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE

Trabalho para obtenção de nota do


curso de Bacharelado de
Enfermagem, na disciplina de
saúde coletiva. Orientadora: prof.
Rosângela de Aguiar Rodrigues. .

Itaituba-PA

2020
1° Conferência Nacional de Saúde

Tema Central: “organização sanitária estadual e municipal”.

Eixos:

a) Ampliação e sistematização das campanhas nacionais contra hanseníase e


tuberculose;

b) Determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de


saneamento;

c) Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção a maternidade, a infância


e a adolescência.

Propostas

1- Estudar as bases de organização de um programa nacional de saúde e de um


programa nacional de proteção à infância, sínteses dos objetivos a serem atingidos
e dos meios a serem mobilizados, nesses dois terrenos do serviço público nacional.

2- Estudar e definir o sistema de organização e de administração sanitária e


assistenciais, nas orbitas estaduais e municipais.

3- Considerar de modo especial as campanhas nacionais contra a lepra e a


tuberculose, para o fim de serem assentadas medidas relativas à sua coordenação e
intensificação, e bem assim a situação das cidades e vilas de todo o país quanto à
montagem e funcionamento dos serviços de águas e esgotos.

4- Dar aos governos das unidades federativas convocados para as conferências,


conhecimento do programa acima enunciado, acentuado a conveniência de que
sejam representados em cada uma delas, pela maior autoridade fazer-se
acompanhar de um ou mais técnicos do serviço público regional.

5- Baixar instruções sobre matéria regimental para o funcionamento das duas


conferências.

A primeira conferência nacional de saúde foi fundamental para que então houvesse
organização em termos de serviços públicos de saúde. A partir de então solucionar
ou melhorar problemas como saneamento, água e lixo. Um estudo e definição do
sistema de organização e de administração sanitárias e assistenciais, em âmbito
estadual e municipal. Coordenação e intensificação das campanhas nacionais contra
a lepra e a tuberculose e avaliação da situação das cidades e vilas de todo o País.

2º Conferência Nacional de Saúde

Tema: “Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho”.

A segunda conferência ocorreu nove anos depois, em 1950. Nas duas primeiras, o
principal tema discutido foi a criação do Ministério da Saúde, o que se tornou
realidade em 1953.

3º Conferência Nacional de Saúde

Tema central: “Descentralização na área da saúde”.

Eixos:

a) Situação sanitária da população brasileira, apreciação geral do problema;

b) Distribuição das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e


municipal.

c) Municipalização dos serviços de saúde.

Propostas:

1- Investigar os principais problemas que enfrenta a administração sanitária, em


consenso com o levantamento das principais necessidades no âmbito das
realizações da Saúde Pública.

2- Promover o objetivo de ordenar e racionalizar o esforço administrativo federal em


favor da melhoria das condições sanitárias da população brasileira.

3- Propor uma política para estruturar uma rede básica de serviços médico-
sanitários, alcançando todo o território nacional, serve justamente a este propósito,
de melhorar as condições sanitárias do País, reduzindo os riscos de mortes
prematuras.

4- Estabelecer uma Municipalização com o objetivo de descentralizar a execução


das ações básicas de saúde, de modo a criar uma estrutura sanitária
verdadeiramente nacional e flexível o bastante para adequar-se à realidade
econômica, política e social da comunidade, num país de tão grandes diferenças
regionais.

5- Propor uma descentralização que possibilite o ajustamento da organização


assistencial às peculiaridades socioeconômicas regionais, contribuindo, doutra parte,
para neutralizar o gigantismo de alguns órgãos encarregados da prestação de
serviços sanitários, tanto na esfera pública como no particular.

É fato que as conferências Nacionais de Saúde (CNS), se classificam como um


marco na história da saúde pública no Brasil. Assim sendo, apenas 13 anos depois
da 2ª conferência de saúde, no ano de 1963, tivemos a 3ª realização do evento pelo
presidente da época, João Goulart, os representantes ainda eram do governo
federal, dos estados e territórios.

Entretanto, significou uma primeira ampliação dos atores participantes,


estabelecendo que os dirigentes dos estados poderiam ser acompanhados de
assessores técnicos em todos os trabalhos. Neste cenário, é importante ressaltar
que o golpe militar de 1964 propagou a inviabilização das medidas propostas
aprovadas nessa conferência, mas suas deliberações ramificaram diversos debates
realizados durante movimentos sociais a partir da década de 70.

Sendo assim, essa conferencia poderia ter trazido benefícios impactantes, visto
que, a inspeção geral da saúde sanitária e á aprovação dos novos programas que
iam delimitar novos caminhos para cidadãos em condições socioeconômicas ruins.
Além disso, o desenvolvimento econômico explanaria novas vertentes para um país
em crescimento. Por conseguinte, em meio ás condições da época, o autoritarismo
de ditadores trouxe a escassez dessas propostas e calou a voz do povo, mas, os
requicíos que resistiram continuaram até a realização de uma nova conferencia de
saúde.

4º Conferência Nacional de Saúde

Tema central: “Recursos humanos para as atividades em saúde”.

Eixos:

a) Identificação das necessidades de formação de recursos humanos.

b) Capacitação de profissionais de saúde.


c) Desenvolvimento da Política de Saúde.

Propostas:

1- Responsabilidades na formação dos recursos humanos requeridos para as


atividades de saúde, têm responsabilidade solidárias, tais como: o Ministério da
Educação, Cultura e da Saúde.

2- Promoção dos recursos humanos necessários às atividades de saúde, desde os


elementos especialmente treinados para a alta administração até a mão-de-obra
qualificada.

3- Identificar as necessidades e anseios populares, traduzi-los e explicitá-los em


objetivos definidos, elegendo os meios adequados para alcançá-los.

4- Exercer o desenvolvimento como uma categoria social de totalidade, integradas


em seu contexto as atividades de saúde.

5- Instituir o Planejamento, como processo e técnica de racionalização das


atividades para a elevação da eficiência na aplicação dos recursos, exigindo o
conhecimento adequado dos problemas e recursos para a orientação das decisões a
tomar.

Essa Conferência aconteceu em 1967, ainda no período da ditadura militar,


entretanto, retomou o caráter em que se tinha um espaço para um debate técnico,
visto que, houve a participação de especialistas nos temas debatidos, dentre eles:
autoridades do ministério da saúde, ministério da previdência social e dos estados e
territórios. Neste cenário, instituindo a visualização dos recursos humanos para as
atividades de saúde, em consonância com a necessidade das formações destes
recursos humanos, além disso, o ministério da saúde e das instituições de ensino
superior propuseram a capacitação de novos profissionais no ramo da saúde.

Portanto, o planejamento é o instrumento mais válido para promover o ápice do


desenvolvimento em qualquer atividade, dado que é notório ter consciência nos
moldes da direção, afinal, é ideal maximizar os resultados que são alcançados. Por
isso, mesmo em uma época conturbada a 4ª conferência de saúde deu um belo
passo no avanço desta perspectiva humanitária.
5° Conferência Nacional de Saúde

Tema central: “Implementação do sistema nacional de saúde”.

Eixos:

a) Programa de Saúde Materno-Infantil;

b) Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica;

c) Programa de Controle das Grandes Endemias;

Propostas:

1- Estruturados os serviços de epidemiologia estaduais, com auxílio técnico e


administrativo supletivo do governo federal, atendendo as particularidades sociais.

2- Gradual ampliação e dinamização das redes de postos de notificação, dando


ênfase a notificação voluntária, e exemplo do conseguido pela campanha de
erradicação da malária.

3- Proporcionar pronta resposta as notificações recebidas, o que é indispensável


para manter o interesse do notificante.

4- Proporcionar aos profissionais de saúde facilidade para a confirmação laboratorial


de casos suspeitos de doença transmissíveis.

5- Estabelecer normas para o controle e a avaliação dos programas.

Que a regionalização de serviços hierarquizados em complexidade crescente, é um


processo eficaz na descentralização da prestação de serviços básicos de saúde. A
regionalização é sempre valida quando não há separação das ações preventivas é
curativas que é importante considerar aspecto de saneamento básico e da melhoria
da habitação.

6° Conferência Nacional de saúde

Tema central: “Organização sanitária estadual e Municipal”.

Eixos:

a) Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo


federal em matéria de saúde;
b) Interiorização dos serviços de saúde;

c) Política Nacional de Saúde.

Propostas:

1- Promoção contínua de atividade de educação em saúde da população- alvo


mediante a utilização simplificada e adequadas as características socioculturais
prevalecentes, focalizando a gravidade de enfermidade chagásica é a importância
da melhoria educacional na prevenção.

2- Desenvolvimento e utilização de técnicas simplificadas de engenharia, com o


aproveitamento de recursos humanos e materiais da comunidade.

3- Canalização de recursos de órgãos governamentais ligados a política


habitacional para o desenvolvimento de extensos programas de construção e
melhoria de habilitação populares nas áreas de prevalência da endemia chagásica,
enfatizando o atendimento aos pequenos e médios produtores rurais.

4- Intensificar as ações do programa nacional de vigilância ao vetor urbano com


especial atenção a proteção do pessoal que participa nos projetos de
desenvolvimento implantados nessas áreas.

5- Incrementar e ampliar as atividades de vigilância ao vetor urbano de febre


amarela, mediante atuação da SUCAM e de serviço nacional de saúde dos portos.

Os relatórios consolidados apresentados e discutidos nas reuniões plenária


específica, redações na medida do possível, foram compatibilizadas as guias de
discussão de cada tema. A propriedade com que foram abordados os vários temas
no grupo de trabalho constitui-se no principal suporte para a oportuna apresentação
do relatório ao termino da conferência. E tinham participantes os delegados e
observadores presentes ao conclave distribuído em 30 grupos

7º Conferência Nacional de Saúde

Tema central: “extensão das ações de saúde através dos serviços básicos”.

Eixos:

Regionalização e organização de serviços de saúde nas unidades federadas;


Saneamento e habitação nos serviços básicos de saúde – o PLANASA e o
saneamento simplificado;

Desenvolvimento de recursos humanos para os serviços básicos.

Propostas:

1- Estabelecimento de um critério para a divisão das unidades curriculares que não


implique em separar os aspectos biológicos dos sociais e psicológicos, a medicina
preventiva da curativa, o normal do patológico, etc.

2- Modificação dos critérios de elaboração dos programas das unidades curriculares


de modo a centralizá-los em um organismo único, diminuindo o poder dos chefes de
departamento e titulares.

3- Ampliação do corpo docente, de modo que este passe a incluir preferencialmente


médicos de formação geral, além de preferenciais de outras áreas.

4- Introdução do estudo das ciências e do comportamento, bem como o da medicina


preventiva, incorporando essas noções a todas as unidades do currículo.

5- Deve-se ainda subordinar a estrutura à educativa, tornando-a maleável e flexível


e suprimindo “a atual estrutura conflitante de poder entre a faculdade e seus
diversos subsetores.

O tema central da 7º Conferência, "Extensão das ações de saúde através dos


serviços básicos", foi amplamente abordado de modo a possibilitar seu debate a
todos os níveis, tendo em vista a viabilização da meta governamental de
implantação de um programa nacional de serviços básicos de saúde, destinado a
oferecer à população brasileira um grau de cobertura de saúde que lhe permita levar
uma vida social e economicamente produtiva.

8º Conferência Nacional de Saúde

Tema central: “Saúde como direito”.

Eixos:

a) Reformulação do Sistema Nacional de Saúde;

b) Financiamento setorial.
Propostas:

1-Os fundos de saúde, nos diferentes níveis, serão geridos conjuntamente com
participação colegiada de órgãos públicos e da sociedade organizada.

2- Os recursos destinados a saúde serão determinados através da prefixação de


percentual mínimo sobre as receitas públicas.

3- O financiamento do sistema de saúde será responsabilidade do estado a quem


cabe levar uma política de descentralização, articulando a participação efetiva dos
estados e municípios com uma ampla a profunda reforma tributária.

4- O percentual de desconto do salário dos trabalhadores deverá ser reduzido,


adequando-se à nova realidade. O desconto dos aposentados deverá ser suprimido.

5- A distribuição de recursos financeiros não deve levar em consideração apenas o


contingente populacional de cada região a sua arrecadação fiscal. Deve também
considerar as condições de vida e de saúde da região, promovendo assim uma
distribuição mais justa dos recursos.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e 21 de março de 1986, foi


um dos momentos mais importantes na definição do Sistema Único de Saúde (SUS)
e debateu três temas principais: „A saúde como dever do Estado e direito do
cidadão‟, „A reformulação do Sistema Nacional de Saúde‟ e „O financiamento
setorial‟. Os delegados da 8ª atribuíram ao Estado o dever de garantir condições
dignas de vida e de acesso universal à saúde, e apontaram a necessidade de
integrar a política de saúde às demais políticas econômicas e sociais.

9º Conferência Nacional de Saúde.

Tema central: “municipalização é o caminho”.

Eixos

a) Sociedade, governo e saúde;

b) Implantações do SUS;

c) Controle social.

Propostas:
1- Individualização ou especialização de fontes para cada área, segundo sua
vocação;

2- Criação de alíquotas específicas para cada uma das três áreas sobre cada uma
das fontes que compõem o orçamento da seguridade social;

3- Manutenção da unificação do orçamento da seguridade social, delegando ao


conselho nacional de seguridade social o poder de definir anualmente o percentual
de recursos destinados a cada uma das áreas envolvidas para elaboração da
proposta da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e dos orçamentos;

4- Qualquer que seja a alternativa escolhida, poderá haver a retenção no município


e estado da respectiva parcela, definida pelo conselho, dos recursos da seguridade
social destinados a saúde;

5- Efetivar o direito garantindo por lei de acesso de todos os cidadãos a todas as


informações referentes a seguridade social.

10° Conferência Nacional de Saúde:

Tema Central: “Saúde, cidadania e políticas públicas “.

Eixos:

a) Gestão e organização dos serviços de saúde;

b) Controle social na saúde;

c) Financiamento da saúde;

Propostas:

1- Exigir a retirada de todas as propostas de cunho neoliberal constantes nos


projetos de reforma administrativa, incluída a regulamentação das “organizações
sociais”, da previdência social, que leva dispositivos de seguridade social e outras
apresentadas pelo governo e que tramitam no congresso nacional.

2- O ministério da saúde deve gestionar, junto ao IBGE, a reinserção dos dados de


assistência hospitalar, ambulatorial e farmacêutica, serviços de saúde, alimentação
e antropometria, indicadores de nutrição e gastos em saneamento básico - que
constavam nos anunciados do IBGE até 1977-, bem como sua constante atualização
e a realização correta e periódica de censos populacionais;
3- Apoiar a manutenção dos princípios da estabilidade dos servidores públicos e do
concurso público como única forma de ingresso de trabalhadores no serviço público
como garantias de sua capacidade, eficiência, eficácia e transparência.

4- O ministério da saúde deve gestionar, junto ao ministério da educação e do


desporto a inclusão da linguagem de sinais como disciplina curriculares nos três
níveis de ensino, visando à preparação de profissionais aptos à atenção dos
portadores de deficiência auditiva, tanto nos serviços de saúde como na escola, para
proporcionar- lhes oportunidades equânimes de acesso a escolarização e ao
mercados de trabalho.

5- O congresso nacional, as assembleias legislativas e câmaras municipais devem


realizar um acompanhamento sistemático dos problemas de saúde e atuar em
consonância com deliberações discutidas e aprovadas nos conselhos de saúde.

A 10° Conferência Nacional de Saúde é marcada pela necessidade de avaliação do


sistema implantado e a busca de seu aprimoramento, em especial dos mecanismos
de financiamento, principal empecilho identificado para a consolidação e
fortalecimento do SUS em todo o Brasil. O tema central “organização sanitária
estadual e municipal “, é aprofundado em quatro mesas e diversos grupos de
trabalho, nos quais se analisa e atua prepositivamente em relação à identidade e a
complementaridade entre à saúde e qualidade de vida as dificuldades enfrentadas
na implantação do SUS, os novos parâmetros estabelecidos pelas experiências bem
sucedidas e as mudanças necessárias para a construção do modelo de atenção
desejado.

11º Conferência Nacional de Saúde

Tema Central: “Efetivando o SUS – Acesso, qualidade e humanização na atenção à


saúde com controle social”.

Eixos:

a) Controle social;

b) Financiamento da atenção à saúde no Brasil;

c) Modelo assistencial e de gestão para garantir acesso, qualidade e humanização


na atenção à saúde, com controle social.
Propostas:

1- Propõem criar formas de regulação da oferta e da distribuição de serviços de


saúde, públicos e privados, de modo a evitar que a relação dos prestadores com o
RELATÓRIO FINAL 11a CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 95 SUS tenha
como base não os interesses econômicos, mas o caráter de relevância pública das
ações de saúde; e evitando que a capacidade instalada dos serviços acabe por
induzir demandas e a utilização desnecessária de tecnologias. Propõem a realização
de processo licitatório para compra de serviços.

2- Regular, nacionalmente, as formas de remuneração de prestadores privados,


garantindo aplicação de sanções aos que cobram taxas e/ou restringem acesso aos
usuários do SUS; e estabelecer mecanismo de gestão, fiscalização e controle social
para coibir e punir as cobranças ilegais e restrições no acesso, estabelecendo
sanções severas para os prestadores e profissionais envolvidos.

3- Garantir que os recursos de investimento aplicados na rede privada conveniada


ou contratada, quando estritamente necessários, sejam executados por meio dos
Fundos Municipais e Estaduais de Saúde, e repassados na forma de comodatos
e/ou cessões de uso, enquanto perdurar o vínculo SUS.

4- Estabelecer mecanismos para criar uma compreensão de investimentos na área


da Saúde como investimento social, que deve ter aporte financeiro suficiente em
todos os níveis de complexidade da atenção, dimensionado a partir das
necessidades sociais, epidemiológicas, sanitárias e dos resultados alcançados pelos
serviços existentes, de modo a alcançar a equidade de acesso RELATÓRIO FINAL
11a CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 96 e integralidade das ações. As ações
e prioridades que orientarão a distribuição desses recursos devem ser definidas nos
Planos de Saúde, elaborados de forma ascendente, com participação de todas as
instâncias do SUS e agregando ações intersetoriais.

5- Utilizar, para dimensionar o volume de recursos necessários e para a PPI,


critérios epidemiológicos, o índice de desenvolvimento humano (IDH), aspectos
geográficos, o índice de desenvolvimento infantil (IDI) e as características regionais
e outros critérios técnicos, de forma a assegurar melhores resultados em termos de
acesso e garantia de qualidade. O financiamento deve estimular parcerias
microrregionais, por meio da efetivação de processos de planejamento e com o
estabelecimento de câmaras de compensação para procedimentos de média e alta
complexidade.

Depois do financiamento da saúde, foi a vez de o controle social ser o centro dos
debates, na 11º Conferência Nacional de Saúde, em 2000. Na ocasião, o foco foi o
fortalecimento do controle social do SUS, conceito que surgiu à época da
municipalização da saúde. Com a criação dos conselhos nacionais de saúde (Lei
8.142/90), veio a necessidade de habilitar os municípios para a fiscalização dos
recursos repassados aos governos estaduais e às prefeituras. Na época da 11ª, que
ocorreu no mês de dezembro, José Serra era o Ministro da Saúde e Fernando
Henrique Cardoso o Presidente do Brasil.

12ª Conferência Nacional de Saúde

Tema Central: “Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o SUS
que queremos”.

Eixos:

a) Direito à saúde;

b) A Seguridade Social e a saúde;

b) As três esferas de governo e a construção do SUS.

Propostas:

1- Manter os atuais ministérios da Saúde, Assistência Social e Previdência Social,


garantindo-se o Orçamento da Seguridade Social, os orçamentos das diferentes
áreas e suas vinculações, conforme a legislação em vigor e assegurando-se a
articulação efetiva das políticas dos três ministérios, com a regulamentação dos
dispositivos constitucionais concernentes.

2- Dar caráter intersetorial às ações da seguridade social (saúde, assistência social,


previdência), reduzindo-se gastos desnecessários e garantindo-se melhor qualidade
e resolutividade no atendimento dos usuários.

3- Construir, aprimorar e utilizar indicadores sociais e do setor da Saúde que


permitam avaliar as iniquidades existentes, para identificar regiões e grupos
populacionais em situação de vulnerabilidade, desprotegidos e expostos a riscos,
considerando aspectos como gênero, raça, etnia, orientação e identidade sexual e
necessidades especiais para que sejam priorizados nas ações de saúde e
seguridade.

4- Definir estratégias de enfrentamento dos problemas de saúde que devem ser


diferenciadas segundo aspectos específicos de grupos populacionais vulneráveis,
buscando a articulação interconselhos para fortalecer o controle social, e
aprimorando legislações e normas capazes de garantir o direito desses grupos de
forma integral, como as referentes aos povos indígenas, às mulheres, aos homens,
aos negros, às crianças, aos adolescentes, aos idosos, às pessoas com patologias
específicas e às pessoas com deficiências, aos homossexuais, aos travestis e aos
transgêneros, dentre outros.

5- Promover o desenvolvimento de hábitos e atitudes mais saudáveis que melhoram


a qualidade de vida por meio de ações intersetoriais, articulando as áreas de
educação, ação social, turismo e esportes que devem incorporar em seus
programas ações de educação física e lazer, desenvolvendo centros de convivência
e cooperativas nos parques e praças apoiados pelo SUS.

Contou com a participação de “mais de 4.000 cidadãos”, os cerca de cinco mil


participantes do encontro debateram os eixos que orientaram a criação do Plano
Nacional de Saúde. Deliberou em favor da elaboração e implementação de políticas
articuladas de informação e comunicação; do acesso à informação; fortalecimento e
integração do SI nas três esferas de governo; da informação de qualidade e seu
acesso para subsidiar usuários, profissionais, gestores e entidades do SUS. Reitera
a necessidade de permanente aperfeiçoamento do sistema e de integração
intersetorial.

13º Conferência Nacional de Saúde

Tema Central: “Saúde e qualidade de vida, políticas de estado e desenvolvimento”.

Eixos:

a) Desafios para efetivação do direito humano à saúde no século XXI: estado,


sociedade e padrões de desenvolvimento;

b) Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na seguridade social e


o pacto pela saúde;
c) A participação da sociedade na efetivação do direito humano a saúde.

Propostas:

1- Ampliar o acesso a programas de moradias populares, garantindo financiamento


para reforma das existentes e reavaliação dos projetos de urbanização, incluindo
segurança pública, áreas de lazer, esporte, cultura e oferta de transporte escolar
gratuito.

2- Efetivar no âmbito do SUS, por meio de programas intersetoriais e


multidisciplinares, ações preventivas, educativas e assistenciais voltadas ao
combate das discriminações, realizando campanhas de sensibilização e
consolidando redes de acolhimento e assistência, implementando ações de
notificação compulsória.

3- Elaborar políticas públicas intersetoriais e transversais voltadas às pessoas em


situação de rua, portadoras ou não de transtornos mentais, usuários de drogas e
com necessidades especiais, repudiando práticas higienistas, repressivas e a
violência que incide sobre esses segmentos populacionais.

4- Ampliar as ações intersetoriais de inclusão social voltadas para pessoas vivendo


com HIV/aids, hanseníase, hepatite C, tuberculose, anemia falciforme e outras
patologias crônicas, assegurando o apoio necessário para a garantia da preservação
da dignidade humana e do direito de ir e vir para estas populações.

5- Viabilizar recursos para a implantação de serviços como Casas de Apoio e


Centros de Referência e Juizado, para o atendimento por equipe multiprofissional a
vítimas de violência de gênero, de ordens física, psicológica, sexual, patrimonial e
moral.

A 13º Conferência foi coordenada pelo presidente eleito do CNS. Os debates


equilibrados, e às vezes bastante acirrados, as discussões participativas, maduras e
menos conservadoras, de fato sintonizadas com os preceitos do Sistema Único de
Saúde, fizeram o diferencial dessa Conferência. As deliberações do Conselho
Nacional de Saúde, respaldado pelas diretrizes políticas apontadas por uma
Conferência Nacional de Saúde, conforme determina a Lei nº 8.142, de 28 de
dezembro de 1990, refletem-se na vida de cada brasileiro nos anos que se seguem
à sua realização.
14º Conferência Nacional de Saúde

Tema central: Todos usam o SUS! SUS na seguridade social – política pública,
patrimônio do povo brasileiro.

Eixos:

a) Em defesa do sus – pelo direito à saúde e à seguridade social;

b) Gestão participativa e controle social sobre o estado: ampliar e consolidar o


modelo democrático de governo do sus;

c) Vinte anos de subfinanciamento: lutar pelo recurso necessário para o sus;

Propostas:

1- Reativar os Conselhos de Seguridade Social nas esferas municipal, estadual/DF e


federal como espaços de definição de estratégias e responsabilidades
complementares voltadas à valorização da vida, prevenção das doenças, violências,
uso de drogas, acidentes, violações de direitos e de afirmação da cultura da paz.

2- Discutir com os Ministérios da Saúde e da Assistência Social a Resolução nº


39/2010, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), que dispõe sobre o
processo de reordenamento dos benefícios eventuais no âmbito da Política de
Assistência Social em relação à Política de Saúde, fortalecimento e integração entre
a Previdência Social e Programa de Saúde do Trabalhador, objetivando o fluxo de
informações.

3- Criar, nas três esferas de governo, políticas de ações intersetoriais integradas,


interligando e articulando ações de saúde, educação, meio ambiente, assistência
social e saneamento.

5- Garantir que os gestores do SUS sejam profissionais de carreira, escolhidos


conforme qualificação profissional compatível com as atribuições do cargo.

Este documento foi construído com base nas 343 propostas votadas e aprovadas
nos Grupos de Trabalho e na Plenária Final. Em consonância com o Relatório Final,
mas direcionado especificamente à sociedade brasileira outro documento foi
aprovado, intitulado Carta da 14ª Conferência Nacional de Saúde. Para chegar a
este momento, foram realizadas 4.374 conferências (municipais e estaduais) nos 27
estados brasileiros, o que significa a realização de 78% do total de conferências
esperadas. Somente com base neste aspecto, a 14ª Conferência Nacional de Saúde
pode ser considerada um marco na história das lutas pela saúde pública no País.

15º Conferência Nacional de Saúde

Tema Central: “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do
povo brasileiro”.

Eixos:

a) Financiamento do SUS e Relação Público-Privado;

b) Participação social;

c) Valorização do trabalho e da educação em saúde.

Propostas:

1- Defender incondicionalmente o SUS público, 100% estatal, universal, de


qualidade e sob gestão direta do Estado, contra todas as formas de privatização,
reiterando o texto constitucional que define a saúde como direito do cidadão e dever
do Estado.

2- Fortalecer as instâncias de Controle Social, especialmente as Conferências e


Conselhos de Saúde, como espaços estratégicos de gestão participativa, garantindo
o caráter autônomo, paritário, democrático e deliberativo na formulação de políticas
para a defesa dos direitos da cidadania e do bem comum.

3- Fortalecer a participação social em todas as políticas públicas, ampliando os


canais de interação com a população, com transparência e participação cidadã.

4- Garantir financiamento estável e sustentável para o Sistema Único de Saúde


(SUS), aprimorando o marco regulatório da Saúde Complementar, melhorando o
padrão do gasto e qualificando o financiamento tripartite e os processos de
transferência de recursos, no sentido de assegurar a qualidade a atenção e os
direitos do cidadão, respeitadas a universalidade e o caráter exclusivamente público
da gestão, com transparência.
5- Garantir o financiamento estável e sustentável para o SUS, melhorando o padrão
do gasto e qualificando o financiamento tripartite e os processos de transferência de
recursos.

Teve como tema central “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das
pessoas: direito do povo brasileiro”, a 15ª Conferência Nacional de Saúde, que
ocorreu em Brasília, entre os dias 1º e 4 de dezembro de 2015, com grande
importância na história das conferências nacionais de saúde, tendo em vista o
momento delicado vivido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), diante da crise
econômica, política e fiscal que o país já atravessava colocando em risco a
sustentabilidade do SUS.

16º Conferência Nacional de Saúde

Tema Central:

Eixos: “Democracia e Saúde”.

a) Consolidação dos princípios do sus;

b) Financiamento adequado e suficiente para o sus;

c) Saúde como direito.

Propostas:

1- Estimular a participação da comunidade na organização do sistema de saúde


local, microrregional e regional, bem como assegurar recursos para a
implementação da educação em saúde para os conselheiros e comunidade em
geral, como uma ferramenta potente de qualificação da gestão do SUS, estimulando
a participação da comunidade em ações intersetoriais de modo a incentivar a
promoção e prevenção em saúde.

2- Elaborar e executar o Plano de Saúde de maneira participativa e ascendente, com


envolvimento da sociedade organizada, ouvindo seus anseios, seja por rodas de
conversas, fóruns de debates, audiências públicas, consulta pública, plebiscitos,
buscando parcerias com entidades como Associações, Ministério Público,
Defensoria Pública, Conselhos Profissionais, Entidades Estudantis, Sindicatos e
outras promovendo o acesso da comunidade à gestão do SUS, de forma a fortalecer
seu protagonismo e atuação fiscalizadora e coo-gestora.
3- Efetivar nos moldes do artigo 198, da Constituição Federal, a participação e
controle social na administração pública fortalecendo o empoderamento da
população quanto aos seus direitos e deveres como cidadãos, utilizando estratégias
de divulgação nos meios de comunicação e instancias de controle social: ouvidoria
em saúde, conselhos de saúde, conferências de saúde, e outros existentes nos
territórios, possibilitando a articulação entre as mesmas.

4- Assegurar o controle social como importante mecanismo deliberativo cumprindo a


Constituição Federal, a Lei no 8.142/90, referente aos Conselhos e Conferências,
para intensificar o fortalecimento destes, visto que representam a população usuária
do SUS, independente de decisões político-partidárias.

5- Ampliar e reforçar órgãos de fiscalização e controle em todos os programas nas


três esferas de governo, a fim de garantir cumprimento de leis e normas, aplicando
estratégias e metas que assegurem a qualidade dos serviços e eliminem quaisquer
possibilidades de corrupção.

Esta conferência veio a defender os princípios básicos do Sistema Único de Saúde


(SUS), a saúde pública como direito de todos e a democracia brasileira estão entre
as principais manifestações da 16ª Conferência Nacional de Saúde. Organizada pelo
Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde, a 16ª
Conferência tem como tema central “Democracia e Saúde”.

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