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Volume 1 - Gramática Fácil
Volume 1 - Gramática Fácil
GANBAROU ZE!
Gramática Fácil
Versão 8
Quarta-Feira, 02 de março de 2022
Capa: https://www.postermywall.com/
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O PROJETO
Hoje, depois de muitas cirurgias (20 mais ou menos) e tratamento, estou andando
de muletas, possuo graduação em Gestão Financeira e MBA em Controladoria e
Finanças.
B. HISTÓRICO
Conheci o site do Tae Kim. Achei a abordagem dele excelente e inovadora, mas
de algum modo aquilo ainda era insuficiente para mim. Então, passado um
tempo, deparei-me com o site Imabi e, através dele, conheci o espetacular livro
“Classical Japanese: A Grammar” de Haruo Shirane. A partir daí me interessei
pelo Japonês Clássico e comecei a pesquisar mais sobre o assunto na internet.
Com essas três “ferramentas” – Manual do Tae Kim, Imabi e Japonês Clássico –,
as coisas começaram a ficar muito mais claras e o aprendizado havia se tornado
ainda mais divertido e intrigante. Resolvi, então, juntar as minhas pesquisas em
um arquivo de texto: tudo que encontrava e achava interessante, eu traduzia e
colocava nele. Depois de 3 anos de pesquisas, então, pensei: “por que não com-
partilhar as minhas pesquisas?”
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português e gratuito, tendo por finalidade abordar a gramática da língua japo-
nesa partindo do ponto de vista japonês (como o Tae Kim faz) e também mostrar
a evolução da língua e os seus porquês (através do Japonês Clássico) para que
você disponha de conhecimento para tentar entender sozinho determinado pa-
drão gramatical, mesmo sem tê-lo visto em um livro de gramática antes.
C. POR QUE O JAPONÊS CLÁSSICO É IMPORTANTE AINDA HOJE?
Quando iniciei este projeto, já era evidente para mim a importância do Japonês
Clássico para um melhor entendimento da língua moderna. Conforme progredi-
mos em nossos estudos, fica fácil perceber que principalmente na língua escrita
formal, deparamo-nos com construções estranhas que, sem o conhecimento do
Japonês Clássico, ficaria impossível compreendê-las de forma satisfatória. Tam-
bém, se você deseja fazer o nível 1 do JLPT, irá se deparar com essas “coisas es-
tranhas” da língua japonesa. É por isso que me propus a fazer uma abordagem
diferente de tudo o que você já viu, abordando o Japonês Clássico, tanto para
mostrar a evolução dos padrões modernos, como para explicar pontos gramati-
cais clássicos que ainda podem ser vistos na língua moderna.
D. POR QUE ESTE LIVRO DE GRAMÁTICA FÁCIL?
Desde que lancei o blog em maio de 2014, tenho recebido e-mails elogiando o
conteúdo, entretanto, há também alguns leitores que afirmam que, apesar de o
conteúdo do blog ser muito bom, é muito complexo para quem está tendo con-
tato com a língua japonesa pela primeira vez.
Diante disso, resolvi elaborar este livro com uma 'gramática fácil' direcionada
àqueles que ainda não tiveram nenhum contato com a língua japonesa. Sendo
assim, se você é um desses, recomendo que comece pelos tópicos a seguir nos
quais serão abordados, em 19 tópicos (o tópico 20 é um suplemento), os funda-
mentos do japonês da maneira mais simples possível. Assim que você tiver do-
minado o conteúdo deste livro, passe para as 60 lições no blog.
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Outra ferramenta em inglês que eu recomendo que você baixe é a extensão
“Rikaichan”. Assim, quando estiver navegando por algum site é só passar o
mouse em cima das palavras em japonês e aparecerá um pop-up com a tradução
em inglês.
Você pode inserir “Furigana” (tópico 2) em sites usando a extensão “IPA Furi-
gana”:
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Infelizmente, não há muitas opções de dicionários Japonês – Português / Portu-
guês – Japonês para consulta online. Conheço apenas um:
Por fim, quero deixar claro que este livro se trata de material que venho pesqui-
sando ao longo desse tempo. É algo de estudante para estudante. Portanto, sem-
pre que encontrar algo interessante, atualizarei algum tópico.
Não deixe de entrar em contato conosco caso tenha sugestões, críticas ou algum
também material interessante que deseje que esteja em futuras atualizações.
https://linktr.ee/blog_ganbarouze
“Não palmilhe sempre o mesmo caminho, passando somente onde outros já pas-
saram. Abandone ocasionalmente o caminho trilhado e embrenhe-se na mata.
Certamente descobrirá coisas nunca vistas, insignificantes, mas não as ignore.
Prossiga explorando tudo sobre elas; cada descoberta levará a outra. Antes do
esperado, haverá algo que mereça reflexão” (Graham Bell)
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ANTES DE COMEÇAR OS ESTUDOS
Se você visita o blog com frequência, deve ter percebido através da seção “ATU-
ALIZAÇÕES”, que até o presente momento (02/03/2022), as partes que mais
temos atualizado são os tópicos pertencentes à “Introdução ao Curso ‘Ganbarou
Ze! – Gramática Japonesa’” nos quais mencionamos dicas de como otimizar o
aprendizado e se manter motivado. E a razão disso é muito simples: pelos relatos
que temos lido e ouvido, a maior dificuldade de aprender japonês não está no
japonês em si, mas sim na maneira de encarar as coisas. Aliás, não nos surpre-
ende que livros de autoajuda estejam sempre entre os mais procurados.
Por isso, essa parte introdutória será talvez A MAIS IMPORTANTE para o seu
aprendizado! Leia cada parte atentamente, reflita e comece a sua jornada na lín-
gua japonesa!
Mesmo que não percebamos, nosso cérebro ainda age de forma muito primitiva,
isto é, para ele é como se nós ainda vivêssemos em ambiente selvagem. Ele quer
que guardemos energia e nos foquemos na sobrevivência. Ele quer que fique-
mos atentos para possíveis ameaças de predadores e guardemos energia para fu-
gir ou mesmo lutar contra esses predadores. Ele quer que guardemos energia
para as tarefas diárias necessárias para a sobrevivência (hoje relativamente sim-
ples, mas pesadas nos tempos primitivos). No ambiente selvagem precisávamos
de muita energia para caçar, plantar, procurar por abrigo devido ao clima, etc.
Segundo apontam especialistas em um estudo publicado na revista cientifica
“Neuropsychologia”, “a conservação de energia foi essencial para a sobrevivên-
cia dos seres humanos, pois nos permitiu ser mais eficientes na busca por comida
e abrigo, na competição por parceiros sexuais e na prevenção de predadores”.
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Eis, então, um dos fatores que o cérebro utiliza para avaliar a importância de algo:
A (NECESSIDADE DE) SOBREVIVÊNCIA.
Agora, de forma geral como o homem primitivo foi tendo consciência daquilo
que era bom ou ruim para a manutenção de sua vida? A resposta é: baseado na
sensação que um ato e/ou o resultado deste trazia. Por exemplo, todos nós sabe-
mos que precisamos beber água para sobreviver. Porém, não é qualquer água.
Nós sabemos que há uma diferença enorme entre beber água tratada e beber água
suja, pois as sensações e os resultados são diferentes, não é mesmo? Beber água
suja é muito desagradável (tem um gosto ruim), além de poder adoecer a pessoa
(resultado ruim). Perceba que não bebemos água suja em sã consciência, ao passo
que constantemente bebemos água tratada, pois ela nos dá uma sensação agra-
dável, além de saciar a sede e hidratar o corpo (resultado bom). Em outras pala-
vras: tendemos repetir o que nos traz boas sensações e/ou resultados bons e
rejeitar aquilo que nos traz sensações e/ou resultados ruins (fugir da dor e bus-
car o prazer). Eis, então, outro fator que o cérebro utiliza para avaliar a importân-
cia de algo: O PRAZER (SEJA DO ATO, SEJA DO RESULTADO).
Como o nosso cérebro não gosta de gastar energia sem propósito, ele possui o
chamado “Sistema de Recompensas”, que é um sistema que constantemente
“calcula” o custo-benefício das ações (a importância), baseado em três fatores:
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➩ Recompensa (positiva ou negativa, alta ou baixa);
Por exemplo, beber água estando no meio do deserto é muito importante! Como
se torna uma ação diretamente relacionada à necessidade de sobrevivência, a re-
compensa é muito alta (e necessária). Neste caso, o cérebro entenderá que es-
forço e distância têm menor relevância, pois o importante é beber água. Por isso,
estaremos dispostos a fazer mais esforço e a gastar mais tempo para encontrar
água. Em contrapartida, estando no conforto de casa, pode ser que estejamos fa-
zendo coisas mais agradáveis do que saciar a sede em si (assistindo a uma partida
de futebol, por exemplo). Saciar a sede, então, torna-se menos importante. Para
alguns, é preferível deixar a sede esperar a perder um lance da partida, tendo
que levantar do sofá e ir buscar água na geladeira (esforço e distância maiores).
Neste caso, assistir a cada lance da partida é mais importante, o prazer é maior
(e imediato) e o esforço e distância, menores (custo-benefício melhor em relação
a saciar a sede).
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Perceba também que o fator importância de uma ação (e a consequente motiva-
ção para executá-la) em muitos casos tem um aspecto fortemente individual.
Conforme o exemplo citado, entre saciar a sede e assistir a partida de futebol, a
escolha não é óbvia; o custo-benefício de uma mesma ação varia de pessoa para
pessoa.
Pensamento gera sentimento que conduz a uma ação que tem um resultado. Esse
resultado, então, confirma o pensamento. Por exemplo, se uma pessoa vive al-
guma situação negativa relacionada à “matemática”, ela provavelmente passará
a acreditar que é péssima em matemática. Em outras palavras, essa pessoa criará
um pensamento que tende a ficar martelando na cabeça:
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Esse diálogo interno constante, essa mesma conversa consigo mesmo o tempo
todo terá como consequência evidente um sentimento de repulsa com relação à
matemática. Como resultado, muito provavelmente essa pessoa passará a enxer-
gar a matemática como algo sem importância (ou danoso) e nem terá motivação
para aprender. Lembre-se que nosso cérebro quer que fujamos da dor e busque-
mos o prazer! E, se ainda assim a pessoa tentar aprender, qualquer erro que co-
meter por mais simples que seja, vai fazê-la dar razão a ela mesma (dar razão
ao pensamento), aumentando o sentimento de repulsa e fazendo ela desistir de
aprender matemática de vez.
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Uma rede elétrica é composta por diversos cabos conectados uns aos outros atra-
vés dos quais a energia elétrica é transmitida para diversos pontos da cidade.
Com o nosso cérebro acontece algo parecido: nele há bilhões de neurônios, que
são como os cabos da rede elétrica e eles se conectam uns aos outros formando
padrões diferentes. Cada padrão de conexão entre os neurônios resulta em uma
memória.
As diferentes conexões neurais não têm, entretanto, todas a mesma força e po-
demos dizer que a duração de cada memória depende do tempo que sua respec-
tiva conexão permanece ativa. Lembre-se sempre que o cérebro consome muita
energia e, por isso, ele não gosta de gastar energia sem propósito. Por isso, acei-
temos ou não, esquecer é fundamental para evitar sobrecarga do nosso cérebro!
Fazendo uma analogia, não há motivos para mantermos ligado na tomada um
equipamento eletrônico que não utilizamos. Ele estaria consumindo energia inu-
tilmente, além de estar ocupando espaço de outro equipamento que seria mais
proveitoso!
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Por isso, costuma-se dividir a memória em dois tipos:
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começo era feito com receio, de forma extremamente racional, exigindo esforço
mental, tornou-se uma ação natural, espontânea, automática.
Alcançar o nível da automatização é algo que o cérebro gosta. Uma ação auto-
matizada passa a exigir menos energia, e o cérebro fica liberado para gastar ener-
gia com outras tarefas. Usando o exemplo de dirigir, no começo quase ninguém
vai gostar de dirigir ouvindo música, pois todo esforço mental está voltado para
dirigir de forma correta. A música pode atrapalhar. Entretanto, depois que o ato
de dirigir se torna automatizado, ouvir música é algo que agrada, pois podemos
prestar atenção nela, não estamos mais totalmente ocupados aprendendo a diri-
gir.
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➩ Quantas receitas você sabe preparar de cor?
Não se surpreenda se a resposta para todas essas perguntas for “ZERO”, afinal
tudo isso pode ser resolvido facilmente com o celular, não é mesmo?
Ora, assim como um músculo, o cérebro precisa ser estimulado para se desen-
volver, para funcionar melhor. Não evite fazer esforço mental. Assim você estará
com seu cérebro matriculado em uma academia, ele não será sedentário e seu
aprendizado será otimizado.
AS FERRAMENTAS DE APRENDIZADO
UFA! Considerando tudo o que abordamos até aqui, por melhor que seja o ma-
terial didático escolhido, se você não utilizar o que chamaremos de “FERRA-
MENTAS DE APRENDIZADO”, o seu aproveitamento será quase nulo. Por-
tanto, tenha em mente que sem elas é como querer fazer limonada sem limões,
ou seja, sem o ESSENCIAL para a limonada. O material didático é apenas parte
do processo (e talvez a menos importante!). Sem motivação, sem esforço
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pessoal, materiais didáticos são apenas letras mortas que não provocam nenhum
efeito prático! Cabe unicamente a VOCÊ dar vida a essas letras!
“Encontre algo que você ame tanto fazer que você espere o sol nascer só para
poder fazer de novo” (Chris Gardner)
Vamos fazer uma analogia: imaginemos que um rapaz tenha iniciado um em-
prego novo e logo no primeiro dia se depara com uma menina que lhe desperta
interesse à primeira vista. Vão se passando os dias, o rapaz fica só a observando
e o interesse vai aumentando, mas ainda não tiveram a oportunidade de conver-
sar. São convidados então para uma dinâmica em duplas na qual um terá que
expor certas informações pessoais ao outro. Agora, responda com sinceridade: se
você estivesse no lugar do rapaz fazendo dupla com a menina que outrora des-
pertara seu interesse, as chances de você guardar as informações pessoais que ela
expor não são muito maiores do que se você estivesse fazendo dupla com qual-
quer outra menina na qual você não estivesse interessado?
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percebermos, um trabalho de organização. O cérebro opera uma organização in-
consciente. Podemos ajudar a memória organizando a informação de modo cons-
ciente fazendo esquemas lógicos o que implica em comparar, selecionar, classi-
ficar, ordenar, associar, esquematizar.
“Se a informação que você precisa memorizar estiver uma completa bagunça,
você dificilmente conseguirá retê-la” (Alberto Dell’Isola)
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Absorver várias informações diferentes ao mesmo tempo mina a concentração e
prejudica a memorização. Vivemos em um tempo em que há excesso de infor-
mações e acabamos querendo consumir o máximo possível disso tudo. Tomamos
o café da manhã lendo o jornal, assistindo à TV ao mesmo tempo que navegamos
pelas redes sociais através do celular. Contudo, nosso cérebro não gosta da mul-
titarefa. Dra. Carla Tieppo afirma que “quando você não está inteiramente con-
centrado naquilo, você está dizendo para o seu cérebro que aquela informação
não é tão importante para você, e é provável que ela acabe sendo descartada”.
Por isso, evite a multitarefa, faça uma coisa de cada vez. Quando estiver estu-
dando, elimine todas as possíveis intrusões – desligue o celular, a TV, feche-se
no seu quarto... e concentre-se apenas no estudo.
Aliás, você precisará desenvolver quatro habilidades para dominar qualquer idi-
oma: (1) ler, (2) escrever, (3) falar e (4) ouvir. Você sabe qual é a “fórmula mágica”
para aprender idiomas? Apresentamos a seguir:
A repetição precisa se tornar um hábito, ou seja, ela precisa ser feita constante-
mente, mesmo que a informação já esteja bem memorizada. Nossa memória é
naturalmente transitória. Podemos saber muito de um assunto hoje, mas se não
nos preocuparmos em manter essas informações, fatalmente as esqueceremos.
Talvez não nos damos conta disto, mas estamos o tempo todo recebendo infor-
mações através dos nossos sentidos. Seja o som de um carro que passa na rua, o
cheiro de alguma coisa, as placas que vemos na estrada, um novo pensamento...
não paramos de receber novas informações e tudo isso acaba “ocupando es-
paço”. Didaticamente, podemos comparar a nossa memória com um copo. O que
acontece se começarmos a colocar água nele sem parar? Exato! Chegará um mo-
mento em que não haverá espaço para tanta água e a água que já estava no copo
começará a ser jogada para fora a fim de dar espaço para a água que está en-
trando no copo.
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Assista a uma animação neste link: https://tinyurl.com/mr26tf7k.
Nosso cérebro precisa constantemente selecionar o que guarda e o que será jo-
gado no lixo. Então, a repetição é uma forma de indicar que, dentre tantas infor-
mações recebidas, aquela específica é importante. Quanto mais reativamos uma
mesma conexão neural (memória), mais ela se torna firme, sólida (veja uma ani-
mação clicando aqui: https://tinyurl.com/38mzhb6h). O contrário também é
verdadeiro, ou seja, pode-se dizer que informação não repetida será informação
esquecida.
“Quanto mais você revisa, se expõe a algo, mais o cérebro se acostuma com
aquela informação e a fixa na memória”
É importante, porém, saber usar a repetição a seu favor. Se mal usada ela pode
se tornar vilã, pois o cérebro precisa de tempo para processar uma informação.
Não bombardeie seu cérebro repetindo as coisas alucinadamente e/ou com mui-
tas informações ao mesmo tempo! Em 1913, P. B. Ballard, um psicólogo inglês,
apontou o que foi chamado de “Fenômeno da Reminiscência”. Esse fenômeno
nos indica que a fixação de um conteúdo é maior algum tempo depois do que
imediatamente depois de estudar. Por isso, a repetição precisa ser feita com tran-
quilidade e com um espaço de tempo.
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1909)”. (...) ela ocorre “porque o cérebro entende que não é preciso registrar in-
formações que não são usadas. Ou seja, quanto menos aquele conteúdo for visto,
menos relevante ele se torna para o cérebro. Logo, é essencial estimular a memó-
ria ao longo do tempo para não descartar a informação estudada”.
***
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1) Nas primeiras 24 horas após a sessão de estudo, para cada leitura de uma hora,
faça uma revisão de dez minutos. Ela deve ser feita nesse período de tempo,
porque é o momento em que mais perdemos informações e isso será suficiente
para “segurar” a sua memória. Para ajudar no processo você pode usar fichas-
resumo, reler as informações anotadas no caderno ou gravar trechos da aula para
ouvi-los depois.
2) No sétimo dia após a sessão de estudo (ou seja, uma semana depois) dedique
apenas cinco minutos para reativar na memória esse material.
***
Já há estudos que apontam que a repetição ativa gera melhores resultados, pois
é como se o esforço que fazemos para puxar algo da memória (esforço mental)
fizesse o cérebro entender: “Puxa, está havendo um esforço para a lembrança de
uma informação. Ela é importante!”. Fazendo uma analogia, se a cada vez que
Hiroshi perdesse determinado brinquedo, sua mãe lhe desse outro igual, a ten-
dência é Hiroshi se acomodar com relação a esse brinquedo. Porém, se logo na
primeira vez que Hiroshi perdesse o brinquedo, sua mãe lhe dissesse “Procure!”,
a tendência é Hiroshi dar mais valor para o brinquedo, tomando mais cuidado
para não o perder.
Perceba como é importante estimular o cérebro a buscar por conta própria a in-
formação desejada. Afinal, é assim que funciona no mundo real. A vida concreta
é muito mais exigente do que os exercícios presentes nos livros. Nas conversas
no mundo real, não há legendas, listas de vocabulário para consulta ou muito
tempo para entender um nativo. Quanto mais rápido processarmos as
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informações, melhor. Fazendo uma analogia, há quem diga que quando se trata
da tabuada de multiplicação, ou a pessoa responde na hora ao ser questionada
quanto é um número vezes o outro, ou ainda não aprendeu bem. De certo modo,
comunicação é assim também. Veja como no português não precisamos de tempo
para processar as coisas durante uma conversa (a menos que a pessoa use um
vocabulário e/ou construções complexas, pouco comuns). Também, se um es-
trangeiro perguntar o que significa “casa”, saberemos responder na hora, não é
mesmo? Isso é por que já estamos familiarizados com o português, por conta de
muita exposição às mesmas coisas repetidas vezes. A língua portuguesa de uso
diário já está “tão memorizada” que se tornou algo natural, automático para nós.
Outro ponto que vale ressaltar é que, uma vez que você tenha memorizado de
forma satisfatória, é importante misturar as informações a serem revisadas. Por
exemplo, observe a tabuada do 4 a seguir:
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Veja que a forma como as tabuadas nos são apresentadas segue sempre um pa-
drão. Isso tem um lado bom e um lado ruim: o lado bom é que isso ajuda muito
na memorização. O lado ruim é que podemos acabar fixando demais no padrão
e condicionando o cérebro a lembrar da informação apenas dentro desse padrão.
Idiomas têm a ver com comunicação e comunicação é um processo criativo e
interativo. Embora cada língua tenha seus padrões como cumprimentos, expres-
sões idiomáticas e palavras que costumam ser mais usadas com outras específi-
cas, na prática, podemos usar as palavras do jeito que a gente quiser, desde que
haja entendimento mútuo. Precisamos estar cientes disso e preparados para esse
fato. Por exemplo, se você estiver memorizando palavras por meio de uma lista
de frequência de uso (o que recomendamos), uma vez que você tenha memori-
zado bem as palavras, comece a revisá-las alterando a ordem das palavras a cada
revisão. Não deixa de ser também uma forma de verificar se você memorizou
bem cada palavra ou acabou na verdade “memorizando o bloco” por causa do
padrão de ordenamento. Fazendo uma analogia com a tabuada, todo mundo há
de concordar que quem sabe mesmo a tabuada do 4 é capaz de responder, por
exemplo, quanto é “4x8” com rapidez e em qualquer contexto.
Suponhamos que você deseja prender uma bicicleta a um poste. Como acha que
ela ficará mais segura? Prendendo-a com apenas uma corrente ou usando várias
correntes presas a diferentes pontos do poste e da bicicleta? Certamente a se-
gunda opção é preferível, não é mesmo? Assim também é nossa memória: quanto
mais associações (correntes) formos capazes de fazer com relação a uma
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informação, mais ela ficará segura em nossa memória. E há várias formas de as-
sociar uma nova informação a algum conhecimento prévio:
➩ associar a lugares;
➩ associar a cores;
➩ associar a símbolos;
➩ associar aos cinco sentidos, sendo que quanto mais sentidos usarmos para
aprender a mesma coisa, melhor, pois há uma variação de estímulos para a
mesma coisa. Por exemplo, se quisermos memorizar a palavra inglesa “coffee”
(café), podemos ler (visão) a palavra e escutar (audição) a pronúncia. Além disso,
podemos associar “coffee” ao sabor (paladar), ao cheiro (olfato) e à textura (tato)
de café que conhecemos.
Se analisarmos bem, é assim que aprendemos nosso idioma materno e novas pa-
lavras: pelo uso constante (repetição) das mesmas coisas e buscando, seja instin-
tivamente, seja de forma consciente, uma relação (associação) entre essas coisas
nas diferentes situações que vivenciamos. Então, veja como repetição e associa-
ção estão intimamente ligadas. Através de associações é que construímos o co-
nhecimento. Observe a figura a seguir que ilustra a importância de construirmos
conhecimento e não apenas ter informações soltas:
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Uma técnica que você pode usar é a chamada “aprendizagem espaçada”. De
forma simplista, é se expor ao mesmo conteúdo por três vezes intercalando in-
tervalos de 10 minutos, sendo que cada uma dessas três exposições tem que ser
feita de forma diferente. Por exemplo, ao estudar vocabulário, na primeira ex-
posição você apenas lê cada palavra e seu respectivo significado. Na segunda
exposição, você pode usar a repetição ativa (tentar lembrar o significado de cada
palavra). Finalmente, na terceira exposição, você pode montar frases com cada
uma das palavras recém-aprendidas (buscar associações com o seu conhecimento
prévio). Enfim, use sua criatividade! Estimule o seu cérebro!
6) PAPEL E CANETA: você deve estar pensando o quanto isso é inútil nos dias
de hoje em que a tecnologia é tão presente, não é mesmo? Entretanto, estudiosos
têm mostrado que retemos melhor as informações quando escrevemos à mão do
que quando as digitamos. Além de exercitar diferentes áreas do cérebro, como a
escrita à mão é mais lenta e exige movimentos distintos, passamos mais tempo
em contato com a informação e, por isso, concentrados nela. Também, ao escrever
notas à mão, tendemos a ser seletivos, porque não se pode escrever à mão tão
rapidamente como quando digitamos. Essa etapa extra de processamento tam-
bém permite uma retenção e análises mais profundas.
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“O computador nos permite rapidez e a caligrafia nos permite um processa-
mento profundo. É uma questão de descobrir como unir as duas coisas” (Ja-
red Hovarth, do Centro de Pesquisa Científica de Aprendizagem da Universi-
dade de Melbourne)
Também, há estudos que apontam que para ter uma boa memória, é fundamental
um sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro
se desconecta dos sentidos, processa, revisa e armazena a memória. Aliás, espe-
cialistas recomendam que se faça uma revisão antes de dormir. A insônia, por
outro lado, leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de se
concentrar e armazenar informações. Então, procure ter uma boa noite de sono
para que o conteúdo estudado seja consolidado com mais facilidade. Além disso,
exercícios físicos regulares, especialmente os de natureza aeróbica, ajudam o cé-
rebro a funcionar melhor.
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uma sensação de prazer. Sendo assim, melhoram significativamente o nosso
processo de aprendizagem. São elas:
➩ Cortisol: essa substância é muito importante entre outras coisas, por gerar em
nós o estado de alerta, o estresse. Imagine o que aconteceria na selva se não nos
“estressássemos” ao ver um leão na nossa frente. Não fugiríamos dele ou lutarí-
amos com ele. Facilmente seríamos pegos. O problema é que o cortisol tem um
efeito devastador para o aprendizado se secretado por períodos longos e em
nível elevado. Isso por que causa a perda das ligações entre os neurônios, preju-
dicando as funções de pensamento mais profundo, memorização e tomada de
decisão. Repare como o estresse nos faz agir de maneira extremamente instintiva,
dando a sensação que perdemos a racionalidade! Aliás, pode-se dizer que
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controlar o estresse é um dos maiores desafios do homem moderno. Se vivendo
na selva o homem tinha basicamente a preocupação de sobreviver, o homem
moderno além de sobreviver (ou para sobreviver) tem uma série de estímulos
diferentes e constantes que o “ameaçam”: estudo, trabalho, trânsito, contas a pa-
gar, status, etc.
Podemos dizer que a língua prática (principalmente a falada) é regida pelo “prin-
cípio do menor esforço”, isto é, uma tendência de institivamente procurar faci-
litar as coisas, de reduzir esforços. Por isso, nativos encurtam, juntam ou omitem
as coisas para tornar a fala mais fácil, além de cometerem erros gramaticais ou de
pronúncia. O princípio do menor esforço também explicaria por que o número
de palavras mais usadas pelos nativos e suficientes para a comunicação no dia
a dia é pequeno (em torno de 3.000), sendo essas palavras as mais simples. Afi-
nal, por que usar palavras (e estruturas gramaticais) complexas se podemos usar
palavras (e estruturas gramaticais) mais simples e chegar ao mesmo resultado
(entender e ser entendido)? Ou você já ouviu alguém usar em português, pala-
vras como litossolo, coarctar, novedio, nubícogo, olente ou divulsão? Para que
dificultar as coisas dizendo, por exemplo, “Dar-te-ei um presente no Natal” se
podemos dizer simplesmente “Eu vou te dar um presente no Natal”? Assim, te-
ríamos o seguinte esquema:
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Vamos exemplificar usando a língua portuguesa. Como nós costumamos pro-
nunciar, por exemplo, “Você não está com sono?” Provavelmente, como apresen-
tado no quadro a seguir:
Novamente, isso se deve ao fato de que os nativos buscam meios mais fáceis de
articular as palavras. Experimente dizer a frase “Hoje você falou com o homem
vestido de branco que estava dentro do carro?”, pronunciando as palavras
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exatamente como elas são escritas. Certamente, você sentirá dificuldade e uma
falta de “ritmo” na fala, isto é, soará como um robô.
Por esta razão, é que normalmente pronunciamos “ Hoji cê falô cum u homi ves-
tidu di brancu qui tava dentru du carru?”. Veja como que instintivamente en-
fraquecemos e/ou omitimos algumas sílabas, a fim de tornar a fala mais fá-
cil, mantendo assim um “ritmo” na articulação das palavras. Algo importante de
se notar é que essas “manobras” usadas pelos nativos não são ensinadas, mas é
algo adquirido e praticado instintivamente pela vivência com o idioma.
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Por isso, procure desde o começo se expor ao japonês ‘do mundo real’, consu-
mindo materiais feitos para os japoneses. Procure fazer amizades com japoneses
(em redes sociais, aplicativos, etc.), conversar com eles em japonês e, principal-
mente, ouvir as coisas na velocidade natural para acostumar seu cérebro. A difi-
culdade em entender um nativo não está na “rapidez” com que ele fala, mas sim
na nossa falta de familiaridade, tanto com a velocidade natural da fala como
com as manobras feitas por ele para tornar a fala mais fácil. Tudo isso por ficar-
mos presos aos materiais didáticos achando que tudo será dito com clareza e gra-
maticalmente correto. Desconsideramos o princípio do menor esforço, sendo
que nós mesmos o aplicamos instintivamente ao usarmos o português! Ora, por
que os nativos de outros países não fariam o mesmo com sua língua materna??
Entretanto, alguns dirão que já há estudos que comprovam que japoneses falam
sim mais rápido se comparado com nativos de outras línguas, pois japoneses
falariam mais sílabas por segundo (link: https://tinyurl.com/mna68jh5). Ainda
que isso seja verdade, vamos olhar a questão de outra maneira. Ao analisar esse
mesmo estudo, a segunda língua mais rápida nessa lista é o espanhol. Ora, mas
nós que falamos português não sentimos tanto isso. Devido a algumas similari-
dades (sonoras e estruturais) que existem entre o português e o espanhol, já esta-
mos “pré-familiarizados” com esse idioma. Como mencionamos anteriormente,
o cérebro é a parte do corpo que sozinha consome mais energia, portanto, ele
quer que nos concentremos naquilo que é realmente importante. De forma sim-
plista, assim como o cérebro só aprende o que julga ser importante, ele tende a
codificar apenas sons que ele julga importantes. Em outras palavras, nós ouvi-
mos tudo com os ouvidos, mas é como se dentro do cérebro tivéssemos um setor
de triagem, um filtro que deixa passar apenas uma parte dos sons (os sons que
“se repetem” constantemente e similares) para o setor da codificação. Se não há
um registro exato do som no nosso banco de dados de experiências vividas, na
nossa memória, o cérebro busca um parecido. Isso explicaria o motivo de nós
falantes de português entendermos relativamente bem o espanhol mesmo sem
nunca ter estudado esse idioma.
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Então, veja que no fundo o problema continua sendo a falta de familiaridade.
Comunicação está muito relacionada à sobrevivência, por isso, não existe idioma
criado para ser incompreensível. Se assim fosse, perderia sua razão de ser. Veja
a resposta de um japonês a um americano ao comentar sobre a “rapidez” com
que os japoneses falam:
“Considero que falo japonês a uma "velocidade normal". Do seu ponto de vista,
o japonês soa rápido porque é uma língua estrangeira. Sou um estudante de in-
glês e sinto que os falantes nativos de inglês falam "rápido", mas na verdade fa-
lam inglês a uma velocidade "normal", não é mesmo? É uma coisa mútua.” (Fó-
rum HiNative)
Em resumo: se você não está familiarizado com o idioma, esse idioma soará rá-
pido para você. À medida que você se familiariza, o idioma começa a soar “mais
lento”. Vai parecer mágica, mas é apenas sinal de que você está progredindo.
Com relação à língua portuguesa, seu cérebro entende o que está sendo falado,
porque ele busca as informações registradas, sendo que elas foram registradas
com base no português como ele é usado no “mundo real” (nós aprendemos o
português com o ouvido). Vamos fazer uma analogia: imagine que seu cérebro
possui um livro chamado “Registro de Palavras” e toda vez que você ouve al-
guma coisa, ele consulta esse livro.
São necessárias duas coisas para uma boa comunicação, uma da parte de cérebro
e outra por parte do livro:
1) CÉREBRO: ele precisa estar acostumado com o ritmo natural da fala a fim de
consultar e encontrar a palavra ouvida o mais rápido possível;
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➩ AIRPORT: aeroporto ou “eroporto” (variante possível usada na língua prá-
tica).
Note que se não houver o registro da língua prática, ao ouvir “eroporto”, o estu-
dante americano ficará confuso achando que é uma palavra que ele não conhece.
Mas é apenas variante de uma palavra já conhecida.
36
Outro exemplo dessas habilidades do cérebro é quando não percebemos erros,
porque nosso cérebro “já entendeu a mensagem”. Veja:
Diante de todos esses fatos, cremos que fica clara a importância da exposição de
forma constante ao japonês “do mundo real”. Resumindo, poderíamos dizer que
aprendemos a falar o português (e isso vale para qualquer idioma) com o OU-
VIDO, bem como por meio da EXPOSIÇÃO e USO CONSTANTES (repetição)
das mesmas coisas, buscando, seja instintivamente, seja conscientemente, uma
relação (ASSOCIAÇÃO) entre essas coisas. Via de regra um nativo reconhece
um erro NÃO por causa da gramática, mas sim por causa de sua experiência, de
seu banco de dados construído até então. Por exemplo, se alguém dissesse
“Quando eu era criança, eu “JOGAVIS” (jogava) futebol na escola”, um nativo
vai saber que isso está errado, não por que gramaticalmente “JOGAVIS” não
existe, mas primeiramente por que nunca ouviu alguém falar assim. Aliás, aqui
percebemos ainda mais a diferença que há entre gramática e língua prática. Por
isso, tenha sempre em mente que um nativo tem conhecimento prático da sua
língua, o que não é necessariamente sinônimo de conhecimento gramatical. Ci-
tando o exemplo do plural gramaticalmente correto de “pizza” – “pizze”, prova-
velmente quase nenhum nativo do português vai saber o que é isso ou se ouvir
alguém falar assim, vai achar que a pessoa está errada, afinal na vida concreta
37
ninguém fala “pizze” para “pizzas”. Mesmo aqueles que sabem que o plural de
“pizza” é “pizze”, não usam isso, pois no fim das contas todos sabem que o que
importa mesmo é ser entendido pelos outros.
Pratique cada habilidade (falar, ouvir, ler e escrever) com foco e concentração.
Por exemplo, para melhorar sua habilidade de ouvir, você tem que ouvir verda-
deiramente. Você tem que escutar com foco e atenção. Ouvir passivamente (fa-
zendo outras coisas ao mesmo tempo) não trará bons resultados. No último tó-
pico deste livro discutiremos mais sobre essas questões.
Quanto mais você demorar para se expor, pior e mais cedo a frustração aparecerá.
Se você não se expõe por que acha que não está preparado, então, você nunca se
sentirá preparado. Somente se expondo é que você será capaz de verificar real-
mente o que precisa melhorar. Expor-se, acertar, errar, ser corrigido, corrigir-se,
expor-se novamente... esse é o processo, esse é o ciclo e não há como evitar essas
etapas.
Você só perde um medo expondo-se a ele; se você tem medo de dirigir, perde-
se o medo dirigindo (obviamente que no início com auxílio de uma pessoa capa-
citada).
“Quando se trata de idiomas, evitar se expor por receio de errar e ser julgado
é o mesmo que deixar de aprender”
Nem todos, porém, têm esse destemor de se expor, nem todos sabem lidar com o
receio de errar e se julgado. O que fazer então? Fato é que não há como fugir da
necessidade de se expor ao japonês do “mundo real” e da possibilidade de er-
rar, se você quiser realmente aprender. Se o receio está em ser julgado pelos na-
tivos por conta dos erros que cometer, então, procure o quanto antes fazer ami-
zades com nativos (um só é suficiente) que, sabendo que você está em processo
de aprendizado, não te julgarão pelos erros, mas sim estarão dispostos a corrigi-
lo e a incentivá-lo. Desse modo, você irá ganhando confiança, experiência e se
sentirá seguro para lidar com pessoas desconhecidas.
38
11) AMBIENTE DE RECOMPENSAS: nós somos seres naturalmente sociais,
portanto, pode-se dizer que consciente ou inconscientemente buscamos ser bem
vistos pelos outros, desejamos ter boa fama. Da necessidade de sobrevivência
surge a necessidade de interação com as outras pessoas, sendo que essa interação
é, consciente ou inconscientemente, muitas vezes seletiva. Em outras palavras,
dificilmente nos relacionamos com pessoas que não têm alguma característica
pessoal dentro do aceitável considerando os valores de uma sociedade ou de um
ambiente específico. O famoso ditado “Diga-me com quem andas e eu te direi
quem és” ilustra bem a tendência que temos de moldarmos nossas ações e gostos
de acordo com o ambiente (ou pessoas) com o qual estamos interagindo ou que-
remos interagir ou, ainda, o fato de escolhermos o ambiente (ou pessoas) que
melhor acolha o nosso jeito de ser. Tudo isso por que buscamos a aceitação, a boa
fama diante dos demais.
Tal fato pode ser (e geralmente acaba sendo) um fator limitador para o aprendi-
zado, pois é como se isso ativasse em nós o instinto de autopreservação, desen-
volvendo o receio de nos expormos, errarmos e sermos julgados pelos outros.
Afinal isso pode acarretar em sermos mal vistos e ter as portas fechadas para
oportunidades.
Embora o ideal seja moderar essa busca pela boa fama (não podemos ser extre-
mamente dependentes disso), como isso nem sempre é fácil e rápido, sugerimos
uma forma de você usar essa característica natural como potencializador do
aprendizado. Para tanto, procure se inserir no que chamaremos de “Ambiente
de Recompensas”, isto é, procure se cercar de pessoas (o ideal é que nesse grupo
de incentivadores haja falantes nativos) que o ajudem a desenvolver o seu poten-
cial; que enxerguem as suas qualidades. Um ambiente no qual reinem os incen-
tivos mútuos e, por ventura, haja críticas realmente construtivas e não as críti-
cas destrutivas e/ou a competição. Receber uma recompensa como um elogio,
incentivo ou prêmio por algo bom e bem feito faz com que nós tenhamos sensa-
ções e sentimentos bons, como prazer, felicidade e euforia, não é mesmo? Ora,
isso está ligado ao neurotransmissor dopamina, que modula diretamente a nossa
motivação, interesse, atenção e, consequentemente, potencializa nossa retenção
e aprendizado. Como ensina Andrei Mayer, professor e neurocientista da UFSC,
“a dopamina sinaliza para o cérebro que algo muito importante aconteceu; o cé-
rebro entende ‘então, vamos fazer de novo!’. A partir daí, muda-se o circuito ce-
rebral, fazendo a pessoa querer mais, a buscar mais. Gera aquela força quase que
mágica que a gente chama de motivação”. No caso de aprendizado de japonês, é
como se a dopamina fizesse o cérebro entender: “Aprender japonês realmente é
bom! É muito importante!! Como me faz sentir bem, vamos continuar com o
aprendizado!!”. Esquematizando, teríamos:
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Não nascemos cada um em uma ilha com todos os recursos necessários para a
nossa sobrevivência e gostos. Nascemos e vivemos em sociedade, no meio de
pessoas, cada uma com suas qualidades e limitações. Interagir com pessoas boas
e construir relações saudáveis com elas é uma das habilidades mais importantes
da vida, afinal ninguém neste mundo é autossuficiente (embora haja quem acha
que seja). Segundo o neurocientista Andrei Mayer “se tem uma coisa que o cére-
bro odeia – e nós somos programados para odiar isso – é isolamento social”. E
não se trata apenas de isolamento social de fato, mas também da sensação de
isolamento, isto é, estar rodeado de pessoas e mesmo assim se sentir sozinho.
Seja estar isolado de fato ou apenas ter a sensação de estar sozinho geram muito
estresse (causado por uma situação de ameaça PRESENTE) e ansiedade (causada
por uma possível situação de ameaça FUTURA). É claro! No fundo uma pessoa
sabe que estando (ou se sentindo) sozinha, os desafios (presentes ou futuros) da
vida serão sempre uma ameaça; ela sabe que tem limitações (mesmo que não
admita). Facilmente percebemos que quando unimos nosso esforço pessoal com
o esforço pessoal de outras pessoas – estar em um ambiente de recompensas –
nós nos sentimos muito mais motivados! É claro! Se o isolamento social (ou a
mera sensação de isolamento) nos faz sentir inseguros, mais fracos com relação
aos desafios presentes e futuros da vida, estar acompanhado de pessoas certas
nos dá maior segurança para enfrentar os desafios que aparecerem pela frente!
Nós nos sentimos muito mais fortes!
Precisamos dos talentos dos outros e os outros precisam dos nossos. E nesta troca,
sem atitudes interesseiras (se quer ser ajudado, esteja disposto a ajudar tam-
bém), ajudamos pessoas a chegarem onde desejam e somos ajudados por elas a
alcançar nossos objetivos.
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Dificilmente as pessoas se motivam através de críticas, por isso, evitemos ao má-
ximo fazer críticas! Pense que uma crítica pode levar segundos para ser feita, mas
pode levar uma eternidade para ser esquecida por quem a recebe! Sim, podemos
“matar” uma pessoa por meio de palavras ditas de forma inconveniente! Nosso
cérebro quer fugir da dor e buscar o prazer, então, tende a cravar críticas na me-
mória como sinal de alerta e o crítico passará a ser visto como uma ameaça a ser
evitada. Por essa razão, crítica tende a gerar desconfiança (com relação a si
mesmo e aos outros) e o afastamento entre as pessoas. Procuremos, então, moti-
var as pessoas através do afeto, acolhimento, reconhecimento das qualidades,
dos esforços que elas têm feito e dos bons frutos que elas têm colhido por suas
boas escolhas! Isso é o que gera confiança entre seres humanos! Para que o outro
nos ouça, primeiro ele tem que sentir que queremos o seu bem! Tomemos cui-
dado com nossas palavras e atitudes e busquemos constantemente refletir sobre
esses aspectos!
Há quem diga que isso se deve muito ao surgimento das redes sociais. Antes da
existência das redes sociais, o universo de pessoas com quem podíamos interagir
era muito pequeno, restringindo-se ao pessoal da rua, da rua mais próxima, al-
gumas pessoas da escola, um conhecido de outro conhecido, etc. Com isso, cons-
ciente ou inconscientemente acabávamos sendo mais tolerantes. Tínhamos que
tolerar características secundárias (gostos, aparência, etc.) que não nos
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agradavam nas pessoas mais próximas se quiséssemos construir relações soci-
ais. Precisávamos ser menos exigentes com os outros. O surgimento das redes
sociais, a grande quantidade de usuários, de filtros de pesquisa para encontrar
contatos e a sensação de que na internet não há fronteiras fizeram com que fi-
cássemos extremamente exigentes. Se antes características secundárias eram to-
leradas, hoje se tornaram essenciais. Leia o trecho a seguir:
Fulano procura contatos na internet. Para ele, não basta a pessoa ser boa e ser
uma incentivadora, propondo-se a ajudar a desenvolver suas qualidades. Além
disso, e tão importante quanto, ela precisa gostar de futebol, saber tocar violão
e piano, precisa morar no Japão, ter 1,70cm de altura e ser descendente de ja-
ponês com americano. Se não possuir exatamente todas essas características,
não serve, não é uma boa pessoa para Fulano.
Ora, é óbvio que quanto mais categorizamos os outros, menos opções nos resta-
rão. Hoje, descartamos pessoas com extrema facilidade, como se fossem produ-
tos facilmente substituíveis. Daí o aumento da sensação ou do desejo de isola-
mento. E pior ainda quando essas atitudes fazem a pessoa chegar ao ponto de
pensar que ninguém no mundo presta – como rotulamos um produto que não
atende todas as nossas exigências – e que todos são uma ameaça, inimigos (ou
rivais) a serem superados em todos os quesitos.
Neste cenário infelizmente é muito mais fácil nos depararmos com críticas des-
trutivas e indiferença do que com reconhecimento e incentivos. No fundo isso
acontece por que acabamos vendo o outro sempre como um rival a ser vencido,
como se estivéssemos numa gangorra – para que um esteja no alto o outro tem
que estar embaixo. Por isso é que devemos procurar moderar a busca pela boa
fama.
As pessoas tendem a sempre visualizar uma situação futura como a ideal. Entre-
tanto, se não formos capazes de encontrar satisfação naquilo de bom que fazemos
HOJE e conquistamos até HOJE, não encontraremos satisfação em mais nada.
Nosso cérebro não gosta de esperar; o tempo todo nosso sistema de recompensas
faz “cálculos” de custo-benefício em relação a uma ação (novamente o “Princí-
pio de Thorndike”: ações imediatamente seguidas de satisfação serão mais pro-
váveis de ocorrer no futuro). Sendo assim, quanto mais distante a recompensa
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estiver, mais chances teremos de perder a vontade de fazer algo. E fazer as coisas
estritamente por um “futuro ideal” é um desses casos, afinal o futuro sempre
estará a nossa frente e é imprevisível. Fatalmente passamos a agir como um ca-
chorro que corre atrás de sua cauda tentando alcança-la, mas não consegue.
Então, que tal trocar o "Estou aprendendo japonês para no futuro (...)" por "Estou
aprendendo japonês e isso é uma satisfação para mim, minha maior recompensa
HOJE!". Com isso o que vier de bom será SEMPRE UM LUCRO, será melhor
aproveitado e valorizado! Aprender é inevitavelmente UM PROCESSO. Ainda
não descobriram um compartimento no cérebro no qual podemos inserir um chip
com as informações que desejamos, cujo acesso é imediato. Bons resultados futu-
ros dependerão de boas ações NO PRESENTE. Fujamos do imediatismo, da ati-
tude de não querer pagar o preço por aquilo que desejamos.
Fazendo uma analogia, quando compramos um jogo de video game, temos dois
objetivos com relação a ele:
Usemos como exemplo o jogo Super Mario World do Super Nintendo. É um jogo
com muitas fases, mas que podemos chegar ao final rapidamente pegando alguns
atalhos. Entretanto, um verdadeiro apreciador de jogos não quer saber de ante-
mão quantas fases compõem o jogo e ele não fica pulando as fases; isso faz per-
der toda a graça do jogo, não é mesmo? A surpresa, os desafios de cada parte da
jornada fazem toda diferença na experiência. Seja o final, seja o caminho percor-
rido (as fases) para chegar a esse final tem a mesma importância. Não faz sentido
pensar que se chegará ao final de um jogo sem ter que passar pelas fases.
43
E se você gosta de jogos de RPG (peguemos o clássico Chrono Trigger como
exemplo) sabe que para enfrentar determinado chefe muitas vezes são necessá-
rios certos atributos que você pode ainda não ter. O que você faz, então? Recua,
não enfrenta o chefe e fica batalhando para ganhar experiência, não é mesmo?
Não há bom jogador se chateia em ter que fazer isso! Faz parte se deparar com
imprevistos e ter que fazer ajustes naquilo que foi planejado! Ao recuar um
pouco, você gasta mais tempo, mas ganha experiência (ficando até mais forte
do que o necessário) para ser capaz de avançar no jogo.
Assim deveria ser a nossa visão com relação ao aprendizado. É um jogo composto
de várias fases. Cada fase, cada evolução, cada desafio vencido tem sua impor-
tância e é uma vitória dentro de um objetivo maior, que é “zerar” o jogo. Quais
são os desafios da fase chamada “HOJE”? Preocupe-se PRIMEIRO em superar
os desafios dela! Preocupe-se com os desafios que estão mais próximos, logo à
frente! E se tiver que recuar um pouco para avançar depois, qual o problema?
Você pode até ficar melhor! Só assim – superando um desafio de cada vez, fa-
zendo ajustes no planejamento quando necessário e comemorando cada pe-
quena conquista – é que podemos chegar ao final do jogo!
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13) HUMILDADE: ter humildade é extremamente importante para a construção
de boas relações sociais. Ora, ninguém em sã consciência gosta de pessoas que
já chegam em um grupo observando os demais com o desejo de superar a todo
mundo em todos os aspectos (já deixa de ser uma relação saudável). Também, no
quesito “exposição” você terá que ter a humildade de aceitar possíveis correções
de quem sabe mais do que você. Isso é normal! Não aceitar que há pessoas me-
lhores do que você com quem você deve aprender, é puro orgulho, um dos piores
venenos para a aprendizagem. Aprender não deixa de ser reconhecer uma limi-
tação e, então, buscar superá-la com o auxílio de alguém melhor do que você em
determinado quesito! Aprendizagem e humildade estão de certa forma muito re-
lacionadas. Aliás, pode ser que seu receio de se expor seja causado pelo orgulho,
isto, não se expor para não se dar conta de suas próprias limitações.
MORAL DA HISTÓRIA: esse sujeito no fundo está preocupado apenas com sua
“imagem social”, com o grande status que se costuma atribuir a alguém com
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grande conhecimento (apenas por conta das certificações e diplomas) e estuda
constantemente. Ele não está preocupado em ter o conhecimento de fato. Afinal,
tendemos a acreditar que quantidade é o mesmo que qualidade, que quem faz
mais ou tem mais, tem mais valor (pelo menos até que se prove o contrário). Ele
criou muitas expectativas nas pessoas devido à imagem que passa, mas no fim o
tombo foi bem maior e humilhante. Ainda que ele tenha conquistado alguma
coisa até aquele momento apenas por seus rótulos (e certa lábia), quem dali pra
frente daria credibilidade a ele?
Então, exercite a humildade também no sentido de ter como meta mais impor-
tante aprender de fato, ainda mais quando se trata de idiomas. Certamente você
se deparará em algum momento com afirmações como:
➩ Para começar a entender um nativo, você precisará ouvir de 600 horas (se for
uma língua que possui semelhanças com o português) a pelo menos 2.000 horas
(se for uma língua completamente diferente);
➩ Para dominar qualquer coisa você precisa de 10.000 horas de prática (“Regra
das 10.000 Horas”);
➩ Você precisa ter o nível 1 do JLPT (mais alto) para ser considerado fluente;
Não fique com essas coisas na cabeça! Não caia na armadilha de querer ficar
quantificando conhecimento! No caso do JLPT, por exemplo, não há uma seção
de fala. Isso significa que você pode ser capaz de reconhecer e compreender a
gramática ao ler ou ouvir, mas pode ser incapaz de falar japonês com fluência.
Não é difícil encontrar na internet relatos como “Eu conheço pessoas que passa-
ram no nível 1 do JLPT, mas são incapazes de conversar naturalmente em japo-
nês”. No caso das palavras mais comuns, há estudos sérios que comprovam que
elas realmente possibilitam uma comunicação efetiva na maior parte das vezes,
até por conta do princípio do menor esforço. Portanto, comece por elas, mas não
se restrinja a elas e não se apegue à porcentagem de compreensão. Como vere-
mos no próximo tópico dessa introdução, as pessoas são livres para usarem as
palavras que quiserem e elaborarem suas orações do jeito que quiserem e, por
isso, sempre existirá o risco de haver incompreensões, seja numa língua estran-
geira, seja em nossa própria língua materna! Aprender vocabulário é uma cons-
tante! Aprendendo as palavras mais comuns primeiro estamos apenas dimi-
nuindo esse risco de incompreensão!
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palavras, ter o nível 1 do JLPT, ter certificações em instituições renomadas se você
não for capaz de aplicar esse conhecimento (em grande parte apenas teórico) no
mundo real, comunicando-se de forma satisfatória com as pessoas (compreen-
der e ser compreendido). Isso é o que fará a diferença. É isso que vai contribuir
realmente para uma boa “imagem social”.
Portanto, ter disciplina é um dos aspectos mais importantes para alcançar seus
objetivos. Você se sentirá o tempo todo tentado a trocar o estudo por algo mais
prazeroso, imediato e que exija menos esforço. Estudar japonês, diante de diver-
sas escolhas atraentes que aparecem, pode se tornar um fardo. Por que preferir
estudar japonês, algo que exige esforço e cuja recompensa pode estar longe
(tempo indeterminado para alcança-la) se você pode ficar, por exemplo, nave-
gando nas redes sociais, algo que proporciona recompensa imediata e com me-
nos esforço? Por isso algumas atitudes são importantes:
➩ Ter autocontrole para se manter firme diante dos prazeres imediatos que se
apresentam.
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“Todos são capazes de fugir, desistir se houver um instante, por isso, continu-
emos caminhando!” (Canção “Brave Heart” de Digimon Tri)
Não adianta, por exemplo, estudar todos os dias durante uma semana aplicando
todas as ferramentas apresentadas anteriormente e depois ficar um mês sem fa-
zer nada disso. É bem provável que nesse espaço de tempo, outras coisas des-
pertem seu interesse e atenção. Um mínimo instante de falta de vontade, de
preguiça poderá ser suficiente para minar ou apagar totalmente o seu interesse
em aprender japonês. Se não estiver disposto para executar uma tarefa, procure
se lembrar de tudo de bom que a execução dessa tarefa lhe trouxe até hoje (sen-
sações e resultados). Feito isso, comece a executar a tarefa mesmo que na marra.
É bem provável que a motivação aparecerá aos poucos. Também, coloque essa
tarefa no topo da lista de coisas a se fazer no dia, a primeira coisa. A ideia de
“tirar logo isso da frente” pode ajudar a ter motivação para começar (e finalizar).
Outra coisa que você pode fazer é organizar o ambiente de modo que o acesso ao
material de estudo (livros, cadernos, etc.) fique bem facilitado. Por exemplo, se
você sente disposição para estudar logo que acorda, pode deixar o material de
estudo numa mesa ao lado da cama. Ou se não estiver disposto, o simples fato
de o material de estudo estar bem acessível pode gerar motivação para começar
a estudar.
Já que não usamos todas as palavras existentes ou que conhecemos para nos
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comunicarmos, costuma-se dividi-las em dois grupos: as palavras que você co-
nhece, e utiliza, constituem o seu vocabulário ativo. As palavras que você co-
nhece, mas não utiliza, no dia a dia, constituem o seu vocabulário passivo. É de
se imaginar, portanto, que o vocabulário passivo é muito maior que o nosso vo-
cabulário ativo, pois na nossa vida rotineira tendemos a usar somente as pala-
vras “mais simples” e comumente usadas.
E indo mais além: não somente usamos as palavras mais simples, mas também
os padrões de sentença mais simples. Por exemplo, “Eu vou te dar um presente
no Natal” é mais comum que “Eu lhe darei um presente no Natal”. Muito mais
raro, é a forma “Dar-te-ei um presente no Natal”.
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números, é bom que você tenha em seu vocabulário passivo em torno de 3.500
palavras (ou mais), a fim de obter uma boa compreensão do idioma.
Outro ponto importante, é que nos cursos convencionais nós tendemos a apren-
der palavras por grupos: cores, ocupações, móveis e assim por diante. Isso parece
eficaz e sensato, pois nossa memória trabalha melhor ao categorizarmos as coisas
por suas semelhanças. Contudo, em termos de aprendizagem de línguas, essa
atitude só retarda o aprendizado.
Não, não estamos dizendo que essas palavras não são importantes. A questão
aqui é dar prioridade para as palavras realmente importantes, aquelas que pos-
sibilitarão uma comunicação efetiva na maior parte das situações. Por esta razão,
cremos que o melhor meio de aprender palavras é categoriza-las não por sua se-
melhança, mas sim por sua frequência de uso.
Conhecendo as 3.000 palavras mais comuns, você será capaz de encontrar uma
maneira de dizer o que quiser (desconsiderando se um nativo falaria ou não desse
jeito). Você não terá problemas de comunicação e circulação na vida cotidiana,
mas provavelmente precisará de um dicionário para ler a maioria do material
escrito, pois é na língua escrita que se costuma observar as regras gramaticais e,
para transmitir formalidade, usar palavras mais complexas. Segundo alguns es-
tudos, o número de palavras necessárias para atingir certos níveis de compreen-
são textual varia da mídia para mídia. Por exemplo, para textos na internet são
necessárias aproximadamente 5.000 palavras para um nível de compreensão de
95%. Já para livros, jornais e revistas são necessárias mais de 9.000 palavras para
esse mesmo nível de compreensão. Isso é pelo fato de que esses meios possuem
palavras mais técnicas, restritas a um determinado assunto.
A tendência para qualquer idioma é que quanto maior o nível, mais restritas são
as palavras e as estruturas gramaticais. O natural é que palavras mais complexas
sejam criadas a partir das palavras mais simples, de uso corrente para preencher
lacunas específicas de um determinado meio ou época. Esse fato, aliás, também
fundamentaria a importância de se dar prioridade para o aprendizado das pala-
vras mais comuns. Mesmo que você se depare com uma palavra avançada des-
conhecida, como mencionamos anteriormente, será bem provável que ela se trate
apenas da combinação de palavras mais simples, de uso corrente.
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Agora, observe a oração em português a seguir:
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nós vamos aprendendo novos sentidos das palavras que já conhecemos com o
tempo e nos expondo a diferentes situações da vida.
Observe a oração a seguir também em português:
Não se frustre (e não permita que ninguém o frustre) caso não consiga compre-
ender algo rapidamente. Apenas se esforce para compreender! Pergunte! Se for
possível, peça para o falante reformular o que foi dito! Como vimos com os três
exemplos em português, o risco de incompreensão que você vivenciará no japo-
nês vivenciamos em nossa língua materna também e nem por isso ficamos colo-
cando um peso enorme em nossas consciências, pensando que somos péssimos
falantes de português!
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LEITURA DINÂMICA?
Já que o primeiro contato que temos com algum assunto que queremos aprender
é normalmente através de textos e livros, nada mais natural do que abordar o
tema “Leitura Dinâmica”, afinal quem não gostaria de ser capaz de ler com
maior velocidade, não é mesmo?
Vemos muitos cursos de leitura dinâmica por aí com diversas técnicas cansativas
que acabam é desmotivando (ainda mais) muita gente com relação à leitura. Cre-
mos que ler com maior velocidade esteja relacionado a apenas três fatores:
➩ INTERESSE: talvez esse seja o ponto mais negligenciado até mesmo pela es-
cola. Normalmente se obriga o estudante a ler livros (chatos!) sem a preocupação
de primeiro despertar nele o prazer pela leitura. Sem possibilidade de prazer
dificilmente a pessoa dará importância e não haverá, consequentemente, moti-
vação para a leitura. E pior: geralmente essa obrigação surge em contextos de
intimidação, como fazer provas. Nesse cenário é claro que o cérebro vai encarar
o ato de ler como algo “perverso” e vai querer que fujamos dele (fugir da dor e
buscar o prazer).
Observar o seu nível de familiaridade, seja com o tema, seja com o vocabulário é
muito importante para que a leitura seja mais veloz e prazerosa. Pode acontecer,
por exemplo, de você gostar de um tema, já ter lido sobre ele, mas acabar se de-
parando com um material que contenha um vocabulário mais restrito, ao qual
você não está acostumado ainda (a "Gramática Avançada" do blog Ganbarou Ze!
). Nesses casos, a tendência é que você leia com menor velocidade ou mesmo
se desmotive com a leitura.
➩ HÁBITO: ler precisa se tornar uma ação constante. Comece por livros cujo
tema é de seu interesse. Comece por livros sobre o tema de seu interesse, mas que
contenham vocabulário simples se achar que seu vocabulário ainda não é tão
grande e vá “dificultando” aos poucos. Com isso, você estará aumentando o seu
banco de dados. Com o tempo, a sua leitura se tornará naturalmente mais veloz!
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Como vimos ler mais rápido também não está relacionado a técnicas secretas e
mirabolantes. Aliás, um estudo publicado em 2016 na revista “Psychological Sci-
ence” (link: https://tinyurl.com/y9d3k969) aponta em sua conclusão que há um
conflito entre velocidade de leitura e compreensão, isto é, não há como aumen-
tar a velocidade de leitura sem perder a compreensão do texto.
Entre outras coisas é afirmado que “aumentar a velocidade com que você encon-
tra as palavras, portanto, tem consequências sobre o quanto você entende e se
lembra do texto. Em alguns cenários, é tolerável e até aconselhável aceitar uma
diminuição na compreensão em troca de um aumento na velocidade. Isso pode
ocorrer, por exemplo, se você já souber muito sobre o material e estiver folheando
o material para buscar uma informação específica (destaque nosso). Em muitas
outras situações, entretanto, será necessário desacelerar para um ritmo normal a
fim de se conseguir uma boa compreensão (destaque nosso). Além disso, você
pode precisar reler partes do texto para garantir uma compreensão adequada do
que foi escrito”.
Muito se tem falado sobre o RSVP (Rapid Serial Visual Presentation), uma técnica
em que diferentes informações são apresentadas numa velocidade constante e
no mesmo ponto do espaço visual. Seria o RSVP a nova e definitiva técnica de
leitura dinâmica?
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Realmente, já há estudos que mostram que o RSVP ajuda a aumentar a veloci-
dade de leitura, porque elimina distrações, o movimento dos olhos e a necessi-
dade de saltar linhas, pois força o leitor a focar em um ponto apenas. Entretanto
há um preço a se pagar por isso: o RSVP tende a deixar o leitor extremamente
cansado, pois a velocidade de uma máquina pode ser constante, mas a veloci-
dade “humana” varia sempre.
“Se com o RSVP é preciso ficar ‘quebrando’ o texto para evitar o cansaço, en-
tão, não é mais fácil ler o texto normalmente, sem o uso do RSVP?”
Pois é. O tempo que se ganharia com o RSVP se perderia tendo que fatiar textos
longos! Além disso, como citado no interessante artigo da revista “Psychological
Science”, “você pode precisar reler partes do texto para garantir uma compre-
ensão adequada do que foi escrito”. Ora, não é difícil perceber que com o RSVP
fazer retrocessos no texto para pontos específicos é bem complicado, devido à
velocidade constante. Outro fato que precisamos considerar é que se uma pessoa
consegue ler (e compreender) usando o RSVP numa boa velocidade, é por que
muito provavelmente ela já consegue fazer isso de forma natural. Levando em
conta o fato de ter que fatiar textos longos e a maior complexidade em fazer re-
leituras de trechos específicos, qual a vantagem que essa pessoa que gosta de ler
e tem o hábito de leitura (ou mesmo qualquer pessoa) veria em usar o RSVP?
Por fim, deixamos uma frase bem-humorada atribuída a Woody Allen, escritor,
roteirista, cineasta, ator e músico norte-americano:
55
MAIS ALGUMAS COISAS
Diante de tudo o que mencionamos nessa parte introdutória, você pode achar
que no fim das contas é melhor ignorar a gramática e ir direto para a exposição
no mundo real, procurando aprender as coisas “por imitação”, afinal não pensa-
mos em gramática quando estamos falando o português.
Então, encare a gramática como um meio para um fim. Ela apenas faz parte do
caminho; não é o ponto de chegada. O ponto de chegada é, no mundo real, ser
capaz de se comunicar (entender e ser entendido)! Como mencionamos, o pro-
blema é ficar preso aos livros, à gramática, mas isso não significa que você não
deve aprender nada de gramática.
Ao ser confrontada com esse fato, a pessoa que defende a tese apresentada muito
provavelmente dirá: “Ah, mas ela não aprendeu porque não se expôs, não prati-
cou o idioma!”.
BINGO!
56
O que pode acontecer em alguns casos dependendo das circunstâncias da pes-
soa no país estrangeiro, é que a NECESSIDADE de sobrevivência (e consequen-
temente de comunicação), acabe acelerando o aprendizado (lembre-se de como
funciona o nosso cérebro). Segundo alguns estudiosos, um mês em um “Homes-
tay Program”, modalidade de intercâmbio possível em alguns países na qual o
estudante fica hospedado em uma casa de família, poderia equivaler ao que se
aprende nos três anos do Ensino Médio. Mas veja que isso é muito diferente de
dizer de forma taxativa e generalizada que SÓ se aprende um idioma estando no
país em que nativos o têm como língua materna.
Além disso, a tese de que viver em um país estrangeiro poderia acelerar o apren-
dizado a depender das circunstâncias de como a pessoa se insere nele é bem dis-
cutível. Ainda que a pessoa se insira em um contexto de necessidade de comuni-
cação pela necessidade de sobrevivência, lembre-se do princípio do menor es-
forço, isto é, até quando a pessoa conseguiria sustentar esse contexto de necessi-
dade? É muito provável que ela acabe se “refugiando” em comunidades de bra-
sileiros, pois convenhamos, a gente se sentiria muito mais seguro e seria muito
mais cômodo. No fim das contas, é justamente a necessidade de sobrevivência
que faria a pessoa se fechar numa bolha, sobreviver é infinitamente mais impor-
tante do que aprender uma língua estrangeira.
Por causa desse tipo de recompensa que o cérebro gosta é que tendemos a nos
desmotivar FACILMENTE de tarefas que exigem esforço e que não tenham re-
sultados imediatos – ou cujo tempo para alcançar os resultados seja indetermi-
nado (é o caso de aprender idiomas!!). A preguiça, então, aparece e a desmotiva-
ção vai aumentando. Segundo André Buric, especialista em Neurolinguística
comportamental, “a preguiça nada mais é que um mecanismo utilizado pelo
nosso cérebro quando ele não consegue entender que há um motivo atrativo para
57
você gastar sua energia fazendo aquilo. Quando estamos motivados, agimos para
buscar o que nos motiva. Mas sem essa recompensa clara, o cérebro avalia a situ-
ação e prefere poupar sua energia para algo mais útil ou recompensador”. Isso
pode acontecer independentemente do local. Assim como fora do Japão pode-
mos começar a dar menos importância ao estudo do japonês, vivendo lá, também.
Aliás, aqui reforçamos a importância de se encontrar satisfação no presente (no
processo), ser capaz de visualizar dentro do processo pequenas vitórias e come-
morá-las. Não se apegar apenas a uma satisfação no futuro (no resultado).
Usando a analogia do jogo de video game, comemorar cada fase, desafio supe-
rado.
58
(geralmente criando um sentimento de culpa ou inferioridade) para fazer você
acreditar que determinada situação é um problema MUITO grande (quando não
é) e que somente eles têm a solução para resolvê-lo (geralmente custando um
valor bem alto).
Assista ao episódio “Um Tesouro Difícil” do desenho Pica Pau. Nele Pica Pau
acaba de herdar uma fortuna, mas por querer ainda mais cai no golpe do mapa
do tesouro aplicado por Zeca Urubu. Durante a procura pelo tesouro, Zeca
Urubu CRIA uma série de problemas para Pica Pau e oferece soluções que cus-
tam dinheiro. Depois de gastar todo seu dinheiro comprando soluções para cada
problema com que se deparava, Pica Pau descobre que nunca houve tesouro al-
gum. Tudo aquilo não tinha passado de uma situação armada pelo urubu viga-
rista para tirar dinheiro do Pica Pau.
Uma frase dita no episódio resume toda a situação vivida por Pica Pau: “Uma
pessoa obcecada por dinheiro é presa fácil para os vigaristas”. Troque “di-
nheiro” por qualquer coisa que você deseja muito e não se deixe cair nas armadi-
lhas dos “Zecas Urubus” da vida real!
Tenha paciência e disciplina nos seus estudos. Não existem soluções milagrosas
ou soluções para problemas inexistentes. Tais problemas simplesmente não exis-
tem! “Se o Pica Pau tivesse comunicado a polícia, isto nunca teria acontecido”
aqui seria:
Não crie (ou aceite) pensamentos limitadores! Apenas pratique com constância,
humildade, paciência e alegria, buscando o essencial da comunicação, isto é,
compreender e ser compreendido pelas outras pessoas! Se por acaso estiver
mesmo diante de um muro, pense no que há de belo para além dele e dê o seu
melhor para atravessá-lo! Não desanime! Acredite! Apesar do suor, esforço e
persistência (marcas dos verdadeiros campeões), valerá muito a pena! Faça do
59
aprendizado uma diversão. Seja um “atravessador” de muros e ajude os outros
a atravessar muros. Assim, todos saem ganhando!
Logo na primeira vez que tivemos que montar um grupo, sabendo eu que seria
difícil me aceitarem, sentei perto de um grupo que estava sendo formado. Eis que
me dizem apontando para outro grupo: "Nelson, naquele grupo está faltando
gente. Vai lá." Fui, mas não fui aceito... tive que fazer aquele trabalho sozinho...
Em outra oportunidade, numa aula de psicologia, a professora pediu para que
juntássemos as carteiras a fim de formar grupos. Eu sentava na frente perto da
porta para facilitar a minha locomoção. Ninguém juntou a carteira comigo. Então,
a professora resolveu questionar a sala: "Ninguém quer fazer grupo com o Nel-
son?". Um silêncio se fez presente na sala e novamente tive que fazer o trabalho
sozinho...
60
Pedia silêncio aos alunos e dizia coisas como "Parabéns, Nelson. Você tirou a nota
X!". Esse professor também passou a fazer perguntas aos alunos a respeito da
matéria que ele estava explicando. Ele perguntava para duas ou três pessoas e
sempre quando ia perguntar pra mim dizia coisas como "Silêncio pessoal. Agora
eu vou perguntar pra quem realmente sabe da matéria". Eu sempre respondia de
forma correta e ele dizia: "É isso mesmo! Pessoal, aprendam com o Nelson".
61
Por menor que seja a possiblidade de sucesso, ainda existe possibilidade de su-
cesso. Se desistirmos, é certeza que não haverá possibilidade alguma. Seu divisor
de águas, o fator determinante para tudo ser diferente pode estar a uma atitude
diferente e /ou a uma pessoa de distância somente (no meu caso estava a uma
pessoa de distância: aquele professor que acreditou em mim). É muito melhor
olhar para trás e pensar com alegria: “Puxa, como lutei para chegar até aqui” do
que olhar para trás e pensar com dúvida: “Puxa, se eu não tivesse desistido, como
eu estaria hoje?”. Se você acha que as coisas estão ruins, entre essas coisas ruins
e o sonho da sua vida podem existir inúmeras possibilidades e oportunidades
que você deixa de perceber por estar paralisado por achar que as coisas estão
ruins. Já imaginou que você pode estar sendo como o cavalo que ACHA que está
preso na cadeira? Já pensou que você pode estar deixando de ter experiências
magníficas por causa de apenas UM pensamento equivocado?
Essa é a filosofia que aplico ao projeto “Ganbarou Ze!”. Alguns dizem para eu
retirar da página inicial do blog a minha foto com as muletas e a informação que
sou deficiente físico, porque isso afasta as pessoas. Infelizmente tendemos a agir
de acordo com aquilo que ACHAMOS ser verdade e não nos damos o trabalho
de conhecer melhor as coisas e as pessoas (como os meus colegas de sala fizeram).
Porém, não vou retirar! Eu tenho deficiência mesmo ué... não posso esconder isso.
Se queremos que os outros nos aceitem, temos que ser os primeiros a nos aceitar.
Se há pessoas que julgam o blog por causa disso, quem perde são elas (assim
como os meus colegas de sala perderam – e depois que perceberam que estavam
errados, vieram me procurar). Uma hora pode aparecer a “OPORTUNIDADE
DE OURO”, pode aparecer quem acredite no projeto, da mesma forma que
aquele professor universitário acreditou em mim, e queira ser um degrau para
que todo o potencial do blog brilhe, seja conhecido. A mim, resta apenas conti-
nuar fazendo as coisas com motivação e alegria para não dar razão a quem julga
mal o projeto pela capa .
62
Anteriormente, eu disse que precisamos ter satisfação no presente, isto é, que
você tenha como maior recompensa o PROCESSO de estar aprender japonês
AGORA MESMO. Muitos se desmotivam justamente por focar demais naquilo
que ainda não têm – "Estou aprendendo japonês para (no futuro...)". Isso uma
hora ou outra só vai gerar insatisfação, porque não importa o que sejamos ou
tenhamos, vamos querer ainda mais, nada estará bom. O projeto “Ganbarou Ze!”,
inclusive, não existiria mais se a minha maior recompensa não fosse o fato de
estar compartilhando AGORA MESMO conhecimento com você e ajudando
pessoas que nem conheço, de diversos lugares. O que eu mais ouço são coisas
como:
-"Você pode estar trabalhando de graça para alguém que pega seu conteúdo e
ganha dinheiro e reconhecimento";
➩ Os PRINCÍPIOS que nosso cérebro usa para aprender (ou não) SERÃO SEM-
PRE OS MESMOS;
63
há muitos especialistas na área que os ensinam de graça na internet ou através
de livros que custam bem menos do que essas fortunas que os milagreiros co-
bram por seus “cursos”. Veja quais os principais assuntos e técnicas abordados
geralmente bem superficialmente nesses cursos:
➩ Técnica Pomodoro;
➩ Neurociência;
➩ Programação Neurolinguística.
Desconfie de qualquer figura que brote na internet vendendo “cursos” caros sem
disponibilizar abertamente o conteúdo programático detalhado do curso, bem
como seu histórico referente à capacitação. Comparo essa situação a comprar
um carro novo: você compraria um carro recém lançado no mercado e que você
não conhece só pelo fato de um vendedor também desconhecido afirmar que ele
é o melhor carro já criado? Com certeza não. Antes, você mesmo iria verificar
todas as funcionalidades do carro, faria um test-drive e só depois analisaria se
tudo o que você experimentou do carro novo se encaixa naquilo que você espera
de um carro, não é mesmo?
Claro que pode haver método ruim. Método ruim é simplesmente aquele que
ignora os princípios que o nosso cérebro usa para aprender. De fato, o método
tradicional (talvez) ainda usado nas escolas de idiomas (aquele restrito aos livros
de gramática e que desconsidera a importância da exposição e práticas constantes
levando em conta os aspectos do uso prático de uma língua) é muito ruim, é
péssimo. Aliás, os milagreiros costumam comparar seu “método milagroso” ao
método tradicional (muito ruim) das escolas de idiomas, afirmando ser o seu
“curso” muito mais vantajoso. Contudo, entre algo muito ruim (método tradici-
onal) e ruim (curso que ensina e aplica – muito mal – os princípios da aprendiza-
gem custando uma fortuna), sendo que é muito fácil conhecer esses princípios
atualmente, melhor não ficar com nenhuma das duas opções!
Então, esteja ciente desses princípios que governam a aprendizagem que aborda-
mos aqui. A aplicação prática (e o sucesso dessa aplicação) dependerá única e
64
exclusivamente do seu empenho. Aliás, aqui eu poderia acrescentar uma ter-
ceira razão para afirmar que não existe método milagroso:
➩ A opinião de quem já fez o curso: embora esse item seja importante, pode ser
também muito perigoso (especialmente os relatos na internet). Ora, não há
como saber com certeza se o relato é verdadeiro (pode ser alguém “contratado”
para falar bem do curso, fazendo apenas um teatro). Também, não é possível
saber o grau de conhecimento que a pessoa tinha antes de fazer o curso (se ela
não sabia nada ou muito pouco, qualquer coisa acima disso é válido, é provei-
toso). Outro fator a se levar em conta em relatos é a tendência de “acobertar o
erro”. Em outras palavras, ainda que a pessoa tenha consciência que o curso é
ruim, que não atendeu as suas expectativas, pode querer dizer que para ela foi
bom, pois, do contrário, teria que assumir o erro e enfrentar o possível julga-
mento alheio. Por essas razões, esse item é o que menos levo em consideração, a
não ser que os outros três itens sejam bem atendidos.
***
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Por fim, não há como dizer em quanto tempo você ficará fluente, pois, de novo,
isso dependerá única e exclusivamente do seu empenho. E o seu empenho de-
penderá de uma série de fatores de cunho individual. Fatores esses que ninguém
é capaz de mensurar a não ser você mesmo. Eu já comentei de certo modo sobre
a importância da FLEXIBILIDADE ao fazer a comparação do aprendizado com
jogos de videogame. Porém, permita-me fazer mais uma comparação. Para tanto,
observe a figura a seguir:
EXATO!
Apesar de DIFERENTES, todas as contas têm “10” como resultado. Assim como
seria extremamente equivocado afirmar que SÓ se chega a “10” com “5 + 5”,
pois todas as outras contas são maneiras igualmente válidas de chegar ao
mesmo resultado, é igualmente equivocado afirmar que o esforço é válido SO-
MENTE se tudo sair conforme o seu planejamento inicial e/ou se feito SO-
MENTE e EXATAMENTE da mesma maneira que outras pessoas já fizeram!
Ajustes durante o caminho serão necessários e isso é NORMAL! Você chegará
primeiro que muita gente; muita gente chegará primeiro que você. Isso é NOR-
MAL! Alguns chegarão de uma maneira; outros chegarão de outra maneira,
igualmente válida, justa e honesta. Isso é NORMAL!
66
Lembro-me de uma frase interessante que vi há algum tempo por aí. Era mais ou
menos assim:
***
67
1. ESCRITA I – KANA E ROOMAJI
A escrita japonesa possui quatro formas de expressão: O Kana, formado por dois
conjuntos de fonemas – Hiragana e Katakana (que juntos formam o silabário ja-
ponês), o Kanji, ou ideogramas chineses e o Roomaji, que é a forma de se repre-
sentar os sons da língua japonesa através das letras do nosso alfabeto romano.
Perceba que ambos possuem os mesmos sons, sendo que o que os diferencia é a
forma dos fonemas. Também, diferentemente do português, em que se segue o
padrão de vogais “A – E – I – O – U”, no japonês é “A -I -U -E – O”. Com relação
à pronúncia e traçado, assista aos vídeos nos links abaixo:
Ao observar o quadro, também é possível ter uma ideia de como o Roomaji fun-
ciona. Por exemplo, “cachorro” em japonês é 「いぬ」, que em Roomaji ficaria
“INU”. Como regra, essa palavra não poderia ser escrita em Katakana, isto é, 「
イヌ」, por se tratar de uma palavra japonesa.
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Bom, até aqui nada complicado, não é mesmo? Contudo você deve estar se per-
guntando, com razão, como representar, por exemplo, o som “DA” se no quadro
só tem o som “TA”?
Na escrita japonesa existem sinais que podemos colocar nos fonemas, afim de
obter variações. Podemos colocar um pequeno círculo ou umas aspas do lado
superior direito de alguns fonemas. Observe:
Portanto, para obter o som “DA”, simplesmente colocamos aspas no canto su-
perior direito do fonema “TA”. Se quisermos, por exemplo, o som “BA” basta
colocar as aspas no som “HA” e se queremos o som “PA”, simplesmente coloca-
mos um pequeno círculo no fonema “HA”.
Aumentamos o nosso repertório de sons possíveis, mas ainda não acabou. Isso
por que ainda é possível também combinar alguns fonemas de terminados em
“I” colocando do seu lado direito um pequeno 「や」, 「ゆ」 ou 「よ」. Veja:
Vamos a um exemplo prático com base no que vimos até aqui. Como escrever em
japonês o nome “Nelson”?
69
A dúvida aqui é em relação ao “L” solitário, pois não existe som equivalente em
japonês. Quando isso acontecer precisaremos transformá-lo em um fonema ja-
ponês existente mais próximo. Nesses casos, utiliza-se o recurso da adição de
som de vogal, podendo ser “U” ou “O”, dependendo do caso. Como regra geral:
O “L” solitário ficaria “LU”, entretanto, como também não existe som “LU” na
língua japonesa, usaremos “RU” por ser o mais próximo.
70
Há ainda o pequeno 「つ」que tem como principal finalidade representar uma
pausa antes da pronuncia do fonema que o sucede. Na pratica, é basicamente a
pausa que se faz “já com a língua no céu da boca” antes de seguir para uma nova
sílaba. Dividiremos pronúncia de 「さっか」 em tempos para que você entenda
melhor como funciona essa pequena pausa:
「さ」 – 1º tempo;
Cada som do Kana é pronunciado com igual duração em relação aos outros. Esse
sistema de som faz com que a pronúncia dos fonemas seja clara e sem nenhuma
ambiguidade. No entanto, a simplicidade dos sons individualmente não signi-
fica que a pronúncia de palavras seja simples. Isso por que na língua japonesa há
o que é conhecido como “acento tonal”, ou seja, dentro de uma palavra, as silabas
podem ser acentuadas (altas) ou não-acentuadas (baixas).
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Esse aspecto é crucial na língua falada, porque palavras com o mesmo Kana po-
dem ser distinguidas pelos acentos tonais diferentes. Seguir um padrão de en-
tonação, especialmente o do japonês padrão, é considerado essencial em traba-
lhos como o de radiodifusão, embora seja difícil traçar regras quanto ao acento
tonal das palavras. Talvez o melhor a se fazer é aprender isso por meio da expo-
sição ao idioma ou consultar dicionários especializados como o “Shin Meikai
Nihongo Akusento Jiten” ou ferramentas disponíveis na internet como o
“OJAD-Online Japanese Accent Dictionary” (https://tinyurl.com/rabuut5f),
que pode ser uma ferramenta útil no quesito acento tonal:
72
➩ Uma vez que a entonação se torna baixa, assim ela se mantém.
73
2. ESCRITA II – KANJI
Os Kanjis (ou caracteres chineses) representam conceitos materiais e abstratos e
foram introduzidos na língua japonesa por meio de escritos trazidos por monges
budistas quando ainda não havia expressão escrita nela. Substantivos e radicais
de adjetivos e verbos são quase todos escritos com caracteres chineses. Também
os advérbios são escritos em Kanji com bastante frequência. Isso significa que
você precisará aprender os caracteres chineses para ser capaz de ler praticamente
quase todas as palavras do idioma. Porém, nem todas as palavras são escritas em
Kanji. Por exemplo, mesmo que o verbo “fazer” tecnicamente possua um Kanji
associado a si, é sempre escrito em Hiragana. Critérios individuais e um senso de
como as coisas são normalmente escritas são necessários para decidir quando as
palavras devem ser escritas em Hiragana ou Kanji. De qualquer modo, a maioria
das palavras em japonês será escrita em Kanji quase sempre (livros infantis ou
qualquer outro material direcionado a um público que não saiba muitos Kanjis
são uma exceção a isso).
Há uma lista oficial de 2.136 Kanjis de uso diário. Os japoneses aprendem 1.026
desses Kanjis (considerados básicos e suficientes para a leitura de cerca de 90%
dos usados em jornais) durante os seis anos da escola primária e os outros 1.110
de forma mais independente nos anos escolares seguintes. Há ainda uma lista
oficial de Kanjis usados para nomes contendo atualmente 863 Kanjis. Também,
existe um exame de proficiência de Kanji (Kanken) cujo nível mais elevado exige
conhecimento de cerca de 6.300 Kanjis! Disponibilizamos uma lista neste link:
https://tinyurl.com/2wvvdt2y.
Um ideograma chinês pode ter várias pronúncias possíveis (em casos raros, dez
ou mais), dependendo do seu contexto, significado pretendido, uso em compos-
tos, e localização na frase. Estas pronúncias, ou leituras, são normalmente cate-
gorizadas em on'yomi (pronúncia próxima do original chinês) ou kun'yomi (pro-
núncia japonesa atribuída a ele). Para fins didáticos a leitura ON, é escrita em
Katakana. Já a leitura KUN é escrita em Hiragana.
74
Há Kanjis que possuem várias leituras ON, porque nos tempos antigos cada di-
nastia chinesa ou região costumava adotar sua própria pronúncia para cada
Kanji. Como a China era considerada uma nação modelo pelos japoneses, se apa-
recia uma nova pronúncia para algum Kanji, os japoneses tratavam de adicioná-
la logo ao monte. Por causa disso e das adaptações feitas pelos japoneses, não é
errado afirmar que o uso dos Kanjis no Japão acabou se tornando bem mais
complexo do que o uso na própria China! Na China atualmente cada Kanji possui
geralmente apenas uma leitura. Alguns outros possuem duas e raramente há
três maneiras de ler um mesmo Kanji.
Como regra bem básica, a leitura Kun é usada para palavras nativas, principal-
mente em adjetivos e verbos. Nesse caso, geralmente há uma sequência de Kana
(chamada Okurigana) que vem anexada aos ideogramas complementando a pro-
núncia da palavra e será a parte que sofrerá flexões. Observe o exemplo:
Basta observar o Okurigana que acompanha o Kanji. Neste caso é 「べる」, logo,
segundo a tabela acima, a pronúncia correta para o ideograma em questão é 「
た」. Esquematizando, temos:
75
Já a leitura ON é usada quando a palavra está escrita “à moda chinesa”, isto é,
somente com Kanjis. Como exemplo, repare nos Kanji abaixo:
Mas a coisa infelizmente não é tão simples assim. Isso por que há casos em que
composições de Kanjis recebem leituras especiais, que podem ser divididas em
três grupos:
76
Por falar em nomes, esse é um aspecto complexo. Tanto que formulários possuem
um campo para que a pessoa escreva a pronúncia do nome em Kana, sendo que
esse campo é verificado para assegurar que a pessoa não se esqueceu de preen-
che-lo. Você pode tentar decorar diversos nomes, tentar adivinhar, usar um dici-
onário de nomes, etc. Porém, na prática, ao ver um nome escrito, a única forma
de ter certeza absoluta de como a pessoa se chama (e mais fácil) é perguntando
a pronúncia a ela.
Há ainda leituras que são baseadas nas pronúncias dos caracteres, contudo, so-
freram mudanças ao longo do tempo. Observe:
Diante de tudo que vimos até aqui, podemos dizer que a leitura dos Kanjis é
muito ambígua. Apenas para ilustrar essa dificuldade que até mesmo os nativos
podem encontrar na leitura de Kanjis, em novembro de 2008, a imprensa
77
japonesa noticiou que o Primeiro-Ministro Taro Aso frequentemente errava as
leituras de alguns Kanjis, muitos considerados de uso comum em seus discursos,
questionando assim, sua qualidade como pessoa que ocupa o cargo mais alto do
Japão
Devido aos seus erros, Aso passou a ser comparado com George W. Bush, e ro-
tulado de "Tarō" uma provocação usada nas escolas para as crianças pouco inte-
ligentes.
Por causa dessa ambiguidade na leitura dos Kanjis, é comum encontrarmos pe-
quenos Kanas, conhecidos como Furigana (também conhecido como 「ルビ」 ou
「ルビー」 = rubi), escritos acima dos ideogramas, ou ao seu lado, chamados de
Kumimoji, que mostram como devemos pronunciá-los.
78
Ao todo existem 214 radicais e você pode baixar a lista neste link:
https://tinyurl.com/2vbfwz76. Com exposição à língua japonesa e tempo, você
será capaz de identificar o radical de cada Kanji e isso será muito útil. Imagine
que você se depara com o seguinte Kanji:
Sabendo que o radical pode estar presente em uma das sete posições, supõe-se
que o radical desse Kanji esteja na parte superior dele, isto é, trata-se do radical
「雨」, que significa “chuva”. Agora, vamos acessar a opção “Multiradical (an-
tigo)” (https://tinyurl.com/3kep4btb) do site “sci.lang.japan Frequently Asked
Questions”. Nessa interessante ferramenta é possível filtrar Kanjis pelo radical
de acordo com a posição numa lista de ocorrências mais comuns. Veja:
79
No nosso exemplo, supomos que o radical seja 「雨」, que significa “chuva”, e
que ocupa a parte superior do Kanji. Então:
Nos resultados aparecerão os Kanjis que possuem 「雨」 como radical ordena-
dos pela quantidade de traços. Agora sabemos que o Kanji em questão se trata
de 「電」, que significa “eletricidade” e possui 13 traços.
Por falar em traços, existem algumas regras básicas para sem serem observadas
na hora de escrever um Kanji:
80
2. Kanjis são escritos de cima para baixo:
5. Traços que envolvem outros traços são escritos primeiro, com exceção da base,
que vem por último:
6. Um traço diagonal para a esquerda é escrito antes que um traço diagonal para
a direita:
7. Se uma linha vertical atravessar todo o caractere ela é escrita por último:
81
8. Se uma linha horizontal cruzar todo o caractere ela é escrita por último:
Uma coisa que você precisa saber é que essas regras não são absolutas, elas irão
funcionar para a maior parte dos casos, mas não todos. Então fique avisado que
se encontrar um Kanji que não se encaixe em alguma dessas ordens, não é um
erro na regra e sim uma exceção.
De fato, dominar os Kanjis não é tarefa fácil, mas isso não significa de forma al-
guma que seja impossível. Usaremos Kanjis desde o começo para ajudá-lo a ler
japonês "real" o mais rápido possível. Nestas duas lições, abordamos algumas
das propriedades dos ideogramas numa tentativa de tornar seu aprendizado me-
nos penoso e mais divertido e, dado o que foi exposto, vamos responder a duas
perguntas que devem estar pairando na sua cabeça agora:
Realmente, a quantidade de leituras que um único Kanji pode ter e, ainda mais,
as possíveis mudanças sonoras que podem ocorrer em alguns casos, de início, o
faria concluir que aprender as leituras individuais se torna totalmente inútil, por-
que na prática, ao se deparar com uma composição desconhecida, você só teria
um “poder de suposição” no quesito qual leitura usar. Para clarificar, suponha-
mos que você não conheça a composição 「行楽」, mas conhece as leituras indi-
viduais dos Kanjis 「行」 e 「楽」. Com isso, a primeira imagem que viria a sua
mente certamente seria esta:
82
Ok, perfeito! Você sabe todas as leituras ON individuais de cada Kanji. Entre-
tanto, especificamente para esta composição, qual é a combinação de leituras
correta? Aí começa o grande problema! Inevitavelmente, você acaba se vendo
diante de um quebra-cabeça no qual você tem as peças, mas não sabe como en-
caixá-las...
Isso só considerando as leituras ON. Imagine então se esta composição tem uma
leitura mesclada, extra, atribuída, ou ainda tem a pronúncia simplificada? Veja
como há muitas, mas muitas possibilidades...
Como bem aponta Luiz Rafael em seu livro “Desvendando a Língua Japonesa”,
“o que faz o japonês realmente aprender KANJI não é o ensino deles na escola, e
sim a convivência em tempo integral, o uso massivo em praticamente todas as
situações do dia-a-dia. Na escola, o japonês aprende os KANJIS mais pela neces-
sidade de ler textos, copiar conteúdo da lousa referente a todas as matérias, es-
crever redações e resolver exercícios, do que pelo ensino formal do KANJI.”
Esse é o lado ruim da história. Mas há o lado bom: se você memorizar leituras
individuais em grande quantidade vai, inevitavelmente, adquirir um senso de
como se dá é a formação das palavras na língua japonesa. Por exemplo, “por
que há um pequeno 「つ」 aqui?”.
83
Com relação às leituras KUN, aprendê-las individualmente é bom se o Kanji re-
presentar uma palavra por si só. Por exemplo, o Kanji 「力」 tem a leitura KUN
「ちから」, que por si mesmo (sem necessidade de se completar com o Okuri-
gana) é a palavra para “força”. Veja como o significado do Kanji, se traduz dire-
tamente em uma palavra inteira que você pode realmente usar.
Bem, agora você deve estar pensando “OK, eu vejo que há os prós e contras em
se aprender as leituras individuais. Mas, ainda assim, não seria muito mais fácil
simplesmente assimilar Kanjis e composições conforme formos nos deparando
com eles?
Isso faz muito sentido e talvez seja a opção defendida por muitos, isto é, aprender
Kanji por meio das PALAVRAS que você for encontrando por aí, e não através
de caracteres isolados, a menos que este seja por si só uma palavra “utilizá-
vel”. Afinal, a fim de aprender uma palavra, você obviamente precisa aprender
o significado, a leitura, o traçado dos Kanjis e qualquer Okurigana, se for o
caso. E isso com as ferramentas disponíveis atualmente na internet, torna-se
muito mais prático.
84
Bem prático, não é mesmo?
PRIMEIRO: aprenda PALAVRAS e, por meio delas, tudo o que for relacionado
aos Kanjis que as compõem (significado, leituras KUN - se representarem por si
mesmo palavras -, e o traçado);
SEGUNDO: com mais tempo e calma, para um estudo mais etimológico e mais
avançado, atente-se às leituras e veja como as palavras foram formadas, bem
como as particularidades de sua pronúncia, se houver.
85
Os (1) traços podem ser combinados para formarem (2) componentes, que juntos
podem formar (3) ideogramas simples, que juntos podem formar (4) ideogramas
compostos. Com isso, cremos que quanto mais primitivo o elemento extraído
de um Kanji for (preferencialmente “traços” e “componentes”), mais fácil será a
memorização de um Kanji (no topo), pois haverá a tendência de o elemento pri-
mitivo se repetir mais vezes em diferentes combinações e com isso você será ca-
paz de perceber padrões (assim como em português aprendemos primeiro as le-
tras do alfabeto e depois as sílabas, combinações possíveis de letras, padrões).
Fazendo uma analogia, se fôssemos encaixar “guarda-chuva” na figura apresen-
tada, as letras seriam os traços, as sílabas, os componentes, “guarda” e “chuva”
(palavras simples) seriam os ideogramas simples e “guarda-chuva” (palavra
composta), o ideograma composto.
Segundo o Tagaini Jisho, 「電」 , que significa “eletricidade” tem como compo-
nentes o radical 「雨」, que significa “chuva” e 「日」, que significa “dia” e,
aliás, consta na lista de radicais. Com relação ao “terceiro” caractere (em preto),
86
algumas fontes apontam que é uma variante de 「⼄」, que significa “segundo”
e também consta na lista de radicais. Com isso podemos criar uma história para
memorizar esse Kanji: “A eletricidade foi descoberta por causa da chuva que cai
em nossos dias de vida. Geralmente, primeiro começa a chover e em segundo
lugar, vem o relâmpago”.
Outros exemplos:
本 【ほん】 (significado: raiz, livro): este Kanji é uma árvore e o traço no meio é
a terra onde ela está plantada. Então, abaixo da terra está sua raiz. A raiz de onde
brota o conhecimento são os livros.
87
Perceba que o desmembramento do Kanji 「電」 apresentado pelo WaniKani é
diferente da decomposição apresentada pelo Tagaini Jisho, mas isso não importa.
Temos que levar em consideração que os Kanjis são originalmente chineses, por-
tanto, muitos “elementos reais” e/ou “significados reais” estão presentes so-
mente nos dialetos chineses, não sendo incorporados à língua japonesa (ou
mesmo abandonados em dado momento da história). Se consultarmos, o Kanji
「電」 em algum site que apresente a etimologia chinesa de caractere, como o
“Chinese Etymology” (https://hanziyuan.net/) e o “YellowBridge”
(https://tinyurl.com/yhxkwn6u), teremos algo muito interessante (consulta
pelo YellowBridge):
➩ KanjiDamage (http://www.kanjidamage.com/);
88
➩ Kanji Alive (https://tinyurl.com/3dj4rpmj).
O número entre parênteses indica o nível REAL do JLPT ao qual pertence o Kanji
em questão. Entretanto, como ele faz parte de algum Kanji de nível inferior, ele é
abordado de forma antecipada para que as decomposições façam sentido. Já os
Kanjis com barra são aqueles fora da lista de Kanjis para uso diário, podendo até
ser um ideograma antigo ou usado apenas na China, mas também são peças cons-
tituintes dos Kanjis cobrados no JLPT. Como o projeto foi lançado recentemente,
caso encontre alguma informação errada, entre em contato conosco, por favor.
89
O número de traços (strokes) e qual é o radical de um ideograma são as duas
informações mais úteis que você pode ter. Se tiver seu computador do lado, ne-
nhum Kanji desconhecido irá atrapalhar seus estudos.
Então, não seria interessante que os Kanjis fossem organizados pelo uso, pelo seu
aparecimento no dia a dia?
No JWPce uma das informações que podem ser obtidas de um Kanji é a sua fre-
quência, ou seja, o número de vezes que este aparece no dia a dia, em jornais,
livros e qualquer fonte escrita. Observe as figuras abaixo:
Podemos notar que o Kanji "dia" 「日」 é o mais frequente, ou seja, aparece toda
hora, em todos os lugares. Já o Kanji "explosão" 「爆」, não aparece tantas vezes;
existem 734 Kanjis mais frequentes que ele.
90
Essa classificação é útil para organizar Kanjis pela sua utilidade. Se você aprender
antes os Kanjis que aparecem mais frequentemente, maior a probabilidade de
entender um texto em japonês.
NOTA: se você deseja filtrar os Kanjis de acordo com a frequência, série de en-
sino, etc. acesse o site “KanjiCards” (http://kanjicards.org/). Vá até a opção
“Kanji Lists” e você encontrará filtros muito úteis.
E se você gostaria de ter acesso a algo que lhe mostrasse o traçado de forma ani-
mada, o “Draw Me a Kanji” (http://tinyurl.com/y3sku2kq) é o lugar certo.
Basta inserir uma palavra ou mesmo uma sentença para ter o traçado de cada
Kana e/ou Kanji feito na sua frente!
91
Basicamente é isso.
E o que é isso?
Então, pode-se dizer que, atualmente, os japoneses reconhecem e leem Kanji. Eles
também sabem digitar um Kanji... mas, quando se trata de escrever um monte de
Kanjis à mão, espera-se que haja muitos erros e omissões. Veja três relatos inte-
ressantíssimos de japoneses sobre essa questão (retirado do Fórum Quora):
92
linhas e símbolos. Não é nenhuma surpresa que pessoas comuns como eu tenham
facilidade de esquecer como escrevê-los com precisão. Assim como aprender ou-
tro idioma, aprender Kanjis exige um pouco de energia, mesmo para o japonês.”
(3) “O japonês é uma dessas línguas que você tem que escrever à mão todos os
dias para preservar sua alfabetização. Como muitas pessoas hoje em dia fazem
tudo em seus telefones e laptops, muitos trabalhadores profissionais às vezes tem
dificuldade para escrever certos caracteres (Kanjis).”
Para se proteger da amnésia de caractere você pode usar como técnica de memo-
rização de Kanjis também a escrita à mão, de forma constante. Aliás, na China,
o Ministério da Educação vem tentando amenizar o problema da amnésia de ca-
racteres através da promoção de aulas tradicionais de caligrafia. Os alunos mais
jovens têm aulas todas as semanas especificamente de escrita de caracteres. Já aos
mais velhos são oferecidas aulas opcionais e atividades pós-escolares…
➩ Baixar o programa “Zkanji 0.10 (beta)”, que tem como uma das funções mos-
trar o traçado e ordem dos Kanjis, bem como palavras que contêm determinado
Kanji: https://tinyurl.com/22dfpx2k;
➩ Se não quiser gastar papel para treinar a escrita à mão, você pode adquirir
uma “lousa mágica” (convencional ou LCD).
93
3. CLASSES DE PALAVRAS, SUBSTANTIVOS E PRO-
NOMES
Para nos comunicarmos usamos gestos, sinais, palavras... Você já se perguntou o
que é uma “palavra”? Bem, de forma bem simples, nós a usamos para simbolizar
algo que se refere ao homem e ao mundo em que ele vive, isto é, cada palavra
corresponde a um conjunto de características comuns a uma classe de seres, ob-
jetos ou entidades abstratas, determinando como as coisas são. Por exemplo,
quando usamos a palavra “gato” estamos nos referirmos ao “pequeno mamífero
carnívoro, doméstico, da fam. dos felídeos (Felis catus), criado como animal de
estimação” (Dicionário Aulete).
Bom, agora que sabemos, de uma forma bem simplista, o que é uma “palavra”,
vamos ver como elas são agrupadas, isto é, quais são as classes de palavras da
língua japonesa. Devido à fonética limitada, é muito importante que você as co-
nheça, a fim de interpretar as coisas. Saber quais são as classes de palavras, como
usá-las e identificá-las irá ajuda-lo muito em seus estudos.
II. Variável, quando uma palavra pode ter sua forma alterada, isto é, pode ser
conjugada;
94
As palavras podem ser, ainda, independentes ou dependentes. As palavras in-
dependentes podem ser entendidas por si mesmas (têm sentido próprio), ao
passo que as dependentes necessitam de um contexto para serem compreendi-
das. As únicas palavras que são dependentes são as partículas e os verbos auxi-
liares.
Agora que já sabemos o que é uma “palavra” e como elas são divididas (classes
de palavras), vamos ver o conceito de duas coisas muito importantes: radical e
afixo. Observe:
1) RADICAL: parte da estrutura de uma palavra que contém seu significado bá-
sico;
95
Feitas essas definições, um PREFIXO é quando o afixo é adicionado no início da
palavra. Já o SUFIXO é quando o afixo é adicionado no final da palavra. Assim,
numa palavra podemos ter:
NOTA: não esqueça de considerar possíveis mudanças sonoras que podem ocor-
rer ao se juntar os elementos citados.
Um prefixo nunca vai mudar a classe de uma palavra. Também, podem ser usa-
dos com substantivos, verbos, adjetivos e palavras emprestadas. Já os sufixos são
elementos que, acrescentados a uma palavra, podem mudar sua classe. Na lín-
gua japonesa são muito numerosos.
Diante do que vimos até aqui, podemos dizer que há quatro maneiras de formar
(novas) palavras:
96
➩ PALAVRA INDEPENDENTE + SUFIXO: quando uma palavra é seguida por
um sufixo, formando uma nova palavra. Por exemplo, 「造船所」 (ぞうせんし
ょ), que significa “estaleiro”, consiste na palavra independente 「造船」 (cons-
trução naval) seguida do sufixo “lugar” 「所」;
***
Além disso, palavras atuais podem ser produtos, não só de abreviações de pala-
vras mais longas, mas também de orações inteiras. Neste caso, geralmente se
procura manter o mínimo de elementos necessários que possibilite transmitir a
mesma ideia da oração original. Por exemplo, a palavra 「立腹」(りっぷく), que
significa “raiva”, “ofensa” se originou da oração 「腹が立つ」(はらがたつ ), que
significa “O estômago se levanta”. Veja que neste caso só se manteve os Kanjis,
97
pois são suficientes para transmitir a mesma ideia, isto é, o Kanji 「腹」 significa
“barriga”, estômago” e o Kanji 「立」 significa “levantar”. Agora, você deve es-
tar se perguntando “Não era para ser 「腹立」? Por que se inverteu os Kanjis,
ficando 「立腹」?
A resposta é simples e lógica. Como se desejou criar uma palavra “à moda chi-
nesa”, segue-se a ordem padrão de como as palavras são dispostas numa oração
chinesa. Ela é parecida com a da língua portuguesa, isto é, o verbo seguido do
objeto. Por outro lado, o padrão japonês é invertido, é o objeto seguido do verbo.
Um exemplo de palavra originada de uma oração seguindo o padrão japonês é
「腹切り」(はらきり), que significa “ritual de suicídio no qual se corta a bar-
riga”. Ela se originou da redução da oração 「腹を切る」(はらをきる), que sig-
nifica “Cortar a barriga”. Há a versão abreviada 「腹切」, lida da mesma forma,
e também uma versão “à moda chinesa” que é 「切腹」(せっぷく), sendo esta
considerada uma palavra formal.
Também, uma vez que uma nova palavra é criada, ao longo do tempo ela pode
passar por mudanças sonoras, que visam tornar a pronúncia mais fácil. Por
exemplo, a palavra 「まぶた」 que, significa “pálpebra”, originou-se da junção
das palavras 「目」 (め) = olho e 「蓋」(ふた) = cobertura, tampa.
A análise nos mostra que a palavra 「運転者」 é produto da junção de dois ele-
mentos: do substantivo 「 う ん て ん 」 ( 運 転 ), que significa “operação”,
98
“condução” e do sufixo 「しゃ」(者), que significa “pessoa”. E se você já conhe-
cer o significado da palavra anexada ao sufixo, será capaz de entender o conjunto
sem consultar o dicionário, como se fosse uma “nova palavra”. Usamos as aspas,
porque na verdade, não haveria nada de novo; apenas seriam elementos conhe-
cidos combinados para transmitir outra ideia.
Sendo assim, vamos considerar que ela seja uma “palavra recente”. Vamos usar
o “Kagome” (https://tinyurl.com/52wv4rs9), outro analisador morfológico:
99
Você perceberá que fazer esse tipo de análise e desmembramento facilitará a me-
morização, pois muito provavelmente sempre se deparará com os mesmos ele-
mentos, apenas combinados com outros. Como apontam alguns estudos, o cére-
bro precisa ser exposto em média 20 vezes a uma palavra até que haja a consoli-
dação na memória e a pessoa passe a utilizá-la. E, se analisarmos bem, é assim
que aprendemos nosso idioma materno e novas palavras: pelo uso constante (re-
petição) das mesmas coisas e buscando, seja instintivamente, seja consciente-
mente, uma relação (associação) entre essas coisas. Aliás, uma ferramenta que
pode auxiliar no apontamento de elementos comuns (Kanjis somente) em dife-
rentes palavras é o site “Suiren” (http://suiren.io/):
Outro ponto importante é que há ideias que são transmitidas por meio da ane-
xação de um sufixo e não por palavras ou partículas (tópico 6). Pode ser um su-
fixo anexado a uma palavra ou mesmo a uma forma verbal. Por exemplo, em
português na oração “Trabalhei na empresa por 6 meses”, a ideia de duração da
ação é indicada pela preposição “por”, que aqui significa “ao longo de”. Em ja-
ponês tal ideia é indicada pelo sufixo 「かん」 (間). Veja:
6ヶ月 = Período de 6 meses → 6ヶ月間 = Por (ao longo de) período de 6 meses.
***
Vimos o que é uma “palavra”, quais são as classes de palavras e o que é radical e
afixo. Que tal começarmos a ver algumas características dos substantivos?
100
Numa definição mais detalhada, de acordo com o dicionário Houaiss, “substan-
tivo” é a “classe de palavras com que se denominam os seres, animados ou ina-
nimados, concretos ou abstratos, os estados, as qualidades, as ações.” Geral-
mente, os substantivos são classe de palavra mais fácil de aprender quando se
está estudando uma língua estrangeira. A parte complicada é saber o que é con-
siderado um substantivo em outro idioma, ou seja, será mais difícil aprendê-los
em japonês, porque não será possível estabelecer uma relação cognata, como você
faria se estivesse estudando espanhol ou inglês, por exemplo. No entanto, se você
também estuda inglês, as coisas devem se tornar mais fáceis já que há uma abun-
dância de palavras emprestadas no japonês. Vejamos como os substantivos são
divididos na língua japonesa:
IV. Substantivo formal: tem significado variável de acordo com o contexto. Por
exemplo, o substantivo 「 わ け 」 ( 訳 ), em si significa “razão”. Porém, em
101
conversas adquire quase que exclusivamente significado de “experiência”, “co-
nhecimento”, indicando que o falante tem conhecimento e/ou experiência de
algo que o ouvinte não tem acesso. É usado em situações em que se deseja con-
vencer alguém, argumentar e contar histórias.
O primeiro meio que veremos é expressar uma noção de conjunto através do su-
fixo 「たち」(達), praticamente restrito a pessoas e animais:
Em linhas gerais, essa forma de pluralização não é usada para substantivos ma-
teriais (leite, manteiga, etc.), nome próprio (Japão, América, etc.), ou substantivos
abstratos (bondade, paz, etc.). É claro: conte sempre com as exceções.
Outro sufixo que dá noção de pluralidade é 「がた」(方). Ele pode ser usado
como pluralizador honorífico para o pronome 「あなた」 e também pode ser
anexado a um número bem restrito de substantivos, como 「先生」.
花々(はなばな) = flores
人々(ひとびと)= pessoas
102
所々(ところどころ)= lugares
Com isso, convém mencionar também, que na língua japonesa não há artigo de-
finido ou indefinido. A palavra “estudante” 「がくせい」 (学生), por exemplo,
pode tanto se referir a um estudante do sexo masculino como do sexo feminino.
De fato, 「ねこ」 (猫) em si significa gato ou gata, mas podemos fazer uma “gam-
biarra”, isto é, usar algum elemento que nos possibilite especificar o gênero. Den-
tre as possibilidades, para animais, podemos usar os substantivos 「おす」 (雄)
para macho ou 「めす」 (雌) para fêmea:
おす(の)ねこ = gato
めす(の)ねこ = gata
É claro que a necessidade de se usar outros elementos para indicar gênero não se
aplica a todos os casos. Como em todas as línguas, há substantivos específicos,
como homem ou mulher, irmão ou irmã, etc.
Aliás, veja como é possível modificar um substantivo por meio de outro, através
da partícula 「の」. Em muitos métodos, ela é chamada de partícula de posse,
mas essa nomenclatura pode gerar confusão. Na verdade, dentre outras fun-
ções, 「 の 」 pode transformar um substantivo em atributo, isto é, um
103
qualitativo que se acrescenta ao significado de um substantivo, sem alterá-lo. Ob-
serve o quadro a seguir:
Também pode haver uma sequência de substantivos colocados juntos, sem que
estejam destinados a modificar o outro. Por exemplo, em expressões como "In-
ternacional Educação Centro”, temos apenas uma sequência de substantivos sem
quaisquer modificações gramaticais entre eles. Não é um "Centro de Educação,
que é Internacional" ou um "Centro para Educação Internacional", etc., é apenas
"Internacional Educação Centro”. Em japonês, pode-se expressar isso simples-
mente como 「国際教育センタ」 (ou 「センター」). Você verá esse encadea-
mento de substantivos em muitas combinações. Às vezes, uma determinada com-
binação é tão comumente usada que praticamente se torna uma palavra sepa-
rada, sendo até listada como uma entrada em alguns dicionários. Alguns exem-
plos incluem: 「登場人物」, 「立入禁止」 ou 「通勤手当」.
104
Os pronomes a seguir são usados de modo geral pelos iniciantes, e existem va-
riações que não serão abordados neste livro:
1ª PESSOA DO SINGULAR: EU
Aliás, é oportuno mencionar aqui que os japoneses evitam usar o nome da pessoa
a quem estão se dirigindo quando possível, pois, para eles, chamar alguém pelo
nome soa bastante íntimo. Por isso, tal prática se restringe a amigos, colegas, na-
morados(as) e familiares. Em outras situações, os japoneses se direcionam pelo
105
título, como “chefe” “presidente”, etc. sem usar nomes. Quando isso não é pos-
sível, usam o nome (ou sobrenome) da pessoa com o sufixo apropriado.
➩ さん: serve como uma marca de respeito. Uma pessoa pode ser tratada com
este sufixo se o falante não a conhece bem e não quer ser rude, ou quando o indi-
víduo tem uma posição social mais elevada do que o falante. Praticamente nin-
guém se sentirá ofendido com esse sufixo. Meninas começam a ser tratadas com
「さん」 ao entrarem no colegial, e os meninos, ao saírem. Obviamente, as pes-
soas podem ter experiências diferentes, mas estamos falando de uma regra de
ouro;
106
filhas com 「ちゃん」 e seus filhos com 「くん」. Adultos vão usar 「ちゃん」
como um termo carinhoso para as mulheres com quem eles estão próximos e ho-
mens pervertidos sexualmente também vão usá-lo ao se dirigir a garçonetes e
outras mulheres jovens. 「ちゃん」 também é usado com animais de estimação
e animais em geral. Também é usado como uma forma de descrever alguém por
quem se tem sentimentos fortes, como uma namorada.
É comum que mulheres jovens, porém mais velhas ou mais experientes do que o
falante, sejam tratadas por "irmã mais velha" [「おねえさん」 (お姉さん)], prin-
cipalmente no círculo familiar Da mesma forma, “irmão mais velho” [「おにさ
ん」 (お兄さん)] é usado para homens.
Um homem que pertença a uma geração anterior a do falante pode ser tratado
como “tio” [「おじさん」 (伯父さん)], e quando se trata de uma mulher,"tia" [「
おばさん」 (伯母さん)]. Note que "tia" não é aceitável para muitas mulheres jo-
vens, porque elas sentem que isso implica uma figura bastante matrona. Os ter-
mos "pai" [「おとうさん」 (お父さん)] e "mãe" [「おかあさん」 (お母さん)] são
raramente usados e os homens e mulheres desta geração são geralmente tratados
como “tio” e “tia”. No entanto, é comum tratar pessoas idosas como “avô” [「お
じいさん」 (お祖父さん)] e “avó” [「おばあさん」 (お祖母さん)].
NOTAS:
107
1. É muito comum para os japoneses a utilizar a primeira sílaba do nome de al-
guém e combiná-lo com um sufixo. Por exemplo, "Mi-chan" pode ser a forma
abreviada de Miki, Michiko, Miko, Misa, Minato, Mickey, Minnie, etc;
2. Sufixos também podem ser combinados de uma forma mais ou menos lúdica,
como "Chama-" (chan + sama), como em "OBAA-Chama", que é ao mesmo tempo
afetuoso e respeitoso.
NOTA: outra palavra para “esposa” é 「かない」 (家内), mas é considerada po-
liticamente incorreta, porque os Kanjis utilizados são "casa" e "dentro", o que im-
plica que as mulheres fiquem dentro de casa. Amém! (Brincadeirinha)
108
4. NÚMEROS
Há duas maneiras de escrever os números em japonês: em algarismos arábicos
(1, 2, 3), ou em algarismos chineses (一, 二, 三). Os algarismos arábicos são mais
frequentemente usados na escrita horizontal, e os números chineses são mais co-
muns na escrita vertical. Uma das particularidades do sistema numérico japonês
e que pode tornar a conversão difícil, é que, seguindo a tradição chinesa, grandes
números são criados pelo agrupamento de dígitos em miríades (a cada 10.000)
em vez dos milhares ocidentais (1.000), portanto, possuem quatro dígitos. Ob-
serve:
Com relação à leitura, a maioria dos números tem duas leituras, uma derivada
do chinês, usada para números cardinais, e uma leitura nativa, usada para nú-
meros ordinais, apesar de existirem algumas exceções em que a versão japonesa
é a preferida para ambos.
Seguindo a tabela acima, por exemplo, o número 632, seria representado assim:
Ou seja, o número 632 vem da soma (600 + 30 + 2). Perceba como sempre vamos
da ordem maior para a ordem menor.
109
Veja que, se considerarmos a maior ordem que compõe o número em questão,
começaremos pela unidade de milhar, que temos 2, ou seja, 2.000. Depois, a or-
dem seguinte é a centena, que não temos nenhuma, bem como a dezena que tam-
bém não temos. Finalmente, na primeira ordem temos 9 unidades. Sendo assim,
somando-se as ordens, 2.009 é (2.000 + 0 + 0 + 9). Tendo estes conceitos em mente,
será muito fácil você entender a lógica dos números japoneses.
110
Simples, não é mesmo? Agora, para formar os números de 20 a 90, basta “contar
os dez”. Por exemplo, 20 é “dois dez” (2x10) e assim por diante:
E se quiser dizer, por exemplo, 21, basta pensar que este número nada mais é do
que (20 + 1). Assim, temos:
Para formar números de 100 a 999, basta “contar os cens”. Por exemplo, 200 nada
mais é do que “dois cens” (2 x 100), e assim por diante:
Para formar números de 1.000 a 9.999, basta contar os milhares. Por exemplo,
2.000 são “dois mil” (2 x 1.000):
Para os demais números, o conceito é o mesmo que vimos para o número 283.
Por exemplo, veja como fica o número 2.283:
111
2.283 = にせんにひゃくはちじゅうさん (2.000 「にせん」 + 200 「にひゃく」 +
80 「はちじゅう」 + 3 「さん」)
No sistema ocidental, após chegar a 1.000, basta multiplicar 1.000 por 1.000 para
saber qual a próxima ordem. Assim, 1.000 (mil) → [1.000 x 1.000] = 1.000.000 (mi-
lhão) → [1.000.000 x 1.000] = 1.000.000.000 (um bilhão), etc. No sistema japonês,
fazemos este cálculo depois de ter passado para 10.000, ou seja, devemos multi-
plicar por 10.000 para saber qual a próxima ordem. Tendo isso em mente, ob-
serve a tabela abaixo:
Para formar números maiores, basta seguir os conceitos que aprendemos até
agora. Veja os exemplos a seguir:
245.000.000 = に お く よ ん せ ん ご ひ ゃ く ま ん (200.000.000 「 に お く 」 +
45.000.000 「よんせんごひゃくまん」). → [4.500 x 10.000 = 45.000.000]
245.352.476 = におくよんせんごひゃくさんじゅうごまんにせんよんひゃくなな
じゅうろく(200.000.000 「におく」 + 45.350.000 「よんせんごひゃくさんじゅ
うごまん」 + 2.000 「にせん」 + 400 「よんひゃく」 + 70 「ななじゅう」 +
6 「ろく」 ). → [4.535 x 10.000 = 45.350.000]
11 = 十一
112
33 = 三十三
NOTA: se você ainda tiver alguma dificuldade com os números japoneses, acesse
este conversor de números: http://tinyurl.com/6mbkdxz (em inglês).
A língua nativa japonesa possuía seus próprios números antes da influência dos
chineses, porém só tinha meios para a contagem até 99.999. Vejamos os números
nativos:
Em japonês, contar objetos é um pouco mais difícil, porque não podemos usar
somente o número e o objeto a ser contado, como fazemos em português (ex. dois
cachorros). É necessário usar os “contadores” e isso vale para virtualmente todos
os substantivos japoneses.
O que tornará ainda mais difícil é que os contadores variam de objeto para objeto,
então, você terá que memoriza-los. Isso por que no japonês antigo, ao se atribuir
um contador, basicamente se considerou a aparência externa dos objetos, e eles
são contados de acordo com uma ou outra característica.
113
A utilização dos contadores provavelmente começou no Período Nara, devido à
influência chinesa, pois a língua japonesa, assim como a língua chinesa, é defici-
ente em diferenciar singular e plural. Então, começou-se a empregar certos ele-
mentos que, anexados aos objetos a serem contados, expressavam a ideia de que a
unidade de tal objeto era repetida “X vezes”.
Para melhor entendermos este modo de pensar dos japoneses, achamos que será
conveniente usarmos o conceito de substantivo incontável da língua inglesa. Os
falantes de inglês entendem que algumas coisas não podem ser contadas direta-
mente. Os substantivos que se referem a estas coisas são chamados de substanti-
vos incontáveis (uncount nouns). Os substantivos incontáveis não são usados
com números. Por exemplo, “money”não se conta: one money, two moneys. O
que se conta é a moeda: one dollar, two dollars. No caso das comidas e líquidos,
o que se conta é o recipiente: a cup of coffee (um copo de café), a glass of water
(um copo de água), three loaves of bread (três fatias de pão), four bars of choco-
late (quatro barras de chocolate).
Neste sentido, você pode considerar praticamente que todos os substantivos ja-
poneses são incontáveis, necessitando, portanto, de uma unidade que permita a
medição de sua quantidade. Por exemplo, “dois cachorros” em japonês será [「
にひきのいぬ」 (二匹の犬)]. Veja como 「にひき」 passa a ser um atributo do
substantivo 「いぬ」 e uma tradução aproximada poderia ser algo como “Ca-
chorro em (quantidade de) dois animais pequenos”. Seria mais ou menos como
dizer em português “café em dois pacotes (dois pacotes de café).”, onde “pacote”
exerceria a função de um contador, isto é, uma unidade para contar a quantidade
de café.
114
Alguns dos contadores mais comuns podem substituir os menos comuns. Por
exemplo, 「ひき」 é muitas vezes usado para os animais, independentemente de
seu tamanho. No entanto, muitos falantes irão preferir usar o contador correto 「
とう」 quando estiverem falando de animais grandes, como cavalos. Isso gera
uma série de contadores possíveis, com diferentes graus de uso e aceitabilidade.
Por exemplo, quando alguém pede um kushikatsu, é possível que peçam dizendo
「ふたくし」 (二串) – dois espetos –, 「にほん」 (二本) – dois palitos –, ou 「ふ
たつ」 (二つ) – dois itens. Aqui apresentamos uma ordem decrescente de preci-
são.
115
5. VERBOS E ADJETIVOS-I
Um “verbo” é toda palavra que transmite ideia de ação ou estado. Para fins de
ilustração, observe os modos e tempos verbais que a língua portuguesa possui:
Para ilustrar essa facilidade da língua japonesa com relação aos verbos, para fins
meramente didáticos e que explicaremos depois, vamos fazer de conta que no
português também seja assim (seria uma maravilha, não é mesmo?), ou seja,
imagine que “na língua portuguesa há só dois tempos verbais básicos e que os
verbos não flexionam de acordo com o sujeito”.
Agora que entramos no mundo do “faz de conta”, imagine que a forma não pas-
sada seja o verbo na forma infinitiva e a forma passada seja a terceira pessoa
do pretérito perfeito. Assim, a nossa conjugação imaginária, tomando como
exemplo o verbo “beber” seria:
116
Como a língua japonesa não possui os tantos modos e tempos verbais que exis-
tem na língua portuguesa, tenha sempre em mente que muitas vezes nos depa-
raremos com ambiguidades. Haverá casos em o que o modo e tempo verbal de
uma construção específica a serem considerados quando traduzida para outro
idioma, se dá pelo uso prático da língua, adquirindo, assim, um sentido próprio.
A única coisa que precisará ser feita para tornar a sentença gramaticalmente com-
pleta é um verbo e nada mais! Entender esta propriedade fundamental é essencial
para compreender o japonês. Este é o motivo de mesmo a mais básica sentença
japonesa não poder ser traduzida para o português! Todas as conjugações come-
çarão a partir da forma do dicionário (como elas aparecem no dicionário). Uma
sentença gramaticalmente completa, por exemplo, é 「食べる」 (traduções pos-
síveis incluem: Eu como/ele(a) come/eles(as) comem).
PRINCÍPIO 2: com exceção dos irregulares, todo verbo é composto por duas par-
tes: uma invariável e outra variável, que é aquela que sofrerá alterações nas con-
jugações.
· Eu canto
· Tu cantas
· Ele canta
· Nós cantamos
· Vós cantais
117
· Eles cantam
Veja que a parte CANT- permanece inalterada em todas as flexões que o verbo
sofre, e o que muda é tão somente o que se segue depois dele, isto é, a terminação.
Na língua japonesa, as diferentes flexões que um verbo pode ter são denomina-
das “BASES” e há tão somente seis bases de conjugação. Aprendê-las é um passo
fundamental para o domínio das classes de palavras que são flexionadas no
japonês, embora infelizmente costumam ser deixadas de lado nos cursos conven-
cionais. Nós vamos nos referir a essas bases por seus nomes em japonês. Observe:
1. Mizenkei: é a base que, salvo exceções que veremos mais adiante, é utilizada
para formas verbais que expressam fatos que ainda não ocorreram;
5. Kateikei: é a base usada com partículas que dão noção de algo hipotético, como
em “se isso acontecer...”. No Japonês Clássico e especialmente no Antigo, era uti-
lizada como uma base para ações concluídas, fato que ainda deve ser conside-
rado em algumas construções arcaicas específicas;
A. Grupo I: a terminação da base “passa” por quase todas as vogais. Vamos pe-
gar como exemplo o verbo “falar”, que em japonês é 「はなす」:
118
Veja como as terminações (em vermelho) passam por quase todas as vogais na
ordem japonesa, isto é, “A -I -U -E – O”, diferentemente do português, em que se
segue o padrão de vogais “A – E – I – O – U”.
Os verbos do Grupo I podem ter nove terminações infinitivas. São elas: 「う」,
「く」, 「す」, 「つ」, 「ぬ」, 「む」, 「る」, 「ぐ」 e 「ぶ」. Vejamos um
quadro com exemplos:
Agora, baseados nas possíveis terminações, vejamos como ficam as bases de con-
jugação (considerando-se somente a terminação da forma infinitiva e suas mu-
danças):
B. Grupo II: são os verbos cuja parte invariável termina com a letra I e a parte
variável, RU. Vejamos alguns exemplos:
119
Agora, vejamos o padrão de bases deste grupo, tomando como exemplo o verbo
「おちる」(落ちる), que significa “cair”:
C. Grupo III: são os verbos cuja parte invariável termina com a letra E e a parte
variável, RU. Vejamos alguns exemplos:
120
ENTÃO, COMO SABER A QUAL GRUPO PERTENCE UM VERBO NESSES
CASOS?
Para diferenciar precisamos considerar fatos históricos, que neste livro não ire-
mos abordar. Entretanto, como regra geral (existem exceções!), um verbo do
Grupo II ou do Grupo III terá a sílaba I ou E escrita em Kana. Veja alguns exem-
plos:
D. Irregulares: os verbos irregulares são assim chamados, porque suas bases não
seguem o padrão das outras classes verbais. Felizmente, há apenas dois verbos
irregulares na língua japonesa. São os verbos 「する」, que basicamente signi-
fica “fazer(-se)” e 「くる」(来る), cujo significado é “vir”. Vejamos as respectivas
bases:
Com relação ao verbo 「する」 mencionamos que ele basicamente significa “fa-
zer(-se)”, porque, na verdade, ele possui diversos significados (o Jisho.org
aponta pelo menos 10!!). Dentre eles estão “agir como”, “vestir” e “considerar”.
Qual significado considerar depende da construção e do contexto.
121
Conhecidas as classes de verbos, vamos agora nos focar em algumas particulari-
dades dos verbos na língua japonesa. A primeira delas é que alguns verbos pos-
suem mais de uma forma de escrita possível. Como exemplo, consultemos no
site “Tangorin” o verbo 「あう」 (会う):
Veja que além de 「会う」, o referido verbo possui mais três formas de escrita
possíveis. No caso do Tangorin, as mais comuns são marcadas com uma estrela.
É importante ter isso em mente, pois diferentes escritas de um mesmo verbo po-
dem aparecer em diferentes níveis do JLPT ou mesmo acrescentarem algo ao
significado. Por exemplo, a escrita 「逢う」 do verbo 「あう」 pode dar a ele
uma conotação dramática, sendo usada frequentemente para pessoas próximas.
飲め! = Beba!
書け!= Escreva!
II. Verbos dos Grupos II e III: é formada anexando-se 「ろ」 ou 「よ」 à parte
invariável do verbo:
見ろ!= Veja!
食べよ! = Coma!
122
A Base Ren'youkei de um verbo pode funcionar como um substantivo. Na ver-
dade, em casos muito raros, ela acaba sendo usada mais frequentemente do que
o verbo em si. Por exemplo, temos o verbo 「休む」(やすむ), que significa
“descansar”. Se pegarmos sua base Ren’youkei, isto é, 「休み」, teremos o subs-
tantivo “descanso”.
Vale lembrar que você não poderá usar este processo em todos os verbos (no
sentido de obter um significado de substantivo relacionado ao verbo). Também,
existem muitas combinações de verbos (Base Ren’youkei + Base Ren’youkei) que
são utilizadas principalmente como substantivos. Vejamos alguns exemplos:
123
➩ 「詰め物」 (つめもの): enchimento, recheio, incluindo a obturação de um
dente cariado (proveniente do verbo 「詰める」 (つめる) = comprimir);
NOTA: não confunda 「物」 (もの) = coisa com 「者」 (もの) = pessoa, usado
para se referir a si mesmo ou a pessoas próximas.
Algumas formas substantivas de verbos podem ser usadas como sufixos. Por
exemplo, 「付き」, proveniente do verbo 「付く」, que significa “estar anexado
a”, pode ser colocado em um substantivo [X] para expressar que algo está ane-
xado a [X]. Sendo assim, 「カメラつき... 」, significa, em uma tradução menos
literal, “[algum equipamento, dispositivo] que contenha uma câmera”, como um
smartphone (smartphone com câmera).
Outra particularidade dos verbos japoneses é que há alguns verbos (que chama-
remos de “suplementar”) que podem ser anexados a outros para ampliar seu
significado. Por exemplo, o verbo 「だす」(出す), que significa “tirar”, ao ser
anexado a outro verbo (no caso, à base Ren’youkei), transmite o significado de
“começar a...” (「食べだす」= começar a comer).
Então, se você se deparar com uma oração, cujo verbo está sem o objeto direto,
não significa necessariamente que ele seja intransitivo; ele pode ser transitivo,
sendo o objeto direto apenas desnecessário para o contexto.
Embora haja verbos que por natureza sejam transitivos, como 「教える」(おし
える), que significa “ensinar”, e outros que sejam intransitivos, como 「死ぬ」(
しぬ), que significa “morrer”, há alguns verbos que possuem duas formas dife-
rentes quanto à transitividade. Por exemplo, veja a dupla a seguir. Ambos os
verbos significam “abrir”:
124
➩ 開ける 【あける】= Verbo transitivo;
A diferença é que um pode ter um objeto direto, enquanto outro, não. Sendo as-
sim, pode-se dizer que um verbo transitivo implica que alguém executa a ação,
ao passo que um verbo intransitivo implica que a ação ocorre sozinha. Veja os
exemplos com a dupla de verbos “abrir”:
Alguns verbos intransitivos japoneses podem ter um objeto para que seus sen-
tidos sejam indicados de forma completa – pelo menos, a palavra equivalente
será considerada um objeto (direto ou indireto) do verbo quando a frase é tradu-
zida (corretamente) para o português. Nestes casos, a partícula 「に」 exerce a
função de marcador do objeto de um verbo intransitivo japonês. Observe o exem-
plo:
Também, esses verbos que possuem duas formas quanto à transitividade nor-
malmente compartilham o mesmo ideograma, sendo que a diferença está na ter-
minação escrita em Hiragana. Observe o quadro com mais alguns exemplos des-
ses pares de verbos:
Por fim, tratemos dos Adjetivos-I. Você deve estar se perguntando o motivo de
abordá-los juntamente com os verbos. A resposta é simples: é por que eles fun-
cionam de forma semelhante aos verbos!!
125
Como assim? Para que você entenda usemos a língua portuguesa: você concorda
que, por exemplo, se quiséssemos expressar a grandeza (tamanho) de uma casa
poderíamos dizer tanto (1) “casa grande” ou (2) “casa que é grande”? A diferença
aqui é tão somente a presença de um verbo entre o substantivo e o adjetivo
“grande” em um dos casos.
Assim como os verbos, os Adjetivos-I possuem uma parte invariável e uma parte
variável, que tão somente a terminação 「い」. A única diferença é que original-
mente cada Adjetivo-I possui dois conjuntos de bases.
Para melhor explicar isso, teremos que fazer uma abordagem histórica, inevita-
velmente.
126
Em dado momento da História, houve perda de diferenciação entre as bases
Shuushikei e Rentaikei e também mudanças sonoras. Foquemo-nos nas bases
Rentaikei do conjunto く de ambos os tipos de Adjetivo-I usados como exemplos,
isto é, 「楽し」 e 「高し」:
Concluímos que houve uma mudança sonora no último fonema 「き」 da base
Rentaikei do conjunto く em ambos os casos, fato este que deu origem às formas
modernas dos Adjetivos-I. Sendo assim, os que eram do tipo Shiku atualmente
terminam em 「~しい」 e os que eram do tipo Ku, em 「~い」.
Veja que se usa a base Rentaikei dos Adjetivos-I para se atribuir algo à outra
coisa. Consequentemente, por lógica é natural pensar que é possível usar verbos,
já que eles também possuem base Rentaikei. Considere a seguinte oração em
português:
A oração acima pode não fazer muito sentido, mas o importante aqui é que você
perceba que o fragmento “que morre.” descreve o tipo de pessoa da qual estamos
falando. Em japonês, podemos construir esse tipo de oração usando a base Ren-
taikei dos verbos, a fim de fazer com que eles modifiquem diretamente outro
termo:
E isso vale para qualquer forma verbal, que aliás, nós veremos mais adiante.
127
Alguns podem imaginar que esse procedimento “transforme” todos Adjetivos-I
em substantivo. Bom, poderíamos dizer que sim tecnicamente, mas na prática
não é o caso. Em outras palavras, nem todos se tornarão substantivos autônomos
“utilizáveis”, pois tal recurso não é comum e é aplicado apenas a alguns casos.
128
6. PARTÍCULAS
Embora haja muitos pontos gramaticais difíceis que um estudante deve dominar,
as partículas merecem uma atenção especial. Partículas são um ou mais caracte-
res do alfabeto Hiragana que são anexados sempre ao final de uma palavra basi-
camente para definir a função gramatical desta palavra dentro da sentença.
Uma pessoa pode ter um grande conhecimento de vocabulário e de conjugação
verbal, mas se não souber utilizar corretamente as partículas, ela não conseguirá
construir sentenças como espera, porque o significado da oração pode ter um
sentido completamente diferente. Por exemplo, a sentença “Come peixe.” pode
transformar-se em “O peixe come”, por causa da mudança de uma partícula, ape-
nas.
A. Partícula Simples: são as partículas de “per si”, isto é, sem nenhum comple-
mento.
Feita essa rápida introdução sobre as partículas, vamos comer a estudar as mais
básicas. A primeira partícula que aprenderemos é a “partícula de objeto direto”,
porque é uma partícula bem simples. Em gramática, “objeto” se refere à coisa
física ou abstrata para a qual se dirige a ação descrita por um verbo. Considere-
mos a sentença em português:
COMER A MAÇÃ.
129
Nesta oração, a ação expressa pelo verbo “comer” é direcionada a um objeto, isto
é, a “maçã”. Repare como este elemento serve como complemento do significado
do verbo.
Vamos fazer uma associação: imagine que temos uma caixa e uma bola; a bola
representa o verbo e a sua embalagem (caixa) – para onde se direciona esta bola
–, o objeto. Assim temos:
Vimos que a base Ren’youkei dos verbos pode ser usada como um substantivo
regular. Contudo, observe a frase a seguir:
130
Embora, a sentença faça sentido, ninguém fala desse jeito. Portanto, não use este
recurso de modo indiscriminado.
Perceba que mesmo em português poderíamos chegar a esse sentido. Por exem-
plo, se traduzíssemos 「道を行く」 ao pé da letra, isto é, “ir o caminho”, isso
pode dar a entender que se vai por todo o caminho.
Bem, a maioria dos verbos tem um objeto direto, mas esta ação posta em prática
(verbo + objeto direto) pode ter também um destinatário. Considere a associação
que fizemos no tópico anterior, na qual a bola representa um verbo e a caixa, o
objeto direto. Agora, temos um pacote que pode ter um destinatário ou não. Bem,
se levarmos em conta que queremos dá-lo de presente a alguém, é aqui que a
partícula 「に」 entra em ação, pois ela pode especificar o destino desse pacote,
isto é, de uma ação (verbo + objeto direto). Como forma de memorização, neste
uso de 「に」, você pode considerar que está implícito o sentido de “ter como
alvo [algo]”. Para exemplificar, observe o próximo exemplo:
Neste exemplo, indica-se que o aluno é o alvo da ação “ensinar japonês”. Enfati-
zamos a uma ação como sendo o verbo e seu objeto direto, mas é claro que pode-
mos omitir o objeto, se ele estiver subentendido pelo contexto:
131
日本に行く。= Ir ao Japão. (ir tendo como alvo o Japão)
Vimos que a partícula 「に」 marca o destino de uma ação. Entretanto, ela pode
também aparecer fazendo o inverso, isto é, marcando a origem de algo:
132
宿題を今日から明日までする。= Fazer lição de casa de hoje até amanhã.
Note que não podemos usar a partícula 「へ」 com verbos que não têm direção
física. Por exemplo, a sentença seguinte está incorreta:
Mas isso não quer dizer que a partícula 「へ」 não possa ir em direção a algum
conceito abstrato. De fato, por causa de seu significado vago, pode ser usada tam-
bém para se falar sobre ir em direção a expectativas ou metas futuras.
Finalmente, vimos no tópico anterior que é possível usar a base Ren’youkei dos
verbos como alvo de um verbo de movimento por meio da partícula 「に」. Isso
implica que você está indo ou vindo com o propósito de fazer algo. Se usássemos
a partícula 「へ」 isso soaria que você está indo ou vindo em direção a algo lite-
ralmente, o que é meio estranho:
Muito bem, até aqui tudo muito simples, não é mesmo? Entretanto, você reparou
o quanto as frases de exemplo estão ambíguas? Lembre-se que quando tratamos
dos verbos, para ilustrar a escassez de tempos e modos verbais na língua japo-
nesa, pedimos para você fazer de conta que no português também fosse assim
(seria uma maravilha, não é mesmo?), ou seja, imaginasse que “na língua
133
portuguesa há só dois tempos verbais básicos e que os verbos não flexionam de
acordo com o sujeito”. E propusemos o seguinte quadro:
Bem, a primeira resposta que deve ter vindo a sua mente é “com base no sujeito”,
ou seja, se estivesse escrito “Os cachorros beber água”, é de cachorros que esta-
mos falando.
Veja como numa língua em que os verbos não são flexionados de acordo com o
sujeito, o sujeito é de extrema importância para saber do que se está falando.
Talvez por isso, por exemplo, é que na língua inglesa formal toda oração deve ter
um sujeito explícito, PORÉM, em japonês é diferente: mesmo os verbos não fle-
xionando de acordo com o sujeito, não é obrigatório ter um sujeito explicito.
Pode-se dizer tão somente “Beber o suco” e tudo está certo. Entretanto, como
saberíamos do que estão falando, já que isso soa muito vago? É aqui que entra
uma segunda resposta possível...
Bem, na língua japonesa existem várias maneiras e todas elas envolvem fazer su-
posições a partir do contexto. Por exemplo, se de repente eu perguntasse a você:
EU: ジュースを飲む?
Você suporia que estou perguntando se VOCÊ beberá o suco, porque não estou
falando de outra pessoa. Então, você poderia responder:
VOCÊ: ジュースを飲む。
Com isso, eu iria supor que você está falando DE SI MESMO, porque eu acabei
de lhe fazer uma pergunta e agora sei que você beberá o suco. Da mesma forma,
se por acaso estivéssemos falando de Midori quando eu lhe fiz a pergunta, você
provavelmente pensaria que eu estivesse perguntando se MIDORI beberá o
suco, porque é dela que nós estávamos falando.
134
Se tomarmos uma língua como o japonês, na qual o assunto é tão fortemente ba-
seado no contexto, precisamos ser capazes de identificar algumas coisas. En-
quanto fazer suposições a partir do contexto funcionaria no caso de perguntas e
respostas simples, algo mais complicado, em breve se tornaria uma bagunça, já
que todo mundo começaria a perder a noção de quem ou do que estão falando.
Portanto, temos de ser capazes de dizer ao ouvinte quando queremos mudar o
assunto atual, alertando-o mais ou menos assim: "Ei, eu vou falar sobre isso
agora. Portanto, não suponha que eu ainda esteja falando sobre a coisa an-
tiga”. Isto é especialmente importante quando se inicia uma nova conversa e você
precisa dizer ao ouvinte do que você está falando. Isto é o que a partícula 「は」
faz; introduz um tópico diferente do atual, delimitando o restante da sentença a
este novo tópico. Por essa razão, é também referida como a "partícula de tópico".
Você pode pensar que 「は」 tem o sentido de “falando de (assunto)”.
Observe como, uma vez que eu que eu estabeleci “Midori” como o novo tópico,
a conversa está limitada a ela e, por isso, podemos continuar a assumir que esta-
mos falando sobre “Midori” até que alguém altere o tópico novamente.
Você correrá o risco de fazê-lo pensar “puxa, e as outras, você não apreciou?”, já
que a sentença está limitada a “esta noite”. Perceba que até em português isso
soaria ambíguo.
Mas infelizmente as coisas não são tão simples assim. Existe a partícula 「が」,
que é extremamente confundida com a partícula 「は」. Existem muitos artigos
(e até livros inteiros!) que buscam apontar as diferenças entre essas duas
135
partículas e esse assunto parece não ter fim. Contudo, vamos tentar clarificar as
coisas. Primeiramente, dê uma olhada nos exemplos abaixo:
Devido à falta de contexto, bem tecnicamente, a tradução mais próxima para am-
bas as sentenças pode ser “Midori é estudante”. Porém, elas parecem iguais, so-
mente, por que não é possível expressar em português a informação, o contexto
tão claramente como é possível algumas vezes em japonês. A lição mais impor-
tante aqui é ter em mente a diferença entre falar sobre algo e especificar algo. Na
afirmação (A), uma vez que 「みどり」 é o assunto da frase, a sentença significa:
"Falando sobre ‘Midori’, Midori é uma estudante". Já na sentença (B), 「みどり
」 está especificando quem é o “estudante” 「学生」. Se quisermos saber quem
é o “estudante”, a partícula 「が」 nos informa: o estudante é “Midori” 「みど
り」.
Veja como o tópico nos dá uma amplitude maior, pois, de novo, não necessaria-
mente precisamos falar dele especificamente, mas podemos estender nossa afir-
mação a algo relacionado a ele ou mesmo subentendido pelo contexto. Por outro
lado, a partícula 「が」 é muito limitadora, específica, restrita ao elemento que
ela segue. Por essa razão, se tivéssemos Praia が, o que fosse dito a seguir se apli-
caria ao elemento “praia” especificamente (e somente a ele). Poderíamos afir-
mar, por exemplo, que a praia é bonita, a praia está cheia, etc. e só. Nada de afir-
mar outra coisa que não seja especificamente se referindo ao elemento “praia”
(como seria possível com a partícula 「は」, com a qual falamos sobre “praia”,
mas afirmamos algo sobre “água”).
136
Vamos ver os exemplos a seguir referentes às aplicações da partícula 「は」:
(2) ひろしは妹が来る。= Falando de Hiroshi, a irmã mais nova (dele) virá (afir-
mação se referindo a algo dentro do universo de Hiroshi).
O exemplo (3) mostra quão genérico o assunto de uma oração pode realmente
ser. Este pode estar se referindo a qualquer ação ou objeto de qualquer lugar,
incluindo até mesmo outras sentenças. Por exemplo, na última frase da conversa
acima, mesmo que o assunto da sentença seja sobre quando Hiroshi fará o exame,
a palavra "exame" não aparece em nenhum lugar na frase.
Nos livros convencionais se costuma indicar que 「は」 é usado para se introdu-
zir coisas conhecidas à conversa ao passo que 「が」 é usado para coisas desco-
nhecidas. Tal diferenciação é simplista, mas tem sentido se considerarmos tudo
que vimos até aqui neste tópico. Perceba que 「は」 carrega certa ambiguidade
sem um contexto subentendido na cabeça de quem recebe a informação. Pode-
ríamos ilustrar desta forma:
137
Por exemplo, suponhamos que queremos introduzir um novo personagem – Mi-
dori – em uma história:
A) 学生はみどり。
B) 学生がみどり。
Até aqui aprendemos a indicar o objeto direto, tópico, objeto indireto... mas e
para indicar, por exemplo, o local onde algo ocorre?
138
映画館で見る。= Ver no cinema.
Numa comparação bem rasa, seria algo como REGÊNCIA VERBAL que temos
na língua portuguesa. Apesar disso, não deixe de considerar que podem existir
exceções. E é claro que quando tratamos de comunicação entre pessoas não de-
vemos deixar de considerar também o uso prático da língua.
Como você já deve imaginar, os verbos podem exigir complementos ou não para
que a ideia seja transmitida de forma completa. Por exemplo, o verbo “comer”
pede como complemento um objeto direto, que vai responder à pergunta comer
“O QUE?”.
Assim, se é essencial, usa-se 「に」 e se é acessório, usa-se 「で」. Com isso te-
ríamos:
139
não exige um lugar como complemento. Neste caso, um lugar é termo acessório,
então, deve ser marcado com 「で」.
Também, um mesmo verbo pode ter diversos sentidos e com isso pode exigir
complementos ou não dependendo de como for usado. Isso poderia ser compa-
rado ao que temos em português como, por exemplo, o verbo “aspirar”. Se o
complementamos com um objeto direto, tem sentido de inspirar, inalar, cheirar,
absorver, sugar e sorver. Entretanto, se o complementamos com um objeto indi-
reto, tem sentido de desejar muito alguma coisa. Observe:
(1) Aspirar O perfume (o perfume é objeto direto, então, significa “cheirar” o per-
fume).
IV. O verbo em questão não exige um lugar como complemento e também não
possui outros significados que exijam tal complemento. Porém, deparo-me com
exemplos nos quais o lugar é indicado ora por 「に」, ora por 「で」. Estou di-
ante de um erro?
140
O verbo 「寝る」 significa “dormir”, mas também pode ser usado de modo que
exija um lugar como complemento. Neste caso, isto é, 「[LOCAL]に寝る」,
deve-se considerar o significado “deitar EM”. Perceba que enfatizamos a prepo-
sição “em” na tradução para que se perceba com mais facilidade a necessidade
de um complemento de lugar para o verbo. Sendo assim, temos:
Outro exemplo é o verbo 「忘れる」 que, além de “esquecer”, tem outros signi-
ficados e em algum deles é exigido um lugar como complemento. Neste caso,
significa “deixar (sem querer, sem perceber) EM”. Considerando isso, veja os
exemplos a seguir:
Na oração (3), sabemos que a rosa é plantada de fato no vaso, tendo como lugar
dessa ação o parque.
141
dinheiro para pagar um quarto, mas foi permitido que armasse uma barraca do
lado de fora, mas ainda nas dependências do hotel.
Além disso, sempre leve em consideração a pergunta IV, mesmo diante de algo
vindo de um nativo, pois, de forma geral, nativos costumam ter apenas conhe-
cimento prático da sua língua, o que nem sempre reflete o correto gramatical-
mente. Por falar nisso, vamos analisar novamente dois exemplos já citados:
Fica estranho mesmo, pois falta uma informação. Entretanto, digamos que de
maneira geral, os japoneses entenderiam essas orações como traduzidas anteri-
ormente, isto é, “Plantar a rosa no parque” e “Hospedou no hotel”, ainda que
incompletas e, por isso, ambíguas. Quantas vezes falamos ou escrevemos de
forma incorreta em português no nosso dia a dia, mas mesmo assim nos enten-
demos, não é mesmo? Há erros que se tornam tão comuns e acabam não sendo
percebidos pela maioria dos falantes.
A cidade de São Paulo não é um lugar voltado em si para hospedagens. Por isso,
não é aconselhável usar esse tipo de termo como complemento para o verbo em
questão. Porém, em São Paulo, existem lugares em que é possível se hospedar
(hotel, casa de amigos, etc.). Assim, poderíamos reescrever o exemplo desta
forma:
142
Os conceitos abordados até aqui sobre a “regência verbal na língua japonesa” se
estendem a outras partículas que podem também indicar um complemento do
verbo. É o caso da partícula 「と」. Nesses casos, o contexto nos ajudará a saber
qual uso da partícula em questão considerar. Por exemplo, o verbo 「なる」
significa “tornar-se” quando acompanhado da partícula 「に」 e pode significar
“fazer-se igual a, tomar a posição de” quando acompanhado por 「と」.
Também, é importante frisar que o foco aqui foi tão somente a indicação de lugar
por 「で」 e 「に」. Por isso, não consideramos outros usos possíveis dessas
duas partículas. Por exemplo, em expressões de tempo, 「で」tem sentido de
“dentro de”. Observe:
Pelo menos em alguns casos, a diferença que existe entre 「に」 e 「で」 parece
ser mais questão de preferências que se tornaram populares e aceitas nos dife-
rentes usos do que de regras gramaticais propriamente ditas. Isso nos remete ao
assunto “colocação”, que trataremos no tópico 14. Por exemplo, quando lugares
são citados sem que sejam acompanhados por verbos, ao que parece, a prefe-
rência é usar 「に」:
ブラジルに。。。= No Brasil...
Note que “para além” é bem indeterminado, entretanto, como se trata de uma
localização, 「に」 é usada.
Também, há expressões que parecem ter se consagrado apenas com uma ou outra
partícula. Por exemplo, ao pesquisarmos a expressão “na / à noite”, encontramos
somente a forma 「夜に」 e não「夜で」.
Objeto direto, tópico, objeto indireto, local, modo... ainda podemos ampliar nosso
poder de comunicação com mais partículas simples. Vamos apresentar agora a
partícula 「も」, que essencialmente tem o sentido de adição (atribui-se o signi-
ficado “também”). Seu uso será melhor explicado nos exemplos abaixo:
143
Repare que ao incluir a partícula 「も」, Midori precisa ser coerente na resposta.
Não faria muito sentido ela dizer "Eu sou uma estudante, e Hiroshi também não
é um estudante." Em vez disto, Midori poderá usar a partícula 「は」 para remo-
ver o sentido adicional da inclusão, como demonstra o próximo exemplo.
Já que estamos tratando de adição, vamos nos focar nas partículas 「と」 e「や
」. Basicamente, a partícula 「と」 é semelhante à 「も」 na medida em que
contém um significado de inclusão. Ela pode combinar dois ou mais substanti-
vos juntos para significar "e":
「と」 também indica que uma ação que foi feita em conjunto com alguém ou
alguma outra coisa:
Neste exemplo o termo “tempos antigos” 「昔」 está sendo posto em compara-
ção com algo (neste caso, subentende-se “o mundo atual”). A partícula 「は」
aqui está apenas enfatizando.
A partícula 「や」, assim como 「と」, é usada para listar um ou mais substan-
tivos, com a diferença que ela é muito mais vaga. Isso implica que pode haver
outras coisas que não estão listadas e que nem todos os itens da lista podem ser
aplicados. Em português, você pode pensar nisso como uma lista do tipo "e / ou,
etc.":
144
靴かシャツを買う。= Comprar sapatos ou camisa.
Por fim, neste tópico básico sobre partículas, convém mencionar que existem as
partículas de final de sentença. Sua função básica é indicar a atmosfera da ora-
ção, isto é, seu tom (dúvida, emoção, alegria, certeza...). Além disso, algumas par-
tículas também distinguem o discurso masculino do feminino.
Ressaltamos que a oração acima, tecnicamente, não é uma pergunta em si. É uma
afirmação com ar de dúvida. O contexto é que indicará como devemos interpre-
tar esse tipo de oração.
Isto soa muito suave e feminino. Na verdade, os homens adultos quase sempre
adicionarão um declarativo (veremos no próximo tópico). No entanto, esse
mesmo 「の」 em questões não carrega um tom feminino e é usado tanto por
homens e mulheres:
145
Depois de 「よ」 e 「ね」, as partículas 「さ」 e 「な」 são as mais comu-
mente usadas ao final de uma sentença. 「さ」 é basicamente uma forma muito
casual de 「よ」, e algumas pessoas a colocam no final de quase todas as frases
simples. Claro que isso não significa que seja necessariamente uma forma muito
sofisticada de expressão, mas não podemos negar que isso é um hábito fácil de
adquirir. Nesse sentido, devido ao seu uso em excesso, 「さ」 quase perdeu
qualquer significado específico. Você pode ouvir uma conversa como a seguinte:
Você pode usar 「な」 no lugar de 「ね」 quando achar que 「ね」 soará
muito suave e reservado para algo que você dizer ou para o público a quem você
está falando. O som áspero de 「な」 geralmente se aplica ao sexo masculino,
mas não é necessariamente restrito aos homens:
146
7. FORMAS VERBAIS
Antes de iniciarmos o estudo das formas verbais propriamente dito, algo que de-
vemos ter sempre em mente é que com o passar do tempo, o linguajar cotidiano
tende a mudar a pronúncia das palavras, sendo ele, portanto, uma das maiores
influências nas mudanças que ocorrem na escrita. Dificilmente se escreve como
se fala, pois cronologicamente a linguagem caminhou (e ainda caminha) da fala,
para escrita, não o inverso.
147
Chamamos a regra apresentada de básica, porque ao longo do tempo na língua
coloquial do japonês padrão, mudanças sonoras (fenômeno chamado
tecnicamente de “Onbin”; em Português, “Eufonia”) foram padronizadas para
os verbos do Grupo I na forma TE e derivados, exceto para os terminados em 「
す 」 . Podemos dividir essas alterações em quatro grupos considerando-se a
terminação da base Ren’youkei + TE. Obeserve:
Para expressar a forma passada, usamos o verbo auxiliar 「た」. Como ele é de-
rivado da partícula 「て」, segue o mesmo padrão, tanto na regra básica, quanto
nas contrações sonoras para os verbos do Grupo I:
148
Observe a regra sendo aplicada:
Bom, e como fica a forma negativa? Usamos o verbo auxiliar 「ない」, que é
flexionado como um Adjetivo-I. Por hora, vejamos a regra de construção da
forma negativa não-passada dos verbos:
149
Observe o quadro com os exemplos:
No Japonês Clássico, o verbo auxiliar 「ず」 era anexado à base Mizenkei de ver-
bos para expressar negação. Ele tinha três conjuntos de bases (vamos nos referir
a eles pela base Ren’youkei):
Com relação ao verbo 「する」, quando usarmos esses auxiliares clássicos deve-
mos usar a base Mizenkei clássica 「せ」 e não 「し」:
150
日本語を勉強する。= Estudar japonês → 日本語を勉強せず。= Não estudar ja-
ponês.
151
FORMA TE NEGATIVA
Existe outra forma verbal que não é explicada satisfatoriamente pelos livros con-
vencionais. Nós a chamaremos de “Forma MU”, contudo para compreendê-la
novamente teremos que fazer uma abordagem histórica.
152
O verbo auxiliar 「む」 era anexado à base Mizenkei dos verbos. Sendo assim,
por exemplo, 「話さむ」, podia significar (considere “ele” como sujeito):
Poderíamos dizer que 「む」 é ainda largamente usado no japonês moderno, po-
rém sob “nova aparência”. Isso por que, devido a mudanças sonoras, 「む」 tor-
nou-se apenas 「う」. Veja como exemplo, o verbo 「なる」:
153
posteriormente, o fragmento 「~ほう」 passou a ser pronunciado 「~おう」.
Então, a evolução da forma MU do verbo clássico 「かなふ」, por exemplo, seria:
Com relação aos verbos dos Grupos II e III, temos o final 「よう」 anexado à
Base Mizenkei. Vejamos:
154
Com relação aos Adjetivos-I, era possível construir a Forma MU. A única ressalva
a se fazer é que 「む」 era anexado à base Mizenkei do conjunto Kari. De resto,
tudo era igual aos verbos:
Com relação à forma negativa, no japonês atual devemos anexar 「まい」 à base
Shuushikei:
Supondo que você já tenha assimilado tudo o que foi explicado neste tópico, se-
guem dois quadros-resumo das formas que vimos:
155
156
8. MAIS SOBRE OS VERBOS
Uma das principais funções da Forma TE é conectar orações. Observe o quadro
abaixo:
Embora não seja tão comum, é possível ter duas orações diferentes conectadas
através da forma TE se referindo a coisas distintas. Neste caso, costuma-se usar
a partícula de tópico 「は」:
Esta prática de usar a partícula 「て」 para conectar orações, no entanto, é utili-
zada apenas na linguagem cotidiana. Discursos formais, narração e publicações
escritas empregam a base Ren’youkei em vez da forma TE para descrever ações
sequenciais. Particularmente, artigos de jornal (ou mesmo cantores), por questões
de brevidade, preferem a base Ren’youkei à forma TE:
NOTA: como a partícula 「て」 é muito versátil, pode transmitir significados di-
versos de acordo com o contexto (pelo menos na tradução para o português).
Algo muito comum no japonês falado é terminar uma oração com o verbo na
forma TE. Veja o exemplo abaixo:
157
Também, dependendo do contexto, a forma TE no final de uma oração pode in-
dicar uma oração incompleta, muitas vezes transmitindo um ar reticente por
parte do falante, isto é, uma hesitação em dizer expressamente o seu pensamento,
em dar um parecer etc. Tal recurso é muito comum em canções:
「あげる」 e 「くれる」 significam “dar” e o uso desses dois verbos pode con-
fundir alguns estudantes iniciantes. Para apontarmos a diferença, observe a ilus-
tração a seguir:
Para expressar a concessão de um favor (verbo) seu, você deve usar sempre 「あ
げる」 como verbo suplementar anexado à Forma TE:
Você deve usar 「くれる」 quando UM TERCEIRO está dando algo ou fazendo
algo a você (efetivamente, o oposto de 「あげる」). Observe os exemplos:
158
友達が私にプレゼントをくれた。= O amigo deu presente a mim.
A oração acima pode não fazer muito sentido, mas o importante aqui é que você
perceba que o fragmento “que morre.” descreve o tipo de pessoa da qual estamos
falando. Em japonês, podemos construir esse tipo de oração usando a base Ren-
taikei dos verbos, a fim de fazer com que eles modifiquem diretamente outro
termo:
Perguntamos: qual a mensagem que se deseja passar com essa oração? Em outras
palavras, que vou esperar meu pai retornar para, só depois que ele tiver retor-
nado, abrir a garrafa, não é mesmo? Assim, temos:
159
O conceito pode ser difícil de ser entendido em um primeiro momento, porém,
mesmo que o verbo não esteja no passado em português, em japonês, se usarmos
「とき」, o verbo precisará estar no passado:
O segundo substantivo que que usaremos como exemplo é 「あと」, que pode-
mos traduzir como “traseira”. Ele pode ser usado quando queremos expressar
que uma ação ocorre ou deverá ocorrer após o término de outra ação. Devido a
este sentido, a ação que está a frente deve estar sempre na forma passada, pois
foi ou deverá ser completada antes da outra ação: Observe:
Veja que no momento em que Makoto vier, a ação de Hiroshi sair estará (ou de-
verá estar) concluída. Por isso, o uso de 「あと」 faz sentido, já que a ação da
oração principal estará sempre “na traseira” com relação a outra na linha do
tempo em termos de conclusão:
Neste sentido, pode-se anexar 「で」 a 「あと」. Tal prática é a mais comum e
soa mais formal:
Enfim, são muitos os substantivos que podem ser usados dessa maneira e não é
nossa intenção fazer aqui uma lista.
160
Existem situações em que um verbo precisa ser tratado como se fosse um subs-
tantivo, e é aqui que entra em campo o processo de nominalização. “Nominali-
zar” significa fazer com que orações exerçam a mesma função que um substan-
tivo na dentro da frase. Para compreendermos melhor, observe o exemplo a se-
guir e preste atenção no complemento verbal:
O estudante = sujeito;
O estudante = sujeito;
Veja como o verbo “estudar” funcionou como objeto indireto da oração principal.
Pode-se dizer que estamos falando de “ato de [verbo]” (o aluno esqueceu-se do
ato de estudar). Logicamente, poderíamos completar o seu sentido:
A leitura é importante.
161
substantivo. Então, como ficaria a oração “O estudante esqueceu-se de estudar”
em japonês? Vejamos:
Podemos também usar a palavra 「こと」, que significa “coisa”, no lugar da par-
tícula 「の」:
162
Veja como a partícula 「を」 é colocada logo após a base Rentaikei do verbo 「
する」 fazendo com que 「勉強する」 se torne objeto do verbo 「忘れる」. Sim-
ples, não?
Então, mais tarde, Hiroshi encontra Makoto e reporta o que ouviu do professor:
Não é necessário que o verbo principal esteja logo após 「と」. Como o verbo
que se aplica à oração vem antes de qualquer outro verbo, você pode ter quantos
adjetivos, advérbios ou substantivos entre os dois:
A partícula 「と」 pode indicar que um verbo se aplica a outra oração. Para cla-
rificar, observe o exemplo a seguir:
163
Como forma de memorização, podemos pensar que 「と」 é como um dedo in-
dicador que aponta pra uma oração subordinada dando um sentido de “é isto
que penso”, “é isto que digo”, etc. Vejamos:
Você pode se surpreender ao saber que existe uma versão mais curta e casual de
citação, uma vez que ela já é apenas um fonema do Hiragana, 「と」. No entanto,
o ponto importante aqui é que, ao usar esse atalho casual, você pode deixar de
lado o restante da frase e esperar que o ouvinte possa entender tudo a partir do
contexto. Esta versão casual é 「って」:
「って」 ainda pode ser usado para falar sobre praticamente qualquer coisa, e
não apenas para citar algo que foi dito. Você pode ouvir 「って」 sendo usado
em praticamente qualquer lugar no discurso casual. Na maioria das vezes ele é
usado no lugar da partícula 「は」 simplesmente para trazer um tópico à con-
versa:
164
Outra possibilidade é combinar a Forma MU com o verbo 「する」 através de 「
と」 para expressar uma tentativa no sentido de um esforço para se fazer algo:
165
9. O ESTADO-DE-SER E OS ADJETIVOS-NA
Um dos aspectos mais complicados do idioma japonês é que não há um verbo
para se expressar o “estado-de-ser” de algo como o verbo “ser” no português (na
gramática, “cópula”). Métodos convencionais costumam atribuir ao verbo 「あ
る」 o significado “ser”, contudo, se dissermos, por exemplo, 「山ある」, a tra-
dução correta é na verdade “Existe (uma) montanha” e não “É (uma) montanha”.
Parece muito fácil. Aqui está o verdadeiro problema: um estado-de-ser pode ser
subentendido, sem o uso do 「だ」!
Bem, a principal diferença é que uma declaração afirmativa faz com que a sen-
tença soe mais enfática e convincente de modo a torná-la... bem declarativa. Por-
tanto, é mais comum você ouvir homens usando 「だ」 no fim das sentenças.
Este é também o motivo de via de regra você não poder usar 「だ」 ao fazer uma
166
pergunta, porque parecerá que está fazendo uma afirmação e uma pergunta ao
mesmo tempo.
Vamos apresentar as seis bases de 「である」, 「だ」 e 「です」 para que você
possa entender a lógica de formação dos tempos verbais da cópula 「だ」. Ob-
serve a tabela abaixo:
Nós não colocamos “(??)” à toa. Isso por que a regra estaria correta se 「ある」
não fosse irregular quando colocado juntamente com o verbo auxiliar 「ない」.
Sendo assim, 「あらない」 torna-se simplesmente 「ない」. Talvez o motivo
dessa irregularidade esteja no fato de que 「ない」 já expressa por si mesmo uma
existência nula e possivelmente os gramáticos pensaram que não haveria neces-
sidade, pois seria uma redundância, de ter uma forma negativa do verbo de exis-
tência, no caso 「ある」. Tanto que com outros auxiliares deve-se usar normal-
mente a base Mizenkei de 「ある」.
Bem, seja qual for o motivo para a irregularidade, então, a forma negativa de 「
である」 é 「でない」? A resposta é: sim e não!
167
A construção 「でない」 é gramaticalmente correta, e é possível encontrar al-
guns japoneses que a usam. Porém, talvez por que a pronúncia soe muito brusca,
a partícula 「は」 é colocada entre 「で」 e 「ない」, dando origem à 「では
ない」. Pode-se, então, contrair o fragmento 「では」 para 「じゃ」, o que re-
sulta em 「じゃない」, forma casual.
II. Tempo Passado: agora, vejamos expressar o tempo passado para dizer que
algo era alguma coisa. Para tanto, tenha em mente que o passado da cópula 「だ
」 deriva do passado de 「である」. Portanto, o tempo passado é feito adicio-
nando-se o verbo auxiliar 「た」 à base Ren'youkei de 「である」. Assim, te-
mos:
「でありた」 é então contraído para 「であった」 que por sua vez é contraído
para 「だった」:
168
学生じゃない = Não é estudante. → 学生じゃなかった = Não era estudante.
169
A função de denotar conjectura da Forma MU para verbos em si praticamente se
perdeu no japonês moderno. Atualmente, uma das maneiras de se fazer isso é
através da Forma MU das cópulas 「だ」, 「です」 e 「である」, isto é, 「だろ
う」, 「でしょう」 e 「であろう」 respectivamente.
Perceba que quando as cópulas estão na Forma MU, podemos coloca-las direta-
mente após um verbo na forma usual, fato que não é possível quando as cópulas
estão em outras formas, a menos que se use um 「の」 explicativo, pois, como já
vimos, este tem valor sintático de substantivo:
Para uma suposição negativa, podemos simplesmente anexar uma das cópulas
na Forma MU a um verbo na negativa, como em 「食べないだろう」.
170
No exemplo acima, a partícula 「の」 permitiu que transformássemos o substan-
tivo 「友達」 em um atributo do substantivo 「車」, isto é, não é de carros em
geral que estamos falando, mas sim um carro cujo atributo é “do amigo”. Perceba
que, da mesma forma que os adjetivos ou verbos usados como adjetivos, o termo
que descreve virá sempre antes.
A forma correta é:
Portanto, perceba também que assim como os Adjetivos-I, está se afirmando lite-
ralmente “Pessoa que é gentil” e não simplesmente “Pessoa gentil”. Como os
Adjetivos-NA não possuem parte flexionável em si, as formas verbais serão in-
dicadas pelas formas da cópula. Assim, por exemplo:
171
Diríamos que o raciocínio tem sentido, mas tenha em mente que em línguas nem
tudo o que é possível gramaticalmente é praticável na vida real. Gramática é a
busca do homem em padronizar certos elementos semelhantes e muitas vezes
estamos diante de convenções. Em outras palavras, se decidiram que se deve
usar 「な」, deixemos assim. Aliás, observe a próxima oração:
Por fim, convém citar algumas coisas importantes sobre os Adjetivos em geral. A
palavra para "bom" era originalmente 「よい」 (良い). Porém, com o tempo,
devido à mudança de pronúncia, tornou-se 「いい」. Quando escrita em Kanji,
é geralmente lida como 「よい」, e 「いい」 aparece quase sempre em Hira-
gana. Entretanto, todas as conjugações ainda derivam de 「よい」 e não de 「い
い」. Outro Adjetivo-I que age assim é 「かっこいい」 por que é uma versão
abreviada de duas palavras unidas: 「格好」 e 「いい」. Consequentemente,
tem as mesmas conjugações. Observe o quadro a seguir:
172
値段がよくない。= O preço não é bom.
É natural pensar que para os adjetivos existentes em nossa língua materna deva
existir um equivalente em japonês. Certamente com a maioria é assim; mas com
alguns, não. Nestes casos, a “ideia de adjetivo” nos é dada através dos verbos:
E se, por exemplo, quisermos dizer que [A] é magro ou que [B] é gordo? De fato,
existem adjetivos propriamente ditos para "gordo" e "magro" (「太い」 e 「細い
」), mas podem soar ofensivos a um japonês. Portanto, use verbos:
まず!= É desagradável!
Bem, ambas as formas de cada adjetivo são aceitáveis. A diferença é que a versão
Adjetivo-NA soa mais poética, sendo muito comum na poesia e canções.
173
Alguns coloquialismos são comuns à maioria dos dialetos da língua japonesa.
Assim como toda língua falada, ocorrem contrações utilizadas no cotidiano. Um
padrão normalmente visto é:
Em animês este padrão costuma ser usado com frequência. Em um dos episódios
de Dragon Ball Super, Goku diz 「嘘がきれえ], forma coloquial de 「嘘がきら
い].
174
10. ONOMATOPEIAS, ADVÉRBIOS E KOSOADO
O que é onomatopeia? Segundo o Dicionário Houaiss, “onomatopeia” é a for-
mação de uma palavra a partir da reprodução aproximada, com os recursos de
que a língua dispõe, de um som natural a ela associado. Por exemplo, “Din-don”
é a reprodução do som da campainha, bem como “Atchim” a do som de espirro.
Há tantas onomatopeias em japonês que elas são divididas em três tipos diferen-
tes: 「ぎせいご」(擬声語), 「ぎおんご」(擬音語) e 「ぎたいご」(擬態語).
175
III. Gitaigo [「ぎたいご」(擬態語)]: literalmente “palavra que imita condição”.
São palavras que não imitam sons, mas sim descrevem sentimentos, qualidades
e atitudes. Veja que claramente não são onomatopeias se considerarmos sua de-
finição na língua portuguesa.
176
Curiosamente, as onomatopeias japonesas podem ser transformadas em muitas
outras partes do discurso. Isso nem sempre é algo que você pode fazer em por-
tuguês, mas em japonês, elas são muito mais flexíveis. Por exemplo, elas podem
aparecer no predicado, funcionando basicamente como um adjetivo:
Convém mencionar ainda que uma mesma onomatopeia pode ter formas distin-
tas, que chamaremos de (1) forma dobrada, (2) forma TTO, (3) forma RI e (4)
forma RI com o pequeno 「つ」. Vejamos o quadro abaixo:
Nem todas as onomatopeias possuem todas as formas (os três exemplos acima
são realmente mais flexíveis em vista da maioria). Além disso, por vezes, as dife-
rentes formas da mesma onomatopeia terão significados um pouco diferentes,
embora sejam normalmente iguais ou muito parecidos. O importante aqui é estar
ciente de que uma onomatopeia em japonês (quando usada em uma frase) pode
aparecer em uma dessas formas.
Com relação à segunda forma, de fato o 「と」 final é a partícula 「と」, que é
encaixada à onomatopeia, tornando-se 「っと」.
As formas 1, 3 e 4 são mais complicadas, pois cada uma tem sua própria nuance
de uso. Algumas onomatopeias quase sempre virão com um 「と」; outras, não.
Também, a maioria dessas palavras funciona primeiramente como “advérbio”,
mas pode se encaixar em outras classes de palavras também. Apenas para ilus-
trar, veja como o “Jisho.org” classifica 「さっぱり」:
177
O ônibus chegou.
A criança é linda.
II. Adjetivo-I: a base Ren'youkei do conjunto く dos Adjetivos-I pode ser usada
também como advérbio:
178
彼女は優しく弟を抱きしめた。= Falando de ela, ela abraçou carinhosamente o
irmão mais novo.
Cuidado para não confundir a forma substantiva dos Adjetivos-I (Base Ren’you-
kei) com a forma adverbial (também a Base Ren’youkei). Nestes casos, o contexto
será o nosso aliado para mostrar como devemos interpretar a Base Ren’youkei de
um Adjetivos-I.
Não confunda esse 「に」 com a partícula 「に」. Para conectar uma palavra
flexionável a um verbo, é necessário o uso da base Ren’youkei, que neste caso é
a da cópula 「だ」. Abaixo, seguem alguns exemplos:
Podemos ainda interpretar a sentença acima como "Miyako fez o quarto limpo."
Ou, ainda, como 「きれい」 literalmente significa "bonito", podemos traduzir
como "Miyako embelezou o quarto”.
179
E, assim como os Adjetivos-NA, a forma adverbial dos Adjetivos-TARU era ob-
tida através do uso da base Ren’youkei da cópula que os forma, no caso utili-
zando-se a Base Ren’youkei de 「たり」, isto é, 「と」. Veja:
Quem se deparasse com esse tipo de oração, pensaria que 「あげく」 é um subs-
tantivo. Contudo, veja como, embora ele se comporte como um substantivo den-
tro da oração, é na realidade um advérbio. Fique atento, pois existem muitas
palavras variáveis no japonês.
VI. A forma TE: verbos na forma TE podem, por vezes, ser usados como advér-
bios também. Nestes casos podemos considerar que eles explicam ou descrevem
como a ação do verbo principal está sendo feita:
歩いて行く。= Ir caminhando.
Também, há alguns verbos específicos cuja forma TE, quando usada como ad-
vérbio, pode ter sentido diferente daquele proposto pelo verbo. É o caso, por
exemplo, de 「初めて」, que como advérbio normalmente é traduzido como
“pela primeira vez” ou “somente depois de” e não “começando”. Claro que tudo
dependerá do contexto.
180
水は見る見る流れた。= Falando de água, (ela) correu num piscar de olhos.
181
Aprendendo as formas do Kosoado, praticamente revisamos o que aprendemos
até agora e não será necessário explicar detalhadamente cada forma. Pode pare-
cer confuso, mas com o tempo você dominará esse conjunto.
Voltemos nossa atenção para o grupo 「ど」 (何), que pode gerar um pouco de
confusão no início. Tenha em mente que 「ど」 (何) carrega um sentido de
“qual...”, isto é, que coisa ou que pessoa, dentre outras (em interrogação direta e
indireta):
Como fazer perguntas básicas em japonês? Bem, aquilo que chamaremos de “pa-
lavras interrogativas” refere-se ao conjunto de palavras que inclui dentre outras
“quem”, “o quê”, “quando”, “onde”, etc. Ao aprender esse conjunto, você será
capaz de expressar suas perguntas, mesmo sem um vocabulário extenso.
182
1. Onde: どこ;
2. O que: なに;
3. Quem: だれ;
4. Quando: いつ;
5. Como: どう.
Repare que as palavras acima de certa forma apontam para algo. Por exemplo,
quando perguntamos “Onde Hiroshi está?”, o alvo da dúvida é o lugar no qual
ele está; se perguntamos “Quando Hiroshi veio?”, desejamos saber qual o mo-
mento, tempo em que ele veio, e assim por diante. Observe o esquema abaixo,
no qual chamaremos essas associações para cada palavra de “alvo”:
Nós já aprendemos dois usos básicos da partícula 「か」, isto é, como partícula
alternadora e como partícula de dúvida. Agora neste tópico veremos como ela
será útil para formar as palavras interrogativas, pois todas terminam com 「か」
, dando a ideia de “algum(a) [alvo]”. Observe:
Você verá nos exemplos a seguir, que podemos tratar essas palavras como qual-
quer substantivo regular:
183
Já sabemos que 「何」 pode ser lido 「なに」 ou 「なん」 dependendo do vem
a sua frente, como em 「何色」 (なにいろ) e 「何人」 (なんにん). No caso
de 「何か」, embora 「なにか」 seja a leitura correta, tal composição é frequen-
temente contraída para 「なんか」 na linguagem informal:
Como podemos perceber pelo quadro, as coisas não são tão consistentes como
seria de se esperar. Por exemplo, 「なにも」 não é geralmente usado para signi-
ficar "tudo", e 「いつも」 sempre significa "sempre" para ambas as formas posi-
tiva e negativa. Veja os exemplos a seguir:
皆 【みんな】 = Todos;
全部 【ぜんぶ】 = Tudo;
184
As mesmas palavras interrogativas podem ser usadas com sentido de “qualquer
[alvo]”, se combinadas com 「でも」:
Algo interessante é que, ao que parece, podemos usar a partícula dupla 「にも」
no lugar de 「でも」 em alguns casos. Observe:
Não tome isto como dogma, mas geralmente 「にも」 aparece em sentenças ne-
gativas, ao passo que 「でも」 é usado em sentenças não negativas. Isso explica
a diferença, por exemplo, entre 「誰でも」 e 「誰にも」, isto é, o primeiro é
usado em orações não negativas; o segundo, em orações negativas:
185
Vejamos os exemplos:
Conforme você for progredindo em seus estudos, aconselhamos que você comece
a consultar dicionários japoneses. Por exemplo, a palavra 「いつ」 mostra cla-
ramente que dicionários ocidentais nem sempre apresentam todos os significa-
dos possíveis de uma palavra. Vamos consulta-la no “Jisho.org”:
186
11. NÍVEIS DE POLIDEZ
Em qualquer idioma existem maneiras diferentes de se dizer as coisas quando se
trata de polidez. Mesmo em português, somos capazes de notar a diferença entre
um pedido como “Eu posso ir ao banheiro?” e “Eu poderia ir ao banheiro?”.
Você fala de um jeito com o seu professor e de outra maneira com seus amigos.
No entanto, o japonês é diferente, já que não só o tipo de vocabulário muda, mas
também a estrutura gramatical para cada frase dita.
Há uma linha clara e distinta entre a língua casual e a polida. Por um lado, as
regras claramente nos mostram como estruturar suas frases para diferentes con-
textos sociais. Por outro lado, cada frase que você fala deve ser conjugada com o
nível adequado de polidez.
Com base no que explanamos, a língua japonesa pode ser dividida em quatro
níveis quanto à polidez:
1. Coloquial;
2. Casual;
3. Polido;
4. Honorífico e Modesto.
Felizmente, não é difícil mudar do discurso casual para o discurso polido. Pode
haver algumas pequenas mudanças no vocabulário (por exemplo, "sim" e "não"
tornam-se 「はい」 e 「いいえ」, respectivamente no discurso polido), e termi-
nações de frases muito coloquiais não são usadas. Portanto, essencialmente, a di-
ferença principal entre o discurso polido e o casual está no final da frase. Você
não pode sequer dizer se uma pessoa está falando em discurso polido ou casual
até que a sentença seja concluída.
187
FORMA POLIDA DOS VERBOS
Um verbo em sua forma polida deve sempre estar no fim da oração e nunca
modificando um substantivo, como segue abaixo:
Como podemos ver, a forma negativa é obtida através da junção da base Mizen-
kei e 「ん」, forma abreviada do auxiliar clássico de negação 「ぬ」. Podemos
também utilizar 「ぬ」, como em 「食べませぬ」, ainda que seja arcaico. Um
fato interessante é que não é possível usar 「ない」, como em 「食べませない
」. Já para negativa passada, ela é formada pela forma negativa de 「ます」 e a
forma passada de 「です」 (でし + 「た」). Veja alguns exemplos:
188
犬は肉を食べませんでした。= Falando do cachorro, ele não comeu carne.
NOTAS:
2. Na língua coloquial, 「です」 pode aparecer como 「っす」, sendo usado por
homens. Por exemplo, 「学生です」→「学生っす」.
189
その部屋はあまり静かじゃないです。= Falando sobre esse quarto, não é muito
quieto.
Guarde bem a sentença a seguir, que contraria a maioria dos livros convencio-
nais:
Muitas pessoas que tiveram aulas de japonês ouviram que 「です」 é a versão
polida de 「だ」. De fato, podemos supor isso se considerarmos a etimologia,
pois o primeiro origina-se de 「であります」, forma polida de 「である」, de
onde veio 「だ」. No entanto, as coisas não são tão simples assim!
Vamos apontar algumas diferenças chaves e as razões por que eles são de fato
coisas completamente diferentes, no sentido que não podemos usá-los de
“forma vice-versa” em todos os casos. Vejamos:
Como faríamos para reescrever a oração acima de uma forma não-polida? Basta-
ria usar a forma casual de 「食べます」, que é 「食べる」. Assim, temos:
190
Agora observe a construção abaixo:
A RESPOSTA É NÃO!
Percebemos, então que, nestes casos, substituir 「です」 por 「だ」, pensando
que um é a versão polida do outro ou vice-versa é totalmente incorreto. Você
deve pensar que 「です」 é para transmitir polidez à frase, enquanto 「だ
」 transmite força; coisas completamente distintas. Se você quiser ser casual,
simplesmente não adicione nada.
Talvez por causa dessa particularidade, o próprio Tae Kim afirma em uma pos-
tagem em seu fórum não achar que 「だった」 seja a forma passada de 「だ」
, o que discordamos. Preferimos encarar essa característica como algo que ficou
sendo válido pelo uso, isto é, 「だった」 é de fato a forma passada de 「だ」,
mas por algum motivo de uso da língua (não explicável gramaticalmente e
sim pelo costume), 「だ」 adquiriu um sentido de força, de aspereza.
191
Outro ponto importante que vale relembrar é que você não pode anexar o decla-
rativo 「だ」 diretamente aos Adjetivos-I na forma não-passada (e isso vale tam-
bém para a forma negativa não-passada):
Já isso não ocorre com 「です」, que tem a função de adicionar polidez apenas:
***
192
O súdito sempre se dirige ao rei com humildade, ao mesmo tempo em que o ve-
nera, exalta (honra = honorífico). Com base nesta figura, você pode fixar este
importante princípio das formas honorífica / humilde: sempre seremos “súdito”
ao passo que terceiros, o “rei”.
A parte difícil de aprender esses dois tipos de linguagem é que muitas vezes são
utilizados verbos diferentes e palavras específicas para as formas honorífica e
humilde. Qualquer coisa que não tenha a sua própria expressão, será regido pelas
regras gerais de conjugações que abordaremos a seguir.
Vejamos os verbos que mudam sua forma nesse tipo de linguagem. Para fins me-
ramente didáticos, as chamaremos de “forma especial”:
193
Os verbos 「なさる」, 「いらっしゃる」, 「おっしゃる」, 「下さる」 e 「ござ
る」 (que abordaremos logo em seguida) seguem o padrão de conjugação do
Grupo I, entretanto, sofrem uma mudança em suas bases Ren’youkei e Meireikei.
Vamos observar as bases de 「なさる」, que servirá de modelo para os outros
verbos em questão:
Agora, os exemplos a seguir se referem a ações feitas pelo falante e, por isso, usam
a forma humilde:
Além deste conjunto de expressões, existem também algumas palavras que têm
homólogos mais polidos. Provavelmente, o mais importante seja a versão mais
polida de 「ある」, que é 「ござる」. Este verbo pode ser usado tanto para ob-
jetos inanimados e animados. Não é nem uma forma honorífica ou humilde, mas
é um passo acima de 「ある」 no quesito polidez. Porém, se você não quiser soar
194
como um samurai, 「ござる」 é sempre usado na forma polida 「ございます
」:
Para todos os outros verbos, sem forma especial, existem regras de conjugação
para mudá-los para formas honorífica e humilde. Ambos envolvem uma prática
comum de fixar o prefixo honorífico 「御」.
195
substantivo? Exato, a Base Ren’youkei. Depois, é só usarmos o verbo 「なる」 ou
「です」.
Estas regras não se aplicam aos verbos 「する」. Para eles, basta substituir 「す
る」 por 「なさる」 = 勉強する → 勉強なさる.
196
Vejamos alguns exemplos:
Note, porém, que usar 「いたす」 é um caso de “estilo formal dobrado” e alguns
japoneses podem dizer que isso não faz sentido.
Esta regra não se aplica aos verbos 「する」. Para eles, basta substituir 「する
」 por 「いたす」 = 勉強する → 勉強いたす.
Há também uma forma de criar versões formais dos Adjetivos-I usando 「ござ
います」. Esse recurso é considerado arcaico, mas você ainda poderá se deparar
com essas construções na literatura, e o livro não precisa ser tão antigo assim.
Também, algumas expressões fixas usadas atualmente originam-se desse padrão
(e com certeza, ao terminar de ler este tópico, você vai se lembrar!).
Para criar formas formais dos Adjetivos-I, basta considerar que 「ございます」
é um verbo, então, necessitaremos da forma adverbial do referido Adjetivos-I:
Colocamos o (?), pois nestes casos devemos considerar também que quando os
Adjetivos-I são combinados com verbos clássicos como 「ござる」 e 「いでる」
, deve-se fazer uma mudança sonora na forma adverbial, algo comum no Japonês
Clássico:
197
Importante lembrar que os Adjetivos-I cuja forma adverbial depois dessa mu-
dança sonora fique com a terminação 「う」 precedido de algum fonema da co-
luna U ou da coluna O, esta deve ser mantida. Por exemplo, 「悪い」(わるい) e
「面白い」(おもしろい), ficarão assim:
198
12. VERBOS SUPLEMENTARES
No tópico em que estudamos as classes de palavras, mencionamos que as pala-
vras podem ser independentes ou dependentes. As palavras independentes po-
dem ser entendidas por si mesmas (têm sentido próprio), ao passo que as de-
pendentes necessitam de um contexto para serem compreendidas. Dentre essas
palavras dependentes estão os verbos auxiliares. Não confunda, contudo, verbo
auxiliar com verbo suplementar, que são verbos em si, mas que podem ser ane-
xados a outros para ampliar o significado do verbo a que são anexados. Por
exemplo, o verbo 「だす」(出す), que significa “tirar”, ao ser anexado a outro
verbo (no caso, à base Ren’youkei), transmite o significado de “começar a...” (「
食べだす」= começar a comer).
Outra diferença é que os verbos suplementares, por serem verbos em si, são ane-
xados somente à Base Ren’youkei (ou alguns à “Forma TE”, que se origina de
uma Base Ren’youkei), ao passo que um verbo auxiliar não tem essa restrição.
Veja que na terceira coluna indicamos que alguns verbos auxiliares seguem o
padrão de conjugação dos Adjetivos-I.
Feitas essas observações, comecemos nossa abordagem com dois verbos suple-
mentares muito importantes. Trata-se dos verbos 「ある」e「いる」, que como
verbos em si significam “existir”, sendo que 「ある」é usado para coisas inani-
madas e 「いる」, para coisas animadas. Como verbos suplementares, são ane-
xados à Forma TE. Observe:
書く → 書いて → 書いてある
書く → 書いて → 書いている
A diferença está no fato de que com 「ある」 se indica o resultado de uma ação
finalizada, isto é, alguém escreveu e está escrito. Já com 「いる」, se indica que
a ação de escrever está em progresso. Veja os exemplos abaixo:
199
Importante dizer que a ideia de ação em progresso tem uma ambiguidade Por
exemplo, embora 「結婚している」 tecnicamente possa significar que alguém
está em uma capela se casando AGORA, é geralmente usado para se referir a
alguém que já é casado e está nesse estado conjugal (hábito, situação constante).
Isso geralmente é clarificado pelo contexto e práticas comuns.
Outro ponto é que 「てある」 indica o resultado de uma ação somente quando
é usado com verbos transitivos. Se quisermos expressar o mesmo usando verbos
intransitivos, podemos usar 「ている」. Compare:
窓が開けてある。 = A janela está aberta. (por que alguém (ou algo) a abriu)
E como diferenciar? Como sempre, o contexto será nosso maior aliado, junta-
mente com conhecimento gramatical. Por exemplo, se você se deparar com 「開
けてある」, deve considerar um estado resultante, já que 「開ける」 é um verbo
transitivo. Agora, se você se deparar com 「開いている」, já que 「開く」 é in-
transitivo, 「開いている」 pode tanto significar um estado resultante, como um
estado duradouro, progressivo dependendo do contexto. E mais: 「開けている
」 pode somente significar um estado duradouro. Afinal, ele é transitivo e um
estado resultante para esse tipo de verbo só pode ser indicado com 「てある」.
200
Mas, e se quiséssemos expressar que alguém está vindo ou indo?
Temos uma boa notícia, pois é possível sim expressar “indo” e “vindo”, através
de uma, digamos, “gambiarra” gramatical ou ajuda do contexto. Por exemplo,
poderíamos usar algum elemento que tenha um significado de “em progresso
de” ou coisas do tipo e que funcione (sintaticamente) como um substantivo.
Assim seria possível modifica-lo com os verbos 「行く」 e 「来る」. Um desses
elementos possíveis é 「とちゅう」(途中), que significa “em meio a”, “no cami-
nho de”, “metade do caminho” e é classificado como substantivo:
友達は来る途中。= (Meu) amigo está vindo (Lit. Falando de (meu) amigo, é me-
tade do caminho (do ato) de vir).
Outra possibilidade seria usar algum advérbio que pudesse dar a possibilidade
de a oração ser entendida – pelo contexto - como uma ação em progresso, como
「いま」:
友達はいま来る。= (Meu) amigo está vindo (Lit. Falando de meu amigo, (ele)
vem agora).
Como vimos no quadro, com verbos transitivos, 「ている」 expressa uma ação
em progresso. Já com os intransitivos, pode haver ambiguidade, pois pode indi-
car tanto um estado resultante como também um sentido de ação em progresso.
Há ainda uma questão importante e polêmica que costuma gerar confusão entre
os estudantes. Segundo alguns gramáticos, há um grupo de verbos (em sua mai-
oria intransitivos) que podemos chamar de “verbos pontuais”, cuja principal ca-
racterística é não ter duração, isto é, um verbo pontual ocorre em um único ins-
tante, fato que representa uma transição de um estado antigo para um novo es-
tado resultante. Para melhor ilustrar, observe a figura abaixo:
201
A luz se acende no ponto "A", e, em seguida, apaga-se no ponto "B". O processo
de a luz se acender não leva tempo, é instantâneo. Veja como o fato de a luz se
acender no ponto “A” representa uma transição de um estado antigo (luz apa-
gada) para um novo estado resultante (luz acessa).
Você pode pensar: “Ok, mas isso não exclui a possibilidade de, por exemplo, a
luz se acender vagarosamente por estar com defeito. Se alguém visse essa cena,
diria “A luz está se acendendo”. E aí?”
Outra possibilidade seria usar algum advérbio que pudesse dar a possibilidade
de a oração ser entendida – pelo contexto - como uma ação em progresso, como
「いま」:
202
Note que, mesmo em português, seria possível entender uma ação em progresso
sem usar o gerúndio. A última oração é um exemplo disso.
Para os exemplos acima, pode fazer mais sentido considera-los como uma se-
quência de ações: “ter em posse e ir”, ou “ter em posse e vir”. Aqui estão mais
alguns exemplos:
一生懸命、頑張ってく!= (Eu) Vou tentar o meu melhor (para o futuro) com to-
das as minhas forças!
Enquanto 「ある」 como verbo suplementar traz um nuance de uma ação com-
pleta, em preparação para outra coisa, 「おく」 deixa claro que a ação é feita (ou
vai ser feita) com o futuro em mente. Imagine isto: você fez uma torta deliciosa
e vai coloca-la no parapeito da janela para esfriar para que possa comê-la mais
tarde. Esta imagem pode ajudar a explicar porque o verbo 「おく」 (置く), que
significa "deixar (em algum lugar)", pode ser usado para descrever
203
uma preparação para o futuro. Enquanto 「置く」 por si é escrito em Kanji, é
costume usar Hiragana quando exerce a função de verbo suplementar:
Também, note que, por extensão, essa construção pode transmitir uma forte in-
tenção, pois o falante julga que a existência de uma ação [X] concluída (situação
atual corrente) será boa para o futuro:
Outro sentido que 「ておく」 pode ter é o que chamaremos de “literal”, isto
é, deixar as coisas como estão:
No japonês casual, 「ておく」 é por vezes abreviado como 「~とく」 por con-
veniência:
Este uso de 「しまう」 é bom para usar quando se quer pedir desculpas, já que
indica que você não queria que algo acontecesse da forma que foi:
204
Vamos ver agora alguns verbos suplementares que são conectados à Base
Ren’youkei. Algumas dessas construções são relativamente fáceis de entender e
podem ser usadas com bastante liberdade, como é o caso dos verbos suplemen-
tares 「はじめる」 (始める), “começar a” e 「おわる」 (終る), “terminar de” e
「つづける」 (続ける), “continuar a”:
Este verbo suplementar pode ser anexado aos Adjetivos-I também. Entretanto, a
regra de anexação é diferente, devendo-se adicioná-lo à parte invariável (retirar
a terminação 「い」). Assim, temos:
高い → 高 → 高すぎる
II. Forma Padrão: substitui-se o 「い」 de 「ない」 por 「さ」 antes de acres-
centarmos 「過ぎる」 à forma negativa. Assim, temos:
205
喋る → 喋らない → 喋らなさ → 喋らなさすぎる
Já para os Adjetivos-I que possuem a terminação 「ない」, mas que não se trata
de 「無い」, a única forma possível é a que serve para os demais Adjetivos-I:
危ない → 危な → 危なすぎる
少ない→ 少な → 少なすぎる
Pode-se usar o verbo 「合う」, que significa “unir” como suplementar para in-
dicar uma ação mútua. Vejamos:
206
13. VERBOS AUXILIARES
Passemos agora para os “verbos auxiliares”. Nos tópicos anteriores nos já nos
deparamos com alguns deles como 「ます」. Neste tópico veremos os mais im-
portantes. São eles:
1. れる e られる;
2. せる e させる;
Comecemos com 「れる」 e 「られる」 que são anexados à Base Mizenkei dos
verbos. Como regra geral, quando a Base Mizenkei terminar em “A”, deve-se
usar 「れる」, caso contrário, 「られる」. Vamos ver a aplicação prática da re-
gra:
207
A forma potencial do verbo 「する」 (significando “fazer”) é uma das exceções
à regra e não é 「される」, mas sim 「できる」(出来る):
Percebeu que para os verbos do Grupo I, como todas as bases Mizenkei terminam
na coluna do A, devemos anexar 「れる」? Observe:
Observe os exemplos:
208
na língua moderna. Há discussão com relação a diferença entre os dois usos, mas
no geral, com o uso da partícula 「が」 se enfatiza o objeto do verbo, enquanto
que com a partícula 「を」 se destaca a ação inteira. Observe:
Vamos nos atentar agora ao verbo 「ある」. Você pode dizer que algo tem a pos-
sibilidade de existir, combinando 「ある」 e 「得る」 (sem contraí-los) para
produzir 「あり得る」. Esta composição verbal pode ser lida tanto 「ありうる
」 como 「ありえる」 no infinitivo. Em outras formas como 「ありえない」,
「ありえた」 e 「ありえなかった」, deve-se considerar a pronúncia com 「え」
:
Há ainda a possibilidade de se nominalizar uma oração e dizer que tal ato ou fato
é possível, usando 「できる」:
209
Você já deve ter ouvido falar sobre “voz passiva”, mas vamos relembrar: na lín-
gua portuguesa há duas vozes verbais principais: a voz ativa e voz passiva. A
diferença principal é que na voz passiva, o sujeito é o paciente da ação verbal em
vez de agente. Observe o exemplo em português:
Na segunda oração, observe como o sujeito da voz passiva tem o mesmo papel
em relação ao verbo principal que o objeto da voz ativa, ou seja, “o sushi” é o
objeto na voz ativa e passa a ser o sujeito na voz passiva e “Makoto”, o agente da
passiva.
Agora, indo para a língua japonesa, a voz passiva é formada pela anexação de 「
れる」 e 「られる」, e os conceitos expostos nos ajudarão a entender seu funci-
onamento, já que funciona praticamente da mesma forma que o português, ex-
ceto pelo fato de existirem dois tipos de voz passiva: a passiva simples e a passiva
adversativa:
II. Passiva adversativa: este tipo de passiva não existe em português e de início
pode ser de difícil compreensão. Neste tipo de passiva, o sujeito não é objeto e
nem agente, mas é afetado indiretamente pela ação. Em japonês, esse tipo de
passiva traz uma conotação negativa, indicando que a pessoa foi prejudicada de
alguma forma pela ação. Observe os exemplos:
Note que o verbo não afeta diretamente o sujeito, ou seja, a irmã não comeu a
pessoa, e sim o bolo. A passiva adversativa dá o sentido que a pessoa considera
determinado ato uma adversidade, ou seja, algo que a prejudica. Observe o pró-
ximo exemplo:
210
私は雨に降られた。= Quanto a mim, choveu.
A tradução direta para o português não faz muito sentido. A frase poderia ser
escrita na voz ativa em japonês, mas na voz passiva ela traz o sentido que essa
chuva foi um incômodo de alguma forma, uma adversidade.
Passemos agora para 「せる」 e 「させる」 que também são anexados à Base
Mizenkei dos verbos e conjugados no padrão do Grupo III. Como regra geral,
quando a Base Mizenkei terminar em “A”, deve-se usar 「せる」, caso contrá-
rio, 「させる」. Vamos ver a aplicação prática da regra:
Aqui também, com relação ao verbo irregular 「する」, deve-se considerar a base
“arranjada” 「さ」. Consequentemente, anexaremos 「せる」:
Quanto às partículas que devem ser usadas, com verbos intransitivos, a pessoa
induzida ou obrigada a fazer a ação é indicada com a partícula 「を」:
211
(2) 子供に学校へ行かせました。= Deixei meu filho ir à escola. (permissão)
Note que, embora a forma final seja longa, sua formação não é nenhum segredo
se você tem acompanhado as lições. Vejamos alguns exemplos:
212
I. BASES CLÁSSICAS DE 「たい」 (conjuga como um Adjetivo-I):
Você pode expressar ações que você deseja fazer usando o verbo auxiliar 「た
い」. Tudo que você precisa fazer é adicionar 「たい」 à base Ren’youkei do
verbo. Veja o quadro abaixo:
213
Um ponto interessante está entre o uso da partícula 「 を 」 e a partí-
cula 「が」 para marcar o objeto dos verbos transitivos quando anexados a 「た
い」. Na verdade, 「たい」, assim como o auxiliar de negação 「ない」, funci-
ona apenas como um auxiliar, acrescentando um significado ao verbo e não mo-
dificando sua natureza para Adjetivo-I Note que se esses verbos auxiliares que
são conjugados como um Adjetivo-I transformassem verbos em adjetivos, por
lógica, para dizer, por exemplo, “Não bebo cerveja”, deveríamos dizer 「ビール
が飲まない」. Contudo, talvez você consiga perceber que esta oração está incor-
reta e significa na verdade “A cerveja não bebe.”, algo totalmente diferente.
Veja que usamos a partícula 「が」 para identificar o que se deseja. Indica que o
falante tem um desejo grande de tomar o remédio, talvez por que esteja doente.
Comparemos:
Nesta sentença, o falante está apenas afirmando que quer tomar o remédio sem
enfatizar nada.
214
AKIRA:今日、ひろしはこないの? = Hiroshi não virá hoje?
Neste diálogo, Makoto diz a Akira que Hiroshi não virá, porque deve ter rece-
bido alguma informação a respeito. Ao usar 「らしい」, Makoto indica que sua
afirmação está fundamentada em algo que ele soube previamente, entre-
tanto, ele não quer dar 100% de certeza, transformando-a, assim, em especulação
sua. Seria como ele dissesse: “Bem, Hiroshi não virá (pois há informações que
recebi a respeito e que me levam a crer nisso), mas não posso garantir”.
Outro modo de usar 「らしい」 é para indicar que uma pessoa aparenta ser certa
coisa devido ao seu comportamento:
「べき 」 é anexado à base Shuushikei para descrever algo que deve ser feito.
NOTA: com relação ao verbo 「する」, a versão clássica 「すべき」 é mais co-
mum e formal. Já 「するべき」 pode ser usado na língua cotidiana, mas é bem
menos frequente e considerado coloquialismo.
Neste exemplo, a oração “reescrever o relatório” é ilustrada como sendo algo que
o falante julga ser obrigatório, logicamente esperado dentro do contexto desta
frase. Podemos assumir que Hiroshi seja o responsável pelos relatórios de seu
departamento na empresa, então esta tarefa não é uma coisa facultativa, mas sim
215
obrigatória para ele. Veja que é diferente de quando usamos 「はず」, pois com
ele estamos apenas descrevendo nossa expectativa, tornado a oração mais
amena, isto é, a tarefa de Hiroshi reescrever o relatório é esperada (com base em
fatos), mas não é necessariamente uma obrigação. Note que poderíamos até usar
o significado do advérbio 「うべ」(宜), cujo significado é “certamente”, “verda-
deiramente” (e que provavelmente deu origem a 「べき」), a fim de ajudar a
fixar este conceito de obrigatoriedade:
1. 早く帰るべき。= (Você) deve retornar à casa cedo. (ação com tom de obriga-
ção)
216
14. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
É importante que você saiba como a estrutura de textos e da comunicação oral é
formada. É aqui que entram em campo, “frase”, “oração” e “período”, que são
fatores constituintes de qualquer meio de comunicação, pois ela deve se compor
de uma sequência lógica de ideias para que possa haver entendimento. Por isso,
é importante saber o conceito de cada um deles. Então vamos lá!
“Brincam” é a oração que indica o que as crianças estão fazendo no jardim, o que
já é o suficiente para entendermos a mensagem que se deseja passar.
O ônibus ainda não CHEGOU, mas não DEVE DEMORAR, pois já SÃO sete
horas.
217
Os períodos compostos podem ser formados das seguintes maneiras: podem ser
compostos por coordenação, compostos por subordinação, ou ainda compostos
por coordenação e subordinação, simultaneamente. Vejamos:
B.1) Período Composto por Subordinação: são períodos que, sendo constituídos
de duas ou mais orações, possuem sempre uma oração principal e pelo menos
uma oração subordinada a ela.
A oração subordinada não pode estar sozinha, pois não fornece um pensamento
completo. O leitor ficaria se perguntando: "Então, o que aconteceu?" (a menos
que isso esteja subentendido). Agora, observe o próximo exemplo:
Nessa frase há duas orações: "Aguardo" e "que você chegue". A oração "que você
chegue" está completando o sentido do verbo transitivo direto "aguardo". Sendo
assim, a oração subordinada está sintaticamente vinculada à oração principal
(dependente dela), podendo funcionar como termo essencial, integrante ou aces-
sório da oração principal. Neste caso, exerce a função sintática do objeto direto, e
é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Então, podemos dizer que, de certo modo, em um período composto por subor-
dinação, ambas as orações (principal e subordinada) em alguns casos são mutu-
amente dependentes, já que a oração principal não teria sentido sem o comple-
mento (oração subordinada), bem como a oração subordinada também não teria
sem ser concluída (ideia principal) – é claro que, principalmente na fala, se uma
ou outra estiver subentendida, pode ser omitida.
218
B.2) Períodos Compostos por Coordenação: são os períodos que, possuindo
duas ou mais orações, apresentam orações coordenadas entre si. Cada oração co-
ordenada possui autonomia de sentido em relação às outras, e nenhuma delas
funciona como termo da outra. As orações coordenadas, apesar de sua autono-
mia em relação às outras, complementam mutuamente seus sentidos. Veja o se-
guinte exemplo:
Agora, vamos (re)ver alguns aspectos importantes da língua japonesa que nos
auxiliarão a analisar e entender orações:
1. A FORMA TE
Como vimos, a forma TE basicamente conecta orações. Perceba que isso a torna
muito versátil, porque pode transmitir significados diversos de acordo com o
contexto (pelo menos na tradução para o português). Existem pelo menos quatro
sentidos que ela pode ter:
219
Note que poderíamos traduzir estes dois exemplos como ações sequenciais e
pressupor que estamos falando de causa e efeito. Isso faz sentido mesmo em
português quando, por exemplo, dizemos: “Estou doente e não irei trabalhar.” (=
Como estou doente, não irei trabalhar.). É tudo questão de contexto.
III. De advérbio: verbos na forma TE podem, por vezes, ser usados como advér-
bios também. Nestes casos podemos considerar que eles explicam ou descrevem
como a ação do verbo principal está sendo feita:
歩いて行く。= Ir caminhando.
魚を食べなくて。≠ 魚を食べないで。
IV. De reticência: a forma TE no final de uma oração pode indicar uma oração
incompleta, muitas vezes transmitindo um ar reticente por parte do falante, isto
é, uma hesitação em dizer expressamente o seu pensamento, em dar um parecer
etc. Tal recurso é muito comum em canções:
2. A BASE RENTAIKEI
220
uma oração a fim de indicar o que acontece no “tempo” em que a oração é exe-
cutada. Veja:
Usando o tempo passado do verbo com 「こと」, você pode falar se um evento
já ocorreu. Esta é essencialmente a única maneira que você pode dizer "já [verbo
no passado]" em japonês, por isso, é uma expressão muito útil. Você precisa usar
esta construção a qualquer momento quando você quiser saber se alguém já fez
alguma coisa em tempos passados:
寿司を食べることにした。= (Eu) decidi comer sushi (Lit. (Eu) decidi pelo ato de
comer sushi).
221
Contudo, atente-se que esta construção é usada para expressar suas próprias de-
cisões. Se você quiser indicar uma decisão que não é sua, deve usar o verbo 「な
る」 no lugar de 「する」:
3. PALAVRAS VARIÁVEIS
Quem se deparasse com esse tipo de oração, pensaria que 「あげく」 é um subs-
tantivo. Contudo, veja como, embora ele se comporte como um substantivo den-
tro da oração, é na realidade um advérbio. Fique atento, pois existem muitas
palavras variáveis no japonês.
Não, você não leu errado! Chamaremos esse fenômeno de “Forma Verbal de Con-
texto” para fins meramente didáticos.
Por exemplo, quando dizemos “Em 2002, o Brasil VENCE a Copa do Mundo”,
embora se diga “VENCE”, não estamos nos referindo a um fato presente, mas
sim a um fato passado. Então, aqui pelo contexto, “VENCE” tem o mesmo valor
de “VENCEU”. Para este caso, em português temos o que se chama de “Presente
Histórico”. É usado para enfatizar, pois é como se o narrador voltasse ao mo-
mento dos acontecimentos e narrasse como se estivesse presenciando as cenas.
Quem já não ouviu “Tomou Doril, a dor sumiu”? Aqui se quer dizer algo como
“Se tomar Doril, a dor sumirá”. Em outras palavras: usa-se a forma passada com
valor de futuro.
Outro exemplo de forma verbal de contexto são os Dez Mandamentos (cf. Ex 20,2-
17; Dt 5,6-21). Por exemplo, “Não furtarás”, ao pé da letra, significaria que é
222
proibido furtar no futuro, apenas no futuro, o que abre a possibilidade de enten-
der que o ato é perfeitamente aceitável no presente. Mas, na verdade, “não furta-
rás”, que é futuro, tem nesse caso o valor de imperativo e, como tal, indica que
é proibido furtar em qualquer tempo.
Então, ao analisar a forma de um verbo não se esqueça de considerar que ela pode
indicar tanto seu significado propriamente dito como um significado de con-
texto, decorrente do uso prático da língua. Tal recurso é relativamente comum
em canções, poesias, etc.
Por exemplo, a nominalização à moda antiga que vimos no item 2 pode aparecer
em algum momento. Outro exemplo é a partícula 「を」, que até mais ou menos
o fim do Período Muromachi (1336–1573), tinha também a função de concessão,
igual à 「のに」, que veremos no próximo tópico. Você também poderá encon-
tra-la sendo usada desse jeito. Mais um exemplo é a Base Kateikei da cópula 「
である」, isto é, 「であれ」, que ainda hoje pode ser usada por si só. Parece es-
tranho, mas, se considerarmos a sua utilização clássica, não será difícil entender-
mos seu significado.
223
社長であれ規則は守っている。= Embora seja o presidente da empresa, (ele) obe-
dece às regras.
Há um mito que ainda existe sobre a ordem das palavras numa oração em japo-
nês e que continua a assombrar muitos estudantes iniciantes. Poderíamos dizer
que a estrutura mais básica de uma sentença em português pode ser descrita
como “[sujeito] + [verbo] + [objeto]”. Com relação à língua japonesa, muitos (até
mesmo professores) dizem que esta ordem é invertida, isto é, “[sujeito] + [objeto]
+ [verbo]”. Contudo, em japonês, a ordem de uma sentença fundamental é ape-
nas “[verbo]”. Qualquer coisa que venha antes do verbo não precisa estar em
uma ordem específica e nada mais do que o verbo é necessário para se construir
uma sentença completa.
Além disso, em se tratando da língua padrão, o verbo deve estar sempre no final.
Claro que nada nos impede de construir uma sentença com “[objeto] + [sujeito]
+ [verbo]” ou apenas “[objeto] + [verbo]”. As seguintes construções estão todas
completas e corretas, porque o verbo está no final da sentença:
私は公園で弁当を食べた。
公園で私は弁当を食べた。
弁当を私は公園で食べた。
弁当を食べた。
食べた。
Não importa o lugar que uma palavra está na sentença, pois sua função grama-
tical é identificada pela partícula que a sucede. A partir disso, somos capazes
de entender a grande importância que tem o uso correto das partículas.
Isso tudo podemos classificar como padrão na língua japonesa. Entretanto, con-
versas diárias costumam ser caóticas em qualquer idioma, e é comum que as pes-
soas digam a primeira coisa que vem em suas mentes sem pensar na sentença
como um todo. Por isso, na linguagem casual, o padrão que vimos é quebrado.
Por exemplo, se você quisesse perguntar “o que é feijoada?”, o modo normal se-
ria 「フェジョアーダは何?」. Entretanto, se a primeira coisa que viesse a sua
mente fosse "o que?", então seria mais natural dizer 「何」 primeiro. Porém,
como 「 何 は フ ェ ジ ョ ア ー ダ ? 」 não faz nenhum sentido (é o “o que” a
224
feijoada?), os japoneses simplesmente quebram a sentença em dois fragmentos,
perguntando “o que” primeiro e clarificando em seguida a respeito de que estão
falando (「フェジョアーダ」 neste caso). Por uma questão de conveniência, as
palavras são aglomeradas no que parece ser uma sentença:
Às vezes, a primeira coisa que vem a sua mente é o verbo principal. Mas se o
verbo principal já saiu de sua boca, você terá o resto da frase sem um verbo para
completar o pensamento. No japonês casual, é perfeitamente aceitável ter o verbo
em primeiro lugar usando a mesma técnica que acabamos de ver, quebrando-se
o que está sendo dito em duas sentenças. A segunda frase é incompleta, claro,
mas esse tipo de coisa é comum na fala de qualquer idioma:
Vimos que a partícula 「を」 foi omitida nos dois exemplos. De fato, embora as
partículas desempenhem um papel crucial para que uma sentença tenha sentido,
há algumas que são muitas vezes omitidas no japonês casual, sendo que as mais
comuns de serem omitidas são 「は」, 「が」, 「を」 e 「に」. Isso realmente
pode dificultar o estudante iniciante, mas lembre-se de que nessas horas o con-
texto e um senso de gramática são nossos fortes aliados e eles nos ajudarão a es-
clarecer o papel dos elementos dentro da sentença.
見つけた犬無くした骨。=???
Sem um contexto, não somos capazes de indicar ao certo o sentido desta frase,
pois não sabemos por onde ela deve começar, ou qual a função de cada ele-
mento dentro dela. Por exemplo, será que 「見つけた」 está modificando o subs-
tantivo 「犬」, e esta construção pode ser traduzida como “o cachorro que (eu)
225
encontrei perdeu o osso”? É uma possibilidade, mas será esse o sentido que o
“autor” quis expressar? Veja como a ocorrência em conjunto da omissão de par-
tículas e da inversão de elementos pode causar uma ambiguidade extrema. Ape-
nas pra reforçar, observe agora o próximo trecho:
骨を見つけた犬。
É claro que o trecho acima pode ser entendido como “cachorro que encontrou o
osso”, mas é importante que você considere outras possibilidades; tudo depen-
derá do contexto. Por exemplo, nada impediria que o entendêssemos como 「犬
は骨を見つけた」, isto é, “falando do cachorro, (ele) encontrou o osso”.
226
ふたりを夕闇がつつむこの窓辺に明日も素晴らしい幸せが来るだろう。
Será que 「この窓辺」 está na verdade sendo modificado pela oração 「ふたり
を夕闇がつつむ」, e devemos traduzir esse trecho como “Nas proximidades
desta janela em que o crepúsculo envolve nós dois”? Bem, isso faz sentido consi-
derando o restante da frase, isto é, 「明日も素晴らしい 幸せが来るだろう」.
Já sabemos que 「だろう」 é usado para expressar alguma certeza sobre algo.
Sendo assim, o segundo trecho da frase pode ser traduzido como “amanhã tam-
bém uma maravilhosa felicidade virá certamente”.
ふたりを夕闇がつつむこの窓辺に明日も素晴らしい幸せが来るだろう。= Às
proximidades desta janela em que o crepúsculo envolve nós dois, amanhã tam-
bém uma maravilhosa felicidade virá certamente.”
Aliás, que tal fazermos um paralelo com a língua portuguesa disso tudo que aca-
bamos de abordar? Assim, você notará que esse tipo de ambiguidade pode acon-
tecer em qualquer idioma. Para tanto, responda sinceramente:
“Alguma vez você já parou para analisar a letra do Hino Nacional Brasileiro?”
7. TOLERÂNCIA À AMBIGUIDADE
Diante do que foi exposto no item anterior, será que podemos afirmar que a lín-
gua japonesa é uma língua ambígua? O autor deste artigo em inglês
(https://tinyurl.com/ycug37ww) faz uma reflexão interessante a respeito desse
tema. Ele começa dizendo que para algumas pessoas, o japonês tem o rótulo de
ser um idioma ambíguo. Outros, porém, negam isso fortemente, dizendo que o
idioma pode expressar claramente qualquer coisa que o falante deseja.
Mais adiante, conta que sua amiga tradutora ao traduzir para o inglês instruções
sobre o que fazer no caso de um terremoto no Japão, acrescentou vários detalhes
227
específicos que não estavam presentes no japonês original. Então, os colegas
japoneses dela ficaram um pouco surpresos e fizeram comentários como "os ame-
ricanos gostam de ser tão específicos, não é mesmo?". E ela respondeu que saber
exatamente o que fazer e como fazê-lo poderia salvar a vida de alguém.
Em outro trecho do artigo, o autor comenta que, conversando com uma amiga
japonesa sobre a questão de assistir animês, ela lhe disse que desligar as legendas
(japonesas) era em grande parte uma questão de confiança e tolerância à ambi-
guidade. Então, quando o autor disse a essa amiga que desenvolveria uma tole-
rância à ambiguidade, recebeu como resposta "os japoneses são mestres nisso".
O autor menciona algo que pode jogar uma luz para entendermos essa questão
cultural. Diz que tanto para o budismo, como para o taoísmo, a função mais ele-
vada da linguagem é nos dar "dicas" ou "indicações" para aquilo que nunca
pode ser expresso em palavras. O Tao que pode ser falado não é o verdadeiro
Tao. O koan zen não tenta colocar a verdade em palavras, mas abrir a mente para
aquilo que está além das palavras. Assim também, não podemos descrever ver-
dadeiramente a música ou o sabor dos alimentos, ou os sentimentos que a sakura
desperta em nosso peito. Os sentimentos sutis que nos definem como seres espi-
rituais não podem ser totalmente expressos em palavras, mas as palavras podem
insinuá-los e evocá-los.
Com isso, podemos dizer que na língua japonesa há meios para expressar ideias
com clareza, de forma específica. A questão é se a clareza, a especificidade é algo
(sempre) desejado pelos falantes nativos. Parece que não. O Japão é uma socie-
dade orientada para o coletivo e que valoriza a harmonia. Como tal, os japone-
ses são bem conhecidos por serem indiretos, ambíguos e evitarem conflitos. Na
cultura japonesa, a leitura da linguagem corporal e de pistas sutis – “ler a at-
mosfera” – é muito importante para sobreviver tanto em ambientes sociais
quanto empresariais. No Japão, muitas vezes se espera que que as pessoas com-
partilhem pontos de vista em comum à medida que se comunicam, o que torna
possível o uso de frases curtas. Tal característica torna a língua japonesa mais
difícil de entender para as pessoas que não estão familiarizadas com sua cultura,
facilitando os mal-entendidos. Como bem pontua Yuta Sensei (https://twit-
ter.com/world4115):
“O japonês é uma língua de ‘muito contexto’, por isso, tentamos dizer as coi-
sas da forma mais curta possível”
228
Ter essa tolerância à ambiguidade é muito importante, embora seja algo ao qual
não estamos acostumados como falantes da língua portuguesa. É natural que um
estudante iniciante queira encontrar, em outras línguas, a mesma clareza que se
busca ter em português, contudo, isso é um perigo! Ao se deparar com tantas
ambiguidades, esse estudante ficará confuso ou pior: desistirá de aprender o idi-
oma! Por exemplo, quantos são os que começam a estudar um idioma traduzindo
letras de músicas? Ora, é de se esperar que essa tendência à ambiguidade apareça
nas mais variadas formas de expressão. No caso de músicas não poderia ser di-
ferente. Aliás, provavelmente é onde se encontram mais ambiguidades!! Procure
a tradução de uma música “X” em mais de uma fonte e certamente verá diferen-
ças.
Por isso, se você ainda não “adquiriu” a tolerância a uma saudável ambiguidade,
aconselhamos não procurar letras de músicas para traduzir.
Este é um fenômeno comum a todos os idiomas. Como nativos estão tão acostu-
mados com sua língua materna, acabam padronizando instintivamente certas
abreviações para fazer a fala ficar mais fluída. Veja como em português costu-
mamos pronunciar “está” como “tá” simplesmente, “estou”, como “tou” e tantos
outros exemplos que poderiam ser citados. Este, aliás, é um dos fatores que mais
dificulta o aprendizado de uma segunda língua (mais detalhes no tópico 18).
~ては → ~ちゃ
~では → ~じゃ
~れは → ~りゃ
9. COLOCAÇÃO
Podemos dizer que é possível estabelecer uma relação de equivalência entre pa-
lavras de nossa língua materna e uma de língua estrangeira (gato = cat, em in-
glês). Até aqui, tudo parece muito simples e óbvio, mas infelizmente não é. Isso
por que, para nos comunicarmos, seja para expressar ações, estados ou mesmo
alguns conceitos, precisamos relacionar as palavras umas com as outras. E é
aqui que começa a complicação, pois a maneira como elas são relacionadas para
expressar uma mesma ideia (e quais palavras são usadas) pode variar de idi-
oma para idioma.
Para facilitar, vamos tomar o inglês como exemplo, tendo em mente que o prin-
cípio vale para qualquer idioma. Imagine um estudante iniciante de inglês; se
229
perguntássemos a ele como se diz “batata frita” ele provavelmente diria “fried
potato”, afinal “fried” significa “frito” e “potato”, batata. Na realidade, o que ele
fez aqui foi considerar a maneira como o conceito “batata frita” foi pen-
sando em português (juntando-se o adjetivo “frito” com “batata”) e procurar
termos equivalentes em inglês. Entretanto, ele está errado, por que “batata frita”
em inglês é “french fries”, que literalmente significa “fritas francesas”. Veja como,
a maneira que os ingleses pensaram “batata frita” foi diferente da nossa (prova-
velmente consideraram sua origem), mas o conceito é o mesmo.
É aqui que queremos chegar e falar sobre algo que em linguística é chamado de
“colocação”, que é a combinação de duas ou mais palavras que são geralmente
usadas juntas; é uma combinação que soa natural para o falante nativo e que
não tem exatamente uma explicação lógica para quem não é nativo. Por exem-
plo, em português falamos “tomar água” e “tomar banho”. Dizemos também
“beber água”, e porque então não dizemos “beber banho”? Não faria sentido,
certo?
Para se tornar fluente em qualquer idioma, você precisa saber quais palavras de-
vem ser usadas juntas com as outras. Aprender a combinação correta das pala-
vras vai ajudá-lo a parecer mais natural na hora de falar. Como mencionamos,
é muito comum aos estudantes tentar traduzir diretamente da sua língua mãe
para a língua estrangeira, e o resultado muitas vezes soa estranho, pois não
230
combinam as palavras corretamente. Logicamente algumas combinações de pa-
lavras podem até não estarem erradas e serão entendidas pelos falantes nativos,
porém não são as mais frequentemente usadas.
Vimos que “colocação” se refere à quais palavras são usadas e de que ma-
neira elas são relacionadas para expressar uma ideia. Já sabemos também que
isso varia de idioma para idioma.
231
Outra maneira um tanto estranha de os japoneses de os japoneses expressarem
as coisas é usando o que chamaremos para fins meramente didáticos de “ele-
mento intruso”, isto é, um elemento que aparentemente não tem nenhum sen-
tido dentro da oração. Isso também pode causar uma verdadeira CHATEAÇÃO!
Dentre esses elementos intrusos, 「という」 (e variantes) é o campeão. Veja o
exemplo a seguir:
E podemos estender essa afirmação para todos os outros elementos intrusos, isto
é, sua presença não é questão propriamente de significado, mas de intenção do
falante (destacar ou explicar algo). Veja as partes destacadas nos exemplos a se-
guir:
O interessante é que elementos intrusos podem ser mesmo qualquer coisa. Veja
as orações abaixo:
Na oração (1) temos 「なんの」(何の), cujo significado é “que tipo”. Aqui ele é
usado como termo genérico para repetir a estrutura da primeira parte, isto é, 「
怖いの」, indicando que o falante não pode sequer dizer o quão assustador é
algo, porque "assustador" não é suficiente para descrever a situação. Já o 「って
」 é usado também de forma genérica apenas para fortalecer o sentimento do
falante sobre o que ele diz. Veja que os dois elementos citados servem apenas
para dar ênfase. Já na oração (2) temos a repetição de termos, fato relativamente
comum no japonês para indicar ênfase.
232
O verbo 「する」, como já sabemos, pode significar muitas coisas além de “fa-
zer” e, por isso, é usado em muitas colocações.
Gramáticos têm tentado decifrá-lo ao longo do tempo e, muito embora seja pos-
sível traçar semelhanças com o verbo 「ある」 em muitas utilizações, bem é ver-
dade que seus sentidos foram se alargando com o uso prático da língua, fazendo
com que esses mesmos estudiosos afirmassem que o recomendável a se fazer com
o verbo 「する」 é analisa-lo dentro do conjunto. Sendo assim, como regra ge-
ral:
II. Você poderá se deparar com 「する」 fazendo a função de uma cópula (já
que existem registros dele sendo usado de forma semelhante ao verbo 「ある」
). Esse uso é arcaico e normalmente aparece como 「とする」;
233
15. CONSTRUINDO ORAÇÕES
Feita a abordagem de alguns conceitos importantes no tópico anterior, vamos
agora aplica-los quando necessário para construir orações mais complexas. Pri-
meiramente, você pode expressar a causa de algo usando a partícula 「から」.
A causa e efeito estarão sempre ordenados no padrão “[causa] 「から」 [efeito]”.
Quando a causa se tratar de um substantivo ou Adjetivo-NA, você deve adicionar
a cópula 「だ」 para declarar explicitamente a causa 「(substantivo / Adjetivo-
NA) だから」. Nestes casos, se você se esquecer de adicionar 「だ」 antes de 「
から」, vai acabar soando como o 「から」 que significa “de”:
Tanto a razão como o resultado podem ser omitidos se estiverem claros a partir
do contexto. No caso do discurso educado, você trataria 「から」 apenas como
um substantivo comum e adicionaria 「です」. Observe o diálogo:
Você pode usar também 「です」 ou 「である」 se quiser ser mais formal:
Voltando no diálogo entre Miyako e Tamotsu, perceba que Tamotsu poderia ter
usado a partícula explicativa 「の」 e dizer 「時間がなかったのです」 ou 「時
234
間がなかったんです」. Considerando esta possibilidade, digamos que você
queira combinar a causa e o efeito, isto é, 「時間がなかったのだ」 e 「パーテ
ィ ー に行 かな かっ た」 . Lembre-se de que podemos tratar a partícula 「 の
」 como um substantivo, e então poderemos aplicar o que aprendemos no pri-
meiro tópico desta lição:
時間がなかったのだ+パーティーに行かなかった = 時間がなかったのでパーテ
ィーに行かなかった。
NOTA: 「失礼します」, que significa literalmente “eu estou fazendo uma des-
cortesia”, é comumente usado como uma forma educada para você se retirar ou
interromper alguém.
Do mesmo modo que o 「の」 explicativo pode ser abreviado para 「ん」 na
fala, 「ので」 pode ser transformado em 「んで」, pois é mais fácil de ser pro-
nunciado:
235
なんで、友達に会う時間がない。= É por isso que não há tempo para encontrar
o amigo. (omitindo-se a causa)
236
([concessão] 「のに」 [fato]). Sendo assim, o exemplo dado acima ficará assim
em japonês:
Da mesma forma que 「から」 e 「ので」, qualquer uma das partes pode ser
omitida e subentendida pelo contexto:
237
Parece estranho, mas 「聞く」 pode significar tanto “ouvir” como “perguntar”.
Talvez, você pense que isso torne as coisas difíceis, mas o devido significado é
geralmente claro pelo contexto. Na sentença acima, estamos assumindo que o
amigo não sabia, então o falante provavelmente estava perguntando ao amigo.
Novamente nós vemos a importância do contexto na língua japonesa, porque
essa sentença pode significar também “Eu ouvi de um amigo, mas eu não sabia”,
já que não há sujeito nem tópico.
Na verdade, a oração está incompleta, mas no japonês tal recurso tem um aspecto
menos direto e transmite um ar mais suave e polido.
Quando você quiser listar razões para vários estados ou ações, poderá fazer isso
adicionando 「し」 ao final de cada oração subordinada. É muito semelhante à
partícula 「や」, exceto que 「し」 enumera razões para verbos, Adjetivos-I e
estado-de-ser. Observe:
238
HIROSHI: 先生だし、年上だし・・・。= Bem, (ele) é o professor, é mais velho
(entre outras coisas).
Mais um exemplo:
Vejamos agora o verbo auxiliar 「たり」. Trata-se da versão para verbos da par-
tícula 「や」, isto é, você pode fazer uma lista parcial de ações, na qual existam
mais ações. Ao final da sentença é preciso adicionar o verbo 「する」, que tam-
bém indicará o tempo verbal:
Você também pode usar 「たり」 com o estado-de-ser para expressar que algo,
em momentos diferentes, é uma série de coisas, dando a entender que há ainda
uma lista de coisas ainda maior:
Podemos anexar a partícula 「ながら」 à base Ren’youkei dos verbos para ex-
pressar que uma ação está ocorrendo em conjunto com outra ação. Embora raro,
239
você também pode anexar 「ながら」 à forma negativa do verbo. Esta gramá-
tica não expressa em si tempo; isto é determinado pelo verbo principal:
Observe que, assim como sempre acontece, o verbo que encerra a oração é o
verbo principal, ou seja, é aquele que expressa a ação principal de uma oração.
Portanto, a partícula 「ながら」 simplesmente descreve outra ação que também
está ocorrendo. Por exemplo, se mudássemos a disposição dos verbos, como
em 「宿題をしながら、 テレビを観る」, o significado da oração seria “Eu as-
sisto TV enquanto faço lição de casa.” Em outras palavras, a ação principal, neste
caso, torna-se “ver TV” e a ação de fazer o dever de casa torna-se uma ação que
está ocorrendo ao mesmo tempo.
Um ponto importante é que não se deve usar 「ながら」 para duas ações simul-
tâneas em que os agentes são distintos. Observe o exemplo:
240
de modo parecido a 「のに」. Este sentido é mais comum com substantivos e
adjetivos, mas pode ser visto com verbos. Tudo dependerá do contexto:
Você também pode anexar a partícula inclusiva 「も」 a 「ながら」 para ob-
ter 「ながらも」. Isso explicita o sentido de concessão:
Estes exemplos mostram como 「と」 é usado para expressar uma consequên-
cia natural. Entretanto, mesmo que a afirmação não a seja por si mesma, 「と
」 indicará ao ouvinte que é esperado que tal afirmação seja, apesar disso, uma
consequência natural:
241
A expressão “com certeza” é o significado implícito dado por 「と」. O falante
está dizendo que a seguinte condição irá ocorrer nessa situação, não importa o
que aconteça. Portanto, o condicional 「と」 não pode ser seguido por verbos
que indiquem pedido ou convite:
O próximo tipo de condicional expressa apenas uma condição regular sem quais-
quer suposições ou significado incorporado. Para tanto, basta anexar 「ば」 à
base Kateikei das partes do discurso flexionáveis, isto é, verbos e Adjetivos-I:
Lembre-se que no Japonês moderno, a Base Izenkei passou a ser chamada de Ka-
teikei. Não só o nome mudou, mas também seu sentido, já que “Izenkei” era
usada basicamente para ações concluídas. Vejamos:
No Japonês Clássico 「ば」 era adicionado à base Mizenkei para expressar con-
dição (uma condição é “algo não realizado ainda” = Mizenkei):
242
Alguns apontam que, no japonês moderno, o sentido de 「ば」 estaria mais para
“quando / no momento que [X] for o caso”, do que para “Se [X] for o caso”.
Em certo sentido, você está explicando o que aconteceria se você assumir que
uma determinada condição é satisfeita. Em outras palavras, está dizendo "se for
dado um determinado contexto, eis aqui o que vai acontecer." Você vai ver isso
243
refletido nas traduções para o português com a expressão "se é dado que" nos
próximos exemplos:
Uma vez que 「なら」 origina-se da cópula 「だ」, não é necessário usa-la para
expressar o estado-de-ser de substantivos e Adjetivo-NA:
Você também pode optar por usar 「ならば」 em vez de apenas 「なら」. Isso
significa exatamente a mesma coisa, exceto que ele tem uma nuance mais formal.
Finalmente, como 「なら」 é na realidade oriunda de uma cópula, você deve es-
tar se perguntando se não seria necessário acrescentarmos um 「の」 (ou algo
equivalente a um substantivo) entre o verbo e 「なら」. Bem, este raciocínio faz
sentido e no Japonês Clássico, sim, acrescentava-se um 「の」 depois de um
verbo. Porém, no japonês moderno, isso se tornou opcional e pode soar arcaico:
244
Indo pelo contexto, a forma condicional com 「たら」 soa mais natural, porque
não parece que estamos realmente nos focando na condição em si. Estamos, pro-
vavelmente, mais interessados no que vai acontecer, uma vez que encontramos
o amigo.
245
未来(あした)予報がもし嵐でもおれが変えるさ青空に。= Mesmo que a previsão
do tempo de amanhã (hipoteticamente) fosse tempestade, eu a transformaria
em céu azul.
「もし」 tem uma versão enfática que é 「もしか」. Aliás, 「もしか」 pode apa-
recer com a forma condicional do verbo 「する」, como 「もしかすると」 ou 「
もしかしたら」. Há ainda a forma 「もしかして」:
246
16. MAIS SOBRE PARTÍCULAS
Você se lembra que mencionamos anteriormente a existência de “palavras vari-
áveis”? Há algumas partículas que se comportam como substantivos depen-
dendo de como são usadas. Por exemplo, a partícula 「だけ」 é usada para ex-
pressar que determinada quantidade de algo é tudo o que existe. Assim como as
outras partículas que já aprendemos, ela é diretamente ligada ao fim de qualquer
palavra que a que se refira:
Quando alguma das principais partículas é usada, ela deve figurar após 「だけ
」:
A partícula 「しか」 deve ser utilizada para indicar a ausência de qualquer ou-
tra coisa. Algo interessante com relação a esta partícula é que o verbo deve es-
tar sempre na forma negativa.
247
これしかある。= Não há nada mais que isto (INCORRETA. Deveria ser usado 「
だけ」).
Como verá nos próximos exemplos, 「しか」 tem um significado negativo incor-
porado enquanto 「だけ」 não tem qualquer nuance particular:
248
「ばかり」 é usado para expressar a condição em que há tanto de algo a ponto
de não haver mais nada. Note que isto é fundamentalmente diferente de 「しか
」, que exprime uma falta de tudo, exceto o item em questão. Em situações mais
casuais, 「 ば か り 」 geralmente é pronunciado 「 ば っ か り 」 ou simples-
mente 「ばっか」. Por exemplo, digamos que Hiroshi só fique jogando mahjong
e não faça mais nada além disso. Você pode dizer o seguinte:
Podemos anexar 「ばかり」 à forma passada dos verbos para indicar que uma
ação acabou de ser realizada:
A partícula 「より」 é usada para rotular algo como ponto de referência para
uma comparação:
249
é MAIS alto do que aquilo que está no primeiro, ou seja, sua origem, marcada
por 「より」 :
Nesta escada, o elemento que está no primeiro degrau (より) é “inglês”, então,
ele está ABAIXO de “japonês”, que está no segundo degrau e, consequente-
mente, está MAIS alto na “afirmação [X]”, que neste caso é 「難しい」. Logo,
japonês é mais difícil do que inglês. E, ainda, poderíamos omitir o item compa-
rado, se ele estiver subentendido pelo contexto:
Também, poderíamos dizer que algo que está acima é preferível àquilo que está
abaixo, quando não há nenhuma “afirmação [X]”. Observe:
Vale ressaltar que o ponto de referência pode ser omitido, quando está subenten-
dido:
Claro que não há nenhuma regra que estabeleça que 「より」 deve ser usado
com o substantivo 「ほう」 (方), pois os aspectos das coisas se deduzem pelo
contexto. Também, palavras associadas a 「より」 não precisam de nenhum
tempo verbal. Repare na seguinte oração:
250
ゆっくり食べた方が早く食べるよりいい。= É melhor comer lentamente em vez
de comer rapidamente (Lit. O caminho de se comer devagar e “mais bom” do
que comer rapidamente)
Podemos usar 「より」 em conjunto com a partícula 「も」. Embora sejam pra-
ticamente invariáveis, parece que 「よりも」 é mais enfático:
NOTA:「より」 era usado para desempenhar um dos papéis que ͔ 「から」 de-
sempenha hoje, isto é, mostrar a origem de algo. De fato, em documentos legais
「より」 ainda é usado em vez de ͔ 「から」.
Como mencionamos no tópico 6, estima-se que haja cerca de 200 usos relaciona-
dos às partículas, aqui incluindo usos e diferentes tipos de partícula que, para
fins meramente didáticos as dividimos em três grupos:
A. Partícula Simples: são as partículas de “per si”, isto é, sem nenhum comple-
mento;
251
A partir de agora, abordaremos as Partículas Duplas e as Partículas Compostas
mais básicas.
Makoto pergunta a Midori se ela não comerá sushi e ela responde que no restau-
rante não. Talvez, Midori não goste de restaurante e sabe que Makoto poderá
sugerir tal lugar. Então, nesse caso, Midori traz “restaurante” à conversa para
dizer que não comerá nesse lugar.
252
日本語を習う。= Aprender japonês.
Por favor, tome cuidado para não cometer esse tipo de erro:
No Japonês Moderno essa combinação não é possível, mas nos tempos antigos
ela existia como 「をば」 e era usada para dar maior ênfase ao objeto direto.
O padrão acima é muito utilizado para se pedir permissão para fazer algo. Na
linguagem casual é comum omitir-se a partícula 「も」:
寿司を食べていい?= Posso comer sushi? (Lit. (eu) vou comer sushi e é bom?)
Não confunda este 「でも」 com a conjunção 「でも」. Embora pareça que re-
almente sejam a mesma coisa, a conjunção 「でも」 não pode ser usada para
conectar sentenças, isto é, ela é usada geralmente depois de uma pausa em outra
sentença, para contradizer o que foi dito anteriormente ou está subentendido na
conversa:
253
箸でも寿司を食べた。 = (Eu) comi sushi com hashi também.
Nos livros convencionais nos é ensinado que 「とか」 lista dois ou mais itens
como exemplo. Porém, tenha sempre em mente que a língua que praticamos no
dia a dia é incontrolável. Não estranhe se encontrar 「とか」 listando apenas um
item:
Podemos juntar as partículas 「へ」 e 「の」 para expressar que o estar direcio-
nado a algo é atributo de outro elemento. Para tornar mais claro, observe o exem-
plo abaixo:
Nesta construção, expressamos simplesmente que “ele” é para onde está direci-
onada a carta e este fato é atributo dela, ou seja, não é uma carta para qualquer
um, mas para “ele”.
Podemos também combinar 「と」 e 「は」 para indicar que uma palavra ou
expressão será definida. Esta partícula é frequentemente usada, por exemplo,
em enciclopédias para definir palavras:
Quando usada sozinha com uma palavra 「とは」 denota o significado de "esta
palavra é definida como?" e pode ser traduzida como "O que é...":
254
Cuidado para não confundir este uso de 「とは」 com 「と」 sendo acompa-
nhado de 「は」 como partícula enfática. Neste caso, o contexto será nosso ali-
ado para sermos capazes de diferenciar:
O sentido aqui é simples: imagine que uma ação foi realizada (ter ouvido as opi-
niões de todos) como preparação para outra mais importante (decidir). Esta pre-
paração é a base, um pré-requisito sobre o qual (「上で」), será realizado algo
importante.
255
Para entender as Partículas Compostas do padrão “Partícula + verbo”, precisa-
mos considerar dois pontos abordados no tópico 14:
A. A Forma TE: vimos ela pode funcionar como um advérbio: Perceba que a Par-
tícula Composta 「によって」 é simplesmente a forma TE do verbo 「拠る」,
que significa “Depender de”, como pode ser visto pela seguinte troca simples no
próximo diálogo:
256
17. CONSTRUINDO MAIS ORAÇÕES
Continuando o que começamos no tópico 15, algo muito estranho no Japonês
Moderno é a maneira como costumam expressar deveres. É feita por meio de
padrões, a saber:
Veja os exemplos:
Para expressar coisas que NÃO se deve fazer, basta alterar a primeira parte do
padrão 1 para a forma afirmativa:
Existe a forma casual para este tipo de expressão no qual podemos abreviar os
fragmentos 「~ては」 e 「~では」 para 「~ちゃ」 e 「~じゃ」 respectiva-
mente. Tenha em mente, porém, que tais abreviações, em geral, soam um pouco
engraçadinhas ou feminino:
Você pode estar reclamando sobre o quão longo é a maioria das expressões que
aprendemos até agora apenas para dizer que você deve fazer algo ou não. Vere-
mos, então, como podemos amenizar isso. Os professores são relutantes em en-
sinar essas expressões excessivamente familiares, porque elas são muito mais fá-
ceis de usar, algo que é ruim para os momentos em que podem não ser apropri-
adas. Mas, por outro lado, se você não aprender expressões casuais, torna-se di-
fícil compreender seus amigos (ou supostos amigos). Com 「~ては」 e 「~け
257
れば」 abreviados, o segredo está em retirar a parte do resultado da condição.
Observe:
Algo importante a ressaltar aqui é que esta omissão é válida somente para ações
que devem ser feitas. Sendo assim, as seguintes omissões estão incorretas:
O Adjetivo-I 「欲しい」, que pode ser traduzido como sendo a qualidade de “ser
desejado”, pode ser usado para indicar coisas que você deseja. Se com 「たい
」 indicamos ações que desejamos fazer, com 「 欲 し い 」 indicamos basica-
mente coisas que desejamos, já que ele é um adjetivo e qualifica substantivos:
寿司を食べてほしい。= Eu quero que (você) coma sushi. (= Desejo que essa ação
seja realizada, experimentada por alguém).
258
exemplo como “A ação de comer sushi é desejada. Ainda, já que este auxiliar
expressa um desejo do falante, podemos acrescentar um “por mim” ao final.
Lembre-se, contudo, que tudo isso é apenas como um meio de fixação, conside-
rando a natureza das palavras. Assim temos: “A ação de comer sushi é desejada
por mim.” O importante aqui é compreender o seu uso.
Quando quiser especificar o ente que você deseja que faça determinada ação,
marque-o com a partícula 「に」:
E se quisermos expressar que desejamos que uma ação NÃO seja feita? Prova-
velmente, seriamos levados a imaginar algo com 「~なくてほしい」, mas esse
não é o caso. Talvez por ser mais fácil (lembre-se sempre que nativos são pregui-
çosos com sua língua ), neste caso devemos usar 「~ないでほしい」:
Atente-se ao fato de que 「~てほしい」 não deve ser usado se a pessoa que que-
remos que faça algo tiver um status maior. Neste caso, podemos usar, por exem-
plo, 「~てもらいたい」:
飲め! = Beba!
食べよ! = Coma!
A forma do comando negativa é muito simples: basta anexar 「な」 à forma in-
finitiva de qualquer tipo de verbo:
259
ペンを貸してくれる? = Você me dará o favor de me emprestar a caneta?
Você pode usar a negativa para fazer o pedido um pouco mais suave. Você vai
ver que isso é verdade em muitos outros tipos de gramática:
É natural imaginar que, para pedir que alguém não faça algo, devemos usar a
Forma TE na forma negativa, isto é, 「~なくて」, mas esse não é o caso. Para
tanto, deve-se usar sua forma contraída 「~ないで」:
260
それをくれる? = (Você) me dará isso?
Como você pode ver 「ください」 é utilizado para se fazer um pedido direto
por algo, enquanto que 「くれる」 é usado como uma questão pedindo para que
alguém dê algo. No entanto, 「ください」 é similar a 「くれる」 no sentido
que você também pode usá-lo como verbo suplementar, a fim de solicitar que
uma ação seja feita:
261
1. 下さる → 下さいます → 下さいませ
É possível se construir uma versão abreviada e menos formal. Para isso, basta
usar a Base Meireikei, que, como vimos, nestes verbos também sofre uma mu-
dança eufônica para i:
Você provavelmente vai ouvir isso um milhão de vezes a cada vez que entrar em
algum tipo de loja no Japão. No entanto, um chef de sushi de meia-idade, prova-
velmente vai usar a versão abreviada:
262
Podemos retirar 「さい」 de 「なさい」 para produzir uma versão casual
desta gramática:
Este 「な」 não deve ser confundido com forma negativa de comando 「な」. A
diferença mais óbvia (além da clara diferença no tom) é que 「なさい」 é ane-
xado à base Ren’youkei do verbo, enquanto a forma negativa de comando é ane-
xada à forma infinitiva. Por exemplo, para 「する」, 「しな」 é a versão abre-
viada de 「しなさい」, enquanto 「するな」 é um comando negativo.
O substantivo 「よう」 (様) e o sufixo 「みたい」 são muito úteis para constru-
irmos orações mais complexas. Literalmente, 「よう」 significa algo como “apa-
rência” ou “maneira”, e 「みたい」, “similaridade com...” e é usado coloquial-
mente.
Podemos usar 「よう」 como substantivo simplesmente ou, ainda, como Adje-
tivo-NA ou advérbio. Para tanto, basta anexar 「な」 ou 「に」 respectiva-
mente. Observe os exemplos:
覚えるようにする。= (Eu) tentarei lembrar (Lit. (Eu) farei como se fosse lembrar)
263
Os dois padrões acima são muito comuns e os livros convencionais costumam
traduzi-los com “tentar fazer [X]” e “adquirir o hábito de [X]”, respectivamente.
Contudo, veja que mesmo se pensarmos literalmente, seremos capazes de supor
um sentido semelhante.
Um aspecto muito útil de 「ように」 é que ele pode ser usado para iniciar uma
ideia que é completada (mentalmente) pela outra parte. Observe o exemplo a se-
guir:
Apesar de ser uma frase inacabada, pelo contexto é fácil supor o que vem a se-
guir. Este tipo de sentença "adicione o seu próprio fim" é muito visto em cartões
de aniversário e de fim de ano, cujo sentido é "os melhores votos de ...", "Eu es-
pero que você ...", etc. Neste caso, então, a construção pode ser considerada uma
frase inteira:
264
学生みたいな人を見た。= (Eu) vi pessoa que tem aparência de aluno. (usado
como Adjetivo-NA)
Cuidado com o sentido de 「みたい」. Geralmente, este sufixo implica que algo
somente tem a aparência de [X], mas não é [X]. É diferente de 「よう」, que im-
plica dizer que algo tem a aparência de [X], podendo ser [X] ou não. Notou a
diferença? Por isso você não pode usar, por exemplo, 「おいしいみたい」, por
que significaria dizer que a comida só tem a aparência de ser saborosa.
Vamos aprender agora a expressar que um resultado é provável dada uma certa
situação. Para tanto, basta simplesmente anexar 「そう」, observando as regras:
ANEXAÇÃO DE 「そう」:
2.1. A exceção à regra acima fica por conta de 「いい」, que se torna 「よさ」;
Por este exemplo, vemos que o tempo verbal é indicado pela cópula.
265
この犬はかわいい。 = Este cachorro é (parece) gracioso.
Podemos também usar 「そう」 com os Adjetivos-NA. Neste caso, basta sim-
plesmente anexá-lo ao Adjetivo-NA em questão, não sendo necessário alterar
nada:
O mesmo não ocorre com substantivos. Sendo assim, a construção a seguir está
incorreta:
Também, 「そう」 pode ser usado como um sentido de advérbio, com o auxílio
da partícula 「に」:
「そう(cópula)」] é útil para falar sobre coisas que não têm a ver necessaria-
mente com aquilo que você mesmo pensa ou sente. Ao contrário do que acaba-
mos de aprender, simplesmente anexe 「そう」 diretamente ao final dos verbos
e Adjetivos-I. Para os Adjetivos-NA e substantivos, entretanto, você deve indicar
o estado-de-ser adicionando 「だ」 antes de 「そう(cópula)」. Também, per-
ceba que 「そう」 em si deve sempre terminar com uma das cópulas. Vejamos
os exemplos:
266
Ao iniciar uma sentença com esta gramática, é necessário também adicionar 「だ
」 assim como se faz com 「だから」:
267
18. DIALETOS
Segundo o Dicionário Aulete, “dialeto” é uma “variante de uma língua restrita a
uma comunidade inserida em uma comunidade maior de mesma língua”. Ao
contrário do que alguns possam imaginar, no Japão há dezenas de dialetos e o
que conhecemos como “língua japonesa” na verdade é o japonês como é falado
em Tóquio, conhecido como “Japonês Padrão”. Observe a imagem a seguir:
Atualmente, o Japonês Padrão se espalha por todo o país por causa de fatores
como educação, televisão, concentração urbana, causando uma diminuição na
relevância dos dialetos regionais. No entanto, os dialetos regionais ainda não fo-
ram completamente substituídos pelo Japonês Padrão. A propagação do Japonês
Padrão faz com que os dialetos regionais passem a ser vistos com nostalgia, como
identidade local preciosa, e muitos moradores têm gradualmente superado o
sentimento de inferioridade com relação aos seus dialetos. O contato dos dialetos
regionais com o Japonês Padrão faz florescer um novo modo regional de falar
entre os jovens, como o japonês de Okinawa ou mesmo faz surgir novas expres-
sões, fenômeno comum em todas as línguas. Vejamos alguns dos principais dia-
letos, bem como algumas características próprias de cada um deles.
268
➩ DIALETO KANSAI: historicamente, o dialeto de Kansai desempenhou um
papel importante no desenvolvimento gramatical e linguístico japonês, porque
por um milênio a capital do Japão esteve localizada nesta região: primeiro em
Nara no século 8 e, em seguida, em Quioto (final do século 8 até meados do século
19). As características do dialeto de Kansai variam conforme a cidade, e o número
de expressões é incrivelmente enorme. Vejamos algumas características:
269
➩ A LÍNGUA DE OKINAWA: Okinawa fazia parte de um reino independente,
o reino Ryukyu. Por isso, desenvolveu uma cultura própria e até uma língua
própria, o “uchinaguchi” e parte de sua história é diferenciada do resto do Japão.
É comum encontrar japoneses que mesmo hoje, não consideram Okinawa como
sendo parte do Japão. Desde 1945, a escrita do uchinaguchi foi revivida com o
uso de sistemas de escrita baseado no alfabeto latino ou o silabário Katakana con-
cebido por estudiosos japoneses e americanos. Não há atualmente nenhuma ma-
neira padronizada de escrever o idioma. Algumas pessoas preferem escrever
com Hiragana e Kanji. Vejamos algumas expresses e palavras clicando neste link:
https://tinyurl.com/bde58t27.
270
19. UMA ÚLTIMA CONVERSA
Certamente, você já se deparou com situações em que não conseguiu compreen-
der uma palavra ou expressão dita por um nativo, e ao vê-la no papel você se
frustrou ao saber que você já a conhecia. Realmente, adquirir habilidades auditi-
vas talvez seja a tarefa mais difícil e desmotivante quando se está aprendendo
algum idioma, porque neste quesito não há regras, como no ensino de gramática.
Afinal, por que ouvir em outro idioma é assim tão complicado? O que torna essa
habilidade algo tão difícil de ser dominada?
Uma das primeiras coisas que você deve ter em mente ao iniciar o estudo de um
idioma, é que existem dois tipos de linguagem: a formal e a informal (ou casual):
Você vai ver que uma grande quantidade das palavras dentro da linguagem ca-
sual em japonês decorre deste único princípio de tornar as coisas mais fáceis de
serem ditas (lembra-se que citamos que nativos pronunciam palavras de um
modo “mais confortável”?). Isso é muito natural, porque é guiado pela forma
como a sua boca se move. Podemos exemplificar a aplicação desse princípio
usando a língua portuguesa. Basta considerar o fato que costumamos pronunciar
“está”, apenas “tá”, tendemos a pronunciar “não” como “num”, “você como “cê”
e “com” soa “cum”, afinal é bem mais fácil, não é mesmo?
Embora a oração acima esteja com as palavras encurtadas, para nós que temos o
português como língua materna, é de fácil compreensão. Mas com certeza, ela
271
seria um terror para um estudante estrangeiro que frequentou um curso conven-
cional de língua portuguesa, pois ele espera ouvir as palavras pronunciadas cor-
retamente: “você”, “não”, “está”, “com”, “sono”.
Hoje você falou com o homem vestido de branco que estava dentro do carro?
Hoji cê falô cum u homi vestidu di brancu qui tava dentru du carru?
Novamente, isso se deve ao fato de que os nativos buscam meios mais fáceis de
articular as palavras. Experimente dizer a frase “Hoje você falou com o ho-
mem vestido de branco que estava dentro do carro?”, pronunciando as pala-
vras exatamente como elas são escritas. Certamente, você sentirá dificuldade e
uma falta de “ritmo” na fala, isto é, soará como um robô.
Por esta razão, é que normalmente pronunciamos “Hoji cê falô cum u homi ves-
tidu di brancu qui tava dentru du carru?”. Veja como que instintivamente enfra-
quecemos e/ou omitimos algumas sílabas, a fim de tornar a fala mais fácil, man-
tendo assim um “ritmo” na articulação das palavras. Algo importante de se notar
é que essas “manobras” usadas pelos nativos não são ensinadas, mas é algo ad-
quirido e praticado instintivamente pela vivência com o idioma.
A lei do menor esforço nos conduz a buscar não somente a facilitação da maneira
de falar, mas também a diminuição do esforço mental. Isso explicaria por que o
número de palavras mais usadas pelos nativos e suficientes para a comunicação
no dia a dia é pequeno (em torno de 3.000), sendo essas palavras as mais sim-
ples. Também, explicaria por que na língua falada há a preferência pelo uso de
estruturas gramaticais mais simples. Afinal, para que quebrar a cabeça e dificul-
tar a comunicação usando palavras (e estruturas gramaticais) complexas se po-
demos chegar ao mesmo resultado (entender e ser entendido) usando palavras
(e estruturas gramaticais) mais simples?
Além disso, a lei do menor esforço explicaria o motivo dos erros gramaticais. No
fundo, há sempre uma tentativa de encaixar algo em algum padrão comum, fa-
miliar (isto é, institivamente fazemos analogias), diminuindo assim o esforço
mental. Um exemplo disso é o plural da palavra “pizza” que citamos na introdu-
ção do livro. Como mencionamos, a palavra “pizza” não foi aportuguesada, en-
tão, pelas normas da gramática tradicional, deve-se manter o plural original (em
italiano, o plural de “pizza” é “pizze”). Mas quem fala assim, não é mesmo?
272
Instintivamente usamos como plural de “pizza”, “pizzas”. Bem mais fácil e todo
mundo entende. Bem mais fácil vir à mente que o plural das palavras terminadas
em “A” é formado com o acréscimo do “S” (um padrão muito comum), do que
intuir que como “pizza” é uma palavra italiana, deve-se usar seu plural original.
Ainda, veja que, se o intuito da comunicação é entender e ser entendido, na prá-
tica, o plural correto de “pizza” se torna irrelevante, porque dificilmente alguém
entenderá o que é “pizze”.
Diante de tudo isso, percebe-se que a raiz do problema da não compreensão está
no fato de que o nosso cérebro está acostumado ao modo preguiçoso de ouvir a
língua. Para ilustrar, vamos fazer mais uma analogia. Para tanto, observe a figura
abaixo com um pequeno trecho de “Tempos Modernos”, filme de 1936 do cine-
asta Charles Chaplin:
273
Imagine que o operário nessa imagem seja o nosso cérebro e cada uma das peças
passando na esteira, as palavras. Ora, devido à velocidade com que as peças pas-
sam, um operário que não foi treinado sendo exposto à velocidade real da es-
teira, não conseguiria rosquear todas, deixando passar batido várias por causa
de seu despreparo, não é mesmo? Da mesma forma, um “cérebro despreparado”
para um idioma não conseguirá reconhecer todas as palavras com que se deparar
na “esteira de palavras” do mundo real. Com isso, o estudante ficará frustrado
por não ser capaz de acompanhar uma conversa normal. A essa confusão mental
somam-se o nervosismo, a ansiedade, a preocupação e o medo. Tudo isso faz com
que seu nível de estresse aumente e sua habilidade de ouvir e entender seja pre-
judicada.
Para resolver isso, você deve aprender o idioma como ele realmente é desde o
início de seu aprendizado. Ouvir a língua japonesa de modo natural, estar ciente
de que o modo como nativos pronunciam as palavras geralmente é diferente do
modo como aprendemos nos livros ajudará seu cérebro a se acostumar com o ja-
ponês de verdade. Registrar as informações da forma como ela será produzida
na vida real é muito mais eficiente do que aprender regras e palavrinhas soltas
ao longo do seu aprendizado.
Vemos muitos métodos que prometem milagres, mas sinceramente não cremos
que exista uma fórmula mágica para isto. Ou melhor, a fórmula é simples, porém
"trabalhosa":
Se você não tiver como viajar ao Japão, nem tudo está perdido, pois temos a in-
ternet como grande aliada. Nela, você tem a possibilidade de fazer amizades com
nativos, ouvir toneladas de músicas quantas vezes quiser, ou mesmo assistir aos
noticiários. Outra aliada é a TV a cabo, na qual podemos encontrar seriados nos
quais se usam muito a linguagem informal. E se você gosta de animês, há o site
“AnimeQ” (https://animeq.xpg.com.br/), no qual você poderá encontrar uma
grande quantidade de animês legendados.
Para treinar a leitura, você pode acessar o “NHK News Web Easy”
(https://www3.nhk.or.jp/news/easy/), site que contem notícias com
274
vocabulário simplificado. Ainda, você tem a opção de ouvir a notícia e inserir
Furigana! Porém, é sempre melhor dar preferência a conteúdos feitos para japo-
neses mesmo. Em outras palavras, se for acessar o “NHK News Web Easy”, que
parece ser focado nos estrangeiros que ainda não dominam bem o japonês, pro-
cure também acessar a mesma notícia “em sua forma verdadeira”. Para tanto, ao
final da página de cada notícia, você encontrará o seguinte botão:
Você também pode ouvir rádios japonesas através do “Online Radio Box”
(https://onlineradiobox.com/jp/).
Outro exercício que você pode fazer é ouvir algo e tentar anotar o que ouviu, a
fim de estimular a compreensão e memória auditiva. Como se fosse um ditado.
Uma sugestão é assistir um episódio de um determinado animê e ir anotando o
que você ouvir. Depois, baixe a transcrição em japonês do referido episódio em
sites como o “Kitsunekko.net” (https://tinyurl.com/thp4jed6) e faça a conferên-
cia. Outra possibilidade é gravar trechos de programas de rádio (ou qualquer
outro tipo de áudio) com o “Audacity” (https://tinyurl.com/tnsunfj5) e depois
tentar transcrever no papel o que ouvir.
Por falar em Audacity, uma dica que você pode encontrar é gravar e usar o re-
curso de alterar a velocidade de reprodução para diminui-la. Veja:
Contudo, sugerimos que você NÃO faça isso, pois nós precisamos acostumar
nosso cérebro com o ritmo natural da fala. Usando tal recurso, você estará con-
dicionando seu cérebro a só entender as coisas de forma lenta e clara, como nos
cursos convencionais.
Aliás, outra dica que você pode encontrar e que também NÃO recomendamos é
usar algum recurso de transcrição automática, como o do Google Tradutor. Veja
o exemplo abaixo:
275
Usar o recurso de transcrição automática pode ser muito tentador, mas no fim
das contas é muito prejudicial. Além de a transcrição não ser 100% confiável,
quem precisa ser capaz de entender as coisas é VOCÊ. Numa conversa no mundo
real não há ferramentas de transcrição, legendas e/ou alterador de velocidade de
fala. Se você começar a usar o recurso de transcrição automática com frequência,
o único prejudicado será você mesmo. O que diferenciaria você, estudante dedi-
cado de japonês (ou de qualquer outro idioma), de alguém que nunca estudou
uma língua, mas que usa o recurso de transcrição automática só para quebrar o
galho em situações de necessidade? Não precisaríamos mais aprender idiomas!
Então, não se sabote! Dê valor às suas horas dedicadas de estudo! No quesito
comunicação, nenhuma máquina substitui o poder de nosso cérebro e o nosso
poder de interação com as outras pessoas!
Outro exercício que você pode fazer é o chamado “sombra”. Basicamente é ouvir
alguma coisa, mas em vez de escrever no papel, repetir o mais rápido possível,
como se você fosse uma sombra mesmo, um eco. Já haveria estudos que apontam
os benefícios dessa técnica, tais como melhora da compreensão auditiva, da pro-
núncia e do ritmo da fala. Não custa tentar! Aliás, você pode combinar o “ditado”
e a “sombra”, isto é, gravar alguns minutos de áudio, anotar no papel o que ouvir
e depois fazer a sombra. Enfim, use sua criatividade.
Há quem defenda a tese de que para falar bem, é preciso antes ter uma boa com-
preensão auditiva e para se escrever bem é preciso antes um hábito de boa leitura,
pois de certo modo, tendemos imitar aquilo que recebemos, no que diz respeito
à comunicação. A esse aspecto daremos o nome de “Fenômeno da Imitação”:
Então, ao ouvir um nativo, procure se atentar às “manobras” usadas por ele a fim
de facilitar a articulação das palavras e quando você for falar, passe a utilizá-las
276
também (oras!) sem medo de errar. E se errar, tente de novo. Você terá excelentes
resultados!
E se você ainda acha que os estrangeiros falam rápido, observe dois breves relatos
de estrangeiros que estão aprendendo português. Provavelmente você se enxer-
gará nessa situação com relação à língua japonesa (ou qualquer outro idioma que
estiver aprendendo):
“Os brasileiros falam muito rápido, até mais rápido que as pessoas de Portu-
gal”.
Lendo esses relatos você deve estar pensando: “Ué, não acho que nós brasileiros
falamos rápido. A gente se entende. Falamos numa velocidade normal”. Pois é...
então será que os estrangeiros falam tão rápido assim ou é o modo como apren-
demos uma língua estrangeira nos cursos convencionais que nos deixa mais
preguiçosos? Que tal substituir “fala rápida” por falta de familiaridade, tanto
com o ritmo natural da fala, como com as manobras feitas pelos falantes?
Ao ouvir alguém falando português, seus neurônios vão entender o que está
sendo falado, porque eles buscam as informações da língua portuguesa regis-
trada. Vamos fazer uma analogia: imagine que seu cérebro possui um livro cha-
mado “Registro de Palavras” e toda vez que você ouve alguma coisa, ele consulta
esse livro.
São necessárias duas coisas para uma boa comunicação, uma da parte de cérebro
e outra por parte do livro:
1) CÉREBRO: ele precisa estar acostumado com o ritmo natural da fala a fim de
consultar e encontrar a palavra ouvida o mais rápido possível;
277
suas variantes na língua prática. Por exemplo, o cérebro de um americano que
estude português ao registrar as palavras “WITH” e “AIRPORT”, precisa fazê-
lo assim:
Note que se não houver o registro da língua prática, ao ouvir “cum” ou “ero-
porto”, o estudante americano ficará confuso achando que são palavras que ele
não conhece. Mas são apenas variantes de palavras conhecidas.
Por isso, lembre-se sempre destas valiosas palavras do professor Denilso de Lima
do “Inglês na Ponta da Língua”, que valem para qualquer idioma:
“Quando alguém decide aprender inglês, ela começa a aprender com os olhos.
Ou seja, cria o hábito de ler sentenças e textos palavra por palavra. Assim, acos-
tuma-se a pronunciar tudo de modo mais lento e nada natural. O melhor é apren-
der inglês com o ouvido. (…) Preste muito mais atenção ao inglês falado; pois, é
ele que ajudará você a se sentir mais à vontade para interagir com as pessoas em
inglês. (…) Não são eles (os nativos) que falam inglês rápido demais. Na ver-
dade, é o modo como aprendemos inglês no início que nos condiciona a sermos
lentos para entender, ouvir e falar.”
278
Como já mencionamos no tópico 14, ao aprender uma nova palavra, procure pela
internet orações de exemplo e observe as palavras que aparecem juntas. Aliás,
para ajudar a internalizar a gramática (e as colocações), disponibilizamos o
“Banco de Sentenças” com mais de 9.500 itens e que será constantemente atuali-
zado! Acesse-o neste link: https://tinyurl.com/2jw9h7wk. Você também pode
usar ferramentas como o “TATOEBA” (https://tinyurl.com/2dae8d4h) e o “RE-
VERSO CONTEXT” (https://tinyurl.com/m4zsknpr).
Podemos dizer que em qualquer idioma (aqui o japonês) existem alguns elemen-
tos e conceitos que formam a estrutura básica de oração, que chamaremos para
fins meramente didáticos de “Estrutura Padrão”. Veja a ilustração a seguir:
279
NOTA: Obviamente há mais partículas que podem ser usadas no grupo “Infor-
mações Adicionais”. A figura apresentada tem o intuito de apenas demonstrar a
estrutura padrão (e básica) de oração.
280
Ainda, dependendo do CONECTOR usado, poderemos transformar a “ORA-
ÇÃO 1” em (1) advérbio ou (2) substantivo ou (3) adjetivo. Assim, temos o se-
guinte esquema:
281
NOTAS:
1. Repare que os processos para obter uma oração com valor de substantivo ou
oração com valor de substantivo são simples. Já a oração com valor de advérbio
é a mais complexa, dada a quantidade de possibilidades e sentidos que podemos
expressar;
Então, vamos considerar que as ideias podem ser indicadas dentro de uma destas
duas estruturas de oração (ou mesmo um misto das duas):
282
Um exemplo de estrutura específica (ou se quiser chamar de “colocação”) é o
modo como os japoneses expressam a ideia de dever. Veja que para esse caso,
não há o verbo “dever” como no português. A ideia é indicada dentro de uma
estrutura em que há a forma condicional.
***
Com base nos esquemas-resumos que vimos, gostaríamos de lhe propor um exer-
cício para que você se acostume com as estruturas até chegar a um ponto em que
você seja capaz de formar suas frases institivamente. Eis o exercício:
“Ela disse que gosta de ir à escola lendo o mangá que comprou na semana pas-
sada”.
283
Sim. O trecho “ir à escola lendo o mangá que comprou na semana passada” é
objeto do verbo “gostar”. Como ele é longo, para facilitar, vamos desmembrá-
lo...
3. TEMOS ORAÇÕES COM VALOR DE ADVÉRBIO?
Sim. Note que na oração nominalizada, o trecho “lendo o mangá” indica o modo
como ela vai à escola. Sendo assim, precisaremos da Forma TE do verbo, já que
ela pode exercer função de advérbio. Sendo assim, temos até agora:
I. 学校に行く = Ir à escola;
NOTA: Alguns poderão questionar o uso da Forma TE aqui devido a sua ambi-
guidade. De fato, há outras formas mais claras de expressar “ir à escola lendo o
mangá...”. Contudo, levando em conta o contexto, o uso da Forma TE é aceitável.
4. TEMOS ORAÇÕES COM VALOR DE ADJETIVO?
Sim. Perceba que o trecho “que comprou na semana passada” modifica o subs-
tantivo “mangá”. Então...
I. 学校に行く = Ir à escola;
De certa forma, ela é mista, haja vista que com alguns verbos se usa a partícula
「と」para indicar o objeto. Isso pode ser considerado uma colocação, já que apa-
rentemente não tem explicação na gramática, mas sim na preferência dos falan-
tes nativos. Outro detalhe é que, como 「好き」é um Adjetivo-NA, precisamos
adicionar o declarativo 「だ」antes de 「と」. Assim, temos:
284
Para finalizar, agora só falta indicar de quem estamos falando: “ela”. Assim:
***
Você também pode fazer o inverso, isto é, quebrar orações japonesas e analisar
cada elemento a fim de ir adquirindo uma noção de como os japoneses usam as
palavras para se expressar. Lembra-se das análises morfológica e sintática que
você costumava fazer na escola? Vamos relembrar:
可愛くなろうかなって思ってやってきた。
285
Sendo assim, uma tradução literal para 「可愛くなろうかなって思ってやってき
た」 é “(Eu) pensei ‘será que ficarei bonita?’ e continuei fazendo isso”. De uma
forma mais simples poderíamos traduzir como “Eu fiquei pensando se ficaria
bonita”. Uma ferramenta que pode auxiliar (e não substituir a capacidade de
análise de uma pessoa) na quebra de orações é o site “Ichi.moe”
(https://ichi.moe/).
Por fim, gostaríamos de tratar de algo muito importante com o qual você pode se
deparar cedo ou tarde: o chamado “platô intermediário”. Basicamente é a
sensação de que o seu progresso diminui porque você não está mais aprendendo
com a mesma rapidez de quando começou os estudos. É um estágio em que
parece que você está andando em círculos e não há mais pra onde ir, ao mesmo
tempo que o conhecimento adquirido até então parece ser insuficiente em
termos práticos.
286
Primeiramente, ter essa sensação é totalmente normal, não importa o que você
esteja aprendendo: japonês, violão, gastronomia... todo mundo sente isso em seu
processo de aprendizagem, pois o aprendizado não é como uma linha reta. No
começo, como tudo é novidade, há muitas coisas para aprender, estamos
motivados e, por isso, tendemos a ser mais receptivos. No entanto, com o passar
do tempo é natural que as coisas afunilem, pois gradualmente passamos de
coisas mais práticas (níveis básico e intermediário, nos quais há muitas coisas
novas e úteis) a sutilezas, nível avançado, no qual há menos coisas, que muitas
vezes não são tão úteis em termos práticos.
➩ perfeccionismo;
287
Sair do platô intermediário é importante, mas pode ser muito difícil dependendo
da pessoa. Para isso, é fundamental olhar com sinceridade para si e fazer um
diagnóstico. O que você precisa ou pode aprimorar? Conhecimento sobre
gramática? Vocabulário? Colocações? Exposição ao idioma? Escrever ou falar
melhor? Mais paciência com você mesmo? Compreensão auditiva? Parar de se
comparar com os outros? Parar de ter receio de se expor, errar e ser julgado?...
Enfim, sempre haverá coisas novas para aprender e/ou algum desafio, não
importa o seu nível. Mantenha a MOTIVAÇÃO, que envolve ter um motivo
claro, que será o seu combustível e uma ação (motivo + ação) para que você saia
do lugar e se mova em direção ao lugar almejado com constância e alegria! Não
fuja das possíveis frustrações! Caso esteja diante de alguma, encare-a como uma
oportunidade de se conhecer melhor e agir de forma mais eficiente! Se bem
trabalhada, ela se torna nossa aliada, um degrau para nós!!
Boa sorte!
288
20. SUPLEMENTO: ÍNDICE GRAMATICAL
Neste tópico complementar disponibilizamos uma lista com mais de mil itens
contendo toda a gramática necessária para todos os níveis do JLPT.
***
289
Partícula que indica o lugar ou circuns-
B で② tância na qual uma ação ou fenômeno 13
ocorre
B に② Indica lugar, ponto específico 13
Partícula que indica o ponto de origem de
B から ① 13
algo
Partícula que indica o ponto final de uma
B まで 13
extensão ("até")
B から(…)まで De (...) para (...) 13
Partícula que indica toda a extensão de
B を② 13
algo (em verbos intransitivos)
B に③ Partícula que marca a origem de algo 13
B (RYK)にいく Ir com o propósito de [ação] 13
B (RYK)にくる Vir com o propósito de [ação] 13
B ある Existir (seres inanimados) 13
B いる Existir (seres animados) 13
I から(…)にいたるまで De (…) até (…) 13
A にて Versão clássica da partícula 「で」 13
A に④ Partícula que indica adição de item 13
Forma que essencialmente conecta ora-
B FORMA TE ções, podendo essa relação ter diversos 14
sentidos dependendo do contexto
B (MZK)ずに Sem fazer [ação] 14
B (MZK)ないで Sem fazer [ação] 14
B ぬ Auxiliar clássico de negação 14
B ない Auxiliar moderno de negação 14
B ず Auxiliar clássico de negação 14
B だ・です・である Estado-de-ser (cópula) 14
I ずにいる Estar sem a ação [X] 14
I V(MZK)ないでいる Estar sem a ação [X] 14
B は Partícula de tópico 15
B が① Partícula identificadora 15
B も① Partícula inclusiva 15
B (TE)も Mesmo que (…) 15
B V(TE)から Depois de [ação] 15
Conjunção usada geralmente depois de
uma pausa em outra sentença, para con-
B でも ① 15
tradizer o que foi dito anteriormente ou
está subentendido na conversa
Usado para dar extensividade ao ele-
B でも ② mento que o precede. Nestes casos, 15
pode ser traduzido como “ou algo do tipo”
B までに Usado geralmente para indicar prazos 15
Expressão que enfatiza o sentido de con-
I たとえ(…)V(TE)も 15
trariedade de 「ても」
Indica que uma ação não é necessária,
A (ORAÇÃO)までもない normalmente devido a uma circunstância 15
insignificante
Indica a repetição de ações contrastan-
A V(TE)は(…)V(TE)は 15
tes
Indica que não se pode fazer uma ação,
A V(MZK)ないまでも(ORAÇÃO 2) mas o que se segue é pelo menos o me- 15
lhor que pode acontecer
290
Indica, de forma bem enfática, que se faz
A V(RYK)はする 15
[X]
Indica uma determinação extrema para
A V(TE)でも realizar algo ao ponto de fazer algo ex- 15
tremo para isso
Indica que algo é feito a um nível extremo
A までして 15
a fim de alcançar algum propósito
Indica surpresa dada a dimensão de uma
A V(TE)まで 15
ação
Trata-se da relação de dependência en-
B TRANSITIVIDADE DOS VERBOS 17
tre o verbo e seus complementos
B (RYK)やすい A [ação] é fácil 18
B (RYK)にくい A [ação] é difícil 18
B (TE)もいい Pode fazer [ação] 18
B (MZK)なくてもいい Não precisa fazer [ação] 18
B きらい Keiyoudoushi cujo significado é "odioso" 18
Sufixo para Keiyoushi que o transforma
B さ 18
em substantivo
Keiyoudoushi cujo significado é "gostá-
B すき 18
vel"
Indica contentamento por um fato ocor-
B V(TE)よかった 18
rido
Faz de um verbo atributo para um subs-
B V(RTK)SB 18
tantivo
Sufixo usado para descrever que algo
I げ 18
parece de uma certa maneira
I てき (的) Sufixo criador de Keiyoudoushi 18
I (SB)でいいです (…) é bom para (…) 18
I V(RYK)がたい Expressa que é difícil fazer a ação [X] 18
Indica permissividade com relação a uma
I V(TE)もかまわない 18
ação ou situação
Indica permissividade com relação a uma
A V(TE)もさしつかえない 18
ação ou situação
Maneira arcaica, clássica de se dizer que
A V(RTK)にかたくない 18
algo não é difícil
B と① Partícula inclusiva (com) 19
B と② Partícula inclusiva (e) 19
Partícula de contraste usada para com-
B と③ 19
parações
B の① Partícula atributiva e substitutiva 19
B の ② (C) Indica comando de forma leve 19
B の ③ → ん(C) Transmite um tom explicativo 19
Keiyoushi que significa "muito (quanti-
B おおい 19
dade)"; "numeroso"
Expressa a alternância entre termos,
B か① 19
isto, um de seus significados é “ou”
Partícula usada para listar um ou mais
substantivos de maneira vaga. Isso im-
B や plica que pode haver outras coisas que 19
não estão listadas e que nem todos os
itens da lista podem ser aplicados
Partícula usada para indicar um ou mais
B とか substantivos de maneira vaga. Isso im- 19
plica que pode haver outras coisas
Indica que uma palavra ou expressão
será definida. Esta partícula é frequente-
I とは 19
mente usada, por exemplo, em enciclo-
pédias para definir palavras
291
Expressa que uma ação é atributo, nor-
A V(TE)の malmente fundamental, do elemento que 19
segue
B ぜんぜん(…)(NGT) Absolutamente não (...) 21
B {KY(RYK)く}・(KD)に Forma adverbial dos Adjetivos 21
B みたい(に・な・だ) Parece (…) 21
B (RTK)ようになる Adquirir o hábito de (…) 21
B {RTK・NGT}ようにする (Não) tentar [ação] 21
Advérbio que significa "já" (indica um es-
B もう 21
tado que foi alterado)
B とおなじ Semelhante a (…) 21
B よう(に・な) Assim como (…) 21
B する ② Pode indicar sensações 21
Advérbio que significa "ainda" (indica es-
B まだ 21
tado inalterado)
Fazer algo [Keiyoushi] (ou "transforma"
B KY(RYK-く)する 21
em verbo um Keiyoushi substantivado)
Fazer algo [Keiyoudoushi] (ou pode ser
B (KYD)にする encarado como "verbo" feito a partir de 21
um Keiyoudoushi
Descreve que algo parece de uma certa
I V(RYK)げ(な・に) 21
maneira
I かのよう(な・に) Indica semelhança (metafórico) 21
I ふり Indica aparência, comportamento 21
Alguém causa alguma mudança circuns-
I (RTK)ようにする 21
tancial ou comportamental
Dependendo do contexto, transforma
I ことに(は) 21
verbos em advérbios
Indica que algo pode ser de algum modo,
especialmente quando se trata de coisas
I {V・SB(の)}ようなきがする naturais ou que podem ser experimenta- 21
das pelos sentidos, como sabores, odo-
res, sons, sentimentos
I (ORAÇÃO)ようにみえる Indica similaridade com alguma coisa 21
Advérbio que indica que definitivamente
A みるから(にして) é possível determinar algo num relance, 21
com base na aparência, aspecto
A V(RYK)げ(に・な) Expressa algo como a "Aparência de [X]" 21
B (ORAÇÃO)の ④ Partícula nominalizadora 22
B (ORAÇÃO)こと ① Efetua a nominalização da oração 22
B (ORAÇÃO)とおもう Indica os pensamentos do falante 22
B (ORAÇÃO)(こと)にする Decidir-se por (…) 22
B (ORAÇÃO)ことになる(なっている) Indica decisão fora do alcance do falante 22
Indica que já se passou pela experiência
B (TA)ことがある 22
de alguma ação
B (RTK)ことがある Indica um hábito 22
Indica o conteúdo da fala (própria ou de
B (ORAÇÃO)という ① 22
terceiros)
Descreve coisas que não acontecem fre-
B (NGT)ことがある 22
quentemente
Indica falta de habilidade ("ser ruim em
B (ORAÇÃO)のがへた 22
executar [ação]")
Indica habilidade ("ser bom em executar
B (ORAÇÃO)のがじょうず 22
[ação]")
B (ORAÇÃO)こと ② Indica um comando leve 22
I ことに(は)ならない Algo definitivamente não ocorrerá 22
292
I ことはない・こともない Não precisa fazer [ação] 22
I ないことには(…)(NGT) Se não for [ação], então [resultado] 22
I といっても Expressa contrariedade 22
I とみえる Indica que algo parece [X] 22
Adverbio propriamente dito cujo signifi-
cado aponta para algo feito “sem pen-
I おもわず 22
sar”, podendo ser traduzido como “invo-
luntariamente”, “acidentalmente”
Expressa uma decisão que não reflete a
verdade, isto é, uma simulação de uma
A V(TA)ことにする 22
ação ou estado (que na verdade não está
ocorrendo)
É adicionado a adjetivos (afinal 「おもい
A おもいをする 」 é substantivo), a fim de descrever sen- 22
timentos e emoções
B なんか ① Abreviação de 「なにか」(alguma coisa) 23
Pertence ao grupo "Keiyoudoushi" do
B どんな Kosoado. Significa basicamente "que 23
tipo de"
Construção que pode significar "por que"
B どうして 23
ou "como" dependendo do contexto
Pertence ao grupo "Keiyoudoushi" do
B そんな Kosoado. Significa basicamente "como 23
esse", "assim"
Indica que independentemente do que se
I どうしても 23
faça, algo é fato
Significa “Seja o que se diga” e é usada
I なんといっても 23
no sentido de “sem dúvida”
Advérbio que significa "nunca", "de jeito
I けっして 23
nenhum" (usado em orações negativas)
Transmitir o sentido de “não importa o
I どんなに(…)(TE)も 23
quanto se faça [X], [Y] acontece
Transmitir o sentido de “não importa o
I いくら(…)(TE)も 23
quanto se faça [X], [Y] acontece
Significa “ou alguma coisa (assim)".
I かなにか Usado para dar um ar de indefinição ao 23
elemento que a antecede
Parece ser uma versão mais enfática de
I どうにか 23
「どうか」
Versão enfática de 「どうにも」, que li-
I どうにもこうにも teralmente significa “qualquer (que seja 23
o) modo”
Dependendo do contexto, pode indicar
A なにも(ORAÇÃO) 23
que não há necessidade de algo
Indica que uma ação é inútil dadas as cir-
A V(TE)もどうにもならない 23
cunstâncias
São formas enfáticas de 「なに」 e 「な
A なんら・なんらか 23
にか」 respectivamente
Usado para (1) definir e enfatizar e (2) re-
B という ② 24
tomar algo que foi dito
B たって Versão casual de 「ても」 24
Expressa algo como “Não somente um,
A といわず 24
mas ambos”
Apresenta múltiplas perspectivas, indi-
A といい(…)といい cando o julgamento do falante a respeito 24
de algo
Adiciona um elemento de interrogação.
A というか(…)というか Esta construção é usada quando para re- 24
formular ou redefinir algo
Expressão fixa, usada para introduzir
A といった 24
exemplos
293
Expressa desacordo ou insatisfação, ge-
ralmente para lastimar-se, reclamar ou
A だって ① 24
para desculpar-se. Significa “mesmo se
esse for o caso”.
Uma maneira informal de se apontar o
A だって ② motivo para algo, dependendo do con- 24
texto
Nesta lição se aborda como funcionam
B NÚMEROS 25
os números na língua japonesa
Trata-se da característica em que se
pode considerar que todos os substanti-
B CONTADORES vos são incontáveis necessitando, por- 25
tanto, de algum elemento que permita a
contagem
Descreve a frequência de algo durante
B (NÚMERO)かい (回) 25
um período de tempo
Mostramos as particularidades de núme-
B DECIMAIS E FRAÇÕES 25
ros decimais e fracionários
B だけ ① Partícula que significa "somente" 26
B しか(…)(NGT) Partícula que significa "somente" 26
Partícula que indica excesso de algo que
B ばかり ① tem como consequência sua exclusivi- 26
dade
B だけで(は)なく(…)(も) Não somente [X], mas também [Y] 26
Expressa o que acontece ao realizar ou-
B だけで tra ação, tendo sentido próximo a “basta 26
[X] para que [Y] ocorra”
B ばかりで Indica causa com sentido negativo 26
I ばかりで(は)なくて Indica que algo não se restringe a [X] 26
Indica de maneira forte que algo não se
I ばかりか 26
restringe a [X]
Indica que uma única e simples causa
I ばかりに 26
provoca uma situação negativa
Indica a causa de algo, dependendo do
I だけに 26
contexto
Indica o resultado esperado (de uma
I だけあって 26
causa)
Indica o resultado esperado (de uma
I だけ(のことは)ある 26
causa)
Indica um estado progressivo que tem
I ばかり ② 26
caráter negativo
Indica que uma ação acabou de aconte-
I V(RYK)たて 26
cer
Indica um esforço máximo para se fazer
I だけ ② 26
algo
Partícula essencialmente idêntica a 「だ
I のみ 26
け」
I だけでも Significa "mesmo somente" 26
Construção comumente traduzida como
A のみならず 26
“além de”
Indica a impressão ou modo como um
A とばかり(に) 26
fato ou ação é feita ou ocorre
A (SB)でしかない Transmite a ideia de "Nada além de [X]" 26
B (TE)おく Deixar a [ação] realizada 27
Descreve uma ação que não foi conclu-
B まだ(…)(TE)いない 27
ída, mas que se deseja finalizar
B (TE)いる Ação contínua, estado resultante 27
B (TE)ある Ação concluída (estado resultante) 27
294
B V(RYK)だす Começar a [verbo] 27
B V(TE)くる Dá um sentido de “vir fazendo [X]” 27
Dá um sentido de "fazer [X] e continuar"
B V(TE)いく 27
(ir fazendo [X])
Usado para indicar que algo acontece no
I (ORAÇÃO 1)とちゅう(ORAÇÃO 2) 27
meio de outra ação
I V(TE)ばかりいる Indica o excesso de alguma ação 27
A V(MZK)ないではおかない Indica que algo acontecerá com certeza 27
Auxiliar clássico muito versátil, podendo
A V(RYK)(え)り indicar um estado resultante, estado du- 27
radouro ou mesmo a forma passada
B あげる Verbo "dar" (aos demais) 28
Verbo "dar" (à pessoa que fala e por ela
B くれる 28
usado)
B (TE)あげる Feito para (alguém) 28
B (TE)くれる Usado para pedir favores 28
B V(TE)やる Feito para (alguém) - forma casual 28
Indica dúvida quanto à realização de
B (ORAÇÃO)かどうか 29
uma ação
B V(RYK) ます Forma polida dos verbos 29
B か② Com a forma polida, indica uma pergunta 29
Com a forma casual, pode ser usado
B か③ para fazer perguntas retóricas ou para 29
expressar sarcasmo
Dá um ar de dúvida no elemento que a
B か④ 29
antecede
Prefixo honorífico usado para embelezar
B お 30
substantivos japoneses
Prefixo honorífico usado para embelezar
B ご substantivos de origem chinesa propria- 30
mente dito
B ござる Forma honorífica do verbo 「ある」 30
Forma honorífica que serve para os ver-
B いらっしゃる 30
bos 「いる」, 「行く」 e 「来る」
B なさる Forma honorífica do verbo 「する」 30
Forma honorífica para verbos que não
B お + V(RYK) + に + なる 30
possuem forma especial
Forma honorífica para verbos que não
B お + V(RYK) + です 30
possuem forma especial
Forma modesta para verbos que não
B お + V(RYK) + する・いたす 30
possuem forma especial
B V(RERU)ようになる Tornar-se capaz de (…) 31
Forma Potencial (indica "capacidade de
B V(MZK)れる・られる ① 31
(…)")
B V(MZK)れる・られる ② Forma Passiva 31
Poder ouvir (no sentido de algo ser audí-
B きこえる 31
vel involuntariamente)
Alguém ou alguma coisa é passiva ou es-
B みえる 31
pontaneamente visível
Indica possibilidade ou capacidade para
B V(RTK)ことができる 31
algo
Verbo que significa "obter". Usado para
I V(RYK)える 31
indicar a forma potencial
Indica aquisição de experiência (acostu-
I (SB)になれる 31
mar-se)
Transmite a ideia de "ser chamado
A いわゆる ou conhecido”, podendo também modifi- 31
car substantivos
295
A とかんがえられる Transmite a ideia "Ser considerado [X]" 31
Usada quando se quer expressar sensa-
ções sobre algo, podendo ser traduzido
A とみられる 31
como “é visto como...”, “é esperado
que...”
V(RTK){forma não-passada}に{V(POT-
A Forma potencial duplicada 31
NGT)}
Partícula dupla que por vezes funciona
de forma similar a 「でも 」 , porém, so-
A にも 31
mente com a oração principal na forma
negativa
Indica a impossibilidade de se fazer algo
A V(RTK)にも{V(POT-NGT)} 31
mesmo que se tente
Indica que a ação é possível somente a
A V(POT)ようになる partir de um dado momento, isto é, antes 31
essa mesma ação não era possível
B V(RYK)なさい Pode fazer [ação] 32
B V(TE)もらう Usado para pedir favores 32
B V(TE)ください Por favor, faça [ação] 32
B V(NGT)でください Por favor, não faça [ação] 32
Usado para pedir favores (forma mais
B V(TE)いただけませんか 32
polida)
B (SSK)な Não faça [ação] 32
Padrão usado para solicitar que uma
B V(MZK)ないでください 32
ação não seja feita
B (SB)をください Usado para pedir objetos de forma polida 32
Expressa uma hipótese dada uma situa-
I にしろ・にせよ 32
ção e o que discorre dela
Expressa uma hipótese dada uma situa-
I V(RTK)にしろ V(RTK)にしろ ção e o que discorre dela ("Seja [X], seja 32
[Y]...")
Expressa uma hipótese dada uma situa-
A KY かれ(…)KY かれ 32
ção e o que discorre dela
A V(MRK)と(VERBO) Usado para descrever uma instrução 32
Forma menos comum na linguagem coti-
A お V(RYK)ねがう 32
diana para fazer pedidos polidos
Indica um comando, podendo ser qual-
quer coisa, desde um pedido de oração
A V(RYK)たまえ 32
até uma ordem que se espera que seja
seguida
B (MZK)せる・させる Forma Causativa (deixar fazer (…)) 33
B (MZK)せられる ・させられる Forma Causativo-Passiva 33
Indica de uma maneira muito humilde o
B FORMA CAUSATIVA(TE)ください que você está prestes a fazer ("Deixe-me 33
(…), por favor")
Indica de uma maneira muito humilde o
B (SB)させてください que você está prestes a fazer ("Deixe-me 33
(…), por favor")
I V(MZK)(さ)せてもらう Pedir permissão humildemente 33
Funciona como a partícula 「の」 expli-
B (ORAÇÃO)もの ② 34
cativa
B だい Partícula final interrogativa 34
B かい Partícula final interrogativa 34
Partícula final que indica a busca de con-
B ね① 34
firmação, concordância de terceiros
Partícula de final de sentença que coloca
B かしら 34
dúvida
Partícula de final de sentença que coloca
B かな 34
dúvida
296
Indica forte emoção, como que uma ex-
I ことか 34
clamação
I とかで Indica causa de forma incerta 34
Partícula de final de sentença que trans-
I かな 34
mite incerteza
Partícula final que indica desejo ou espe-
A もがな rança a respeito de algo geralmente difí- 34
cil de acontecer
Construção que literalmente significa
“(Eu) desejo que (eu) não diga isso”.
A いわずもがな 34
Pode ser usado no caso de arrependi-
mento por ter dito algo inconveniente
Encontrada principalmente em livros,
A とか que é usada quando se indica uma infor- 34
mação recebida
Lista enfaticamente ações, eventos ou
A (ORAÇÃO 1)わ(ORAÇÃO 2)わ(で) estados como exemplos ou razões. Tem 34
sentido negativo
B が② Partícula de adversidade / adição 35
B (ORAÇÃO)から ② Partícula que indica causa 35
B (RYK)たり(する) Fazer [ação] (e coisas do tipo) 35
B (ORAÇÃO)ので Indica causa 35
B (ORAÇÃO)し Enumera enfaticamente orações 35
B (ORAÇÃO)のに ① Apesar de [ação] / A fim de [ação] 35
B (ORAÇÃO)ように Para fazer [ação] 35
B (ORAÇÃO)ために Para fazer [ação] / Por causa de... 35
B (ORAÇÃO){けれど(も) ・ けど} Partícula adversativa - "mas", "todavia" 35
Reforça a contradição entre duas ora-
I {V-KY(RTK)} ことは (Mesmo V-KY) 35
ções
Indica uma razão para uma ação ou
I からといって 35
ideia, transmitindo desaprovação
Indica uma forte conexão entre a sen-
tença que precede 「から (に)は」 e a
I からには que vem depois, como se o resultado 35
fosse algo esperado, natural ou um dever
(na opinião do falante)
Trata-se de 「から」 como partícula que
I からいって 35
indica origem reforçada por 「いって」
I ように Transmite sentido de finalidade 35
Conjunção que expressa algo que con-
I だが trasta com o que é exposto na sentença 35
anterior
No final de sentenças, indica desaprova-
I (ORAÇÃO)のに ② 35
ção, arrependimento
É usado para expressar adversidade en-
I (ADJ・ V)ことは(MESMO ADJ・ V)が tre duas orações. Pode-se substituir 「が 35
」 por 「けど」 (e variantes)
Usado no começo de orações, serve
para indicar contradição com o que foi
I だけど 35
expresso anteriormente ou está suben-
tendido
Trata-se de uma versão arcaica de 「の
A (ORAÇÃO){こと}とて ① 35
で」 e 「から 」
A とて ② Tem um sentido próximo à “mesmo” 35
Indica finalidade ("Para que não [X], se
A (ORAÇÃO)こと(が・の)ないように 35
fara [Y]")
Expressão que significa “mas”, “porém”.
A (そうか)といって Indica que embora um fato seja verda- 35
deiro ou aceitável, outro não o é
297
Indica uma razão, implicando não ser a
A (ORAÇÃO)こともあって 35
única
B V(RYK)すぎる Ação em excesso 36
B V(TE)しまう ① Indica ação finalizada 36
Indica a ocorrência de uma ação não de-
B V(TE)しまう ② 36
sejada
Contração de 「~てしまう」 e 「~で
B ちゃう・じゃう 36
しまう」 respectivamente
B V(TE)みる Indica tentativa de fazer [ação] 36
B V(TE)たまらない Não se pode lidar com a [ação] 36
B V(RYK)はじめる Começar a [ação] 36
B V(RYK)おわる Terminar de [verbo] 36
B V(RYK)つづける Continuar a [verbo] 36
Verbo que por si mesmo significa “ex-
trair”, “omitir”. Pode ser usado para indi-
I V(RYK)ぬく 36
car uma ação feita do começo até o fim
realmente
Indica que um fato que ocorre primeiro é
I V(TE)はじめて necessário para a ocorrência de um se- 36
gundo fato
Expressa que a partir de alguma ocorrên-
I V(TE)いらい 36
cia, algo se torna fato contínuo, habitual
I V(TE)ならない Não se pode lidar com a [ação] 36
Expressa um estado-de-ser inacabado,
I V(RYK){かける・かけだ・かけの} 36
feito pela metade
Usado com verbos intransitivos, indica
I V(RYK)あがる (1) ação que ocorre completamente, (2) 36
ação realizada de modo ascendente
Usado com verbos transitivos, indica (1)
I V(RYK)あげる ação que ocorre completamente, (2) 36
ação realizada de modo ascendente
Indica ação feita em conjunto, mutua-
I V(RYK)あう 36
mente
Forma honorífica de [V(TE) 見 る ], é
I V(TE)ごらん usado quando se pede a alguém, como 36
favor, que se tente algo
Indica que algo põe um ponto final na
questão, seja no sentido de se chegar a
I V(TE)すむ 36
uma resolução ou de algo ser suficiente
para a circunstância
Significa fazer algo de novo, porque a
I V(RYK)なおす primeira vez foi feito com descuido ou de 36
forma insatisfatória
Expressa que algo é possível sem que
I V(MZK){ないで・なくて・ずに}すむ 36
outra ação seja executada
Indica que uma ação não é feita e se tem
A V(MZK)ずじまい 36
um ar de arrependimento por isso
É usado para indicar determinação e mo-
A V(TE)みせる 36
tivação para realizar algo
Indica que o falante está diante de algo
que o incomoda e que vai além de sua
A V(TE)(は)かなわない 36
capacidade de controle, tendo sentido
negativo
Indica que uma ação ocorre completa-
A V(RYK)はてる 36
mente
Expressa que algo não é possível sem
A V(MZK){ないで・ずに}はすまない 36
que outra ação seja executada
Expressa que se faz algo sem alguma
A ぬき(にして・で) 36
coisa que normalmente estaria presente
A V(RYK)そびれる Indica que se falhou em fazer algo 36
298
Indica que “somente [X] não é o bas-
A だけではすまない 36
tante” dadas as circunstâncias
Expressão que significa literalmente algo
A V(TE)(は)たまったものではない como “Não é algo que se suportou”. É 36
uma forma enfática de 「たまらない」
Verbo que significa essencialmente "da-
A V(RYK)そこなう 36
nificar". Indica falha ao se fazer algo
Verbo que significa essencialmente "da-
A V(RYK)そこねる 36
nificar". Indica falha ao se fazer algo
Verbo que significa essencialmente "da-
A V(RYK)そんじる 36
nificar". Indica falha ao se fazer algo
Verbo que significa "esgotar". Indica que
A V(RYK)つくす 36
algo é feito por completo
Usado com alguns verbos, indica que
A V(RYK)こなす 36
uma ação é executada de forma perfeita
B (MZK)む (おう・よう) Conjectura, incitamento 37
Forma negativa da Forma MU (geral-
mente indica forte determinação quando
I まい 37
se refere a ações próprias e dúvida
quando se refere a terceiros)
I ではあるまいか Indica dúvida (será que...) 37
Adicionar um elemento de interrogação.
A といおうか(…)といおうか Esta construção é usada para reformular 37
ou redefinir algo
Indica uma razão pela qual algo não
A ではあるまいし 37
deve ser como é
Dadas as circunstâncias, espera-se que
B (ORAÇÃO)はず 38
(…)
Dadas as circunstâncias, não se espera
B (ORAÇÃO)はずがない 38
que (…)
B たぶん Advérbio que significa "talvez" 38
Usado para transmitir uma informação
B そう(CÓPULA) 38
exatamente como foi recebida
{V(RYK)・KY(GOKAN)}そう (に・な・
B Indica que há sinais de algo 38
です)
B かもしれない Advérbio que significa "talvez" 38
Acrescenta incerteza à oração e a torna
B C(MU)(か) mais indireta (suave). Com 「か」 esse 38
sentido é fortalecido
Transforma informação recebida em con-
I らしい ① 38
jectura
I らしい ② É parecido com (…) 38
I っぱい É parecido com (…) 38
Trata-se de um modo mais leve e indireto
I ではないだろうか 38
de expressar uma suposição
Dependendo do contexto, pode ter o
I ということだ ① mesmo significado de 「~そう」 , isto é, 38
indica que há sinais de algo
Expressa uma suposição com tom de
I べき 38
obrigação
I べきではない Forma negativa de 「べき 」 38
I っぽい Expressa similaridade 38
Indica que não há indícios que um fato
I V(RYK){そうもない・そうにない} aconteça e, portanto, possivelmente não 38
acontecerá mesmo
Forma negativa clássica de 「べき 」, ou
A べからず 38
seja, o mesmo que 「べきではない」
A しかるべき Expressão que significa "apropriado" 38
299
Indica que uma ação ou estado são apro-
A V(TE)しかるべき 38
priados
A C(MU)に Indica simpatia ou arrependimento 38
Forma clássica de indicar o que deve ser
A V(MZK)さるべからず 38
feito
Indica incentivo para a execução de uma
A V(MU)ではないか 38
ação
B (ORAÇÃO 1)と(ORAÇÃO 2) Condicional 39
B V(TA)ら(ORAÇÃO 2) Condicional 39
B (ORAÇÃO 1)なら(ORAÇÃO 2) Condicional 39
B V(KTK)ば Condicional 39
B V(KTK)ばよかった Deveria ter feito [X] 39
B すると Ao acontecer [X], acontece [Y] 39
B V(MZK)ないと Expressa o que se deve fazer 39
Expressa ponto de vista ou opinião. Pode
I からすると・からすれば ser traduzido como “Se considerar a par- 39
tir de...”
Expressa ponto de vista ou opinião. Pode
I からみて ser traduzido como “Olhando a partir 39
de...”
Expressa a impossibilidade de algo, a
I V(TE)からでないと menos que se cumpra determinada con- 39
dição
Expressa a impossibilidade de algo, a
I からでなければ menos que se cumpra determinada con- 39
dição
Indica contraste e circunstâncias ou qua-
I も(…)なら(…)も・も(…)ば (…)も 39
lidades simultâneas
I といえば・というと・といったら Traz um tópico à conversa 39
Indica o que deveria ter sido feito, com ar
I ばいいのに 39
de desapontamento
Expressa ponto de vista ou opinião. Pode
I からして ser traduzido como “Considerando a par- 39
tir de...”
I たとえば Significa "por exemplo" 39
I なぜなら Indica o motivo para algo 39
Expressa o que deveria ter sido feito com
I V(CONDICIONAL)(…)のに 39
ar de desapontamento
I もしかしたら Versão enfática de 「もし」 39
Expressa um desejo ou sugestão, indi-
cando que a ocorrência de algum fato,
I V(CONDICIONAL と・たら)いい 39
pelo menos do ponto de vista do falante,
será boa natural e realmente
Indica que algo é projetado para fazer al-
I V(RTK)ようになっている 39
guma coisa
Versão clássica de 「ではなくては」,
ならでは forma negativa da cópula. Implica uma
A 39
característica especial, ou algo que é
único para (esse tipo de pessoa)
Usado para falar algo negativo a respeito
A ときたら de algo ou alguém, geralmente se refe- 39
rindo a si mesmo
Expressa um fato ao qual você sente
A V(RYK)でもしたら aversão e, por isso, espera que não 39
ocorra, pois o resultado será negativo
Usado para indicar uma opinião, deve
seguir um substantivo que se refira a
A (SB)にいわせれば 39
uma pessoa ou grupo que pode ter uma
opinião
300
Forma clássica de indicar o que deve ser
A V(MZK)ねばならない 39
feito
Usado para falar algo negativo a respeito
A ときたひには de algo ou alguém, geralmente se refe- 39
rindo a si mesmo
Expressão que indica que a alta probabi-
A ひとつまちがえば lidade de acontecer um fato ruim está 39
condicionada a algo mínimo
Sua tradução literal é algo como “Se di-
A からいうと zer a partir de...”. Em português equivale 39
a "a julgar por"
A tradução literal é “Se olhar a partir
A からみると de...”. Em português equivale a "a julgar 39
por"
Em alguns casos transmite a relação
de causa e efeito; em outros parece indi-
A そうすると 39
car apenas duas ações que acontecem
ao mesmo tempo
(CONDICIONAL){と・ば・たら}きりが
A Indica que algo é interminável 39
ない
A ところをみると Expressa a ideia "Ao ver o fato [X]" 39
Condicional que implica um mau resul-
A VRTK)ようでは 39
tado
Indica uma ressalva com relação a algo
A V(TA)ら(…)V(TA)で 39
que geralmente é bom
Expressão que indica que o falante se
lembrou de algo ou quer que se dê aten-
A そういえば ção a algo relacionado ao que foi dito an- 39
teriormente ou que é entendido pelo con-
texto
Transmite a ideia de que se algo conti-
A V(TE)いては 39
nuar, o resultado será ruim
Expressão que indica que o falante
A おもえば afirma algo comparando a situação atual 39
com aquilo que ele já passou
B V(TE)はいけない Não deve fazer a [ação] 40
Não deve fazer a [ação] - abreviação de
B V(RYK)ちゃいけない 40
「~てはいけない」 (língua falada)
Não deve fazer a [ação] - abreviação de
B V(RYK)じゃいけない 40
「~ではいけない」 (língua falada)
B V(MZK)なければならない Deve fazer a [ação] 40
B V(NGT)といけない Deve fazer a [ação] 40
B V(MZK)なくちゃ Deve fazer a [ação] (língua falada) 40
Expressão usada para indicar descon-
B いけない 40
tentamento diante de uma situação
Usado para indicar o que se faz para pre-
I (FORMA CONDICIONAL)いけないから 40
venir uma situação negativa
Sufixo que expressa sinais de algo estar
B がる 41
em algum estado
Sendo uma das Bases de 「 が る 」 ,
pode ser usado em conjunto com o subs-
B がり tantivo 「や」 (屋) para indicar um tipo 41
de pessoa que frequentemente se sente
de algum modo
B V(RYK)た(がる・がっている) Indica desejo de terceiros 41
B (ORAÇÃO)つもり Pretender [ação] / Convicção de [fato] 41
B (ORAÇÃO)よてい Pretender [ação] 41
Indica o desejo de que uma ação seja
B V(TE)ほしい 41
feita
B ほしい Keiyoushi que indica desejo 41
301
B V(RKY)たい Indica desejo do falante 41
B (ORAÇÃO)つもりで Fazer algo a fim de (…) 41
B V(RYK)かた Maneira de fazer [X] 41
B V(TA)らどうですか Expressa uma sugestão 41
Expressa uma intenção (eu penso em
B (MU)とおもう 41
[ação])
B V(MU)か Indica sugestão para fazer algo 41
B V(MU)か Indica oferecimento de ajuda 41
Usado para dar sugestões de forma po-
B V(RYK)ませんか 41
lida
B V(FORMA CONDICIONAL)いいですか Indica busca de conselho ou instrução 41
B {V(RTK・TA)}ほうがいい Indica uma ação que deveria ser feita 41
Indica uma ação que não deveria ser
B V(NGT)ほうがいい 41
feita
Literalmente pode ser traduzido como
“não existe meio de fazer”, É usado para
I V(TE)しかたがない expressar conformismo diante de uma si- 41
tuação em que não há nada que possa
se fazer a respeito
Indica a ocorrência de uma ação ou es-
I V(TE)しょうがない 41
tado de forma extrema
Indica conformidade com relação a algo
I V(TE)も(しょうがない ・しかたがない) 41
ou que é inútil fazer alguma coisa
Indica que não há meio de fazer determi-
I (ORAÇÃO)ようがない 41
nada ação
I V(MU)とする Expressa um esforço para se fazer algo 41
Significa "esperar" no sentido de desejar
algo. Em português, poderia ser tradu-
I V(RTK)たいとおもう 41
zido como “espero que...” ou “gostaria
que...”
Significa "esperar" no sentido de desejar
algo. Em português, poderia ser tradu-
I V(TA)らとおもう 41
zido como “espero que...” ou “gostaria
que...”
Transmite o pesar ou arrependimento do
A V(RYK)たいばかりに falante por fazer alguma coisa por querer 41
algo
Transmite o pesar ou arrependimento do
A ほしいばかりに falante por fazer alguma coisa por querer 41
algo
Uma negação de outra negação. Nesses
casos, dependendo do contexto, pode-se
A V(MZK)なくはない 41
entender essa negação da negação de
forma positiva
Indica uma explicação ou desculpa para
A V(TA)つもりはない um mal-entendido causado por um ato 41
passado
B V(RYK)ながら Indica ações simultâneas 42
B V(MU)ものなら Condicional com resultado negativo 42
B V(TA)ところ Ação que acabou de ser executada 42
B (ORAÇÃO)まえに Antes de [ação] 42
B V(TA)あとで Depois de [ação] 42
B (ORAÇÃO)とき Quando (no momento da ação [X]) 42
B (ORAÇÃO)あいだ(に) Indica o que o ocorre durante outro fato 42
B (ORAÇÃO)もの ① Transmite concretude a um fato 42
B V(TA)ばかり Ação que foi executada recentemente 42
302
Indica que algo é acompanhado por ou-
B いっしょに 42
tra coisa
B (ORAÇÃO)のがすき Indica gosto por alguma ação 42
Carrega o sentido de uma ação que está
B ところ 42
prestes a ser feita
Construção que significa “agir como
I とする 42
se...” ou “estar na condição de...”
Indica que algo ou uma ação é acompa-
I ともに 42
nhada por outra coisa simultaneamente
Expressa concessão, de modo parecido
I ながら(も) 42
a 「のに」
Indica duas ações sequenciais em que a
primeira ação mal acabou de se comple-
I V(NGT)かのうちに tar (ou mesmo ainda está em curso), e 42
outra vem logo em seguida, quase que
ao mesmo tempo
Descreve uma ação que está ocorrendo
I V(RYK)つつ 42
enquanto outra está em curso
Expressa a existência de um processo
I V(RYK)つつある 42
contínuo
Expressa concessão, de modo parecido
I V(RYK)つつ(も) 42
a 「のに」
Indica que duas ações são realizadas ao
I {SB・V(TE)}がてら mesmo tempo, não necessariamente si- 42
multaneamente
Expressa uma ação que é executada du-
I うちに rante um período de tempo em que certa 42
situação permanece válida
Significa algo como “não é o fato que” e
I というものではない 42
tem um sentido parcialmente negativo
Significa algo como “não é o fato que” e
I というものでもない 42
tem um sentido parcialmente negativo
Indica similaridade e é praticamente res-
I ごとき・ごとく・ごとし 42
trito à escrita bem formal
Expressa que se costumava fazer algo
I V(TA)ものだ 42
no passado
Enfatiza pensamentos ou impressões do
I というものだ ① 42
falante
Expressa coisas que geralmente são di-
I というものだ ② 42
tas por muitas pessoas
Expressão que indica a ocorrência muito
I あっというま(に) 42
rápida de algo (”em um piscar de olhos")
I ということだ ② Usado para destacar, enfatizar algo 42
I にして ① Alternativa a 「として」 42
Funciona de maneira semelhante à
I にして ② 42
forma TE da cópula
Frequentemente usado como 「である
I にする 42
」
É usado para se apresentar uma exce-
I べつとして ção para aquilo que será dito adiante na 42
oração principal
Indica que um fato [Y] que ocorre após
I あとから um fato [X], prejudica de algum modo o 42
fato [X]
Expressa que não somente algo impor-
A (SB)もさることながら tante é válido, mas outra coisa, geral- 42
mente mais significante ainda, também é
A (SB)ながらに Expressa concessão 42
A (SB)ながらも Expressa concessão 42
303
Indica que determinada ação não condiz,
A まじき é imprópria para determinada coisa ou 42
pessoa
Dá ênfase a uma primeira ação de uma
A V(TE)からというもの sequência de duas, tendo sentido de 42
"Depois de fazer [X], acontece [Y]"
Indica uma ação que está prestes a ser
A ところ(だ・だった) feita ou acaba de ser concluída (tempo 42
passado)
Transmite ideia de ponto, a partir do qual,
A てまえ nasce um fato decorrente (causa e 42
efeito)
Indica que algo acontece pela primeira
A にしてはじめて 42
vez
Expressa que não importa se algo vai
(FORMA MU)が・と(FORMA MU NE-
A acontecer ou não, outro fato ocorrerá 42
GATIVA)が・と
mesmo assim, de forma independente
Expressa que não importa se algo vai
A (FORMA MU)が・と acontecer ou não, outro fato ocorrerá 42
mesmo assim, de forma independente
(PEQUENA QUANTIDADE)として Indica que nem mesmo o mínimo de algo
A 42
(…)ない ocorre
Literalmente significa "É fato que [X]".
A (ORAÇÃO)もの Também, pode indicar uma sugestão ou 42
um leve comando
Literalmente significa "Não é fato que
A (ORAÇÃO)ものではない [X]". Também, pode indicar uma suges- 42
tão ou um leve comando
Indica um forte julgamento sobre algo ou
A ものがある uma grande emoção ou sentimento di- 42
ante de uma circunstância
Indica que algo ou uma ação é acompa-
A とどうじに 42
nhada por outra coisa simultaneamente
No Japonês Clássico, 「とする」podia
agir como uma cópula funcionando de
forma parecida a 「のです」. Continua
A (ORAÇÃO)ものとする 42
frequente em documentos formais como
acordos legais e contratos de negócios,
sendo usado com 「もの」
A とされる Versão bem mais formal de 「とする」 42
Indica algo segundo o ponto de vista de
A [X]にしたら・にすれば・にすると 42
[X]
Indica que independentemente de [X],
A にしても(...)にしても 42
acontecerá [Y]
O mesmo que 「としても」, isto é, in-
A としたって dica que independentemente de [X], 42
acontecerá [Y]
Expressar independência com relação a
A V(MU)にも(…)(NGT) algum fator, isto é, "Mesmo que seja [X], 42
acontece [Y]"
Expressa independência com relação a
A (MU)ったって 42
algum fator
Indica o ponto que alcança determinada
A {V[X](RTK)・V[X](POT)}ところまで V[X] 42
ação, tendo sentido de algo extremado
B ところ(に・へ) Durante (…) (com ênfase) 43
Usado para transmitir uma informação ci-
B によると(…)そうです 43
tando a fonte
B によると De acordo com (…) 43
B かわりに Em vez disso, em troca, por outro lado 43
I によって Indica dependência ("dependendo de") 43
Indica o começo de algo ("começando
I をはじめ 43
por", "primeiramente")
304
I にくらべて Indica comparação ("comparando com") 43
Indica a adição de algo ("somando-se a",
I にくわえて 43
"além disso")
I にこたえて Indica resposta a algo ("em resposta a") 43
Indica o que está na frente de algo ("pre-
I にさきだって 43
cedendo o", "antes de")
Indica chegada a um ponto ("chegando
I にさいして 43
a", "quando", "caso")
Indica o acompanhamento de algo "per-
I にそって 43
correndo o", "ao longo de")
Tem o sentido de “devido a” e é usado
I につき em sentenças formais, tais como em bo- 43
letins ou avisos
Significa “debaixo de”, no sentido de in-
I もと(で・に) dicar o que guia, sustenta ou torna algo 43
válido
Aponta para uma chance, começo ou
I をきっかけ(で・に) 43
oportunidade
Aponta para uma chance ou oportuni-
I をけいきとして 43
dade
I をこめて Indica o que se inclui ao ato executado 43
I をめぐって Indica em torno do que algo se refere 43
I をもとに(して) Indica em que algo está baseado 43
I におうじて Indica com o que algo está de acordo 43
I における Tem sentido de "sobre" ou "em" 43
Indica substituição ou delegação - "em
I にかわって 43
nome de (…)"
I にかんして Indica relação 43
I にしたがって Indica conformidade 43
I において Tem sentido de "em" 43
Transmite ideia de relação - "sobre", "de-
I うえで 43
pois de"
Indica a extensão de algo ("de (…) até
I (…)から(…)にかけて 43
(…)")
I にたいして Indica a que se direciona a ação 43
I について Indica sobre o que o objeto está ("sobre") 43
Indica em o que algo está baseado; (2)
I V(RTK・TA)うえで 43
Depois de (…)
I をつうじて Indica o meio ("através de") 43
Indica limite, perímetro (Por exemplo, "no
I にかけて(は・も) 43
campo da ciência")
I うえに(上に) Transmite noção de adição ("Além de") 43
Tem significado próximo ao da preposi-
I おいて(於いて) 43
ção "em"
I にいたって ① Indica a que se refere uma afirmação 43
I とははんたいに Indica oposição com contraste 43
Indica contraste. Tem um tom pessimista
I V(TA)ところで 43
e hipotético
Indica que aquilo que foi esperado ou
I ところが planejado, não aconteceu e isso foi ines- 43
perado
Partícula que indica para quem determi-
I にとって 43
nada afirmação é válida
Indica essencialmente o que acompanha
I につれて 43
simultaneamente determinada ação
305
Partícula composta que indica o foco de
I をちゅうしんに algo, podendo ser traduzida como "em 43
torno de"
I をとおして Indica o meio ("através de") 43
Partícula composta que tem o verbo 「反
I にはんして 43
する」. Indica contrariedade
Partícula composta que tem o verbo 「関
I にはんして 43
する」. Indica relação
Advérbio que indica adição, podendo ser
I くわえて traduzido como “além disso”, “ao mesmo 43
tempo”
I くわうるに Variante clássica de「くわえて」 43
Partícula composta que aponta para o
I をもくひょうに 43
ponto de partida de algo
Conjunção que significa “por esta razão”
I したがって 43
e põe foco no resultado
Partícula composta que indica depen-
A V(RYK)ようによっては 43
dência de uma ação
Partícula composta que indica exclusão
A をおいて 43
de algo
Partícula composta que expressa emba-
A をふまえて 43
samento em algo
Partícula composta que expressa confor-
A にそくして 43
midade com algo
Partícula composta que expressa uma
despreocupação com algo, indicando
A をよそに concessão de forma semelhante a「のに 43
」
Partícula composta que indica o ponto de
A をかわきりに 43
partida de algo
Indica contraste. Tem um tom pessimista
e hipotético. Poderia ser traduzido como
A V(TA)ところで 43
“mesmo se”, “apesar de”, ou “não im-
porta o quanto…”
Descreve que algo inesperado aconte-
ceu ou está acontecendo, não sendo ne-
A ところを 43
cessário anexá-lo obrigatoriamente à
forma passada do verbo
Partícula composta que indica uma refe-
A にてらして 43
rência, comparação, embasamento
Partícula composta que indica indepen-
A によらず 43
dência dos fatos
Partícula composta que tem um ar nega-
tivo, no sentido de que a pessoa se foca
A にかまけて 43
tanto em algo que acaba negligenciando
outras
Partícula composta que indica pretexto /
A にかこつけて 43
desculpa
Partícula composta que indica compara-
A にひきかえ 43
ção com tom de contraste
Partícula composta que tem sentido de
A をたて 43
"Depois de [X]"
Partícula composta que tem sentido de
A をおして 43
"embora"
Indica que mesmo que se faça a ação
A としたところで [X], não é algo necessariamente inútil, in- 43
frutífero para a circunstância
A をもって Partícula composta semelhante a 「で」 43
Indica que quando se está “dentro” de
A なか(を・では) 43
uma ação, outra coisa ocorre
Com o significado relacionado a “estar si-
A にあたって 43
tuado”, indica uma ocasião
306
Partícula composta que indica a base,
A にもとづいて 43
fundamento de algo
Partícula composta que indica a direção
A にむかって 43
de algo
Partícula composta que indica aquilo que
A にさきだち 43
vem antes de algo
Partícula composta que dá ideia de que
A にともなって algo acompanha outra coisa, no sentido 43
de "conforme se faz [X], acontece [Y]"
Partícula composta que indica que algo
A につけて sempre ocorre dada determinada cir- 43
cunstância
Transmite a ideia de algo que se estende
A にわたって 43
de um ponto a outro
Indica o que guia, sustenta ou torna algo
A もとで válido. Pode ser usado com as partículas 43
「で」 ou 「に」
Transmite a ideia de "como resultado de
A をけいきに [X], acontece [Y]", podendo isso ser bom 43
ou ruim
Transmite a ideia de "com exceção de
A をのぞいて 43
[X], acontece [Y]"
Partícula composta que adiciona outro
A おまけに elemento à afirmação. Tem um sentido 43
negativo e pessimista
A を③ Partícula que indica concessão 43
Expressa falta de mudança de algum es-
B まま 44
tado
Indica ênfase a uma situação em que
I にあって 44
algo está inserido
Indica que não se pode deixar de fazer
I ざるをえない 44
alguma coisa, mesmo que queira
Indica incapacidade de deixar de fazer
I やむをえ(ない・ず) 44
algo
Indica uma tendência, geralmente ruim
I がち 44
ou indesejada
Usado de várias maneiras no
I っぱなし que diz respeito a deixar algo do jeito que 44
está
É usado para expressar algo que você
não quer fazer, mas acaba fazendo natu-
I V(MZK){ずに・ないで}はいられない 44
ralmente, mesmo que por vezes a contra
gosto
Indica o que acontece logo a seguir de
A がさいご uma ação, geralmente tendo um sentido 44
negativo
Usado para descrever a tentativa de uma
A べく 44
ação
Indica uma profunda relação. Uso base-
A あっての 44
ado na partícula dupla 「ての」
Indica uma condição, cujo resultado é
A とあれば algo natural ou esperado dentro da refe- 44
rida condição
Indica um fato que resultará em outro de
A とあって forma natural ou esperada dentro da re- 44
ferida situação
De maneira enfática, indica a impossibili-
A べくもない 44
dade de algo
A きらいがある Descreve uma tendência ou hábito ruim 44
A V(TE)やまない Indica que uma ação não é cessada 44
A ままに Indica como algo é feito 44
Enfatiza a incapacidade de praticar de-
A V(TE)ばかりはいられない 44
terminada ação, dando um sentido de
307
proibição a um fato dada uma circunstân-
cia
Partícula de comparação (o item que ela
B より ① segue sempre está abaixo no quesito em 45
comparação)
B より ② Partícula indicadora de origem 45
B (…)や(…)など Indica uma lista vaga 45
B ほど(…)(NGT) Não é como (…) 45
B ほど Partícula que indica a extensão de algo 45
B ば(…)ほど Quanto mais [ação], mais [ação] 45
B よりも Versão mais forte de 「より」 45
Indica que algo é o topo em algum que-
I ほかならない sito ("Não existe algo mais do que / ou 45
melhor que")
Indica coisas semelhantes às anterior-
I など mente citadas, assemelhando-se ao 45
nosso "et cetera"
"Filler", recurso usado para preencher
I なんか ② uma lacuna, uma pausa em sua fala 45
(como "tipo" em português)
Quando usado no meio de orações, fun-
I ね② 45
ciona como "filler"
Colocado no início de orações, enfatiza o
I なんと 45
que se está afirmando
Colocado no início de orações, enfatiza o
I なんて ① 45
que se está afirmando
No meio de uma oração, geralmente a
I なんて ② ênfase tem um sentido negativo, de des- 45
prezo ou desgosto
Indica que algo é o topo em algum que-
I よりほかない sito ("Não existe algo mais do que / ou 45
melhor que")
Partícula que enfatiza o elemento que a
I こそ 45
precede
Indica o grau mínimo dentro de um con-
I さえ 45
texto
Expressa que nem mesmo a expectativa
I さえ(…)(NGT) mínima foi cumprida, podendo indicar um 45
sentimento de surpresa ou vergonha
O mesmo que 「 さ え 」 . Usado com
I (SB)でさえ 45
substantivos
Indica que não há nada além de algo ou
I よりしかたがない 45
ação a se fazer
Expressa que algo é tudo o que se pre-
I さえ(…)ば 45
cisa, tendo sentido positivo
I (TE)なにより O acontecimento de uma ação foi bom 45
I V(KTK)ば(…)ほど Quanto mais [verbo {X}], mais [verbo {X}] 45
Expressão fixa, cujo significado é “não
I とはかぎらない 45
necessariamente”
Transmite a ideia de que [X] não é como
I ほど(…)ない 45
[Y]
Expressa uma razão (um fato ocorre por
A V(KTK)ばこそ 45
causa da conclusão de outro)
Enfatiza que depois de ocorrida uma
A V(TE)こそはじめて 45
ação, algo acontece
Tem sentido similar a 「より」, sendo
A にもまして 45
enfática e muito formal
A くらいなら Expressão que significa “em vez de” 45
Expressa que nem mesmo a expectativa
A SB(で)すら mínima foi cumprida, podendo indicar um 45
sentimento de surpresa ou vergonha
308
Expressa que, apesar de uma situação
A だけまし desfavorável, pelo menos algo de 45
bom acontece
Tem o mesmo sentido de 「など」 e pa-
rece ocorrer somente com verbos que
A などと 45
costumam ser usados com 「 と 」 ,
como 「いう」 e 「おもう」
(1) Condicional clássico com ênfase; (2)
A V(MZK)ばこそ 45
forte negação
Enfatizar uma causa, dando um ar de
A からこそ que esta causa é o único motivo para a 45
ocorrência de algo
Indica de forma bem enfática que algo
A ことにはならない 45
não é fato ("Definitivamente não [X]")
Enfatiza bem que depois de ocorrida
A V(TE)こそ 45
uma ação, algo acontece
Indica que não há nada além de algo ou
A (ORAÇÃO)よりほかない 45
ação a se fazer
Expressa que determinada opção é a
A をおいてほかにない 45
única possível
Indica que algo é tão ridículo que nem
I どころか 46
vale a pena considerar
Indica enfaticamente a impossibilidade
de algo, como se estivesse muito longe
I {SB・V・KY}どころではない 46
de acontecer ou do esperado, devido a
alguma adversidade
Indica que alguma coisa acontece assim
I V(TA)とたん(に) 46
que outro fato ocorre
Transmite a ideia de “não significa (ne-
I (という)わけではない 46
cessariamente) que...”
Usado para indicar conclusões que
I わけ qualquer pessoa pode ser capaz de che- 46
gar, dadas certas informações
Expressão formal para dizer que algo
não deve ser feito a qualquer custo. É
I わけにはいかない 46
uma versão mais forte e mais formal de
「~てはいけない」
Expressão formal para dizer que algo
deve ser feito a qualquer custo. É uma
I V(NGT)わけにはいかない versão mais forte e mais formal de 「~ 46
なくてはいけない」
Descreve um mau resultado de uma
I (SB)のあげく 46
ação concluída
Descreve um mau resultado de uma
I V(TA)あげく 46
ação concluída
Indica que não há nenhuma conclusão
I (ORAÇÃO)わけがない 46
razoável
Substantivo que significa “proibição (con-
I きんし tra)” e pode funcionar como um “sufixo” 46
para alguns substantivos
Indica algo que você pensa ser uma
A とおもいきや coisa, mas para o seu espanto, as coisas 46
realmente se tornam muito diferentes
Descreve algo que aconteceu no instante
A がはやいか que outro fato ocorreu, quase que de 46
forma simultânea
Indica algo que não se pode evitar. É
A SB をきんじえない sempre antecedido por substantivos que 46
indiquem sensações, sentimentos
Descreve um evento que acontece
A V(RTK・TA)そばから 46
logo após o outro de forma recorrente
309
Anexados a um verbo, são usados para
A V(RTK・TA)や・やいなや descrever algo que aconteceu logo de- 46
pois deste verbo
Transmite a ideia de “ao ver [X], imedia-
A とみるや 46
tamente..."
Usado para indicar que algo é tão ridículo
A おろか 46
que nem vale a pena considerar
Indica de forma enfática que se deseja
A なにも(…)わけではない 46
dissipar alguma impressão errada
B も② Partícula de ênfase 47
B ごろ Partícula que indica estimativa de tempo 47
Partícula que indica distribuição igual de
B ずつ 47
quantidade
Partícula que indica extrema restrição,
I きり 47
isto é, “é isso e somente isso”
Partícula usada para fazer uma estima-
tiva de dimensão, quanto à quantidade,
I く(ぐ)らい ① 47
duração, frequência ou até mesmo ra-
zões
Destaca uma parte de algo como sendo
I く(ぐ)らい ② 47
a única
I からなる Transmite o sentido de “consiste em" 47
Partícula final usada quando você per-
gunta algo a si mesmo, como quando
I っけ tenta relembrar algo, ou quando pede no- 47
vamente a alguém uma informação já
dada
Partícula que Indica incerteza, funcio-
I やら ① nando de modo similar a 「か」, mas é 47
mais vaga
Indica dois ou mais de uma lista impli-
I やら ② cando, porém, que essa lista é mais ex- 47
tensa
Significa "de alguma forma", "de que
I どうやら 47
forma"
Partícula que indica pergunta retórica
I ものか 47
com sarcasmo
I ものの Partícula que indica adversidade 47
A V(RTK)ものやら Indica dúvida com relação a algum fato 47
Indica que se algo se torna alguma coisa
A ともなると em especial, algum fato ocorre natural- 47
mente
O mesmo que 「ともなると」, mas sem
A ともなれば o sentido de que algum fato ocorre natu- 47
ralmente
Partícula que indica uma lista exemplifi-
cativa, em que implicitamente se está su-
A なり(…)なり ① 47
gerindo também outras coisas similares
às citadas
Partícula que lista ações, sendo frequen-
A なり(…)なり ② temente usada em situações em que se 47
exigem escolhas
Substantivo-sufixo que significa “forma”,
“aparência”, “visão”. É possível combinar
A なり(に・の) 47
com as partículas 「に」 ou 「の」 para
indicarmos como algo é feito ou ocorre
Indica surpresa por uma má conduta de
alguém de maior status social, de grande
A ともあろう(ものが) 47
habilidade ou responsabilidade, de quem
não se espera determinadas atitudes
A だに Partícula que indica o requisito mínimo 47
310
Usado para listar duas coisas diferentes
(geralmente contrastantes) e expressar
A (…)とも(…)とも V(NGT) 47
que nenhuma conclusão pode ser tirada
a partir delas
Partícula que descreve o quão irrele-
A くらいで vante, sem importância é o elemento que 47
a precede
Partícula usada para expressar senti-
A ものを ① mentos deploráveis por não se fazer algo 47
que deveria ter sido feito
Partícula que tem função de concessão,
A ものを ② 47
igual à partícula 「のに」
Cria uma lista de itens representativos de
A だの 47
algo
Transmite o sentido de "Não importa o
A どんなに(...)V(MU){が・と(も)} 47
quanto [X], acontece [Y]
Enfatiza grandes quantidades aproxima-
A から(ある・する・の) 47
das
Indica que assim que uma ação é conclu-
A V(RTK)なり 47
ída, outra ocorre
Indica que algo acontece (e não muda)
A V(TA)なり(で) 47
quando outra coisa ocorre
Transmite ênfase, sendo próximo a 「て
A なりと(も) も」 (obviamente 「でも」 se não for 47
verbo)
Partícula clássica que tem o significado
A して 47
semelhante à partícula 「て」
Destaca uma parte de algo como sendo
A くらいのもの 47
a única e dá ênfase a isso
Destaca uma parte de algo como sendo
A くらいなもの 47
a única e dá ênfase a isso
Indica que se algo se torna alguma coisa
A と(も)なると・と(も)なれば em especial, algum fato ocorre natural- 47
mente
A V(MZK)ずして Funciona de forma similar a 「ずに」 47
Indica que o falante quer fazer algo ou
A べきか 47
está se perguntando sobre alguma coisa
Expressa que algo se concretiza exata-
A V[X](SSK)べくして V[X](TA) 47
mente como se espera
Indica que o que é afirmado na frase an-
B それで terior é a razão ou a causa do que é afir- 48
mado na frase seguinte
B それでは Se esse é o caso 48
Uma conjunção que indica (1) ações ou
estados temporalmente contíguos ou (2)
B それから 48
uma lista cumulativa de objetos, ações
ou estados
B それなら Se esse é o caso 48
B そして Conecta duas frases 48
Verbo intransitivo que significa entender,
B わかる 48
saber
B しる Verbo transitivo que significa "saber" 48
Indica que, apesar de uma situação (nor-
B それでも 48
malmente ruim), algo ocorre
Usado para adicionar outro fato ou situa-
B それに 48
ção semelhante
Literalmente significa "sem ser afetado" e
I かかわらず transmite a ideia de irrelevância, inde- 48
pendência
I V(RTK)にきまっている Indica grande certeza 48
Indica que algo está repleto de alguma
I だらけ 48
coisa em todos os lugares
311
Expressa uma incapacidade, relutância
I V(RYK)かねる 48
ou recusa de uma pessoa em fazer algo
Indica que existe uma possibilidade de o
I V(RYK)かねない verbo em questão acontecer, tendo um 48
sentido negativo
I V(RTK)にこしたことはない Indica que algo é aconselhável 48
Usado para expressar uma razão ou jus-
I そのため(に) tificativa para algo. Pode ser visto como 48
「このため(に)」
I V(RTK)には Indica o propósito de algo 48
Literalmente significa “essa coisa”, mas
I そのもの pode ser usado para colocar bastante 48
ênfase a algo que o antecede
I それぞれ Significa “cada um” 48
Usado quando o falante enfatiza uma
I それは 48
resposta esperada para uma pergunta
Literalmente significa “com isso”, então,
tem um sentido de adição, frequente-
I それと 48
mente sendo traduzido simplesmente
como “e”
Seu sentido está próximo a algo como
“longe disso”, sendo traduzido comu-
I それどころか mente como “pelo contrário”. Indica que 48
a situação está muito distante de algo
dito ou subentendido
Indica que, apesar de uma situação ne-
gativa mencionada ou subentendida, al-
I そこを 48
gum esforço ou situação positivos exis-
tem
Transmite a ideia de impressão que algo
A {SB・KYD}めく 48
está em um estado
A V(MZK)んばかり(だ・に・の) Indica sinais de algo 48
Sufixo usado para objetos realmente físi-
A まみれ cos que descreve algo que se aplica ao 48
seu todo
Expressa para qual ação ou coisa algo é
A V(RTK)にたる 48
suficiente ou digno
Sufixo que descreve algo que se aplica
A ずくめ 48
ao todo
Expressão fixa que indica algo em seu
A このうえない 48
nível máximo
Indica que determinada ação é impossí-
A V(RTK)にたえない 48
vel de se executar
Expressa que uma ação ou algo não é
A V(RTK)に(は)あたらない 48
necessário
Transmite a ideia de "Não importa o que
A いかに(…)V(TE)も 48
faça, algo é fato"
Funciona como substantivo, tendo o sig-
A いかん 48
nificado de “circunstância"
A いかん(による) Indica a ideia de "Depender de" 48
Indica que independentemente de al-
A SB(の)いかんによらず 48
guma circunstância, algo é fato
Indica que uma ação é realizada ao ex-
A V(RYK)づめ 48
tremo
Indica quando uma afirmação passa a
A V(RTK)にいたって ② ser válida ("Quando se trata da ação 48
[X]...")
A {SB・V(RTK)}にたえる Indica que uma ação ou algo vale a pena 48
Indica conformidade com uma situação
A それはそれでいい 48
não desejada
Significa “Isso, sendo assim”, equiva-
A それはそれとして 48
lendo ao “de qualquer forma” que temos
312
em português. Usada para mudar de as-
sunto
Transmite a ideia de "Não lembro / Não
A V(TA)おぼえはない 48
preciso de [X]"
Transmite a ideia de "Não lembro / Não
A V(FORMA PASSIVA)おぼえはない 48
preciso de [X]"
Indica uma entrega total e irresponsável
A まくる 48
a uma atividade
A いかにも Versão clássica de 「どうにも」 48
Expressão que se origina de 「かまう」
(構う ), um verbo intransitivo que signi-
A (に)もかまわず fica “preocupar-se com”, “importar-se 48
com”. Expressa que alguém faz algo sem
se preocupar nem um pouco com [X].
Pode ser traduzido literalmente como
A そのうえ “acima disso”. É usado para introduzir 48
uma declaração adicional, enfática
Advérbio que significa “brevemente”,
A やがて 48
“eventualmente"
A それなのに Literalmente significa “apesar disso” 48
Literalmente significa “mesmo (levando
A それにしても em conta) isso”, podendo ter sentido de 48
“mesmo assim”
Indica que independentemente de al-
A いかんをとわず 48
guma circunstância, algo é fato
A そればかり Significa “esse tanto” 48
Indica que não existe apenas uma ação
A V(RTK)とどまらず 48
dentro de uma circunstância
B (ORAÇÃO)とおり Indica conformidade 49
Indica crítica ou um ponto de vista dife-
B しかし 49
rente
Substantivo que significa “necessidade”.
Pode ser usado tanto por si mesmo
B ひつよう quanto ser modificado por um verbo para 49
expressar que há necessidade de algo
ou não
Expressa a ideia de que enquanto ou
quando se faz uma ação [X], isso é opor-
I ついでに 49
tunidade para se fazer outra ação [Y]
também
Indica um resultado final que se origina
após um longo período que se passa
I {V(TA)・(SB)}すえ 49
pensando, discutindo, etc. Tem um sen-
tido negativo
Indica uma tendência visível em direção
I {V(RYK)・SB}ぎみ 49
a algo
Conjunção que significa “devido a”, “por
I ゆえ(に) 49
esta razão”
Indica que há medo ou mesmo perigo ou
I おそれがある possibilidade de que algo indesejado 49
aconteça
Indica uma tendência crescente, sendo
I V(RTK)いっぽう 49
usado com verbos que indicam mudança
Descreve duas ações ou estados simul-
I いっぽう(で) tâneos e contrastantes ("por outro 49
lado...")
Substantivo, cujo significado é “conse-
quência”, “resultado”. Pode ser usado de
I けっか 49
forma especial tendo o sentido de “como
resultado de
Conjunção, que significa “então”. É
I さて 49
usada para se mudar de tópico
313
Substantivo que significa “ocasião”. Pode
I さい(に) ser usado com a 「に」 para ter valor de 49
advérbio, significando “no caso de “
I V(RTK)かのうせいがある Indicar que existe a possibilidade de algo 49
Substantivo, cujo significado é “tendên-
I けいこう 49
cia”
Pode ser usado de forma semelhante a
I さあ 49
「さて」, isto é, para mudar de tópico
Substantivo que significa “relação”. Pode
I かんけい indicar a causa de algo ao ser usado com 49
a partícula 「で」
Substantivo que significa “fim”, “desfe-
A しまつ 49
cho”, “resolução”
Indica um mau desfecho, algo ruim que
A V(RTK)しまつ 49
ficou pior
Expressa que, apesar de ter feito algo,
A V(TA)かい não se tirou proveito dessa ação, isto é, 49
o resultado esperado não aconteceu
Substantivo que significa “chance”,
A おり 49
“oportunidade”
Substantivo que significa “ocasião”, “pa-
rágrafo”. Pode ser usado da mesma
A せつ forma que 「おり」 , com a diferença 49
que só pode ser usado quando a oração
é dirigida ao ouvinte
Significa “a partir do momento (que está
A おりから 49
sendo referido)”
Substantivo oriundo do auxiliar de nega-
A なさ ção 「ない」 com o sufixo 「さ」. Signi- 49
fica “falta”
Seu significado é “habitualidade”, pois
isso nos remete a algo habitual, que por
A ただ 49
sua vez, a algo comum, sem ser nada es-
pecial
Padrão em que o sentido de 「のみ」 é
A ただ(…)のみ 49
reforçado por 「ただ」
A はめになる Indica uma situação indesejada 49
Conjunção que significa “devido a”, “por
A ゆえに 49
esta razão”
Substantivo que significa “um lado / ca-
A いっぽう ① 49
minho"
Descreve duas ações ou estados simul-
A いっぽう ② 49
tâneos e contrastantes
No final de sentenças, indica uma ten-
A (ORAÇÃO)いっぽう ③ dência crescente, sendo usado com ver- 49
bos que indicam mudança
substantivo que tem como significado
principal “alvorada”. Contudo, também
A あかつき 49
pode significar “evento”, “ocasião”, “ocor-
rência”.
Indica que, após a conclusão de algum
A V(TA)あかつきには 49
fato, coisas boas acontecerão
Substantivo que significa “meio”, “mé-
A すべ 49
todo
Indica uma impossibilidade ("Não há
A (ORAÇÃO)すべがない 49
meio de fazer [X]")
Conjunção usada para indicar que se o
fato anterior não for concluído, é pouco
A なくして(は) 49
provável que o fato subsequente seja
concluído
Substantivo que designa aquilo que é
A もよう aparente, como um aspecto, um padrão, 49
um sinal, etc.
314
Conjunção que significa “a propósito”,
A ちなみに 49
“diga-se de passagem”, “aliás”
Expressa que se tirou proveito de uma si-
A かいがある 49
tuação
Conjunção que significa “mas (então)”,
A もっとも ① 49
“embora”
Tem significado de “natural”, “razoável” e
pode ser usado para indicar uma conse-
A もっとも ② 49
quência natural ou esperada dentro de
uma circunstância
A なお ① Indica ideia de informação adicional 49
Indica noção de aumento com relação ao
A なお ② 49
termo que se segue
Indica ideia de informação adicional, po-
A しかも dendo ser traduzido como “além disso”, 49
“e mais”:
Indica o resultado final que se origina
após um longo período que se passa
A V(TA)すえに 49
pensando, discutindo, etc. Tem um sen-
tido negativo
Conjunção que indica o que é válido
A うえは após alguma coisa, significando “agora 49
que” ou “desde que”
A いいすぎ Substantivo que significa “exagero” 49
Como substantivo significa “extremo”. É
A いたり usado para indicar coisas extremas refe- 49
rentes a si mesmo
É um substantivo que significa “extremo”,
“pico”. Tem o funcionamento parecido
A きわみ 49
com 「いたり」 com a diferença que
pode ser usado para se referir a terceiros
Conjunção restrita à escrita bem formal
usada para iniciar uma conclusão, po-
A かくして 49
dendo ser traduzido como “assim”, “en-
tão”, “por isso”
Indica uma preocupação pessoal com al-
A しんぱいがある 49
guma coisa
Indica um comportamento de quem si-
A (SB)きどり 49
mula características que não possui
B すこし Advérbio que significa "um pouco" 51
B なかなか (…) (NGT) Advérbio que significa "não muito" 51
B とても Advérbio que significa “muito” 51
Advérbio que indica forte certeza. Pode
B きっと 51
ser traduzido como “certamente”
Advérbio que significa “como era de se
B さすが 51
esperar”
Advérbio cujo significado é “obviamente”,
I もちろん ① 51
“claro”
Expressa que embora um fato (A) seja
I もちろん ② 51
óbvio, outro fato (B) o é igualmente
Advérbio que significa "Como é possí-
I よくも 51
vel?!" (surpresa)
Advérbio que significa "de qualquer ma-
I どうせ 51
neira" ou "depois de tudo"
Assim como a partícula 「より」 , indica
I というより o elemento que é inferior dentro de uma 51
comparação
Advérbio usado para descrever algo que
I すでに 51
já ocorreu ou está em curso
Indica que algo não ocorre de forma or-
I めったに(…)(NGT) 51
dinária (= raramente)
315
Advérbio que significa “eventualmente”.
I まんいち 51
Usado na escrita
Advérbio que significa “eventualmente”.
I まんがいち Variante de 「まんいち」 usada na lín- 51
gua falada
I けっこう Indica superação das expectativas 51
Expressa uma grande impossibilidade de
I とうてい(…)(NGT) 51
algo
Advérbio cuja função é adicionar infor-
I さらに 51
mação ou aumentar o grau de algo
Advérbio usado para indicar contraste,
I むしろ funcionando de forma semelhante à par- 51
tícula comparativa 「より」
Advérbio usado para enfatizar, geral-
I いったい 51
mente transmitindo desaprovação
Expressa de maneira forte a impossibili-
I とても(…)(NGT) 51
dade de algo
I せめて Advérbio que significa “pelo menos” 51
I せいぜい Indica o grau máximo de algo 51
Advérbio usado para expressar um
grande esforço para se fazer algo, geral-
I わざわざ 51
mente feito até o fim. Por isso, é muito
usado para fazer agradecimentos
Advérbio usado para indicar algo contrá-
I かえって 51
rio a uma expectativa
Advérbio que significa “relativamente”,
“proporcionalmente”, "comparativa-
mente”. Pode ser usado para expressar
I わりに 51
um julgamento em que a situação ex-
pressa por (B) não atende as expectati-
vas ou não parece ser o que (A) implica
Tem sentido de “não [verbo] suficiente-
I ろくに(…)(NGT) 51
mente
Advérbio usado para expressar que al-
I あえて guém se atreve a algo, apesar da dificul- 51
dade, perigo ou oposição
Expressa algo como “uma vez que se
I いったん(…)V(ば・と・たら) 51
faça [X]..."
Advérbio que significa “quanto possível;
I なるべく 51
o mais...possível”
Advérbio que significa “especialmente”,
“particularmente”. Pode aparecer com
I べつに(…)(NGT) 51
verbos na forma negativa, tendo sentido
de “particularmente [X] não”
Indica que algo foi feito por engano, sem
I つい 51
intenção
Advérbio, cujo significado é “finalmente”,
I ついに 51
“no fim”
Advérbio que significa “no final”, “depois
I けっきょく 51
de tudo”
Advérbio, cujos significados são “inteira-
I まるで 51
mente”, “praticamente” e “assim como...
I いちどに Advérbio que significa “de uma vez” 51
Advérbio que significa “com”, “em con-
junto com”, mas com o sentido de que
A あいまって 51
essa combinação produz algo. É fre-
quentemente precedido por 「とが」
Um “agora” bem forte, usado para mos-
A いまでこそ trar a diferença entre o presente e o pas- 51
sado
Trata-se de um “agora” mais enfático,
A いまや mostrando contraste entre uma situação 51
passada e o presente
316
Advérbio usado com a forma negativa,
A まんざら cujo significado é “inteiramente”, tendo 51
um ar de suavização
Indica que algo não é necessariamente
A まんざらでもない 51
ruim. Também é bom de certa forma
Advérbio que indica plenitude. Usado
A あながち 51
com a forma negativa
Advérbio que indica pequena margem
A あやうく 51
(quase, por pouco)
Advérbio que indica plenitude. Usado
A いっこうに 51
com a forma negativa
Indica o grau máximo de algo, represen-
A たかが(…)ぐらいで 51
tando, às vezes, menosprezo por isso
Advérbio que indica uma forte negação
A なにひとつ 51
quando nos referimos a ações e coisas
Advérbio que indica uma forte negação
A だれひとり 51
quando nos referimos a pessoas
Advérbio que significa “muito”. É usado
A たいして 51
com a forma negativa
A まんまと Advérbio que indica plenitude 51
Advérbio que indica generalização feita
A いちがいに 51
de forma irrefletida
Advérbio que significa “nada”, “de modo
A ちっとも 51
algum”. É usado com a forma negativa
Advérbio que dá ideia de “como se ima-
A はたして 51
ginava”
Advérbio que originalmente era usado
para dar um ar humilde ou sutil à sen-
tença. Entretanto, como 「 いち おう 」
enfatiza o fato, parece que se tornou am-
A いちおう 51
bíguo, isto é, pode dar às pessoas ao seu
redor a impressão de que você está na
verdade se gabando. Costuma ser tradu-
zido como "até certo ponto".
Advérbio que significa “de repente”, “ab-
A いきなり 51
ruptamente”
Advérbio cujo significado é “mais e mais”,
A いよいよ 51
“finalmente”
A おそらく Advérbio que significa “provavelmente” 51
Advérbio derivado de 「 す こ し 」 (=
pouco (quantidade); pequena quanti-
A すこしも dade). Entretanto, 「すこしも」 só pode 51
ser usado com verbos e/ou adjetivos na
negativa
A すくなくとも Advérbio que significa “pelo menos” 51
Advérbio que significa “de uma vez”,
A ただちに 51
“imediatamente”, “automaticamente”
Advérbio que significa “já” ou “há muito
A とっくに 51
tempo”, dependendo do contexto
Dá ideia de adição, seja ela positiva ou
A もとより 51
negativa
Expressão que significa “em suma”, “a
A ようするに 51
questão é que"
A ふたたび Advérbio que significa "novamente" 51
Advérbio que significa “de uma vez”,
A いっきに 51
“imediatamente”
Advérbio usado quando se quer afirmar
algo deixando de lado outra coisa, no
A ともかく 51
sentido de que isso não tem tanta impor-
tância ou é ruim
317
Advérbio que indica que uma dificuldade
A かろうじて 51
quase intransponível foi superada
Indica que, se cumprida uma condição, a
afirmação anterior não é válida. Por isso,
A (…)ならべつ 51
pode ser traduzido como “a não ser que”,
“a menos que”
Indica que, se cumprida uma condição, a
afirmação anterior não é válida. Por isso,
A (…)ならはなしはべつ 51
pode ser traduzido como “a não ser que”,
“a menos que”
Indica que, se cumprida uma condição, a
afirmação anterior não é válida. Por isso,
A (…)となるとべつ 51
pode ser traduzido como “a não ser que”,
“a menos que”
Indica que, se cumprida uma condição, a
afirmação anterior não é válida. Por isso,
A (…)となるとはなしはべつ 51
pode ser traduzido como “a não ser que”,
“a menos que”
Advérbio que significa "ao mesmo
A とりあえず tempo", "em primeiro lugar", "para o mo- 51
mento"
B にちがいない O [fato] é realmente verdadeiro 52
Usado quando se está procurando con-
B じゃない(か)・ではないか firmação sobre algo, mesmo que esteja 52
relativamente seguro do fato
Pode transmitir o sentido de que algo tem
I かぎる um grau distinto (geralmente bom) dada 52
uma circunstância
Indica o que acontece enquanto algo per-
I かぎり ① manece válido, isto é, “enquanto [X] exis- 52
tir, [Y] será verdade, acontecerá”
Expressa que algo está restrito a alguma
I にすぎない 52
coisa, não a excedendo
Indica concessão com ar de irritação, crí-
I くせに 52
tica ou raiva
Indica concessão de forma emotiva
I にもかかわらず 52
("Apesar de")
Indica a causa de algo, sendo usado em
I せい(だ・で・か) conotações negativas, geralmente para 52
expressar culpa, vergonha
Indica forte certeza. É uma versão mais
I にそういない 52
formal de 「にちがいない」
Indica que algo ocorre quase que imedi-
I かとおもう(と・ったら・ば) 52
atamente após alguma coisa
Expressa apenas que se termina de fa-
I V(RYK)きる 52
zer alguma coisa
I V(RYK)きれる Indica que é possível terminar algo 52
Indica a incapacidade de terminar de fa-
I V(RYK)きれない zer algo, porque há alguma coisa em ex- 52
cesso
Indica que uma ação, fenômeno ou coisa
I おかげで age como causa para algo, tendo um 52
sentido positivo
Indica a causa de algo, mas o falante não
I おかげか quer dar certeza absoluta se esta é real- 52
mente a causa
Advérbio que indica que não há engano,
I まちがいなく podendo ser traduzido como “clara- 52
mente”, “sem dúvida”, “sem erro”
I V(RYK)そうになる Indica algo que quase se torna realidade 52
Expressa que uma ação, fenômeno ou
A SB をかぎりに estado é válida após um determinado 52
ponto
318
É usado quando algo causa no falante
A といったらない uma sensação ou emoção forte que, de 52
tão extrema, é difícil de ser descrita
A (とい)ったらありゃしない Versão enfática de 「といったらない」 52
É usado em analogias, quando se julga
A (ORAÇÃO)かとおもうほど que a situação alcançou um alto grau em 52
algo (geralmente negativo)
A もうすこしで Indica a ideia de "quase" 52
A もうちょっとで Indica a ideia de "quase" 52
Indica que algo não está restrito a [X],
A にかぎらず tendo sentido próximo a "Não só [X], mas 52
também [Y]"
Indica que algo está restrito a [X], tendo
A にかぎって sentido próximo a "Somente [X] e mais 52
nada"
Literalmente, indica que o sujeito está
confinado nos limites de algo. Por esta
A かぎり ② razão, causa algo muito forte. Em portu- 52
guês tem significado de "Estar extrema-
mente [X]"
Variante de「くせに」que parece se tra-
tar da combinação de「くせ」com 「し
A くせして 52
て」, partícula clássica semelhante a 「
て」
Expressa a ideia "Não é outra coisa se-
A (SB)としかいいようがない 52
não [X]"
Indica de maneira enfática a impossibili-
A V[X](TE)も(…)V[X](RYK)きれない dade de se fazer algo de maneira com- 52
pleta
Advérbio que significa “rapidamente”, “de
B きゅうに 53
repente”
B どうやって Significa “como”, “de que maneira” 53
Sufixo usado para indicar intervalo
B おきに (deixa-se para trás [X] dias, e se estuda 53
no dia que se segue)
Advérbio que significa “certamente”, “de-
B ぜひ finitivamente”, “realmente”. Enfatiza um 53
desejo
Sufixo que significa “considerando [X]”
I じょう(は) 53
(Lit. "Em cima de")
É usado para expressar certeza do ponto
I たしかに 53
de vista do falante
Advérbio que significa "intencional-
I わざと 53
mente", "de propósito"
Keiyoudoushi que significa “um pouco”,
I わずか 53
“apenas”
Advérbio cujo significado é “de repente”,
I ふと 53
“por acaso”
Sufixo para substantivos (ou elementos
que se portem como tal) e seu significado
I ちゅう 53
é “durante”, “no curso de”, “através de.
Indica algum ponto de [x]
Pronúncia alternativa de 「 ちゅ う 」 ,
I じゅう que também traz uma diferença. Indica 53
"o todo de [x]"
I いっそう Advérbio que indica um acréscimo 53
É a forma TE do verbo 「きわめる」 (極
I きわめて める ), que significa “ir aos extremos”. 53
Sendo usado como advérbio, significa
“extremamente"
319
Sufixo para substantivos que deriva do
verbo 「越す」 , cujo significado básico
I ごし é “atravessar”. É usado para indicar ex- 53
tensão, por exemplo, de tempo, de cami-
nho, etc.
Advérbio que pode ser traduzido como
I おもいきって “ousadamente”, “corajosamente”, “deci- 53
sivamente”
Advérbio, cujo significado é “de fato”, ver-
I じつに 53
dadeiramente”, “certamente”
Advérbio, cujo significado é “na verdade”.
Usado para contrastar uma ideia exposta
I じつは 53
anteriormente ou subentendida pelo con-
texto
Sufixo oriundo do auxiliar de negação 「
A なし 53
ない」 , cujo sentido é “sem [X]"
Classificado pelos dicionários como uma
A しのびない expressão conjugada como Keiyoushi, 53
indica que algo é insuportável
Carrega um sentido de “sem (a intenção
A ともなく・ともなしに 53
/ preocupação de)”
Indica que alguém é forçado a fazer algo
contra sua vontade, sendo sempre ante-
A SB をよぎなくされる 53
cedido por um substantivo (ou sintatica-
mente equivalente)
A V(RTK)ことなしに Indica a falta de uma ação [X] 53
Introduz algo que se aplica de forma
A いわんや 53
mais forte à afirmação
Adverbio que indica o princípio de algo,
podendo ser traduzido como em “pri-
A まず 53
meiro lugar”; “antes de tudo”, “em princí-
pio”
Indica que dificilmente algo se concretiza
A まず(…)ない 53
na realidade
Keiyoushi que aponta para o fato de que
dificilmente algo se concretiza na reali-
A まずない dade, podendo ser traduzido como “difi- 53
cilmente”, “quase impossível”, “pouco
(provável)”
Keiyoudoushi que significa basicamente
“impossibilidade”, “irracionalidade” e é
A むり usado cotidianamente quando se quer di- 53
zer “não tem jeito”, “é inútil”, “é sem no-
ção”.
Indica que algo é possível, natural ou ra-
A むりもない 53
zoável
Indica que existe uma falta viabilidade ou
A むりがある racionalidade com relação a alguma 53
ação
Prefixo para verbos que reforça seu sen-
A つき・つっ 53
tido
A そこそこに Advérbio que significa “apressadamente” 53
Advérbio, cujo significado é “ao mesmo
A かたがた 53
tempo”
A SB ぐるみ É um sufixo que dá noção de algo inteiro 53
Indica uma ação contínua, que se es-
A V(RYK)どおし 53
tende
Advérbio que significa “prontamente”,
A おいそれと “imediatamente”. Normalmente é acom- 53
panhado da forma negativa
Sufixo que significa “parecer com”. É
A SB がましい 53
conjugado como um Keiyoushi
A SB がわしい Alternativa clássica de 「がましい」 53
320
Sufixo para substantivos e elementos
que se portem como tal, o que inclui a
A ほうだい 53
Base Ren’youkei de verbos. Seu signifi-
cado é “o quanto desejar”
A てっきり Advérbio que significa “certamente” 53
Seu significado é “oposição”, “contrário”.
Pode ser usado como advérbio através
da partícula 「に」 , adquirindo assim,
A ぎゃく(に) um sentido de que algo acontece de 53
forma contrária ao esperado ou ao que
foi anteriormente afirmado, podendo ser
traduzido como “contrariamente”
Advérbio que significa “totalmente”, “ab-
A まるっきり 53
solutamente”
Keiyoudoushi que significa “um pouco”,
A わずかに 53
“apenas”
A かりに Advérbio que indica suposição 53
Transmite o sentido de "Mesmo se [X],
A かりに(…)ても 53
acontece [Y]"
Advérbio que significa “sem dúvida”,
A さぞ(かし) 53
“certamente”
A さぞかし(…)ことだろう Indica sentido de "Certamente deve [X]" 53
Literalmente significa “assim (nessa pro-
A さほど(…)ない porção)”, sendo usado geralmente com 53
orações na forma negativa
Advérbio que significa “absolutamente”,
A だんじて “precisamente”. Quando acompanhado 53
da forma negativa, significa “nunca”
Advérbio que enfatiza uma similaridade,
A あたかも sendo geralmente usado com 「よう」 53
(lição 21) ou similares
Significa originalmente “assim”. Atual-
mente, é usado para enfatizar um modo
A さも 53
como algo é feito, carregando o sentido
de “verdadeiramente”, “extremamente”
Literalmente significa “se não for assim”.
Entretanto atualmente é considerada
A さもない(と・ば) 53
uma palavra única (uma conjunção), cujo
significado é “ou”
A さもなくば Forma clássica de 「さもなければ」 53
Advérbio que significa “de forma geral”,
A おおむね 53
“em boa parte”, “aproximadamente”
Usado para se desculpar por ter feito
B V(TE)すみません 54
algo
B あまり(…)(NGT) Não muito (...) 55
B (ORAÇÃO)ばあいに Quando [ação] 55
Indica intervalos em [X] unidades - res-
B ごとに 55
pectivamente na [X] unidade
Conecta duas alternativas expressas por
B それとも 55
sentenças
Indica que o falante está pensando sobre
B または qual alternativa é para ser escolhida (é 55
válida) dentre as outras
B V(TE)いるところ Dá ênfase a uma ação que ocorre 55
Indica que algo é adequado, recomen-
dado a alguém, mas o destinatário pode
I むき 55
não ser o alvo original a que se destina o
objeto
Indica o alvo propriamente dito a que se
I むけ 55
destina um objeto
Significa “ser cuidadoso" com relação a
I V(RTK)ようにきをつける 55
determinada ação
321
Indica o que acontece imediata e oportu-
namente quando se cumpre algum fato,
I {V(RYK)・SB}しだい 55
implicando uma sequência planejada de
ações
I もの(ですから・だから) Indica causa 55
I あまり Indica causa 55
Indica adição de um item. Usado geral-
mente na escrita ou em discursos, espe-
I および 55
cialmente quando se fala para um pú-
blico
Expressa uma coisa que sempre acon-
I たび(に) tece quando algo/alguém toma uma ação 55
("toda vez que")
I {V・KY・KYD・SB(の)}きがする Ter a sensação de [elemento] 55
Significa "pensar em" e tem sentido am-
I きになる plo, podendo estar em qualquer lugar en- 55
tre o neutro e o incômodo
I V(RYK)っこない Indica impossibilidade de uma ação 55
I ことから Indica causa ("A partir do fato de") 55
Em orações não negativas, versão enfá-
I あまりにも 55
tica de 「あまり」 = Excessivamente
Implica que algo não é impossível, mas
I ないことはない pode exigir algum nível de trabalho ou 55
esforço
Uma frase com dupla negação passa um
I FENÔMENO DA DUPLA NEGAÇÃO 55
sentido positivo
É usado quando se deseja que alguém
I V(TE)いるばあいじゃない 55
pare de fazer o que está fazendo agora
Comumente é traduzido como “depen-
I しだいで dendo de [X] (fato), então [Y] se cum- 55
prirá”
Advérbio cujo significado é “gradual-
I しだいに 55
mente”
I もしくは Indica uma alternativa ao item citado 55
Indica que há indícios de algo, geral-
I V(RTK)き 55
mente se referindo a intenções
A KY(RYK く)もなんともない Dá muita ênfase a uma negação 55
Indica que existe uma tendência (que
A (ORAÇÃO)むきがある 55
pode ser um hábito) para algo
Indica que se algo acontecer, nada mais
A V(KTK)ばそれまでだ 55
poderá ser feito
A たる Cópula clássica 55
Indica que uma coisa específica é ade-
A (…)たるもの 55
quada para determinada situação
Enfatiza uma quantidade realmente pe-
quena ou indeterminada, sendo tradu-
A たりとも 55
zido tradicionalmente como “nem
mesmo"
A (SB・KYD)でもなんでもない Enfatiza a negação 55
Costuma ser usado quando o assunto é
A というところ 55
uma estimativa de algo
Construção que insere alternativas ao
A あるいは 55
item mencionado
Indica uma causa de maneira mais enfá-
A (ORAÇÃO)ことだから 55
tica
Indica de maneira mais enfática que algo
A (ORAÇÃO)ことなく 55
é feito sem uma ação
322
Indicar o melhor a se fazer em determi-
nada circunstância, como se fosse a
única alternativa. Geralmente, é uma re-
A (ORAÇÃO)まで 55
ação que segue uma suposição nega-
tiva, isto é, se algo ruim acontecer, então,
a única coisa a se fazer é a ação [X]
Recurso arcaico e restrito à língua falada
A V[X](RYK)V[X](RYK)(ORAÇÃO 2) 55
para indicar duas ações simultâneas
A V[X](RYK)に V[X](TA) Dá ênfase a uma ação 55
Indica que algo tem alguma qualidade ou
A {SB・KYD・KY(GOKAN)}たらしい semelhança, possuindo geralmente uma 55
conotação negativa
A {SB・KYD・KY(GOKAN)}ったらしい Variante de 「たらしい」 55
Significa literalmente “número um”, po-
dendo ser usado para indicar um grau
B いちばん 57
elevadíssimo (que está em “primeiro lu-
gar”), de algo
B (SB)のなかでがいちばん Entre (…) é o mais (…) 57
Indica aproximação, podendo ser tradu-
B ほとんど 57
zido como “quase”
Aponta para a natureza, origem das coi-
sas, podendo ser traduzido como “ori-
B もともと ① 57
gem”, “originalmente”, “(por) natureza”,
“de início”
B {V・KY・KYD・SB}(TE)もともと Indica que qualquer esforço é em vão 57
Substantivo-advérbio que significa “há
B さっき 57
pouco tempo”
Verbo transitivo que basicamente signi-
B つくる fica “fazer” no sentido de construir, cozi- 57
nhar ou fabricar algo
Indica um período de tempo, podendo
B しばらく ser curto ou longo dependendo do con- 57
texto
Verbo transitivo que significa "fazer (por
B おこなう 57
si mesmo)"
Advérbio-substantivo que significa es-
I かたわら sencialmente “ao lado de”, “paralela- 57
mente
I いじょう Significa “mais de” 57
Indica uma forte conexão como que uma
I V(RTK)いじょう 57
não pode existir sem outra
É usado quando algo inesperado quebra
todas as expectativas, podendo ser tra-
I まさか 57
duzido como “Não pode ser!”, “Impossí-
vel!”, “Não acredito!”
I まさかの(SB) Qualifica algo como inesperado 57
Indica reação emotiva do falante diante
I なにしろ de algumas situações extremas ou não 57
usuais
Verbo intransitivo que significa “subir”,
I のぼる 57
“aumentar”
Verbo intransitivo que tem vários, dentre
I あたる 57
os quais “corresponder” e “coincidir”
I いがい Indica superação das expectativas 57
Substantivo-Keiyoudoushi que significa
I ゆうめい 57
“famoso”
Significa “no meio de”. É usado para ex-
I さいちゅう pressar quando algo acontece no meio 57
ou durante outra coisa
I ぶんだけ Significa "na proporção de" 57
323
Advérbio / conjunção com o sentido de
I すなわち 57
“ou seja”, “isto é”, “nomeadamente
Indica que fazer algo é inútil ("Mesmo
I V(TE)もはじまらない 57
que faça [X], é inútil")
Faz referência à situação atual para ser
I V(RTK)げんざい possível fazer uma afirmação sobre ela 57
("Agora que [X], acontece [Y]")
Trata-se de um “agora” com sentido am-
plo, isto é, não se refere necessaria-
I いまごろ mente a este exato momento. Pode ser 57
traduzido como “por volta deste tempo
(ou época)”
verbo intransitivo que significa “terminar”,
“alcançar o extremo”. Pode ser anexado
diretamente aos Keiyoudoushi (ou
A きわまる 57
mesmo substantivos) para indicar que
algo é [X] ao extremo, tendo sempre um
sentido negativo
Sufixo-Keiyoushi que pode ser usado da
A きわまりない 57
mesma forma que 「きわまる」
Significa “muito parecido a”. É usado ge-
ralmente para comparar coisas real-
A どうぜん 57
mente distintas, mas que de alguma
forma se assemelham
A いがい (以外) Significa “com exceção de”, “exceto” 57
A いがいのなにものでもない Reforça a exclusividade de algo 57
Base Ren’youkei do verbo 「さておく」
(扨措く ), que significa “deixar de lado”.
Como sabemos, a Base Ren’youkei pode
A さておき funcionar como a forma TE, que por sua 57
vez, tem como uma de suas funções, a
de advérbio, que neste caso, significa
"Deixando de lado"
Substantivo-Keiyoudoushi que significa
“absurdo”, “irracional”. No final de sen-
A もってのほか 57
tenças, transmite a ideia de que não se
deve fazer algo por ser absurdo
É usado para indicar que algo bom (uma
ação, qualidade ou estado) não é alcan-
A なまじ(っか) 57
çado plenamente e isso pode gerar um
efeito negativo
Indica que, embora algo não seja como o
A なまじ(ものだ)から 57
falante deseja, é aceitável
Verbo intransitivo que significa “hesitar”,
A はばかる 57
“ter escrúpulos”, recear a opinião alheia”
Indica que não há hesitação em fazer al-
A V(TE)はばからない 57
guma ação
Verbo-sufixo conjugado no padrão Ichi-
A SB じみた 57
dan que significa “parecer”
Substantivo que significa “salto”, “mo-
A はずみ mento”, “primavera” (no sentido de início 57
de algo), “estímulo”
Indica o que acontece no momento de
A V(TA)はずみ 57
outro evento
Substantivo-sufixo que indica o limite
máximo, geralmente usado para distân-
A いない (以内) 57
cias, tempo ou valores. Pode ser tradu-
zido como “dentro”, “menos de”
Transmite a ideia de "quanto mais (…),
A V(TA)ぶんだけ 57
mais (…)
Verbo transitivo que indica que uma ação
A やってのける 57
é executada de forma perfeita
324
Substantivo, cujo sentido se aproxima ao
A ふう de 「 よ う 」 ( 様 ). Significa, portanto, 57
“modo”, “aparência”, ou mesmo, “estilo”
Seu significado é “outro lado”, podendo
ser usado para indicar contrariedade.
Com este sentido, ao ser usado com
A はんめん 57
substantivos, normalmente é anexado a
「である」 . Com Keiyoudoushi é opcio-
nal
Significa “completamente”, “realmente”,
A まったく 57
“nada” (com verbos na forma negativa)
Como substantivo, significa "natural" e
A とうぜん ① pode indicar um acontecimento natural 57
dada determinada circunstância
A とうぜん ② Advérbio que significa "naturalmente" 57
Como advérbio, significa “com grande
esforço”, podendo ter um sentido positivo
ou negativo. É muitas vezes combinado
A せっかく ① 57
com 「 の に 」 , expressando espanto
com a diferença entre a expectativa e re-
alidade
Como substantivo, significa “preciosi-
A せっかく ② dade” (algo conseguido com grande es- 57
forço é alguma coisa de valor, rara)
Significa essencialmente “grandemente”,
A よほど・よっぽど 57
“bastante”, “muito"
Verbo intransitivo que significa “ser afe-
A かかわる 57
tado”, “ser relacionado a”
Indica que uma ação é natural dada de-
A V(TE)とうぜん 57
terminada circunstância
Indica que uma ação é natural dada de-
A V(TE)あたりまえ 57
terminada circunstância
Verbo-sufixo para substantivos, conju-
A (SB)じみる gado no padrão Ichidan que significa “pa- 57
recer"
Indica o excesso de algo, no sentido de
A (SB)ぜめ 57
bombardear algo com outra coisa
Tem o mesmo sentido de 「なまじ(っか
A ちゅうとはんぱ )」 , porém, é usado somente com ver- 57
bos cognitivos ou que sejam transitivos
Substantivo-advérbio que significa “pri-
A だいいち 57
meiro”
Substantivo-advérbio que significa indica
A そもそも o “primeiro” item a se considerar em uma 57
afirmação
Remete a coisas e fatos anteriores, po-
A かつて dendo ser traduzido como “antes”, “já” 57
(algo ocorrido), etc.
Significa “temporário”, “transitório”. Pode
ser usado com a partícula dupla 「にも
A かりそめ 」, significando assim "mesmo por um 57
momento”. É a versão antiga de 「かり
にも」
Verbo transitivo que significa essencial-
mente “alterar”, “reformar”. Pode ser ane-
A V(RYK)あらためる 57
xado a alguns verbos para transmitir a
ideia de refazer uma ação
Indica a maneira que uma ação é feita ou
I ふりをする 58
que alguém finge algo
Indica que algo é ou acontece depois de
um determinado espaço de tempo, po-
I ぶりに 58
dendo ser traduzido como “pela primeira
vez em...” ou “depois de...”
325
Indica uma situação em que se faz algo
mesmo diante de circunstâncias comple-
A をものともせず 58
tamente desfavoráveis, como que igno-
rando os riscos
Indica concessão, contrariedade ("Em-
A とはいえ 58
bora", "No entanto")
Indica o que acontece no momento em
A V(TA)ひょうしに 58
questão
Indica que, embora [X] possa ser possí-
vel, [Y] é impossível. Com isso, também
A (…)(なら)いざしらず 58
se pode indicar algo que o falante não
sabe ou que não está claro para ele
O significado literal é “no tempo (espaço)
A V(MZK)ぬまに em que não...”, assemelhando-se muito 58
a 「~ずに」
Conjunção que originalmente significa
“não importa o modo”, indicando rela-
A どうであれ 58
ções independentes. Os dicionários tam-
bém atribuem o significado “porém”
Indica que ainda não houve a experiên-
A V(TA)ためしがない 58
cia de alguma coisa
É uma abreviação oriunda da combina-
ção da Base Mizenkei da cópula clássica
「たる」 e o sufixo 「む」 , ou seja, 「
A たらんとする たらむ」 . Como já sabemos, quando 「 58
とする」 segue a “Forma MU”, tem um
sentido de “tentar [X]”, logo, 「たらんと
する」 significa literalmente “tentar ser”
Significa literalmente algo próximo a
A (…)といってもかごんではない “Mesmo que se diga [X], não é falar de- 58
mais”. Usado para expressar um fato
A (…)といえども Expressa contrariedade 58
Tem sentido de “embora seja / apesar de
A (…)であれ ser / não importa que seja [X], algo acon- 58
tece”
Indica que algo não está restrito a al-
A (…)にかぎったことではない 58
guma coisa
Transmite a ideia de que “mesmo que
ocorra [X], isso ‘ainda’ é tolerável”, tendo
A まだしも 58
em vista outra coisa que seria pior do
ponto de vista do falante
Indica algo como “Se for [X], é tolerável,
A (…)ならまだしも 58
mas se for [Y], não!"
Indica que uma ação ocorre em conjunto
A V(RTK)ぶんには 58
com outra que se segue
A あとは(…)だけ Indica a ideia de "Só resta [X]" 58
Indica de maneira muito forte uma impos-
A V(POT)ないものは V(POT)ない 58
sibilidade
Indica que o falante ficaria muito grato se
A V(TE)いただけるとありがたい 58
puder receber o favor descrito na oração
Indica a veracidade da oração que o an-
A (ORAÇÃO)ことうけあい 58
tecede
A ばかりになっている Indica restrição a uma ação 58
Transmite a ideia de “agora é tarde de-
A いまごろになって(…)V(TE)も 58
mais”
Conjunção que originalmente significa
A なんであれ “não importa a coisa”, indicando também 58
relações independentes
Literalmente significa “Se [X] é [X], [Y]
também é [Y]”. Em outras palavras, aqui
A X が X なら、Y も Y だ se faz uma comparação com sentido ne- 58
gativo, cuja finalidade é dizer que no fim
das contas é tudo igual
326
A V(RYK)つ(…)V(RYK)つ Indica a alternância constante de ações 58
Indica concessão de maneira bem enfá-
A こそあれ 58
tica ("Embora [X]...")
Indica de forma enfática uma contrarie-
A こそ(…){が・けれど} 58
dade
Indica concessão de maneira bem enfá-
A こそすれ 58
tica ("Embora [X]...")
Transmite a ideia de que o falante per-
cebe o quanto é difícil estar numa situa-
A いざ V(RTK)となる(と・ば・ったら) 58
ção com um ar de que até então essa si-
tuação era ignorada
せめて(…)だけでも・せめて(…)なりと Indica o mínimo desejado dentro de uma
A 58
も situação
Trata-se da negação (de forma arcaica)
A (SB)に(も )なく 58
do substantivo em questão ("Não [X]")
Expressão que significa literalmente
“Agora que ‘se torna [X]’ (se depara com
A いざとなる(と・ば・ったら) 58
[X]”), usada para fazer referência a situa-
ções imprevisíveis, geralmente negativas
Indica o que acontece quando se com-
A V(TA)しゅんかん 58
pleta uma ação
Indica um conselho para alguém que
A V(TE)もしらない está prestes a fazer algo que pode trazer 58
problemas
Indica uma sequência de estados, isto é,
A [A]でもあり[B]でもある 58
“É [A] e também [B]”
Indica o que acontece no ponto em ques-
A V(TA)やさき 58
tão
327
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