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ECONOMIA A 2013 - 1.

ª FASE

1. Quando a ciência económica refere que um recurso é escasso, significa que esse recurso
(A) existe em quantidade insuficiente para satisfazer as necessidades supérfluas.
(B) é muito caro, pois as quantidades oferecidas são reduzidas.
(C) existe em quantidade insuficiente para satisfazer as necessidades ilimitadas.
(D) é muito caro, pois as quantidades procuradas são elevadas.
C

2. A utilização de papel e de tinta pela impressora dos serviços administrativos da empresa «Bom
Dia», propriedade de dois amigos, constitui um consumo
(A) intermédio e privado.
(B) final e público.
(C) final e privado.
(D) intermédio e público.
A

3. No âmbito da sua responsabilidade social, compete ao consumidor


(A) utilizar produtos com dupla embalagem.
(B) aplicar a poupança em bens secundários.
(C) preferir produtos reciclados e recicláveis.
(D) incentivar o consumo de bens descartáveis.
C

4. Para um dado país, considerando os restantes fatores constantes, o aumento da população ativa
num determinado momento poderá resultar, nomeadamente,
(A) do decréscimo da taxa de natalidade.
(B) da redução do número de indivíduos desempregados.
(C) do decréscimo da taxa de emprego.
(D) da redução da idade mínima de acesso ao mercado de trabalho.
D

Ao observarmos o Gráfico 1, podemos verificar a ocorrência de economias de escala quando se


transita do ponto
(A) A para o ponto C.
(B) D para o ponto E.
(C) F para o ponto G.
(D) H para o ponto I.
A

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6. A empresa «RM, Lda.» realizou o pagamento dos salários relativos ao mês de janeiro através de
uma ordem de transferência bancária. Neste caso, a empresa utilizou uma forma de movimentação da
(A) moeda metálica.
(B) moeda escritural.
(C) moeda-papel.
(D) moeda divisionária.
B

7. O Gráfico 2 representa o comportamento da procura do bem X, no país A, efetuada pela família


Ramos, em 2012, num mercado de concorrência perfeita. Considere ainda que, nesse ano, no mesmo
país, existiam 5000 Famílias, incluindo a família Ramos, e que todas se comportaram de forma
idêntica, nesse mercado.

Então, mantendo-se tudo o resto constante, a curva da procura agregada do bem X, em 2012,
correspondeu
(A) à soma das procuras individuais do bem X efetuadas por todas as Famílias do país A.
(B) a uma quantidade procurada de 5000 unidades do bem X ao preço de 10 unidades monetárias.
(C) a uma procura total do bem X superior à efetuada no ano anterior por todas as Famílias do país A.
(D) à soma das quantidades procuradas do bem X ao preço de 40 unidades monetárias.
A

8. O Quadro 1 apresenta a repartição dos rendimentos pelos fatores de produção, trabalho e capital,
num dado país, em 2012.

Então, nesse país, em 2012, os rendimentos


(A) primários foram 12 000 milhões de euros.
(B) secundários foram 20 000 milhões de euros.
(C) do trabalho foram 37,5% do total dos rendimentos.
(D) do capital foram 40,6% do total dos rendimentos.
C

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9. O António decidiu adquirir ações da empresa A, que já se encontravam em circulação no mercado e
estavam cotadas na Bolsa de Valores Mobiliários. O único objetivo do António era obter uma
remuneração atrativa para o seu dinheiro. Então, podemos afirmar que o António procedeu a
(A) um financiamento interno.
(B) um investimento indireto.
(C) uma formação de capital.
(D) uma aplicação da poupança.
D

10. O fornecimento de bens e serviços não mercantis (não comercializáveis) destinados ao consumo
coletivo e individual constitui uma das funções principais do sector institucional
(A) Administrações Privadas.
(B) Sociedades não Financeiras.
(C) Sociedades Financeiras.
(D) Administrações Públicas.
D

11. A Contabilidade Nacional não regista algumas atividades realizadas numa economia, devido,
nomeadamente,
(A) à dificuldade em expressá-las em termos monetários.
(B) à redistribuição efetuada pelo mercado.
(C) ao problema da múltipla contagem.
(D) ao comportamento dos preços ao longo dos anos.
A

12. A Figura 1 apresenta, de forma simplificada, os fluxos que se estabeleceram entre os sectores
institucionais Famílias, Sociedades Financeiras, Sociedades não Financeiras e Administrações Públicas
de uma economia, em 2012. Considere, ainda, que esta economia não estabeleceu relações
económicas com o Resto do Mundo.

Figura 1

Com base na Figura 1, podemos afirmar que, nesse ano, o valor


(A) da poupança líquida das Famílias foi 100 unidades monetárias.
(B) da Despesa interna do país foi 400 unidades monetárias.
(C) do Rendimento disponível das Famílias foi 520 unidades monetárias.
(D) do défice orçamental do Estado foi 50 unidades monetárias.
C

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13. No Quadro 2, são apresentados valores relativos à Balança corrente de um dado país, em 2012.

Os dados apresentados no Quadro 2 permitem-nos afirmar que, nesse país, em 2012, o saldo da
Balança de
(A) bens foi –250 milhões de euros.
(B) bens e serviços foi –100 milhões de euros.
(C) rendimentos foi 700 milhões de euros.
(D) transferências correntes foi 200 milhões de euros.
C

14. Uma empresa franchisada, residente em Portugal, paga anualmente a uma empresa
franchisadora, residente na Finlândia, 10 000 euros relativos a royalties (direitos de utilização). Este
valor é registado na Balança de
(A) rendimentos portuguesa.
(B) serviços portuguesa.
(C) investimento portuguesa.
(D) capital portuguesa.
B

15. O Quadro 3 apresenta dados relativos à economia portuguesa, em 2011.

Com base no Quadro 3, podemos concluir que, em 2011,


(A) as receitas de capital representaram 9,2% das receitas correntes.
(B) as receitas totais representaram 44,7% do PIB.
(C) as despesas de capital representaram 12,1% das despesas correntes.
(D) as despesas totais representaram 45,2% do PIB.
B

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16. O bem A apresenta duas características: ninguém pode ser excluído de o consumir e o uso que
alguém faz dele não diminui a quantidade disponível para outros o utilizarem. Estas duas
características, a de bem não excluível e a de bem não rival, são características dos
(A) bens públicos.
(B) bens privados.
(C) bens comuns.
(D) bens normais.
A

17. O princípio orientador da ação da União Europeia que consiste em promover o desenvolvimento
harmonioso através da progressiva aproximação dos níveis de rendimento médio e de qualidade de
vida das populações das regiões de cada um dos Estados-membros designa-se por
(A) coesão económica e social.
(B) convergência nominal.
(C) subsidiariedade estrutural.
(D) solidariedade monetária e fiscal.
A

18. A Comissão Europeia é a instituição da União Europeia que tem, entre outras, a função de
(A) assegurar a estabilidade dos preços na área do euro.
(B) garantir a aplicação dos tratados da União Europeia.
(C) definir as taxas de juro na área do euro.
(D) gerir a política monetária da União Europeia.
B

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GRUPO II

O Gráfico 3 apresenta a evolução do desemprego em Portugal, no período de 2005 a 2010. O Quadro 4


apresenta a taxa de risco de pobreza em Portugal, em 2005 e em 2010. O Quadro 5 apresenta dados
relativos às transferências do Estado para as Famílias, em Portugal, nos mesmos anos.

1. Relacione, com base nos documentos apresentados, a evolução do desemprego em Portugal, no


período de 2005 a 2010, com a ação redistributiva do Estado, considerando o comportamento:
– da taxa de desemprego, total e de longa duração;
– da taxa de risco de pobreza;
– das transferências do Estado para as Famílias.
Na resposta, é relacionada a evolução do desemprego em Portugal, no período de 2005 a 2010, com a
ação redistributiva do Estado, sendo referidos, de forma correta1, os seguintes aspetos, ou outros
considerados relevantes:
- no período de 2005 a 2010, a taxa de desemprego total aumentou, passando de 7,6%, em 2005, para
10,8%, em 2010; este agravamento do desemprego total foi acompanhado pelo aumento da taxa de
desemprego de longa duração, que passou de 3,8%, em 2005, para 5,9%, em 2010;
- no período considerado, verificou-se um aumento da taxa de risco de pobreza antes das
transferências sociais, que passou de 40,2%, em 2005, para 42,5%, em 2010; este aumento da taxa de
risco de pobreza antes das transferências sociais está, em parte, associado ao aumento do desemprego
total e do desemprego de longa duração;
- no mesmo período, verificou-se que as transferências correntes do Estado para as Famílias
aumentaram, registando uma taxa de variação de 38,0%, tendo aumentado igualmente o seu peso no
PIB, que passou de 17,8%, em 2005, para 21,9%, em 2010;
- no período em causa, o aumento das transferências correntes do Estado para as Famílias reflete o
reforço da ação redistributiva do Estado, como forma de responder ao aumento da taxa de risco de
pobreza antes das transferências sociais;
- no período de 2005 a 2010, apesar do agravamento da taxa de risco de pobreza antes das
transferências sociais, a percentagem da população em risco de pobreza depois das transferências

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sociais diminuiu, passando de 18,5%, em 2005, para 18,0%, em 2010. Esta diminuição evidencia a ação
redistributiva do Estado.
1  Considera-se que os aspetos em causa são referidos de forma correta quando:
- não se limitam à mera transcrição dos dados apresentados no gráfico e nos quadros;
- se articula, de forma coerente, com os dados fornecidos nos documentos apresentados no enunciado
do item;
- evidencia uma utilização adequada da terminologia económica.

2. No passado dia 20 de maio, uma fábrica produtora de relógios registou a produtividade média, por
trabalhador, de 242 relógios por dia. No dia seguinte, a fábrica aumentou o número de trabalhadores de
5 para 6, tendo registado uma produtividade marginal de 620 relógios.
Determine o número de unidades produzidas, por dia, pela fábrica de relógios quando passou a
empregar 6 trabalhadores.
Apresente as fórmulas usadas e todos os cálculos que efetuar.

Na resposta, são apresentados, de forma completa, as fórmulas, os cálculos que se seguem (ou outros
equivalentes), o resultado e a unidade de medida corretos.
- Produtividade média do trabalho = Produção total / número de trabalhadores
- 242 = Produção total dos 5 trabalhadores por dia / 5
- Produção total dos 5 trabalhadores por dia = 1210 (relógios)**
- Produtividade marginal do trabalho = acréscimo da produção / acréscimo do número de
trabalhadores
- 620 = acréscimo da produção diária pelo emprego do sexto trabalhador / 1
- Acréscimo da produção diária pelo emprego do sexto trabalhador = 620 (relógios)**
- Produção total dos 6 trabalhadores por dia = 1210 + 620
- Produção total dos 6 trabalhadores por dia = 1830 relógios

3. Leia o texto que se segue.


Os economistas aprenderam que taxas de inflação elevadas têm um efeito corrosivo sobre as economias
de mercado. Nos períodos de aumento mais rápido dos preços, a moeda perde o seu valor, as pessoas
ficam confusas, cometem erros e gastam muito do seu tempo a preocuparem- se com o facto de a
inflação corroer os seus rendimentos.
Samuelson e Nordhaus, Economia, 1999 (adaptado)

Identifique e explicite os dois efeitos da inflação a que o texto se refere.

Na resposta, são identificados e explicitados os dois efeitos da inflação a que o texto se refere, sendo
mencionados, de forma correta1, os seguintes aspetos, ou outros considerados equivalentes:
•• os efeitos da inflação são a perda do valor da moeda e a deterioração do poder de compra;
•• ao verificar-se um aumento generalizado do preço dos bens e serviços, torna-se necessário
despender maior quantidade de moeda para adquirir o mesmo bem, o que traduz a perda do valor da
moeda;
•• face a um aumento do nível médio dos preços, e considerando que o rendimento nominal se
mantém constante, verifica-se uma redução da quantidade de bens e serviços que é possível adquirir
com esse rendimento, o que traduz a deterioração do poder de compra.

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4. Leia o texto que se segue.
Pensemos na procura de gelado. Como decidimos quantos gelados comprar por mês e que fatores
influenciam a nossa decisão? Se o preço do gelado aumentar de 70 cêntimos para um euro a unidade,
poderemos optar por comprar uma menor quantidade de gelados, ou poderemos ainda tomar a decisão
de o substituir por iogurte congelado, cujo preço se manteve e que satisfaz a mesma necessidade.
N. Gregory Mankiw, Introdução à Economia, 1999 (adaptado)

Indique dois dos fatores determinantes da procura, além daqueles a que o texto se refere.

Na resposta, são indicados dois dos seguintes fatores determinantes da procura, ou outros
considerados equivalentes:
•• o rendimento dos consumidores;
•• as preferências dos consumidores;
•• o preço dos bens complementares.

GRUPO III

Embora se tenham registado ajustamentos com algum significado na estrutura produtiva portuguesa ao
longo dos últimos anos, o ritmo desse movimento foi relativamente lento e a mudança do padrão de
especialização não foi tão intensa quanto o necessário, à luz das condições de concorrência da economia
nacional à escala global e da União Europeia alargada.
Assembleia da República, Quadro de Referência Estratégico Nacional, 2007-2013, in www.parlamento.pt (adaptado) (consultado em outubro de 2012)

O Quadro 6 apresenta dados relativos às exportações portuguesas, em 2000 e em 2010. O Quadro 7


apresenta dados relativos à população empregada com o ensino superior, em Portugal e na União
Europeia, em 2003 e em 2010. O Quadro 8 apresenta dados relativos ao investimento em investigação e
desenvolvimento (I & D) e ao número de patentes registadas no Sistema Europeu de Patentes, por
Portugal e pela União Europeia, em 2000 e em 2010.

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1. Explicite, com base nos documentos apresentados, as alterações verificadas nas exportações
portuguesas em 2010, face a 2000, considerando:
– o comportamento das exportações de bens e serviços e o comportamento das exportações de
produtos por grau de intensidade tecnológica;
– três aspetos que possam explicar esses comportamentos em Portugal, comparando o desempenho
desses aspetos em Portugal e na UE a 27 Estados-membros.
Na resposta, são explicitadas as alterações verificadas nas exportações portuguesas em 2010, face a 2000, sendo
referidos, de forma correta1, os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes:
•• em 2010, face a 2000, o peso das exportações portuguesas de bens e serviços em percentagem do PIB
aumentou, tendo passado de 29,1%, em 2000, para 31,5%, em 2010;
•• em 2010, face a 2000, verificou-se, por um lado, um aumento do peso das exportações de produtos de média-
baixa tecnologia (em percentagem do total das exportações portuguesas por grau de intensidade tecnológica),
que passou de 14,3%, em 2000, para 24,2%, em 2010, e, por outro lado, uma redução do peso das exportações de
produtos de baixa tecnologia, que passou de 44,2%, em 2000, para 37,4%, em 2010; estas alterações na estrutura
das exportações por grau de intensidade tecnológica traduzem uma mudança no padrão produtivo de
especialização em Portugal;
•• em 2010, a população empregada com o ensino superior representava 19,0% do total da população
empregada (contra 13,3% registados em 2003); o valor apresentado, apesar de evidenciar uma aproximação de
Portugal à média da UE a 27 Estados-membros, continuava a situar-se abaixo dessa média que, em 2010, era
29,6%; esta alteração poderá explicar o comportamento registado pelas exportações portuguesas;
•• em 2010, face a 2000, registou-se, em Portugal, um aumento do investimento em I&D em percentagem do
PIB, passando de 0,7%, em 2000, para 1,6%, em 2010; apesar do crescimento registado, estes valores situavam-se
abaixo da média da UE a 27 Estados-membros, cujo peso do investimento em I&D em percentagem do PIB era
1,9%, em 2000, e 2,0%, em 2010; este crescimento do investimento em I&D em percentagem do PIB, em Portugal,
poderá explicar o comportamento registado pelas exportações portuguesas;
•• em 2010, face a 2000, o registo de patentes por milhão de habitantes em Portugal sofreu um acréscimo,
passando de 4,1 por milhão de habitantes, em 2000, para 10,2 por milhão de habitantes, em 2010, o que reflete a
melhoria registada no investimento em I&D; apesar da melhoria ocorrida neste indicador, verificamos que os
valores referentes à economia portuguesa continuavam a situar-se abaixo dos valores médios da UE a 27 Estados-
membros; o aumento do número de patentes registadas, por Portugal, poderá explicar o comportamento
verificado pelas exportações portuguesas.

2. Leia o texto que se segue.


O conflito entre o país A e o país B não diz respeito a bens de consumo manufaturados ou a bens de alta
tecnologia, mas aos frangos congelados do país A, que inundaram o mercado do país B. A primeira
invasão de frangos congelados ocorreu em meados dos anos oitenta do século passado. As importações
de frangos congelados foram muito bem recebidas pelos consumidores do país B.
Para frustração e considerável ansiedade das empresas do país A, as autoridades do país B proibiram
novas importações de aves a partir de março de 1990, pondo fim ao regime de livre comércio de aves
entre os dois países.
N. Gregory Mankiw, Introdução à Economia, 1999 (adaptado)

Explicite, com base no texto, dois dos possíveis efeitos na economia do país B da política comercial
implementada a partir de março de 1990.
Comece por identificar essa política comercial.

Na resposta, é identificada a política comercial adotada pelo país B e são explicitados dois dos possíveis
efeitos sobre a sua economia, sendo referidos, de forma correta1, os seguintes aspetos, ou outros
considerados relevantes:
•• o país B aplicou uma política comercial protecionista;
•• a proibição da importação de frangos congelados pelas autoridades do país B provocou a redução da
oferta externa de frangos congelados no mercado interno do país B, o que (mantendo-se tudo o resto
constante) poderá ter permitido o aumento da quantidade vendida pelas empresas desse país;
•• a proibição da importação de frangos congelados pelas autoridades do país B poderá ter provocado
uma diminuição da oferta de frangos congelados no mercado interno do país B, o que (mantendo-se
tudo o resto constante) poderá ter conduzido ao aumento do preço dos frangos congelados nesse país;
•• a proibição da importação de frangos congelados pelas autoridades do país B provocou a redução
das importações de frangos congelados realizadas pelo país B, o que (mantendo-se tudo o resto

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constante) poderá ter conduzido a uma melhoria do saldo da Balança de bens desse país.

(…)

3. O Quadro 9 apresenta o valor do Produto do país C calculado a preços correntes e o valor do Produto
do mesmo país calculado a preços constantes, em 2010 e em 2011.

O Produto do país C apresenta o mesmo valor em 2010, calculado quer a preços correntes, quer a
preços constantes, mas apresenta valores diferentes em 2011. Verifica-se ainda que os valores do
Produto, calculado quer a preços correntes, quer a preços constantes, se alteram de 2010 para 2011.
Explicite três das razões que justificam a situação apresentada.

Na resposta, são explicitadas três das razões que justificam a situação apresentada, sendo referidos, de
forma correta1, os seguintes aspetos, ou outros considerados equivalentes:
•• o valor do Produto, em 2010, quer calculado a preços correntes, quer calculado a preços
constantes é igual, 120 milhões de euros; esta situação justifica-se porque os preços utilizados no
cálculo do valor do Produto quer a preços correntes, quer a preços constantes são os mesmos, os de
2010, ano considerado como base na situação apresentada;
•• o valor do Produto, em 2011, calculado a preços correntes e a preços constantes é diferente,
respetivamente, 150 e 104 milhões de euros; esta situação justifica-se porque, no cálculo do valor do
Produto a preços correntes, são utilizados os preços desse ano, 2011, enquanto, no cálculo do valor
do Produto a preços constantes, se utilizam os preços do ano base (os preços de 2010);
•• o valor do Produto a preços constantes relativo a 2011, quando comparado com o valor do Produto
a preços constantes relativo a 2010, é diferente, o que nos permite afirmar que terá ocorrido uma
redução da quantidade produzida, uma vez que os dois valores são calculados utilizando os mesmos
preços, ou seja, os do ano base (os preços de 2010);
•• em 2011, verificou-se uma redução da quantidade produzida, o que, conjugado com a evolução
registada pelo Produto calculado a preços correntes, permite concluir que existiu um aumento do
nível médio dos preços no período de 2010 a 2011.

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ECONOMIA A 2014 - 1.ª FASE

1. A ciência económica tem por objeto de estudo a escolha. Esta afirmação é


(A) verdadeira, pois a Economia estuda a aplicação de recursos escassos na satisfação de necessidades
múltiplas e ilimitadas.
(B) verdadeira, pois o objeto de estudo da Economia é o conjunto das atividades transformadoras de
bens livres.
(C) falsa, pois a Economia estuda a aplicação dos fatores de produção naturais escassos na maximização
do bem-estar da sociedade.
(D) falsa, pois o objeto de estudo da Economia é o conjunto das funções realizadas pelos agentes
económicos de um país.
A

2. O António deslocou-se de autocarro, para assistir a um jogo de futebol da seleção nacional. No


intervalo, comprou um sumo, um cachecol e um livro. Então, o António,
(A) ao utilizar o livro, efetuou um consumo final e individual.
(B) ao utilizar o sumo, efetuou um consumo intermédio e individual.
(C) ao utilizar o cachecol, efetuou um consumo final e coletivo.
(D) ao utilizar o autocarro, efetuou um consumo intermédio e coletivo.
A

3. O capital circulante de uma empresa inclui-se no


(A) capital fixo e é constituído pelos bens de produção não duradouros.
(B) capital fixo e é constituído pelos bens de produção duradouros.
(C) capital técnico e é constituído pelos bens de produção duradouros.
(D) capital técnico e é constituído pelos bens de produção não duradouros.
D

4. Num determinado mercado, os retalhistas compram aos produtores os bens que disponibilizam aos
consumidores. Neste caso, estamos perante um circuito de distribuição
(A) curto.
(B) longo.
(C) ultralongo.
(D) ultracurto.
A

5. O Gráfico 1 apresenta os valores da produtividade média do trabalho de uma empresa, produtora


de garrafas, registados no 1.º semestre de 2013.
Gráfico 1 Com base no Gráfico 1, podemos afirmar que, no

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1.º semestre de 2013, quando a empresa
empregou
(A) cinco trabalhadores, a produtividade média
do trabalho foi 350 garrafas.
(B) o quinto trabalhador, a produtividade
marginal do trabalho foi 70 garrafas.
(C) quatro trabalhadores, a produção total foi
240 garrafas.
(D) o quarto trabalhador, a produção adicional
foi 60 garrafas.
C

6. O papel-moeda é uma forma de moeda


(A) convertível, a taxa fixa, em metal precioso.
(B) baseada em contas de depósitos à ordem.
(C) de curso forçado, decretado pelo Estado.
(D) de utilização generalizada na troca direta.
C

7. No mercado de concorrência perfeita do bem X, os compradores comportam-se de acordo com a lei


da procura e os vendedores de acordo com a lei da oferta. Considere que, num determinado
momento, nesse mercado, para o preço de 5 euros, a quantidade oferecida é 1000 unidades e a
quantidade procurada é 3000 unidades.
Então, considerando-se tudo o resto constante, para que no mercado do bem X exista uma situação
de equilíbrio, é necessário que o preço se situe
(A) acima dos 5 euros e que, para esse preço, a quantidade procurada seja superior a 3000 unidades.
(B) acima dos 5 euros e que, para esse preço, a quantidade procurada seja inferior a 3000 unidades.
(C) abaixo dos 5 euros e que, para esse preço, a quantidade procurada seja inferior a 3000 unidades.
(D) abaixo dos 5 euros e que, para esse preço, a quantidade procurada seja superior a 3000 unidades.
B

8. O Gráfico 2 apresenta dados relativos à evolução dos preços e dos salários, num determinado país,
entre 2011 e 2013.
Gráfico 2

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Considerando-se tudo o resto constante, os dados apresentados no Gráfico 2 permitem-nos afirmar
que, nesse país,
(A) relativamente a 2010, os trabalhadores perderam poder de compra em 2013.
(B) relativamente a 2010, os trabalhadores ganharam poder de compra em 2011.
(C) relativamente a 2012, os trabalhadores perderam poder de compra em 2013.
(D) relativamente a 2011, os trabalhadores ganharam poder de compra em 2012.
D

9. Uma determinada empresa, para modernizar as suas instalações fabris, pretende solicitar um
empréstimo bancário a uma instituição financeira nacional. A obtenção desse empréstimo pela
empresa constituirá um financiamento
(A) externo direto da sua atividade.
(B) externo indireto da sua atividade.
(C) interno indireto da sua atividade.
(D) interno direto da sua atividade.
B

10. Uma empresa, com fins lucrativos, residente num determinado país, que faz a cobertura de riscos
de incêndio de bens imóveis pertence ao sector institucional designado Sociedades não Financeiras.
Esta afirmação é
(A) falsa, pois é uma sociedade que presta serviços financeiros.
(B) falsa, pois é uma sociedade que presta serviços não mercantis.
(C) verdadeira, pois é uma sociedade que presta serviços não financeiros.
(D) verdadeira, pois é uma sociedade que presta serviços mercantis.
A

11. O Quadro 1 apresenta dados relativos às contas nacionais de um determinado país, em 2013.
Quadro 1

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Com base no Quadro 1, podemos afirmar que, em 2013, nesse país, o valor da
(A) Procura interna foi 7800 milhões de euros.
(B) Procura interna foi 7200 milhões de euros.
(C) Despesa nacional foi 10 000 milhões de euros.
(D) Despesa nacional foi 7700 milhões de euros.
A
DI = C+Inv + Exp – Imp
7500 = Proc Int + 500 – 800 = 7500 - 500 + 800 = Procura Interna = 7800

12. Em 2013, uma determinada família gastou 120 mil euros na construção da sua própria habitação e
5 mil euros numa viagem turística. Estas despesas, efetuadas por essa família, são consideradas pela
Contabilidade Nacional,
(A) ambas, despesas de investimento.
(B) ambas, despesas de consumo.
(C) respetivamente, despesas de investimento e despesas de consumo.
(D) respetivamente, despesas de consumo e despesas de investimento.
C

13. O Quadro 2 apresenta algumas das componentes da Balança de pagamentos de um determinado


país, em 2013.
Quadro 2

Com base no Quadro 2, podemos afirmar que, nesse país, em 2013, o saldo da Balança de
transferências correntes foi
(A) – 30 milhões de euros.
(B) –10 milhões de euros.
(C) 40 milhões de euros.
(D) 70 milhões de euros.
D
14. Uma dada empresa utiliza o subsídio à exportação, concedido pelas autoridades do país onde
reside, para vender, no Resto do Mundo, os bens produzidos a um preço inferior ao custo unitário de

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produção, continuando a vendê-los, no mercado interno, a um preço superior ao custo unitário de
produção. Esta estratégia, que permite aumentar as vendas no mercado externo, é considerada uma
(A) prática de dumping e integra-se na política comercial protecionista.
(B) prática concorrencial e integra-se na política comercial de comércio livre.
(C) medida de contingentação e integra-se na política comercial protecionista.
(D) medida tarifária e integra-se na política comercial de comércio livre.
A

15. Num dado país, em 2013, as receitas públicas foram 90 milhões de euros e corresponderam a 60%
do PIB. Nesse ano, verificou-se um excedente orçamental, que correspondeu a 10% do PIB. Então,
podemos afirmar que, em 2013, as despesas públicas desse país
(A) foram 150 milhões de euros.
(B) foram 105 milhões de euros.
(C) corresponderam a 50% do PIB.
(D) corresponderam a 70% do PIB.
C

90---------------60

X --------------100 X = 150 excedente despesa =10% PIB =150X.1 = 15

150 – 90 = 60 (60+15) x 100 = 50%


150

16. Em 2013, num determinado país, o Estado cobrou apenas as seguintes receitas: 8 milhões de euros
de Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), 20 milhões de euros de Imposto Sobre Veículos (ISV) e
200 milhões de euros de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS). Nesse ano, o
Estado obteve 228 milhões de euros de
(A) receitas correntes, sendo 28 milhões de euros de impostos diretos e o restante de impostos
indiretos.
(B) receitas correntes, sendo 28 milhões de euros de impostos indiretos e o restante de impostos
diretos.
(C) receitas de capital, sendo 28 milhões de euros de impostos diretos e o restante de impostos
indiretos.
(D) receitas de capital, sendo 28 milhões de euros de impostos indiretos e o restante de impostos
diretos.
B

17. Em 2012, faziam parte da Área do Euro, entre outros países,


(A) a Alemanha, a França e a Dinamarca.
(B) a Suécia, a Finlândia e a Bélgica.
(C) todos os que assinaram os Tratados de Roma em 1957.
(D) todos os que integravam a União Europeia em 2004.
C

18. Um dos critérios de convergência nominal para a adesão à moeda única, contemplado no Tratado
de Maastricht, estabelece que a relação entre

15
(A) o investimento público e o Produto Interno Bruto do país não deve exceder 3% durante o ano
anterior à decisão de entrada no euro.
(B) a inflação do país e a inflação média comunitária deve ser inferior a 3% durante o ano anterior à
decisão de entrada no euro.
(C) a taxa de juro do país e a taxa de juro média comunitária deve ser inferior a 3% durante o ano
anterior à decisão de entrada no euro.
(D) o défice orçamental e o Produto Interno Bruto do país não deve exceder 3% durante o ano anterior
à decisão de entrada no euro.
D

GRUPO II

16
O texto que se segue refere-se à evolução do Rendimento Disponível dos Particulares (RDP), em
Portugal, em 2012. O Quadro 3 apresenta dados relativos ao RDP, em termos nominais, em Portugal, no
período de 2010 a 2012. O Gráfico 3 apresenta dados relativos à população empregada e às
remunerações nominais por trabalhador, em Portugal, no mesmo período.
A evolução do Rendimento Disponível dos Particulares, em 2012, é determinada, entre outros fatores,
pelo comportamento do mercado de trabalho em geral. No sector público, uma parte significativa da
redução do emprego teve como contrapartida um aumento do número de pensionistas. Não obstante
os efeitos do aumento significativo do número de aposentados e de desempregados, as transferências
internas registaram uma redução sensível em 2012, explicada pela suspensão do pagamento dos
subsídios de férias e de Natal aos pensionistas.

1. Explique, com base nos documentos apresentados, o comportamento do Rendimento Disponível


dos Particulares (RDP), em Portugal, em 2012, considerando:
– a evolução do RDP, em termos nominais;
– o desempenho das duas componentes que justificaram a redução do RDP;
– três razões do desempenho dessas componentes.

Tópicos de resposta:
•• o RDP decresceu, em termos nominais, tendo registado uma taxa de variação anual de –0,9%;
•• as remunerações do trabalho e as transferências internas foram as componentes que justificaram
a redução do valor do RDP, tendo registado, respetivamente, em termos nominais, taxas de variação
anual de –7,2% e de –3,0%;
•• a redução das remunerações do trabalho, em termos nominais, resultou, em parte, do decréscimo
da população empregada, que registou uma taxa de variação anual de –4,2%;
•• a redução das remunerações do trabalho, em termos nominais, resultou também da diminuição
das remunerações nominais por trabalhador, que registaram uma taxa de variação anual de –2,7%;
•• a redução das transferências internas explica-se pela suspensão do pagamento dos subsídios de
férias e de Natal aos pensionistas.
(…)
2. Leia o texto que se segue.

17
No mercado perfeitamente concorrencial das laranjas, todos os vendedores transacionam
exatamente o mesmo bem, e quer compradores, quer vendedores estão na posse de toda a
informação. Neste mercado, cada um dos agricultores deseja vender as laranjas pelo preço mais alto
e, assim, se o conseguisse, aumentar os seus lucros. Contudo, se algum dos agricultores pedisse, pelas
laranjas, um preço mais elevado do que o preço de mercado, perderia todas as vendas.
Joseph E. Stiglitz e Carl E. Walsh, Introdução à Macroeconomia,
Rio de Janeiro, Campus, 2003, p. 24 (adaptado)

Explique, com base nas duas características da estrutura do mercado perfeitamente concorrencial
implícitas no texto, a impossibilidade de vender a um preço superior ao preço de mercado.
Tópicos de resposta:
•• no tipo de mercado referido no texto (de concorrência perfeita), o bem é percecionado pelos vários
compradores como sendo idêntico (homogeneidade); assim, estes comprarão o bem aos vendedores
que praticam o menor preço, pois é-lhes indiferente comprar a um vendedor ou a outro;
•• os intervenientes neste tipo de mercado estão na posse de toda a informação (transparência);
assim, os compradores conhecem os preços praticados por todos os vendedores, não adquirindo os
bens àqueles que os tentam vender a preços acima do preço de mercado.

3. O Quadro 4 apresenta dados relativos à população empregada e à taxa de desemprego registada,


num dado país, em 2013.

Determine, com base no Quadro 4, o valor da população ativa desse país, em 2013.
Apresente as fórmulas usadas e os cálculos que efetuar.
Percurso 1
População ativa = População empregada + População desempregada
Taxa de desemprego = (População desempregada / População ativa) × 100
8% = desempregados X 100
População ativa

0,08 x População ativa = desempregados


População ativa= 4600+0,08 x População ativa
0,92 População ativa = 4600
População ativa = 4600 =
0,92
População ativa = 5 000 milhares de indivíduos

IAVE:
Este item pode ser resolvido por, pelo menos, dois percursos:
Percurso 2
•• População ativa = População empregada + População desempregada
•• População desempregada = População ativa – 4 600
•• Taxa de desemprego = (População desempregada / População ativa) × 100
•• 8 = ((População ativa – 4 600) / População ativa) × 100
•• 92 × População ativa = 460 000
•• População ativa = 5 000 milhares de indivíduos
Percurso 3
•• População ativa = População empregada + População desempregada
•• População ativa = 4 600 + População desempregada

18
•• Taxa de desemprego = (População desempregada / População ativa) × 100
•• 8 = (População desempregada / (4 600 + População desempregada)) × 100
•• 92 × População desempregada = 36 800
•• População desempregada = 400
•• População ativa = 4 600 + 400
•• População ativa = 5 000 milhares de indivíduos
(…)

4. Leia o texto que se segue.


Suponha que uma empresa tem capacidade suficiente para continuar a produzir a quantidade que
atualmente vende e que essa empresa não espera um aumento das vendas. Nesse caso, a empresa
fará apenas investimentos para repor equipamentos e estruturas desgastados. Mas se, em vez disso, a
empresa tiver a expectativa de aumentar as vendas no futuro, então vai considerar que a capacidade
produtiva existente não será suficiente para atender às suas necessidades.
Portanto, a empresa vai efetuar novos investimentos, adquirindo mais equipamentos, idênticos aos
que utiliza.
Paul Krugman e Robin Wells, Introdução à Economia,
Rio de Janeiro, Elsevier, 2007, p. 590 (adaptado)

Identifique as funções do investimento a que o texto se refere.

Tópicos de resposta:
•• substituição;
•• aumento/ampliação/expansão da capacidade produtiva.

GRUPO III
O Quadro 5 apresenta valores referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) e às receitas e despesas
públicas, em termos nominais, em Portugal, em 2011 e em 2012. O Gráfico 4 apresenta valores
relativos ao défice orçamental, em Portugal e na Área do Euro a 17 Estados-membros, nos mesmos
anos.

19
1. Explique, com base nos documentos apresentados, o comportamento do défice orçamental, em
percentagem do PIB, em Portugal, em 2012, face a 2011, considerando:
– a evolução das receitas e das despesas públicas totais, em termos nominais, e do PIB, em termos
nominais, em Portugal;
– os efeitos dessa evolução sobre o défice orçamental, em percentagem do PIB, em Portugal;
– a evolução comparada do défice orçamental, em percentagem do PIB, em Portugal e na Área do
Euro a 17 Estados-membros.

Tópicos de resposta:
•• as receitas públicas totais, em termos nominais, diminuíram de 76 934 milhões de euros, em 2011,
para 67 794 milhões de euros, em 2012, o que correspondeu a uma taxa de variação anual de –11,9%;
•• as despesas públicas totais, em termos nominais, decresceram de 84 477 milhões de euros, em
2011, para 78 390 milhões de euros, em 2012, o que correspondeu a uma taxa de variação anual de –
7,2%;
•• o PIB, em termos nominais, diminuiu de 171 065 milhões de euros, em 2011, para 165 409 milhões
de euros, em 2012, o que correspondeu a uma taxa de variação anual de –3,3%;
•• verificou-se um agravamento do défice orçamental, em percentagem do PIB, que é explicado, por
um lado, pelo agravamento do défice orçamental, em valor absoluto, decorrente de a diminuição do
valor das despesas públicas totais ser inferior à redução verificada no valor das receitas públicas totais,
e, por outro lado, pela diminuição do valor do PIB;

20
•• em Portugal, o défice orçamental, em percentagem do PIB, aumentou, passando de 4,4%, em 2011,
para 6,4%, em 2012; esta evolução foi inversa à verificada na Área do Euro a 17 Estados-membros,
onde o défice orçamental, em percentagem do PIB, diminuiu, passando de 4,2% para 3,7%.
(…)

2. Considere uma economia fechada que apenas produziu bolachas como bem de consumo final, em
2013.
No processo produtivo das bolachas, as diversas empresas utilizaram vários bens como consumos
intermédios: farinha, açúcar, leite, água e eletricidade (sendo a produção de bolachas a única
utilização dada a estes bens). A produção realizada no país foi vendida na totalidade. Assim, tanto no
início como no fim de 2013, não havia existências de quaisquer dos bens.
O Quadro 6 apresenta, para essa economia, o valor da produção de 2013, em unidades monetárias.

Explicite o problema da múltipla contagem, fundamentando a sua resposta com os valores do Quadro
6.
Tópicos de resposta:
•• o problema da múltipla contagem representa o erro que é cometido, no cálculo do Produto de um
determinado país, quando se adicionam os valores de produção de todos os bens,
independentemente de os mesmos serem utilizados para consumo final ou para consumo
intermédio;
•• se, no cálculo do Produto do país, adicionarmos ao valor da produção das bolachas, 18 000 u.m., os
valores da produção da farinha, do açúcar, do leite e da água, 10 000 u.m., e da eletricidade, 2 500
u.m., obteremos como valor do Produto 30 500 u.m.; dessa forma, incorreremos no problema da
múltipla contagem, pois estaremos a contabilizar duas vezes o valor dos consumos intermédios, 12 500
u.m.
(…)

3. Leia o texto que se segue.

21
Este fundo, instituído em 1994, pela União Europeia, apoia financeiramente a realização de projetos
nos domínios do ambiente e das redes transeuropeias em matéria de infraestruturas de transportes e
é um dos instrumentos financeiros da política regional da União Europeia – juntamente com os fundos
estruturais.
Agostinho Branquinho et al., Novo Dicionário de Termos Europeus,
Lisboa, Alêtheia Editores, 2011, p. 222 (adaptado)

Relacione os objetivos do fundo a que o texto se refere com o princípio da coesão económica e social
da União Europeia.
Comece por identificar esse fundo.
Tópicos de resposta:
•• Fundo de Coesão;
•• este fundo destina-se, em particular, a apoiar projetos nos domínios do ambiente e das redes
transeuropeias em matéria de infraestruturas de transportes, que reforcem a coesão económica e
social da União Europeia;
•• este fundo, ao apoiar financeiramente projetos dos Estados-membros cujo PNB por habitante (ou,
em alternativa, RNB por habitante) seja inferior a 90% do valor médio da União Europeia, pretende
promover a aproximação dos níveis de rendimento médio e de qualidade de vida das populações
destes países aos níveis médios comunitários, contribuindo para a concretização do princípio da coesão
económica e social.
(…)
ECONOMIA A 2015 - 1.ª FASE

1. Num dado mês, uma empresa pagou 1000 euros pelo arrendamento de um armazém e pagou
prémios de produtividade aos trabalhadores no valor total de 5000 euros. Estes pagamentos
efetuados pela empresa integram-se na atividade económica designada por
(A) produção.
(B) repartição dos rendimentos.
(C) redistribuição dos rendimentos.
(D) distribuição.
B

2. O Quadro 1 apresenta dados relativos à população de um dado país, em 2014.

Os dados apresentados no Quadro 1 permitem-nos afirmar que, em 2014, nesse país,


(A) o número de indivíduos ativos foi 24 460 milhares.
(B) o número de indivíduos ativos foi 29 500 milhares.
(C) a taxa de desemprego foi 5,6%.
(D) a taxa de desemprego foi 8,0%.
D

A = 70
31250 100 A = (31250x70)/100 = 21 875 ativos

22
TX desemprego = desempregados/pop. Ativa x 100 = 1750/21875x100 = 8%

3. Num dado país, o rendimento disponível médio das famílias foi 21 600 euros, em 2013, e 25 000
euros, em 2014. A poupança das famílias foi 5% do seu rendimento disponível médio, em ambos os
anos. Considerando-se que o coeficiente orçamental das despesas em alimentação foi 11%, em 2013,
e 10%, em 2014, podemos afirmar que a despesa anual média das famílias em alimentação

(A) foi 2375 euros, em 2014.


(B) foi 2500 euros, em 2014.
(C) foi 2376 euros, em 2013.
(D) foi 2052 euros, em 2013.
A

2013 = 21 600 x 0,95 = 20 250 x 0,11 = 2 257,2


2014 = 25 000 x 0,95 = 23 750 x 0,1 = 2 375

4. Os diretores executivos de uma dada empresa, que, na produção de rebuçados, utiliza apenas
capital e trabalho, decidiram efetuar um estudo sobre os níveis de produção. Nesse estudo, cujos
resultados são apresentados no Gráfico 1, consideraram o número de máquinas constante e o número
de trabalhadores variável. Cada um dos pontos assinalados no gráfico estabelece a relação entre o
número de trabalhadores e a quantidade de rebuçados produzida por mês.

Com base nos dados apresentados no Gráfico 1, podemos concluir que, nessa empresa, o valor da
produtividade marginal
(A) do trabalho atinge o valor máximo quando a empresa emprega o terceiro trabalhador.
(B) do trabalho atinge o valor máximo quando a empresa emprega o oitavo trabalhador.
(C) do quarto trabalhador é superior à produtividade média do trabalho quando a empresa emprega
quatro trabalhadores.
(D) do sétimo trabalhador é superior à produtividade média do trabalho quando a empresa emprega
sete trabalhadores.
A

23
5. Num dado país, as sociedades não financeiras utilizaram notas de banco, emitidas pelo banco
central desse país, para pagar o imposto sobre o rendimento das empresas. Este tipo de moeda, que
apresenta como características o curso forçado, decretado pelo Estado, e a inconvertibilidade em
metal precioso, a taxa fixa, é designado por

(A) moeda escritural.


(B) papel-moeda.
(C) moeda mercadoria.
(D) moeda eletrónica.
B

6. Num dado país, em 2014, os mercados do bem X e do bem Y são de concorrência perfeita. O Gráfico
2 apresenta as curvas da procura e da oferta do bem X. O aumento do preço do bem Y provocou uma
deslocação da curva da procura do bem X, da posição A para a posição A1.

Considerando-se tudo o resto constante, podemos afirmar, com base no Gráfico 2, que o bem X e o bem
Y são
(A) complementares, pois o aumento do preço do bem Y provocou um aumento da procura do bem X.
(B) complementares, pois o aumento do preço do bem Y provocou uma diminuição da procura do bem
X.
(C) substituíveis, pois o aumento do preço do bem Y provocou uma diminuição da procura do bem X.
(D) substituíveis, pois o aumento do preço do bem Y provocou um aumento da procura do bem X.
D

7. O Quadro 2 apresenta os valores dos rendimentos dos fatores de produção, num dado país, em
2014.

24
Podemos afirmar que o Quadro 2 apresenta, para esse país, em 2014,
(A) a alteração dos rendimentos do trabalho e do capital.
(B) o processo de redistribuição do rendimento funcional.
(C) o conjunto dos rendimentos primários.
(D) a repartição pessoal dos rendimentos.

8. A Figura 1 apresenta o circuito económico de uma economia, em que estão representados apenas
os fluxos monetários estabelecidos, num dado ano.

Com base na Figura 1, podemos afirmar que, nesse ano,


(A) o fluxo Y corresponde à quantidade de bens e serviços importados pela economia nacional.
(B) o fluxo Y corresponde ao valor das exportações de bens e serviços da economia nacional.
(C) o agente económico representado pela letra B corresponde às instituições financeiras e apresenta
recursos inferiores aos empregos.
(D) o agente económico representado pela letra A corresponde às famílias e apresenta empregos
inferiores aos recursos.
B

9. Uma empresa produtora de conservas assinou um contrato com uma instituição financeira para a
utilização de 10 máquinas destinadas à linha de produção de conservas de atum, por um período de
5 anos. A empresa comprometeu-se a pagar mensalmente 2 000 euros pelo aluguer das máquinas,
podendo adquiri-las, no final do contrato, pelo valor residual de 15 000 euros.
A empresa de conservas de atum recorreu a uma instituição financeira designada por
(A) sociedade de capital de risco.
(B) sociedade de cobertura de risco.
(C) sociedade de leasing.

25
(D) sociedade de factoring.
C

10. Suponha que, em 2014, numa economia fechada, toda a produção foi realizada apenas por três
empresas. Considere que não havia existências de quaisquer bens, tanto no início como no final de
2014.
O Quadro 3 apresenta os valores das vendas de cada uma das empresas às restantes empresas e às
famílias, nesse ano.

Os dados apresentados permitem-nos afirmar que, em 2014, o Produto dessa economia, calculado
pelo método
(A) dos valores acrescentados, foi 505 milhares de euros.
(B) dos valores acrescentados, foi 325 milhares de euros.
(C) dos produtos finais, foi 810 milhares de euros.
(D) dos produtos finais, foi 350 milhares de euros.
A

11. Uma empresa, constituída por capitais do país B, explora, há dois anos, gás natural em águas
territoriais do país A. O valor acrescentado bruto criado na produção de gás natural, por essa
empresa, em águas territoriais do país A, é contabilizado, pelo Sistema de Contas Nacionais, no PIB do
país A. Esta afirmação é

(A) falsa, porque a empresa que faz a exploração de gás natural é uma unidade residente no país B.
(B) falsa, porque as plataformas de exploração de gás natural desta empresa estão localizadas no
território económico do país B.
(C) verdadeira, porque a produção efetuada, no resto do mundo, por residentes no país A corresponde
ao valor do PIB desse país.
(D) verdadeira, porque as águas territoriais do país A fazem parte do território económico desse país.

26
D

12. O Quadro 4 apresenta os valores das taxas de câmbio, publicados pelo Banco de Portugal, para o
dia 14 de outubro de 2014. Cada uma dessas taxas expressa a quantidade de moeda estrangeira que
pode ser trocada por um euro.

Com base no Quadro 4, podemos afirmar que,


(A) com um euro, é possível adquirir menos do que um iene.
(B) com um euro, é possível adquirir menos do que uma libra.
(C) com um dólar, é possível adquirir mais do que uma libra.
(D) com um iene, é possível adquirir mais do que um dólar.
B
13. Em 2014, as sociedades não financeiras residentes num dado país efetuaram o pagamento de
prémios de seguros, referentes ao transporte marítimo de mercadorias, no valor de 105 milhões de
euros, às sociedades financeiras do resto do mundo. Nesse ano e nesse país, este fluxo foi registado
(A) a crédito na balança de bens.
(B) a crédito na balança de serviços.
(C) a débito na balança de capital.
(D) a débito na balança corrente.
D

14. Em 2014, num dado país, perante o agravamento da crise económica, o Estado decidiu aumentar
em 5% o valor dos vencimentos dos funcionários públicos, com o objetivo de estimular o crescimento
da procura interna. Considerando-se tudo o resto constante, podemos afirmar que o Estado, no
âmbito das suas funções económicas e sociais, pretendeu, através do uso deste instrumento da
(A) política de preços, eliminar uma externalidade.
(B) política de concorrência, garantir a eficiência económica.
(C) política monetária, contribuir para a equidade.
(D) política orçamental, promover a estabilidade macroeconómica.
D

15. O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é classificado como um


(A) imposto direto, constituindo uma das receitas correntes do Estado.
(B) imposto direto, constituindo uma das receitas de capital do Estado.
(C) imposto indireto, constituindo uma das receitas correntes do Estado.
(D) imposto indireto, constituindo uma das receitas de capital do Estado.
C

16. Nos processos de integração económica, uma zona de comércio livre distingue-se de uma união
aduaneira, nomeadamente, pelo facto de
(A) a união aduaneira, ao contrário da zona de comércio livre, garantir a liberdade de circulação de
pessoas.
(B) a união aduaneira, ao contrário da zona de comércio livre, definir uma pauta aduaneira exterior
comum sobre as mercadorias.
(C) a zona de comércio livre, ao contrário da união aduaneira, garantir a liberdade de circulação de
capitais.
(D) a zona de comércio livre, ao contrário da união aduaneira, definir uma pauta aduaneira exterior
comum sobre os serviços.
B

27
17. No processo de construção da União Europeia, os sucessivos alargamentos possibilitaram, por
Ordem cronológica, a integração
(A) do Reino Unido, da Hungria e da Grécia.
(B) da Polónia, da Irlanda e de Portugal.
(C) do Reino Unido, de Portugal e da Hungria.
(D) da Polónia, da Irlanda e da Grécia.
C

18. O Gráfico 3 apresenta dados relativos às receitas e às despesas públicas totais, em Portugal, entre
2011 e 2013. O Gráfico 4 apresenta dados relativos ao défice orçamental na Área do Euro a 17
Estados-membros, nos mesmos anos.

Com base nos gráficos 3 e 4, podemos afirmar que, em Portugal, o défice orçamental, em
percentagem do PIB,

(A) em 2013, foi maior do que em 2012.


(B) em 2011, foi menor do que em 2012.
(C) em 2011, foi superior ao da Área do Euro a 17 Estados-membros.
(D) em 2013, foi inferior ao da Área do Euro a 17 Estados-membros.
C

GRUPO II
1. O Quadro 5 apresenta valores relativos à evolução do Índice de Preços no Consumidor (IPC), total e
por principais agregados, em Portugal, em 2012 e em 2013. Os Quadros 6 e 7 apresentam,
respetivamente, dados relativos à evolução do IPC do agregado Bens e do agregado Serviços, por
classes, em Portugal, nos mesmos anos.

28
Explique, com base nos documentos apresentados, a evolução da taxa de inflação, em Portugal, em
2013, face a 2012, considerando:
– o comportamento da taxa de variação anual do IPC total;
– o contributo dos principais agregados do IPC para esse comportamento;
– o contributo das diferentes classes do agregado Bens e do agregado Serviços para o comportamento
do nível médio de preços de cada um desses agregados do IPC.
Tópicos de resposta:
- a taxa de variação (anual)1 do IPC total (ou taxa de inflação) diminuiu, tendo passado de 2,8%, em 2012, para
0,4%, em 2013;
- para o comportamento da taxa de variação (anual)1 do IPC total (ou taxa de inflação), no período em análise,
contribuiu a manutenção do nível médio de preços do agregado Bens, em 2013, após uma subida do nível médio
de preços deste agregado de 2,5%, em 2012;
- para o comportamento da taxa de variação (anual)1 do IPC total (ou taxa de inflação), no período em
análise, contribuiu também o abrandamento do ritmo de crescimento do nível médio de preços do agregado
Serviços; a taxa de variação (anual)1 do nível médio de preços deste agregado passou de 3,2%, em 2012, para
1,1%, em 2013;
- a diminuição do nível médio de preços da classe dos Bens industriais, em 2013, após o crescimento do nível
médio de preços verificado nesta classe, em 2012, e a desaceleração do crescimento do nível médio de preços da
classe dos Bens alimentares, em 2013, face a 2012, explicam o comportamento do nível médio de preços do
agregado Bens nesse período;
- a desaceleração do crescimento do nível médio de preços de todas as classes do agregado Serviços, exceto os
Serviços relacionados com comunicação, em 2013, face a 2012, explica o comportamento do nível médio de
preços do agregado Serviços nesse período.

2. Leia o texto que se segue.


Deixar de produzir não significa, necessariamente, abandonar a atividade. Considere uma marca de
roupa que possui diversas fábricas e que enfrenta uma redução da procura. Por esse motivo, pretende
deixar de produzir, durante alguns meses, numa das fábricas. Deixando de produzir, os custos com
matérias-primas seriam eliminados. No entanto, esta fábrica continuaria a suportar os custos associados
ao pagamento das rendas das instalações e dos salários dos seguranças.
Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld, Microeconomia,

29
São Paulo, Pearson, 2010, p. 196 (adaptado)

Explique, com base no texto, por que razão a fábrica continua a suportar alguns custos, mesmo quando
deixa de produzir durante alguns meses.
Comece por identificar os tipos de custos a que o texto se refere.
Tópicos de resposta:
•• os tipos de custos a que o texto se refere são custos (ou gastos) variáveis e custos (ou gastos) fixos;
•• a fábrica, ao deixar de produzir, continua a suportar os custos (ou gastos) fixos, como, por exemplo, os associados
ao pagamento das rendas das instalações (ou dos salários dos seguranças);
•• a fábrica continua a suportar os custos (ou gastos) fixos porque estes não variam em função da quantidade
produzida do bem, sendo suportados pela fábrica, quer produza quer não. 15 pontos

3. Leia o texto que se segue.


Considere-se a indústria dos refrigerantes num dado país. Neste sector, há um elevado número de
pequenas empresas a produzir bens semelhantes, mas não idênticos. Cada produtor tem os seus
consumidores e, como tal, detém um certo poder de mercado. Uma estrutura do mercado deste género
partilha características do mercado de concorrência perfeita e do monopólio.
Hal R. Varian, Microeconomia Intermédia,

Lisboa, Verlag Dashöfer, 2010, p. 449 (adaptado)

Justifique, com base no texto, a detenção de um certo poder de mercado por cada produtor.
Comece por identificar a estrutura do mercado e as duas características dessa estrutura a que o texto se
refere.

Tópicos de resposta:
•• a estrutura do mercado a que o texto se refere é a de mercado de concorrência monopolística;
•• nesta estrutura do mercado existe um elevado número de pequenas empresas vendedoras/produtoras
(ou atomicidade);
•• nesta estrutura do mercado, o produto oferecido é diferenciado (ou não é homogéneo);
•• cada vendedor/produtor tem um certo poder de mercado, exercendo algum controlo sobre o preço de venda do
produto que comercializa, devido à diferenciação deste face aos produtos comercializados (ou devido à perceção de
que o produto é semelhante mas não idêntico aos produtos comercializados) pelos outros vendedores/produtores.
15 pontos
4. Leia o texto que se segue.
Em 2011, em Portugal, de acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, após as
transferências sociais do Estado, 17,9% da população residente encontrava-se em risco de pobreza1.
Sem o contributo de quaisquer transferências sociais do Estado, o mesmo inquérito indica que, a serem
considerados apenas os rendimentos do trabalho, de capital e de transferências privadas, 45,4% da
população residente estaria em risco de pobreza, no mesmo ano.
Instituto Nacional de Estatística,

Anuário Estatístico de Portugal 2012, in www.ine.pt (adaptado)


1 População cujo rendimento equivalente se encontra abaixo do limiar de pobreza, definido como 60% do rendimento mediano
por adulto
Explicite, com base no texto, o papel do Estado na redistribuição do rendimento, identificando dois
instrumentos cujo objetivo seja a promoção dessa redistribuição. ............................................ 15 pontos

Tópicos de resposta:
•• o papel do Estado na redistribuição do rendimento consiste em alterar a repartição pessoal (ou a repartição
primária) dos rendimentos, de forma a reduzir as desigualdades nessa repartição (ou a combater situações de
pobreza);
•• em Portugal, o Estado, através da redistribuição do rendimento, contribuiu para a redução do risco de pobreza,
que passou de 45,4%, antes de quaisquer transferências sociais do Estado, para 17,9%, após as transferências
sociais do Estado, em 2011;
•• o Estado pode utilizar vários instrumentos na redistribuição do rendimento, como, por exemplo, o subsídio de
desemprego e o rendimento social de inserção (ou os impostos diretos progressivos).

30
GRUPO III
1. O Quadro 8 apresenta dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) e às principais componentes da
Despesa, em Portugal, em 2003 e em 2013. O Quadro 9 apresenta dados relativos à estrutura do
Produto Interno Bruto (PIB), em Portugal, nos mesmos anos.

Explique, com base nos documentos apresentados, as alterações verificadas na estrutura do PIB, em
Portugal, em 2013, face a 2003, considerando:
– a evolução do PIB, em termos nominais;
– a relação entre a evolução do PIB e a evolução das componentes da procura global;
– o efeito dessas evoluções na estrutura do PIB.
1. ................................................................................................................................................... 20 pontos
Tópicos de resposta:
•• o PIB português (em termos nominais)1 cresceu, tendo registado uma taxa de variação, entre 2003 e 2013, de
15,5% (ou tendo passado de 143 471,7 milhões de euros, em 2003, para 165 690,0 milhões de euros, em 2013);
•• o crescimento do PIB explica-se pelos aumentos das exportações de bens e serviços e do consumo total,
componentes que registaram taxas de variação (em termos nominais)1, respetivamente, de 70,0% e de 15,8% (ou que
passaram, respetivamente, de 39 630,9 milhões de euros para 67 353,2 milhões de euros e de 119 528,5 milhões de
euros para 138 406,4 milhões de euros), entre 2003 e 2013;

31
•• a redução da formação bruta de capital (ou do investimento), componente que registou uma taxa de variação (em
termos nominais)1 de –24,1% (ou que passou de 33 700,3 milhões de euros para 25 563,9 milhões de euros), impediu
um maior crescimento do PIB, entre 2003 e 2013;
•• como consequência de taxas de variação (nominal)1 superiores à taxa de variação (nominal)1 do PIB,
os pesos no PIB do consumo total e (sobretudo) das exportações de bens e serviços aumentaram, para 83,5% e 40,7%,
respetivamente, em 2013, contra 83,3% e 27,6%, respetivamente, em 2003;
•• como consequência de uma taxa de variação (nominal)1 negativa da formação bruta de capital (ou do
investimento), o peso no PIB desta componente diminuiu, para 15,4%, em 2013, contra 23,5%, em 2003.
1 A referência «em termos nominais» será exigível apenas uma vez ao longo da resposta.

2. O Quadro 10 apresenta dados relativos à balança corrente, ao Produto Interno Bruto (PIB) e às
exportações de bens de um dado país, em 2014.

Determine, com base no Quadro 10, a taxa de cobertura das importações de bens pelas exportações
de bens, desse país, em 2014.
Apresente as fórmulas usadas e os cálculos efetuados.

A pontuação das respostas a este item deve ser atribuída de acordo com as etapas apresentadas.
Na etapa 1, apenas é exigido o cálculo apresentado (ou outro equivalente) e o resultado.
Nas etapas 2 e 3, são exigidas as fórmulas apresentadas (ou outras equivalentes), os cálculos apresentados (ou
outros equivalentes) e os resultados.
1.ª etapa.................................................................................................................... 4 pontos
– 4,1% = (Saldo da balança de bens / 170 800,0) × 100 .......................................... 2 pontos
Saldo da balança de bens = –7 002,8 (milhões de euros) ....................................... 2 pontos
2.ª etapa.................................................................................................................... 5 pontos
Saldo da balança de bens = Valor das exportações de bens – Valor
das importações de bens ................................................................... 2 pontos
–7 002,8 = 47 653,0 – Valor das importações de bens ...................... 1 pontos
Valor das importações de bens = 54 655,8 (milhões de euros) ......... 2 pontos
3.ª etapa.................................................................................................................... 6 pontos
Taxa de cobertura das importações de bens pelas exportações de
bens = (Valor das exportações de bens / Valor das importações
de bens) × 100 ................................................................................... 3 pontos

32
Taxa de cobertura = (47 653,0 / 54 655,8) × 100 ............................... 1 pontos
Taxa de cobertura = 87,2% ................................................................ 2 pontos
15 pontos

3. Leia o texto que se segue.


Embora a mão invisível leve os mercados, geralmente, a afetar os recursos de forma eficiente, isso nem
sempre acontece. Os economistas usam a expressão «falha de mercado» para se referirem a uma
situação em que o mercado, por si só, não consegue produzir uma afetação eficiente de recursos. Uma
dessas situações diz respeito ao impacto negativo das ações de uma pessoa sobre o bem-estar dos que a
rodeiam. Outra situação ocorre quando um produtor ou grupo de produtores tem poder de mercado,
ou seja, tem capacidade para influenciar significativamente os preços de mercado.
N. Gregory Mankiw, Princípios de Macroeconomia,

São Paulo, Thomson, 2005, p. 11 (adaptado)

Identifique as duas falhas de mercado referidas no texto.

Falhas de mercado:
•• externalidade OU externalidade negativa;
•• poder de mercado OU concorrência imperfeita OU uma das estruturas do mercado de concorrência
imperfeita.
10 pontos

33
ECONOMIA A 2016 - 1.ª FASE

GRUPO I

1. O Fernando ganhou 450 euros na lotaria nacional. Com esse dinheiro, pensa adquirir, num
estabelecimento comercial da cidade onde habita, um smartphone ou um tablet, custando cada um
450 euros. Se optar por adquirir o smartphone, o Fernando estará a efetuar uma escolha. O custo de
oportunidade dessa escolha consiste…
(A) no valor do smartphone que irá comprar.
(B) no benefício resultante da utilização do smartphone.
(C) no entesouramento efetuado por não comprar o tablet.
(D) no sacrifício associado a não possuir o tablet.
D

2. O consumo final consiste na utilização de bens e serviços para a satisfação direta de necessidades
humanas, quer individuais, quer coletivas. Assim, é um exemplo de consumo final a utilização de …
(A) computadores pessoais em atividades de lazer por uma família.
(B) alcatrão na construção de uma estrada por uma câmara municipal.
(C) cacau na produção de barras de chocolate por uma empresa.
(D) depósitos para a concessão de empréstimos por um banco.
A

3. Em 2014, a Ana gastou 5000 euros em despesas de alimentação e 20 000 euros nas restantes
despesas de consumo, não tendo efetuado qualquer poupança. Em 2015, o rendimento disponível da
Ana aumentou 10%, em termos nominais, e a sua poupança manteve-se nula. De acordo com a lei de
Engel, será de esperar que, em 2015, a Ana tenha gastado
(A) 20% do seu rendimento disponível em despesas de alimentação.
(B) 75% do seu rendimento disponível em despesas de consumo não alimentares.
(C) mais de 25% do seu rendimento disponível em despesas de alimentação.
(D) mais de 80% do seu rendimento disponível em despesas de consumo não alimentares.
D

34
4. A Tabela 1 apresenta dados relativos à população de um país, em 2015.

Considere que, em 2015, o número de desempregados de longa duração representava 40% do total de
desempregados. Com base na situação descrita, podemos afirmar que, nesse país, em 2015,
(A) a taxa de atividade foi 79,0%.
(B) a taxa de desemprego foi 12,5%.
(C) o total de desempregados foi 4200 milhares de indivíduos.
(D) o total da população ativa foi 22 500 milhares de indivíduos.
B

1200 – 40
x – 60
x=1800
= 1800 + 1200 x100 = 12,5%
(30000 – 6000)

5. As empresas A, B, C e D são produtoras de parafusos. A Tabela 2 apresenta a evolução da quantidade


de parafusos produzida por cada uma das empresas e a evolução do número de trabalhadores de cada
uma delas, no período de 2005 a 2015.

Com base na Tabela 2, podemos afirmar que a produtividade média do trabalho, de 2005 a 2015,
(A) aumentou na empresa A e diminuiu na empresa D.

35
(B) aumentou na empresa B e diminuiu na empresa C.
(C) diminuiu na empresa A e aumentou na empresa C.
(D) diminuiu na empresa B e aumentou na empresa D.
D

6. A Tabela 3 apresenta valores relativos à taxa de variação anual do índice de preços no consumidor
(IPC) total e dos seus principais agregados, num determinado país, em 2014 e em 2015.

Com base na Tabela 3, podemos afirmar que, nesse país,


(A) entre 2014 e 2015, a desinflação resultou do decréscimo dos níveis médios de preços dos agregados
bens e serviços.
(B) em 2015, para a deflação verificada contribuiu a manutenção do nível médio de preços do agregado
bens.
(C) em 2014, o nível médio de preços do agregado serviços cresceu mais do que o nível médio de preços
do agregado bens.
(D) em 2014 e em 2015, o crescimento do nível médio de preços do agregado serviços foi inferior à taxa
de variação anual do IPC total.
C

7. A atividade económica que permite aos produtores colocar os seus produtos à disposição dos
consumidores nos mercados designa-se por distribuição e inclui
(A) o armazenamento e o consumo de mercadorias.
B) a repartição e a redistribuição de rendimentos.
(C) o armazenamento e o comércio de mercadorias.
(D) a repartição e a utilização de rendimentos.
C

8. Um oligopólio é uma estrutura do mercado em que existe


(A) um número muito elevado de vendedores de um produto diferenciado.
(B) um número reduzido de vendedores, com capacidade de influenciar o preço de mercado.
(C) um número muito elevado de vendedores de um produto homogéneo.
(D) um número reduzido de vendedores, sem capacidade de influenciar o preço de mercado.
B

36
9. O Gráfico 1 representa, através de duas curvas de Lorenz, a repartição pessoal do rendimento no
país A e no país B, em 2015.

Com base no Gráfico 1, podemos afirmar que, em 2015,


(A) 40% do rendimento do país A está concentrado nos 55% da população com rendimentos mais
elevados.
(B) 30% do rendimento do país A está concentrado nos 20% da população com rendimentos mais
elevados.
(C) 65% do rendimento do país B está concentrado nos 10% da população com rendimentos mais
elevados.
(D) 85% do rendimento do país B está concentrado nos 45% da população com rendimentos mais
elevados.
B
10. A 1 de janeiro de 2015, uma empresa produtora de resmas de papel tinha em armazém existências
de produtos acabados no valor de 20 mil euros. Ao longo desse ano, a crise económica levou à
redução das vendas da empresa, tendo esta registado, a 31 de dezembro de 2015, existências de
produtos acabados no valor de 30 mil euros. No contexto descrito, a variação de existências de
produtos acabados, no valor de 10 mil euros, é considerada uma parcela
(A) da formação bruta de capital fixo da empresa.
(B) do investimento da empresa.

37
(C) do consumo final da empresa.
(D) do consumo de capital fixo anual da empresa.
B
11. Num determinado país, os dirigentes de uma empresa cotada na Bolsa de Valores Mobiliários
decidiram adquirir novas máquinas, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção da
empresa. Para a concretização deste investimento, a empresa emitiu um empréstimo obrigacionista,
através da colocação no mercado de novos títulos, que foram adquiridos por famílias residentes no
país. Nestas condições, a empresa recorreu a um financiamento
(A) interno direto.
(B) interno indireto.
(C) externo direto.
(D) externo indireto.
C

12.Constituem recursos das sociedades não financeiras


(A) os rendimentos de empresas e propriedade pagos pelas sociedades não financeiras às famílias.
(B) os depósitos a prazo constituídos pelas sociedades não financeiras nas sociedades financeiras.
(C) as contribuições sociais entregues pelas sociedades não financeiras às administrações públicas.
(D) as indemnizações de seguros pagas pelas sociedades financeiras às sociedades não financeiras.
D

13.O espaço aéreo nacional de Portugal e a Embaixada de Espanha, em Lisboa, são considerados, no
âmbito da contabilidade nacional, território económico
(A) de Portugal, em ambos os casos.
(B) de Espanha, em ambos os casos.
(C) de Portugal, apenas no primeiro caso.
(D) de Espanha, apenas no primeiro caso.
C

14. A Tabela 4 apresenta valores retirados do sistema de contas nacionais de um país, em 2015.
Com base na Tabela 4, podemos afirmar
que, em 2015, nesse país, o valor
(A) da procura global foi 4600 milhões de
euros.
(B) da procura global foi 3040 milhões de
euros.
(C) das exportações de bens e serviços foi
240 milhões de euros.
DI = C (Privado e Público) + Invest. + Export. – Import. (D) das exportações de bens e serviços foi
3820 = 1700+850+1030+ Export. – 780 540 milhões de euros.
Export = 3820 – 1700-850-1030+780 = 1020 milhões de euros
A

38
Procura Global = Consumo + Invest. + Export.
Procura Global =1700+850+1030 + 1020 = 4600 milhões de
euros

15. Num determinado país, em 2015, as autoridades decidiram aplicar um direito aduaneiro (ou uma
barreira alfandegária tarifária) sobre a importação de batata. Podemos afirmar que esta medida se
insere numa política comercial
(A) protecionista, ao contribuir para a redução da concorrência no mercado interno da batata.
(B) protecionista, ao aumentar as vendas, no país, das empresas residentes no resto do mundo.
(C) de comércio livre e visa reforçar a concorrência no mercado externo da batata.
(D) de comércio livre e pretende apoiar as unidades produtoras residentes no país.
A

16. A Tabela 5 apresenta dados relativos a algumas das componentes da balança corrente e de capital
de um país, de 2013 a 2015.

Com base na Tabela 5, podemos afirmar que, nesse país,


(A) o saldo da balança de serviços foi -30 milhões de euros, em 2015.
(B) o saldo da balança de serviços foi 15 milhões de euros, em 2014.
(C) a taxa de variação anual do saldo da balança de serviços foi -50%, em 2015.
(D) a taxa de variação anual do saldo da balança de serviços foi 85%, em 2014.
C

2014
BC = BC+BC-720(BC) = -780
-780 (BC) = -2400+800+790 + BS= -30m€
2015
BC = BC+BC-915(BC) = -1185
-1185 (BC) = -2200+900+100 + BS= -15m€

39
17. Em 2015, num determinado país, o Estado introduziu no Programa Nacional de Vacinação uma
nova vacina gratuita, financiada através de impostos diretos progressivos, que permitiu a vacinação
de toda a população.
Considerando-se tudo o resto constante, se afirmarmos que a introdução dessa vacina pelo Estado
contribuiu para a promoção da equidade, estaremos a produzir uma afirmação
(A) falsa, pois a nova vacina permitiu a proteção da saúde dos cidadãos de menores rendimentos.
(B) falsa, pois esta medida agravou as desigualdades na repartição pessoal dos rendimentos.
(C) verdadeira, pois todos os cidadãos, independentemente dos seus rendimentos, puderam usufruir do
acesso à nova vacina.
(D) verdadeira, pois todos os gastos com a saúde foram reduzidos, permitindo o aumento dos
rendimentos primários da população.
C

18. Em 2015, num determinado país, o Estado vendeu a um grupo económico privado, por 5 milhões
de euros, metade do capital social de uma empresa pública. Nesse mesmo ano, cobrou 120 mil euros
de imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos, adquiriu um terreno para a construção de um
hospital público, no valor de 10 milhões de euros, e pagou vencimentos, no valor de 20 milhões de
euros.
Com base na situação descrita, podemos afirmar que
(A) o imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos é um imposto direto, constituindo para o Estado
uma receita corrente.
(B) a venda de metade do capital social da empresa pública foi inscrita no orçamento do Estado como
uma receita de capital.
(C) a compra do terreno para a construção do hospital público é um custo fixo, representando para o
Estado uma despesa corrente.
(D) o pagamento dos vencimentos aos funcionários públicos foi inscrito no orçamento do Estado como
uma despesa de capital.
B

40
GRUPO II
1. Leia o texto.

Pensemos, agora, em escassez e escolha do ponto de vista da sociedade. Quais são os objetivos da
sociedade? Queremos um nível de vida mais elevado para os cidadãos, com ar puro, ruas seguras, boas
escolas e muito mais. O que nos impede de alcançar todos estes objetivos de uma maneira satisfatória
para todos? A resposta é óbvia: a escassez.
Robert E. Hall e Marc Lieberman, Macroeconomia, 1.ª edição, São Paulo, Thomson, 2003, p. 3 (adaptado)

Identifique e explique, com base no texto, o objeto de estudo da Ciência Económica.

Tópicos de resposta:
•• a Ciência Económica estuda a escassez e a escolha (ou a decisão);
•• a escassez resulta da existência de recursos limitados face a necessidades ilimitadas;
•• a impossibilidade de satisfazer todas as necessidades humanas (ou de alcançar todos os objetivos)
exige que se façam escolhas (ou que se tomem decisões) orientadas para a melhoria do bem-estar da
sociedade (ou para a obtenção de um nível de vida mais elevado para os cidadãos).
15 pontos

2. O Gráfico 2 apresenta a relação entre o custo médio e a quantidade produzida, numa empresa
produtora de mármore, no longo prazo.

Identifique o fenómeno que ocorre quando a empresa produz mais de 8 toneladas de mármore e
explique-o, comparando a variação do custo total com a variação da quantidade produzida.
Tópicos de resposta:
•• ocorrem deseconomias de escala quando a empresa produz mais de 8 toneladas de mármore;
•• este fenómeno ocorre quando o custo médio aumenta à medida que aumenta a quantidade
produzida

41
(pela empresa);
•• o aumento do custo médio resulta de um aumento (percentual) do custo total superior ao
aumento(percentual) da quantidade produzida.
15 pontos
3. Leia o texto
A moeda é o critério básico para calcular o valor dos bens e serviços, de tal modo que todos os preços
são expressos em moeda. Esta permite também às pessoas acumular riqueza, pois efetuam poupança
com recurso à moeda.
Baseado em: Robert Frank e Ben Bernanke, Princípios de Economia, 1.ª edição, Lisboa, McGraw-Hill, 2003, p. 617

Identifique as duas funções da moeda referidas no texto.


As funções da moeda são:
•• medida de valor OU unidade de conta OU unidade de valor OU unidade de medida;
•• reserva de valor.
10 pontos

4. O texto e o gráfico que se seguem referem-se ao mercado das laranjas, num determinado país.
Considere que o mercado das laranjas é de concorrência perfeita e que, inicialmente, estava em
equilíbrio, para um preço de 20 euros por tonelada e uma quantidade transacionada de 20 toneladas.
No entanto, a descida brusca da temperatura e a sua permanência em valores abaixo de zero, durante
quatro dias consecutivos, destruíram uma parte significativa da colheita anual de laranjas, provocando
uma redução da oferta e criando uma situação de desequilíbrio no mercado.

Baseado em: N. Gregory Mankiw, Princípios de Macroeconomia, 3.ª edição, São Paulo, Thomson, 2005, p. 81

Descreva, com base nos documentos apresentados, as alterações verificadas no mercado das
laranjas, considerando:
– o desequilíbrio provocado pela redução da oferta nesse mercado;
– o novo equilíbrio alcançado nesse mercado, comparando-o com o equilíbrio inicial.
Tópicos de resposta:
•• a redução da oferta no mercado das laranjas provocou uma situação de excesso de procura, pois,
ao preço de equilíbrio inicial (ou ao preço de 20 euros), a quantidade oferecida tornou-se inferior à
quantidade procurada (ou a quantidade oferecida diminuiu para 10 toneladas e a quantidade procurada
manteve-se em 20 toneladas);

42
•• o novo equilíbrio no mercado das laranjas foi alcançado para o preço de 25 euros e para a
quantidade
(transacionada) de 15 toneladas; o novo preço de equilíbrio é superior ao preço de equilíbrio inicial e a
nova quantidade (transacionada) é inferior à quantidade de equilíbrio inicial.
15 pontos
GRUPO III
1. Os dados apresentados nos gráficos 4 e 5 referem-se à economia portuguesa, de 2010 a 2014.
Gráfico 4 ‒ Despesa pública total e suas componentes, em termos nominais
Taxa de variação de 2010 a 2014 (em %)

Gráfico 5 ‒ Estrutura da despesa pública total


(em % do total)

Pordata, in www.pordata.pt (adaptado) (consultado em outubro de 2015)


Explique, com base nos dados apresentados, as alterações na estrutura da despesa pública total, em
Portugal, de 2010 a 2014, considerando:
– a evolução da despesa pública total, em termos nominais;
– a evolução das três componentes que justificaram o sentido da evolução da despesa pública total;
– os efeitos da evolução comparada da despesa pública total e de cada uma dessas três componentes na
estrutura da despesa pública total.

Tópicos de resposta:
•• a despesa pública total decresceu, tendo registado uma taxa de variação de -9,1% (em termos nominais)1;
•• a formação bruta de capital (FBC), a remuneração dos empregados e o consumo intermédio foram as
componentes que justificaram o decréscimo da despesa pública total;
•• a FBC, a remuneração dos empregados e o consumo intermédio diminuíram, tendo registado, respetivamente,
taxas de variação de - 63,1%, de -16,8% e de - 4,1% (em termos nominais)1;

43
•• o decréscimo (percentual) da FBC e o decréscimo (percentual) da remuneração dos empregados foram
superiores ao decréscimo (percentual) da despesa pública total, explicando a diminuição do peso destas
componentes na despesa pública total;
•• o decréscimo (percentual) do consumo intermédio foi inferior ao decréscimo (percentual) da despesa pública
total, explicando o aumento do peso desta componente na despesa pública total.
1 A referência «em termos nominais» será exigida apenas uma vez ao longo da resposta. 20 pontos

2. As tabelas 7 e 8 apresentam, respetivamente, o valor acrescentado bruto (VAB) e o valor bruto da


produção, por sectores de atividade económica, numa dada economia sem Estado, em 2015.
Considere, ainda, que, nesta economia, o VAB do sector terciário foi 102 000 milhões de euros.

Calcule, com base nos dados apresentados, o consumo intermédio da economia em 2015.
Na sua resposta, apresente a fórmula usada e os cálculos efetuados.
A pontuação das respostas a este item deve ser atribuída de acordo com as etapas
apresentadas.
Este item pode ser resolvido por, pelo menos, dois processos.
1.º Processo
1.ª etapa................................................................................................................... 4 pontos
Apresentar o processo de cálculo: Produto interno bruto (PIB) (ou
valor acrescentado bruto (VAB) total) = (102 000 / 60) x 100 (ou
equivalente) ........................................................................................... 2 pontos
Apresentar o resultado: PIB (ou VAB total) = 170 000 milhões
de euros................................................................................................... 2 pontos
2.ª etapa................................................................................................................... 4 pontos
Apresentar o processo de cálculo: Valor bruto da produção (total) =
= 35 000 + 72 000 + 107 000 (ou equivalente) ....................................... 2 pontos
Apresentar o resultado: Valor bruto da produção (total) = 214 000
milhões de euros .................................................................................... 2 pontos
3.ª etapa................................................................................................................... 7 pontos
Apresentar a fórmula: PIB (ou VAB total) = Valor bruto da produção
(total) – Consumo intermédio (total) (ou equivalente) ............................. 3 pontos
Apresentar o processo de cálculo:
170 000 = 214 000 – Consumo intermédio (total) (ou equivalente) ....... 2 pontos
Apresentar o resultado: Consumo intermédio (total) = 44 000 milhões
de euros ................................................................................................. 2 pontos

44
2.º Processo
1.ª etapa................................................................................................................... 4 pontos
Apresentar o processo de cálculo e o resultado: Valor acrescentado
bruto (VAB) do sector primário = (102 000 / 60) x 6 (ou equivalente) ..... 1 ponto
VAB do sector primário = 10 200 milhões de euros ................................ 1 ponto
Apresentar o processo de cálculo e o resultado: VAB do sector
secundário = (102 000 / 60) x 34 (ou equivalente) ................................ 1 ponto
VAB do sector secundário = 57 800 milhões de euros .......................... 1 ponto
2.ª etapa................................................................................................................... 7 pontos
Apresentar a fórmula: VAB (por sector) = Valor bruto da produção
(por sector) – Consumo intermédio (por sector) (ou equivalente) ......... 3 pontos
Apresentar o processo de cálculo do consumo intermédio por sector:
10 200 = 35 000 – Consumo intermédio do sector primário
(ou equivalente) ..................................................................................... 1 ponto
57 800 = 72 000 – Consumo intermédio do sector secundário
(ou equivalente) ..................................................................................... 1 ponto
102 000 = 107 000 – Consumo intermédio do sector terciário
(ou equivalente) ..................................................................................... 1 ponto
Apresentar o resultado do consumo intermédio por sector:
Consumo intermédio do sector primário = 24 800 milhões de euros
Consumo intermédio do sector secundário = 14 200 milhões de euros
Consumo intermédio do sector terciário = 5000 milhões de euros ......... 1 ponto
3.ª etapa................................................................................................................... 4 pontos
Apresentar o processo de cálculo: Consumo intermédio (total) =
= 24 800 + 14 200 + 5000 (ou equivalente) .......................................... 2 pontos
Apresentar o resultado: Consumo intermédio (total) = 44 000 milhões
de euros ................................................................................................. 2 pontos
Notas:
– Se, numa etapa, for obtido um valor incorreto, na sequência de um erro de transcrição ou de um erro
de cálculo, a pontuação a atribuir a essa etapa é desvalorizada em 1 ponto por cada tipo de erro
ocorrido. As etapas subsequentes não são desvalorizadas pelos efeitos do erro cometido.
– Se, na resposta, não for identificada a unidade de medida do último resultado apresentado, a
pontuação a atribuir é desvalorizada em 1 ponto.
15 pontos

3. Leia o texto.
Um dos principais objetivos da União Europeia consiste no reforço da sua coesão económica e social.
Uma parte considerável das suas atividades e do seu orçamento é consagrada à prossecução deste
objetivo.
Parlamento Europeu, in www.europarl.europa.eu (adaptado)
(consultado em outubro de 2015)
Explicite o conceito de coesão económica e social referido no texto.

Conceito de coesão económica e social:


•• traduz a intenção de reduzir as disparidades verificadas entre as diferentes regiões (ou entre os
diferentes países) da União Europeia, através de uma aproximação (ou convergência) dos níveis de
rendimento (médio) e de qualidade de vida das populações dessas regiões (ou desses países).

45
10 pontos

46

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