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FACULDADE NACIONAL DE DIREITO

ANDRÉ VIEIRA FERNANDES – DRE 116202433

O Momento Waldo: Quem é o homem por trás


das cortinas do Bolsonarismo?

Disciplina: Direito e Cinema (Direito e Sociedade em Black Mirror)


Disciplina Eletiva oferecida em 2019.1
Professor: Rodrigo de Lacerda Carelli
Monitora: Giulia Valente

RIO DE JANEIRO
2019
O Momento Waldo: Quem é o homem por
trás das cortinas do Bolsonarismo?

Resumo:
Com o objetivo de promover uma melhor compreensão acerca do fenômeno do
Bolsonarismo, no presente trabalho iremos fazer uma viagem imersiva ao universo da
série de televisão “Black Mirror” para alcançar, no episódio “The Waldo Moment”,
elementos que nos ajudem a elucidar algumas das principais questões que orbitam o
interessante tema. Traçando paralelos com artigos acadêmicos, pesquisas, notícias da
Internet, filmes, músicas, memes, literatura clássica e devaneios pessoais, pretendemos
provocar no leitor a experiência de se questionar até que ponto somos parte ativa nas
mudanças que estão acontecendo e até onde vai a nossa capacidade de perceber as forças
que movem o mundo do qual fazemos parte. Politicamente incorreto, desbocado e
superficial, acreditamos que compreender Waldo e o atual momento é, de certa forma,
compreender a nós mesmos e as nossas mais animalescas propensões das quais se
alimentam os grandes sistemas de poder e controle da sociedade.
Atenção: se você se sente incomodado com palavrões e obscenidades,
recomendamos que não prossiga com a leitura deste artigo e, por gentileza, solicite a
versão “light” do mesmo através do e-mail andrefernandes@ufrj.br.

Palavras-chave: Black Mirror, Waldo, Bolsonaro, cidadão de bem, democracia,


extremismo, ditadura, Poder, violência, homofobia.
Introdução:
Em 17 de maio de 1900, o escritor estadunidense Lyman Frank Baum publicou
pela primeira vez um dos mais populares livros já escritos na literatura infantil: “O
Mágico de Oz1”. A obra conta a trajetória de uma menina chamada Dorothy, que vive em
uma fazenda no Kansas com sua família, enquanto sonha com uma vida melhor
“somewhere over the rainbow”. Depois de levar um golpe na cabeça e perder os sentidos
durante a passagem de um tornado, ela e seu cachorro Totó acordam na terra mágica de
Oz. Naquele lugar, Dorothy recebe orientações dadas pela Bruxa Boa do Norte que a
aconselha seguir por uma estrada de tijolos amarelos ao fim da qual irá chegar à Cidade
de Esmeralda, onde poderá encontrar o maravilhoso Mágico de Oz, que lhe ajudará a
achar o caminho de volta para casa. No percurso, acaba conhecendo o Espantalho, o
Homem de Lata e o Leão que a ela se juntam, na esperança de conseguirem obter do
Mágico algo de que também necessitavam, no caso, respectivamente, um cérebro, um
coração e a coragem2.
No dia 25 de fevereiro de 2013, a série televisiva “Black Mirror3” exibiu no
Channel 4, o episódio “The Waldo Moment”, escrito por Charlie Brooker, o próprio
criador da série. A trama narra a história de Jamie Salter,
[...]um comediante falido que executa a voz e os movimentos (por intermédio
de um manipulador remoto) de um urso de desenho animado chamado Waldo,
que entrevista políticos e outras figuras de autoridade. Os entrevistados são
enganados em pensar que as entrevistas de Waldo são para um programa de
televisão para crianças, quando eles são realmente para um late-night talk
show. O urso Waldo é extremamente popular com o público britânico, e um
piloto para sua própria série é comissionado4.

Num Brasil inimaginável há uma década, estamos no ano de 2019. Passados seis
meses desde a posse do novo Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, seguimos
encarando os mesmos problemas sociais, com a economia estagnada e escândalos de
corrupção. Como na história do Mágico de Oz, a decepção de uma parcela daqueles que
esperavam algum tipo de milagre parece querer ganhar as ruas. Segundo uma pesquisa
realizada pelo Ibope5 e divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na
última semana de junho, a popularidade do Governo Federal apresentou uma sensível
queda, depois que vazamentos de conversas entre o ex-juiz e atual Ministro da Justiça de
Bolsonaro, Sérgio Moro, e membros da Força-Tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba,

1
BAUM, Lyman Frank. O Maravilhoso Mágico de Oz. Tradução: Luiz Fernando Martins. São Paulo:
Martin Claret.2009.
2
FERREIRA, Wilson Roberto Vieira. As raízes ocultas do filme "O Mágico de Oz". Artigo.
Disponível em: <http://cinegnose.blogspot.com/2013/05/as-raizes-ocultas-do-filme-o-magico-de.html>.
Acesso em: 01 jul 2019.
3
BLACK MIRROR. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Black_Mirror&oldid=55588978>. Acesso
em: 27 jun. 2019.
4
THE WALDO MOMENT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2018. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=The_Waldo_Moment&oldid=51501263>. Acesso em: 01 jul
2019.
5
GAÚCHAZH. Popularidade de Bolsonaro cai, diz pesquisa CNI/Ibope. Disponível em:
<https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/06/popularidade-de-bolsonaro-cai-diz-pesquisa-
cni-ibope-cjxey8wlx03e501o96mqilznx.html> Acesso em: 01 jul 2019.
divulgados pelo site The Intercept6 estremeceram as bases do Governo e lançaram
desconfiança sobre a atuação do ex-juiz no processo que condenou o Ex-Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Em maio, as pessoas que avaliavam o governo como ruim ou
péssimo eram da ordem de 27%. Em junho, o número já passa de 32 %. Por outro lado, a
parcela da população que avaliava o Governo como ótimo ou bom caiu de 35% em maio
para 32% em junho. Entretanto, algo que parece maior que o próprio Bolsonaro segue
pairando sobre o céu da Pátria nesse instante, como um espectro sombrio e imprevisível
a sondar nossas casas.
Se por um lado, no Momento Waldo sabemos desde o início que o personagem
é controlado por Jamie Salter, mesmo que depois venhamos descobrir que este não era
exatamente insubstituível, uma vez que o ursinho azul de “ideias tortas” já tivesse entrado
no gosto da população, e que no enredo de L. Frank Baum, ao descobrirem a verdadeira
natureza do Mágico “quando o biombo caiu, [...] eles olharam naquela direção e ficaram
muito admirados. Porque viram de pé, bem no lugar que o biombo escondia, um velhinho
miúdo, careca e com o rosto todo enrugado, que parecia tão surpreso quanto eles7”,
permanece para nós uma perplexidade ainda maior que a de Dorothy e seus amigos e uma
frustração tão grande quanto a do humorista Jamie, abandonado ao ostracismo enquanto
assiste o triunfo de Waldo, quando nos perguntamos: quem seria o homem por trás das
cortinas8 do Bolsonarismo?
No presente artigo, não temos a pretensão de esgotar o tema, mas sim, lançar
provocações e questionamentos que nos permitam uma maior lucidez na próxima vez que
olharmos para a tela preta do celular e para que possamos melhor interpretar o que nela
vemos refletido antes de compartilhar, dar um like ou embarcar na próxima discussão
virtual.

Imagem: Abra-se o mar das tretas e do mimimi9.

6
GREENWALD, Glenn; REED, Betsy; DEMORI, Leandro. Como e por que o Intercept está
publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sérgio Moro. The Intercept_ Brasil. Disponível em:
<https://theintercept.com/2019/06/09/editorial-chats-telegram-lava-jato-moro/> Acesso em: 02 jul 2019.
7
BAUM, Lyman Frank. O Maravilhoso Mágico de Oz. Tradução: Luiz Fernando Martins. São Paulo:
Martin Claret.2009.
8
A ideia para o título do artigo foi inspirada no vigésimo episódio da terceira temporada da série LOST,
“"The Man Behind the Curtain". No episódio, Benjamin Linus leva John para conhecer o misterioso
Jacob que poderia desvendar todo mistério da ilha. O encontro, porém, foi uma decepção, pois em sua
casa Jacob era invisível.
9
Disponível em: <https://meme4fun.com> Acesso em: 03 jul 2019.
1. Quem são eles? Quem eles pensam que são10?
Buscando uma melhor compreensão acerca do fenômeno do Bolsonarismo,
optamos por recorrer à literatura científica relacionada ao tema (e por que não também à
literatura clássica e aos tweets e memes?), com a intenção de traçar um perfil genérico
que auxiliasse no reconhecimento de padrões comportamentais e ideológicos capazes de
justificar a transição da construção da imagem do chamado “cidadão de bem” a partir do
estereótipo do “brasileiro cordial, hospitaleiro e simpático” metamorfoseado para um
certo rascunho civilizatório “politicamente incorreto, sisudo, violento e autoritário” que
ganhou as ruas, as redes e as urnas nos últimos tempos. À medida em que nossas pesquisas
iam avançando, foram ficando cada vez mais evidentes as semelhanças entre o moderno
cidadão de bem e o debochado urso azul da série de TV.
Nessa esteira, encontramos no trabalho de Esther Solano, intitulado “Crise da
Democracia e extremismos de direita”, publicado em maio de 2018, uma pesquisa que
apresenta os resultados de entrevistas em profundidade com simpatizantes do
pré-candidato, nas quais foram mapeados os principais elementos de
identificação dos eleitores com o discurso do Bolsonaro e faz uma análise
empírica e teórica das condições do surgimento desse fenômeno no Brasil11.

Acreditamos que os dados apresentados nesta pesquisa são um ponto de partida


amplamente capaz de nos auxiliar no entendimento de como pensam, de onde vêm e pra
onde esperam ir as pessoas que embarcaram na onda verde-e-amarela anticorrupção,
camisetas da CBF falsificadas e danças exóticas.
Conforme aponta a pesquisadora, estas pessoas “consideram que, em uma
alteração da ordem social, o ‘cidadão de bem’ estaria desprotegido, seria a vítima
abandonada e o criminoso estaria superprotegido pelo Estado12”. Aponta ainda o trabalho
que “movimento negro, feminismo ou movimento LGBTQIA, são, para os bolsonaristas,
grupos que sofrem preconceito, sim, mas estão abusando de seus direitos13” e acrescenta
que
vários dos entrevistados que proclamam seu voto em Bolsonaro, em 2018,
admitiram ter votado no PT nos seus dois primeiros mandatos. Questionados
sobre o porquê da mudança, a maioria coincide: Lula estava perto do povo, era
carismático, alguém diferente dos políticos de sempre e era honesto. Hoje,
essas pessoas adotam um forte discurso antipetista, fundamentado na retórica
da corrupção do PT e na rejeição a muitas de suas políticas, das quais alguns
já foram beneficiados, e mobilizam alguns argumentos muito parecidos para
justificar o voto em Bolsonaro: proximidade, carisma e honestidade 14.

10
Engenheiros do Hawaii. Acústico MTV: 3ª Do Plural. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=LeE3NtDUnN4> Acesso em: 01 jul 2019.
11
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018.
12
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 11
13
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 20
14
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 25
Vemos que havia em 2018, então, uma urgente demanda geral por alguma
representação política carismática. Desprezados um certo “autoritarismo” atribuído por
setores machistas à Presidenta Dilma e também um talento vampiresco de assustar
criancinhas e marmanjos naturalmente representado pelo Presidente(?) Michel Temer15,
entendemos aqui o carisma não exatamente como simpatia, mas como uma medida da
capacidade de dar voz ou de produzir ecos na sociedade a determinados grupos. Foi assim
que nos deparamos com uma grande semelhança entre o modus operandi bolsonarista e
a veia satírica de Waldo, quando compreendemos que “a estratégia majoritária de
Bolsonaro é [...] ser o candidato ‘anti’. Não apenas o anti-PT, mas o verdadeiro anti-PT,
considerando que, para o eleitor, as alternativas ao PT acabaram se tornando iguais a
ele16”. Uma das suas principais características é a de
rejeitar os termos em que o debate público e eleitoral é posto para se consolidar
como a única alternativa orgânica ao sistema disparando declarações
desamparadas pelos fatos, mas com alto potencial de aderência graças ao
contexto de descrédito generalizado17.

No caso de Waldo, vemos que “como o urso desbocado que não consegue
esconder as próprias limitações enquanto candidato, seu papel está concentrado em
desmascarar a hipocrisia dos outros que se apresentam como tal18”. Quando criticado, o
personagem parte para a grosseria, xingando seus adversários e fazendo referência ao seu
“pau azul” enquanto vai “peidando” na cara deles.
Bolsonaro já foi comparado a outros personagens que se parecem um pouco com
Waldo, mas sempre conseguiu superá-los. O periódico Huffpost fez um quiz, em 2015,
onde apresentava frases que poderiam ser atribuídas tanto a Eric Cartman, personagem
de South Park quanto a Jair Messias. Na verdade, tratava-se de uma “pegadinha” pois
todas as frases utilizadas eram do então candidato à presidência, proferidas em diversos
momentos de sua “carreira” como político. Destacamos algumas pérolas: “Só porque ele
gosta de dar o rabo dele passa ser um semideus?”; “O cara tem que ser arrebentado pra
abrir o bico”; “Sou preconceituoso, com muito orgulho”; “Se eu vir dois homens se
beijando na rua, eu vou bater”; e “Minoria tem que se calar, se curvar à maioria19”.
Fazemos aqui uma pausa para destacar a cena, recentemente protagonizada pelo
vereador Carlos Bolsonaro (PSL – Rio de Janeiro, RJ) que, ao ser questionado durante
Sessão da Câmara dos vereadores da Cidade do Rio de Janeiro, acerca de sua opinião
sobre uma apreensão de 39 Kg de cocaína no avião presidencial, perdeu o controle e
15
O POVO. Michel Temer é retratado como vampiro em desfile de escola de samba do Rio.
Disponível em: < https://www.opovo.com.br/vidaearte/carnaval/2018/02/temer-e-retratado-como-
vampiro-em-desfile-de-escola-de-samba-do-rio.html> Acesso em: 2 jul 2019.
16
CLETO, Murilo. Como "Black Mirror" ajuda a entender o fenômeno Bolsonaro. Revista Época.
2018. Disponível em: < https://epoca.globo.com/como-black-mirror-ajuda-entender-fenomeno-bolsonaro-
23148634> Acesso em: 02 jul 2019.
17
CLETO, Murilo. Como "Black Mirror" ajuda a entender o fenômeno Bolsonaro. Revista Época.
2018. Disponível em: < https://epoca.globo.com/como-black-mirror-ajuda-entender-fenomeno-bolsonaro-
23148634> Acesso em: 02 jul 2019
18
CLETO, Murilo. Como "Black Mirror" ajuda a entender o fenômeno Bolsonaro. Revista Época.
2018. Disponível em: < https://epoca.globo.com/como-black-mirror-ajuda-entender-fenomeno-bolsonaro-
23148634> Acesso em: 02 jul 2019
19
BALTAZAR, Larissa. QUIZ! Quem disse isto: Jair Bolsonaro ou Eric Cartman? HUFFPOST.
2015. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/2015/11/04/quiz-quem-disse-isto-jair-bolsonaro-
ou-eric-cartman_a_21694949/> Acesso em: 02 jul 2019.
disparou uma verdadeira metralhadora de ofensas contra seus colegas parlamentares. Ao
ser cobrado por respeito, o filho do Presidente lançou ainda uma granada de estilhaços:
“respeito é o cacete, eu respeito quem eu quiser. Eu respeito quem eu quiser. Você tem
que ir para a Venezuela fazer um regime, porque tá muito gordinho, tá bom?20”,
ofendendo o Vereador Tarcísio Motta (PSOL – Rio de Janeiro, RJ).
O bizarro espetáculo na Câmara Municipal nos serve para deixar visível que o
Bolsonarismo é também uma forma de agir, de ver o mundo, de ser social (e antissocial)
que despreza o debate democrático e não meramente um movimento político de
apoiadores do ícone paternal de Jair Messias. Mais adiante, iremos retornar a esta questão
quando formos falar sobre os desdobramentos do Bolsonarismo no campo político. Mas
antes, permita-nos adentrar um pouco por essa “floresta escura e profunda na qual dois
mais dois são cinco21”, a fim de ocupar algumas casas-chave no tabuleiro que nos
permitirão ter uma melhor visão do jogo.

Imagem: Dorothy descobre a farsa de Oz por trás da cortina22.

2. O mínimo que você precisa saber...


Um antigo ditado diz que “a necessidade faz o sapo pular”. Com a devida vênia
à sabedoria do povo, nos permitiremos aqui fazer um pequeno ajuste, para reposicionar a
frase às demandas da era da pós-verdade23: “a necessidade faz o sapo popular”.
Justifico, amparado pelos estudiosos: a crise política brasileira, iniciada após as
eleições de 2014, criou um clima geral de descrença nos políticos, abrindo espaço para a
penetração das novas direitas (refluxos mais ou menos intensos das alt-rights), gerando
um ambiente de instabilidade democrática que descambou na queda da presidenta
Dilma24, amplificado pela espetacularização da Operação Lava-Jato que culminou na

20
POLÍTICO, Pragmatismo. Carlos Bolsonaro dá piti após 39kg de cocaína: "Respeito é o cacete!".
2019. Disponível em <https://www.pragmatismopolitico.com.br/2019/06/carlos-bolsonaro-39kg-
cocaina.html> Acesso em: 02 jul 2019.
21
TAL, Mikhail Apud: LEITÃO, Rafael. As 15 Melhores Frases Já Ditas Sobre Xadrez. Disponível
em: <https://rafaelleitao.com/15-melhores-frases-xadrez/> Acesso em: 02 jul 2019.
22
Disponível em: <http://cinegnose.blogspot.com/2013/05/as-raizes-ocultas-do-filme-o-magico-de.html>
Acesso em: 03 jul 2019.
23
CABEÇA, Vozes da Minha. Paciência, Rio de Janeiro. 2019. 😅
24
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 3
apressada prisão do Presidente Lula, impedindo sua participação nas eleições de 2018.
Numa total ausência de “coisa melhor pra votar”, surge a figura do Messias como o sapo
feio e fedorento que, não precisando ser beijado, beija a mão dos setores mais radicais da
sociedade e desperta, na mais completa inversão já vista, não qualquer bela adormecida,
mas a aparentemente derretida “Bruxa Má do Fascismo”. Enquanto nas ruas e facebooks
ecoava #elenão #elenão, a carruagem da democracia virou abóbora e os boatos sobre
“mamadeira de piroca”, “kit gay” e todo tipo de fake news foram decisivos para
influenciar uma considerável parcela da população, avessa ao debate, a ajudar a eleger
Bolsonaro, transformando o Brasil em uma espécie sui generis de “pornochanchada
gospel-liberal militarizada”. Exatamente como no Momento Waldo, o Bolsonarismo se
alimenta de (e realimenta) uma perigosa cadeia de desinformação, desprezo pelas
minorias, deboche e superioridade messiânica extremamente perigosa.
Dentro de todo este cenário dantesco, seria impossível deixar de cavoucar um
pouco a toca das igrejas evangélicas que tiveram, elas também, um papel relevante no
processo eleitoral, dado o seu poder de penetração. Como “novas articuladoras da
sociabilidade, especialmente nas periferias, que se configuram como um novo e
importantíssimo ator social e político25” conquistaram espaços de convivência em regiões
onde o Estado quase nunca chega, e “algumas delas, como a neopentecostal Igreja
Universal do Reino de Deus, são grandes aliadas na disseminação dos valores capitalistas,
da meritocracia e da individualização do esforço26”. O aparente paradoxo entre os
ensinamentos de Jesus Cristo27 e a pauta exclusivista-individualista da nova direita parece
se desmanchar como nuvens quando se valem deste discurso moralista anticorrupção,
conservador e meritocrático como ponto de contato capaz de proporcionar o inusitado
espetáculo de se ver, num mesmo palanque, um ator pornô28, pastores fazendo “sinal de
arminha” com as mãos e políticos já batidos diante de multidões em todos os estados
brasileiros. Segundo José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor
titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, o
chamado “voto evangélico” foi o responsável por 30 % dos votos de Jair Bolsonaro em
2018, ficando atrás apenas do voto dos católicos, que corresponderam a 56 % do seu
eleitorado no pleito29.
Mas, como nem só de pão vive o homem30, nem só de fake news e hipocrisia
religiosa vive o Bolsonarismo. Para compor o cenário e dar um toque esotérico, é

25
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 4
26
SOLANO, Esther. Crise da Democracia e extremismos de direita. São Paulo: Friedrich-Ebert-
Stiftung. 2018. p. 4
27
A BÍBLIA. Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado. João 13:34. Tradução de João
Ferreira Almeida. Rio de Janeiro: King Cross Publicações, 2008. 1110 p. Velho Testamento e Novo
Testamento.
28
YOUTUBE. Merval Pereira, o ator pornô e o silêncio constrangedor. Video (19 seg). Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=Jj4-fEW4buk> Acesso em: 02 jul 2019.
29
ALVES, José Eustáquio Diniz. O voto evangélico garantiu a eleição de Jair Bolsonaro. EcoDebate.
2018. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/584304-o-voto-evangelico-garantiu-a-
eleicao-de-jair-bolsonaro> Acesso em: 02 jul 2019.
30
A BÍBLIA. Está escrito: 'Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da
boca de Deus’. Mateus 4:4. Tradução de João Ferreira Almeida. Rio de Janeiro: King Cross Publicações,
2008. 1110 p. Velho Testamento e Novo Testamento
oportuno mencionarmos aqui um empoeirado astrólogo, por muitos anos esquecido em
alguma prateleira de algum botequim na Virgínia. Passaremos a falar então a respeito de
Olavo de Carvalho, que na visão do filósofo Pablo Ortellado seria responsável pelo
surgimento da Nova Direita brasileira e é considerado pela imprensa como uma espécie
de "guru" de Jair Bolsonaro31. Mas não iremos falar muito... ele não merece!
Autor de “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota32” e “O
imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras33”, além de uma pá de outros títulos,
Olavo de Carvalho, também conhecido como o “Rasputin Brasileiro34” é personagem
idêntico ao humorista Jamie Salter. No episódio do Momento Waldo, um Jamie já
cansado e descrente desiste de dar vida ao urso do pinto azul e sai de dentro de uma van
de onde comandava o boneco para pedir que as pessoas enxerguem a farsa por trás do
personagem. Na tragicomédia real brasileira, Olavo após conflitos com a ala militar do
Governo, declarou que não vai mais dar seus pitacos por aqui: “eles querem me tirar da
parada? Tiraram. Eu vou ficar quietinho agora, não me meto mais na política brasileira.
O Brasil escolheu [...] confiar em pessoas que não merecem a sua confiança e agora vai
se danar...35”. Na série, Jamie acaba sendo espancado pelas pessoas que continuaram
obedecendo aos comandos de Waldo. Nas redes sociais brasileiras, um linchamento
virtual fez Olavo perder audiência e credibilidade. Ambos, na arte e na vida, parecem
condenados ao mais dolorido esquecimento.

Imagem: Olavo filosofando36.

31
OLAVO DE CARVALHO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Olavo_de_Carvalho>. Acesso em: 02
jul 2019.
32
O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota, Felipe Moura Brasil (org.), 467 páginas, Rio
de Janeiro: Record, 2013.
33
O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade. 1996.
34
OLAVO DE CARVALHO. In: DESCICLOPÉDIA, 2019. Disponível em:
<https://desciclopedia.org/wiki/Olavo_de_Carvalho>. Acesso em: 02 jul 2019.
35
BERALDO, Paulo. 'Não me meto mais na política brasileira', diz Olavo de Carvalho. UOL.
Disponível em <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2019/05/16/nao-me-meto-
mais-na-politica-brasileira-diz-olavo-de-carvalho.htm> Acesso em: 2 jul 2019.
36
Disponível em: <http://catolicidadetradit.blogspot.com/2014/07/olavo-de-carvalho-e-relacao-fe-e-
razao.html> Acesso em: 03 jul 2019
3. Enquanto os homens exercem seus podres poderes37
Vencidos Olavo e Jamie e tendo voado para longe em seu balão o incrível
Mágico de Oz, seguimos em frente, agora tentando analisar os desdobramentos políticos
surrealistas de um Brasil em que o Momento Waldo perdura no tempo. Diferentemente
da trama que se passa na série onde o personagem é derrotado nas urnas pelo candidato
do stablishment, a vitória de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad, nas eleições
presidenciais brasileiras de 2018 colocou todo o setor progressista mais à esquerda (e até
mesmo alguns cretinos do centro e da direita) em um estado de espírito que mistura medo
com gargalhadas. Como se estivéssemos diante de uma espécie de “pesadelo confuso”, a
impressão que se tem é a de que o boneco de ventríloquo ganhou vida. Alguma coisa
entre Chuck38, Pinóquio39 e Frankenstein Jr.40 parece mover-se portando a faixa
presidencial de um lado para o outro do planeta, quase sempre sem ser convidado ou bem-
vindo.
Entre brigas com o Parlamento e confusões arrumadas por seus filhos e
Ministros, o Governo não conseguiu ainda mostrar ao que veio. Enfiado em polêmicas
sem fim que dispensam qualquer comentário, resta, mesmo assim, a impressão de que o
que temos no mais alto cargo do Poder executivo brasileiro não é apenas um fantasma.
Ao olharmos com mais atenção para suas pautas e bandeiras nestes seis primeiros meses
no poder, podemos ficar tentados a acreditar que Bolsonaro estaria a serviço dos setores
mais abastados da sociedade. A implacável obsessão pela aprovação da reforma da
Previdência, dando mais poder aos bancos, a liberação de mais de 200 agrotóxicos para
agradar os “donos do agrobizz41” e a tentativa desastrada de facilitar a posse e o porte de
armas, que fizeram as ações da empresa Taurus42 subirem quase 20% depois da
publicação do decreto43 armamentista, são alguns dos acontecimentos políticos que
aparentam desmentir a tese de que o presidente voa pelo ar como um saco de lixo vazio
levado pelo vento. Parece haver, sim, um homem por trás das cortinas que o controla.
Ainda não consegue imaginar quem possa ser?
Vou dar uma dica: “Pergunta lá no posto Ipiranga!44”
Paulo Roberto Nunes Guedes é um economista, mestre e doutor em Chicago,
que acabou se tornando Ministro da Economia do Governo Bolsonaro. Conhecido por ser

37
Caetano Veloso. Velô: Podres poderes. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=nZr1Op3FIkk> Acesso em: 01 jul 2019.
38
Brinquedo Assassino (Child’s Play). Tom Holland. United Artists. 1988. Disponível em:
<https://www.imdb.com/title/tt0094862/> Acesso em: 02 jul 2019.
39
Pinóquio (Pinnochio). Norman Ferguson. Walt Disney Pictures. 1940. Disponível em:
<https://www.imdb.com/title/tt0032910/> Acesso em: 02 jul 2019.
40
Frankenstein. James Whale. Universal Studios. 1931. Disponível em:
<https://www.imdb.com/title/tt0021884/> Acesso em: 02 jul 2019.
41
Chico César. Estado de Poesia ao Vivo: Reis do Agronegócio. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=jfdiq6M5iUw> Acesso em: 02 jul 2019.
42
TAURUS ARMAS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Taurus_Armas> Acesso em: 02 jul 2019.
43
ECONOMIA, Uol. Ação da Taurus Armas sobe quase 20% após decreto; Bolsa opera em alta.
2019. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2019/05/08/acoes-bolsa-
dolar-operacao.htm> Acesso em: 01 jul 2019.
44
JULIO, Rennan A. Como a campanha “Pergunta lá no posto Ipiranga” passou de acaso a
fenômeno popular. Época Negócios. 2019. Disponível em: <https://glo.bo/2MkrPAI> Acesso em: 02 jul
2019.
um ultraliberal querido pelas parcelas mais famintas do mercado, sua possível indicação
ao Ministério da Fazenda numa eventual vitória de Jair Messias, fez a bolsa de valores
subir à época. Ocorre que Guedes só aceitou fazer parte da equipe de Bolsonaro depois
da desistência de Luciano Huck, que tinha pretensões de ser candidato e contava com o
apoio do economista45.
Tal mudança de rumo, deu a entender que não importava exatamente quem
estaria a ocupar a cadeira de presidente, mas sim, que bastaria a ele estar aliado ao
candidato com maior probabilidade de vitória. Isso porque o que se pretendia (e pretende)
implementar no Brasil não seria exatamente nenhuma novidade, pois já havia sido tentado
em outros governos, sem sucesso: uma onda ultraliberal no melhor (ou pior) estilo
Chicago Boys46. Choca imediatamente a observação do economista Ricardo Paredes47,
de que o “economista-chefe de Bolsonaro, Paulo Guedes, é PhD de Chicago e trabalhou
no Departamento de Economia da Universidade do Chile por volta do começo dos anos
oitenta. Recordo-o como un capo, embora assim como Bolsonaro seja aterrorizante”. Um
artigo no jornal El País que nos informa a respeito da relação entre Paulo Guedes e a
ditadura de Augusto Pinochet traz uma importante referência ao filme Chicago Boys. Na
película,
o economista chileno [Ricardo Ffrench-David] formado em Chicago, mas
crítico da ditadura e da gestão de seus colegas de universidade, diz que ‘as
políticas econômicas de 1973 a 1982 foram um exemplo pioneiro de
extremismo neoliberal no mundo’. Fuentes as detalha: liberdade de preços,
abertura econômica e redução dos impostos, privatização de empresas estatais
e redução do Estado, junto com a doutrinação da população 48.

Aqui podemos notar uma assustadora semelhança entre o que aconteceu na


ditadura de Pinochet, e o que se passa atualmente nas terras tupiniquins. Com o agravante
de que o boneco, digo, Presidente brasileiro, foi eleito através do voto, passando uma
ideia de legitimidade democrática que dificulta uma reação das alas da esquerda.
Qualquer crítica ou tentativa de oposição ao Governo é tratada como mimimi de quem
perdeu a eleição.
Ao estudar a lição do professor José Luiz Quadros de Magalhães a respeito do
estado plurinacional, nos chamou atenção o trecho em que critica o que ele caracteriza
como a “interrupção do diálogo através do voto49”. Pela urgente necessidade de decidir,
abrimos mão de um debate mais aprofundado, dando espaço para o surgimento de meias-
verdades, pós-verdades e, mais gravemente as modernas autoverdades, em que as
afirmações do líder político são tidas como inquestionáveis e válidas em si mesmas.

45
PAULO ROBERTO NUNES GUEDES. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/2XimUUU >. Acesso em: 12 jun. 2019.
46
Chicago Boys. Carola Fuentes. Rafael Valdeavellano. 2015. Disponível em:
<http://etudoverdade.com.br/br/filme/42087-Chicago-Boys-> Acesso em: 02 jul 2019.
47
RICARDO PAREDES MOLINA. In: WIKIPÉDIA, la enciclopedia libre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2019. Disponível em: < https://es.wikipedia.org/wiki/Ricardo_Paredes_Molina> Acesso em:
02 jul 2019.
48
MONTES, Rocío. O laço de Paulo Guedes com os ‘Chicago boys’ do Chile de Pinochet. El País.
2019. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/30/politica/1540925012_110097.html>
Acesso em: 01 jul 2019.
49
MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. O estado plurinacional e o direito internacional moderno.
Curitiba: Juruá, 2012. p. 52
4. Conclusão
Em uma das últimas cenas do Momento Waldo, vemos o humorista Jamie
vagando pelas ruas como mendigo, enquanto nas telas de TV e outdoors percebemos que
seu personagem já havia ganhado o mundo. O urso azul agora fala vários idiomas e
apresenta versões regionalizadas de si mesmo, hipnotizando os mais diversos públicos
com mensagens de esperança e mudança: acredite no futuro! Na vida real, podemos
constatar que, na onda de Jair Bolsonaro, pensando a nível de Brasil, centenas de
Deputados e dezenas de Senadores, além de uma dúzia de Governadores foram eleitos
apenas por manifestarem em suas campanhas as mesmas qualidades ou levantarem as
mesmas bandeiras do mitológico ícone50.
A nível mundial, aí estão o Brexit, Donald Trump, Michael Bloomberg, a
retórica anti-imigração, Marine Le Pen, AfD (Alternativa para a Alemanha), Viktor
Orbán, Mateusz Morawiecki, Sebastian Kurz, Matteo Salvini e tantos outros para nos
lembrar que o Momento Waldo não deve ser breve. Todos estes líderes da extrema-direita,
em maior ou menor grau, parecem fazer parte de um grande movimento retrógrado que,
potencializado pelo alcance das redes sociais e aplicativos de mensagens, cuidadosamente
orquestrado em afinadíssimos algoritmos nos está, pouco a pouco retirando toda e
qualquer capacidade de diálogo, para dar lugar às reações mecânicas e animalescas. Com
a transferência do debate do espaço público para o espaço da rede social, já não sabemos
mais quem somos. As pessoas com quem conversamos e interagimos são “segmentadas”
de modo que, sem que pudéssemos ter percebido, talvez já tenhamos sido capturados.
Compartilhamos sem ler, curtimos a manchete e espalhamos memes por toda parte51.
Mas, e se o Chicago Boy brasileiro for apenas mais uma espécie agente Smith,
encarregado de manter girando a roda da Matrix, quem seria, então, o Arquiteto52? Se
Jack Napier, produtor de Jamie for apenas mais um funcionário remediado do canal de
TV, quem seria o dono da emissora? Se pudéssemos saber onde teria pousado o “bom
homem e mau mágico” depois de fugir no balão e a quem foi prestar satisfações, restaria
ainda a nossa pergunta de partida que, miseravelmente, ficará sem resposta: quem seria o
misterioso homem por trás das cortinas?
Com mais dúvidas do que certezas, concluímos muito putos que, evidentemente,
esse homem por trás dessas malditas cortinas deve ser um desgraçado de um filho da mãe,
aproveitador de uma figa e vacilão, o maior zé-ruela dos infernos53. Se esse corno
aparecesse na minha frente agora eu iria quebrar a cara dele em oitocentos pedaços e
mandar cada um pra um planeta diferente... depois, acenderia um incenso, respiraria bem
fundo lentamente e emanaria good-vibes e #gratidão para todos os seres vivos de todas as
dimensões do universo, afinal de contas, violência não está com nada, não é mesmo?

50
MAZZOCO, Heitor. Efeito Bolsonaro faz Brasil dar guinada à direita no Congresso. O Tempo.
2019. Disponível em: <https://www.otempo.com.br/hotsites/elei%C3%A7%C3%B5es-2018/efeito-
bolsonaro-faz-brasil-dar-guinada-%C3%A0-direita-no-congresso-1.2052294> Acesso em: 02 jul 2019.
51
DUARTE, Letícia. No SXSW: 60% das pessoas compartilham notícias sem ler. Coletiva. 2018.
Disponível em: <http://coletiva.net/sxsw-2018/no-sxsw-60p-das-pessoas-compartilham-noticias-sem-ler-
,266601.jhtml>
52
Matrix (The Matrix). The Wachowski Brothers. Village Roadshow Pictures. 1999. Disponível em:
<https://www.imdb.com/title/tt0133093/> Acesso em: 02 jul 2019.
53
Depois de muito avaliar a possibilidade, decidimos retirar daqui os palavrões mais pesados: imagine!
Não concorda?! Então, fala com meu dedo!

Referências bibliográficas:
A BÍBLIA. Amai-vos uns aos outros. Tradução de João Ferreira Almeida. Rio de
Janeiro: King Cross Publicações, 2008. 1110 p. Velho Testamento e Novo Testamento.
ALVES, José Eustáquio Diniz. O voto evangélico garantiu a eleição de Jair Bolsonaro.
EcoDebate. 2018. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/584304-o-
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BALTAZAR, Larissa. Quiz! Quem disse isto: Jair Bolsonaro ou Eric Cartman?
Huffpost. 2015. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/2015/11/04/quiz-
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BAUM, Lyman Frank. O Maravilhoso Mágico de Oz. Tradução: Luiz Fernando
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BERALDO, Paulo. 'Não me meto mais na política brasileira', diz Olavo de Carvalho.
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<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Black_Mirror&oldid=55588978>. Acesso
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CLETO, Murilo. Como "Black Mirror" ajuda a entender o fenômeno Bolsonaro. Revista
Época. 2018. Disponível em: < https://epoca.globo.com/como-black-mirror-ajuda-
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Artigo. Disponível em: <http://cinegnose.blogspot.com/2013/05/as-raizes-ocultas-do-
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cai-diz-pesquisa-cni-ibope-cjxey8wlx03e501o96mqilznx.html> Acesso em: 01 jul 2019.
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está publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sérgio Moro. The Intercept_ Brasil.
Disponível em: <https://theintercept.com/2019/06/09/editorial-chats-telegram-lava-jato-
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Acesso em: 01 jul 2019.

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