Você está na página 1de 3

ISOLAMENTO TÉRMICO NAS TUBULAÇÕES

FRIGORÍFICAS

Espessura de isolamento necessária para


evitar a condensação

O principal objetivo de qualquer projetista de


instalações de frio industrial, refrigeração e
climatização, que operam com temperaturas de
fluido inferiores à ambiente, é conseguir que a
superfície do isolamento permaneça seca.
Gotas de água, provenientes da condensação
do vapor de água contido no ar atmosférico,
formam-se sobre a superfície do isolamento
quando este é dimensionado incorretamente, comprometendo sensívelmente o
funcionamento da instalação e causando sérios danos, tais como: perdas térmicas,
corrosão, vazamentos, etc.

A condensação é um fenômeno físico e ocorre em uma superfície com temperatura


abaixo da ambiente. O ar quente pode conter uma quantidade maior de vapor de água
que o ar frio, e quando resfriado produz-se um aumento da umidade relativa, que pode
chegar a 100%. A temperatura na qual se alcança esta situação chama-se “ponto de
orvalho”. Em temperaturas inferiores à do ponto de orvalho, o vapor de água condensa
em forma de gotas ou cristais de gelo.

Se considerármos, por exemplo, uma tubulação de refrigeração, que trabalha com


fluido à temperatura negativa, observaremos a formação de gêlo em sua superfície,
quando esta não está isolada. Não obstante, se a espessura do isolamento for muito
pequena, continuará havendo a formação de cristais de gêlo sobre a superfície do
mesmo, se a temperatura superficial for inferior à 0º C ou gotas de orvalho se esta
temperatura estiver entre 0º C e a temperatura de orvalho.
Portanto, a espessura ideal do isolamento é aquela na qual se obtém uma temperatura
superficial superior à de orvalho, evitando dessa forma a condensação.

Vários fatores intervêm no cálculo da espessura de isolamento necessária para


impedir a condensação, cujos mais importantes são:

• A temperatura ambiente (ta)


• A umidade relativa (UR)
• A temperatura de instalação (ti)
• O coeficiente de conditividade térmica (λ)
• O coeficiente superficial de transmissão de calor (h)

Temperatura ambiente (ta) e umidade relativa (UR):


O conhecimento da climatologia, onde se encontra a instalação, é fundamental. Esses
dados podem ser obtidos em alguns orgãos meteorológicos que, infelizmente, só
dispõem de valores das localidades mais importantes. Mesmo estes valores, muitas
vezes levantados ao longo dos anos, não são totalmente confiáveis, pois o clima em
nosso planeta vem sofrendo mudanças imprevisíveis devido à inúmeras variáveis,
diretamente influenciadas pelo avanço tecnológico, desmatamento, poluição, etc.
Se considerármos os valores de temperatura ambiente e umidade relativa, medidos à
uma determinada hora, dia e mês, incorreremos no erro de subdimensionar ou
superdimensionar a espessura do isolamento, caso esses valores não sejam
freqüentes ao longo do ano, ou seja, a instalação sofrerá com a condensação ou o
custo final dela será elevado.
Com relação à condensação, as horas da madrugada são, geralmente, casos
extremos, pois ela não é vista e gera problemas como manchas devido ao
gotejamento do orvalho. Enquanto, ao amanhecer se necessitam grandes espessuras,
durante o meio dia até as primeiras horas da tarde, com menos da metade da
espessura da manhã não há perigo de condensação.
Com relação a umidade relativa, temos que ter em conta se a instalação está exposta
à intemperié, se está na sala de máquinas, no fôrro, no subsolo ou em áreas pouco
ventiladas.
Por isso, é importante que, o projetista que determinar qual espessura que será
utilizada, tenha conhecimento profundo de cada caso em questão.
De qualquer forma, para assegurar-se que o valor calculado garanta a prevenção de
condensação, o projetista deverá adotar os valores máximos para a temperatura
ambiente e umidade relativa.
Conhecendo-se a ta e a UR, a temperatura de orvalho (to) poderá ser determinada
através de gráficos e tabelas especificas.

Temperatura de instalação (ti):


Esse valor deve ser conhecido.

Coeficiente de condutividade térmica (λ):


São valores que, também, aparecem nos dados técnicos dos fabricantes de material
isolante. O coeficiente de condutividade térmica aumenta com a temperatura, portanto,
para um cálculo correto da espessura do isolamento, temos que usar o valor para uma
temperatura média entre a interna e a ambiente.
Este coeficiente aumenta consideravelmente quando o isolamento umidece, por não
dispor de uma efetiva barreira de vapor. Assim sendo, não somente temos que
considerar os valores do coeficiente de condutividade como, também, o fator de
resistência à difusão do vapor de água (µ). Quanto maior este valor, menor o risco do
vapor de água penetrar no isolamento, umidecendo a instalação e causando danos à
tubulação e diminuindo sensivelmente o comportamento térmico do material isolante.
O coeficiente de condutividade térmica poderá, também, ser influenciado pelo
envelhecimento do isolamento, por isso, o uso de materiais confiáveis e de qualidade,
garante um comportamento estável por um maior período de tempo.

Coeficiente superficial de transmissão de calor (h):


É composto pela somatória dos coeficientes superficiais devido à radiação (hr) e
convecção (hc).

Pela experiência prática em instalações no campo do frio, podemos recomendar os


seguintes valores:
h = 9 W/(m2.ºK) (isolamento sem proteção ou pintado, instalado em
zonas ligeiramente ventiladas)
h = 7W/(m2.ºK) (isolamento recoberto com chapa de aço galvanizado ou
em zonas de pouca ventilação)
h = 5 W/(m2.ºK) (isolamento recoberto com folha de alumínio ou em
áreas estanques)

Devemos ressaltar que, quanto menor o coeficiente superficial de transmissão de calor


(h), menor é a temperatura superficial do isolamento e, portanto, maior deverá ser a
espessura do isolamento para evitar a condensação.

Como já exposto, um bom isolamento térmico pode conseguir, de forma contínua e


permanente, que a temperatura superficial se mantenha acima da temperatura de
orvalho, evitando com isso a condensação. Para isso temos que exigir que, o
isolamento térmico reúna todos os requisitos necessários, de acordo com as
características técnicas do material juntamente com o seu comportamento na prática.

A escolha do isolamento térmico flexível de espuma elastomérica exerce uma


vantagem excepcional sobre os isolamentos tradicionais e a sua estrutura de células
fechadas, oferece uma efetiva barreira de vapor a todo isolamento, e seu alto fator de
resistência à difusão do vapor de água assegura um comportamento estável e
homogêneo, impedindo a penetração do vapor que, se condensaria no interior do
material isolante.
Outra característica do isolamento térmico flexível de espuma elastomérica, é a sua
flexibilidade, que permite adaptar-se a qualquer tipo de instalação, incluindo as mais
complexas curvas e válvulas, e com menos perdas.

Alessandro da Silva

-----------------------------------------------
Application Engineering
Bitzer Compressores Ltda
Tel.(55)11 4617 - 9138
Fax.(55)11 4617 - 9143
Mobile: (55) 11 9196 - 1808
aplicacao@bitzer.com.br
alessandro.silva@bitzer.com.br
------------------------------------------------

Você também pode gostar