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A Arca de Noé

A Arca de Noé é o barco na narrativa do dilúvio de Gênesis pelo qual Deus poupou Noé, sua


família e todos os animais do dilúvio. Segundo o Gênesis, Deus deu a Noé instruções para
construir a arca. Sete dias antes do dilúvio, Deus disse para Noé entrar na arca com sua família e
os animais. A história passa a descrever a arca navegando durante o dilúvio e o posterior recuo
das águas, até seu encalhe no Monte Ararat.
O dilúvio da narrativa de Gênesis é semelhante a inúmeros outros mitos de inundação de
diversas culturas. O escrito mais antigo conhecido é o mito de inundação sumério encontrado
no Épico de Ziusudra.
As buscas pela Arca de Noé têm sido feitas desde pelo menos a época de Eusébio (c. 275-339
DC) até o dias atuais. Não há nenhuma evidência científica para um dilúvio global, e apesar das
muitas expedições, não há evidência de que a arca tenha sido encontrada. Considerando os
desafios práticos envolvidos na construção de uma arca grande o suficiente para abrigar todos
os animais atuais, e também as plantas, teria sido impossível tal construção.

Narrativa em Gênesis
A história de Arca de Noé, de acordo com os capítulos 6 a 9 do livro do Gênesis, começa
quando Deus, observando o mau comportamento da Humanidade, decide a inundar a Terra e
destruir toda vida. Deus encontrou um bom homem, Noé, "um virtuoso homem, inocente entre o
povo de seu tempo", e decidiu que este iria preceder uma nova linhagem do homem. Deus disse
a Noé para fazer uma arca e levar com ele a esposa e seus filhos Shem, Ham e Japheth, e suas
esposas. E, de todas as espécies de seres vivos existentes então, levar para a arca dois
exemplares, macho e fêmea. A fim de fornecer seu sustento, disse para trazer e armazenar
alimentos.
Noé, sua família e os animais entraram na arca e "passados 7 dias foram quebrados todos os
fundamentos da grande profundidade e as janelas do céu foram abertas, e a chuva caiu sobre a
terra por quarenta dias e quarenta noites". A inundação cobriu mesmo as mais altas montanhas
por mais de seis metros (20 pés), e todas as criaturas morreram; apenas Noé e aqueles que com
ele estavam sobre a arca ficaram vivos. A história do Dilúvio é considerada por vários
estudiosos modernos como um sistema de dois contos ligeiramente diferentes, entrelaçados, daí
a pois aparente incerteza quanto à duração da inundação (quarenta ou cento e cinquenta dias) e
o número de animais colocados a bordo da arca (dois de cada espécie, ou sete pares de alguns
tipos).Em relação a inundação a Bíblia narra que choveu durante 40 dias e 40 noites, e que após
isso parou de chover. Mas as águas permaneceram sobre a terra durante 150 dias. E depois disso
Deus se lembrou de Noé e dos que estavam com ele na arca e fez passar um vento sobre a terra
para baixar as águas. E em relação aos animais a Bíblia narra que foram 2 de cada espécie dos
animais impuros, e 7 pares das espécies dos animais puros.
Eventualmente, a arca veio a descansar sobre o Monte Ararate. As águas começaram a diminuir
e os topos das montanhas emergiram. Noé enviou um corvo, que "voou de um lado a outro até
que as águas recuaram a partir da terra". Em seguida, Noé enviou uma pomba, mas ela retornou
à arca sem ter encontrado nenhum lugar para pousar. Depois de mais sete dias, Noé novamente
enviou a pomba e ela voltou com uma folha de oliva no seu bico e então ele soube que as águas
tinham abrandado.Noé esperou mais sete dias e enviou a pomba mais uma vez, e desta vez ela
não retornou. Em seguida, ele e sua família e todos os animais saíram da arca e Noé fez um
sacrifício a Deus, e Deus resolveu que nunca mais lançaria maldição à terra por causa do
homem, nem iria destruí-la novamente dessa maneira.A fim de se lembrar dessa promessa, Deus
colocou o Arco da Aliança nas nuvens, dizendo : "Sempre que houver nuvens sobre a terra e o
arco aparecer nas nuvens, eu me lembrarei da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos
de todas as espécies sobre a terra".
Na tradição rabínica
A história da Arca de Noé foi objeto de muita discussão na posterior literatura rabínica. A falha
de Noé em advertir outros sobre a inundação foi largamente vista como fonte de dúvidas sobre a
sua bondade. Era ele o único virtuoso em uma geração má? De acordo com uma tradição, ele
passou adiante a advertência de Deus, plantando cedros por cento e vinte anos antes do Dilúvio,
a fim de que os pecadores pudessem ver e ser instados a alterar seu comportamento.
A fim de proteger Noé e sua família, Deus colocou leões e outros animais ferozes a guardá-los
contra os ímpios que escarneciam deles e causavam-lhes violência. De acordo com um midrash,
foi Deus, não os anjos, que reuniu os animais para a arca, juntamente com os seus alimentos.
Como havia necessidade de distinguir entre animais limpos e imundos, os animais limpos se
deram a conhecer através do rebaixamento diante de Noé à medida que eles entravam na arca.
Uma opinião diferente sustenta que a própria arca distinguia os puros de impuros, admitindo
sete dos primeiros e dois dos segundos.
Noé se encarregou dia e noite da alimentação e dos cuidados para com os animais, e não teve
sono pelo ano inteiro a bordo da arca. Os animais foram os melhores de suas espécies e assim
comportavam-se com extrema bondade. Eles se abstiveram de procriação a fim de que o número
de criaturas que desembarcassem fosse exatamente igual ao número que embarcou. O corvo
criou problemas, recusando-se a sair quando a Arca de Noé enviou-o primeiro e acusou o
Patriarca de querer destruir sua raça, mas, como os comentadores salientaram, Deus quis salvar
o corvo para que os seus descendentes fossem destinados a alimentar o profeta Elias.

Em outras tradições
Os mandeítas, do sul do atual Iraque, praticam uma religião única, possivelmente influenciada
em parte pelos seguidores iniciais de João Batista. Eles respeitam Noé como um profeta,
embora rejeitem Abraão (e Jesus) como falsos profetas. Na versão dada em suas escrituras, a
arca foi construída a partir de sândalo do Monte Hor e era de forma cúbica, com comprimento,
largura e altura de 30 gama (o comprimento de um braço); o seu local de descanso final seria o
Egito.

A religião dos iazidis, das montanhas Sinjar, no norte do Iraque, mistura crenças islâmicas e
indígenas. De acordo com as suas Mishefa Reş, o Dilúvio não ocorreu uma vez, mas duas vezes.
No Dilúvio original, sobreviveu um certo Na'umi, pai de Ham, cuja arca descansou em um lugar
chamado Sifni Ain, na região de Moçul. Algum tempo depois veio a segunda inundação, sobre
os iazidis apenas, na qual sobreviveu Noé, cujo navio foi trespassado por uma rocha, uma vez
que flutuava sobre o Monte Sinjar, e depois passou à terra do Monte Judi como descrito na
tradição islâmica.

Segundo a mitologia irlandesa, Noé teve um filho chamado Bith, que não foi autorizado a entrar
na arca, e que em vez disso tentou colonizar a Irlanda com cinquenta e quatro pessoas, as quais
foram, então, todas aniquiladas no Dilúvio.

A Fé Bahá'í, uma mistura do Islamismo, Hinduísmo, Cristianismo e outras religiões, criada no


século XIX, respeita a arca e as inundações como figuras simbólicas. Na crença da religião
Bahá'í, apenas seguidores de Noé estavam espiritualmente vivos, e foram preservados na arca
por causa de seus ensinamentos, enquanto os outros estavam mortos espiritualmente. A escritura
Bahá'í Kitáb-i-Íqán subscreve a crença islâmica de que Noé tinha um grande número de
companheiros, quarenta ou setenta e dois, além de sua família, na arca, e que ele ensinou por
novecentos e cinquenta anos (simbólicos) antes da inundação.

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