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O Dilúvio dos Outros

Qual o impacto de diferentes perspectivas no texto bíblico?


O Dilúvio! Certamente este é
um tema e/ou amplamente
conhecido em nossa cultura.
Nossas crianças brasileiras,
independente da crença
religiosa dos pais, ao menos
sabem sobre o cerne do Dilúvio
de Noé.
Mas esta aula, aborda outros
registros que também são
conhecidos como dilúvios, mas
que estão registrados em outras
línguas e culturas diferente do
Fonte: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/01/o-diluvio-realmente-aconteceu.html famoso dilúvio registrado na
bíblia hebraica.
Épico de Atrahasis
Neste conto Atrahasis, que na verdade pode ser considerado
um título com o seguinte significado: grande sábio, é o indivíduo
que passa pela grandiosa chuva.
Esta história está registrada em acadiano - Também conhecido
como acádio, era uma língua semítica, parte da família afro-
asiática, falada na antiga Mesopotâmia, particularmente pelos
assírios e babilônios.
Outra diferença é que envolve dois deuses – Enlil e Enki.
Épico de Atrahasis
Neste épico, o deus Enlil está grandemente irritado com a
humanidade. E o motivo dessa irritabilidade é bem comum
e até razoavelmente entendível: A humanidade estava
fazendo muito barulho e não deixava ele dormir! Então,
para conseguir descansar em paz, resolveu mandar um
dilúvio para acabar com os homens para que o silêncio
pudesse retornar.
Então, o deus Enki soube do plano e avisou Atrahasis. E
ordenou que este construísse uma Arca, com o intuito de
se proteger.
Enlil
A tradução do seu nome em
sumério dá precisamente «Senhor
do Vento» («EN» = Senhor, Lorde;
«LIL» = Vento, Ar); uma
interpretação "por sentido" do
nome seria «Senhor do Comando».
Enlil era o deus sumério do Ar,
senhor das tempestades e outras
manifestações naturais ligadas à
atmosfera (raio e o trovão).
Fonte:
http://documentofantastico.bl
ogspot.com/2011/05/enlil-o-
deus-dos-ventos.html
Enki
Era o deus da água doce primordial,
sabedoria e criação.
Era uma das principais divindades
sumérias, mas se pensa que teve uma
entrada tardia no panteão. Geralmente
era representado como uma figura em
chifres típicos, cocar e saia em camadas
com dois fluxos de água (Tigre e Eufrates)
saltando dos ombros ou de um vaso e
peixes saltando. Ainda podia segurar o
pássaro Indugude (trovão), significando
nuvens subindo das águas.
Fonte: https://portal-dos-
mitos.blogspot.com/2016/08/enki.html
Ao lado um tablet com parte
do Atrahasis no Museu Britânico.

Trecho do épico:

“No dia seguinte, nuvens cinzentas baixaram sobre o céu,


Uma escuridão sinistra surgiu e se aproximou como uma
tempestade,
E uma escuridão não natural prevaleceu sobre a
paisagem
Isso trouxe o pássaro Anzu adiante, batendo e gritando
Acima o céu ressoou; todas as pessoas olhavam para o
alto. . .
Eles se perderam de vista na chuva em cascata. . .
Cada um deles foi consumido pela purga turbulenta.
Até os deuses ficaram alarmados com a força total do
dilúvio.”

Fonte: https://literatureandhistory.com/index.php/episode-002-before-the-flood
Epopeia de Gilgamesh
Foi escrita depois do épico de Atrahasis, cerca de 13
séculos antes de Cristo, retomando o relato original de 500
anos antes. Nessa história, o rei da Suméria encontra um
homem chamado Utnapishtim, que nadamais é do que
uma outra versão do próprio Atrahasis.
Gilgamesh vai em busca do homem, que além de
ultrassábio é imortal, em um busca da receita da vida
eterna. Ao longo da conversa, Utnapishtim conta que
presenciou o grande dilúvio.
Gilgamesh e o sentido da vida
A busca pelo sentido da vida, explorada por escritores e filósofos
desde a antiguidade até os dias atuais, é totalmente explorada
pela primeira vez no épico de Gilgamesh, quando o rei-herói deixa
o conforto de sua cidade após a morte de seu melhor amigo,
Enkidu, para encontrar a figura mística Utnapishtim e a vida eterna.
O medo da morte de Gilgamesh é na verdade um medo da falta
de sentido e, embora ele não consiga ganhar a imortalidade, a
busca em si dá sentido à sua vida.
Possível representação de Gilgamesh
como Mestre dos Animais, segurando um
leão em seu braço esquerdo e uma cobra
em sua mão direita, em um relevo de
palácio assírio (713–706 aC), de Dur-
Sharrukin, agora mantido no Louvre – Paris,
França.
Ao lado tábua do dilívio
da epopeia de
gilgamesh.

Fonte:
https://www.worldhistory.
org/Eridu_Genesis/

Direitos autorais: Osama


Shukir Muhammed Amin.
Gilgamesh
Gilgamesh é o rei semi-mítico de Uruk na Mesopotâmia , mais
conhecido por The Epic of Gilgamesh (c. 2150-1400 aC), o grande
poema babilônico que antecede a escrita de Homero em 1500 anos
e, portanto, permanece como a peça épica mais antiga literatura
mundial . Gilgamesh aparece em vários poemas sumérios, mas é mais
conhecido pelo épico.
Evidências históricas da existência de Gilgamesh são encontradas em
inscrições que atribuem a ele a construção das grandes muralhas de
Uruk (atual Warka, Iraque) que, na história, são as tábuas nas quais
ele registra pela primeira vez sua busca pelo sentido da vida. Ele
também é referenciado na Lista de Reis Sumérios (c. 2100 aC) e é
mencionado por figuras históricas conhecidas de seu tempo, como o
rei Enmebaragesi de Kish (c. 2700 aC), além das lendas que
cresceram em torno de seu reinado.
Dilúvio em diferentes culturas
Na China existem algumas
histórias, a mais famosa é a do
Grande Dilúvio de Gun-Yu (ou
mito de Gun-Yu) e conta a
história de Yu, que conseguiu
domar o rio Amarelo e conter a
inundação de grandes
proporções que durava há
duas gerações. Segundo o
mito, Yu foi aclamado como
herói e foi mandatado para
Fonte: https://www.theguardian.com/world/2016/aug/05/chinas-great-flood-tests-on-childrens-
bones-support-4000-year-old-legend

fundar a dinastia Xia, a primeira


grande dinastia chinesa.
Dilúvio em diferentes culturas
Os astecas diziam que o dilúvio foi responsável por transformar
humanos em peixes. Para a tribo Lakota, da América do Norte,
o único sobrevivente ao dilúvio foi um corvo. Os aborígenes da
Austrália transmitem sua história do dilúvio em forma de conto
para crianças: um sapo tinha bebido toda a água do mundo,
e acabou soltando tudo de uma vez.
Até as tribos indígenas brasileiras possuem suas versões. Os
tupinambás acreditavam em dois grandes dilúvios. A lenda
começa com um “incêndio universal”, que criou as
ondulações da Terra. Até então, ela não tinha relevo. Depois
veio um dilúvio, que apagou o fogo e tornou tudo habitável
novamente. O segundo dilúvio tupinambá é mais na linha
mesopotâmica: veio o aguaceiro, os rios subiram, e só alguns
humanos conseguiram se salvar – escalando coqueiros e
palmeiras.
Outros Dilúvios e a Fé Cristã
Talvez um cristão mais conservador ao ver o assunto que
estamos trabalhando, considere essas histórias, como
tentativas de denegrir a Bíblia Sagrada.

Mas seria este um ponto de vista 100% coerente?

Sabemos que a datação de eventos extremamente


antigos, são dificílimos por falta de evidências que vão se
perdendo no tempo. Mas e a proximidade dos relatos, não
deveria ser digna de atenção?
Outros Dilúvios e a Fé Cristã
Uma questão que sempre ouvi do assunto foi: “As vezes foi
uma enchente regional.”

Entendemos que os povos da Mesopotâmia e o povo de


Israel vivem praticamente em um mesmo espaço. Mas e os
outros povos que também fizeram este registro? Nas
Américas e até Oceania.
Outros Dilúvios e a Fé Cristã
Entendemos que esses outros Dilúvios contribuem para
confirmar a história de Noé. Que reforçam a extensão e
proporção do evento que ocorreu.
Moisés é amplamente colocado em dúvida em vários
aspectos por muitos estudiosos. Aqueles que o toleram
dizem que o mesmo copiou histórias que teve acesso e as
reescreveu da sua própria maneira. Outros que não o
toleram simplesmente dizem que Moisés nunca existiu!
Conclusão Cristã
Para todo aquele que crê em Jesus Cristo, sabe que o
mesmo confirmou a veracidade da pessoa de Moisés. Este,
ainda, foi visto por três discípulos quando Jesus se
transfigurou para eles.
Deus falou com Miriã e Arão que o relacionamento Dele
com Moisés, não era como ele tinha com outros profetas.
Deus disse que com Moisés, Ele falava como nós humanos
falamos entre amigos; como mensurar o nível da conversa
se um dos participantes é Deus?
Conclusão Cristã
Vemos no relato Bíblico do Êxodo, que Deus revela para Moisés
algo que Ele ainda não tinha falado com nenhum patriarca do
povo hebreu. Deus fala para Moisés Seu Nome!
Sabemos que Moisés escreveu segundo aquilo que conhecia em
seu tempo, sabemos também que Abraão veio de Ur e a tradição
oral certamente chegou até Moisés...
Mas devido aquilo que esse homem viveu, em termos de ter um
convívio singular com Deus, acredito que devemos olhar e estudar
os seus escritos com um cuidado além do acadêmico.
Conclusão Geral
O primeiro Dilúvio difundido no mundo foi o de Noé da
Bíblia Hebraica. E por muitos foi tido apenas como mito,
lenda ou folclore. Com a descoberta de tabletes
sumerianos, o olhar sobre este evento mudou
drasticamente.
Vimos que tem muita gente, falando de várias formas e de
lugares diferentes em resumo a mesma coisa: em um
tempo remoto a Terra se encheu completamente de
água!
Obrigado!
Referências
- https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2014/01/o-diluvio-
realmente-aconteceu.html
- https://hridiomas.com/a-escrita-mais-antiga-do-mundo-esta-
disponivel-na-internet/
- http://documentofantastico.blogspot.com/2011/05/enlil-o-deus-
dos-ventos.html
- https://literatureandhistory.com/index.php/episode-002-before-the-
flood
- https://super.abril.com.br/especiais/diluvio-a-verdade-por-tras-do-
mais-universal-dos-mitos/
- https://en.wikipedia.org/wiki/Gilgamesh
- https://www.worldhistory.org/gilgamesh/
- https://observador.pt/2016/08/05
- https://www.theguardian.com/world/2016/aug/05/chinas-great-
flood-tests-on-childrens-bones-support-4000-year-old-legend

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