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02 DILUVIO A ABRÃO:

O Dilúvio

2240 AC – (Ano Mundial 1656) – o dilúvio


Deus decide mandar as águas do dilúvio sobre a terra e
eliminar dela tanto homens quanto animais. Mas Noé foi
considerado um homem justo e foi escolhido para
recomeçar a povoar a terra a partir de sua família. Desta
forma, Deus ordena a Noé que construa uma arca e que
nela coloque além de sua família um casal de cada espécie
de animal vivente dando-lhe as medidas e as instruções
necessárias para a construção.

A arca tinha, conforme o relato bíblico contido no capítulo


6 de Gênesis, 300 côvados de comprimento, 50 côvados de
largura por 30 côvados de altura. Um côvado, medida
antiga fora de uso hoje em dia, teria cerca de 45,62 Cm, e
assim, as dimensões da arca seriam equivalentes a 137,16
Mt de comprimento, 22,86 Mt de largura por 13,71 Mt de
altura, o que equivale a uma área de mais de 43.000 m3.

Numa outra forma de equivalência, seria comparável, em


termos de capacidade a um trem moderno de 1229 vagões
de 35 m3 cada um, tamanho de um vagão de carga padrão.

Não se sabe ao certo quantos anos Noé demorou para


construir a arca. O livro apócrifo de Jasher, no capítulo 5,
versículo 34 afirma que Noé demorou cinco anos para
construí-la. Parece um tempo razoável, em que
paralelamente se deveria organizar o plantio e reserva de
alimentos a serem consumidos por um ano pela família de
Noé e pelos animais.

A construção da arca - Francesco Bassano


Gênesis 6:1-3 diz o seguinte: “E aconteceu que, como os
homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e
lhes nasceram filhas, e viram os filhos de Deus que as filhas
dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres
de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não
contenderá o meu Espírito para sempre com o homem;
porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento
e vinte anos”.

Algumas interpretações acerca desta passagem reputam


que “filhos de Deus” quer referir-se a anjos, que
desobedecendo a ordem natural das coisas desceram à
terra e possuíram as mulheres de maneira a gerar uma raça
híbrida de gigantes, propalada pela “teologia moderna”
como sendo os Nephelins. Seria esta a gota d’água que faz
com que Deus envie o dilúvio.

Trata-se, no entanto, de mera especulação, fruto de


condições atmosféricas adversas, pois como já disse um
sábio pastor, muita teologia é feita nos dias chuvosos,
porque o mau tempo impede o “teólogo” de sair de casa e
ele se ocupa de fazer teologia.

No entanto, conforme o ponto de vista do historiador


bíblico John Fok, há que se entender que o capítulo 6 de
Gênesis está contextualizado com os capítulos 4 e 5, de
maneira que no capítulo 4 vemos o retrato da descendência
de Caim, enquanto no capítulo 5, a de Sete, terceiro filho
homem de Adão.

Enquanto Moisés chama de filhas dos homens as mulheres


descendentes de Caim, a descendência de Sete representa
uma estirpe que permanece fiel ao Criador, desta forma,
nomeada “ filhos de Deus”. Assim, o que retrata Gn 6:3
nada mais é que a conclusão de que as duas estirpes, por
iniciativa dos descendentes de Sete, se juntaram, o que não
foi tolerado por Deus. A palavra “gigante” que define o
fruto de cruzamento destas raças vem originalmente da
tradução King James, mas é mais acertadamente traduzida
como “decaídos” ou “tiranos”. (John Fok,
OldTetstamentSurvey, Cap. 2, Pág 51).

Resultam deste versículo duas interpretações possíveis: a


primeira que Noé demorou cento e vinte anos para
construir a arca, tempo este em que os homens foram
avisados de seu destino e não mudaram de atitude; e a
segunda, que Deus, além de se decidir a eliminar o homem
da face da terra, decidiu também encurtar o seu tempo de
vida limitando-o a cento e vinte anos.

A diminuição da vida dos homens vem de fato a acontecer.


É interessante notar, que depois do dilúvio, o tempo de
vida dos homens passa a ser muito menor do que o de seus
ancestrais pré-dilúvicos, mas que esta transformação vai
acontecendo gradualmente, como se Deus houvesse de
alguma forma reprogramado o genoma humano, fazendo
com que nosso organismo se extinguisse cada vez mais
cedo a ponto de estabelecer a idade de 120 anos como
tempo limite de vida para os homens.
O fato de os primeiros homens viverem tanto tempo, perto
de mil anos, conforme o relato bíblico pode parecer uma
coisa mitológica ou simbólica aos olhos do homem
moderno, mas não é. Vários historiadores antigos o
confirmam, não poucos, conforme relata Flávio Josefo:
“que muitos que escreveram a história da Grécia como de
outras nações, dão este testemunho. Maneton, que
escreveu a história dos egípcios, Berose, que nos deixou a
dos caldeus, Moco, Hestieu e Jerônimo, o egípcio, que
escreveram a dos fenícios dizem também a mesma coisa.
Hesíodo, Hecateu, Ascaulila, Helanico, Eforo e Nicolau,
referem que estes primeiros homens viviam até mil anos”.
(História dos Hebreus – Volume I – Cap 15).

Ainda neste contexto, Josefo nos diz que a longevidade dos


primeiros homens foi importante para que estes
conhecessem as ciências e a astronomia, o que não seria
possível se a vida fosse breve.

Sabe-se com precisão que o ano do dilúvio foi 1656 A.M.


Em Gn9:28 lê-se que “viveu Noé, depois do dilúvio,
trezentos e cinquenta anos”. Sabe-se também com igual
precisão que a da morte de Noé ocorreu no Ano Mundial
2006 aos 950 anos de idade, conforme Gn9:29 que diz que
“foram todos os dias de Noé novecentos e cinquenta anos,
e morreu”.

Somando-se ao nascimento de Noé os 950 anos de sua vida


e subtraindo-se os 350 anos que Noé viveu depois do
dilúvio temos o Ano Mundial de 1656.

Lemos em Gn7:11-12 que “no ano seiscentos da vida de


Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele
mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo,
e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a
terra quarenta dias e quarenta noites”, a ponto de cobrir
toda a terra, pois a água chegou a estar acima do nível das
montanhas.

Desta forma, todo ser vivente que havia sobre a terra veio a
perecer, tanto homens, quanto animais e aves. “Tudo que
havia em terra seca, morreu”, de maneira que as águas
custaram 150 dias para baixar seu nível e secar a terra. Só
depois disto saiu Noé da arca que atracara no topo do
Monte Ararate que se localiza na Turquia moderna.

Entre entrar e sair da arca depois do dilúvio passou-se um


ano completo e dez dias, entre dia 17 do segundo mês do
ano 600 da vida de Noé (Gn7:11) e 27 do segundo mês do
ano 601 de sua vida (Gn 8:14-18)

2239 AC – (Ano Mundial 1657) – secam-se as águas do


dilúvio
Conforme Gn8:13 “aconteceu que no ano seiscentos e um,
no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se
secaram de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da
arca, e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta”.
Trata-se do ano 601 da vida de Noé, cujo valor somado ao
seu ano de nascimento nos situa no Ano Mundial 1657.

A história de muitas nações registra à sua maneira este


acontecimento. Um deles, a Epopeia de Gilgamesh, a mais
antiga referência secular conhecida sobre o assunto, que
diz o seguinte: Cheios de inveja do homem, os deuses
resolveram destruir completamente a raça dos mortais,
afogando-os. Um deles, no entanto, revelou o segredo a um
habitante da terra, seu favorito, ensinando-lhe a construir
uma arca para a salvação da sua pessoa e da sua espécie. A
inundação imperou durante sete dias, até que toda a terra
ficou coberta pela água. Finalmente o turbilhão sossegou e
as águas baixaram.

O homem favorito e seus irmãos saíram da arca e


ofereceram um sacrifício em ação de graças. Esfomeados,
devido à longa privação de alimentos, os deuses “aspiraram
o doce cheiro e juntaram-se como moscas sobre o
sacrifício”, decidindo nunca mais cometerem a loucura de
tentar a destruição do homem. (ORIGENS SUMÉRIAS DA
CIVILIZAÇÃO – Historia – Edward McNall Burns –
História da Civilização Ocidental Vol. 1)

Quanto aos tempos modernos, Robert DuaneBallard,


famoso oceanógrafo pela descoberta dos destroços do
Titanic em 1985, do Couraçado Bismarck em 1989 e dos
destroços do USS Yorktown em 1998, iniciou no ano 2000
uma pesquisa financiada pela NationalGeographic que
descobriu no fundo do Mar Negro, próximo à Turquia, um
assentamento humano, conforme seus cálculos, de cerca de
7.500 anos.

De acordo com suas palavras, “se for confirmada a relação


entre o assentamento humano – e, talvez, a cidade
submersa – com o dilúvio universal bíblico, será a maior
descoberta de todos os tempos”. A pesquisa está ainda em
curso (2010).

Embora distante cerca de cinco mil anos da data bíblica do


dilúvio, não deixa ainda assim de ser admirável a colocação
do dilúvio numa data tão próxima à data bíblica, uma vez
que outros pesquisadores, ainda num passado recente,
costumam localizar acontecimentos milhões de anos antes.
É sem dúvida um progresso.
A arca de Noé é um tema que tem fascinado arqueólogos e
pesquisadores desde os séculos antigos. Muitas teorias a
favor e contra o dilúvio foram levantadas desde então.

Independente da crença num dilúvio universal, como


relata a Bíblia, ou num dilúvio local, restrito à
Mesopotâmia, como querem outros, o fato é que a ciência
concorda que ele aconteceu e numa data próxima ao relato
bíblico.

Poderíamos continuar a falar sobre este tema por muitas e


muitas páginas, mas não é nosso propósito. Há teorias
sobre uma inclinação mínima do eixo da terra que causaria
tal inundação, ou pela vontade divina ou por um cometa
que passasse próximo ao planeta, ou ainda o degelo das
calotas polares que poderia fazer subir o nível das águas
dos mares a 150 metros de altura e outras tantas. Vale a
pena você mesmo empreender a sua pesquisa sobre o
assunto.

De Babel até a morte de Noé

1901 AC – (Ano Mundial 1995) – Tera parte para Harã


Em Gn 11:31 lê-se: “E tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló,
filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher
de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para
ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali”.
A data da ida da família de Tera para Harã é incerta. Pelas
informações de Gênesis não se pode datar com precisão
pois há um longo período de mais de vinte anos em que
poderia ter acontecido.
No entanto, fixamos o Ano Mundial 1995 (1.948 + 47) de
acordo com as informações do capítulo 13 do Livro de
Jasher (que comentaremos adiante), que informa que
Abrão teria 47 anos de idade quando a família deixou Ur
em direção a Canaã, vindo a se estabelecer no meio do
caminho, em Harã.
Um dos motivos que poderia justificar a parada da família
em Harã teria sido a necessidade de recompor o grande
rebanho que a família possuía, por se tratar de uma região
muito fértil e com boas pastagens.
1900 AC – (Anno Mundi 1996) – morte de Pelegue e Babel
Em Gn 11:19 lê-se que “viveu Pelegue, depois que gerou a
Reú, duzentos e nove anos, e gerou filhos e filhas”, o que
coloca a morte de Pelegue no Ano Mundial 1996, somando-
se seus anos de vida ao seu ano de nascimento (1757 +
209).

Torre de Babel - Bruegel


Vejamos agora o que a narrativa complementar sobre o
nascimento de Pelegue nos tem a dizer, conforme Gn
10:25-29: “E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi
Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra, e o
nome do seu irmão foi Joctã. E Joctã gerou a Almodá, a
Selefe, a Hazarmavé, a Jerá, a Hadorão, a Usal, a Dicla, a
Obal, a Abimael, a Sebá, a Ofir, a Havilá e a Jobabe; todos
estes foram filhos de Joctã”.
Diz a Bíblia que nos dias de Pelegue a terra foi repartida, o
que veio a acontecer por causa da confusão de línguas em
Babel. Sabemos, portanto, que Babel aconteceu nos dias de
Pelegue.
No entanto, Pelegue viveu duzentos e nove anos e poder-
se-ia dizer que Babel teria acontecido em qualquer um
deles, mas não, se levarmos em conta que o narrador
bíblico nos apontou a data de Babel com exatidão,
sobrando, portanto, duas possibilidades, o ano de
nascimento de Pelegue ou o de sua morte.
De acordo com a Seder Olam Rabbah, o Rabi Yose datou
Babel no ano da morte de Pelegue pela razão de o redator
estar fazendo um sumário da vida de Pelegue, onde inclui o
fato de seu irmão mais novo, Joctã, conforme o relato
bíblico, haver gerado treze filhos, o que torna impossível
estar se referindo ao nascimento de Pelegue, mas sim à sua
morte. Temos, portanto, que Babel aconteceu no Ano
Mundial de 1996, ano da morte de Pelegue.
O Talmude atribui a Eber, pai de Pelegue, a qualificação de
grande profeta de Deus, pois deu a seu filho mais velho o
nome de Pelegue, que significa “divisão”, referindo-se ao
fato de que nos dias de Pelegue a terra seria dividida (Gn
10:25).
Faz sentido a referência, ainda mais se notarmos o
significado do nome do outro filho de Eber, Joctã, que
significa “encurtar”. Lembremos que em Gn 6:3, conforme
o comentário que fazemos no contexto da análise da data
do dilúvio, que Deus decide diminuir o tempo de vida dos
homens, e este fato pôde ser percebido por Eber nos dias
em que gerou seus filhos, pois era evidente que os homens
já não viviam o mesmo tempo de seus ancestrais.
Algo tinha de fato acontecido. Arfaxade, o primeiro a
nascer depois do dilúvio, permanecerá vivo depois da
morte das gerações posteriores a ele, entre os quais,
Pelegue e Joctã. Faremos outros comentários a respeito da
mudança dos padrões de idade dos homens após o dilúvio
mais adiante, quando tratarmos da morte de Arfaxade no
Anno Mundi 2096.
1899 AC – (Ano Mundial 1997) – morte de Naor, avô de
Abrão
No Ano Mundial de 1997, conforme Gn 11:25, Naor, avô de
Abraão, morreu aos 148 anos de idade: “E viveu Naor,
depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos, e gerou
filhos e filhas” (1878 + 119).
1898 AC – (Anno Mundi 1998) – morte de Harã, irmão de
Abrão
Este fato não é mencionado na Bíblia. No Anno Mundi de
1998, conforme Jasher 12:37: “E Harã era de oitenta e dois
anos de idade quando morreu no fogo de Casdim”,
resultado de (1916 + 82).
1890 AC – (Ano Mundial 2006) – morte de Noé
Noé veio a falecer anos depois, no Ano Mundial 2006, aos
950 anos de idade, conforme Gn 9:29 que nos diz que
“foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos,
e morreu”. (1056 + 950). Noé viveu por mais 350 anos
depois do dilúvio.
Temos aqui uma constatação interessante: Abraão foi
contemporâneo de Noé por 58 anos, entre os anos 1948
A.M, ano de seu nascimento e 2006 A.M., ano da morte de
Noé. De acordo com o Livro de Jasher, Abraão conviveu
com Noé por longo tempo, dos 10 aos 49 anos de idade, de
quem aprendeu sobre as coisas de Deus.

A duração de vidas dos homens apas o dilúvio.

1800 AC – (Anno Mundi 2096) – morte de


Arfaxade
No Anno Mundi de 2096 morre Arfaxade, filho de Sem,
neto de Noé, o primeiro homem nascido depois do dilúvio,
com 438 anos de idade. Arfaxade viveu praticamente a
metade do tempo dos seus ancestrais pré-diluvianos.
Nota-se, neste período da história, um acentuado
decréscimo na expectativa de vida dos homens. Conforme
vimos, ao passar pelas datas referentes a Babel, o Talmude
atribui a Eber a qualificação de grande profeta de Deus,
pois deu a seu filho mais velho o nome de Pelegue, que
significa “divisão”, referindo-se ao fato de que nos dias de
Pelegue a terra foi dividida (Gn 10:25) e Joctã, ao filho
mais novo, que significa “encurtar”, tendo desta forma
entendido, quer por revelação divina, quer por observação
dos fatos, que os homens já não viviam tanto tempo.
Falemos um pouco sobre Gn 6:3: “Então disse o Senhor:
Não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem; porque ele também é carne; porém os seus dias
serão cento e vinte anos”.
Entendem alguns, que Gn 6:3 faz referência ao tempo de
antecedência em que Deus adverte Noé sobre o dilúvio. Faz
sentido. Seria então, o Anno Mundi 1536, vinte anos antes
do nascimento de Jafé, filho de Noé, cento e vinte anos
antes do dilúvio.
No entanto, não se pode ignorar o fato de que a
longevidade das vidas dos homens depois do dilúvio sofreu
um acentuado decréscimo, indo se estabilizar nos cento e
vinte anos, idade de Moisés ao falecer. Depois dele não se
tem notícia na Bíblia de quem tenha ultrapassado esta
idade. É, portanto, inegável que Deus tenha alterado nossa
genética, ou ainda, as condições atmosféricas depois do
dilúvio, de maneira a limitar nosso tempo de vida. Vejamos
os gráficos abaixo que se baseiam em levantamento de
dados referentes às gerações relatadas na Bíblia de Adão a
Moisés.
De fato, a forma como Deus implementou esta alteração
vai além da nossa compreensão, pois de alguma forma, a
idade dos homens nascidos após o dilúvio foi declinando
acentuadamente até o limite estabelecido de cento e vinte
anos, e continuou a declinar até os tempos modernos,
seguindo a mesma trajetória descendente, se bem que por
fatores que comentaremos abaixo.

Embora a narrativa de Gênesis nos induza a pensar que a


decisão de Deus tenha ocorrido em data próxima ao
dilúvio, é preciso notar que a ordem dos acontecimentos
relatados não é cronológica, mas sim, contextualizada.
Ao analisarmos a tabela acima notamos que a idade de
Sem ao morrer difere muito da de seus ancestrais, pois
viveu 68% da média de tempo de vida de seus
predecessores, o que nos força a aceitar que a decisão de
Deus de limitar a idade do homem ocorreu antes de seu
nascimento. A partir de Sem os homens viverão cada vez
menos tempo.
A idade de Arfaxade ao morrer, o primeiro nascido depois
do dilúvio, era de 438 anos, 162 a menos que Sem.
Vejamos os dados da geração de Arfaxade: considerando
que a idade média dos homens anteriores ao dilúvio era de
881 anos, e que a idade de Sem ao morrer foi de 600 anos,
conforme os dados acima extraídos de Gênesis, concluímos
que houve um declínio de 29% na expectativa de vida dos
homens daquela geração, ou seja, aqueles que nasceram
até 100 anos depois do dilúvio tiveram menos da metade
de tempo de vida que os primeiros homens. A expectativa
média de vida desta segunda geração veio a ser de 424
anos de idade.
Notamos outro decréscimo acentuado, de mais 53%, com
relação à geração anterior, na expectativa de vida das
gerações seguintes, nascidas entre 100 e pouco menos de
200 anos depois da determinação de Deus: estas gerações
tiveram uma expectativa de vida de 225 anos de idade, 47%
da anterior, e 26% da expectativa de vida das gerações pré-
dilúvio.
As gerações seguintes, nascidas entre aproximadamente
200 a 300 anos após o dilúvio tiveram uma tempo médio
de vida de 176 anos, o que representava apenas 20% da
expectativa de vida dos primeiros homens, e um declínio
de 22% com relação à anterior.
A queda se mostra contínua nas gerações seguintes,
nascidas entre aproximadamente 300 a 400 anos após o
dilúvio, com um declínio de 16% com relação à geração
anterior, representando cerca de apenas 17% do tempo de
vida dos homens primitivos.
Segue-se o mesmo nas gerações entre aproximadamente
450 a 700 anos após o dilúvio, que registram um tempo
médio de vida de 131 anos de idade, 15% da vida dos
homens primitivos e 11% a menos que a geração anterior.
Interessante notar que é apenas no tempo de Moisés,
nascido mais de 700 anos após o dilúvio, que o decreto de
Deus se cumpre integralmente. Moisés, diga-se como
curiosidade, morreu justamente no dia em que completava
120 anos de idade.
Quanto ao homem de nossos dias, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), a maior expectativa
de vida é a dos japoneses, com 77 anos, o que representa
menos de 10% da vida dos homens anteriores à
determinação de Deus. Em Moçambique a expectativa de
vida para homens é de 41 anos.
Nos dias de hoje, com todos os avanços da medicina, sabe-
se que se pode viver até cerca de cento e vinte anos e com
qualidade de vida.
No entanto, o que se observa, segundo dados da ONU
citados em 17 de Junho de 2009 por ocasião do Dia
Mundial de Luta Contra a Desertificação e a Seca, há uma
tendência de diminuição da expectativa média de vida da
humanidade, não só em função dos graves transtornos
causados em decorrência da escassez de alimentos no
futuro breve, mas também pela falta de água tratada para
consumo humano, guerras, desajustes climáticos, e um
sem número de outros fenômenos adversos, todos eles
causados pelo homem. Curiosamente a tendência é a
continuidade do declínio em termos de expectativa média
de vida.

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