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TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Sumário
Diego Degrazia e Lis Ribas
Apresentação . . ................................................................................................................................. 3
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica............................................................................................ 7
1. Direito Tributário.......................................................................................................................... 7
1.1. Conceito....................................................................................................................................... 7
1.2. Fontes......................................................................................................................................... 11
2. Atividade Financeira do Estado e as Receitas Públicas..................................................... 17
3. Tributo...........................................................................................................................................19
3.1. Conceito......................................................................................................................................19
3.2. Natureza Jurídica do Tributo................................................................................................ 26
3.3. Classificação dos Tributos.. .................................................................................................. 34
4. Jurisprudência Selecionada.. ...................................................................................................46
5. Doutrina Selecionada. . .............................................................................................................. 47
Resumo.............................................................................................................................................49
Questões de Concurso.................................................................................................................. 57
Gabarito............................................................................................................................................ 76
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
Apresentação
Professor Diego Degrazia
Antes de iniciarmos os comentários sobre o nosso curso, gostaríamos de fazer uma breve
apresentação pessoal.
Como você já deve ter notado – pois estamos escrevendo tudo aqui na primeira pessoa do
plural –, seremos dois a ministrar o curso.
Vou, na 1ª pessoa, explicar isso melhor e já aproveitar para fazer a minha apresenta-
ção: meu nome é Diego Degrazia da Silveira e sou Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio
Grande do Sul.
Antes disso, fui Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda e trabalhei no
Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário – SECAT –, na Delegacia da Receita Federal
de Porto Alegre.
Muito antes, mas muito antes mesmo de tudo isso, fui de tudo um pouco: de jornaleiro
a dono de boteco. Verdade, aluno(a). Até planos de saúde e enciclopédias eu vendi de porta
em porta...
Quando decidi estudar para concursos, lá em 2005, eu tinha um pequeno restaurante em
Porto Alegre que me dava um trabalho hercúleo e uma remuneração espartana.
Essa decisão – de voltar a ser estudante –, como você pode imaginar, revolucionou a mi-
nha forma de viver. Entretanto, me ensinou diversas coisas muito legais e importantes.
Foram quatro anos de plena dedicação que passei estudando para atingir a aprovação.
Imagine: sem grana para passagem, comendo miojo com salsicha direto e copiando das livra-
rias – em cadernos usados – os conceitos da doutrina... sinistríssimo!!!
Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, tudo isso me trouxe muita coisa boa e
muito crescimento.
Posso dizer de carteirinha: foi a MELHOR decisão que eu tomei na minha vida. Estudar para
concursos me tornou um ser humano MUITO melhor em todos os sentidos. Verdade.
A coisa mais importante que a JORNADA me ensinou foi entender que, se a gente se DEDI-
CAR, PERSISTIR e TIVER FÉ, qualquer um consegue tudo, mas tudo mesmo, até aquela quase
inatingível aprovação em um concurso de altíssimo nível.
Eu sei que soar um pouco como um escritor de autoajuda misturado com um stand up co-
medy man, mas eu tinha que falar isso para você.
É que isso é uma constante em todos os papos que eu tenho com a galera que aprova em
concursos de alto nível: todos eles, de uma forma ou de outra, passaram por essas três fases,
a da dedicação, a da persistência e a da fé. Todos.
Sério. Neste caminho, eu aprendi que, quando a gente quer realizar algo de muito bom na
vida, a gente precisa se dedicar. A gente precisa persistir. E, at last but not least, a gente precisa
ter fé que essa coisa vai rolar...
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Então, era isso que eu queria trazer para vocês agora no começo do nosso curso e queria
deixar claro que eu não deixei de ser um concurseiro.
Eu falo isso para todos os meus alunos: “gurizada, eu não sou um professor de direito. Eu
sou um CONCURSEIRO que agora tem tempo para se dedicar ao Direito. E mais: que agora tem
a GRANA para comprar todos os livros e cursos que ele sempre sonhou, hehehehe...”
Como você pode ver, eu continuo me dedicando, persistindo e tendo fé. Só que agora em
um outro objetivo: ajudar você na aprovação.
Por isso, tenha certeza de que estarei aqui do outro lado debulhando doutrinas, concei-
tos, jurisprudências e questões para trazer para você a melhor forma de estudo para obter a
aprovação.
Pode contar seriamente com isso.
Enfim, pra finalizar, listo abaixo as minhas conquistas. Afinal de contas, é MUITO importan-
te para um concurseiro contar as aprovações. Elas nos seguram no bom caminho:
• Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, 2009, classificado na 24ª posi-
ção;
• Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda, 2009, classificado na 12ª
posição;
• Analista Judiciário TRT/SC, 2007, classificado na 15ª posição;
• Analista de Orçamentos do MPU, 2006; classificado na 1ª posição.
Um abração a todos.
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Um conselho: antes de se debruçar sobre os livros, estude sobre o cargo que pretende ocu-
par, pois se identificar com a sua atuação será o seu combustível diário.
Foco, fé, disciplina, persistência e abdicação são fundamentais. Assim como organização
e planejamento. Levante a cabeça diante das dificuldades e frustrações, siga adiante, com gar-
ra, afinal, você sabe aonde quer chegar, não é mesmo? Permaneça firme! A aprovação é certa
para quem realmente luta por ela.
E se eu puder dar-lhe mais uma dica, escolha um curso por matéria e tenha ele como a sua
bíblia até a aprovação, complementando-o com questões, letra de lei, e procure outras fontes
quando surgir uma dúvida, essa pesquisa esclarecedora de determinados conceitos irá conso-
lidar o seu conhecimento.
Do lado de cá, iremos atrás de doutrinas, leis, jurisprudências, questões e casos práticos
para trazer os assuntos com clareza e completude para você, independentemente do seu nível.
Vamos seguir juntos! Vamos compartilhar conhecimento, as angústias e as alegrias da
batalha que venceremos!
Sobre o Curso
No que depender de nós, você estará preparado para prestar o concurso de Auditor-Fiscal
da Receita Estadual do Estado do Ceará (CARGOS 1 e 3).
Durante a nossa preparação, iremos estudar:
• Constituição Federal de 1988 (CF/1988): dela retiraremos inúmeros conceitos, regras
e princípios, e faremos a indicação dos seus artigos sobre cada assunto e esquemas
para facilitar a sua compreensão e memorização (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm);
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• Diversas leis: o conteúdo das matérias jurídicas está registrado, em boa parte, em nor-
mas jurídicas. Assim, além da CF/1988 e do CTN, utilizaremos leis que tratam sobre
assuntos específicos do Direito Tributário. Ex.: Lei Complementar 116/2003, que dispõe
sobre os Impostos sobre Serviços;
• Doutrina: iremos nos debruçar sobre as principais doutrinas para que possamos passar
para vocês o conhecimento necessário para responder as questões do concurso (Ricar-
do Alexandre, Eduardo Sabbag, Leandro Paulsen etc.);
• Jurisprudência: traremos o posicionamento dos tribunais para melhor compreensão de
determinados temas e resolução de questões. Em sua maioria, como você verá, os jul-
gados serão do Supremo Tribunal Federal – STF;
• Esquemas: organizaremos alguns assuntos com tabelas e desenhos para auxiliar na
fixação da teoria e resolução de questões;
• Questões: esse é o maior diferencial para alcance da aprovação, e, por isso, resolvere-
mos centenas de questões até o final do curso.
Ao final da teoria de cada aula, tratemos uma lista de questões comentadas de concursos
em que a banca responsável pela elaboração da prova foi a CEBRASPE, organizadora do nosso
concurso-alvo.
Comentaremos também questões de outras bancas de forma pontual no corpo do curso,
como FCC e FGV, tendo em vista que algumas são importantes para fins de fixação do conteú-
do. Em que pese isso, nosso foco principal será o CEBRASPE.
Lembre: qualquer dúvida/orientação só mandar um e-mail para professordegrazia@
gmail.com.
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Exemplo pode ilustrar melhor essa situação: quando em uma relação jurídica o Estado impõe
ao contribuinte o dever de informar suas operações comerciais, está atuando com seu poder
de império, levando em conta a supremacia do interesse público de melhor viabilizar a arreca-
dação de tributos, em detrimento do direito do contribuinte.
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o Estado, não há superioridade como ente público. Os direitos e as obrigações são os mes-
mos para ambos, sendo características desse ramo a manifestação de vontade e a liberdade
contratual.
Como você pode ver, nas relações privadas impera a horizontalidade entre as partes, pois
não há imposição de vontade de uma sobre a outra.
Assim, o Direito Tributário é ramo do Direito Público pois trata de relações em que o Esta-
do atua com superioridade (por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção
à determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário, ramo do direito público, é a ciência que estuda o conjunto
de regras e princípios inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
A compreensão da essência da tributação no país é interessante não só por fazer parte do
rol de disciplinas dos concursos, mas também por se tratar de algo presente na vida de qual-
quer um de nós.
Você já parou para pensar que inúmeros episódios do cotidiano geram obrigações
tributárias?
– Pai, me dá um Pokémon? ICMS, IPI
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Poderíamos escrever mais e mais episódios, mas o que está exemplificado já pode dar
uma bela noção para constatarmos (i) a alta frequência dos fatos cotidianos que acarretam a
cobrança de tributos e (ii) a importância do Direito Tributário.
Note o seguinte esquema para fixação:
a) Errada. O Direito Tributário não regula o DESTINO dos valores arrecadados, situação mais
conectada com o Direito Financeiro.
b) Errada. Também não é objetivo do Direito Tributário regular a conduta dos agentes públicos
no que diz com a condução orçamentária. Ademais, a questão ainda limita o tema à Adminis-
tração Pública Indireta.
c) Errada. Mesmo ponto que foi explicitado na alternativa anterior. Aqui, a assertiva limita ain-
da a conduta dos agentes da Administração Direta, o que não é adequado quando falamos de
ramos do Direito Público.
d) Certa. Note que, em que pese a definição não seja a mais adequada conceitualmente, é a
única que pode ser associada ao conceito de Direito Tributário: “Direito Tributário é ramo do
Direito público pois trata de relações em que o Estado atua com superioridade (por meio do
seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção à determinação legal. Em resumo, o Direito
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Tributário é a ciência que estuda o conjunto de regras e princípios inerentes à criação, arre-
cadação e fiscalização dos tributos.
e) Errada. As leis orçamentárias – em sentido amplo – estão conectadas muito mais ao Direito
Financeiro do que ao Direito Tributário.
Letra d.
a) Errada. Quando falamos de Direito Tributário e de Poder de Tributar, não ficamos adstritos às
normas constitucionais. Por óbvio que tais diretrizes são a base do sistema tributário, porém
é sabido que existem diversas outras normas – em especial as leis complementares – que
regulam essa atividade, como o CTN. A própria Constituição delega esse poder à norma com-
plementar em diversas situações.
b) Certa. O Poder de Tributar, ao ser definido pela Constituição, delimita a ideia de Competência
Tributária. Logo assim, delimita qual parcela dos atos econômicos poderão sofrer a incidência
tributária e quais não.
c) Errada. A função tributária do estado não se limita à captação de receitas para fazer frente
aos gastos públicos. Os tributos possuem, inclusive, características extrafiscais que influen-
ciam, deveras, na atividade econômica.
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1.2. Fontes
As fontes do direito tributário representam a origem da identificação de uma relação tri-
butária, as quais se dividem em: reais/materiais e formais.
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Trataremos cada uma das normas em aula específica sobre “legislação tributária”, mas
inicialmente já pontuamos que a Constituição Federal de 1988 – CF/1988 (arts. 145 a 162) e o
Código Tributário Nacional – CTN são essenciais para a compreensão da matéria e devem ser
dominados por você. A leitura delas é fundamental e deve ser frequente.
Sabemos que a Constituição Federal é a norma máxima do Estado e é responsável por or-
ganizar o poder político, dá as diretrizes fundamentais para o funcionamento e a organização
do país, freia a atuação dos governantes e prevê direitos fundamentais para os cidadãos.
É da CF/1988 que tiramos os mandamentos fundamentais da tributação no país, quais são
os tributos existentes e quais são os limites inerentes ao poder de tributar do Estado.
Na pirâmide de hierarquia entre as leis, abaixo das normas constitucionais, identificamos
as normas infraconstitucionais (leis em sentido amplo: leis ordinárias e complementares,
leis delegadas, decretos legislativos, medidas provisórias e resoluções, demais tratados in-
ternacionais etc.), de forma que em um mesmo nível encontram-se as leis ordinárias e as leis
complementares.
Há uma particularidade sobre tais leis (ordinária e complementar) e o CTN.
Embora ocupem o mesmo nível hierárquico, enquanto a lei ordinária exige a aprovação
pela maioria simples do Poder Legislativo, a lei complementar exige aprovação pela maio-
ria absoluta.
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Devemos entender que quando a CF/1988 afirma que “deverá ser criada lei sobre determi-
nado assunto”, a lei poderá ser ordinária ou complementar.
Mas se a CF/1988 destacar que “determinado assunto deve ser previsto em Lei Comple-
mentar”, este obrigatoriamente deve respeitar o processo legislativo desta espécie, pois como
visto a aprovação é um pouco mais exigente.
Assim, o que for objeto de Lei Ordinária poderá ser objeto de Lei Complementar, mas o que
for objeto de Lei Complementar somente poderá ser previsto por meio de Lei Complementar.
A CF/1988 afirma que as normas gerais de Direito Tributário devem ser previstas em Lei
Complementar.
Como o CTN é a lei que trata sobre estas normas gerais, você deve estar pensando: “O CTN
é uma Lei Complementar, pois ele traz as normas gerais de Direito Tributário”.
Essa não é uma afirmação tão simples.
O CTN foi publicado em 1966, ano em que não existia essa exigência constitucional, sendo
editado então por meio do processo legislativo de lei ordinária.
Com a promulgação da CF/1988, passou-se a ter no ordenamento nacional a exigência de
Lei Complementar para dispor sobre normais gerais em matéria tributária.
Ora, como você já deve ter visto em Direito Constitucional, o fenômeno da recepção das
normas em uma nova ordem constitucional se dá em face da materialidade e não da forma.
Por essa razão, mesmo tendo a forma de lei ordinária, diz-se que o CTN é formalmente
uma lei ordinária, enquanto é materialmente uma Lei Complementar, pois o seu objeto (ma-
téria) é de lei complementar.
Assim, com a aprovação da CF/1988, entende-se que o CTN foi recepcionado no ordena-
mento jurídico brasileiro com estatura de Lei Complementar, só podendo, inclusive, ter suas
disposições alteradas por lei desse tipo.
Mas por que trouxemos esta informação agora se foi dito que em aulas futuras é que fala-
ríamos sobre legislação tributária?
Ora, estamos falando do CTN, que é a base da nossa matéria, e já será utilizado desde a
presente aula.
Oportuno ainda dizer que, além desse assunto, você verá que há outros temas tributários
onde a CF/1988 exige que sejam objetos de Lei Complementar – e isso deve ser memorizado,
pois é muito cobrado em prova!
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De acordo com o que está disposto no artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei Comple-
mentar dispor sobre os temas delimitados no enunciado.
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II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art.
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Letra d.
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Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Repare que para essas normas serem editadas é necessário que haja uma lei anterior (uma
das espécies de fonte primária) que trate sobre o assunto, pois, ao fim e ao cabo, essas normas
secundárias retiram seu fundamento de validade da norma primária imediatamente superior.
Além das normas jurídicas, o costume, a jurisprudência e a doutrina são fontes do Direito,
em geral. Assim, são também fontes do Direito Tributário:
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Os tributos são, efetivamente, a principal receita financeira do Estado, classificando-se como receita
derivada (porque deriva do patrimônio do privado) e compulsória (uma vez que, decorrendo de lei,
independem da vontade das pessoas de contribuírem para o custeio da atividade estatal (Leandro
Paulsen, 2013).
Tributos são receita derivada e têm por finalidade a obtenção de recursos para custear as ati-
vidades do Estado.
Certo.
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a/b) Erradas. Tributos são receita derivada, assim eliminamos de plano as alternativas “a” e “b”,
que trazem exemplos apenas de receitas derivadas.
c) Errada. Traz exemplos de exações não tributárias, decorrentes de contratos, o que não nos
permite assumir serem receitas derivadas do poder de polícia.
d) Certa. O tributo é receita derivada e a tarifa, exação derivada de contrato, em que a utiliza-
ção do patrimônio público enseja a contraprestação do particular, caracteriza-se como receita
originária.
e) Errada. Inverte as ordens de classificação.
Letra d.
3. Tributo
3.1. Conceito
Feitas as considerações iniciais sobre a matéria, começaremos agora o estudo dos tribu-
tos e a sua previsão no nosso ordenamento jurídico.
Tributo é uma espécie de receita derivada, oriunda do exercício do Poder de Império
do Estado.
É a Constituição Federal quem delimita juridicamente esse poder de fato, atribuindo com-
petência para os entes políticos instituírem os seus tributos (veremos com mais calma esse
tópico mais adiante, mas é bom você já ir se familiarizando com o tema).
Ademais, a Constituição também informa qual será o normativo competente para definir o
que são e quais serão os tributos do nosso sistema tributário.
Vamos dar uma olhada no artigo 146, III, a da CF/1988:
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Note que o tributo é uma prestação, ou seja, o objeto de uma obrigação. Essa ideia vem
lá do Direito Civil, do Direito das Obrigações, quando se estabelece uma relação entre partes
ativas e passivas. O objeto, ou seja, o que decorre dessa relação obrigacional é uma prestação.
No âmbito do Direito Tributário, vamos falar mais à frente no nosso curso sobre a obriga-
ção tributária. Por agora, é importante você entender que o tributo é uma prestação que possui
características peculiares.
Logo assim, para que algo seja considerado um tributo é preciso que ele obedeça a todos
os aspectos relacionados no artigo 3º do CTN.
Para melhor compreensão, dividiremos a análise desse dispositivo em tópicos. Mas além
de compreender que o tributo deve se enquadrar em todos os tópicos explanados, memorize
o conceito previsto no art. 3º pois ele é amplamente cobrado em provas pela sua literalidade.
TRIBUTO
Vejamos.
Para realizar as suas finalidades precípuas, o Estado necessita captar recursos para custeio.
Para tanto, o dinheiro arrecadado também vem em forma de tributo, sendo ele represen-
tado pela obrigação de pagar dinheiro ao Estado para que este possa pagar suas despesas,
como salários de servidores políticos, construção de estradas e hospitais, compra de materiais
para prestação de serviços, custo de energia elétrica dos seus prédios etc.
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As pessoas têm inúmeras obrigações diante do Estado, mas nem todas elas se resumem
em pagar tributo. Há casos em que se exige do cidadão a prestação de serviço militar obriga-
tório, o comparecimento ao Tribunal do Júri para atuar como jurado, trabalhar como mesário
nas eleições.
E essas obrigações são tributos? O legislador afirma que tributo é prestação pecuniária
“em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, assim, como tais obrigações são não pecuni-
árias, certamente não são consideradas tributo, pois não é possível quantificá-las em dinheiro
e nem em moeda.
Se temos uma dívida de R$ 100,00, o ideal é que o seu pagamento seja feito mediante a
entrega de dinheiro vivo, de transferência bancária, de emissão de cheque e outras formas de
pagamento à vista.
Com o pagamento do tributo devemos utilizar o mesmo raciocínio.
Com a previsão no CTN de que tributo é prestação pecuniária, quis o legislador registrar
que no ordenamento jurídico brasileiro não é aceito o tributo in labore (em trabalho, em servi-
ços) e nem o tributo in natura (em bens).
Já pensou passar no caixa do supermercado e ter que deixar metade da picanha para
pagar o ICMS incidente? Pois é. Isso não acontece no Brasil, em face do disposto no artigo
3º do CTN.
Note bem. Em face do que está expresso no artigo 3º, nunca o tributo poderá ser previsto
abstratamente como um trabalho ou como uma entrega de bens.
O tributo deverá estar previsto como uma obrigação de dar moeda ou algo cujo valor possa
se exprimir em moeda.
Quando o legislador afirmou que o tributo é prestação pecuniária “em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir” ele levou em consideração dois aspectos em relação à aceitação do
dinheiro e sua expressão em moeda: a) há bens que podem ser quantificados monetariamente
e revertidos em dinheiro para pagamento de suas despesas; b) o mercado econômico sofre
alterações que podem influenciar no valor do dinheiro, como a inflação.
Poderemos ter aí, então, incluído o conceito de um índice atualizável para substituir o valor
inicial do tributo devido, como é comum de acontecer com as Unidades de Padrão Fiscal, ín-
dices que refletem, por exemplo, a variação da inflação. Não esqueça que o CTN foi publicado
em 1966, período em que havia muita inflação. A de 1965, por exemplo, foi de 34%. Então era
realmente necessário inserir essa possibilidade no cálculo do tributo devido.
Sobre a possibilidade de aceitação de coisa distinta de dinheiro para extinção do crédito
tributário, é importante falarmos da Lei Complementar n. 104, editada em 2001, que acrescen-
tou o art. 156, XI, do CTN, como mais uma forma de extinção do crédito tributário: a dação em
pagamento em bens imóveis.
Esta previsão levantou a dúvida se então teria o legislador alterado a sua disposição de que
o tributo só poderia ser algo expresso em moeda.
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Mas não. A intenção continua a mesma, afinal o imóvel tem seu valor perante o mercado e
pode ser quantificado em moeda, e isso é autorizado pelo CTN. Trataremos do tema com mais
profundidade em aula específica sobre a extinção do crédito tributário.
Perfeito sobre esse ponto?
Vamos então à segunda consideração do tópico: o legislador também quis dizer – ao afir-
mar que tributo deve ser previsto “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” – que existe
a possibilidade de aplicação de indexadores fiscais para determinar o valor devido pelo contri-
buinte. O referido indexador é conhecido como Unidade de Referência Fiscal (UFIR).
Hoje em dia pouco se utiliza a UFIR, mas como a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio
de Janeiro (SEFAZ–RJ) ainda a utiliza para realizar atualização monetária de alguns valores a
receber, traremos o exemplo do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quais-
quer Bens ou Direitos (ITD). A Lei n. 7.175/2015 do RJ prevê:
Art. 26. O imposto é calculado aplicando-se, sobre o valor fixado para a base de cálculo, consideran-
do-se a totalidade dos bens e direitos transmitidos, a alíquota de:
I – 4,0% (quatro e meio por cento), para valores até 70.000 UFIR-RJ.
Nesse sentido, para transformar esse valor de 70.000 UFIR-RJ em reais, vamos ver quanto
vale cada UFIR? Nos termos da Resolução da SEFAZ-RJ n. 366/2018, em 2019, uma UFIR equi-
vale a R$3,555. Logo, para bens/direitos transmitidos que valham até R$248.850,00, a alíquota
do ITD será de 4%.
Percebeu então que a utilização da UFIR respeita a previsão legal de que o tributo é presta-
ção pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir?
b) Prestação compulsória
Afirmar que o tributo é uma prestação compulsória tem relação direta com o fato de que
as relações tributárias estão sujeitas ao regime de direito público, em que o Estado atua com
o seu poder de império obrigando o contribuinte a pagá-lo.
Além da referência ao regime de direito público, devemos lembrar que o tributo é uma re-
ceita derivada, que são cobradas pelo Poder Público ao utilizar a sua força como Estado para
obrigar as pessoas a fazer aquilo que ele deseja.
Segundo a CF/1988, art. 5º, II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”.
Sabemos que os mandamentos para nascimento do tributo sujeitam-se ao princípio da
legalidade, de forma que, uma vez que exista uma lei vigente no nosso país que obrigue ao seu
pagamento, não há nenhuma liberdade às pessoas para escolher se irão ou não o pagar.
A cobrança do tributo nasce quando a pessoa (física ou jurídica) pratica um fato previsto
em lei que gera a obrigação de pagar tributo. Não pode haver aqui, no núcleo da prática do ato,
a ilicitude.
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Note bem. A ocorrência do fato gerador pode decorrer de um ato ilícito. O que não pode
ocorrer é ser o próprio fato gerador tributário um fato ilícito. O núcleo da ação é essencial
nesse ponto.
Por exemplo, o comércio de drogas ilícitas não pode ser tributado pelo ICMS – que possui
como núcleo uma “operação de circulação de mercadorias”, entretanto a renda auferida pelo
traficante pode – e deve – ser tributada pelo imposto de renda.
O importante aqui é entender que a renda é decorrente da atividade ilícita, mas seu núcleo
tributário – auferir renda, não se confunde com a atividade ilícita – comercializar drogas ilícitas.
A lei tem o poder de inovar na ordem jurídica criando direitos e obrigações às pessoas que
praticarem o fato nela previsto.
A lei é uma norma dotada de generalidade (por obrigar, indiscriminadamente, a quantos
venham a se situar sob sua incidência) e de abstração (por disciplinar abstratamente as situa-
ções sujeitas ao seu comando normativo).
No item “c” deste capítulo, expusemos que o tributo é uma prestação compulsória, de for-
ma que este tipo de obrigação sempre decorre de lei. A previsão de que o tributo é prestação
instituída em lei confirma a referida afirmação, pois há correlação entre a compulsoriedade e
a legalidade.
Ao sujeitar a instituição de tributos à reserva legal, o legislador quis afirmar que a institui-
ção de tributos somente se dará por meio dos atos normativos que tenham força de lei como
leis ordinárias, leis complementares e até medidas provisórias.
Conforme previsão do texto constitucional, no seu art. 150, inciso I, a instituição e a ma-
joração de tributos devem ser previstas em lei, de forma que para considerar que as medidas
provisórias agem como tal, destacamos o art. 62.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
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não pode ser tratada por medida provisória, podemos concluir que tributos poderão ser cria-
dos por medida provisória, desde que a Constituição não requeira lei complementar para sua
instituição.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
Não há liberdade nesse ponto e o CTN é até um tanto redundante ao tratar da matéria.
Se o ato é vinculado, não há discricionariedade. Logo, dizer que a atividade administrativa é
PLENAMENTE vinculada acaba sendo mais do mesmo. Não existe ato vinculado que não seja
plenamente vinculado.
Mas, enfim. Como veremos no curso, o CTN é um código cheio de peculiaridades.
Para finalizar esse ponto, nunca é demais reforçar que, para que algo seja considerado
tributo, precisa estar adequado a todas as características do artigo 3º do CTN.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Letra d.
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na norma que se constata a natureza jurídica do tributo, ou melhor, qual é a espécie de tri-
buto gerado.
A maioria dos cidadãos brasileiros sequer sabe que há diversas espécies de tributo no país,
achando que a tributação aqui se resume a impostos.
Como veremos, os impostos representam apenas uma das espécies tributárias, de forma
que iremos aprender a identificar todas elas.
A forma como determinamos a natureza jurídica de um tributo está prevista no art. 4º do
Código Tributário Nacional.
Mas vamos com calma aqui.
Antes de mais nada, é preciso relembrar que o CTN foi promulgado ANTES da Constituição
Federal de 1988, sob a égide da Constituição de 1946.
Naquele momento, vigia no nosso ordenamento jurídico uma teoria que entendia a existên-
cia de apenas três espécies tributárias, que era a chamada teoria tripartida ou tripartite.
É com esse olhar que devemos analisar o disposto no CTN, em especial o seu artigo 4º,
que trata da delimitação da natureza específica de cada espécie tributária. Vamos ao disposi-
tivo legal:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Nesse sentido, pouco importa o nome e as características formais que a lei adota e a desti-
nação do valor arrecadado, o importante para a identificação do tributo é mesmo a ocorrência
do fato efetivamente praticado por alguma pessoa que gere a obrigação tributária. Logo, o
FATO GERADOR (e somente ele) é quem determina a natureza jurídica do tributo.
É IRRELEVANTE P/ É IRRELEVANTE P/
É DETERMINADA:
QUALIFICÁ-LA: QUALIFICÁ-LA:
A destinação legal
Pelo fato gerador da Denominação e
do produto da sua
obrigação tributária. formalidades legais.
arrecadação.
Ainda vamos falar um pouco mais sobre a distinção entre fato gerador e hipótese de inci-
dência, mas por agora já podemos definir que é esse conceito delimitado na lei, a ser realizado
pelo contribuinte no plano fático, quem definirá qual espécie de tributo será devida.
E, lembrando, o CTN entende que existem apenas três espécies deles. Note a redação do
artigo 5º:
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Partindo da redação desse dispositivo, conclui-se facilmente que o CTN adota a teoria
tripartida para determinar quais são as espécies existentes de tributo, de forma que para a de-
terminação da natureza jurídica de cada um se aplica o art. 4º, CTN, conforme o fato gerador
delimitado no plano abstrato.
Esse dispositivo do artigo 4º está, por sua vez, muito conectado com a concepção que o
CTN traz de cada um dos seus tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
Assim, é preciso entender o que é um imposto (art. 16), o que é uma taxa (art. 77) e o que
é uma contribuição de melhoria (art. 81) para o CTN, antes de avaliarmos o seu fato gerador e
a sua natureza jurídica.
Na próxima aula, vamos estudar esse tema com mais afinco, porém é importante que você
já vá se familiarizando com o tema.
Um imposto é, na definição do Código:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
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Logo, se uma lei municipal prevê que o fato de transmitir a propriedade de bens imóveis
de uma pessoa viva para outra acarreta a cobrança de um tributo, essa situação é que definirá
qual a espécie tributária em questão.
A mesma coisa irá acontecer se houver previsão legal de um tributo cobrado em face de
uma atividade da administração pública, como a emissão de uma licença.
De acordo como CTN, nas duas situações será preciso avaliar o fato gerador, tendo por base
o conceito dos três tributos para a conclusão de qual espécie estamos tratando nos exemplos.
Assim, pode-se concluir que teremos um IMPOSTO na primeira situação, pois estamos
falando aqui de uma situação independente de qualquer atividade estatal específica e uma
TAXA na segunda, tendo em conta a atividade estatal relacionada com o exercício do poder
de polícia.
Note que quando o legislador afirmou, no artigo 4º, inciso I, que pouco importa o nome
dado ao tributo, ele quis dizer que o ente tributante poderia chamar essas duas situações de
contribuição de melhoria, o que não alteraria a sua natureza jurídica de imposto e taxa, respec-
tivamente, e a aplicação das normas relativas a esses tributos.
Já quanto ao artigo 4º, inciso II, do CTN, que afirma que a determinação da natureza jurídi-
ca do tributo independe da destinação legal do produto da sua arrecadação, veremos que esta
não se encaixa para todos os tipos de tributo, só para os previstos no CTN: impostos, taxas e
contribuições de melhoria.
Quando tratamos sobre as fontes do Direito Tributário, falamos que o CTN foi elaborado
antes da nova CF/1988. Assim, a Lei Maior trouxe novidades, dentre elas a previsão de mais
duas espécies tributárias que não possuem definição no CTN.
Da leitura do art. 145 da CF, parece à primeira vista que esta norma também entende que
as espécies tributárias são só aquelas três previstas no CTN:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tri-
butos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de servi-
ços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Ocorre que ao ler outros dispositivos presentes no capítulo “Sistema Tributário Nacional”
é possível constatar que há mais dois tipos de tributos: a) empréstimos compulsórios – art.
148, CF; b) contribuições especiais – art. 149, CF e 149-A, CF;
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, “b”.
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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Ao avaliar o que estava previsto nos dispositivos na CF/1988, o Supremo Tribunal Federal
considerou que essas contribuições especiais e os empréstimos compulsórios seriam, sim,
espécies tributárias e adotou uma nova teoria, a teoria pentapartida (pentapartite/quinquipar-
tida), que entende presentes no ordenamento cinco espécies de tributos e não três como ado-
tado pelo CTN.
Note o excerto retirado do Recurso Extraordinário n. 146.733, julgado pelo Plenário do
STF em 1992:
De fato, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições
de melhoria), a que se refere o art.145 para declarar que são competentes para instituí-los
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os arts. 148 e 149 aludem a duas
outras modalidades tributárias para cuja instituição só a União é competente: o emprés-
timo compulsório e as contribuições sociais.
Como se pode inferir, tal situação gerou algumas controvérsias, em especial no que diz
com as disposições do artigo 4º do CTN.
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Tal consideração sobre essas espécies nos leva a concluir que elas estão em contrarieda-
de ao disposto no CTN, que entende a destinação legal do tributo irrelevante para a definição
de sua natureza jurídica. Mas percebemos que é compreensível que a normal geral tributá-
ria (CTN) tenha desconsiderado essa característica inerente aos empréstimos compulsórios
e às contribuições especiais, pois quando ela foi elaborada esses tributos ainda não eram
considerados espécies tributárias, conforme a constituição vigente quando da elaboração do
CTN (1966).
Estudaremos na próxima aula as peculiaridades de cada espécie e veremos que a lei que
instituir as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios deverá também prever a
sua destinação legal específica, em atenção ao texto constitucional. Caso a lei que o crie igno-
re o seu destino, certamente terá sua inconstitucionalidade declarada.
A título de exemplo, no caso dos empréstimos compulsórios, a CF/1988 no art. 148, pará-
grafo único, destacou com clareza que sua destinação é relevante para a sua determinação:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único: A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.
Tendo essencialmente o mesmo fato gerador, certamente que não é ele que determina a
natureza jurídica do tributo, é a sua destinação legal.
Veja que, inclusive, a Lei n. 7.689/1988, que institui a CSLL, assim prevê:
Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento
da seguridade social.
Ao se deparar com esta situação, em que o destino do tributo é determinante para consta-
tarmos a sua natureza jurídica, vemos com clareza que o art. 4º foi parcialmente não recepcio-
nado pela Constituição Federal de 1988 apenas no que se refere às contribuições especiais e
aos empréstimos compulsórios.
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Quando avaliamos o artigo 4º à luz do CTN e das espécies tributárias lá previstas, ele con-
tinua plenamente aplicável.
Preste bem atenção nisso!
Assim, temos DUAS grandes teorias relacionadas às espécies tributárias que são impor-
tantes para concurso: a teoria TRIPARTITE (CTN) e a teoria PENTAPARTITE (STF e CF/1988).
Os autores que adotam a teoria tripartite, entretanto, não ignoram a presença dos emprés-
timos compulsórios e das contribuições. Eles apenas entendem que tais exações terão natu-
reza jurídica de taxas ou impostos, a depender do fato gerador previsto em lei.
É preciso falar também que existem doutrinadores que entendem que as contribuições es-
peciais e as contribuições de melhoria são espécie de um só grupo intitulado “contribuições”,
e, por isso, as espécies tributárias, sob essa perspectiva, são: (i) impostos; (ii) taxas; (iii) con-
tribuições; (iv) empréstimos compulsórios.
Logo, ainda temos presente uma outra teoria, não muito cobrada em concursos públicos: a
teoria quadripartida (veja ao final, na seção JURISPRUDÊNCIA, o RE 138.284 que trata do tema).
Importante destacar, por fim, que já foi adotada a teoria bipartite/dualista/clássica, a
qual considera que há somente duas espécies de tributos: (i) impostos; e (ii) taxas (taxas e
contribuições de melhoria). E para identificar qual deles nasce em razão de um fato gerador,
avalia-se a atuação estatal, classificando-o em tributos vinculados (taxas e contribuições
de melhoria) e não vinculados (impostos). Veremos que essa classificação ainda é utilizada
para efeitos didáticos, mas hoje não mais para identificação das espécies tributárias real-
mente existentes.
Em resumo, a natureza jurídica é definida pelo fato gerador, sendo irrelevantes a deno-
minação, bem como as características formais adotadas em lei, e, no que diz com impostos,
taxas e contribuições de melhoria, a destinação legal do produto da arrecadação.
Quanto à destinação legal do tributo, vimos que, ao reconhecermos a aplicabilidade da
teoria pentapartida, o destino legal é relevante para identificarmos os empréstimos compul-
sórios e as contribuições especiais.
É importante destacarmos, ainda, que, tendo em vista que os tributos são arrecadados e
destinados à conta do Estado, e utilizados para prestação de suas atividades, o STF e o STJ
concluíram que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS não é um tributo.
Note que o FGTS é um valor que fica em uma conta vinculada ao nome do empregado, de
modo que, embora seja uma prestação pecuniária, instituída em lei, cobrada por meio de ativi-
dade vinculada, não fica à disposição do Poder Público.
Nesse sentido, o STJ consolidou o referido entendimento por meio da edição da Súmula 353:
Súmula n. 353
As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o
FGTS.
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O art. 4º do CTN afirma que a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador, sendo irrelevantes para qualificá-la (i) a denominação e características formais previs-
tas em lei, e (ii) a destinação do recurso arrecadado.
Letra c.
Questão simples. O termo TRIBUTO é gênero que comporta as seguintes espécies, de acordo
com o CTN: impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Já a Constituição Federal de 1988 trouxe para dentro dessa classificação mais duas espécies
tributárias: as Contribuições Especiais e os empréstimos compulsórios.
Letra e.
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De acordo com o artigo 16 do CTN, a exação tributária que independe de qualquer atividade es-
tatal específica é o IMPOSTO. Veremos mais adiante, ainda nesta aula, que por essa definição
o imposto é um tributo NÃO VINCULADO.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Letra b.
Já foi dito no decorrer desta aula algumas vezes que os tributos são instituídos pelo Esta-
do com a finalidade de arrecadar recursos para financiar os seus gastos. Ocorre que este não
é o único objetivo perseguido pelo Estado ao instituir um tributo.
Quando a principal razão da sua instituição é a arrecadação, a obtenção de recursos para
os cofres públicos, diz-se que o tributo possui finalidade fiscal predominante. Ex.: Imposto
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR); Imposto sobre Serviços (ISS).
Já se a principal função do tributo instituído for regular algum setor econômico ou social,
influenciando o comportamento dos contribuintes, estaremos diante de um tributo com fina-
lidade extrafiscal predominante.
Vejamos a definição redigida por Leandro Paulsen sobre o assunto:
Diz-se que se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são ape-
nas uma decorrência secundária da tributação, mas o deliberadamente pretendido pelo legislador
que utiliza do tributo como instrumento para dissuadir ou estimular determinadas condutas.
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no caso dos sapatos, com o intuito de desestimular a sua importação para fins de proteger a
indústria nacional, o Estado pode determinar a aplicação de maiores alíquotas de Imposto de
Importação – II.
Por outro lado, imaginemos que a intenção do Estado é incentivar o desenvolvimento de
determinados setores industriais. Qual a ferramenta que ele tem para influenciar nesse merca-
do? A possibilidade de redução dos tributos incidentes sobre esses setores.
Note que todos os tributos possuem características fiscais e extrafiscais. O ICMS, por
exemplo, é um tributo que possui uma característica marcadamente fiscal, tendo em conta
que sua finalidade precípua é carregar recursos para os cofres públicos. Entretanto, é possível
que sua instituição seja mais gravosa sobre determinados bens – como o cigarro, para não
incentivar sua produção.
Já o Imposto de Importação, por sua vez, possui característica marcadamente extrafiscal.
A função precípua desse tributo é fomentar ou não as importações. Mesmo assim, sempre há
arrecadação de valores aos cofres públicos quando da sua incidência.
Ficou claro?
Há ainda uma terceira classificação dos tributos conforme a sua finalidade.
Sabemos que os entes federados (União, estados, DF e municípios) têm competência para
instituir determinados tributos por meio de lei (lembra que tributo é prestação instituída em lei?).
Quando o tributo tem objetivo parafiscal, entende-se que o ente tributante o institui por
meio de lei, mas confere a capacidade tributária ativa de arrecadação, fiscalização e adminis-
tração da quantia a uma entidade ou órgão, com o intuito de que este exerça uma atividade que
não é típica de Estado, mas que é relevante para a sociedade.
Exemplo: contribuição cobrada pelos órgãos fiscalizadores dos conselhos de classe, como o
Conselho Regional de Medicina – CRM.
Imaginemos: i) a União elabora e publica uma lei criando uma contribuição a ser paga
por um médico (profissional); ii) a União cria Conselhos Regionais de Medicina (autarquias);
iii) a função dos CRMs é fiscalizar a atuação dos médicos naquela região. A União então não
arrecada nem fiscaliza diretamente as contribuições profissionais, ela concede as referidas
atividades ao CRM.
Assim, quando falamos em tributos parafiscais (essa denominação já está em desuso,
mas aparece em provas ocasionalmente) falamos em tributos que são arrecadados, fiscaliza-
dos e utilizados por pessoa distinta da responsável pela sua criação.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
Instituído
O estado institui o tributo e confere
Instituído principalmente para
a capacidade tributária ativa de
principalmente regular determinado
arrecadação, fiscalização e administração
para obtenção setor econômico/
a uma entidade ou órgão, com o intuito de
de recursos social e estimular/
que este exerça uma atividade que não é
para os cofres desestimular
típica de estado, mas que é relevante para
públicos. comportamentos dos
a sociedade.
contribuintes.
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Repare que o artigo constitucional supratranscrito traz algumas exceções, as quais, inclu-
sive, serão objeto de estudo no nosso curso, na parte em que trataremos sobre a “Repartição
Constitucional das Receitas Tributárias”.
No que se refere às taxas, espécie de tributo claramente previsto no CTN, estudamos que
sua destinação legal é irrelevante para determinação da sua natureza jurídica.
Embora irrelevante para a sua identificação, o legislador pode prever que o valor arrecada-
do a título de taxa tenha destino certo. Assim, taxas poderão, a critério do legislador, ter sua
arrecadação vinculada ou não a determinada despesa, fato que em nada irá influenciar em sua
natureza jurídica.
Há, inobstante isso, um caso peculiar de taxa com arrecadação necessariamente vinculada.
A CF/1988, em seu art. 98, § 2º, determinou que “as custas e emolumentos serão destina-
dos exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça”.
Muito se discutiu sobre a natureza jurídica dessa exação e atualmente está pacificada a
orientação de que são tributos da espécie taxas.
Sendo essas “custas e emolumentos” uma taxa judiciária, concluímos então que é uma taxa
de arrecadação vinculada constitucionalmente delimitada, de forma que – especificamente
nesse caso – a taxa deverá ser instituída com arrecadação vinculada ao custeio dos serviços
afetos às atividades específicas da Justiça, já que foi assim que a CF/1988 determinou.
Note que, de qualquer forma, as taxas não poderão ter sua arrecadação vinculada a pes-
soas jurídicas de direito privado. Só poderão ser vinculadas a entidades de direito público ou
fundos públicos, sempre relacionados à atividade que gerou a taxa.
Em relação às contribuições de melhoria, veremos que elas são instituídas pelo ente
tributante somente quando ocorre a valorização imobiliária decorrente de realização de
obras públicas.
Se a criação do referido tributo se dá só depois de já ter o Estado realizado a sua atividade
(obra pública), então certamente a arrecadação da contribuição de melhoria será não vinculada
nesse ponto, pelo simples fato de que a sua receita não servirá mais para custear a obra. Nada
impede, entretanto, que o legislador ordinário opte por vincular o recurso a uma outra despesa.
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Agora o que importa não é mais se a arrecadação do tributo cobrado está vinculada ao
financiamento de uma atividade/despesa estatal.
Para identificar se um tributo é vinculado ou não vinculado, o que se deve considerar é se o
nascimento da obrigação tributária está vinculado a uma atuação do Estado.
O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo
está vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Veremos na aula seguinte que as taxas podem ser instituídas pelo ente tributante por dois mo-
tivos: (i) se ele prestar serviço público específico e divisível; e (ii) se ele exercer o poder de polícia.
Assim, ao analisar as razões de criação da taxa, percebe-se, claramente, que ela é tributo
vinculado à prestação de alguma atividade pelo Poder Público.
Veremos também que a contribuição de melhoria é instituída pelos entes políticos quando
eles realizam uma obra, e dessa obra resulta na valorização do imóvel do contribuinte. Da aná-
lise do fato gerador desse tributo, percebe-se também que há uma ação praticada pelo Estado
que tem relação direta com o nascimento do tributo. Logo, as contribuições de melhoria são
tributos vinculados.
Por haver contraprestação estatal, por haver referibilidade da atividade estatal em relação
ao contribuinte, afirma-se que os tributos vinculados são contraprestacionais e retributivos.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
A hipótese de incidência desses tributos leva em consideração tão somente a prática da
conduta pelo contribuinte, como é o caso dos impostos. Se a pessoa aufere renda, paga IR; se
a indústria produz produtos, paga IPI; se a pessoa importa alguma mercadoria, é obrigada a
pagar II. Assim, nesses casos não há vinculação a qualquer atividade estatal em contrapartida
à cobrança do tributo.
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Viu que nesses casos não houve nenhuma atividade prestada pelo Estado? Justamente por
essa razão que se diz que o nascimento de tributos não vinculados está relacionado a fato do
contribuinte, enquanto o nascimento de tributos vinculados está vinculado a um fato do Estado.
A norma legal prevê que o fato gerador deste A ocorrência do seu fato
tributo está vinculado a alguma ação realizada gerador independe de
pelo poder público relativa ao contribuinte. qualquer atuação estatal.
Questão bastante interessante. Vamos analisar com calma. O comando traz como questio-
namento maior qual a espécie tributária que possui determinadas características. Assim, a
melhor forma de resolver essa é por eliminação. A primeira característica que a banca traz é
que o tributo é “não vinculado”.
Ora, nesse ponto já podemos eliminar a alternativa “a”, pois as taxas são tributos vinculados.
A segunda característica é que esse tributo admite, por “expressa e excepcional previsão
constitucional”, destinação específica do produto de sua arrecadação.
Nesse caso, é muito possível que a banca esteja falando de IMPOSTOS, pois quando falamos
de contribuições especiais (de intervenção no domínio econômico ou sociais) a destinação
legal do produto da arrecadação é parte integrante da definição da natureza jurídica do tributo.
Logo, aqui não é uma característica EXCEPCIONAL do tributo e sim uma ideia normal. A mes-
ma coisa acontece com os empréstimos compulsórios.
De qualquer forma, a banca prossegue dizendo que não existe a previsão de sua restituição
ao final de determinado período, o que nos faz eliminar a assertiva “D” tendo em conta que a
restituição é uma característica dos empréstimos compulsórios.
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Na sequência do nosso curso, estudaremos com mais afinco quem são os sujeitos passi-
vos da obrigação tributária: contribuinte ou responsável tributário.
Contribuinte é a pessoa que pratica o fato gerador previsto em lei que gera uma obrigação
tributária. Por ex.: a lei do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA afir-
ma que a sua cobrança será realizada em razão da propriedade de veículo automotor, sendo o
contribuinte o proprietário de veículo automotor.
O tributo é direto quando o praticante do fato gerador (contribuinte) é quem arcará com
o ônus e sofrerá a repercussão direta do encargo econômico-financeiro. No caso do IPVA, a
obrigação de pagá-lo é do contribuinte, e a lei não prevê a possibilidade de transferir o ônus
tributário a terceiro, assim, esse deve ser considerado um tributo direto.
Já o tributo indireto é aquele em que a repercussão do ônus econômico do tributo pode re-
cair sobre um terceiro, distinto do contribuinte previsto em lei, que suportará a carga tributária.
Nos tributos indiretos há a presença de um contribuinte de fato e um contribuinte de di-
reito. Contribuinte de direito é aquele que pratica o fato gerador e é obrigado ao pagamento do
tributo, conforme a lei, enquanto o contribuinte de fato representa aquele que arca efetivamen-
te com o encargo financeiro do tributo.
Vejamos. Da venda de televisores a um consumidor final por uma empresa comercial,
incide ICMS.
A obrigação de pagar o ICMS é da empresa, mas ela, em vez de arcar com este valor, re-
passa esse encargo para o consumidor embutindo-o no preço do produto. Para constatar o
que estamos afirmando, basta pegar a nota fiscal de algum produto que você tenha comprado
recentemente. No caso, se a empresa anuncia uma TV por R$2.000,00, certamente nesse valor
ela já embutiu o ICMS.
Assim, percebemos que quando os tributos são indiretos, os contribuintes de fato e de di-
reito são pessoas distintas. No exemplo, o contribuinte de direito é a empresa comercial, que é
o contribuinte determinado em lei, enquanto o contribuinte de fato é o consumidor final, que é
quem, na prática, sofre o encargo FINANCEIRO.
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E quanto aos tributos diretos, quem é o contribuinte de fato e quem é o contribuinte de di-
reito? A mesma pessoa! Pois a pessoa praticante do fato gerador, obrigada ao pagamento por
meio de lei, é aquela que arca com o ônus do tributo.
[...] sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capaci-
dade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Com essa previsão constitucional, identifica-se que no Brasil há a classificação dos impos-
tos em pessoais e reais.
O imposto real considera tão somente o valor do bem/evento objeto do fato gerador para
determinação da carga tributária, desconsiderando qualquer característica de quem praticou
o fato gerador.
Exemplo: o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) tem como fato gerador
da obrigação tributária a “propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, por natureza ou por
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município”.
Como podemos ver, para cobrar o IPTU o que interessa é o imóvel, não importando para
determinação da carga tributária nenhuma característica do contribuinte (proprietário, titular
do domínio útil ou possuidor).
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Exemplo: o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) incide sobre a renda
recebida a título de salário.
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Parcela a deduzir
Base de cálculo (R$) Alíquota (%)
do IRPF (R$)
Até 1.903,98 - -
Note que o imposto de renda não será cobrado de quem ganha até R$ 1.903,99 e só pas-
sará a incidir com a alíquota de 7,5% na faixa que vai de R$1.903,99 até R$2.826,65. A cada au-
mento de faixa de renda essa alíquota irá aumentar até chegar ao topo de 27% para os ganhos
superiores a R$ 4.664,68.
Quando formos estudar o imposto de renda, trataremos do tema com mais detalhes, mas o
importante aqui é você entender que a alíquota tributária irá aumentar quando houver aumento
da base de cálculo de forma progressiva.
Eduardo Sabbag ainda afirma que o critério da progressividade pode se desdobrar em duas
modalidades: progressividade fiscal e progressividade extrafiscal.
A progressividade fiscal está relacionada com a finalidade arrecadatória do tributo, e diz
respeito ao fato de que, quanto mais ganha a pessoa, mais ela deverá pagar, é o caso vis-
to do IRPF.
Já a progressividade extrafiscal é aplicada para estimular/desestimular condutas. Lembra
que quando o tributo é classificado como extrafiscal sua finalidade é regular/intervir na situa-
ção social/econômica do país? Veja o caso do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territo-
rial Urbana – IPTU, que, conforme a CF/1988, terá uma alíquota maior, no decorrer do tempo,
por não estar a propriedade cumprindo a sua função social:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
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§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
Veremos ainda que a progressividade fiscal também está presente no IPTU, de forma que o
texto constitucional, no art. 156, § 1º, I, prevê que o referido imposto será progressivo em razão
do valor do imóvel.
É importante destacarmos que a progressividade fiscal e extrafiscal também são caracte-
rísticas do Imposto Territorial Rural (ITR), tendo em vista que a CF/1988, no art. 153, § 4º, II,
prevê que ele será progressivo e terá suas alíquotas fixadas com o intuito de desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas.
No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única para
qualquer base de cálculo.
Por exemplo, temos o ICMS, que é determinado por meio da aplicação de uma alíquota de
18% em operações internas no estado da Bahia, independentemente do valor e da quantidade
das mercadorias vendidas. Agora, observe que, em regra, esta é a alíquota aplicável no estado
da Bahia, mas há alíquotas diferenciadas, em casos específicos previstos na legislação do es-
tado. É o caso das operações internas com arroz e feijão, em que a alíquota aplicável é de 7%,
e das bebidas alcoólicas, em que a alíquota é de 25%.
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c) progressivo.
d) regressivo.
e) seletivo.
O IPTU terá suas alíquotas aumentando na medida em que a base de cálculo aumenta. Nesse
caso, estamos falando de um imposto progressivo.
Letra c.
4. Jurisprudência Selecionada
Os temas estudados nesta aula geraram posições dos tribunais superiores que são impor-
tantes para fins de prova.
Vamos repassar as principais súmulas do STF e do STJ. Não se assuste se em algum pon-
to você encontrar dificuldade de entendimento, pois ao final do curso temos certeza de que
tudo será sanado.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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Julgado importante
Recurso Extraordinário 138.284. Excerto do Voto do Ministro Carlos Velloso que expli-
cita a ideia da teoria quadripartida
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário,
que a Constituição inscreve nos seus artigos 145 a 162. Tributo, sabemos, encontra defi-
nição no artigo 3º do C.T.N., definição que se resume, em termos jurídicos, no constituir
ele uma obrigação, que a lei impõe ás pessoas, de entregar uma certa importância em
dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras, decorrem da
vontade das partes, assim do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denomi-
nadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público quanto no
direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do direito
público, “nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado
pela lei como apto a determinar o seu nascimento”. (Geraldo Ataliba, “Hermenêutica e Sis-
tema Constitucional Tributário”, in “Diritto e Pratica Tributaria”, volume L, Padova, Cedem,
1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo
fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são as seguintes: a) os impostos
(C.F., arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156); b) as taxas (C.F., art. 145, II); c) as contribuições,
que podem ser assim classificadas: c.l. de melhoria (C.F., art. 145, III); c.2. parafiscais
(C.F., art. 149), que são: c.2.1. sociais, c.2.1.1. de seguridade social (C.F., art. 195, I, II,
III), C.2.1.2. outras de seguridade social (C.F., art. 195, parág. 4º), c.2.1.3. sociais gerais
(o FGTS, o salário-educação, C.F., art. 212, parág. 5º, contribuições para o SESI, SENAI,
SENAC, C.F., art. 240); c.3. especiais: c.3.1. de intervenção no domínio econômico (C.F.,
art. 149) e c.3.2. corporativas (C.F., art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária: d) os
empréstimos compulsórios (C.F., art. 148).
5. Doutrina Selecionada
Sabe-se que, em princípio, não é função da lei conceituar. A lei deve conter uma regra de comporta-
mento. Entretanto, em face de controvérsias, às vezes deve a lei estabelecer conceitos. Isso aconte-
ceu com o conceito de tributo, que é atualmente no Brasil, legalmente determinado.
Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 12. ed. página 56-57, Malheiros Editores.
Invocando a clássica dicotomia de regimes jurídicos, verifica-se que o Direito Tributário situa-se
no âmbito do Direito Público, vale dizer, insere-se no conjunto normativo que disciplina as relações
jurídicas em que o Estado é parte. Em outras palavras, a presença do Estado numa relação jurídica
impõe a incidência do regramento composto por normas de direito público, restando afastada a
aplicação de normas de direito privado, senão em caráter meramente subsidiário.
Regina Helena Costa, em Curso de Direito Tributário, Constituição e Código Tributário Nacional, 2 ed.
Página 30, Editora Saraiva.
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“Em face da presença simultânea de efeitos fiscais e extrafiscais, pode resultar difícil classificar um
tributo por esse critério. Costuma-se fazê-lo em atenção ao seu caráter predominante. Diz-se que
se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são não apenas uma
decorrência secundária da tributação, mas deliberadamente pretendidos pelo legislador.
Leandro Paulsen, em Curso de Direito Tributário Completo, 6 ed. Página 30, Livraria do Advogado
Editora.
Observamos que as divergências sobre as espécies de tributos são construídas em função dos dife-
rentes critérios utilizados à classificação. A teoria bipartida adota como critério distintivo a base de
cálculo como representativa ou não de um serviço ou coisa do Estado (Becker), ou a vinculação ou
não da hipótese de incidência à atuação estatal (Ataliba). A teoria triparte não avança muito, uma
vez que adota o mesmo critério dos tributos vinculados ou não vinculados de Geraldo Ataliba. O
mesmo pode se dizer da teoria quadripartida. Novidade de critérios somente encontraremos na teo-
ria quinquipartida, hoje, teoria majoritária e adotada pelo STF, para quem os tributos têm como espé-
cies autônomas: os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios
e as contribuições especiais. Ao critério da vinculação e não vinculação, ela acrescenta dois outros
critérios distintivos: a destinação do produto da arrecadação e a restituição do tributo.
Francisco Leite Duarte, em Direito Tributário, Teoria e Prática, 3 ed. Página 98, Revista dos Tribunais.
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RESUMO
Direito Tributário
Assim, o Direito Tributário é ramo do Direito público pois trata de relações em que o Estado
atua com superioridade (por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção à
determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário é a ciência que estuda o conjunto de regras e princípios
inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
Fontes
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O CTN é formalmente uma lei ordinária, enquanto é materialmente uma Lei Complemen-
tar, pois o seu objeto (matéria) é de lei complementar.
Assim, com a existência da CF/1988 entende-se que o CTN foi recepcionado no ordena-
mento jurídico brasileiro com estatura de Lei Complementar, só podendo, inclusive, ter suas
disposições alteradas por lei deste tipo.
As fontes formais secundárias/subsidiárias têm a função de regulamentar e complemen-
tar as normas objeto de fontes primárias.
São elas: Decretos regulamentares; atos normativos expedidos pelas autoridades adminis-
trativas; decisões administrativas com eficácia normativa; práticas reiteradas das autoridades
administrativas; convênios celebrados entre as entidades federativas.
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Além das normas jurídicas, o costume, a jurisprudência e a doutrina são fontes do Direito,
em geral. Assim, são também fontes do Direito Tributário:
• Costume: práticas reiteradas pela sociedade com a convicção de obrigatoriedade (em
fontes formais também vimos os costumes como fonte do Direito Tributário, em razão
de o CTN prever como norma secundária “práticas reiteradas das autoridades adminis-
trativas”);
• Jurisprudência: conjunto de decisões judiciais proferidas em um mesmo sentido de for-
ma reiterada (repetitiva), que, inclusive será utilizada em nosso curso para explicitarmos
a aplicação de determinados institutos e dispositivos vigentes no ordenamento jurídico
brasileiro;
• Doutrina: é o conjunto de pesquisas e teses construídas por cientistas do Direito para
exposição, ensinamento e compreensão de temas jurídicos.
As receitas originárias são auferidas pelo Estado quando este se posiciona em uma re-
lação como qualquer particular, explorando o seu patrimônio/exercendo uma atividade eco-
nômica, com liberdade de atuação e igualdade entre as partes, sujeitando-se, portanto, a uma
relação protegida pelo Direito Privado.
Já para auferir receitas derivadas, o Estado atua com o seu Poder de Império, coagindo,
obrigando o particular (ou até mesmo uma pessoa jurídica de direito público) a pagar determi-
nado valor em razão de alguma situação.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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Tributo
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
TRIBUTO
Prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Com a previsão no
CTN de que tributo é prestação pecuniária, quis o legislador registrar que no ordenamento ju-
rídico brasileiro não é aceito o tributo in labore (em trabalho, em serviços) ou nem o tributo in
natura (em bens).
O tributo deverá estar previsto como uma obrigação de dar moeda ou algo cujo valor possa
se exprimir em moeda.
Sobre a possibilidade de aceitação de coisa distinta de dinheiro para extinção do crédito
tributário, é importante falarmos que a Lei Complementar n. 104, editada em 2001, que acres-
centou ao art. 156, XI, do CTN mais uma forma de extinção do crédito tributário: a dação em
pagamento em bens imóveis.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
Note bem. A ocorrência do fato gerador pode decorrer de um ato ilícito. O que não pode
ocorrer é ser o próprio fato gerador tributário um fato ilícito. O núcleo da ação é essencial
nesse ponto.
Prestação instituída em lei. Para a instituição dos tributos não há exceção ao princípio da
legalidade.
Nem todos os tributos podem ser criados por MP, mas tributos podem ser criados por MP.
Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Tendo o CTN
previsto que a cobrança do tributo é uma atividade vinculada, o agente público, agindo como
representante do Estado, ao identificar a ocorrência de um fato que acarreta uma obrigação
tributária não pode pensar se vai ou não cobrar o tributo, ele tem que efetivar a cobrança.
Para finalizar esse ponto, nunca é demais reforçar que, para que algo seja considerado tri-
buto, precisa estar adequado a todas as características do artigo 3e do CTN.
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Diego Degrazia e Lis Ribas
Ex.: CONTRIBUIÇÕES DE
Ex.: IR Ex.: II, IE, IOF
CATEGORIAS ESPECIAIS
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É aquele previsto em lei (que pratica o É aquele que na prática arca financeiramente
fato gerador). com o tributo.
Quanto ao caráter subjetivo/objetivo: pessoal ou real. O imposto real considera tão so-
mente o valor do bem/evento objeto do fato gerador para determinação da carga tributária,
desconsiderando qualquer característica de quem praticou o fato gerador.
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Já na cobrança de um imposto pessoal, nos termos da redação do art. 145, par. único, da
CF, supratranscrito, é necessário levar em consideração as características pessoais do pra-
ticante do fato gerador (contribuinte) para determinação da carga tributária, em atenção ao
Princípio da Capacidade Contributiva.
Considera as características da
Considera somente o valor do bem pessoa que praticou o fato gerador
para determinação o valor do tributo. para então determinar a carga
tributária.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Cebraspe
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Conforme análise literal do art. 145 da CF/1988, e do CTN, há três espécies tributárias: impos-
tos, taxas e contribuições de melhoria:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de servi-
ços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
A banca levou em consideração a teoria pentapartide adotada pelo Supremo Tribunal Federal,
que afirma que há 5 espécies tributárias no ordenamento jurídico brasileiro: impostos, taxas,
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Errado.
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A segunda parte da questão está correta, pois tributo e multa não se confundem, mas não
se pode afirmar que o ato que gera o tributo é sempre lícito. Vejamos a literalidade do art.
118 do CTN:
Esse artigo está alinhado com o princípio doutrinário conhecido como pecúnia non olet (dinhei-
ro não cheira). Fica fácil entender essa previsão se imaginarmos uma situação de tráfico de
drogas. Apesar de ser uma atividade ilícita, o resultado econômico decorrente dessa atividade
é perfeitamente tributável, ou seja, o fato gerador do tributo é sempre lícito, mas foi derivado
de um ato ilícito.
Errado.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Certo.
Segundo o art. 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária cobrada mediante atividade ad-
ministrativa discricionária plenamente vinculada instituída em lei.
Errado.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
Tributo não constitui sanção de ato ilícito, conforme a sua definição prevista no art. 3º do CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Errado.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Errado.
A penalidade pecuniária não se caracteriza como tributo. Penalidade é sanção por ato ilícito do
contribuinte. Vamos resgatar o art. 3º do CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Errado.
Questão simples e direta, pois sabemos que tributos somente podem ser cobrados através de
lei, e nunca de contrato. A obrigação tributária é justamente isso, uma obrigação, daí a neces-
sidade de existir lei que estabeleça a instituição do tributo.
Errado.
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A regra geral disposta no CTN é que os tributos devem ser pagos em pecúnia, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, ou ainda em dação em pagamento em bens imóveis (exce-
ção à regra geral). Mas não existe previsão de pagamento de tributos in labore, ou seja, através
de prestação de serviços.
Errado.
Os tributos são cobrados mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que sig-
nifica dizer que o ente tributante é obrigado a cobrar o tributo quando se verificar a ocorrência
do fato gerador. Não há discricionariedade por parte da Administração.
Errado.
Conforme comentamos, pelo princípio da pecúnia non olet é possível tributar atividades ilíci-
tas, como por exemplo os ganhos decorrentes do tráfico de drogas. Assim, a primeira parte da
questão está correta. Por fim, a questão afirma que os tributos não podem ser utilizados como
sanção, e é justamente o que dispões o CTN em seu art. 3º.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Certo.
Vimos que tributo é gênero, o qual pode ser subdividido em três espécies, de acordo com o
CTN (teoria tripartite): impostos, taxas e contribuições de melhoria. A questão apresenta
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características apenas dos impostos, que realmente não se vinculam a uma atividade estatal
específica. Já as taxas e contribuições de melhoria são considerados tributos vinculados, pois
se vinculam a alguma atividade estatal específica: prestação de algum serviço remunerado
através de taxa e valorização imobiliária decorrente de obra pública que enseja a cobrança de
contribuição de melhoria. Portanto, erra a questão ao afirmar que a regra geral é não poder
vincular um tributo a uma atividade estatal específica.
Errado.
027. (CESPE/ANTAQ/2009) Julgue o item que se segue acerca das espécies de tributo.
Ao contrário do que ocorre com os impostos, as taxas são conhecidas como tributos não
vinculados.
É justamente o oposto do que afirma a questão. Enquanto impostos são não vinculados, taxas
e contribuições de melhoria são originadas de atividades estatais específicas.
Errado.
028. (CESPE/STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições do Código
Tributário Nacional (CTN).
O imposto se distingue das demais espécies de tributos porque tem como fato gerador uma
situação que independe de atividades estatais específicas.
Perfeito! É justamente o que dispõe o Código Tributário Nacional: enquanto impostos são uma
espécie de tributo não vinculado, as taxas e as contribuições de melhoria vinculam-se a uma
atividade estatal específica.
Vejamos as definições do CTN para reforçar os conceitos:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Certo.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
ErradO.
Esta é a definição de tributo segundo o art. 3º do CTN. E, além disso, o servidor responsável
pela fiscalização tributária que identificar a ocorrência de fato gerador de tributo deve cobrá-lo,
obrigatoriamente.
CertO.
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Segundo a teoria tripartide, são espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melho-
ria. Já segundo a teoria pentapartide, são espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições
de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. Assim, a primeira parte do
item está correta.
No entanto, quanto aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, nem todos
os entes podem institui-los, conforme será visto no curso ao tratarmos de cada espécie, bem
como ao tratarmos do assunto “repartição da competência tributária”.
Errado.
033. (CESPE/SEFAZ-RS/2019) O ICMS é espécie tributária que pode ser classificada como
um imposto
a) direto e especial, que deverá ser seletivo.
b) indireto e real, que poderá ser seletivo.
c) direto e pessoal, que deverá ser seletivo.
d) indireto e pessoal, que poderá ser seletivo.
e) direto e real, que poderá ser seletivo.
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O Código Tributário Nacional foi promulgado através da Lei n. 5.172/1966, uma lei ordinária.
Posteriormente, essa Lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 com status de Lei
Complementar. A razão dessa mudança de tratamento é a exigência na própria Constituição
Federal de que Lei Complementar deve regular normas gerais de direito tributário. Assim, o
CTN, criado através de lei ordinária, continua sendo uma lei ordinária em sentido formal e foi
recepcionado com status de Lei Complementar por ser uma norma materialmente compatível
com a CF/1988. Assim, somente outra lei complementar ou norma superior (como uma Emen-
da Constitucional, por exemplo) pode modificar as disposições do CTN, que fixa as normas
gerais de direito tributário.
Certo.
036. (CESPE/SERPRO/2013) Com base nas normas constitucionais e legais sobre direito tri-
butário, julgue o item subsecutivo.
A CF previu que as normas gerais de direito tributário seriam objeto de lei complementar; toda-
via, até a presente data, essas normas gerais são as estabelecidas por meio de uma lei institu-
ída como lei ordinária em sentido formal.
O CTN é uma lei ordinária em sentido formal, tendo sido recepcionada com status da lei com-
plementar, regulando as normas gerais de direito tributário no Brasil.
Certo.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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037. (CESPE/MPE-RR/2008) Julgue o item seguinte, que trata do poder de tributar e de esta-
belecer normas em matéria tributária.
Se, no corpo de uma lei complementar destinada ao estabelecimento de normas gerais em
matéria tributária, a União inserir norma aplicável apenas a ela própria e que se destine a definir
os contribuintes de certo imposto, poderá ela revogar aquela norma por meio de lei ordinária.
Como a Constituição Federal exige que as normas gerais de Direito Tributário sejam objeto
de Lei Complementar (art. 146, III, CF/1988), e que normas dessa natureza não podem ser
alteradas por Lei Ordinária, não é possível que esta última revogue disposições daquela. Lei
complementar deve ser necessariamente revogada ou modificada por outra lei complementar
ou por norma superior.
Errado.
038. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Com relação aos aspectos tributários das receitas, jul-
gue o item subsequente.
Os impostos proporcionais são uniformes em relação à base de cálculo, mas podem ter alíquo-
tas diferenciadas, de acordo com o critério estabelecido na legislação pertinente.
No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única para qual-
quer base de cálculo. No entanto, a legislação pode afirmar que diante de “determinada situ-
ação”, a alíquota pode ser diferente para “este” contribuinte, mas compreenda que o critério
para diferenciação da alíquota não é o aumento/redução da base de cálculo: se assim fosse, o
tributo seria considerado progressivo.
Por exemplo: Regra: alíquota de 10% de ICMS para produtos comercializados no Estado “X”, in-
dependentemente do valor da operação. Exceção: produtos de cesta básica sofrem incidência
de ICMS com alíquota de 2% no Estado “X”, independentemente do valor da operação.
Certo.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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Já se a principal função do tributo instituído for regular algum setor econômico ou social, in-
fluenciando o comportamento dos contribuintes, estaremos diante de um tributo com finalida-
de extrafiscal predominante.
Certo.
Temos dois erros na questão. Primeiramente, o art. 98 do CTN defende que “os tratados e as
convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão ob-
servados pela que lhes sobrevenha”.
Portanto a primeira parte da questão está errada. Já o art. 96 informa que
Portanto, não é possível que Resolução do Senado Federal regule matérias reservadas à lei.
Errado.
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O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo está
vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
Exemplo clássico de tributo vinculado é a taxa, enquanto exemplo clássico de tributo não vin-
culado é o imposto.
Certo.
Segundo análise do art. 4º do CTN, seria possível concluir que o fato gerador é essencial para
determinação da espécie tributária:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
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O Imposto de Renda tem sim a característica de ser progressivo, o que significa dizer que
incide mais fortemente sobre maiores rendimentos, e suas alíquotas são definidas em lei, ma-
téria sujeita ao princípio da legalidade. Veja o que diz a CF/1988: o imposto previsto no inciso
III (Imposto de Renda) será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da
progressividade, na forma da lei (art. 153, § 2º).
Errado.
Questão incorreta, pois essa matéria é reservada à Lei Complementar, conforme art. 146 da
CF/1988: “Cabe à lei complementar: I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”.
Errado.
047. (CESPE/SEFAZ-AL/2002) Com relação às espécies tributárias, julgue o item que se segue.
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou outro valor que possa ser ex-
presso em moeda, sem caráter de sanção de ato ilícito, instituída em lei, cuja cobrança deve
ser efetuada mediante a realização de ato administrativo absolutamente independente da von-
tade do servidor responsável.
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Questão antiga, mas boa para revisar conceitos. Veja que a banca apenas trocou algumas pa-
lavras, mas manteve o sentido do que está disposto no CTN. Compare com o texto legal.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Certo.
Para resolver essa questão, é necessário conhecer as duas teorias de classificação de espé-
cies tributárias: a teoria tripartite e a teoria pentapartite (ou pentapartida). Veja a comparação.
Teoria tripartite:
• impostos;
• taxas;
• contribuições de melhoria.
Teoria pentapartite:
• impostos;
• taxas;
• contribuições de melhoria;
• contribuições especiais;
• empréstimos compulsórios.
Assim, o STF entende que contribuições de melhoria e contribuições propriamente ditas tem
sim caráter tributário, inclusive as contribuições previdenciárias.
Certo.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
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I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Como se vê, o que importa para identificação da natureza jurídica do tributo é o fato gerador da
obrigação, não importando denominação e outras características formais adotadas pela lei ou
a destinação do valor arrecadado.
Certo.
Questão interessante. O valor cobrado sobre o serviço de licenciamento de veículos pode ser
considerado sim como taxa, pois decorre do poder de polícia da Administração. Já as multas
de trânsito não são tributos, pois decorrem de sanção de ato ilícito. Cuidado para não confun-
dir essa taxa de licenciamento (espécie tributária TAXA) com o Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores – IPVA (espécie tributária IMPOSTO).
Errado.
Tributo é fonte de receita derivada, pois deriva da soberania estatal, do poder coercitivo do ente
federativo.
Errado.
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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As receitas públicas podem ser classificadas como originárias ou derivadas, sob a ótica da
origem da receita. As receitas originárias, como define corretamente o enunciado, são auferi-
das pelo Estado em decorrência da exploração de seu próprio patrimônio, como, por exemplo,
receita de aluguel de imóveis locados a particulares. Já as receitas derivadas decorrem do
poder coercitivo do Estado, originando-se dessa forma do patrimônio da sociedade: são os
impostos, contribuições etc.
Certo.
Questão para reforçar o conceito de receitas derivadas, como é o caso de normal arrecadação
de tributos, derivando do poder coercitivo do Estado e do patrimônio do particular.
Certo.
Súmula Vinculante n. 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Mas mesmo sem conhecer a jurisprudência do STF seria possível acertar a questão. Taxas
têm como fato gerador o serviço público específico e divisível, correto? O serviço de ilumina-
ção pública não é nem específico e muito menos divisível, não há como mensurar o quanto
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Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
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cada pessoa usufrui da luz de um poste. Por isso que esse tipo de serviço é remunerado atra-
vés da COSIP (contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública), de competência
municipal.
Certo.
Via de regra, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada. No entanto, a Constituição
Federal autoriza que seja destinada parte da sua arrecadação, conforme art. 167, IV, CF/1988.
Esse assunto é mais explorado em provas de Direito Financeiro, mas já temos condições de
resolver a questão caso apareça em sua prova. Receitas oriundas de dividendos recebidos de
empresa pública estatal se classificam como receita originária, mais especificamente como
receitas patrimoniais.
Letra b.
059. (CESPE/EBSERH/2018) Acerca das receitas e das despesas públicas, suas etapas e es-
tágios, e da Conta Única do Tesouro Nacional, julgue o item subsequente.
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Receitas públicas originárias são aquelas arrecadadas pelo poder público por meio da sobera-
nia estatal, como é o caso das receitas de impostos.
Para reforçar: impostos são consideradas receitas derivadas, pois derivam da soberania esta-
tal, do poder coercitivo do ente federativo.
Errado.
A regra geral é que tributos devem ser criados por lei. Há ainda a possibilidade de Medida Pro-
visória criar tributos, por ser uma norma que tem força de lei. Mas atenção: não é qualquer nor-
ma que tenha força de lei que pode criar tributos, como por exemplo os Decretos Autônomos
ou Decretos Legislativos. É essa generalização que invalida a questão.
Errado.
Não há muito o que comentar, pois sabemos que tributos são instituídos através de lei.
Errado.
Pela análise do conceito de tributo, realmente não é relevante a vontade do sujeito passivo na
relação tributária. Caso ele pratique ato que configure fato gerador de algum tributo, deverá
recolher aos cofres públicos a prestação pecuniária por força de lei, devido à capacidade co-
ercitiva do Estado.
Certo.
063. (CESPE/ANTAQ/2014) Uma empresa operou com embarcação própria sem as condi-
ções técnicas operacionais necessárias, razão por que foi autuada pela ANTAQ, devendo pagar
multa de R$ 50 mil.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, com base nos princípios
orçamentários e na receita e despesa públicas.
As multas aplicadas pela ANTAQ no exercício de suas atividades não podem ser classificadas
como tributos.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
Questão diferente do estilo de cobrança da CESPE, que traz uma situação prática e pergunta
algo relacionado. Na situação hipotética, a ANTAQ aplicou uma multa para a empresa, decor-
rente de seu poder de polícia. Ora, sabemos que tributo é toda prestação pecuniária compul-
sória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Multas
são receitas públicas de caráter não tributário.
Certo.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
a) Errada. A compulsoriedade do tributo advém, exclusivamente, da lei.
b) Errada. Só podem ser pagos em moeda ou em algo cujo valor nela pode ser expresso.
c) Errada. A atividade é plenamente vinculada.
d) Certa. É possível que o imposto de renda incida sobre renda obtida em face de atividades
ilícitas. O que não pode ocorrer aqui é o cerne do fato gerador se enquadrar perfeitamente na
definição do ilícito, como fazer incidir o ICMS no comércio de drogas ilícitas.
e) Errada. É possível que determinados tributos sejam vinculados à atividade estatal, como as
taxas.
Letra d.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
a) fiscal.
b) indireto.
c) adicional.
d) pessoal.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito, Natureza Jurídica
Diego Degrazia e Lis Ribas
GABARITO
14. E 32. E 50. E
15. E 33. b 51. E
16. E 34. C 52. E
17. C 35. C 53. C
18. E 36. C 54. E
19. E 37. E 55. C
20. E 38. C 56. C
21. E 39. C 57. C
22. E 40. E 58. b
23. E 41. E 59. E
24. E 42. C 60. E
25. C 43. E 61. E
26. E 44. E 62. C
27. E 45. E 63. C
28. C 46. E 64. d
29. E 47. C 65. a
30. C 48. C
31. a 49. C
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Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.
Lis Ribas
Especialista em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (2014) e graduada em Direito pelo
Centro Universitário Jorge Amado (2011). Aprovada nos concursos de auditor do TCE-RS e de auditor
do TCM-BA.
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