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TRIBUTARISTA.
O DIA A DIA DE UM ADVOGADO TRIBUTARISTA
Quer dar o primeiro passo para ingressar nessa área do direito tão
promissora?
Quer aprender o que as faculdades não te ensinam com relação ao
Direito Tributário?
Quer começar a ganhar dinheiro no Direito?
EIS A OPORTUNIDADE!!!
AGRADECIMENTOS
OBRIGADO A DEUS, ESSA FORÇA UNIVERSAL QUE NOS GUIA AO
SUCESSO.
OBRIGADO AOS MEUS PAIS, MANOEL E LEODILA, QUE ME DERAM
LIÇÕES DE VIDA TÃO VALIOSAS QUE O TEMPO NÃO APAGARÁ E
QUE IREI REPASSAR AOS MEUS FILHOS, COM CERTEZA. AMO
VOCÊS!
OBRIGADO A MINHA IRMÃ CARMEM, QUE SEMPRE ME AMOU E
POR SEUS CONHECIMENTOS METAFÍSICOS QUE ME AJUDAM A
ENXERGAR A VIDA DE UMA FORMA DIFERENTE, MAIS LEVE.
OBRIGADO A MINHA AMADA ESPOSA, AMOR DA MINHA VIDA E MÃE
DOS MEUS FILHOS, COMPANHEIRA INSEPARÁVEL, QUE, COM
MUITA PACIÊNCIA ME AJUDOU A INICIAR NA ÁREA TRIBUTÁRIA,
COMPARTILHANDO COMIGO OS SEUS CONHECIMENTOS. TE AMO,
RENATA.
AOS MEUS FILHOS AMADOS, MARIA GABRIELA E LEONEL DAVI,
SIMPLESMENTE POR EXISTIREM E POR FAZEREM DA MINHA VIDA
UM MAR DE BENÇÃOS. NÃO EXISTEM PALAVRAS PARA
DESCREVER O AMOR QUE SINTO POR VOCÊS.
A MINHA CUNHADA ROBERTA, POR ABAIXO DE DEUS, TER SIDO A
MINHA MAIOR INCENTIVADORA NA CRIAÇÃO DO CURSO QUE ME
INSPIROU A ESCREVER ESSE LIVRO.
SUMÁRIO
COMO SE TORNAR UMA ADVOGADO TRIBUTARISTA.
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
4. MANDADO DE SEGURANÇA
4.1 – ALGUMAS VANTAGENS DO MANDADO DE SEGURANÇA
4.2 – COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS DA LEI DO MANDADO DE
SEGURANÇA
4.3 – MODELO DE MANDADO DE SEGURANÇA
5. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
5.1 – PRINCIPAIS CARACTERISTÍSTICAS:
5.2 – MODELO DE AÇÃO ANULATÓRIA/DECLARATÓRIA DE DÉBITO
FISCAL :
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO
Desde o momento em que decidi ingressar no curso de Direito,
escutava as pessoas falarem que, se você quisesse ganhar dinheiro na
área jurídica, deveria se especializar na área tributária.
Também escutava que o direito tributário é um ramo do direito
bastante complicado e restrito apenas aos advogados que já militavam
na área e que os mesmos se recusavam a passar o conhecimento
adquirido, com receio de aumentar a concorrência e diminuir, assim, os
seus clientes.
Por tal razão, quem atua no Direito Tributário ganha muito dinheiro, foi
o que sempre escutei desde os tempos de faculdade.
Sou formado há vinte anos, dos quais dez, atuo na área tributária e
confesso que se tivesse a oportunidade de escolher uma outra profissão,
sem sombra de dúvidas escolheria novamente o Direito e a área
tributária para atuar.
Pois bem, militando no Direito Tributário há bastante tempo e com o
conhecimento adquirido no dia a dia, graças também a minha amada
esposa que sempre atuou,exclusivamente, nessa área e desde o ano de
2005, decidiu acreditar em um projeto juntos e se uniu a mim no meu
escritório, comecei a perceber que quando explicava a algum estagiário
ou mesmo a algum advogado do escritório sobre determinado assunto,
envolvendo o Direito Tributário, eles entendiam facilmente e sempre me
sentia feliz por poder ter compartilhado o meu conhecimento.
Foi com base nessa experiência e incentivado por minha cunhada
Roberta, irmã gêmea da minha esposa e que também trabalha conosco
(não conheço pessoa melhor em relações públicas com os clientes e
pessoas), que lancei no ano de 2014, o meu primeiro curso de Prática
Jurídica Tributária para Iniciantes, colando apenas 10 cartazes no Fórum
do Recife, cidade onde nasci e moro, informando sobre o curso.
Para a minha surpresa, das 15 (quinzes) vagas disponíveis, foram
preenchidas 09 (nove), tendo o curso sido um verdadeiro sucesso.
Jamais me esquecerei de um aluno (advogado), que também era
empresário no ramo de supermercado, que fez o meu primeiro curso e
viria a fazer outros que lancei, que na segunda aula, perguntou se
poderia falar comigo em particular. Informou-me que, por causa da
minha primeira aula (que envolvia contabilidade), resolveu, junto com o
seu contador, mudar o regime tributário da sua empresa, do lucro
presumido para o lucro real.
Os amigos leitores podem imaginar a felicidade que eu tive ao
receber tal notícia e algo dentro de mim dizia que estava no caminho
certo. Aquela seria a minha missão de vida : levar conhecimento, no
ramo tributário para as pessoas, ensinar aos advogados, estudantes e
empresários como se defende os interesses das empresas quando estão
sendo cobradas pelo fisco.
Hoje, já estou no meu 19º Curso de Prática Jurídica Tributária,
sempre com duas turmas de 15 ( quinze) alunos cada e lanço o curso
umas três vezes ao ano e posso garantir que mais de trezentas pessoas
já o fizeram e me incentivaram muito a escrever esse livro.
Por causa do curso, lancei também um canal no youtube (Ricardo
Piedade), onde gravo vídeos quinzenais tratando do dia a dia de um
advogado tributarista, comentando casos práticos, decisões dos
tribunais, ações interessantes na área tributária, que podem gerar um
bom ganho financeiro, além de outras situações práticas. Também lancei
o site www.ricardopiedade.com, com notícias tributárias e sobre o curso.
Assim, quando lancei o meu primeiro curso pensei, se eu fosse um
advogado e não soubesse nada com relação ao direito tributário e
quisesse iniciar na área, quais as noções básicas que eu deveria saber?
Primeiro pensei, não existe advogado tributarista que não possua
noções mínimas de contabilidade, por isso trato dos principais
impostos/contribuições na primeira aula, nos três regimes de tributação,
lucro real, lucro presumido e simples nacional.
O segundo passo seria passar noções sobre o processo
administrativo tributário, como se analisa um auto de infração, como se
faz um recurso perante a administração pública, como será a contagem
de prazos, análise de legislação, etc.
O terceiro passo seria falar sobre a lei de execução fiscal, assunto
que adoro comentar, pois defendo muitos clientes em execuções fiscais
de valores elevadíssimos e acreditem, sempre que imagino que nada de
novo pode acontecer, pois já me aconteceu de tudo durante todos esses
anos, algo de diferente acontece.
Por fim, no nosso último encontro do curso, comentamos sobre o
mandado de segurança e a ação anulatória de débito fiscal, envolvendo
toda a legislação que rege a matéria e a análise de casos práticos.
Este livro é inspirado nesse curso, pois tenho a convicção que posso
ajudar mais pessoas a ingressarem na área tributária e não apenas aos
colegas que moram na minha cidade, Recife, ou no meu Estado de
Pernambuco.
Vou tentar, com a ajuda Divina, mostrar aos meus leitores que, se eu
consegui, todos também conseguem e que só basta uma impulso inicial
para que saibam que o Direito Tributário não é nenhum bicho de sete
cabeças.
Pois bem, espero que gostem desse trabalho, pois foi feito com muito
amor e horas de dedicação. Quase um ano de escrita, geralmente de
madrugada, para ser bem exato.
Boa leitura.
1. DOS IMPOSTOS EM GERAL E DOS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO
Vamos analisar, nesse capítulo, os principais tributos/contribuição, nos
três regimes de tributação (Lucro Real, Lucro Presumido e Simples
Nacional). São eles:
PIS/COFINS - CONTRIBUIÇÃO
IRPJ - IMPOSTO
CSLL - CONTRIBUIÇÃO
IPI - IMPOSTO
ICMS - IMPOSTO
ISS - IMPOSTO
Como dito, nesse primeiro capítulo iremos abordar questões
exclusivamente de contabilidade, envolvendo os principais
tributos/contribuições acima declinados, tanto no regime do Lucro Real,
quanto no Lucro Presumido.
Comentaremos sobre alguns aspectos bem interessantes
relacionados ao Simples Nacional e por que, em algumas ocasiões, o
simples pode não ser um bom negócio para o empresário, além das
mudanças da lei complementar 155/16, que entrou em vigor desde
01/01/2018, trazendo várias alterações significativas no Simples
Nacional.
Mencionaremos também alguns termos e expressões mais utilizadas
pelos empresários no seu dia a dia, quando o assunto é relacionado a
carga tributária, para que os leitores fiquem familiarizados com as
expressões, como por exemplo, o que é o “sped” da receita federal, o
que é imposto cumulativo e não cumulativo, o que é imposto monofásico,
o que é imposto retido na fonte, o que é substituição tributária, enfim, as
hipóteses e expressões mais usadas pelos donos das empresas quando
tratam de impostos e suas cobranças com os advogados.
O meu objetivo é tratar do assunto de maneira simples e objetiva,
fornecendo informações básicas de cada tributo aos leitores, o que, com
certeza, irá facilitar bastante a vida de cada um, quando forem
questionados a respeito do assunto, cabendo-lhes se aprofundar a
respeito da matéria.
Evidentemente, que não será apenas o que for ensinado nesse livro
que tornará o meu leitor um advogado tributarista.
A título de exemplo, apenas o estudo de cada um dos tributos aqui
comentados nesse capítulo, daria um livro a parte.
Porém, costumo dizer aos que fazem o meu curso presencial que, se
quando iniciei, alguém tivesse me fornecido as informações que
pretendo repassar nesse livro, certamente, o inicio da minha carreira, na
área tributária, teria sido muito mais fácil.
Feitos esses esclarecimentos iniciais, será interessante informar ao
leitor, quais são as principais características de cada um dos regimes e
suas diferenças mais importantes, abordando exemplos práticos sobre
os principais impostos, suas alíquotas e a forma de se elaborar os
cálculos dos tributos no Lucro Real e presumido.
Vamos começar explicando alguns aspectos importantes sobre o
regime do Lucro Presumido, do Lucro Real e do Simples Nacional.
Em janeiro de cada ano, todas as empresas são obrigadas a aderirem
a um dos três regimes de tributação (Lucro Real, Lucro Presumido e
Simples Nacional), cada um com as suas características próprias, como
veremos no decorrer desse capítulo.
Se a empresa optar por um dos três regimes, é obrigada a nele
permanecer até o final do ano, mesmo que, no decorrer do mesmo,
verifique que o regime escolhido não foi o melhor negócio.
No Lucro Presumido, como o próprio nome já diz, o empresário irá
pagar os impostos sobre uma presunção de lucro.
É como se o fisco considerasse que nem tudo que foi faturado no
mês, pela empresa, fosse lucro, pois ela teve que pagar inúmeras
despesas, tais como, o aluguel do imóvel onde se encontra estabelecida,
de maquinários, pagamento de funcionários e encargos sociais, gastos
com manutenção de equipamentos, etc.
Assim, se uma determinada empresa faturou o valor de R$
100.000,00 (cem mil reais) ao mês e se optou pelo regime do Lucro
Presumido, haverá uma presunção de lucro sobre esse valor que vai
variar de acordo com a atividade que ela exerce.
A título de exemplo, vamos imaginar que se trata de uma empresa
prEstadora de serviço, onde, geralmente, o percentual de presunção de
lucro é de 32% (essa percentual pode variar).Então, os impostos serão
recolhidos sobre o valor de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais), mesmo
o faturamento sendo de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao mês.
É como se o governo considerasse que, dos R$ 100.000,00 (cem mil
reais) faturados naquele mês, só restasse para a empresa a título de
lucro, a quantia de R$ 32.000,00.
É sobre esse percentual de lucro (R$ 32.000,00), que o empresário
irá recolher os seus impostos mensais. Esse valor será a base de cálculo
para o recolhimento dos impostos, já que o mesmo optou pelo regime do
Lucro Presumido.
Esse percentual de lucro, como já informado, pode variar de acordo
com a atividade da empresa, geralmente ou é de 8%, 12% ou 32%, a
depender da atividade.
Por isso se diz que, quanto maior for o faturamento, ou seja, quanto
maior for aquantidade de nota fiscal de venda emitida pela empresa
naquele mês, é provável que o Lucro Presumido seja o melhor negócio,
pois, como já adiantado, no Lucro Presumido não vai se considerar o
total das vendas realizada no mês, pela empresa, e sim uma presunção
de lucro sobre a venda, no intuito de serem calculados os impostos.
Só podem optar pelo Lucro Presumido, as empresas com o
faturamento anual até R$ 78.0000.000,00 (setenta e oito milhões de
reais), sendo esse o limite legal.
Existem empresas que mesmo estando dentro do limite desse
faturamento para optarem pelo Lucro Presumido, não podem aderir ao
regime, porque são impedidas por lei, a exemplo das instituições
financeiras e de crédito.
As principais alíquotas que se pagam dentro do regime do Lucro
Presumido para os impostos acima citados são:
- PIS = 0,65%sobre o faturamento (sobre NF).
- COFINS = 3%sobre o faturamento (sobre NF).
- CSLL = 1,08%sobre o faturamento de vendas.
- CSLL = 2,88%sobre o faturamento serviços.
- IRPJ = 1,2%sobre o faturamento de vendas.
- IRPJ = 4,8%sobre o faturamento serviços.
- IPI = (indústria) varia de acordo com o produto fabricado. Tabela
incidência IPI, através NCM do produto que fabricou. Funciona no
regime da não cumulatividade.
- ICMS (comércio) = 17%, 18%, 19%, 20% do valor agregado da
mercadoria.
- ISS – 2% a 5% (tipo de serviço e a cidade onde o serviço foi
prEstado).
Os leitores vão notar que no decorrer desse capítulo, vamos
mencionar algumas alíquotas diferentes daquelas acima citadas, como
no caso das alíquotas da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)
e do imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ).
Por exemplo, vamos citar que, para se fazer o cálculo mensal da
CSLL no Lucro Presumido, primeiro vamos aplicar uma presunção de
lucro de 12%, para venda de mercadorias (notas fiscais de venda) e 32%
quando a atividade principal da empresa for a prestação de serviços
(notas fiscais de serviços) e após encontrar a base de cálculo,
aplicaremos a alíquota do imposto de 9%, encontrando assim, o valor a
ser recolhido pela empresa a título de CSLL.
Contudo, eu citei acima que no Lucro Presumido, a título de CSLL, a
empresa vai pagar 1,08% sobre a receita de vendas e 2,88% sobre a
receita de serviços, alíquotas essas diferentes do exemplo citado no
parágrafo anterior, quando me referi que, inicialmente, iríamos aplicar
uma presunção de lucro ou de 12% (venda) ou de 32% (serviços), sobre
o total das notas fiscais emitidas e após, quando encontrada a base de
cálculo do imposto, aplicaríamos a alíquota de 9% para sabermos o valor
que será pago de CSLL, repita-se.
É que as alíquotas acima citadas de 1,08% e 2,88% na CSLL são, na
verdade, uma técnica permitida por lei, uma maneira mais simples,
digamos assim, de serem aplicadas tais alíquotas diretamente sobre o
total das notas fiscais emitidas pela empresa naquele mês, encontrando
assim, o valor a ser pago a título de CSLL, sem a necessidade de
primeiro se aplicar uma presunção de lucro sobre as notas fiscais
emitidas, para depois se aplicar a alíquota do imposto de 9%.
Porém, é interessante que os meus leitores saibam da existência de
duas maneiras de se calcular o imposto (CSLL), pois muitas vezes os
empresários comentam com os advogados que estão pagando 1,08% e
2,88% de CSLL. Dessa forma, vão perceber que se tratam de empresas
optantes do Lucro Presumido e os empresários estão calculando o
imposto da maneira mais fácil repassada pelos contadores.
O mesmo se pode dizer com relação ao IRPJ, pois informei acima
que as alíquotas serão de 1,2% sobre o faturamento de vendas e 4,8%
sobre faturamento de serviços, aplicadas diretamente sobre as notas
fiscais, quando vão me ouvir informar mais a frente que, para se calcular
o IRPJ no Lucro Presumido, primeiro vou aplicar o percentual de 15%
sobre o total do faturamento do mês (total de notas fiscais emitidas),
mais um adicional de 10% sobre o que passar R$ 20.000,00 (vinte mil)
mensal, R$ 60.000,00 (sessenta mil) trimestral ou R$ 240.000,00
(duzentos e quarenta mil) anual.
Ou seja, igual a CSLL, as alíquotas de 1,2% (vendas) e 4,8%
(serviços), aplicadas diretamente sobre as notas fiscais, para o cálculo
do IRPJ, são uma forma legal mais prática de se calcular o imposto, sem
a necessidade de primeiro se aplicar uma presunção de lucro sobre as
notas fiscais emitidas, que no imposto de renda será de 8% para o
comércio e 32% para a prestação serviço, a depender da atividade
desenvolvida pela empresa.
E só após encontrada a presunção de lucro no IRPJ, é que aplicarei o
percentual de 15% sobre o total de notas fiscais faturadas no mês e o
adicional de 10% acima comentado.
Porém, no decorrer desse capítulo, iremos analisar as duas maneiras
de se calcular os referidos impostos, trazendo para os leitores casos
práticos que facilitarão a compreensão do que foi explicado, não sendo
necessária nenhuma preocupação nesse momento.
Feitos esses esclarecimentos sobre o Lucro Presumido, vamos agora
comentar sobre o Lucro Real.
No Lucro Real, as alíquotas dos principais impostos e contribuições
acima citadas serão:
- PIS = 1,65% sobre o faturamento.
- COFINS = 7,6% sobre o faturamento.
Aqui abro um parêntese para comentar que o PIS e a COFINS, no
Lucro Real, serão não cumulativos, ou seja , a empresa poderá tomar o
crédito das referidas contribuições sobre todas as notas fiscais de
compra que adquirir, tais como, insumos, energia, material de
embalagens, aluguel do parque fabril, etc, nesses mesmos percentuais
de 1,65% de PIS e 7,6% de COFINS.
A empresa recolherá apenas a diferença quando for realizar a venda
do produto que comprou ou fabricou, abatendo o crédito apurado sobre
os insumos acima mencionados, ou irá transferir o crédito para o mês
seguinte, se este for superior ao débito do mês.
Isto é em função do regime da não cumulatividade do PIS e COFINS
para as empresas tributadas com base no Lucro Real.
- IRPJ = 15% sobre o Lucro Real, ou seja, sobre o total do
faturamento mensal e caso este lucro exceda a R$ 20.000,00 por mês,
R$ 60.000,00 por trimestre ou R$ 240.000,00 por ano, calcula-se e paga-
se um adicional de 10% sobre este excedente.
- CSLL = 9% sobre o lucro apurado.
- IPI = depende do produto final e da política do governo em relação
ao produto. A pesquisa da alíquota do produto é feita na TIPI – TABELA
DE INCIDÊNCIA DO IPI, publicada pela RECEITA FEDERAL DO
BRASIL. Pode variar entre 0% a 300%.
Produtos terão alíquotas diferentes de IPI em função do interesse do
Governo em adotar políticas restritivas em relação a determinados
produtos, principalmente os importados, em função da manutenção dos
empregos.
Importante também comentar que o ICMS e o IPI serão não
cumulativos, tanto no Lucro Real quanto no Lucro Presumido, face à
previsão constitucional da não-cumulatividade, não importando o regime.
Como o próprio nome já diz, no Lucro Real, vamos levar em conta a
lucratividade do negócio, ou seja, o ganho real, o quanto sobrou no bolso
do empresário no final do mês após o abatimento de todos os créditos
permitidos por lei, no momento da apuração do imposto devido.
Tanto é que, se no Lucro Real você não obteve lucro naquele
determinado mês, você não vai pagar o IRPJ e a CSLL, já que, naquele
mês, repita-se, não houve lucratividade.
Já se sua empresa estivesse no Lucro Presumido ou mesmo no
Simples Nacional, pagaria o imposto de todo jeito, pois nesses regimes
de tributação, vai se levar em consideração a quantidade de notas fiscais
emitidas, o faturamento, não importando, para o fisco, para efeito de
cálculo e pagamento do imposto, se a empresa obteve lucratividade ou
não no seu negócio.
Por isso se diz que, quanto menor for a margem de lucro, é provável
que o Lucro Real seja o mais indicado, pois como o próprio nome já diz,
no Lucro Real vai se levar em conta o real lucro da empresa, o ganho
real, após serem abatidos todos os créditos fiscais permitidos por lei.
Um exemplo bem prático sobre como funciona uma empresa no Lucro
Real: vamos imaginar um supermercado que vende muitos produtos ao
mês e que, em cada saco de arroz ou feijão, que custa em média R$
10,00 (dez reais) o quilo, o empresário vai lucrar em média R$ 2,00 (dois
reais), por saco. No Lucro Real, vai se levar em consideração para os
cálculos dos impostos, o quanto sobrou para o empresário, no caso, os
R$ 2,00 (dois reais). Já no Lucro Presumido e no Simples Nacional não,
pois nesses regimes, como já adiantado, o que importará será a
quantidade de notas fiscais emitidas naquele mês e os impostos serão
calculados sobre a totalidade do faturamento, não importando que o
empresário apenas tenha lucrado R$ 2,00 (dois reais), na venda de cada
quilo de feijão ou arroz. Isso porque, no Lucro Real vai se poder abater
muitos créditos fiscais permitidos por lei.
Como funciona isso?
- Da seguinte forma. Imaginemos uma indústria que compra insumos
que serão utilizados no processo produtivo da empresa.
No Lucro Real, vai se poder abater todos os impostos relacionados
àquela nota fiscal de compra,nos impostos que são não-cumulativos, no
momento em que for emitida a nota fiscal de venda.
O que é imposto não cumulativo?
- Considero simples a explicação.
No exemplo acima, se comprei insumos para a minha indústria e vou
calcular o quanto terei de pagar a título de PIS e COFINS, lembrando
que no Lucro Real, o PIS e a COFINS serão não-cumulativos, primeiro
vou verificar o total de crédito relacionado aquela nota fiscal de compra
dos insumos, me creditando dos percentuais de 1.65% de PIS e 7.6% de
COFINS sobre o valor das notas fiscais de compra, alíquotas essas das
mencionadas contribuições sociais no Lucro Real.Esse crédito fiscal de
PIS e COFINS vou escriturar nos livros fiscais da minha empresa (nota
fiscal de compra)e vou poder utilizar tal crédito no momento da venda da
mercadoria, quando for realizar o cálculo do PIS e da COFINS que terei
que pagar ao Fisco quando for emitir a nota fiscal de venda.
Assim, sobre o total da nota fiscal de venda vou recolher o PIS e a
COFINS nos mesmos percentuais estabelecidos para as empresas
optantes do Lucro Real, ou seja, 7,6% de COFINS e 1,65% de PIS,
gerando um débito ou imposto a ser pago, ao governo, pela empresa,
que também será escriturado nos seus livros fiscais relacionados ao
pagamento do imposto (nota fiscal de saída ou venda).
Então, a melhor explicação para imposto não cumulativo será essa:
sobre o total do débito ou imposto que terei que pagar ao
governo,quando for emitir a minha nota fiscal de venda, vou poder abater
o total do meu crédito fiscal de PIS e a COFINS apurado, naquele mês,
dos produtos que adquiri para a empresa, pagando apenas a diferença
ao fisco.
Portanto, no Lucro Real, alguns impostos ou contribuições são não
cumulativos, ou seja, só vou pagar o imposto relativo à diferença, após
abater todo o crédito fiscal escriturado em meus livros, gerado por
minhas notas fiscais de compras. No Lucro Real também poderão ser
abatidos outros créditos fiscais, desde que, evidentemente, haja previsão
legal.
A título de exemplo, até a energia elétrica, utilizada no processo
produtivo da minha empresa, poderá ser abatida para ser pago menos
imposto, quando a empresa é optante do Lucro Real, o que muitas vezes
credencia o Lucro Real como o mais vantajoso dos regimes para o
empresário, face essa possibilidade de serem abatidos vários créditos
fiscais no momento do cálculo do imposto devido.
Porém, em razão dos cálculos serem mais complexos, pois como dito,
primeiro vão ser apurados todos os créditos que a empresa possui
naquele mês, para depois, serem calculados os débitos ou os impostos
devidos, alguns profissionais da contabilidade optam por inscreverem os
seus clientes nos regimes do Lucro presumido ou no Simples Nacional,
onde os cálculos são bem menos complicados.
É claro, não são todos os contadores que agem dessa forma, pois
existem bons e maus profissionais em qualquer profissão, inclusive, na
minha.
Só fiz esse comentário porque já presenciei casos em que era nítido
que o Lucro Real seria o melhor regime para a empresa e que o
contador se recusava a aceitar tal fato, por nítido desconhecimento da
legislação.
Ademais, o contador deve sempre se manter atualizado a respeito da
legislação tributária, que muda quase diariamente, pois existem vários
créditos fiscais que podem ser abatidos pelo empresário, se ele for
optante do Lucro Real, e cabe ao contador mantê-los informados, pois é
sua função escriturar todos os créditos nos livros fiscais.
O fato é que, no Lucro Real, os cálculos são no mínimo mais
trabalhosos.
No entanto, do mesmo jeito que cabe ao empresário se cercar de
bons advogados para defender os interesses da sua empresa no
momento da fiscalização, também deve se cercar de bons contadores,
pois um bom contador trará grandes vantagens na vida da empresa, pois
são muitos os créditos que podem ser abatidos e não o são, no
momento do pagamento do imposto, por profundo desconhecimento.
E como o empresário saberá qual será o melhor regime de tributação
para a sua empresa?
Um bom escritório de contabilidade, no final de cada ano, fará um
estudo com base nas receitas da empresa daquele ano que se finda
para se saber qual dos três regimes será o melhor para a empresa no
ano seguinte.
Assim, vão ser feitos os cálculos dos impostos no Lucro Real, no
Presumido e no Simples Nacional, com base, como dito, na
contabilidade daquele ano que está prestes a terminar e no final irá se
verificar em qual dos três regimes de tributação a empresa teria pago
menos imposto.
E uma vez encontrado o melhor regime, a empresa poderá optar por
ele no ano seguinte e deve nele permanecer até o final do ano, sem a
possibilidade de migrar para outro regime, caso se arrependa da sua
escolha.
Feitos esses comentários sobre o Lucro Real, passaremos agora a
analisar o Simples Nacional e as principais mudanças para o ano de
2018, regime esse muitas vezes preferido pelas empresas, em razão dos
seus cálculos serem menos complexos e suas alíquotas serem menores,
ou seja, mais atraentes.
VALOR A
RECEITA 12 MESES ALÍQUOTA
DEDUZIR
4ª faixa de R$ 720.000,00 à R$
10,70% R$22.500,00
1.800.000,00
5ª faixa de R$ 1.800.000,00 à R$
14,30% R$ 87.300,00
3.600.000,00
6ª faixa de R$ 3.600.000,01 à R$
19,00% R$ 378.000,00
4.800.000,00
A primeira vista se tem a impressão que aumentaram as alíquotas do
Simples e que, agora, tal regime não será um bom negócio, já que a
última alíquota será de 19%, enquanto na tabela de comércio de 2017, a
última alíquota, na última faixa era de 11,61%. Acontece que nas novas
tabelas existirão valores a deduzir, aumentando à medida que aumenta
também o faturamento da empresa.
O cálculo da alíquota efetiva obedecerá a seguinte fórmula para todos
os anexos (comércio, indústria e serviços):
RBT 12 X ALÍQUOTA – PD
_________________________
RBT 12
I – RBT12 = RECEITA BRUTA ACUMULADA DOS ÚLTIMOS DOZE
MESES.
II – ALÍQUOTA = ALÍQUOTA NOMINAL DOS ANEXOS I À V.
III –PD = PARCELA A DEDUZIR DOS ANEXOS I À V.
Esse cálculo da alíquota efetiva só servirá para ser encontrada a
alíquota que será utilizada.
Portanto, a alíquota irá variar todos os meses e todo mês terei que
refazer esse cálculo. Isto porque, o faturamento da empresa varia mês a
mês o que vai influenciar no cálculo da alíquota efetiva.
Ou seja, a partir de 2018, nunca mais a empresa pagará uma alíquota
igual do Simples todo mês ,o que era bem comum até 2017, onde já
existiam tabelas com alíquotas pré-definidas, não existindo a
necessidade de serem feitos cálculos mês a mês para ser descoberta a
alíquota que seria aplicada.
Digamos que o faturamento dos últimos doze meses de uma empresa
foi de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais). Como será feito o cálculo da
alíquota efetiva?
700.000,00 X 9,50% – 13.860,00
__________________________ = 7,52%
700.000,00
No exemplo acima, multipliquei 700.000,00 (RBT12) x 9.5% (alíquota
da tabela) = 66,500,00. Desse total (66.500,00), diminui o valor a deduzir
previsto na tabela, no caso 13.860,00, encontrando 52.640,00, que
dividido por 700.000,00 (RBT12), vou encontrar o valor de 0.0752. Para
saber quanto esse valor corresponde em percentagem, é só multiplicá-lo
por 100, encontrando a alíquota efetiva de 7.52%.
E imaginemos que naquele mês em que se estão realizando os
cálculos, o faturamento mensal da empresa foi de R$ 100.000,00 (cem
mil reais). Então, multiplicamos a alíquota efetiva de 7.52% encontrada
por R$ 100.000,00 (cem mil reais), e encontraremos o valor de R$
7.520,00 (sete mil, quinhentos e vinte reais), sendo este o valor que será
pago no Simples e que será repartido entre os tributos naquele
determinado mês.
Em 2017, se faturei o valor de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais),
nos últimos doze meses, como dito, a empresa já saberia o percentual
que iria pagar de cada imposto, sem precisar fazer cálculo algum (era só
olhar a alíquota na tabela relativa a sua atividade, correspondente ao
seu faturamento dos últimos doze meses).
A partir de 2018, como dito, a empresa terá que fazer todo mês os
cálculos acima, para encontrar a alíquota efetiva que será paga. E para
saber o quanto que terá que pagar de percentual de cada imposto, após
o cálculo da alíquota efetiva, existirá uma tabela correspondente a faixa
do seu faturamento acumulado dos últimos 12 meses.
Melhor explicando e utilizando o mesmo exemplo, ou seja, a empresa
que nos últimos dozes meses faturou R$ 700.000,00 (setecentos mil
reais), tal faturamento corresponderá a terceira faixa (vide tabela acima),
e existirá uma tabela específica para cada uma (faixa), com o percentual
de repartição de cada tributo para cada faixa específica.
É só localizar a tabela relativa à terceira faixa e verificar o percentual
que pagará de cada tributo, existindo uma nova tabela correspondente a
cada faixa, com o percentual que será repartido para cada tributo.
Com relação ao anexo II (indústrias), também será feito o mesmo
cálculo para ser encontrada a alíquota efetiva, obedecendo a mesma
fórmula acima.
A novidade para 2018 é que novas empresas poderão aderir ao
Simples, como: 1) micro e pequenas cervejarias, 2) micro e pequenas
vinícolas, 3) produtores de licores e 4) micro e pequenas destilarias. Foi
um ganho para essas empresas.
Os serviços do anexo III permanecerão no anexo III, com exceção da
Fisioterapia, Medicina, Arquitetura, Psicologia e alguns outros serviços
que poderão oscilar entre o anexo III e o V, vai depender da folha de
pagamento, se for maior que 28% do faturamento dos últimos 12 meses,
ou menor.
Sempre que a folha for menor que 28%, o que geralmente ocorre, a
alíquota que a empresa pagará no novo Simples aumentará muito, por
isso, o Simples poderá não ser um bom negócio.
Relembrando, o governo agiu dessa forma para que a folha de
pagamento dos funcionários fosse regularizada.
O anexo IV, onde estão incluídos os serviços de advocacia,
praticamente não tiveram nenhuma oscilação.
Já os serviços do atual anexo V também vão oscilar entre os anexos
III e V em 2018, a depender, como já explicado, se a folha de pagamento
foi menor ou maior de 28% do faturamento acumulado dos últimos doze
meses, de acordo com a fórmula já apresentada e abaixo transcrita
novamente:
FOLHA DE PAGAMENTO DOS ÚLTIMOS 12 MESES
_____________________________________ =28%
RECEITA BRUTA DOS ÚLTIMOS 12 MESES
Ou seja, para as empresas do anexo V, também teremos que todo
mês fazer o cálculo acima, pois o pagamento poderá oscilar mês a mês
entre o anexo III e V, repita-se.
Já o atual anexo VI em 2017, como já explicado, não mais existirá em
2018, e todos os serviços do referido anexo ficarão entre os anexos III e
V, a depender também da folha de pagamento.
Haverá mudanças significativas com relação ao ICMS e o ISS a partir
de janeiro de 2018.
Em 2017, onde o limite de faturamento no Simples no ano era de R$
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), existia a possibilidade
dos Estados adotarem sublimites menores entre R$ 1.800.000,00 (hum
milhão e oitocentos mil reais) à R$ 2.420.000,00 (dois milhões,
quatrocentos e vinte mil reais), que foram adotados pelos Estados no
nordeste.
A partir de 2018, esse sublimite passará a ser obrigatório. Agora, não
existirá mais o sublimite de R$ 2.420.000,00 (dois milhões, quatrocentos
e vinte mil reais).
Em 2018, ou o Estado adotará o sublimite de R$ 1.800.000,00 (hum
milhão e oitocentos mil reais), ou adotará o sublimite de R$ 3.600.000,00
(três milhões e seiscentos mil reais).
Essa foi uma solicitação dos próprios Estados para que mais
empresas não fossem enquadradas no Simples, diminuindo assim a
arrecadação.
Com relação ao ICMS e ISS, é importante frisar que, a partir de 2018,
se a empresa excedeu o sublimite de R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais), no ano, terá que recolher o ICMS e o ISS por fora,
como se fossem empresas normais, fora do regime do Simples.
Digamos que em agosto de 2018, somado o faturamento do ano todo
da empresa, a partir de 01 de janeiro até agosto de 2018, a chamada
RBA (Receita Bruta Acumulada), foi de R$ 3.800.000,00 (três milhões e
oitocentos mil reais), então, em agosto, a empresa continuará a pagar
todos os impostos no Simples e a partir do mês seguinte, no caso
setembro de 2018, pagará só os impostos federais no Simples, pagando
o ICMS e o ISS por fora, como se fosse uma empresa normal.
O maior complicador, com certeza, será em relação ao ICMS, pois em
relação ao ISS, o teto máximo do imposto sempre será de 5% (cinco por
cento).
Para o ISS pode até ser uma vantagem a empresa pagar fora do
Simples, pois a partir da 5ª faixa, a alíquota do Simples será de 5%
(cinco por cento), e existem Municípios que cobram um alíquota menor.
Com relação ao ICMS, se a empresa estiver no simples pagará o
percentual máximo de 4%, enquanto se estiver fora dele, poderá pagar
até 25% (vinte e cinco por cento).
O que acontecerá a partir de 2018 é que se as empresas passarem
dos sublimites previstos pelos Estados e Municípios, pagarão os
impostos federais no Simples e terão que destacar o ICMS e o ISS em
regime normal, repita-se, podendo inclusive, se aproveitar dos créditos.
Resumindo, se ultrapassou o sublimite de R$ 3.600.000,00 (três
milhões e seiscentos mil reais), em 2018, com relação ao ICMS e ISS,
apesar de para a receita a empresa ser considerada enquadrada no
Simples, para o Estado e o Município não será, tendo, inclusive, que
pagar o ICMS e o ISS de forma retroativa, como se estivesse no regime
normal.
A empresa terá que fazer um inventário no seu estoque, de todo ano,
apurar os créditos, calcular os débitos e recolher a diferença de forma
retroativa.
Com relação ao MEI (Micro Empreendedor Individual), a partir de
2018, houve um aumento do limite do faturamento anual para R$
81.000,00 (oitenta e um mil reais).
Essas foram as principais alterações do Simples, vigentes a partir de
janeiro de 2018, ao meu ver para pior, pois geralmente, com o cálculo da
alíquota efetiva, se pagará mais imposto, principalmente, com relação ao
ICMS e o ISS, como demonstrado.
Feitas essas considerações importantes sobre os três regimes de
tributação (Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional), analisando
as principais características de cada um dos regimes do ponto de vista
do empresário e do seu contador, vamos agora começar a analisar os
impostos e as contribuições per si e suas formas de cálculo, tanto no
Lucro Real quanto no Lucro Presumido, o que dará uma noção mais
clara ao leitor a respeito do assunto.
* Crédito *Débito
* Valor a recolher
Débito R$ 740,00
Crédito - R$ 462,50
R$ 277,50
Resumo: O PIS e a COFINS serão recolhidos no regime cumulativo,
para as empresas optantes do Lucro Presumido e no regime não-
cumulativo, para as empresas optantes do Lucro Real.
No Lucro Presumido vou recolher as contribuições nos percentuais de
0,65% de PIS e 3% de COFINS sobre o faturamento ou receita bruta
(preço venda), ou seja, sobre o total das notas fiscais emitidas naquele
mês.
Já no Lucro Real, primeiro tomarei o crédito fiscal de 1,65% de PIS e
7,6% de COFINS sobre as notas fiscais de compra e depois verificarei o
que terei de pagar ao Fisco, calculando os mesmos percentuais sobre as
notas fiscais de venda, abatendo depois, o meu crédito, já que as
referidas contribuições, no Lucro Real, serão não cumulativas.
Abro aqui um parêntese para fazer um ligeiro comentário sobre o que
seria imposto monofásico, pois o PIS e a COFINS poderão ser
recolhidos no regime monofásico,desde que a mercadoria vendida tenha
sido enquadrada, pelo governo, para recolhimento do PIS e da COFINS
nesse regime.
Como o próprio nome já diz, o imposto monofásico incidirá em apenas
uma etapa da operação, geralmente quando o produto sai do fabricante.
O governo estipula que o fabricante pagará o imposto relativo a toda a
cadeia produtiva em uma alíquota maior.
Como mencionei, as alíquotas do PIS e da COFINS, no Lucro
Real,serão de 1,65% e 7,6% respectivamente, que somadas dariam
9,25%.
No PIS/COFINS recolhidos no regime monofásico, o fabricante ou
importador quando for vender o seu produto, vai recolher o PIS/COFINS
em um percentual maior, que, geralmente, pode chegar a 12%, dali para
frente ninguém mais pagará o PIS/COFINS.
O valor já estará embutido no preço do produto, como no caso das
indústrias farmacêuticas, de cosméticos, de carros, bebidas etc.
Essas seriam as considerações mais importantes sobre o PIS e a
COFINS.
Vamos agora analisar o IRPJ.
R$ R$
Receita vendas prod. Lucro Real
150.000,00 79.000,00
Receita prestação R$ R$
IRPJ (15%)
serviços 27.000,00 11.850,00
R$ R$
Total receitas Adicional (10%)
177.000,00 5.900,00
Total despesas R$ R$
100.000,00 17.750,00
R$ Total IRPJ à R$
Lucro contábil
77.000,00 recolher 17.750,00
Adição de despesas R$
não redutíveis 2.000,00
R$
Lucro Real
79.000,00
Explicando o exemplo acima, digamos que uma empresa em um
determinado mês, obteve uma receita de vendas de mercadorias de R$
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e de serviços de R$ 27.000,00
(vinte e sete mil reais), totalizando as receitas (comércio + serviços),a
quantia de R$ 177.000,00 (cento e setenta e sete mil reais).
Como a empresa se encontra no Lucro Real, ela irá calcular o total
das despesas menos o total das receitas. As despesas representarão
todos os pagamentos feitos pela empresa naquele mês, tais como,
compras de materiais para fabricação do produto, que será vendido, e de
materiais para o escritório, compra de água mineral, etc. Enfim, todo
cheque pago pela empresa naquele mês será computado como
despesa.
No exemplo acima, o total das despesas foi de R$ 100.000,00 (cem
mil reais), que será abatido do total das receitas, no intuito de ser
encontrado o lucro contábil (Lucro Real), para servir de base para o
cálculo do imposto de renda, que no caso apresentado foi de R$
77.000,00 (setenta e sete mil reais).
Porém, antes, o contador vai passar um pente fino nas despesas
apuradas para verificar o que a lei permite que seja abatido para pagar
menos imposto no mês.
Digamos que naquele mês a empresa gastou R$ 2.000,00 (dois mil
reais), com a compra de tinta para pintá-la.
A receita não permite que eu abata esse valor, para poder reduzir a
base de cálculo do meu IRPJ, para pagar menos imposto no final.
É como se a receita dissesse: não tenho culpa que você pinta sua
empresa todo mês. Esse valor não poderá ser considerado como
despesa para você pagar menos imposto.
Então esse valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), retornará para a
base de cálculo do imposto de renda, aumentado assim o valor.
Desta forma, encontrando a base de cálculo do imposto de renda, que
no exemplo acima foi de R$ 79.000,00 (setenta e nove mil reais),
correspondente a somatória de R$ 77.000,00 (setenta e sete mil reais),
mais R$ 2.000,00 (dois mil reais), vou calcular 15% sobre esse valor (R$
79.000,00), mais um adicional de 10% sobre a parcela que excedeu a
R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ao mês, que no exemplo acima foi de R$
59.000,00 (cinquenta e nove mil reais), encontrando o valor de R$
5.900,00 (cinco mil reais).
Assim, somados o percentual de 15% sobre o total (R$ 11.850,00),
mais o percentual de 10% sobre o excedente (R$ 5.900,00), vamos
encontrar a quantia de R$ 17.750,00 (dezessete mil, setecentos e
cinqüenta reais), a título de adicional de IRPJ.
No Lucro Real, você só paga IR se obtiver lucro. Já no Lucro
Presumido pagará, independente de lucro ou não.
No Lucro Presumido, a apuração será diferente, pois não existirá a
apuração de receita menos despesa, sendo os cálculos bem mais
simples.
Sobre o total das minhas receitas, aplico um percentual de presunção
do lucro.
Na receita de vendas de produtos o percentual de presunção de lucro
será de 8% e receita de prestação de serviços o percentual será de 32%.
Lembrando que esses percentuais podem variar de acordo com a
atividade principal da empresa, mas geralmente são ou de 8%, 12% ou
32%.
EX: Lucro Presumido
R$ Adicional
Total receitas R$ 64,00
177.000,00 (10%)
Lucro Presumido
R$ 8.640,00
prestação (32% )
R$
Lucro Presumido
20.640,00
Analisando o mesmo exemplo acima, verificamos que sobre as notas
fiscais de vendas de mercadorias, ou seja, sobre o valor de R$
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), foi aplicada uma presunção de
lucro de 8%, encontrando-se o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais).
Já sobre as notas fiscais de serviços emitidas pela empresa naquele
mês (R$ 27.000,00), foi aplicada uma presunção de lucro de 32%,
encontrando-se o valor de R$ 8.640,00 (oito mil seiscentos e quarenta
reais).
Somadas as duas presunções de lucro, a de vendas de mercadorias
(R$ 12.000,00) com a de serviços (R$ 8.640,00), encontraremos o valor
total de R$ 20.640,00, que será a base de cálculo para a apuração do
imposto de renda da empresa no Lucro Presumido.
Como as alíquotas são iguais, tanto no Lucro Real quanto no
Presumido, sobre o total desse valor aplico uma alíquota de 15%,
encontrando o valor de R$ 3.096,00 (três mil e noventa e seis reais),
bem como, um adicional de 10% sobre a parcela que excedeu a R$
20.000,00 (vinte mil reais) mensal, que no exemplo acima, foi de R$
640,00 (seiscentos e quarenta reais), encontrando a quantia de R$ 64,00
(sessenta e quatro reais), a título de adicional.
Somados R$ 3.096,00 (três mil e noventa e seis reais), mais R$ 64,00
(sessenta e quatro reais), encontraremos o valor que vai ser recolhido ao
governo, no caso, a quantia de R$ 3.160,00 (três mil, cento e sessenta
reais).
Portanto, no exemplo acima, analisando os mesmos percentuais de
venda dessa empresa tanto no Lucro Real quanto no Lucro Presumido,
percebemos que a empresa teria pago menos imposto se estivesse
optado pelo Lucro Presumido.
No começo do nosso trabalho, comentamos que existe uma forma
legal para os contadores calcularem o imposto de renda no Lucro
Presumido, sem que antes, precise aplicar uma presunção de lucro para
encontrar a base de cálculo do imposto.
Essa forma legal seria uma maneira bem mais simples, onde seria
aplicada a alíquota de 1,2% diretamente sobre o total das notas fiscais
de vendas (comércio) e a alíquota de 4,8% sobre o total das notas fiscais
de serviços emitidas.
No mesmo exemplo acima, se multiplicarmos o valor de 1,2% sobre o
valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), valor esse
correspondente as notas fiscais de vendas de mercadorias,
encontraremos a quantia de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais),
bem como, se multiplicarmos 4.8% por R$ 27.000,00 (vinte e sete mil
reais), que corresponde ao total das notas fiscais de serviços,
encontraremos a quantia de R$ 1.296,00 (hum mil, duzentos e noventa e
seis reais).
Somados os dois valores (R$ 1.800,00 + R$ 1.296,00), vamos
encontrar a quantia de R$ 3.096,00 (três mil e noventa e seis reais),
justamente o valor encontrado acima, sem o adicional de 10%.
Por isso, essa fórmula legal mais fácil, pode gerar algum erro, sendo
mais aconselhado que os cálculos sejam feitos com base no primeiro
exemplo, ou seja, primeiro aplicando uma presunção de lucro de 8%,
12% ou 32% sobre a receita bruta obtida, encontrando a base de
cálculodo imposto, para só então, aplicar a alíquota de 15% sobre o total
das receitas e o adicional de 10% sobre o valor que excedeu a R$
20.000,00 mensal, repita-se.
Muitas vezes, encontramos o empresário falando que está pagando
1,2% ou 4.8% de imposto de renda ao governo, ou até as duas alíquotas
juntas, no caso de uma empresa mista que presta serviços e vende
mercadorias, como no exemplo acima.
Então você já vai saber que o empresário está no regime do Lucro
Presumido, pois essas alíquotas só se aplicam para quem está no
mencionado regime e que ele está calculando o imposto de renda dessa
maneira mais fácil, certamente, orientado pelo seu contador, o que não
está errado, já que é permitido por lei .
É interessante para nós, tributaristas, sabermos as duas formas de se
calcular o imposto de renda no Lucro Presumido, apesar dessa
obrigação ser do contador.
Seria interessante também mencionar que hoje, com o sistema
público de escrituração digital (SPED), toda a papelada que a empresa
possuía (livro de entrada e saída, diário e razão, onde está inserido toda
a operação financeira que sua empresa realizou), é substituída pelo
arquivo eletrônico ou magnético (vai conter as mesmas informações dos
livros), que será assinado eletronicamente (certificado digital), pelo
empresário ou contador, principalmente com o advento da NFE (nota
fiscal eletrônica).
O SPED contém várias ramificações (uma para NFE, outras para
livros fiscais, outra para apuração do ICMS, PIS, COFINS, outra para o
e- social, etc).
O e-social é um arquivo eletrônico detalhando o pagamento de toda
folha de salários, pró-labore, dos autônomos e detalhando os cálculos
dos recolhimentos previdenciários que incidem sobre essa folha de
pagamento.
Ficou mais fácil para o fiscal detectar irregularidades. Hoje o fiscal
não precisa mais solicitar essas informações, pois já irá possuí-las no
seu sistema.
Algumas empresas prEstadoras de serviços quando emitem NF’S
sofrem retenção do IR na fonte, então tenho direito de reduzir do IR
apurado, o IR que eu já paguei por antecipação, quando houve a
retenção do imposto pelo tomador do serviço.
O parágrafo único do art. 45 do CTN admite, expressamente, a
tributação na fonte pagadora, ou seja, permite que a lei atribua à pessoa
que paga a renda ou proventos, a condição de responsável (por
substituição), pela obrigação tributária.
Hoje, qualquer serviço em que haja a previsão legal de retenção,
deverá ocorrer a mesma, sob pena do tomador de serviço ser
responsabilizado por descumprimento de obrigação acessória.
Há pouco tempo atrás só aos serviços superiores a R$ 5.000,00, era
obrigatório ocorrer a retenção na fonte.
Atualmente, não existe mais esse limite de valor. Em qualquer
serviço, desde que haja a previsão legal, haverá a retenção do IR na
fonte.
Para os optantes do Simples Nacional também não ocorrerá a
retenção na fonte.
Impostos e percentuais retidos na fonte:
R$
- Total receitas
250.000,00
Lucro Presumido no R$
período 50.000,00
No exemplo acima, multiplicamos a alíquota de presunção de lucro de
12% sobre o total das notas fiscais de vendas de mercadorias, que no
caso foi o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais),
encontrando o valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais).
Da mesma forma, aplicando a presunção de lucro de 32% sobre as
notas fiscais de serviços (R$ 100.000,00 – cem mil reais), encontramos o
valor de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais).
Se somarmos os dois valores (R$ 18.000,00 + R$ 32.000,00), vamos
encontrar a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), sendo essa a
base de cálculo da contribuição social.
Aplicando a alíquota de 9% sobre a base de cálculo encontrada,
encontraremos o valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais),
valor esse que será pago a título de CSLL.
Igual ao imposto de renda, a contribuição social sobre o lucro líquido
também terá uma maneira legal de ser calculada de uma maneira mais
simples, aplicando alíquotas diretamente sobre as notas fiscais de
serviços e de venda de mercadorias.
No começo do livro informamos que as alíquotas da CSLL podem ser
de 1,08% sobre vendas e 2,88% sobre serviços e utilizando o mesmo
exemplo acima, vejamos agora como ficam os cálculos.
Receita de vendas R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) x
1,08% sobre faturamento de vendas é igual a quantia de R$ 1.620,00
(hum mil, seiscentos e vinte reais).
Receita de prestação de serviços R$ 100.000,00 (cem mil reais) x
2,88% sobre faturamento de serviços, encontraremos o valor de
R$2.880,00 (dois mil, oitocentos e oitenta reais).
Somados R$ 1.620,00 (notas fiscais de vendas), com R$ 2.880,00
(notas fiscais de serviços), encontraremos, justamente, o valor de R$
4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).
Portanto, calculando das duas formas, vamos encontrar o mesmo
valor que será recolhido ao fisco, ou seja, a quantia de R$ 4.500,00
(quatro mil e quinhentos reais).
Por isso, escutamos os empresários se referirem que estão pagando
1.08% ou 2,88% de contribuição social sobre o lucro líquido, a depender
se eles são comércio ou prestam serviços.
Assim, você vai perceber que eles são optantes do Lucro Presumido
e estão calculando a contribuição pela maneira mais simples.
No Lucro Real, os cálculos serão diferentes, sempre se verificando o
total das despesas do mês, ou seja, tudo que a empresa pagou, para ser
abatido do total das receitas, ou seja, o faturamento, recolhendo a
diferença ao governo.
Vamos analisar o mesmo exemplo:
Receita vendas R$
Cálculo CSLL
produtos 150.000,00
Receita vendas R$ R$
Lucro Real
serviços 100.000,00 133.000,00
CSLL
R$
Total receitas devida R$11.970,00
250.000,00
(9%)
R$
Total despesas/custos
127.000,00
R$
Lucro Real (tributário)
133.000,00
Verifica-se que os cálculos acima são muito parecidos com os
cálculos do imposto de renda no Lucro Real,como já comentado no item
anterior.
Primeiro somamos o total das notas fiscais emitidas pela empresa
naquele mês (vendas e serviços), que será o total de receitas
(faturamento), que no caso acima, será de R$ 250.000,00 (duzentos e
cinquenta mil reais).
Depois, vamos verificar tudo que a empresa pagou naquele mês
(despesas), que será o somatório das contas pagas, no mês, como folha
de pagamento, despesas operacionais, cheques emitidos, duplicatas,
etc, ou seja, qualquer despesa paga pela empresa no mês, como já
comentado, (até compra de água mineral entra como despesa) caso
tenha sido paga pela própria empresa e tenha como se comprovar, a
título de contabilidade.
Feito isso, o passo seguinte é verificar nas despesas contabilizadas,
sobre quais, será permitido o abatimento, para ser pago menos imposto
no final do mês, já que no Lucro Real, será o total das receitas menos o
total das despesas.
Digamos que naquele determinado mês, a empresa pagou R$
10.000,00 (dez mil reais), com a compra de material do escritório ou com
o pagamento de multas dos seus carros.
A Receita não permite que essas despesas sejam abatidas para ser
pago menos imposto no final.
Assim, essas despesas serão novamente incluídas na base de
cálculo da CSLL, que somadas ao lucro contábil já apurado (R$
123.000,00 – cento e vinte e três mil reais), totalizará a quantia de R$
133.000,00 (cento e trinta e três mil reais), sendo essa a base de cálculo
da contribuição social sobre o lucro líquido.
Encontrando a base de cálculo é só aplicar a alíquota de 9% sobre
esse valor, encontrando o valor de R$ 11.970,00 (onze mil, novecentos e
setenta reais) que será pago a título de CSLL.
Esses são os cálculos da contribuição social sobre o lucro líquido
elaborados tanto para as empresas optantes do Lucro Presumido quanto
para as optantes do Lucro Real.
Agora vamos nos debruçar na análise do ICMS, imposto esse cheio
de detalhes e regras.
1.5 - ICMS
É regulado pela lei complementar nº. 87/1996 (lei Kandir), que
recebeu o nome do deputado federal relator do projeto e pelo art. 155, II
da CF.
Funciona no sistema da seletividade, em função da essencialidade
das mercadorias e dos serviços, o que significa dizer que os produtos
terão alíquotas diferentes de ICMS de acordo com a sua essencialidade.
Na prática não funciona bem assim, pois encontramos produtos,
como a energia elétrica, tão essencial na vida de qualquer pessoa, com
alíquotas maiores do que a dos próprios produtos que só funcionam
graças à energia consumida.
Também será não cumulativo por previsão constitucional,
independentemente do regime de apuração escolhido pela empresa, o
que significa dizer, como já explicado, que vamos apurar o débito (notas
fiscais de vendas do mês), menos o total do crédito (total das notas
fiscais de compras do mês), recolhendo a diferença ao governo, se o
débito for maior do que o crédito.
Ou seja, quando o comerciante adquire uma mercadoria, ele adquire
um crédito fiscal, relativo àquele imposto discriminado na nota fiscal de
compra, que poderá ser abatido no momento da venda daquele produto,
com a emissão da nota fiscal de venda, recolhendo a diferença ao
governo, se for o caso.
Haverá, portanto, uma compensação dos débitos (NF de vendas),
com os créditos (NF de compras).
Como dito, esse sistema de crédito e débito funcionará tanto no Lucro
Real, quanto no presumido, pois o ICMS sempre será não cumulativo,
por essa ser uma previsão constitucional.
Portanto, o contador quando for apurar o ICMS que será recolhido ao
governo do Estado no mês, verificará primeiro o crédito de ICMS
referente às notas fiscais de compra da empresa e depois abaterá do
débito gerado nas notas fiscais de venda, como no exemplo abaixo:
EX1: Valor (1
ICMS (17%)
Operação impressora)
R$ 11,90 (imposto
recolher)
Ex2: Valor (2
ICMS
Operação impressoras)