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mediação
Perícia,
UNOPAR PERÍCIA, ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO
Perícia, arbitragem e
mediação
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Elaine Karina Jankovic
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0242-4
CDD 347.8109
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Tema 1 | Perícia na área contábil 7
Tema 2 | O perito e o perito assistente 21
Tema 3 | Dos quesitos aos honorários propostos 33
Tema 4 | Laudo, pareceres e prazos 49
Tema 5 | Arbitragem 63
Tema 6 | Mediação 77
Convite à leitura
Olá, estudante!
Perícia Auditoria
1- Pode ser executada tanto por pessoa física
1- Executada somente por pessoa física.
quanto por jurídica.
2- A perícia serve a uma época,
2 – Repete-se no tempo.
questionamento ou objeto específico.
3 – A perícia se prende a uma resposta
3 – Auditoria se prende à asseguração razoável,
conclusiva ou não, com o objetivo de
sobre atos e fatos contábeis.
esclarecer controvérsias.
4 – É restrita aos quesitos e pontos
controvertidos, determinados pelo 4 – Pode ser específica ou não.
condutor judicial.
5 – Sua análise é irrestrita e abrangente. 5 – Feita por amostragem.
6 – Usuários do serviço: as partes e 6 – Usuários do serviço: sócios, investidores,
principalmente a justiça. administradores.
7 – As normas técnicas são: NBC PP
(Normas Brasileiras de Contabilidade 7 – As normas técnicas são: NBC TP (Normas
Profissionais de Perícia) – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas do Perito)
aplicadas especificamente aos – Normas aplicadas, especificamente, aos
contadores que atuam como peritos contadores que atuam como perito.
contábeis.
FASE PRELIMINAR
1. a perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na
mesma;
2. o juiz defere a perícia e escolhe seu perito;
3. as partes formulam os quesitos e indicam seus peritos
assistentes;
FASE OPERACIONAL
7. início da perícia e diligências;
8. curso do trabalho;
9. elaboração do laudo.
FASE FINAL
10. assinatura do laudo;
11. entrega do laudo ou laudos;
12. levantamento dos honorários;
13. esclarecimentos (se requeridos).
3. Os quesitos na perícia
A perícia, diferentemente da auditoria, irá trabalhar em um foco
específico. Durante o processo, caso uma das partes ou até mesmo
o juiz julguem necessária a perícia, será contratado o perito no
intuito de emitir o laudo pericial que irá auxiliar o magistrado quando
do julgamento do litígio.
O perito, para que possa apresentar o laudo, desenvolverá todo
o seu trabalho respondendo aos quesitos, ou seja, perguntas acerca
daquilo que se busca provar.
Na atuação do perito na área contábil os trabalhos de pesquisa,
exame, vistoria e avaliações que irão responder aos quesitos poderão
ser destacados nos seguintes documentos:
1. Documentos de Constituição e Alterações Contratuais.
2. Livros Contábeis - Diário e Razão.
3. Livro de Entrada.
4. Livro de Saída.
5. Livro de Serviços.
6. Livro de Inventário de Estoques.
7. Controle de Ativo Permanente / Imobilizado.
5. Riscos na perícia
Na atuação da atividade contábil, assim como em qualquer
outra, existem riscos inerentes à profissão e na atividade pericial
não é diferente, pois apresentar uma opinião distorcida em face da
realidade é o mesmo que apresentar uma prova “falsa”, provocando
danos a terceiros.
O autor Sá (2011) também aborda o tema, elucidando algumas
precauções necessárias quando da atuação em perícia, como
podemos ver a seguir:
O autor ainda destaca que o perito não pode errar; tem para isto
que precaver-se por todos os meios a seu alcance. Um trabalho pericial
tem sempre riscos, necessitando de cautelas especiais.
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Instruções:
FINALIZANDO
GLOSSÁRIO
Arbitral: que não tem fundamento; que não segue regras previsíveis;
arbitrário. Relativo a árbitro(s); que é constituído por árbitros.
In Loco: no lugar; no local característico ou próprio de; in situ: os
torcedores agora podem acompanhar in loco os treinos da seleção
brasileira. Pronuncia-se: /inlóco/. Etimologia (origem de in loco): do
latim in loco.
Juiz: aquele que, investido de autoridade pública, tem poder para
julgar, na qualidade de administrador da Justiça do Estado. Indivíduo
a quem se confere ou que arroga a si autoridade para dirigir qualquer
coisa, resolvendo, deliberando e julgando tudo que diz respeito a esta.
Diz-se de ou técnico nomeado pelo juiz ou pelas partes para que opine
sobre questões que lhe são submetidas em determinado processo.
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Código do Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm>. Acesso em: 3 abr. 2017
Busca de definições do google. Disponível em: <https://www.google.com.
br/>. Acesso em: 3 abr. 2017.
CFC. NBC TP 01 - Perícia contábil. CFC: Conselho Federal de Contabilidade,
2015. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTP01.
pdf>. Acesso em: 3 abr. 2017.
CFC. NBC PP 01 - Perito contábil. CFC: Conselho Federal de Contabilidade,
2015. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2015/NBCPP01>. Acesso em: 3 abr. 2017.
MAGALHÃES, de Deus Farias; SOUZA, Clovis de; FAVERO, H. L.; LONARDONI,
M. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, legal, processual e
operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MELLO, Paulo Cordeiro de. Perícia contábil. 2. ed. São Paulo: Senac, 2016.
MOURA, Ril. Perícia contábil: judicial e extrajudicial. 4. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: M. A Delgado, 2017.
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Vídeo do Professor Renê Hellman. NOVO CPC-2015 - PROVA PERICIAL.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dwtggy4J8wE>. Acesso
em: 3 abr. 2017.
Vídeo: Perícia Contábil e o Conselho Federal de Contabilidade, em entrevista
concedida pelo Sr. Sergio Prado de Melo. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=OWu5BGcR7bU>. Acesso em: 2 abr. 2017.
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Instruções:
FINALIZANDO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Código do Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm>. Acesso em: 3 abr. 2017.
CFC. NBC PP 01 - perito contábil. CFC: Conselho Federal de Contabilidade,
2015. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2015/NBCPP01>. Acesso em: 11 abr. 2017.
LONARDONI, M. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, legal,
processual e operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MAGALHÃES, de Deus Farias et al. perícia contábil: uma abordagem teórica,
ética, legal, processual e operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MELLO, Paulo Cordeiro de. perícia contábil. 2. ed. São Paulo: Senac, 2016.
MOURA, Ril. perícia contábil: judicial e extrajudicial. 4. ed. rev. e atual. – Rio de
Janeiro: M. A Delgado, 2017.
SÁ, Antônio Lopes de. perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
2. Tipos de quesitos
I. Quesitos regulares
São aqueles previstos no item III, do Parágrafo 1º do artigo 465
do NCPC, estes também podem ser denominados como quesitos
normais, todavia são formulados pelas partes, seus advogados e peritos
assistentes.
II. Quesitos suplementares
São aqueles apresentados pelas partes durante a diligência quando
da ocorrência ou apresentação de novos aspectos ou fatos que por
ora não foram ainda tratados pelas partes quando da formulação dos
quesitos regulares. Deve-se observar que a apresentação dos quesitos
suplementares deverá acontecer a partir do momento em que o
perito solicita carga do processo para iniciar os trabalhos periciais até o
momento em que o mesmo entrega definitivamente o laudo pericial.
Os quesitos suplementares podem servir como uma ferramenta
estratégica no processo, por este motivo é importante que a parte
indique assistente técnico conhecedor da prática judicial para sua
representação na demanda pericial, pois havendo necessidade, o
assistente técnico comunicará o advogado da parte que o representa,
quando da possibilidade de apresentar quesitos suplementares para a
perícia em questão.
Quanto aos quesitos suplementares, vejamos o que traz o NCPC
em seu Art. 469:
4. Honorários propostos
Para iniciarmos este tema, vamos diferenciar perito judicial de
perito assistente técnico. Vale relembrar que assistente técnico é o
profissional de confiança da parte, ou seja, indicado pela parte para
atuar no processo, logo sua remuneração será oferecida pela parte
que o contratou; já o perito judicial é aquele nomeado pelo juiz, logo,
sua remuneração está amparada pelos artigos 95 e 465 do NCPC (Lei
13.105/2016).
Vejamos o que tratam estes artigos:
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Instruções:
4. Quanto aos honorários de acordo como o art. 95, cada parte adiantará a
remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito
adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a
perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. Ainda
nesse artigo percebe-se no parágrafo 3º que, quando o pagamento da
perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela
poderá ser:
FINALIZANDO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Constituição (2015). Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código
de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 3 abr. 2017.
CFC. NBC PP 01 - Perito contábil. CFC: Conselho Federal de Contabilidade,
2015. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2015/NBCPP01>. Acesso em: 11 abr. 2017.
JULIANO, Rui. Quanto o perito judicial ganha de honorários? Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=X3wh3X-I2L8>. Acesso em: 24 maio
2017.
LONARDONI, M. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, legal,
processual e operacional. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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Instruções:
FINALIZANDO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Código do Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm>. Acesso em: 3 abr. 2017.
CFC. NBC PP 01 - Perito contábil. CFC: Conselho Federal de Contabilidade,
2015. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2015/NBCPP01>. Acesso em: 11 abr. 2017.
CFC. NBC TP 01 – Norma técnica de perícia contábil. CFC: Conselho
Federal de Contabilidade, 2015. Disponível em: <http://cfc.org.br/wp-content/
uploads/2016/02/NBC_TP_01.pdf>. Acesso em: 3 maio 2017.
LAUDO pericial em processo judicial. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=ruJ27rOokxA>. Acesso em: 3 maio 2017.
LONARDONI, M. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, legal,
processual e operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MAGALHÃES, Antônio de Deus Farias; SOUZA, Clovis de; FAVERO, H. L.;
MELLO, Paulo Cordeiro de. Perícia contábil. 2. ed. São Paulo: Senac, 2016.
MELLO, Paulo Cordeiro de. Perícia contábil. 2 ed. São Paulo: Senac, 2016.
MOURA, Ril. Perícia contábil: judicial e extrajudicial. 4. ed. rev. e atual. – Rio de
Janeiro: M. A Delgado, 2017.
Arbitragem
1. Juízo arbitral
Antes de iniciarmos este tema, é fundamente entendermos qual o
significado de “arbitragem/arbitral”. A palavra “arbitragem” é derivada do
latim arbiter, que significa juiz/jurado, temos ainda a sua alocação no
processo romano, em que o arbiter ou iudex justificada a uma pessoa
idônea fora do quadro funcional do Império, e, julgava a(s) causa(s)
após o magistrado organizar a ação. Oportunamente vamos recorrer
ao dicionário “Michaellis” para nos ajudar com a definição formal de
arbitragem, vejamos:
[...]
3 JUR Jurisdição ou poder concedido a pessoas
determinadas por lei ou escolhidas pelas partes, para
dirimirem questões entre elas suscitadas; arbítrio.
[...]
Fonte: Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca
?r=0&f=0&t=0&palavra=arbitragem+>. Acesso em: 7 maio
2017.
T5 - Arbitragem 63
Diante das definições apresentadas, podemos afirmar que a
arbitragem é o meio alternativo na solução de conflitos, entre indivíduos
privados e até mesmo no meio governamental.
A arbitragem não é uma prática exclusiva do Brasil, ela é comumente
utilizada no mundo inteiro, como também podemos afirmar que não
se trata de algo novo, uma vez que em tempos antigos há relatos do
uso desta prática na solução de conflitos, como por exemplo, na Grécia
antiga, onde já se baseavam em procedimentos muitos parecidos
com os utilizados atualmente, ainda, nessa época já se instaurava a
câmara arbitral. Nos Estados Unidos, por exemplo, a arbitragem era
frequentemente utilizada na solução de conflitos familiares e do tipo
espiritual, era conhecida como Arbitragem Religiosa, logo se viu que
esta proposta de solução de conflito funcionava tão bem, que outros
elementos da sociedade, com culturas religiosas, passaram a utilizar-
se deste meio para a solução de problemas mais graves no meio
financeiro e trabalhista.
Vale também ressaltar que o NCPC (Lei 13.105/2015), aceita que
a arbitragem entre como meio legítimo na resolução de conflitos,
resgatando à sociedade os direitos estatuídos na Magna Carta de
prestação jurisdicional em um tempo justo e razoável. Eis o que o
próprio texto diz:
[…]
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça
ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial. […]
64 T5 - Arbitragem
a negociação de conflitos não se trata de um monopólio do Estado.
A arbitragem então é considerada uma forma de solução de conflitos
por meio privado. Neste momento, então, vamos nos recorrer àa Lei de
Arbitragem nº 9.307/1996 em relação ao seu artigo primeiro, em relação
aos limites na atuação da arbitragem, vejamos o que diz o Art. 1º:
T5 - Arbitragem 65
submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir,
relativamente a tal contrato.
66 T5 - Arbitragem
independência, competência, diligência e discrição, estas são
características imprescindíveis e até mesmo previstas na legislação.
No tocante ao impedimento na atuação do árbitro, vale abordar
o previsto no NCPC, aplicado tanto ao magistrado como também ao
perito, vamos relembrar:
T5 - Arbitragem 67
interesse em apresentar questões de competência, suspeição ou
impedimento em relação à pessoa de algum perito, deverá o fazer já
na primeira oportunidade de manifestação.
Todo o procedimento da arbitragem deverá ser seguido ao já
estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, porém não
havendo sido estipulados, caberá ao perito arquitetá-lo. Ao árbitro ou
ao tribunal arbitral caberá a incumbência de, no início da arbitragem,
tentar a conciliação das partes, valendo em caso positivo como
sentença arbitral.
5. A sentença arbitral
A sentença arbitral é o resultado final do julgamento da causa
sujeitada a arbitragem, ela tende a representar o desejo das partes
quanto à solução do litígio e em menor tempo possível.
No que tange ao prazo, caso não tenha sido convencionado o
prazo para a apresentação da sentença entre as partes, este será de seis
meses, contados do início dos procedimentos de arbitragem. Podendo
ainda ser proferida sentença parcial e, se necessário, prorrogando-
se este prazo para que seja apresentada a sentença final, conforme
estabelece o Art. 23 da Lei 9.307/96.
Assim como em qualquer ato jurídico, a decisão do árbitro ou do
tribunal arbitral, ou seja, a sentença arbitral, deverá ser devidamente
documentada, por escrito, devendo ainda se atentar a alguns requisitos
mínimos, conforme evidenciado pelo Art. 26 do mesmo instituto:
68 T5 - Arbitragem
A arbitragem dá-se por encerrada assim que pronunciada a sentença
arbitral, devendo ainda o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral,
remeter uma cópia da decisão para cada parte constante no processo.
As partes deverão, no prazo de cinco dias da notificação da sentença,
comunicar o árbitro ou a câmara arbitral, quanto à correção de possíveis
erros na matéria da sentença arbitral, ou ainda, que esclareça qualquer
dúvida, omissão ou contradição quanto à sentença aplicada.
Após, aditada a sentença pelo árbitro ou tribunal arbitral, esta terá
valor tanto quanto qualquer sentença proferida pelo Poder Judiciário,
constituindo até mesmo em título executivo (Art. 31). Porém, existe
ainda a possibilidade da nulidade desta sentença, conforme prevê o
Art. 33 da Lei de Arbitragem:
T5 - Arbitragem 69
Ao longo desse capítulo é possível verificar que a Lei de Arbitragem,
tende a “desafogar” o Judiciário brasileiro, principalmente nas demandas
estaduais, como nos processos civis, trabalhistas e comerciais (hoje
denominados empresariais).
Vejamos algumas das vantagens que podemos apresentar no que
tange à aplicação da arbitragem:
1. Rapidez na tomada de decisão constitui; sendo este o principal
atrativo da arbitragem em relação ao Judiciário.
2. Sigilo, informalidade, decisões técnicas e possibilidade de saída
amigável quanto ao litígio apresentado, também são aspectos positivos
aplicados à arbitragem.
3. Confiança também é uma característica relevante na opção
pela arbitragem, uma vez que os árbitros ou tribunal arbitral são de
escolha das partes, sendo pessoas de sua confiança.
4. Autonomia da aplicação do desejo das partes nos
procedimentos da arbitragem, ou a conferência de poderes ao árbitro
para o fazer.
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70 T5 - Arbitragem
Disponível em: <http://www.direitocom.com/lei-de-arbitragem-
comentada>. Acesso em: 7 maio 2017. Neste artigo o advogado Luís
Fernando Guerrero e seus coautores Danyelle Galvao, Guilherme
Gaspari Coelho, Marcos dos Santos Lino e Samuel Mezzarila, comentam
todos os artigos da Lei de Arbitragem.
Da convenção de arbitragem e seus efeitos.
Disponível em: <https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_
dh=3279>. Acesso em: 7 maio 2017. Neste artigo o advogado Alexandre
Asfora apresenta de forma minuciosa a definição e a aplicabilidade
quanto à Convenção de Arbitragem.
Instruções:
2. Complete a lacuna:
A _____________________ não é meramente um acordo feito entre as
partes em determinada questão, mas sim, a solução dos conflitos entre
estes, não existindo a atuação do Estado, ou seja, lide pleiteada não será
“julgada” na esfera estadual, através de magistrado.
Assinale a alternativa que completa adequadamente a lacuna:
a) perícia. d) arbitragem.
b) auditoria. e) notificação.
c) mediação.
3. Complete as lacunas:
É importante observar que na arbitragem as partes podem escolher
livremente como será julgada a questão, seja através de _____________,
T5 - Arbitragem 71
ou que o árbitro possa julgar por igualdade considerando aquilo que achar
mais justo, assim determina o Art. 2º da Lei 9.307. Mas em se tratando de
situação que envolva a administração pública, será sempre de direito e
deverá respeitar e se submeter ao ____________.
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas:
a) solução de litígio e práticas judiciais – princípio da prudência.
b) leis e regras pré-estabelecidas – princípio da publicidade.
c) prestação jurisdicional e conflito – princípio do otimismo.
d) conciliação e mediação – princípio da observância.
e) indicação de árbitros e prática extrajudiciais – princípio da equidade.
5. Após, aditada a sentença pelo árbitro ou tribunal arbitral, esta terá valor
tanto quanto qualquer sentença proferida pelo Poder Judiciário, constituindo
até mesmo em título executivo (Art. 31). Porém, existe ainda a possibilidade
da nulidade desta sentença, conforme prevê o Art. 33 da Lei de Arbitragem.
A seguir, cite três situações de nulidades previstas na Lei de Arbitragem.
FINALIZANDO
72 T5 - Arbitragem
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
T5 - Arbitragem 73
ARBITRAGEM, A JUSTIÇA PRIVADA - José Ferreira de Lira. <https://www.
youtube.com/watch?v=X7Oj3q1p8yE>. Acesso em: 8 maio 2017.
ARBITRAGEM NO SEGMENTO IMOBILIÁRIO - Solução de conflitos por
arbitragem cresce em diversas áreas, mas no mercado imobiliário ainda não
pegou. Disponível em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-
incorporacao-construcao/96/artigo281838-1.aspx>. Acesso em: 8 maio 2017.
AS SETE CARACTERÍSTICAS DA ARBITRAGEM - Momento arbitragem:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J2JjzuHsL-M>. Acesso
em: 7 maio 2017.
ASPECTOS FUNCIONAIS DA ARBITRAGEM. Disponível em: <http://www.
boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1841>. Acesso em: 8 maio 2017.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 8 maio 2017.
CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM - Saiba a diferença. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=OaWHpvXYnPk>. Acesso em: 7 maio
2017.
DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM E SEUS EFEITOS. Disponível em: <https://
www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3279>. Acesso em: 7 maio 2017.
LEI DA ARBITRAGEM TENTA SOLUCIONAR CONFLITOS SEM QUE SEJA
PRECISO ENTRAR NA JUSTIÇA. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/videos/t/edicoes/v/lei-da-arbitragem-tenta-solucionar-conflitos-sem-
que-seja-preciso-entrar-na-justica/4351136/>. Acesso em: 8 maio 2017.
LEI DE ARBITRAGEM COMENTADA (Lei n. 9.307/1996). Disponível em: <http://
www.direitocom.com/lei-de-arbitragem-comentada>. Acesso em: 7 maio
2017.
LEI DE ARBITRAGEM NO 9.307/1996. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm>. Acesso em: 8 maio 2017. LONARDONI, M.
Perícia Contábil: uma abordagem teórica, ética, legal, processual e operacional.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA ARBITRAL. Disponível em: <http://www.
arbitragembrusque.com.br/archives/1434>. Acesso em: 8 maio 2017.
LONARDONI, M. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, legal,
processual e operacional. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MAGALHÃES, Farias de Deus; SOUZA, Clovis de; FAVERO, H. L, MOURA, Ril.
Perícia contábil: judicial e extrajudicial. 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: M.A
Delgado, 2017.
MOURA, Ril. Perícia contábil: judicial e extrajudicial. 4. ed. rev. e atual. – Rio de
Janeiro: M.A Delgado, 2017.
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
74 T5 - Arbitragem
Convite à leitura
Olá, querido aluno, estamos chegando ao fim de nossos estudos,
mas antes de nos despedirmos vamos conversar um pouco sobre
a prática de mediação, conforme a Lei 13.140/2015. Ao final deste
tema você será capaz de identificar a diferença entre Mediação,
Conciliação e Arbitragem, ou seja, os três modelos extrajudiciais
auxiliares para solução de conflitos. O tema de hoje tem como
principal objetivo apresentar a você as particularidades da mediação,
assim como os elementos que a compõem, evidenciando também
os oito princípios estabelecidos pela Lei 13.140/2015: imparcialidade
do mediador; isonomia entre as partes; oralidade; informalidade;
autonomia da vontade das partes; busca do consenso;
confidencialidade; boa-fé. Afinal, o que vem a ser considerado para
cada um destes princípios? Você ainda será capaz de identificar os
tipos possíveis de mediação, a judicial e a extrajudicial, quem pode
atuar como mediador, tanto na condição de mediador extrajudicial
como judicial, e quais são os elementos que compõem um roteiro
de planejamento e execução da mediação.
Bons estudos!
Tema 6
Mediação
POR DENTRO DO TEMA
T6 -Mediação 77
participa deste conflito, assim sendo imparcial, auxilia a conversa entre
as partes, ajudando-as a refletir, entender e buscar a melhor solução
possível para as partes. No processo de mediação, as próprias partes
decidirão sobre a melhor solução para o conflito, todas as decisões
caberão a eles, sendo o “mediador” apenas um facilitador para a solução.
A mediação é acionada nos conflitos familiares e de vizinhança, por
exemplo, muitas vezes são resolvidos apenas com o estabelecimento
da comunicação respeitosa entre os envolvidos. Observa-se neste
sentido que a mediação será utilizada quando o conflito tiver como
causa principal um problema pessoal, emocional ou psicológico, por
exemplo: incompatibilidade de gênios, raiva, sentimento de vingança
ou de intolerância e indiferença.
78 T6 - Mediação
Agora que você já entende um pouco mais os conceitos e a
diferença entre mediação, conciliação e arbitragem, vamos nos ater
ao objetivo principal deste tema, que é o de apresentar a você, com
mais propriedade, a prática da Mediação como ferramenta auxiliar na
solução de conflitos. Vamos lá?
T6 -Mediação 79
O legislador, ao legislar sobre a lei que regulamenta a mediação,
institui precisamente oito princípios que devem ser observados quando
da atuação em mediação, previstos no Art. 2º.
• Imparcialidade do mediador – o mediador é um terceiro, que não
tem interesse algum nas questões que envolvem o processo, ele é
apenas um facilitador na causa.
• Isonomia entre as partes – pressupõe que as partes em todo o rito
da mediação terão direitos e deveres iguais.
• Oralidade – por se tratar de um procedimento extrajudicial, a
mediação tende a ser simples, sendo objetivada a sua oralidade, ou
seja, a grande maioria das intervenções é feita através da conversa.
• Informalidade – a simplicidade do processo é traduzida pela
desburocratização das normas e formas, logo, se caracteriza pela
ausência de uma estrutura previamente estabelecida e inexistindo
qualquer procedimento predeterminado, cabendo sempre às partes
decidir qual é o melhor caminho para o processo.
• Autonomia da vontade das partes – a mediação é utilizada para
que se consiga chegar a um acordo quanto à questão em discussão,
assim, a promoção de qualquer acordo deve respeitar a autonomia
da vontade das partes litigantes. Este princípio poder ser considerado
como um dos mais importantes no processo de mediação, uma vez
que deixa claro que no processo deve prevalecer o desejo das partes.
• Busca do consenso - o conciliador ou mediador e as partes devem
buscar sempre o consenso, evitando conflitos no processo.
• Confidencialidade - dever de manter sigilo sobre todas as
informações obtidas, salvo autorização expressa das partes, violação
à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha
do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qualquer
hipótese.
• Boa-fé - a diligência dos procedimentos, a boa-fé e a lealdade das
práticas aplicadas.
Buscando evidenciar um pouco mais para você, quanto à mediação,
vamos transcrever abaixo os “parágrafos” que complementam o art. 2º,
principalmente o que é regido em seu § 2º:
80 T6 - Mediação
reunião de mediação.
§ 2o Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento
de mediação.
3. Procedimentos da mediação
Como vimos até aqui, e com base no princípio da oralidade, toda
a mediação acontece através de diálogos entre as partes, assim, a
mediação pode oferecer vários tipos de possibilidades, porém, vamos
apresentar um rito deste procedimento de forma simplificada, o qual
foi tema de apresentação pela Comissão de Mediação e Arbitragem
da OAB/MG, tendo uma sucessão de etapas. Buscaremos ainda
correlacionar alguns itens com artigos da lei de mediação, que darão
sustentação a estas etapas, vejamos:
1) Pré-mediação: fase preparatória, na qual o mediador (ou outra
T6 -Mediação 81
pessoa capacitada para tanto) explica o procedimento, seus objetivos,
limites e regras, escuta as partes com o intuito de analisar sua adequação
ao caso e é firmado o contrato de mediação, estabelecendo-se as
condições.
[...]
Art. 14 No início da primeira reunião de mediação, e
sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar as
partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao
procedimento.
Art. 15 A requerimento das partes ou do mediador, e
com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros
mediadores para funcionarem no mesmo procedimento,
quando isso for recomendável em razão da natureza e da
complexidade do conflito.
Art. 16 Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso,
as partes poderão submeter-se à mediação, hipótese em
que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão do processo
por prazo suficiente para a solução consensual do litígio.
§ 1o É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos
termos requeridos de comum acordo pelas partes.
§ 2o A suspensão do processo não obsta a concessão de
medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro.
[...]
[...]
Art. 17 Considera-se instituída a mediação na data para a
qual for marcada a primeira reunião de mediação.
Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de
mediação, ficará suspenso o prazo prescricional.
[...]
82 T6 - Mediação
4) Agenda: o mediador organiza a agenda conforme as prioridades
em termos de importância e urgência. Regula o tempo de cada sessão
e a quantidade de encontros necessários. É especialmente importante
quando o conflito envolve mais de um problema.
[...]
Art. 18 Iniciada a mediação, as reuniões posteriores com a
presença das partes somente poderão ser marcadas com a
sua anuência.
Art. 19 No desempenho de sua função, o mediador poderá
reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente,
bem como solicitar das partes as informações que entender
necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas.
[...]
[...]
“Art. 20 O procedimento de mediação será encerrado
com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado
acordo ou quando não se justificarem novos esforços para
a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador
nesse sentido ou por manifestação de qualquer das partes.
Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipótese
de celebração de acordo, constitui título executivo
extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título
executivo judicial".
[...]
T6 -Mediação 83
A mediação poderá acontecer de duas formas, sendo a Mediação
Extrajudicial e a Mediação Judicial.
Na Mediação Extrajudicial (Art. 21 ao 23 da Lei 13.140/2015), temos
as seguintes ponderações:
• A mediação será a consenso e aceitação das partes, através de
convite, devendo neste ser estipulado o escopo recomendado da
negociação.
• Deverá haver previsão contratual de mediação onde neste deverá
constar prazo mínimo e máximo para a primeira reunião de mediação,
local da primeira reunião, os critérios de escolha do mediador e as
penalidades em caso de não comparecimento.
• As partes poderão ainda estabelecer período de carência, ou seja,
as partes se comprometem a não iniciar procedimento arbitral ou
processo judicial em certo período de tempo, ou enquanto durar o
processo de mediação.
• Na mediação extrajudicial teremos a pessoa do mediador
extrajudicial (Art. 9º).
• Já na Mediação Judicial (Art. 24 ao 29 da Lei 13.140/2015) temos
que:
• Deverão ser criadas pelos tribunais as centrais de conciliação e
mediação, onde ocorrerá o processo de solução de conflitos através
da mediação.
• Os mediadores não estarão sujeitos à prévia aceitação das partes.
• As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores
públicos.
• A petição inicial, atendendo todos os requisitos, o magistrado
designará audiência de mediação.
• O prazo para a conclusão do procedimento de mediação judicial
é de 60 dias, exceto quando as partes em comum acordo pedem
prorrogação.
• Se o conflito for solucionado pela mediação antes da citação do
réu, não serão devidas custas judiciais finais.
• Na mediação extrajudicial teremos a pessoa do mediador
extrajudicial (Art. 11º).
84 T6 - Mediação
4. Quem pode ser mediador?
É importante frisar que qualquer pessoa capaz, que possua
competência técnica, legitimidade e aptidão, poderá exercer atividade
de mediador. Porém, a maioria dos mediadores vem da área da
advocacia, embora atuem também profissionais de outras áreas, como:
psicólogos, administradores, sociólogos, engenheiros, psicanalistas,
assistentes sociais, entre outros.
No que compete à mediação informal, ou seja, não profissional,
esta poderá ser realizada por qualquer pessoa, um bom exemplo disso
são as mediações que acontecem no meio religioso.
Vejamos, à luz da Lei de Mediação, quem poderá atuar como
mediador, mediador extrajudicial e mediador judicial.
[...]
Art. 4o O mediador será designado pelo tribunal ou
escolhido pelas partes.
[...]
Art. 5o Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais
de impedimento e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como
mediador tem o dever de revelar às partes, antes da
aceitação da função, qualquer fato ou circunstância
que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua
imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em
que poderá ser recusado por qualquer delas.
[...]
Art. 8o O mediador e todos aqueles que o assessoram no
procedimento de mediação, quando no exercício de suas
funções ou em razão delas, são equiparados a servidor
público, para os efeitos da legislação penal.
[...]
Dos Mediadores Extrajudiciais
Art. 9o Poderá funcionar como mediador extrajudicial
qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e
seja capacitada para fazer mediação, independentemente
de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe
ou associação, ou nele inscrever-se.
Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou
defensores públicos.
Dos Mediadores Judiciais
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa
capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de
T6 -Mediação 85
ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério
da Educação e que tenha obtido capacitação em escola
ou instituição de formação de mediadores, reconhecida
pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os
requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional
de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
[...]
Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judiciais será
fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o
disposto no § 2o do art. 4o desta Lei.
[...]
Vale ressaltar que em seu Art. 30, a Lei de Mediação estabelece que
todo e qualquer assunto tratado no procedimento de mediação deverá
ser confidencial em relação às pessoas que não se relacionaram com
o processo, não podendo nem mesmo ser revelada em processo
judicial ou arbitral, salvo se as partes permitirem ou por exigência legal.
A confidencialidade versada no art. 30 se aplica ao mediador quanto às
partes, a seus prepostos, aos advogados, aos assessores técnicos e a
outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente,
participado do procedimento de mediação.
Ainda quanto à confidencialidade, no Art. 31 temos o seguinte
posicionamento do legislador:
[...]
Art. 31 Será confidencial a informação prestada por uma
parte em sessão privada, não podendo o mediador revelá-
la às demais, exceto se expressamente autorizado.
[...]
Nossos estudos vão ficando por aqui, acesse os links propostos, faça
as atividades e, quando necessário, envie suas dúvidas ao professor.
Bons estudos e até a próxima!
86 T6 - Mediação
ACOMPANHE NA WEB
Instruções:
T6 -Mediação 87
1. O legislador, ao legislar sobre a lei que regulamenta a mediação, institui
precisamente oito princípios que devem ser observados quanto da atuação
em mediação, previstos no Art. 2º. A seguir, responda: quais são esses oito
princípios?
88 T6 - Mediação
FINALIZANDO
GLOSSÁRIO
T6 -Mediação 89
Isonomia: 1. estado dos que são governados pelas mesmas leis. 2. jur
princípio geral do direito segundo o qual todos são iguais perante a
lei; não devendo ser feita nenhuma distinção entre pessoas que se
encontrem na mesma situação. 3. miner estado dos cristais que são
construídos segundo a mesma lei.
REFERÊNCIAS
90 T6 - Mediação
UNICORP. Princípios para conciliação e mediação dos tabeliães de notas.
2015. Disponível em: <http://www5.tjba.jus.br/unicorp/images/principios_
conciliacao_mediacao_tabeliaes_notas.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017.
T6 -Mediação 91
ANOTAÇÕES
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arbitragem e
mediação
Perícia,
UNOPAR PERÍCIA, ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO