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FACULDADE CAMBURY
ESCOLA DE DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO
ARTIGO CIENTÍFICO

DELAÇÃO PREMIADA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE


AO CRIME ORGANIZADO NO BRASIL

ORIENTADO (A): FRANCIELLY MIRANDA DA SILVA

ORIENTADOR (A): Prof.ª DR. HULDA SILVA CEDRO DA COSTA

GOIÂNIA
2018
2

ORIENTADO (A): FRANCIELLY MIRANDA DA SILVA

DELAÇÃO PREMIADA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AO


CRIME ORGANIZADO NO BRASIL

Artigo Científico apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de Curso III,
curso de Direito da Faculdade Cambury,
sob a orientação da Prof (a). Doutora
Hulda Silva Cedro da Costa.

GOIÂNIA
2018
3

ORIENTADO (A): FRANCIELLY MIRANDA DA SILVA

DELAÇÃO PREMIADA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AO


CRIME ORGANIZADO NO BRASIL

Data da Defesa: ____ de __________ de 2018

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Orientadora: Profª. Doutora Hulda Silva Cedro da Costa Nota

___________________________________________________________________

Examinador Convidado Nota

___________________________________________________________________

Examinador Convidado Nota


4

DEDICATORIA

Dedico este trabalho, a minha família e a


meu esposo pelo carinho, apoio e
compreensão e a minha orientadora que
diretamente contribuiu para que pudesse
concluir esse trabalho.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sua misericórdia


infinita, por me abençoar e proteger todos
os dias da minha vida e por não deixar
que eu desistisse dos meus sonhos,
agradeço a minha família pelo apoio e
amor incondicional e principalmente ao
meu esposo por todo apoio.
Agradeço aos meus amigos (as) pela
força prestada durante a elaboração deste
trabalho.
Para finalizar, agradeço a todos meus
professores da Faculdade Cambury, por
toda sabedoria e experiência
compartilhada. Em especial, a minha
Orientadora Doutora Hulda Silva Cedro da
Costa.
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LISTA DE ABREVIATURAS

CF – Constituição Federal
ART – Artigo
INC – Inciso
CPP – Código de Processo Penal
LEP - Lei de Execução Penal
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SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................8

ABSTRACT..................................................................................................................8

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 9

1 O INSTITUTO DA DELAÇÃO PREMIADA..............................................................9


1.1 HISTÓRICO...........................................................................................................9
1.2 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA.................................................................11
1.3 VALOR PROBATÓRIO........................................................................................12

2 PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS ACERCA DA DELAÇÃO PREMIADA...........13


2.1 DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.............................................................13
2.2 DO DIREITO A NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO E O DIREITO DE SILÊNCIO........13
2.3 DA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO...............................................................14

3 CRIMES ORGANIZADOS LEI 12.850/2013..........................................................15


3.1 BREVE CONCEITO DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS.................................15
3.2 CORRELAÇÃO ENTRE COLABORAÇÃO E DELAÇÃO....................................16
3.3 APLICAÇÃO DA COLABORAÇÃO PREMIADA NO COMBATE AO CRIME
ORGANIZADO...........................................................................................................16
3.4 OPERAÇÃO “LAVA JATO” E A COLABORAÇÃO PREMIADA...........................22

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................23
REFERÊNCIAS.........................................................................................................25
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DELAÇÃO PREMIADA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AO CRIME


ORGANIZADO NO BRASIL

Francielly Miranda da Silva

RESUMO: O presente estudo pretendeu examinar a aplicação do instituto da Delação premiada em


face da sua constitucionalidade acerca dos crimes organizados e a sua aplicabilidade no combate a
essas organizações. O objetivo desse trabalho é questionar a legitimidade mediante a relação ética e
penal no uso desse artifício e da necessidade de utilizar um suspeito para incriminar todo um grupo.
O método usado é o dedutivo. Especificamente o trabalho versa sobre o histórico e definição do
conceito de delação premiada assim como o seu valor probatório, em seguida é apresentado
princípios constitucionais sendo eles a dignidade da pessoa humana, o direito da não
autoincriminação e do silencio e o direito ao contraditório indagando se são considerados. Concluindo
é apontada na lei 12.850/2013 como a colaboração premiada é utilizada e apontado na operação

“Lava Jato” resultados tragos por esse instituto.

Palavras-chave: Delação premiada. Colaboração Premiada. Organização Criminosa.

ABSTRACT: The purpose of this study was to examine the application of the awarding institution in
the face of its constitutionality about organized crime and its applicability in the fight against these
organizations. The purpose of this paper is to question legitimacy through ethical and penal
relationship in the use of this artifice and the need to use a suspect to incriminate an entire group. The
method used is deductive. Specifically, the work deals with the history and definition of the concept of
awarding as well as its probative value, then constitutional principles are presented, being they the
dignity of the human person, the right of non-self-incrimination and silence, and the right to the
adversary inquiring are considered. Concluding is pointed out in the law 12.850/2013 as the award-
winning collaboration is used and pointed out in the operation "Lava Jato" results brought by this
institute.

Keywords: Award winning treatment. Award Winning Collaboration. Criminal Organization.


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INTRODUÇÃO

Diante do impacto gerado pelas organizações criminosas no cotidiano da


sociedade, sendo na economia ou nas relações sociais, é considerada uma ameaça
a segurança e até mesmo a democracia, perante isso são buscadas formas de
combater a expansão da criminalidade, formas mais eficazes como a delação
premiada ou colaboração premiada.

O instituto da delação premiada é uma técnica de investigação que oferta


benefícios em troca de colaboração. Geralmente esta é utilizada pelo Estado para
combater a criminalidade de grupos organizados. O acusado que colaborar com a
justiça entregando os seus aliados em praticas delituosas, como forma de incentivá-
lo para que esse possa colaborar com a justiça prestando esclarecimentos e dando
informações que são úteis para desvendar condutas delituosas, abrandando penas a
infratores que trouxerem outros infratores para serem punidos. Tais benefícios
variam de redução de pena até perdão judicial, conforme o tipo do crime praticado.

Com esse propósito de origem, o presente artigo tem como assunto


jurídico o desenvolvimento da análise da delação premiada como instituto no
combate ao crime organizado, posto que se converge quer na área do Direito Penal,
quer no campo do Direito Processual Penal, demonstrando que a delação é um meio
eficaz á coibição de tal crime, como também na celeridade dos processos já que
busca reduzir a complexidade de crimes de difícil investigação pela falta de provas.

Com o surgimento da operação Lava Jato, desenvolvida pela Polícia no


Estado do Paraná, envolvendo desvios financeiros de grande montante da estatal
Petrobrás, o instituto da delação premiada ganhou destaque no fluir dessa no
desdobramento dessa ação criminal.

1 O INSTITUTO DA DELAÇÃO PREMIADA

1.1 HISTÓRICO

Desde os tempos antigos, a História vem apresentando várias ocorrências


de traições entre os homens, como no cristianismo quando Judas Iscariotes vendeu
Jesus Cristo por 30 moedas de pratas aos Romanos (evangelho de Mateus e Lucas)
evidenciando a delação em troca de benefícios.
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Assim podemos constatar que sua história não é tão recente, um exemplo
é o sistema anglo-saxão, onde se deu origem à expressão “crownwitness”, também
conhecida como “Testemunha da Coroa”, eles conseguiam imunidade em troca de
seu testemunho. Este método foi utilizado nos Estados Unidos, no combate ao crime
organizado, e amparado pela Itália que obteve grandes resultados contra a máfia.
(LIMA, 2011, p.1104)

Perante a forte sistematização dos crimes praticados em concurso de


pessoas esse instituto precisou se desenvolver para suprir a ineficiência do Estado
em desarticular organizações criminosas.

É no Direito Norte-Americano que a delação premiada se aprimorou,


sobretudo no combate a máfia. Através de uma transação penal, estabelecida entre
Procuradores Federais e suspeitos, era oferecida a promessa de impunidade se
confessassem suas condutas e se dessem informações suficientes para desmontar
as organizações criminosas, prender e condenar os outros participantes, e, como
retribuição, tinham a “promessa de impunidade, a mitigação da pena ou a exclusão
do processo”, já que era completamente aceitável pela legislação americana. Com
isso, dava-se ao delator confitente uma regalia pelo seu ato de traição. (LIMA, 2011,
p. 1104-1105)

O advento da delação premiada no Direito Brasileiro tem seus primeiros


registros Idade Média preliminarmente nas Ordenações Filipinas, em que era
concedido aos criminosos o perdão, se colaborassem com a prisão de outros
infratores.

A origem da delação premiada no Direito brasileiro remonta às Ordenações


Filipinas, compilação jurídica que resultou da reforma do Código Manuelino,
como consequência do domínio castelhano (o rei da Espanha era rei de
Portugal), permanecendo vigente mesmo após a queda da Dinastia Filipina,
com a ascensão de Dom João IV como rei de Portugal.(CRUZ, 2017)

Nesse período, destacou-se um movimento clássico da história e política


do Brasil, conhecido como Inconfidência Mineira. Joaquim José da Silva Xavier mais
popular como Tiradentes foi enforcado após seu companheiro de luta Joaquim
Silvério dos Reis descobrir seus planos e, o delatar para o rei de Portugal, afim de
que perdoasse sua dívida. (MOSSIN, 2016)
11

O período do Regime Militar também trouxe marcas da colaboração


premiada, já que era usado como método para descobrir quem não concordava com
o governo e assim ser considerado criminoso. (MOSSIN, 2016)

A partir desses acontecimentos, mesmo reprovada por boa parte dos


legisladores e doutrinadores pela sua incontestável carga ética, moral e religiosa, a
delação premiada retorna no ordenamento jurídico, através da Lei dos Crimes
Hediondos (nº 8.072/90), desenvolvendo-se no decurso de anos com outras leis.

1.2 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA

Delatar significa denunciar alguém, no dicionário jurídico temos a sua


definição nos seguintes termos:

Denunciar alguém como autor de uma infração quando o denunciante é


pessoa não incumbida de participar da repressão penal, nem é
legitimamente interessada na acusação, e procura algum proveito
indefensável.Tem, portanto, sentido pejorativo: “Alcaguetar”. (PIRAGIBE e
MALTA, 1988, p.273)

Delatar traz como significado no dicionário online português os verbos


denunciar, revelar ou acusar e “Premiada” em razão do legislador propiciar
benefícios ao delator de redução penal chegando até mesmo no perdão judicial.

Nesse sentido, Nucci destaca o conceito de delação premiada:

“Quando se realiza o interrogatório de um correu e este, além de admitir a


prática do fato criminoso do qual está sendo acusado, vai além e envolve
outra pessoa, atribuindo-lhe algum tipo de conduta criminosa, referente à
mesma imputação, ocorre à delação.[...] além de atribuir a outrem a prática
do crime, também confesse a autoria. Se negar, imputando-a a terceiro, não
se trata de delação, mais de mero testemunho” (NUCCI, 2011, p.151)

Vejamos que alem da admissão de culpa, o delator também imputa aos


terceiros suas condutas criminosas, com isso esse instituto se diferencia de um
mero testemunho.

Renato Brasileiro de Lima também conceitua:

A possibilidade concedida ao participante e/ou coautor de ato criminoso de


não ser processado, de ter sua pena reduzida, substituída por restritiva de
direitos, ou até mesmo extinta, mediante a denúncia de seus comparsas às
autoridades, permitindo, a depender da conduta delituosa, o
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desmantelamento do bando ou quadrilha, a descoberta de toda a trama


delituosa, a localização do produto do crime, ou, ainda, a facilitação da
libertação do sequestrado. (Lima, 2011, p. 1105)

A delação premiada constitui em o acusado assumir a participação e


conceder as autoridades elementos para o desmantelamento do grupo e
informações capazes de auxiliar a resolução do crime.

Esse instituto vem como uma ferramenta do Estado para estimular a


verdade processual, além de diminuir custos, tornando-se de alto valor na
investigação, já que o delator presenciou os fatos pode trazer com mais riqueza
detalhes desde o planejamento até os atos praticados, pretendendo assim a
contenção de determinados tipos de crimes.

Concernente à natureza jurídica do regulamento da delação premiada


para doutrinadores e jurisprudências, no que toca o Direito Processual Penal,
prevalece como meio de obtenção de prova, já que auxilia na obtenção de fontes
materiais de prova, mais, só adquire valor probatório quando o delator confessa sua
participação e imputa a alguém a atividade ilícita.

Em relação ao Direito Penal, a legislação dispõe sobre vários dispositivos


legais que versão acerca da delação premiada. “[...] a delação premiada ora
funciona como causa extintiva da punibilidade, causa de diminuição de pena, ora
como causa de fixação do regime inicial aberto ou de substituição da pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos”. (LIMA, 2011 p.1115)

Afinal, através da colaboração o acusado presta auxilio para a obtenção


de provas, sendo esse um meio legal para essa obtenção. Sendo inaceitável aquela
feita por meio de coação ou outro meio que não seja a voluntária.

1.3 VALOR PROBATÓRIO

Para ter valor probatório na interrogação, à necessidade de alguns


requisitos: o investigado ou acusado além de assumir a autoria da infração penal,
precisa denunciar seus comparsas as autoridades. Se negar, imputando somente a
terceiro, passa a ser um simples testemunho.
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Desta forma, não se considera a delação como confissão strictu sensu,


sendo que para sua configuração o fato é dirigido a quem depõe.

Há de se considerar que a delação não é prova absoluta. Referente ao


meio de obtenção de prova pela delação e a apreensão como meio efetivo de prova,
Renato Brasileiro de Lima traz como exemplo:

Se o acusado resolve colaborar com as investigações em um crime de


lavagem de capitais, contribuindo para a localização dos bens, direitos os
valores objeto do crime, e se essas informações efetivamente levam à
apreensão de tais bens, a delação terá funcionado como meio de obtenção
de prova, e a apreensão como meio de prova”.(LIMA,2011,p.1115)

A delação em primeiro momento será apenas um instrumento de


investigação da verdade processual, devendo ser confrontada com as provas
colhidas posteriormente.

Conforme previsto no art. 4º, §6: “Nenhuma sentença condenatória será


proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”. Assim,
apenas a delação, isoladamente, sem outros meios de prova, não é suficiente para
amparar uma sentença condenatória,

2 PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS A CERCA DA DELAÇÃO PREMIADA

2.1 A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Levando em consideração a carga ética e moral que a delação traz, abre uma
indagação sobre a dignidade da pessoa humana, pois a uma valorização na traição,
e um peso na troca, nos benefícios, levando o delator a ser apenas um meio de
conseguir provas.

Olhando por outro lado, podemos apontar como sendo uma forma de
arrependimento do agente que praticou a má ação, e assim querer reparar os danos
cometidos, nesse caso o beneficio previsto na legislação não seria o principal e sim
um bônus.

Tratando-se de arrependimento ou de apenas interesse em beneficio próprio, não


podemos negar que esse instituto auxilia o Estado no esclarecimento dos fatos.
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2.2 DO DIREITO A NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO E O DIREITO DE SILÊNCIO

O principio da imunidade à autoacusação (nemotenetur se detegere),


assegura que ninguém, em destaque o suposto autor de crime (suspeito) é obrigado
a produzir prova em desfavor de si próprio. Sendo esse principio ligado ao direito de
silencio conforme apresentado no art. 5º, LV da CF: "o preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;".

Sendo de conhecimento do Estado a possibilidade da utilização do


conduzido de documentos falsos para tentar fraudar a verdade, esse principio
passou a ser aplicado com limites, e nesse caso não se aplica o principio
nemotenetur se detegere.

Contudo, por meio dos benefícios legais concedidos ao colaborador,


servem como incentivo para a delação, levando a uma autoincriminação. É
importante salientar que temos tipificado no processo penal a confissão, que é
atenuante de pena, onde o acusado voluntariamente decide confessar, mais apenas
vale como prova ilícita se for advertido sobre o seu direito de silencio.

Sendo importante destacar que a escolha de colaborar em elucidar o


delito com informações é voluntaria, não impositiva, assim é uma escolha ajudar os
órgãos investigatórios do Estado, por meio de recompensa sendo ela a redução da
pena ou até mesmo o perdão judicial.

2.3 DA GARANTIA AO CONTRADITORIO

Esse principio expressa que toda alegação ou apresentação de prova,


realizada no processo por uma das partes, tem como direito de se manifestar o
oponente. Com tal afirmação podemos destacar que dois aspectos importantes: a
informação e a reação.

O foco fundamental desse principio é a garantia das partes em examinar


de forma igual os atos praticados no decorrer do processo. Desta forma, tanto a
acusação como a defesa são dotadas dos mesmos poderes, podendo se contrapor
em qualquer procedimento realizado.
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Entretanto no momento da produção do acordo de delação, percebe-se


que é um meio de prova anômala e irregular, pois infringe o principio do
contraditório, já que apenas a acusação tem alcance ao acordo, pois, nesse inicio é
sigiloso e não público assim, o delatado não tem a possibilidade de apresentar sua
devesa no momento da produção de prova.

Depois do acordo já homologado os participes ou coautores delatados,


para a delação não ser considerada como um mero elemento informativo e sim
como valor de prova, tem que se considerar o contraditório e a ampla defesa, desse
modo assegurando a participação das partes.

3 CRIMES ORGANIZADOS LEI 12.850/2013

3.1 BREVE CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

A organização criminosa veio a princípio abordada na Lei 9.0340/1995.


Entretanto tal lei não expressou com clareza quando se caracterizava o crime de
formação de organização criminosa. Para Guilherme de Souza Nucci, que ao fazer
considerações acerca de tal Lei, expôs:

Organização criminosa: neste cenário deveria concentrar-se o real enfoque


desta lei, inclusive deixando bem claro, em norma penal explicativa, o que
vem a ser organização criminosa. Não há definição e alem disso, incluíram-
se a quadrilha ou bando e também qualquer tipo de associação criminosa.
Esta lei representa outra construção casuística, sem respeito ao principio da
taxatividade. (NUCCI, 2011, p. 250)

Após a lei que dispunha sobre a utilização de ações por organização


criminosas vieram outros conjuntos normativos para definir tal ação, mais apenas
com a Lei 12.850 de 2 de agosto de 2013, o legislador trouxe a caracterização do
crime e cominou pena.

Com a publicação da Lei do crime organizado (Lei 12.850 de 2 de agosto


de 2013), veio definido no seu art. 1º parágrafo 1º o conceito com sendo a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas com uma estrutura ordenada e as tarefas
definidas de cada um dos membros, “ainda que informalmente, com objetivo de
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza”, por meio da pratica
de “infrações penais, cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos, ou que
sejam de caráter transicional”.
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Podemos constatar que de acordo com a lei, exige-se a participação de


no mínimo 4 (quatro) pessoas. Sendo também por meio da pratica de “infrações
penais”, ou seja, ações tipificadas pela legislação como ilícita onde o agente a
pratica com dolo ou, pelo menos culpa se na lei previr essa possibilidade.

3.2 CORRELAÇÃO ENTRE COLABORAÇÃO PREMIADA E DELAÇÃO


PREMIADA

Na seção I da lei 12.850/13 traz como titulo “Da Colaboração Premiada”,


o legislador preferiu usar esse temos ao invés de “delação premiada”, talvez seja
uma forma de suavizar a conduta de “entregar” o comparsa do agente, posto que
delação já seja bem conhecida e bastante carregada.

Contudo, “colaboração” e “delação” em um sentido jurídico possuem o


mesmo resultado: premiar o agente que entregou os outros participes ou coautores
da infração penal

3.3 APLICAÇÃO DA COLABORAÇÃO PREMIADA NO COMBATE AO CRIME


ORGANIZADADO

Analisando o art. 4º, caput, traz a expressão “o juiz poderá”, tornando


facultativo para o aplicador da norma, conceder ou não conceder o “perdão
judicial”,ou também tendo a possibilidade de “reduzir em até 2/3 (dois terços) da
pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direito”. As partes
também poderão requerer, sendo elas: o advogado, o acusado e o Ministério Publico
(conforme art. 257, inc. II CPP).

Dessa forma o juiz poderá conceder de ofício, sem que tenha provocação,
já que possui a liberdade para a aplicação da norma penal.

Temos como uma das consequências da delação premiada a obtenção


do chamado “perdão judicial”, que significa que o Estado desiste do direito de punir,
levando a causa extinção de punibilidade do autor delito. Seguindo por esse
pensamento, o prêmio é altamente benéfico ao delator em termos legais:

O reconhecimento do perdão judicial pressupõe que o juiz condene o


acusado. Ora, se ele for absolvido não se cogita desse tipo de perdão. Não
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se perdoa quem é inocente.” Diante disso, sempre ouve discussão sobre o


efeito secundário da prestação jurisdicional condenatória, cujo termino se
deu por meio da Súmula 18 do Superior Tribunal de Justiça, verbis:” A
sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção de
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.” Indo além, insta
ressaltar ainda que, por expressa disposição normativa, “a sentença que
conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.”
Enfim , declaro o perdão judicial, não resta nocampo penal nenhuma
consequência primária ou secundária que é própria da sentença
condenatória, não servindo, inclusive, como titulo executório no juízo
cívelpara efeito de reparação do dano. Entretanto, essa decisão não faz
coisa julgada no campo cível, o que autoriza o ofendido a entrar com ação
objetivando a reparação do dano moral ou material. (MOSSIN, 2016 p.520)

Por outro lado, de maneira mais suave, poderá facultar ao delator, a


redução de sua pena, que é a privativa de liberdade, chegando até 2/3 (dois terços)
(Lei 12.850/2013, art. 4º). Desta forma á possibilidade de ser inferior a esse valor.

A previsão legal como exposta anteriormente poderá ser de até 2/3 (dois
terços), porem não estabelece parâmetros que servirão de base para o magistrado
estabelecer a quantidade da redução para o caso concreto. Diante disso Mossin
aponta:

Diante da omissão legislativa e da necessidade de se ter um controle


melhor sobre a aplicação de causa a diminuição da pena, o melhor critério
que deve ser levado em consideração pelo órgão aplicador da norma é o
nível de colaboração emprestado pelo delator, a efetividade de sua ajuda,
mesmo porque é exatamente ela que se constitui o suporte, a causa
determinante da premiação legislativa. (MOSSIN, 2016, p.158)

Mesmo o Poder Judiciário possuindo em seu critério o direito de


estabelecer qual parâmetro usar para a aplicação da pena, devera ser
fundamentada, sob pena de nulidade (art. 93, IX, CF), assim como toda decisão
proferida.

Logo, o parâmetro a ser usado pelo legislador para determinar a eficiência


da colaboração feita pelo agente, deve ser a quantidade dos resultados alcançados
com a contribuição do delator. Consequentemente se forem conseguidos todos os
resultados, a condenação pode ser reduzida em seu grau máximo.

Portanto, pela interpretação lógica, o premio do colaborador será fixado


dependendo do efetivo resultado da delação. Também devem ser considerados os
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aspectos da personalidade do delator, quais foram às consequências do crime,


quais os motivos para cometer o delito, a repercussão social e a gravidade.

O valor da pena pode ser dosado também nas situações jurídicas, em que
tem mais de um efeito, somando então, a quantidade de tais resultados. É o que
vemos no art. 4º, incisos de um a cinco, são situações como: identificar os outros
coautores e participes informando as infrações penais cometidas por cada um;
indicar como era a divisão de tarefas e a hierarquia da estrutura; prevenir possíveis
infrações penais que podem decorrer das atividades por eles praticadas; dar
informações para reaver mesmo que seja parcialmente os produtos ou os resultados
adquiridos pela infração penal e se houver vítima, dar informações suficientes para a
localização, devendo ela estar com sua integridade física preservada.

Para a obtenção do beneficio é fundamental que a colaboração tenha sido


efetiva e voluntariamente para com o processo criminal.

Em primeiro ponto, a colaboração deve ser de forma efetiva, de acordo


com o vocabular, efetivo tem como sinônimo o que é real, verdadeiro e legitimo. Por
estar intimamente vinculada com o resultado, a cooperação do acusado ou indiciado
deverá produzir resultados concretos.

É pressuposto de acordo com o parágrafo 2º do art. 4º da Lei em questão,


que para provocar o jurisdicionado, a colaboração prestada deve ser relevante e se
torna relevante se obter algum dos resultados alinhados nos incisos I até o V, do art.
4ª, caput. Logo, devera demonstrar elementos sólidos e sérios, habilitados a
conduzir a conclusão. Demonstrada essa importância, o requerimento ou a
representação poderá ser apresentado ao juiz competente em “qualquer tempo”.

No que tange a representação, o Ministério Publico deverá ser ouvido a


respeito, atuando nessa situação como “fiscal da lei” (artigo 257, II, CPP).

Sobre o assunto, Guilherme de Souza Nucci discorre:

Hipótese peculiar é a concessão de perdão judicial, jugando-se extinta a


punibilidade do delator. Se essa media foi tomada durante a investigação,
nada há de apreciar, nesse sentido, na sentença condenatória. Se o acordo
emergiu durante o processo, será na sentença o momento de aplicar o
perdão.(NUCCI, 2013, p.61)
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Considera-se conforme Nucci que a concessão do perdão judicial pode vir


em qualquer fase do processo já que o legislador não define quando o magistrado
devera apreciar o pedido de concessão do perdão judicial, e se foi elaborado no
decorrer do procedimento. Nessa situação, o Ministério Público pode dar a solução
antes mesmo da prolação da sentença.

No que tange a suspensão do processo o parágrafo 3º transcreve que:


“poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que
sejam cumpridas as medidas da colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo
prescricional”. Essa suspensão somente se refere ao delator, não devendo abranger
os outros coautores e\ou participes..

O legislador em seu parágrafo 4º facultou ao Ministério Público “deixar de


oferecer denuncia” se caso o delator, “não for o líder da organização criminosa” e se
“for o primeiro a prestar a efetiva colaboração”.

Se a colaboração for efetiva e voluntária e que com ela advenha os


resultados listados no art.4º, incisos I até V, em juízo poderá deixar de denunciar o
delator, assim, propiciando uma valoração muito grande ao criminoso da
organização criminosa que colaborar. Vejamos o que aduz Roberto Delmanto a esse
respeito:

Antes dessa lei, a delação premiada dependia, sempre, da palavra final do


juiz ao sentenciar o processo. Agora, se houver a delação premiada, na fase
de investigações, o próprio Promotor de Justiça ou o Procurador da
República poderá deixar de oferecer denúncia do delator. O juiz não tem ais
à última palavra. (DELMANTO, 2014, p. 1033)

Com isso, vem o questionamento em relação ao interesse da Justiça e


também da própria sociedade, já que o que tem sido pronunciado a possibilidade de
ser concedida a diminuição de pena até mesmo o perdão judicial em caso de
condenação, e também permitir que não seja objeto de ação penal. Apenas poderá
ser concedido esse ultimo beneficio se o delator não liderar a organização criminosa.
Caso seja o comandante, poderá receber como premio o decréscimo da pena.

Será oferecida essa benesse, conforme parágrafo 4º, ao primeiro membro


da organização que prestar a colaboração. Se outros integrantes escolherem pela
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colaboração, somente poderá ser conferido a eles os mesmos benefícios ao


comandante.

Nota-se que no parágrafo anterior exposto, a delação poderia ser feita no


Inquérito Policial e de procedimento criminal, antes da sentença, com o parágrafo 5º
permiti-se a colaboração posterior à sentença.

O premio consiste na redução da pena em “até metade”,ou a “progressão


do regime” mesmo “que ausentes os requisitos objetivos”. Os requisitos objetivos
mencionados são referentes ao cumprimento da pena para poder passar de um
regime mais rigoroso para um mais leve (art, e 110 SS da LEP). Resumindo,
independente do tempo que cumpriu a pena, automaticamente passara de eu
regime mais gravoso para um mais ameno, como por exemplo, o fechado para o
semiaberto; do semiaberto para o aberto e assim continuamente.

Referente às negociações, fica bem claro que é proibido ao magistrado se


envolver no procedimento levado a efeito para a formalização da colaboração
premiada, conforme parágrafo 6º: “O juiz não participará das negociações entre as
partes para a formalização do acordo de colaboração [...]”. Essa proibição expressa
veio com o intuito de evitar a interferência de um integrante do Poder Judiciário, já
que esse deve ficar distante, pois o juiz tem como dever distribuir o direito, o que
exige manter equidistante do interesse das partes da lide.

Após as negociações feitas entre o delator à autoridade policial ou o


membro do Ministério Público, o termo será remetido ao juiz competente, às
declarações prestadas pelo colaborador e a cópia de tudo o que foi coletado em
nível de investigação.

Com a posse dos instrumentos, cumpre ao juiz “verificar sua regularidade,


legalidade e voluntariedade”. No âmbito do dever de cautela do juiz por duvidas
quanto à falta de liberdade do colaborador, sobre o ato por ele praticado, poderá o
juiz de forma sigilosa ouvir o delator, porém, deverá ser “na presença de seu
defensor”.

Entretanto em seu parágrafo 8º, o legislador manifesta que o juiz não ira
ratificar a proposta que não atender aos requisitos legais, os que se encontram
21

inseridos no artigo 4º da lei, ou poderá no caso concreto adequá-lo, ou seja, ajustá-


los aos mandamentos legais de regência.

Tendo em vista a busca da verdade real, não somente na fase de


instrução criminal mais também na investigação criminal, a Polícia Judiciária e o
Ministério Público podem ouvir o delator novamente. Sendo possível o delator ter
novos dados de prova para fornecer. Levando em consideração que quanto mais
dados existirem mais segura será a acusação.

Referente a essa possibilidade o legislador em seu parágrafo 9º deixa


bem claro que a oitiva que está sendo alvo de atenção deverá ser feita “sempre
acompanhado de seu defensor”. Se nessa hipótese o colaborador não tiver
advogado constituído, ele será nomeado “defensor dativo”.

Ah possibilidade de retratação entres as partes, mais, essa retratação só


diz respeito ao órgão do Ministério Público a ao colaborador. Sobre tal assunto,
Roberto Delmanto sustenta que “Se de um lado esse dispositivo permite que o
delator se retrate, ele, ao mesmo tempo, abre a possibilidade de o Ministério Publico
igualmente se retratar do acordo já homologado, gerando insegurança jurídica para
o delator”.

Já que se tratando de questão voluntaria sem consequência de ordem


imediata, pode existir o arrependimento referente à sua realização.

Nesta ordem, as provas que foram produzidas pela colaboração não mais
poderão ser usadas, exceto em casos que se mostre compatível e harmônica com
os demais elementos de prova. O juiz considerando o princípio do livre
convencimento, não considera unicamente os termos da confissão (colaboração)
retratada, mais em todas as provas obtidas.

É indiscutível que, não se pode declarar a colaboração (confissão e


entrega dos outros comparsas) sem outros meios de provas como toda verídica,
sendo muitas vezes feita com o intuito exclusivo de beneficio próprio, visto que o
interesse principal não é colaborar com a justiça, mas conseguir algum benefício
ofertado pelo legislador.
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A sentença descrita no parágrafo 11º deve ser de nível condenatório,


sendo que “A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia”,
logo, quando esta terminando o procedimento em primeiro grau de jurisdição, que se
prolata a sentença.

É nesse momento procedimental que o magistrado, de forma


fundamentada, averiguara se deve conceder ou não o beneficio prometido, ou seja,
se o acordo terá eficiência.

3.4 OPERAÇÃO “LAVA JATO” E A COLABOAÇÃO PREMIADA

A rigor não se deve analisar qualquer situação ou fato jurídico de maneira


isolada ou particular. Entretanto, muitas vezes no interesse do próprio direito, é
recomendável para servir de paradigma para analisar o instituto da colaboração
premiada ou delação premiada de uma forma mais ampla, assim vamos analisar a
tão conhecida e vinculada operação “Lava Jato”.

O nome Lava Jato era uma dessas frentes iniciais e fazia referência a uma
rede de postos de combustíveis e lava a jato de veículos, em Brasília, usada
para movimentação de dinheiro ilícito de uma das organizações
investigadas inicialmente. Desde então, a operação descobriu a existência
de um vasto esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de
vários partidos e algumas das maiores empresas públicas e privadas do
país, principalmente empreiteiras.( ARTEFOLHA, 2017)

É fonte das maiores investigações sobre corrupção a nível nacional, que


resultou em descobrir um grande esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo
políticos e executivos de empreiteiras, que tinham contratos com a Estatal, com
valores superfaturados para possibilitar o desvio de dinheiro para beneficiar de
funcionários públicos a partidos políticos.

O esquema funcionava a partir da cobrança de propina para facilitar as


negociações das empreiteiras com a Petrobras e a aquisição de licitações
para a construção das grandes obras publicas. Os contratos entre as
empreiteiras e demais empresas que faziam parte do acordo eram
superfaturados para facilitar o desvio de dinheiro publico, que era recebido
pelos doleiros e outros operadores responsáveis por repassá-lo a políticos e
funcionários envolvidos no sistema.( OLIMPIA, 2018)

O que foi apontado tem como finalidade deixar exposto que havia uma
organização criminosa bem definida, inclusive com plano de divisão de tarefas com
a finalidade de prática de vários delitos.
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O que chama atenção, servindo de motivo e móvel para essas


considerações particulares, é o grande numero de delações ou colaborações
premiadas que surgem ao fluir das investigações os policiais mesmo sabendo pelo
histórico que essa benesse legal sempre foi utilizada com moderação, se abriu uma
exceção facilmente no campo imenso da Lava Jato.

Dados de dezembro de 2016, relativos aos resultados obtidos na primeira


instância (13ª Vara Criminal da Justiça Federal do Estado do Paraná), já
davam uma dimensão do alcance da medida. Naquele momento, já haviam
sido firmados 71 acordos de colaboração com pessoas físicas. Somados
aos valores obtidos mediante acordos com pessoas jurídicas, R$10,1
bilhões haviam disso recuperados em decorrência das colaborações
premiadas. Enquanto no Supremo Tribunal Federal foram homologados 41
outros acordos de colaboração premiada. No total, 307 pessoas já haviam
sido denunciadas criminalmente. (SIMÃO, 2017, p.156)

Em determinadas situações, deixam um ar de impunidade com as


determinadas vantagens conferidas a doleiros, dando a entender que o mais
importante, o indispensável é a obtenção dos nomes que se encontram na linha de
propina e assim a possível recuperação dos valores desviados.

Nessa ordem se não houvesse o acordo de colaboração premiada


pactuada entre o Ministério Público Federal e a Polícia Federal por se tratar de uma
vasta organização, o evento Lava Jato não teria alcançado tal sucesso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todos os pontos que foram abordados ao longo deste artigo, o


intuito foi analisar levemente o amplo campo da delação premiada e sua
aplicabilidade nos crimes organizados através da Lei 12.850/2013. Passando de seu
histórico onde encontramos a utilização desse instituto a séculos atrás.

Levando em consideração que o instituto da delação premiada é uma


prova anômala e irregular acerca do principio constitucional do direito ao
contraditório, foi destacado também sua vulnerabilidade em face dos princípios da
não autoincriminação e da dignidade da pessoa humana.

O Ministério Público Federal tem conseguido empregar com sucesso a


delação premiada ao fazer acordos, demonstrando assim o quanto tal instrumento
pode contribuir para o aprofundamento da investigação em casos complexos.
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Mesmo em um ambiente de insegurança jurídica, em que o Estado


demonstra sua fragilidade na desarticulação de crimes de maior complexidade, a
Operação Lava Jato provou ser possível o uso efetivo de tal ferramenta em prol do
combate aos crimes organizados.
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REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição(1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasilia, Senado, 1988

BRASIL, Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília:


Congresso Nacional, 1940.

BRASIL, Lei nº 3.689 de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.


Brasília: Congresso Nacional, 1941

BRASIL, Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal.


Brasília, Casa Civil. 1984

BRASIL, Lei nº 12.850 de 2 de agosto de 2013. Define organização criminosa e


dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações
penais correlatas e o procedimento criminal. Brasília: Congresso Nacional, 2013.

CRUZ, André Gonzalez. Delação premiada é mal necessário que deve ser
restrito. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2006-out-30/delacao_premiada_mal_necessario_restrito>
. Acesso em: 22 mai. 2017

DELMANTO, Roberto; DELMANDO JUNIOR, Roberto; DELMANTO, Fabio M. de


Almeira (Orgs.). Leis penais especiais comentadas, 2ed. São Paulo, Saraiva,
2014.

Dicionário Online de Português. Disponível em:<https://www.dicio.com.br> . Acesso


em: 27 set. 2017.

LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume 1.Niterói: Impetus,
2011.

MOSSIN, Heráclito Antonio e Júlio César O. G. Mossin. Delação Premiada:


Aspectos Jurídicos. 2ª Ed. Editora Distribuidora JHMIZUNO, 2016.

NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas.


3ªed. São Paulo, revista dos tribunais, 2013.

NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no Processo Penal. 2ª Ed. Revista,


atualizada e ampliada com a obra O valor da confissão como meio de prova no
processo penal: Editora Revista dos Tribunais, 2011.

PIRAGIBE, Cristóvão e MALTA, Tostes. Dicionário jurídico. 6. ed. Rio de Janeiro:


Edições Trabalhistas S/A. 1988.
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SILVA, Thamires Olimpia. "Operação Lava Jato"; Brasil Escola. Disponível em


<https://brasilescola.uol.com.br/brasil/operacao-lava-jato.htm>. Acesso em 08 de
abril de 2018.

SIMÃO, Valdir Moyses. O acordo de leniência na lei anticorrupção: histórico,


desafios e perspectivas. São Paulo: Trevisan Editora, 2017

ARTE FOLHA UOL. Operação Lava Jato. Disponível em :


http://arte.folha.uol.com.br/poder/operacao-lava-jato/#capitulo1 Acesso em: 15 abril
2018.

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