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CÓDIGO:
230612326275
DIEGO DEGRAZIA
LIS RIBAS
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Conceito e Classificação dos Tributos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1. Direito Tributário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1. Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2. Fontes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2. Atividade Financeira do Estado e as Receitas Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3. Tributo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1. Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2. Natureza Jurídica do Tributo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3. Classificação dos Tributos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4. Jurisprudência Selecionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5. Doutrina Selecionada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
APRESENTAÇÃO
PROFESSOR DIEGO DEGRAZIA
Antes de iniciarmos os comentários sobre o nosso curso, gostaríamos de fazer uma
breve apresentação pessoal.
Como você já deve ter notado – pois estamos escrevendo tudo aqui na primeira pessoa
do plural –, seremos dois a ministrar o curso.
Vou, na 1ª pessoa, explicar isso melhor e já aproveitar para fazer a minha apresentação:
meu nome é Diego Degrazia da Silveira e sou Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio
Grande do Sul.
Antes disso, fui Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda e trabalhei
no Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário – SECAT, na Delegacia da Receita
Federal de Porto Alegre.
Muito antes, mas muito antes mesmo de tudo isso, fui de tudo um pouco: de jornaleiro a dono
de boteco. Verdade, galera. Até planos de saúde e enciclopédias eu vendi de porta em porta...
Quando decidi estudar para concursos, lá em 2005, eu tinha um pequeno restaurante
em Porto Alegre que me dava um trabalho hercúleo e uma remuneração espartana.
Essa decisão – de voltar a ser estudante –, como você pode imaginar, revolucionou a
minha forma de viver. Entretanto, me ensinou diversas coisas muito legais e importantes.
Foram quatro anos de plena dedicação que passei estudando para atingir a aprovação.
Imagine: sem grana para passagem, comendo miojo com salsicha direto e copiando das
livrarias - em cadernos usados - os conceitos da doutrina... sinistríssimo!!!
Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, tudo isso me trouxe muita coisa boa
e muito crescimento.
Posso dizer de carteirinha: foi a MELHOR decisão que eu tomei na minha vida. Estudar
para concursos me tornou um ser humano MUITO melhor em todos os sentidos. Verdade.
A coisa mais importante que a JORNADA me ensinou foi entender que, se a gente se
DEDICAR, PERSISTIR e TIVER FÉ, qualquer um consegue tudo, mas tudo mesmo, até aquela
quase inatingível aprovação em um concurso de altíssimo nível.
Eu sei que posso estar soando um pouco como um escritor de autoajuda misturado
com um stand up comedy man, mas eu tinha que falar isso para você.
É que isso é uma constante em todos os papos que eu tenho com a galera que aprova
em concursos de alto nível: todos eles, de uma forma ou de outra, passaram por essas três
fases, a da dedicação, a da persistência e a da fé. Todos.
Sério. Neste caminho, eu aprendi que, quando a gente quer realizar algo de muito bom
na vida, a gente precisa se dedicar. A gente precisa persistir. E, at last but not least, a gente
precisa ter fé que essa coisa vai rolar...
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Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
Então, era isso que eu queria trazer para vocês agora no começo do nosso curso e queria
deixar claro que eu não deixei de ser um concurseiro.
Eu falo isso para todos os meus alunos: “gurizada, eu não sou um professor de direito. Eu
sou um CONCURSEIRO que agora tem tempo para se dedicar ao Direito. E mais: que agora
tem a GRANA para comprar todos os livros e cursos que ele sempre sonhou, ehehehehe...”
Como você pode ver, eu continuo me dedicando, persistindo e tendo fé. Só que agora
em um outro objetivo: ajudar você na aprovação.
Por isso, tenha certeza de que estarei aqui do outro lado debulhando doutrinas, conceitos,
jurisprudências e questões para trazer para você a melhor forma de estudo para obter a
aprovação.
Pode contar seriamente com isso.
Enfim, pra finalizar, listo abaixo as minhas conquistas. Afinal de contas, é MUITO
importante para um concurseiro contar as aprovações. Elas nos seguram no bom caminho:
• Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, 2009, classificado na 24ª
posição.
• Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda, 2009, classificado na
12ª posição.
• Analista Judiciário TRT/SC, 2007, classificado na 15ª posição.
• Analista de Orçamentos do MPU, 2006; classificado na 1ª posição.
Um abração a todos.
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Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
Inicialmente, o meu foco era a carreira fiscal, até que em tempos de escassez de concursos
nessa área, decidi migrar para a área de controle, me encantei, e tive a honra de ser aprovada
no concurso de Auditor do Tribunal de Contas do estado do Rio Grande do Sul (2018), tendo
tomado posse no final de 2020.
Um conselho: antes de se debruçar sobre os livros, estude sobre o cargo que pretende
ocupar, pois se identificar com a sua atuação será o seu combustível diário.
Foco, fé, disciplina, persistência e abdicação são fundamentais. Assim como organização
e planejamento. Levante a cabeça diante das dificuldades e frustrações, siga adiante, com
garra, afinal, você sabe aonde quer chegar, não é mesmo? Permaneça firme! A aprovação
é certa para quem realmente luta por ela.
E se eu puder dar-lhe mais uma dica, escolha um curso por matéria e tenha ele como a
sua bíblia até a aprovação, complementando-o com questões, letra de lei, e procure outras
fontes quando surgir uma dúvida, essa pesquisa esclarecedora de determinados conceitos
irá consolidar o seu conhecimento.
Do lado de cá, iremos atrás de doutrinas, leis, jurisprudências, questões e casos práticos
para trazer os assuntos com clareza e completude para você, independentemente do seu nível.
Vamos seguir juntos! Vamos compartilhar conhecimento, as angústias e as alegrias da
batalha que venceremos!
SOBRE O CURSO
Durante a nossa preparação, iremos estudar:
1. Constituição Federal de 1988 – CF/88: Dela retiraremos inúmeros conceitos, regras e
princípios, e faremos a indicação dos seus artigos sobre cada assunto e esquemas para facilitar
a sua compreensão e memorização. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm)
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3. Diversas leis: O conteúdo das matérias jurídicas está registrado, em boa parte,
em normas jurídicas. Assim, além da CF/88 e do CTN, utilizaremos leis que tratam sobre
assuntos específicos do Direito Tributário. Por exemplo, a Lei Complementar n. 116/2003,
que dispõe sobre os Impostos sobre Serviços.
4. Doutrina: Iremos nos debruçar sobre as principais doutrinas para que possamos
passar para vocês o conhecimento necessário para responder as questões do concurso
(Ricardo Alexandre, Eduardo Sabbag, Leandro Paulsen etc.).
5. Jurisprudência: Traremos o posicionamento dos tribunais para melhor compreensão
de determinados temas e resolução de questões. Em sua maioria, como você verá, os
julgados serão do Supremo Tribunal Federal – STF.
6. Esquemas: Organizaremos alguns assuntos com tabelas e desenhos para auxiliar na
fixação da teoria e resolução de questões.
7. Questões: Esse é o maior diferencial para alcance da aprovação, e, por isso, resolveremos
centenas de questões até o final do curso.
Ao final da teoria de cada aula, traremos uma lista de questões comentadas de concursos,
tendo em vista que são importantes para fins de fixação do conteúdo.
Lembre-se: qualquer dúvida/orientação só mandar um e-mail para professordegrazia@
gmail.com.
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Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
1. DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1. CONCEITO
Para iniciar a jornada de estudo no mundo do Direito Tributário, é preciso, obviamente,
que você tenha em mãos a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional. Além do curso
e das suas anotações, eles serão essenciais para o seu aprendizado, para a memorização
dos institutos tributários e para a sua aprovação.
Por óbvio, o Direito Tributário não é a única matéria jurídica que faz parte do rol de
disciplinas a estudar, já que o Direito é responsável pelo estudo das regras e princípios que
comandam as relações sociais, ou seja, a própria vida em sociedade.
Assim, para prestar concurso você precisa dominar não só as relações inerentes à área
tributária, como também aquelas relativas ao Direito Administrativo, Direito Constitucional,
Direito Civil e tantas outras mais.
Até por isso é preciso que você tenha uma noção dos ramos do Direito.
Levando em consideração as peculiaridades da relação jurídica, o Direito classifica-se
em dois grandes ramos: Direito Público e Direito Privado.
No Direito Público (i) há a prevalência da vontade do Estado, o qual atua por meio
do seu Poder de Império frente a um particular mediante o Princípio da Supremacia do
Interesse Público sobre o Interesse Privado.1 Note também que (ii) não há liberdade de
atuação pelo Estado, que deve priorizar o interesse da sociedade, agindo obrigatoriamente
conforme determinação prevista em lei – Princípios da Legalidade e da Indisponibilidade
do Interesse Público.
Veja que no Direito Público as relações entre as partes são verticalizadas, pois o Estado
aparece em posição superior, fato que legitima a imposição de sua vontade ao particular.
Um exemplo pode ilustrar melhor essa situação: quando em uma relação jurídica o
Estado impõe ao contribuinte o dever de informar suas operações comerciais, está atuando
com seu poder de império, levando em conta a supremacia do interesse público de melhor
viabilizar a arrecadação de tributos, em detrimento do direito do contribuinte.
1
Há controvérsia se o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado é, em sua real concepção, um
princípio, tendo em conta que princípios em suas definições não comportam uma superioridade apriorística, necessitando
ser analisada a situação em concreto. Entretanto, tal discussão está mais conectada ao âmbito do Direito Administrativo,
sendo aceito por grande parte da doutrina que tal “princípio” é uma das bases dos ramos do direito público.
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Assim, o Direito Tributário é ramo do Direito Público pois trata de relações em que o
Estado atua com superioridade (por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em
atenção à determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário, ramo do direito público, é a ciência que estuda o
conjunto de regras e princípios inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
A compreensão da essência da tributação no país é interessante não só por fazer parte
do rol de disciplinas dos concursos, mas também por se tratar de algo presente na vida de
qualquer um de nós.
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Você já parou para pensar que inúmeros episódios do cotidiano geram obrigações
tributárias?
Pai, me dá um pokemón? ICMS, IPI
Apaga a luz, que eu não sou dono da companhia de energia! COSIP
Vou levar o Martín ao médico! ISS
Comprei um patinete elétrico! ICMS, IPI
Adquiri um imóvel! ITBI
Herdei uma casa de praia! ITCD
O governo fica com boa parte do salário! IR e contribuições previdenciárias
Poderíamos escrever mais e mais episódios, mas o que está exemplificado já pode dar
uma bela noção para constatarmos (i) a alta frequência dos fatos cotidianos que acarretam
a cobrança de tributos e (ii) a importância do Direito Tributário.
Note o seguinte esquema para fixação:
Direito
Público Privado
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a) Errada. O Direito Tributário não regula o DESTINO dos valores arrecadados, situação mais
conectada com o Direito Financeiro.
b) Errada. Também não é objetivo do Direito Tributário regular a conduta dos agentes
públicos no que diz com a condução orçamentária. Ademais, a questão ainda limita o tema
à Administração Pública Indireta.
c) Errada. Mesmo ponto que foi explicitado na alternativa anterior. Aqui, a assertiva limita
ainda a conduta dos agentes da Administração Direta, o que não é adequado quando falamos
de ramos do Direito Público.
d) Certa. Note que, em que pese a definição não seja a mais adequada conceitualmente,
é a única que pode ser associada ao conceito de Direito Tributário: “Direito Tributário é
ramo do Direito público pois trata de relações em que o Estado atua com superioridade
(por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção à determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário é a ciência que estuda o conjunto de regras e princípios
inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
e) Errada. As leis orçamentárias – em sentido amplo – estão conectadas muito mais ao
Direito Financeiro do que ao Direito Tributário.
Letra d.
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a) Errada. Quando falamos de Direito Tributário e de Poder de Tributar não ficamos adstritos
às normas constitucionais. Por óbvio que tais diretrizes são a base do sistema tributário,
porém é sabido que existem diversas outras normas – em especial as leis complementares -
que regulam essa atividade, como o CTN. A própria Constituição delega esse poder à norma
complementar em diversas situações.
b) Certa. O Poder de Tributar, ao ser definido pela Constituição, delimita a ideia de Competência
Tributária. Logo assim, delimita qual parcela dos atos econômicos poderão sofrer a incidência
tributária e quais não
c) Errada. A função tributária do estado não se limita à captação de receitas para fazer
frente aos gastos públicos. Os tributos possuem, inclusive, características extrafiscais que
influenciam, deveras, na atividade econômica.
d) Errada. A atividade tributária é interesse da sociedade. Direito Tributário é a ciência que
estuda o conjunto de regras e princípios inerentes à criação, arrecadação e fiscalização
dos tributos. Dessa forma, não podemos dizer que tal ciência estuda apenas as limitações
ao poder de tributar.
e) Errada. A finalidade do Direito Tributário é regular as relações tributárias de um Estado
de forma adequada à Constituição. A arrecadação de receitas é a consequência de uma
submissão correta às normas tributárias. Esse, entretanto, não deve ser o único parâmetro
utilizado pelo legislador ou pelo intérprete para verificar se determinada norma está
adequada e proporcional. Existem diversos outros princípios a nortear essa atividade.
Letra b.
1.2. FONTES
As fontes do direito tributário representam a origem da identificação de uma relação
tributária, as quais se dividem em: reais/materiais e formais.
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Trataremos cada uma das normas em aula específica sobre “legislação tributária”, mas
inicialmente já pontuamos que a Constituição Federal de 1988 – CF/88 (arts. 145 a 162) e
o Código Tributário Nacional – CTN são essenciais para a compreensão da matéria e devem
ser dominados por você -> a leitura delas é fundamental e deve ser frequente.
Sabemos que a Constituição Federal é a norma máxima do Estado e é responsável por
organizar o poder político, dá as diretrizes fundamentais para o funcionamento e a organização
do país, freia a atuação dos governantes e prevê direitos fundamentais para os cidadãos.
É da CF/88 que tiramos os mandamentos fundamentais da tributação no país, quais
são os tributos existentes e quais são os limites inerentes ao poder de tributar do Estado.
Na pirâmide de hierarquia entre as leis, abaixo das normas constitucionais, identificamos
as normas infraconstitucionais (leis em sentido amplo: leis ordinárias e complementares,
leis delegadas, decretos legislativos, medidas provisórias e resoluções, demais tratados
internacionais etc.), de forma que em um mesmo nível encontram-se as leis ordinárias e
as leis complementares.
Há uma particularidade sobre tais leis (ordinária e complementar) e o CTN.
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Embora ocupem o mesmo nível hierárquico, enquanto a lei ordinária exige a aprovação
pela maioria simples do Poder Legislativo, a lei complementar exige aprovação pela
maioria absoluta.
Devemos entender que quando a CF/88 afirma que “deverá ser criada lei sobre determinado
assunto”, a lei poderá ser ordinária ou complementar.
Mas se a CF/88 destacar que “determinado assunto deve ser previsto em Lei Complementar”,
este obrigatoriamente deve respeitar o processo legislativo desta espécie, pois como visto
a aprovação é um pouco mais exigente.
Assim, o que for objeto de Lei Ordinária poderá ser objeto de Lei Complementar, mas o que
for objeto de Lei Complementar somente poderá ser previsto por meio de Lei Complementar.
A CF/88 afirma que as normas gerais de Direito Tributário devem ser previstas em
Lei Complementar.
Como o CTN é a lei que trata sobre estas normas gerais, você deve estar pensando: “O
CTN é uma Lei Complementar, pois ele traz as normas gerais de Direito Tributário”.
Essa não é uma afirmação tão simples.
O CTN foi publicado em 1966, ano em que não existia essa exigência constitucional,
sendo editado então por meio do processo legislativo de lei ordinária.
Com a promulgação da CF/88, passou-se a ter no ordenamento nacional a exigência de
Lei Complementar para dispor sobre normas gerais em matéria tributária.
Ora, como você já deve ter visto em Direito Constitucional, o fenômeno da recepção das
normas em uma nova ordem constitucional se dá em face da materialidade e não da forma.
Por essa razão, mesmo tendo a forma de lei ordinária, diz-se que o CTN é formalmente
uma lei ordinária, enquanto é materialmente uma Lei Complementar, pois o seu objeto
(matéria) é de lei complementar.
Assim, com a aprovação da CF/88, entende-se que o CTN foi recepcionado no
ordenamento jurídico brasileiro com estatura de Lei Complementar, só podendo,
inclusive, ter suas disposições alteradas por lei desse tipo.
Mas por que trouxemos esta informação agora se foi dito que em aulas futuras é que
falaríamos sobre legislação tributária?
Ora, estamos falando do CTN, que é a base da nossa matéria, e já será utilizado desde
a presente aula.
Oportuno ainda dizer que, além desse assunto, você verá que há outros temas tributários
onde a CF/88 exige que sejam objetos de Lei Complementar - e isso deve ser memorizado,
pois é muito cobrado em prova!
A seguir, destacamos no gráfico abaixo, alguns exemplos mais cobrados:
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De acordo com o que está disposto no artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei
Complementar dispor sobre os temas delimitados no enunciado.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
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Repare que para essas normas serem editadas é necessário que haja uma lei anterior (uma
das espécies de fonte primária) que trate sobre o assunto, pois, ao fim e ao cabo, essas normas
secundárias retiram seu fundamento de validade da norma primária imediatamente superior.
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Adiante trataremos sobre a conceituação do tributo, mas por ora compreenda que ele é
uma das fontes de receita do Poder Público, receita essa que é derivada do patrimônio alheio.
Os tributos são, efetivamente, a principal receita financeira do Estado, classificando-se como
receita derivada (porque deriva do patrimônio do privado) e compulsória (uma vez que, decorrendo
de lei, independem da vontade das pessoas de contribuírem para o custeio da atividade estatal.
(Leandro Paulsen, 2013)
Tributos são receita derivada e têm por finalidade a obtenção de recursos para custear as
atividades do Estado.
Certo.
Tributos são receita derivada, assim eliminamos de plano as alternativas A e B, que trazem
exemplos apenas de receitas derivadas.
A alternativa C traz exemplos de exações não tributárias, decorrentes de contratos, o que
não nos permite assumir serem receitas derivadas do poder de polícia.
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A alternativa D, por sua vez, é o gabarito. O tributo é receita derivada e a tarifa, exação
derivada de contrato, em que a utilização do patrimônio público enseja a contraprestação
do particular, caracteriza-se como receita originária.
Por fim, a Alternativa E inverte as ordens de classificação.
Letra d.
3. TRIBUTO
3.1. CONCEITO
Feitas as considerações iniciais sobre a matéria, começaremos agora o estudo dos
tributos e a sua previsão no nosso ordenamento jurídico.
Tributo é uma espécie de receita derivada, oriunda do exercício do Poder de Império
do Estado.
É a Constituição Federal quem delimita juridicamente esse poder de fato, atribuindo
competência para os entes políticos instituírem os seus tributos (veremos com mais calma
esse tópico mais adiante, mas é bom você já ir se familiarizando com o tema).
Ademais, a Constituição também informa qual será o normativo competente para
definir o que são e quais serão os tributos do nosso sistema tributário.
Vamos dar uma olhada no artigo 146, III, a, da CF/88:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Note que o tributo é uma prestação, ou seja, o objeto de uma obrigação. Essa ideia vem
lá do Direito Civil, do Direito das Obrigações, quando se estabelece uma relação entre partes
ativas e passivas. O objeto, ou seja, o que decorre dessa relação obrigacional é uma prestação.
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No âmbito do Direito Tributário, vamos falar mais à frente no nosso curso sobre a
obrigação tributária. Por agora, é importante você entender que o tributo é uma prestação
que possui características peculiares.
Logo assim, para que algo seja considerado um tributo é preciso que ele obedeça a
todos os aspectos relacionados no artigo 3º do CTN.
Para melhor compreensão, dividiremos a análise desse dispositivo em tópicos. Mas
além de compreender que o tributo deve se enquadrar em todos os tópicos explanados,
memorize o conceito previsto no art. 3º pois ele é amplamente cobrado em provas pela
sua literalidade.
Vejamos.
A) Prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
Para realizar as suas finalidades precípuas, o Estado necessita captar recursos para custeio.
Para tanto, o dinheiro arrecadado também vem em forma de tributo, sendo ele
representado pela obrigação de pagar dinheiro ao Estado para que este possa pagar suas
despesas, como salários de servidores políticos, construção de estradas e hospitais, compra
de materiais para prestação de serviços, custo de energia elétrica dos seus prédios etc.
As pessoas têm inúmeras obrigações diante do Estado, mas nem todas elas se resumem
em pagar tributo. Há casos em que se exige do cidadão a prestação de serviço militar
obrigatório, o comparecimento ao Tribunal do Júri para atuar como jurado, trabalhar como
mesário nas eleições.
E essas obrigações são tributos? O legislador afirma que tributo é prestação pecuniária
“em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, assim, como tais obrigações são não
pecuniárias, certamente não são consideradas tributo, pois não é possível quantificá-las
em dinheiro e nem em moeda.
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Se temos uma dívida de R$ 100,00, o ideal é que o seu pagamento seja feito mediante a
entrega de dinheiro vivo, de transferência bancária, de emissão de cheque e outras formas
de pagamento à vista.
Com o pagamento do tributo devemos utilizar o mesmo raciocínio.
Com a previsão no CTN de que tributo é prestação pecuniária, quis o legislador registrar
que no ordenamento jurídico brasileiro não é aceito o tributo in labore (em trabalho,
em serviços) e nem o tributo in natura (em bens).
Já pensou passar no caixa do supermercado e ter que deixar metade da picanha para
pagar o ICMS incidente? Pois é. Isso não acontece no Brasil, em face do disposto no artigo
3º do CTN.
Note bem. Em face do que está expresso no artigo 3º, nunca o tributo poderá ser previsto
abstratamente como um trabalho ou como uma entrega de bens.
O tributo deverá estar previsto como uma obrigação de dar moeda ou algo cujo valor
possa se exprimir em moeda.
Quando o legislador afirmou que o tributo é prestação pecuniária “em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir” ele levou em consideração dois aspectos em relação à aceitação do
dinheiro e sua expressão em moeda: a) há bens que podem ser quantificados monetariamente
e revertidos em dinheiro para pagamento de suas despesas; b) o mercado econômico sofre
alterações que podem influenciar no valor do dinheiro, como a inflação.
Poderemos ter aí, então, incluído o conceito de um índice atualizável para substituir
o valor inicial do tributo devido, como é comum de acontecer com as Unidades de Padrão
Fiscal, índices que refletem, por exemplo, a variação da inflação. Não esqueça que o CTN
foi publicado em 1966, período em que havia muita inflação. A de 1965, por exemplo, foi de
34%. Então era realmente necessário inserir essa possibilidade no cálculo do tributo devido.
Sobre a possibilidade de aceitação de coisa distinta de dinheiro para extinção do crédito
tributário, é importante falarmos da Lei Complementar n. 104, editada em 2001, que
acrescentou o art. 156, XI, do CTN, como mais uma forma de extinção do crédito tributário:
a dação em pagamento em bens imóveis.
Esta previsão levantou a dúvida se então teria o legislador alterado a sua disposição de
que o tributo só poderia ser algo expresso em moeda.
Mas não. A intenção continua a mesma, afinal o imóvel tem seu valor perante o mercado
e pode ser quantificado em moeda, e isso é autorizado pelo CTN. Trataremos do tema com
mais profundidade em aula específica sobre a extinção do crédito tributário.
Perfeito sobre esse ponto?
Vamos então à segunda consideração do tópico: o legislador também quis dizer - ao
afirmar que tributo deve ser previsto “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” – que
existe a possibilidade de aplicação de indexadores fiscais para determinar o valor devido pelo
contribuinte. O referido indexador é conhecido como Unidade de Referência Fiscal – UFIR.
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Percebeu então que a utilização da UFIR respeita a previsão legal de que o tributo é
prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir?
B) Prestação compulsória
Afirmar que o tributo é uma prestação compulsória tem relação direta com o fato de
que as relações tributárias estão sujeitas ao regime de direito público, em que o Estado
atua com o seu poder de império obrigando o contribuinte a pagá-lo.
Além da referência ao regime de direito público, devemos lembrar que o tributo é uma
receita derivada, que são cobradas pelo Poder Público ao utilizar a sua força como Estado
para obrigar as pessoas a fazer aquilo que ele deseja.
Segundo a CF/88, art. 5º, II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”.
Sabemos que os mandamentos para nascimento do tributo sujeitam-se ao princípio da
legalidade, de forma que, uma vez que exista uma lei vigente no nosso país que obrigue ao
seu pagamento, não há nenhuma liberdade às pessoas para escolher se irão ou não o pagar.
C) Tributo não constitui sanção de ato ilícito
A cobrança do tributo nasce quando a pessoa (física ou jurídica) pratica um fato previsto
em lei que gera a obrigação de pagar tributo. Não pode haver aqui, no núcleo da prática
do ato, a ilicitude.
Se o ato em si for ilícito, não poderá ser tributo.
Entretanto, é possível que exista ilicitude em conduta do sujeito passivo relacionada
com o ato de pagar o tributo, quando, por exemplo, paga em atraso e, por isso, é multado.
Havendo ilicitude em paralelo à cobrança do tributo, o infrator será penalizado.
Os tributos e as multas são receitas derivadas, frutos do Poder de Império do Estado
e devem ser instituídas em lei. Entretanto, não se confundem.
A diferença é que as multas são geradas em razão do cometimento de ato ilícito com o
intuito de penalizar o infrator e o CTN é claro ao prever que tributo não constitui sanção
de ato ilícito.
Tributo é tributo. Multa é multa. Logo, multa não é tributo!
Há casos interessantes que exploram essa dicotomia em provas. Veremos no curso
que auferir renda é um fato que acarreta a obrigação de pagar Imposto de Renda, pouco
importando se a renda foi auferida por meio de prestação de serviço legal ou por meio
do tráfico de drogas/mercadorias: o que importa para o Direito Tributário é que a pessoa
auferiu a renda e por isso deve pagar o respectivo tributo.
Mas receber renda de uma atividade ilícita se enquadra no conceito de tributo? Claro.
Note que o cerne do fato jurídico tributário aqui é receber renda não importando de onde
essa renda se origina...
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Ora, o CTN inclusive prevê que a tributação independe da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos sujeitos da relação tributária:
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
Note bem. A ocorrência do fato gerador pode decorrer de um ato ilícito. O que não
pode ocorrer é ser o próprio fato gerador tributário um fato ilícito. O núcleo da ação é
essencial nesse ponto.
Por exemplo, o comércio de drogas ilícitas não pode ser tributado pelo ICMS – que possui
como núcleo uma “operação de circulação de mercadorias”, entretanto a renda auferida
pelo traficante pode – e deve – ser tributada pelo imposto de renda.
O importante aqui é entender que a renda é decorrente da atividade ilícita, mas seu
núcleo tributário – auferir renda, não se confunde com a atividade ilícita – comercializar
drogas ilícitas.
D) Prestação instituída em lei
A lei tem o poder de inovar na ordem jurídica criando direitos e obrigações às pessoas
que praticarem o fato nela previsto.
A lei é uma norma dotada de generalidade (por obrigar, indiscriminadamente, a quantos
venham a se situar sob sua incidência) e de abstração (por disciplinar abstratamente as
situações sujeitas ao seu comando normativo).
No item c deste capítulo, expusemos que o tributo é uma prestação compulsória,
de forma que este tipo de obrigação sempre decorre de lei. A previsão de que o tributo
é prestação instituída em lei confirma a referida afirmação, pois há correlação entre a
compulsoriedade e a legalidade.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
...
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
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Até por isso, o tributo é plenamente vinculado e a sua constituição obrigatória, de acordo
com o CTN, sob pena de responsabilidade funcional do agente responsável.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência
do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.
Não há liberdade nesse ponto e o CTN é até um tanto redundante ao tratar da matéria.
Se o ato é vinculado, não há discricionariedade. Logo, dizer que a atividade administrativa
é PLENAMENTE vinculada acaba sendo mais do mesmo. Não existe ato vinculado que não
seja plenamente vinculado.
Mas, enfim. Como veremos no curso, o CTN é um código cheio de peculiaridades.
Para finalizar esse ponto, nunca é demais reforçar que, para que algo seja considerado
tributo, precisa estar adequado a todas as características do artigo 3º do CTN.
Vamos resolver uma questão sobre o tema:
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra d.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
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Nesse sentido, pouco importa o nome e as características formais que a lei adota e a
destinação do valor arrecadado, o importante para a identificação do tributo é mesmo
a ocorrência do fato efetivamente praticado por alguma pessoa que gere a obrigação
tributária. Logo, o FATO GERADOR (e somente ele) é quem determina a natureza jurídica
do tributo.
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
Ainda vamos falar um pouco mais sobre a distinção entre fato gerador e hipótese de
incidência, mas por agora já podemos definir que é esse conceito delimitado na lei, a ser
realizado pelo contribuinte no plano fático, quem definirá qual espécie de tributo será devida.
E, lembrando, o CTN entende que existem apenas três espécies deles. Note a redação
do artigo 5º:
Partindo da redação desse dispositivo, conclui-se facilmente que o CTN adota a teoria
tripartida para determinar quais são as espécies existentes de tributo, de forma que para
a determinação da natureza jurídica de cada um se aplica o art. 4º, CTN, conforme o fato
gerador delimitado no plano abstrato.
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Esse dispositivo do artigo 4º está, por sua vez, muito conectado com a concepção que
o CTN traz de cada um dos seus tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
Assim, é preciso entender o que é um imposto (art. 16), o que é uma taxa (art.77) e o
que é uma contribuição de melhoria (art. 81) para o CTN, antes de avaliarmos o seu fato
gerador e a sua natureza jurídica.
Na próxima aula, vamos estudar esse tema com mais afinco, porém é importante que
você já vá se familiarizando com o tema.
Um imposto é, na definição do Código:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
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Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
Logo, se uma lei municipal prevê que o fato de transmitir a propriedade de bens imóveis
de uma pessoa viva para outra acarreta a cobrança de um tributo, essa situação é que
definirá qual a espécie tributária em questão.
A mesma coisa irá acontecer se houver previsão legal de um tributo cobrado em face
de uma atividade da administração pública, como a emissão de uma licença.
De acordo com o CTN, nas duas situações será preciso avaliar o fato gerador, tendo
por base o conceito dos três tributos para a conclusão de qual espécie estamos tratando
nos exemplos.
Assim, pode-se concluir que teremos um IMPOSTO na primeira situação, pois estamos
falando aqui de uma situação independente de qualquer atividade estatal específica e
uma TAXA na segunda, tendo em conta a atividade estatal relacionada com o exercício do
poder de polícia.
Note que quando o legislador afirmou, no artigo 4º, inciso I, que pouco importa o nome
dado ao tributo, ele quis dizer que o ente tributante poderia chamar essas duas situações
de contribuição de melhoria, o que não alteraria a sua natureza jurídica de imposto e taxa,
respectivamente, e a aplicação das normas relativas a esses tributos.
Já quanto ao artigo 4º, inciso II, do CTN, que afirma que a determinação da natureza
jurídica do tributo independe da destinação legal do produto da sua arrecadação, veremos
que esta não se encaixa para todos os tipos de tributo, só para os previstos no CTN: impostos,
taxas e contribuições de melhoria.
Quando tratamos sobre as fontes do Direito Tributário, falamos que o CTN foi elaborado
antes da nova CF/88. Assim, a Lei Maior trouxe novidades, dentre elas a previsão de mais
duas espécies tributárias que não possuem definição no CTN.
Da leitura do art. 145 da CF, parece à primeira vista que esta norma também entende
que as espécies tributárias são só aquelas três previstas no CTN:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
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Ocorre que ao ler outros dispositivos presentes no capítulo “Sistema Tributário Nacional”
é possível constatar que há mais dois tipos de tributos: a) empréstimos compulsórios –
art. 148, CF; b) contribuições especiais – art. 149, CF e 149-A, CF.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Ao avaliar o que estava previsto nos dispositivos na CF/88, o Supremo Tribunal Federal
considerou que essas contribuições especiais e os empréstimos compulsórios seriam,
sim, espécies tributárias e adotou uma nova teoria, a teoria pentapartida (pentapartite/
quinquipartida), que entende presentes no ordenamento cinco espécies de tributos e não
três como adotado pelo CTN.
Note o excerto retirado do Recurso Extraordinário n. 146.733, julgado pelo Plenário do
STF em 1992:
JURISPRUDÊNCIA
De fato, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições
de melhoria), a que se refere o art.145 para declarar que são competentes para instituí-
los a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os arts. 148 e 149 aludem
a duas outras modalidades tributárias para cuja instituição só a União é competente:
o empréstimo compulsório e as contribuições sociais.
Como se pode inferir, tal situação gerou algumas controvérsias, em especial no que diz
com as disposições do artigo 4º do CTN.
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Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento
da seguridade social.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 353: As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições
para o FGTS.
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b) pela autoridade fazendária, pois, ao interpretar e aplicar a norma legal, sobre os fatos
ocorridos, faz surgir o débito tributário e se revela a natureza jurídica da exação.
c) pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a
denominação dada pelo legislador e a destinação legal do produto da arrecadação.
d) pela alíquota, sendo irrelevantes a base de cálculo e o fato gerador, pois se a alíquota
é crescente, a natureza do tributo é progressiva, se é decrescente, o tributo é regressivo.
e) pelo Poder Judiciário, pois ao julgar os processos que lhe são apresentados, a autoridade
judiciária desvenda a natureza do tributo, sua progressividade e a justa destinação dos
recursos arrecadados.
O art. 4º do CTN afirma que a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo
fato gerador, sendo irrelevantes para qualificá-la (i) a denominação e características formais
previstas em lei, e (ii) a destinação do recurso arrecadado.
Letra c.
Questão simples. O termo TRIBUTO é gênero que comporta as seguintes espécies, de acordo
com o CTN: impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Já a Constituição Federal de 1988 trouxe para dentro dessa classificação mais duas espécies
tributárias: as Contribuições Especiais e os empréstimos compulsórios.
Letra e.
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De acordo com o artigo 16 do CTN, a exação tributária que independe de qualquer atividade
estatal específica é o IMPOSTO. Veremos mais adiante, ainda nesta aula, que por essa
definição o imposto é um tributo NÃO VINCULADO.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Letra b.
Diz-se que se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são
apenas uma decorrência secundária da tributação, mas o deliberadamente pretendido pelo legislador
que utiliza do tributo como instrumento para dissuadir ou estimular determinadas condutas.
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e) Certa. A aplicação de uma alíquota diferenciada de IPVA (mais gravosa) para veículos movidos
a combustíveis fósseis – como a gasolina – tem a intenção de gerar um comportamento
no consumidor. A ideia aqui é estimular a compra de veículos a álcool ou a energia elétrica
com fins de preservação do meio ambiente. Extrafiscalidade.
Letra e.
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Muito se discutiu sobre a natureza jurídica dessa exação e atualmente está pacificada
a orientação de que são tributos da espécie taxas.
Sendo essas “custas e emolumentos” uma taxa judiciária, concluímos então que é
uma taxa de arrecadação vinculada constitucionalmente delimitada, de forma que -
especificamente nesse caso – a taxa deverá ser instituída com arrecadação vinculada ao
custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça, já que foi assim que a
CF/88 determinou.
Note que, de qualquer forma, as taxas não poderão ter sua arrecadação vinculada
a pessoas jurídicas de direito privado. Só poderão ser vinculadas a entidades de direito
público ou fundos públicos, sempre relacionados à atividade que gerou a taxa.
Em relação às contribuições de melhoria, veremos que elas são instituídas pelo ente
tributante somente quando ocorre a valorização imobiliária decorrente de realização de
obras públicas.
Se a criação do referido tributo se dá só depois de já ter o Estado realizado a sua
atividade (obra pública), então certamente a arrecadação da contribuição de melhoria
será não vinculada nesse ponto, pelo simples fato de que a sua receita não servirá mais
para custear a obra. Nada impede, entretanto, que o legislador ordinário opte por vincular
o recurso a uma outra despesa.
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As receitas oriundas de tributos são Tributos que são arrecadados pelos entes e que
destinadas a determinadas atividades desde podem ser utilizados livremente para custeio
a sua instituição em lei. dos seus gastos.
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Questão bastante interessante. Vamos analisar com calma. O comando traz como
questionamento maior qual a espécie tributária que possui determinadas características.
Assim, a melhor forma de resolver essa é por eliminação. A primeira característica que a
banca traz é que o tributo é “não vinculado”.
Ora, nesse ponto já podemos eliminar a alternativa “A” pois as taxas são tributos vinculados.
A segunda característica é que esse tributo admite, por “expressa e excepcional previsão
constitucional”, destinação específica do produto de sua arrecadação.
Nesse caso, é muito possível que a banca esteja falando de IMPOSTOS, pois quando falamos de
contribuições especiais (de intervenção no domínio econômico ou sociais) a destinação legal
do produto da arrecadação é parte integrante da definição da natureza jurídica do tributo.
Logo, aqui não é uma característica EXCEPCIONAL do tributo e sim uma ideia normal. A
mesma coisa acontece com os empréstimos compulsórios.
De qualquer forma, a banca prossegue dizendo que não existe a previsão de sua restituição
ao final de determinado período, o que nos faz eliminar a assertiva “D” tendo em conta que
a restituição é uma característica dos empréstimos compulsórios.
Ficamos com as alternativas, “B”, “C” e “E”.
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Considera somente o valor do bem para Considera as características da pessoa que praticou o
determinação o valor do tributo. fato gerador para então determinar a carga tributária.
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Note que o imposto de renda não será cobrado de quem ganha até R$ 1.903,99 e só
passará a incidir com a alíquota de 7,5% na faixa que vai de R$1.903,99 até R$2.826,65.
A cada aumento de faixa de renda essa alíquota irá aumentar até chegar ao topo de 27%
para os ganhos superiores a R$ 4.664,68.
Quando formos estudar o imposto de renda, trataremos do tema com mais detalhes,
mas o importante aqui é você entender que a alíquota tributária irá aumentar quando
houver aumento da base de cálculo de forma progressiva.
Eduardo Sabbag ainda afirma que o critério da progressividade pode se desdobrar em
duas modalidades: progressividade fiscal e progressividade extrafiscal.
A progressividade fiscal está relacionada com a finalidade arrecadatória do tributo, e
diz respeito ao fato de que, quanto mais ganha a pessoa, mais ela deverá pagar, é o caso
visto do IRPF.
Já a progressividade extrafiscal é aplicada para estimular/desestimular condutas. Lembra
que quando o tributo é classificado como extrafiscal sua finalidade é regular/intervir na
situação social/econômica do país? Veja o caso do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana - IPTU, que, conforme a CF/88, terá uma alíquota maior, no decorrer do
tempo, por não estar a propriedade cumprindo a sua função social:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
...
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
...
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
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Veremos ainda que a progressividade fiscal também está presente no IPTU, de forma
que o texto constitucional, no art. 156, § 1º, I, prevê que o referido imposto será progressivo
em razão do valor do imóvel.
Importante destacarmos que a progressividade fiscal e extrafiscal também são
características do Imposto Territorial Rural – ITR, tendo em vista que a CF/88, no art.
153, §4º, II, prevê que ele será progressivo e terá suas alíquotas fixadas com o intuito de
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única
para qualquer base de cálculo.
Por exemplo, temos o ICMS, que é determinado por meio da aplicação de uma alíquota
de 18% em operações internas no estado da Bahia, independentemente do valor e da
quantidade das mercadorias vendidas. Agora, observe que, em regra, esta é a alíquota
aplicável no estado da Bahia, mas há alíquotas diferenciadas, em casos específicos previstos
na legislação do estado. É o caso das operações internas com arroz e feijão, em que a alíquota
aplicável é de 7%, e das bebidas alcoólicas, em que a alíquota é de 25%.
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O IPTU terá suas alíquotas aumentando na medida em que a base de cálculo aumenta.
Nesse caso, estamos falando de um imposto progressivo.
Letra c.
4. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA
Os temas estudados nesta aula geraram posições dos tribunais superiores que são
importantes para fins de prova.
Vamos repassar as principais súmulas do STF e do STJ. Não se assuste se em algum
ponto você encontrar dificuldade de entendimento, pois ao final do curso temos certeza
de que tudo será sanado.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 239, STF: Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado
exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 732, STF: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação,
seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei
n. 9.424/96.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 659, STF: É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 241, STF: A contribuição previdenciária incide sôbre o abono incorporado ao
salário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 688, STF: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º
salário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 423, STJ: A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - Cofins
incide sobre as receitas provenientes das operações de locação de bens móveis.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 458, STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga ao
corretor de seguros.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 499, STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições
ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.
Julgados importantes:
JURISPRUDÊNCIA
Recurso Extraordinário 138.284. Excerto do Voto do Ministro Carlos Velloso que
explicita a ideia da teoria quadripartida
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário,
que a Constituição inscreve nos seus artigos 145 a 162. Tributo, sabemos, encontra
definição no artigo 3º do C.T.N., definição que se resume, em termos jurídicos, no
constituir ele uma obrigação, que a lei impõe ás pessoas, de entregar uma certa
importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras,
decorrem da vontade das partes, assim do contrato; as legais resultam da lei, por isso
são denominadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público
quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante
do direito público, “nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido
qualificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento.” (Geraldo Ataliba,
“Hermenêutica e Sistema Constitucional Tributário”, in “Diritto e Pratica Tributaria”,
volume L, Padova, Cedem, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela
hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são
as seguintes: a) os impostos (C.F., arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156); b) as taxas (C.F.,
art. 145, II); c) as contribuições, que podem ser assim classificadas: c.l. de melhoria
(C.F., art. 145, III); c.2. parafiscais (C.F., art. 149), que são: c.2.1. sociais, c.2.1.1. de
seguridade social (C.F., art. 195, I, II, III), C.2.1.2. outras de seguridade social (C.F., art.
195, parág. 4º), c.2.1.3. sociais gerais (o FGTS, o salário-educação, C.F., art. 212, parág.
5º, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, C.F., art. 240); c.3. especiais: c.3.1. de
intervenção no domínio econômico (C.F., art. 149) e c.3.2. corporativas (C.F., art. 149).
Constituem, ainda, espécie tributária: d) os empréstimos compulsórios (C.F., art. 148).
5. DOUTRINA SELECIONADA
“Sabe-se que, em princípio, não é função da lei conceituar. A lei deve conter uma regra
de comportamento. Entretanto, em face de controvérsias, às vezes deve a lei estabelecer
conceitos. Isso aconteceu com o conceito de tributo, que é atualmente no Brasil, legalmente
determinado.” Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 12 ed. página 56-57,
Malheiros Editores.
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...
“Invocando a clássica dicotomia de regimes jurídicos, verifica-se que o Direito Tributário
situa-se no âmbito do Direito Público, vale dizer, insere-se no conjunto normativo que
disciplina as relações jurídicas em que o Estado é parte. Em outras palavras, a presença
do Estado numa relação jurídica impõe a incidência do regramento composto por normas
de direito público, restando afastada a aplicação de normas de direito privado, senão em
caráter meramente subsidiário.” Regina Helena Costa, em Curso de Direito Tributário,
Constituição e Código Tributário Nacional, 2 ed. Página 30, Editora Saraiva.
...
“Em face da presença simultânea de efeitos fiscais e extrafiscais, pode resultar difícil
classificar um tributo por esse critério. Costuma-se fazê-lo em atenção ao seu caráter
predominante. Diz-se que se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos
extrafiscais são não apenas uma decorrência secundária da tributação, mas deliberadamente
pretendidos pelo legislador.” Leandro Paulsen, em Curso de Direito Tributário Completo, 6
ed. Página 30, Livraria do Advogado Editora.
...
“Observamos que as divergências sobre as espécies de tributos são construídas em função
dos diferentes critérios utilizados à classificação. A teoria bipartida adota como critério
distintivo a base de cálculo como representativa ou não de um serviço ou coisa do Estado
(Becker), ou a vinculação ou não da hipótese de incidência à atuação estatal (Ataliba). A teoria
triparte não avança muito, uma vez que adota o mesmo critério dos tributos vinculados ou
não vinculados de Geraldo Ataliba. O mesmo pode se dizer da teoria quadripartida. Novidade
de critérios somente encontraremos na teoria quinquipartida, hoje, teoria majoritária e
adotada pelo STF, para quem os tributos têm como espécies autônomas: os impostos,
as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições
especiais. Ao critério da vinculação e não vinculação, ela acrescenta dois outros critérios
distintivos: a destinação do produto da arrecadação e a restituição do tributo”. Francisco
Leite Duarte, em Direito Tributário, Teoria e Prática, 3 ed. Página 98, Revista dos Tribunais.
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RESUMO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Levando em consideração as peculiaridades da relação jurídica, o Direito classifica-se
em dois grandes ramos: Direito Público e Direito Privado.
Assim, o Direito Tributário é ramo do Direito público pois trata de relações em que o
Estado atua com superioridade (por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em
atenção à determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário é a ciência que estuda o conjunto de regras e princípios
inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
FONTES
As fontes do direito tributário representam a origem da identificação de uma relação
tributária, as quais dividem-se em: reais/materiais e formais.
a) as fontes formais primárias/principais referem-se às normas que tem o poder
de inovar na ordem jurídica, e, em sua maioria, são editadas pelo Poder Legislativo. São
elas: Constituição Federal - CF; Emendas à CF; Leis Ordinárias; Leis Complementares; Lei
Delegada; Medida Provisória; Decreto Legislativo; Resolução do Senado Federal; Tratados
e Convenções Internacionais.
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Já para auferir receitas derivadas, o Estado atua com o seu Poder de Império,
coagindo, obrigando o particular (ou até mesmo uma pessoa jurídica de direito público) a
pagar determinado valor em razão de alguma situação.
TRIBUTO
CONCEITO
O conceito de tributo é legal, pois está claramente descrito em no CTN.
O art. 3º do CTN prevê que:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
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Note bem. A ocorrência do fato gerador pode decorrer de um ato ilícito. O que não
pode ocorrer é ser o próprio fato gerador tributário um fato ilícito. O núcleo da ação é
essencial nesse ponto.
D) Prestação instituída em lei
Para a instituição dos tributos não há exceção ao princípio da legalidade.
Nem todos os tributos podem ser criados por MP, mas tributos podem ser
criados por MP.
E) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada
Tendo o CTN previsto que a cobrança do tributo é uma atividade vinculada, o agente
público, agindo como representante do Estado, ao identificar a ocorrência de um fato que
acarreta uma obrigação tributária não pode pensar se vai ou não cobrar o tributo, ele tem
que efetivar a cobrança.
Para finalizar esse ponto, nunca é demais reforçar que, para que algo seja considerado
tributo, precisa estar adequado a todas as características do artigo 3º do CTN.
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As receitas oriundas de tributos são destinadas a Tributos que são arrecadados pelos entes e que
determinadas atividades desde a sua instituição podem ser utilizados livremente para custeio dos
em lei. seus gastos.
EX.: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS EX.: IMPOSTOS
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Considera somente o valor do bem para Considera as características da pessoa que praticou o
determinação do valor do tributo. fato gerador para então determinar a carga tributária.
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No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única
para qualquer base de cálculo.
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QUESTÕES DE CONCURSO
FGV
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a) tributária e derivada;
b) originária e derivada;
c) derivada e originária;
d) ordinária e extraordinária;
e) derivada e ordinária..
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016. (FGV/CM RECIFE/ASSESSOR JURÍDICO/2014) Tributo não vinculado é aquele que tem por
fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade estatal específica relativa
ao contribuinte, diz-se um “tributo não vinculado”. Nesse sentido, é “tributo não vinculado”:
a) o IPTU;
b) a taxa de fiscalização;
c) a contribuição de melhoria;
d) a taxa de melhoramento dos aeroportos;
e) a taxa de limpeza pública..
CEBRASPE
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031. (CESPE/ANTAQ/2009) Julgue o item que se segue acerca das espécies de tributo.
Ao contrário do que ocorre com os impostos, as taxas são conhecidas como tributos
não-vinculados.
032. (CESPE/STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições do Código
Tributário Nacional (CTN).
O imposto se distingue das demais espécies de tributos porque tem como fato gerador
uma situação que independe de atividades estatais específicas.
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037. (CESPE/SEFAZ-RS/2019) O ICMS é espécie tributária que pode ser classificada como
um imposto
a) direto e especial, que deverá ser seletivo.
b) indireto e real, que poderá ser seletivo.
c) direto e pessoal, que deverá ser seletivo.
d) indireto e pessoal, que poderá ser seletivo.
e) direto e real, que poderá ser seletivo.
040. (CESPE/SERPRO/2013) Com base nas normas constitucionais e legais sobre direito
tributário, julgue o item subsecutivo.
A CF previu que as normas gerais de direito tributário seriam objeto de lei complementar;
todavia, até a presente data, essas normas gerais são as estabelecidas por meio de uma
lei instituída como lei ordinária em sentido formal.
042. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Com relação aos aspectos tributários das receitas, julgue
o item subsequente.
Os impostos proporcionais são uniformes em relação à base de cálculo, mas podem ter
alíquotas diferenciadas, de acordo com o critério estabelecido na legislação pertinente.
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a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato
ilícito e esteja instituída em lei.
b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.
c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito
e esteja instituída em lei.
d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída
em lei.
e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito
e esteja instituída na legislação tributária.
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c) compulsória, preferencialmente em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
d) pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.
e) compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não
sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade
administrativa ou judicial plenamente vinculada.
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d) é conhecida como taxa imprópria e tem natureza jurídica específica de taxa, sendo sua
instituição e cobrança contempladas pela Constituição Federal, mas restrita, porém, aos
casos de ocorrência de calamidade pública, reconhecida e declarada por ato do Poder
Executivo do ente público que a instituiu.
e) não é taxa, ainda que tenha sido assim denominada, pois seu fato gerador não é o
exercício regular do poder de polícia, nem a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
DIVERSAS BANCAS
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b) o mecanismo pelo qual a pessoa política, por meio de lei, transfere sua capacidade ativa
a outra pessoa de direito público, como as autarquias.
c) a atividade que se expressa na atuação estatal de exigência de tributos com o objetivo
exclusivo de arrecadação, e a geração de receitas, operando-se em desvio de finalidade.
d) o emprego de instrumentos tributários para o alcance das finalidades não arrecadatórias,
mas incentivadoras ou inibidoras de comportamentos, com vista à realização de valores
constitucionalmente relevantes.
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GABARITO
1. e 35. a
2. c 36. E
3. e 37. b
4. a 38. C
5. a 39. C
6. b 40. C
7. d 41. E
8. c 42. C
9. c 43. C
10. b 44. E
11. c 45. E
12. b 46. C
13. d 47. c
14. c 48. d
15. e 49. e
16. a 50. c
17. a 51. d
18. E 52. b
19. E 53. d
20. E 54. b
21. C 55. a
22. E 56. c
23. E 57. c
24. E 58. b
25. E 59. e
26. E 60. b
27. E 61. c
28. E 62. d
29. C 63. c
30. E 64. c
31. E 65. a
32. C
33. E
34. C
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GABARITO COMENTADO
FGV
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
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Note que 50% do IPVA deve ser destinado aos municípios e 25% do ICMS também.
Assim, apenas a alternativa C está adequada ao comando constitucional.
Letra c.
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Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
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d) Não assiste razão a João, pois só a Associação de Moradores teria legitimidade para
entrar com a ação.
e) Sim, assiste razão a João, desde que não tenha recebido multas no período.
Assim, podemos concluir que não assiste razão a João, pois não se pode cobrar a destinação
legal de imposto.
Letra a.
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Antes de mais nada, precisamos ter em mente a redação do artigo 148 e do 150 da CF/88
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153,
I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.
155, III, e 156, I.
Note que a situação descrita no comando da questão atrai a incidência do artigo 150, §1º,
da CF/88. Ou seja, a não aplicação do princípio da anterioridade.
Como se vê, em tal situação o referido tributo precisa, apenas, ser instituído por Lei
Complementar.
Letra a.
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Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Agora, passemos a avaliar cada uma das assertivas trazidas pela banca, sempre lembrando
que o comando da questão pede a INCORRETA.
a) Certa. Essa é a posição do STF, tratada no STF-RE 228.800/DF. A compensação financeira
pela exploração de recursos minerais – em que pese seja prestação pecuniária compulsória
instituída em lei, está prevista na CF/88, em seu artigo 20,§1º, fora do Sistema Tributário
Constitucional. Ademais, para o STF, tal receita é receita patrimonial e não tributária,
descaracterizando assim uma possível natureza de tributo.
b) Errada. A concessão de desconto para bom motorista não viola o conceito de tributo.
Aqui o incentivo está conectado a uma conduta lícita do contribuinte, visando fomentar
tal boa prática. A multa de trânsito, por sua vez, não pode ser confundida com tributo, isso
sim, pois ser sanção de ato ilícito.
c) Certa. Apesar de ser uma conduta obrigatória, não se confunde com tributo pois não é
pecuniária e sim uma obrigação de fazer.
d) Certa. A imposição da penalidade não se confunde com o tributo em si. Assim, a sanção
pelo não cumprimento de uma obrigação acessória pode ser lançada, mas não irá acrescer
o valor do IPTU propriamente dito, apenas o valor total a ser pago pelo contribuinte.
e) Certa. Essa é a redação do CTN em seu artigo 3º, parte final.
Letra b.
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d) A Administração Fiscal deverá considerar que a obrigação de pagar subsiste para Ricardo,
uma vez que a entrega de bens in natura não satisfaz obrigação tributária ou extingue o
crédito tributário.
e) A Administração Fiscal deverá considerar totalmente quitado o débito de Ricardo referente
ao imóvel, por se tratar de trabalhador inscrito no cadastro municipal de agricultores da região.
Com a previsão no CTN de que tributo é prestação pecuniária, quis o legislador registrar
que no ordenamento jurídico brasileiro não é aceito o tributo in labore (em trabalho,
em serviços) e nem o tributo in natura (em bens).
Sobre a possibilidade de aceitação de coisa distinta de dinheiro para extinção do crédito
tributário, é importante falarmos da Lei Complementar n. 104, editada em 2001, que
acrescentou o art. 156, XI, do CTN, como mais uma forma de extinção do crédito tributário:
a dação em pagamento em bens imóveis.
Na situação trazida, os bens são móveis o que inviabiliza a extinção do crédito.
Letra d.
O COSIP é tributo, por isso a sua receita é derivada. Já o preço público é o valor cobrado
pela utilização de determinado serviço, não sendo imposição legal e compulsória é receita
originária.
Receitas originárias Receitas derivadas
Estado arrecada ao explorar patrimônio de alguém
Estado explora o seu próprio patrimônio
- receitas compulsórias
Ex.: receita de aluguel de bens públicos, preço
público, doação recebida, dividendo de uma Ex.: tributo, multa pecuniária
empresa estatal lucrativa
Letra c.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
A única alternativa destoante é a alternativa C, visto que tributo não pode ser uma prestação
com natureza sancionatória.
Letra c.
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a) Os tributos são prestações pecuniárias instituídas por lei // Eles decorrem de atividade
administrativa discricionária do Estado, no exercício do jus imperii.
b) Os tributos, para serem criados, decorrem de lei específica // Os impostos, espécie de
tributos, quando regulatórios, prescindem de lei para serem criados.
c) Os tributos são prestações pecuniárias instituídos por lei específica // Eles não têm
natureza de sanção de ato ilícito.
d) Os tributos decorrem da necessidade do Estado em prestar serviços públicos e realizar
obras públicas relevantes // Eles constituem receita originária do Estado.
e) Os tributos têm missão constitucional exclusiva de obtenção de receita para o ente
tributante competente para a sua criação // Eles são decorrentes de atividade legislativa
vinculada.
a) Errada. A segunda assertiva está incorreta, pois não se pode dizer que o tributo decorre
de atividade administrativa discricionária do Estado.
b) Errada. A segunda assertiva está incorreta, pois nenhum tributo prescinde de lei para
sua criação.
c) Certa. Em que pese não necessariamente o tributo deva ser instituído apenas por lei
específica – pode o ser por medida provisória, por exemplo, o sentido dado pelo examinador
aqui não está errado. Já a segunda assertiva está plenamente de acordo com a redação
do artigo 3º do CTN.
d) Errada. Ambas as assertivas estão erradas. A primeira por limitar a ideia tributária aos
serviços públicos e às obras públicas relevantes. Já a segunda assertiva peca ao dizer que
tributos são receitas públicas originárias, tendo em vista que são receitas DERIVADAS.
e) Errada. Ambas as assertivas estão erradas. A primeira por limitar a obtenção de receita
para o ente competente. É possível que após a instituição de determinado tributo a sua
receita seja repartida com outro ente, como ocorre com o ITR e o IPVA, por exemplo. Já a
segunda assertiva peca ao dizer que os tributos são decorrentes de atividade legislativa
vinculada. A doutrina entende que o exercício da competência tributária é atividade
facultativa do ente detentor.
Letra c.
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O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo
está vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
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Diego Degrazia e Lis Ribas
Ao avaliar o que estava previsto nos dispositivos na CF/88, o Supremo Tribunal Federal
considerou que as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios seriam, sim,
espécies tributárias e adotou uma nova teoria, a teoria pentapartida (pentapartite/
quinquipartida), que entende presentes no ordenamento cinco espécies de tributos e não
três como adotado pelo CTN.
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Note o excerto retirado do Recurso Extraordinário n. 146.733, julgado pelo Plenário do STF
em 1992:
JURISPRUDÊNCIA
De fato, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições
de melhoria), a que se refere o art.145 para declarar que são competentes para instituí-
los a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os arts. 148 e 149 aludem
a duas outras modalidades tributárias para cuja instituição só a União é competente:
o empréstimo compulsório e as contribuições sociais.
Note que as chamadas “contribuições sociais” pelo STF à época hoje são denominadas de
contribuições especiais. Há parte da doutrina que também já as denominou de “contribuições
parafiscais”, por isso a correção da assertiva E.
Letra e.
016. (FGV/CM RECIFE/ASSESSOR JURÍDICO/2014) Tributo não vinculado é aquele que tem
por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade estatal específica
relativa ao contribuinte, diz-se um “tributo não vinculado”. Nesse sentido, é “tributo não
vinculado”:
a) o IPTU;
b) a taxa de fiscalização;
c) a contribuição de melhoria;
d) a taxa de melhoramento dos aeroportos;
e) a taxa de limpeza pública..
O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo
está vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
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Note que o comando da questão pede a divisão do CTN. O CTN adota a teoria tripartida,
entendendo que são tributos apenas as taxas, os impostos e as contribuições de melhoria.
Letra a.
CEBRASPE
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Conforme análise literal do art. 145 da CF/88, e do CTN, há 3 espécies tributárias: impostos,
taxas e contribuições de melhoria:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
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Como você pôde perceber, a taxa é uma espécie tributária que pode ser cobrada em razão
de prestação de serviço público específico e divisível ou do exercício do poder de polícia,
de modo que na questão o examinador referiu-se, portanto, a um tipo de taxa.
Como a questão restringe o conceito de tributo para apenas uma de suas espécies, seu
gabarito é ERRADO.
Errado.
A banca levou em consideração a teoria pentapartide adotada pelo Supremo Tribunal Federal,
que afirma que há 5 espécies tributárias no ordenamento jurídico brasileiro: impostos,
taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Errado.
A segunda parte da questão está correta, pois tributo e multa não se confundem, mas não
se pode afirmar que o ato que gera o tributo é sempre lícito. Vejamos a literalidade do
art. 118 do CTN:
Esse artigo está alinhado com o princípio doutrinário conhecido como pecúnia non olet
(dinheiro não cheira). Fica fácil entender essa previsão se imaginarmos uma situação de
tráfico de drogas. Apesar de ser uma atividade ilícita, o resultado econômico decorrente
dessa atividade é perfeitamente tributável, ou seja, o fato gerador do tributo é sempre
lícito, mas foi derivado de um ato ilícito.
Errado.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Certo.
Segundo o art. 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária cobrada mediante atividade
administrativa discricionária plenamente vinculada instituída em lei.
Errado.
Tributo não constitui sanção de ato ilícito, conforme a sua definição prevista no art. 3º do
CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
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Errado.
A penalidade pecuniária não se caracteriza como tributo. Penalidade é sanção por ato ilícito
do contribuinte. Vamos resgatar o art. 3º do CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Errado.
Questão simples e direta, pois sabemos que tributos somente podem ser cobrados através
de lei, e nunca de contrato. A obrigação tributária é justamente isso, uma obrigação, daí a
necessidade de existir lei que estabeleça a instituição do tributo.
Errado.
A regra geral disposta no CTN é que os tributos devem ser pagos em pecúnia, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, ou ainda em dação em pagamento em bens imóveis
(exceção à regra geral). Mas não existe previsão de pagamento de tributos in labore, ou
seja, através de prestação de serviços.
Errado.
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Conforme comentamos, pelo princípio da pecúnia non olet é possível tributar atividades
ilícitas, como por exemplo os ganhos decorrentes do tráfico de drogas. Assim, a primeira
parte da questão está correta. Por fim, a questão afirma que os tributos não podem ser
utilizados como sanção, e é justamente o que dispões o CTN em seu art. 3º.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Certo.
Vimos que tributo é gênero, o qual pode ser subdividido em três espécies, de acordo com o
CTN (teoria tripartite): impostos, taxas e contribuições de melhoria. A questão apresenta
características apenas dos impostos, que realmente não se vinculam a uma atividade estatal
específica. Já as taxas e contribuições de melhoria são considerados tributos vinculados, pois
se vinculam a alguma atividade estatal específica: prestação de algum serviço remunerado
através de taxa e valorização imobiliária decorrente de obra pública que enseja a cobrança
de contribuição de melhoria. Portanto, erra a questão ao afirmar que a regra geral é não
poder vincular um tributo a uma atividade estatal específica.
Errado.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
031. (CESPE/ANTAQ/2009) Julgue o item que se segue acerca das espécies de tributo.
Ao contrário do que ocorre com os impostos, as taxas são conhecidas como tributos
não-vinculados.
É justamente o oposto do que afirma a questão. Enquanto impostos são não vinculados,
taxas e contribuições de melhoria são originadas de atividades estatais específicas.
Errado.
032. (CESPE/STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das disposições do Código
Tributário Nacional (CTN).
O imposto se distingue das demais espécies de tributos porque tem como fato gerador
uma situação que independe de atividades estatais específicas.
Perfeito! É justamente o que dispõe o Código Tributário Nacional: enquanto impostos são
uma espécie de tributo não vinculado, as taxas e as contribuições de melhoria vinculam-se
a uma atividade estatal específica.
Vejamos as definições do CTN para reforçar os conceitos:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente
de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
Certo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Errado.
Esta é a definição de tributo segundo o art. 3º do CTN. E, além disso, o servidor responsável
pela fiscalização tributária que identificar a ocorrência de fato gerador de tributo deve
cobrá-lo, obrigatoriamente.
Certo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
037. (CESPE/SEFAZ-RS/2019) O ICMS é espécie tributária que pode ser classificada como
um imposto
a) direto e especial, que deverá ser seletivo.
b) indireto e real, que poderá ser seletivo.
c) direto e pessoal, que deverá ser seletivo.
d) indireto e pessoal, que poderá ser seletivo.
e) direto e real, que poderá ser seletivo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito e Classificação dos Tributos
Diego Degrazia e Lis Ribas
O Código Tributário Nacional foi promulgado através da Lei n. 5.172/1966, uma lei ordinária.
Posteriormente, essa Lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 com status
de Lei Complementar. A razão dessa mudança de tratamento é a exigência na própria
Constituição Federal de que Lei Complementar deve regular normas gerais de direito
tributário. Assim, o CTN, criado através de lei ordinária, continua sendo uma lei ordinária
em sentido formal e foi recepcionado com status de Lei Complementar por ser uma norma
materialmente compatível com a CF/88. Assim, somente outra lei complementar ou norma
superior (como uma Emenda Constitucional, por exemplo) pode modificar as disposições
do CTN, que fixa as normas gerais de direito tributário.
Certo.
040. (CESPE/SERPRO/2013) Com base nas normas constitucionais e legais sobre direito
tributário, julgue o item subsecutivo.
A CF previu que as normas gerais de direito tributário seriam objeto de lei complementar;
todavia, até a presente data, essas normas gerais são as estabelecidas por meio de uma
lei instituída como lei ordinária em sentido formal.
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O CTN é uma lei ordinária em sentido formal, tendo sido recepcionada com status da lei
complementar, regulando as normas gerais de direito tributário no Brasil.
Certo.
Como a Constituição Federal exige que as normas gerais de Direito Tributário sejam objeto
de Lei Complementar (art. 146, III, CF/88), e que normas dessa natureza não podem ser
alteradas por Lei Ordinária, não é possível que esta última revogue disposições daquela. Lei
complementar deve ser necessariamente revogada ou modificada por outra lei complementar
ou por norma superior.
Errado.
042. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Com relação aos aspectos tributários das receitas, julgue
o item subsequente.
Os impostos proporcionais são uniformes em relação à base de cálculo, mas podem ter
alíquotas diferenciadas, de acordo com o critério estabelecido na legislação pertinente.
No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única para
qualquer base de cálculo. No entanto, a legislação pode afirmar que diante de “determinada
situação”, a alíquota pode ser diferente para “este” contribuinte, mas compreenda que o
critério para diferenciação da alíquota não é o aumento/redução da base de cálculo: se
assim fosse, o tributo seria considerado progressivo.
Por exemplo: Regra: alíquota de 10% de ICMS para produtos comercializados no Estado “X”,
independentemente do valor da operação. Exceção: produtos de cesta básica sofrem incidência
de ICMS com alíquota de 2% no Estado “X”, independentemente do valor da operação.
Certo.
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Temos dois erros na questão. Primeiramente, o art. 98 do CTN defende que “os tratados
e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna,
e serão observados pela que lhes sobrevenha”. Portanto a primeira parte da questão está
errada. Já o art. 96 informa que “a expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”. Assim,
também está incorreta a parte final da questão.
Errado.
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Portanto, não é possível que Resolução do Senado Federal regule matérias reservadas à lei.
Errado.
O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo
está vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
Exemplo clássico de tributo vinculado é a taxa, enquanto exemplo clássico de tributo não
vinculado é o imposto.
Certo.
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b) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa discricionária.
c) As taxas são tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição.
d) A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo relevante para qualificá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.
e) A União, mediante medida provisória, poderá instituir empréstimos compulsórios para
atender as despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
b) Errada. A definição de tributo do artigo 3º do CTN diz expressamente que tributo NÃO
É SANÇÃO DE ATO ILÍCITO.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
c) Certa. Essa é a definição de taxa constante no inc. II do artigo 145 da Constituição Federal.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
...
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
d) Errada. De acordo com o disposto no artigo 4º do CTN, tais situações são IRRELEVANTES
para a determinação da natureza jurídica do tributo.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
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Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.
Letra c.
a) Errada. O Tributo não é sanção por ato ilícito. Até por isso, no caso de crime de contrabando,
o imposto de importação não pode ser exigido.
b) Errada. O lançamento tributário é sempre realizado pela Autoridade Administrativa. E
o IPTU é imposto geralmente lançado de ofício e não por homologação. Há, com veremos
adiante no curso, hipótese específica de constituição do crédito tributário por meio de
declaração do sujeito passivo em tributos sujeitos ao lançamento por homologação, mas
não é esse o exemplo da alternativa.
c) Errada. Tributo é, na dicção do artigo 3º do CTN, prestação pecuniária compulsória em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. O nosso ordenamento não admite o tributo in
natura como exposto na alternativa.
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d) Certa. Considerada como correta pela banca FCC. O tributo só pode ser instituído mediante
lei ou ato normativo com força de lei. Não há exceções constitucionais para essa situação.
A única interpretação plausível da alternativa é considerar o vocábulo “lei” como sendo lei
ordinária em sentido estrito. Nesse caso, seria possível entender que o examinador quis
dizer que via de regra o tributo é instituído por “lei”, mas a Constituição prevê hipóteses
de instituição por Lei Complementar ou por Medida provisória, por exemplo.
e) Errada. É prestação pecuniária COMPULSÓRIA.
Letra d.
Vimos exaustivamente que tributo não é sanção de ato ilícito. Logo, a referida penalidade
pecuniária não pode ser considerada um tributo.
Letra e.
d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída
em lei.
e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito
e esteja instituída na legislação tributária.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
Tributo não pode ser sanção por ato ilícito. A multa é exatamente isso, a sanção, em pecúnia,
pelo descumprimento de alguma norma.
Letra d.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra b.
a) Errada. Tributo é toda prestação compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada. Assim, é errado afirmar que o tributo:
é prestação em quaisquer tipos de bens e direitos; é instituído pela legislação tributária;
constitui sanção de ato ilícito; e é cobrado mediante atividade judicial plenamente vinculada.
b) Errada. Pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
c) Errada. Compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
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Note que o examinador foge de qualquer controvérsia ao perguntar sobre a natureza jurídica
específica do tributo – EM REGRA.
Logo, nesse caso, entramos na regra geral do CTN, que atribui essa definição ao fato gerador
da obrigação tributária.
Ademais, mesmo se fosse levar em conta as contribuições especiais ou os empréstimos
compulsórios, não se pode dizer que a regra é usar a destinação legal do produto da
arrecadação para a definição da natureza jurídica de todos os tributos.
Assim, tendo por base o artigo 4º do CTN, a alternativa A é a única opção correta.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Letra a.
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I – A questão está falando aqui da característica extrafiscal dos tributos, na qual o intuito
é gerar um comportamento do contribuinte. Se a principal função do tributo instituído for
regular algum setor econômico ou social, influenciando o comportamento dos contribuintes,
estaremos diante de um tributo com finalidade extrafiscal predominante.
II – O Estado institui o tributo e confere a capacidade tributária ativa de arrecadação,
fiscalização e administração a uma entidade ou órgão, com o intuito de que este exerça
uma atividade que não é típica de estado, mas que é relevante para a sociedade. Tributo
PARAFISCAL.
Letra c.
Como vimos, tributos são exações originadas no poder de império do Estado, ou seja, receitas
derivadas desse mesmo poder. Assim, impostos, taxas e contribuições de melhoria, por
serem espécies de tributos, são exemplos de receitas derivadas.
Letra c.
As taxas podem ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização
efetiva ou potencial de serviço público, específico e divisível prestado ao contribuinte ou
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posto à sua disposição. Até por isso, a taxa de serviço é um tributo vinculado, tendo em
conta que sua instituição se dá em face de um ato da administração. Ademais, as taxas de
serviço são instituídas exatamente para remunerar o serviço público em questão.
Letra b.
A denominação legal do tributo não pode ser utilizada para definir a sua natureza jurídica.
No caso, mesmo estando denominada como taxa, a exação não se refere à prestação de
serviço público ou exercício do poder de polícia, fatos que ensejariam a instituição de taxa.
Letra e.
a) Errada. Tendo por base o artigo 4º do CTN, sabe-se que a destinação legal do produto
da arrecadação não é essencial para a definição da natureza jurídica do tributo, ao menos
no que diz com taxas, impostos e contribuições de melhoria.
b) Certa. No que diz com as Contribuições Especiais e os Empréstimos Compulsórios, a
destinação das receitas (sua vinculação) é crucial para viabilidade e definição do tributo.
c) Errada. As taxas e contribuições de melhoria, em que pese sejam tributos vinculados a uma
atividade estatal específica, não possuem necessariamente sua ARRECADAÇÃO VINCULADA.
d) Errada. O erro da alternativa está na parte final: em casos excepcionais os impostos
podem sim ter sua arrecadação vinculada.
e) Errada. Não necessariamente. A contribuição de melhoria é um tributo vinculado, pois
só pode ser instituído em face de fato da administração – realização de obra pública, que
gere valorização imobiliária, mas não se pode dizer que sua arrecadação é vinculada, tendo
em conta que a obra pode ter sido realizada antes.
Letra b.
DIVERSAS BANCAS
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
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Uma questão um tanto controversa que precisa ser feita por eliminação.
Como sabemos, o artigo 3º do CTN traz a definição de tributo:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
JURISPRUDÊNCIA
Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE
PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias
conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final,
do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de
preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio
da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)
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c) Certa. Em que pese a previsão de que as contribuições sociais possuam natureza tributária
não estejam dispostas no CTN, a sua configuração como tributo advém da sua adequação
ao que está exposto no artigo 3º do Código, de acordo com a posição do STF. Ademais, não
há outra opção a se marcar na questão.
d) Errada. O laudêmio é instituto de direito civil, que decorre de previsão contratual e não
de imposição tributária.
e) Errada. Tarifas não se confundem com taxas e, por isso, não possuem natureza de tributo.
Letra c.
A teoria pentapartida, que decorre da Constituição de 1988, entende que existem cinco
espécies de tributos: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios
e contribuições parafiscais ou especiais.
Letra a.
Querido (a) aluno (a), chegamos ao fim da aula. Aqui estudamos os conceitos iniciais
do Direito Tributário que são fundamentais para a compreensão da matéria e esperamos
que você tenha gostado da nossa didática, que tenha assimilado o conteúdo e opte por
continuar nessa jornada conosco.
Lembre-se de anotar os conceitos mais importantes e de marcar os dispositivos da
Constituição Federal já cobrados, de forma que você tenha um material de revisão eficiente
e objetivo.
Grande abraço,
Diego Degrazia e Lis Ribas.
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caminhos
crie
futuros
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