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CONHECIMENTOS

BANCÁRIOS
Aspectos Jurídicos

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
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Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
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Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240129463826

AMANDA AIRES

Secretária de Estado do Governo de Pernambuco, estando à frente da pasta de


Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo – a qual alcança toda ação que
envolve geração de emprego e renda. Graduada em Economia pela Universidade
Federal de Pernambuco com extensão universitária pela Universität Zürich, na Suíça.
Mestra em Economia com dissertação premiada pela Federação Brasileira de Bancos
– Febraban. Doutora em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco com
um doutorado sanduíche pela Université Laval, no Canadá. Colunista de Economia
da Rádio CBN/Recife entre 2014 e 2020. Autora dos livros Economia Brasileira para
Concursos e Economia para Concursos: 1.000 Questões Comentadas.

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Aspectos Jurídicos
Amanda Aires

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Aspectos Jurídicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Aspectos Jurídicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. Noções de Direito Aplicadas às Operações de Crédito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Instrumentos de Formalização das Operações de Crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1. Aspectos Gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2. Contratos por Instrumento Público e Particular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3. Cédulas e Notas de Crédito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4. Títulos de Crédito — Nota Promissória, Duplicata, Cheque . . . . . . . . . . . . . . 25
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

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Amanda Aires

APRESENTAÇÃO
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Tudo bem? E os estudos? Para quem ainda não me conhece, meu nome é Amanda Aires
Vieira. Atualmente sou Secretária de Estado do Governo de Pernambuco, estando à frente
da pasta de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo – pasta que alcança toda a
ação que envolve geração de emprego e renda. Sou doutora em economia pela Universidade
Federal de Pernambuco, com um doutorado sanduíche pela Université Laval, no Canadá. Sou
professora do Gran desde 2018 e tenho dois livros de economia publicados para o público
de concursos. Registro aqui a minha felicidade em estar escrevendo este livro digital para
te ajudar a atingir o sucesso na carreira que você sonha.
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias,
exercícios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para
que você surpreenda a banca examinadora, e não o contrário.
Nesse ponto, este material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de economia num formato diferente. E acredite: saber
economia não é apenas imprescindível para a sua aprovação, pode ser o diferencial na hora
da prova. Não é possível ir para as provas sem ler este material. Então, aproveite!
Lembre ainda que eu tenho vários cursos em vídeo aqui no GRAN. Então, caso você
precise de um suporte de vídeo, também terá este material completo.
No fim do nosso material, existe um resumo e uma lista de questões. A proposta é que
você consiga fazer muita ação prática para não se surpreender na hora da prova.
Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital de economia, buscando
sua sonhada aprovação. Colocarei questões de bancas de concursos anteriores para que
você fique preparado(a) para surpresas do examinador.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado(a) no curso GRAN. Estou esperando as dúvidas no Fórum do Aluno!
Vamos começar?
Amanda Aires Vieira.
@profamandaaires

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ASPECTOS JURÍDICOS

1. ASPECTOS JURÍDICOS

1.1. NOÇÕES DE DIREITO APLICADAS ÀS OPERAÇÕES DE CRÉDITO


As noções de direito que trabalharemos aqui possuem todas um viés para as operações
de crédito. Ou seja, mesmo que se encontrem em outros campos do direito, aqui serão
abordados apenas os aspectos relevantes às operações de crédito.

1.1.1. SUJEITO
Sujeito de direito é o centro de imputação de direitos e obrigações referido em
normas jurídicas com a finalidade de orientar a superação de conflitos de interesses
que envolvem, direta ou indiretamente, homens e mulheres.

Nem todo sujeito de direito é pessoa e nem todas as pessoas, para o direito, são seres
humanos. Em que pese a possível abstração deste conceito, é necessário compreender
que o sujeito de direito serve de instrumento para a centralização de direitos e deveres.
Por exemplo, uma pessoa física capaz (maior de 18 anos, por exemplo) é responsável pelos
direitos e deveres contraídos pelos atos que pratica.

A construção pelo direito de conceitos destinados à identificação de direitos e obrigações


visa melhor disciplinar relações entre homens e mulheres. A finalidade do direito é promover
a superação dos conflitos de interesses postos em sociedade, uma sociedade humana.
Os seres incorpóreos que existem para o direito são sempre instrumentos para melhor
disciplinar as relações econômicas e sociais de maior complexidade entre os seres humanos. Na
forma jurídica, essas abstrações titularizam direitos e obrigações exclusivamente para que os
conflitos de interesses de homens e mulheres possam ser superados de modo mais racional.
Há dois critérios de classificação dos sujeitos de direito. O primeiro os divide em
personificados (ou personalizados) e despersonificados (ou despersonalizados). O
segundo distingue, de um lado, os sujeitos humanos (ou corpóreos) e, de outro, os não
humanos (ou incorpóreos).
Os sujeitos personificados recebem do direito uma autorização genérica para a
prática dos atos e negócios jurídicos. A pessoa pode fazer tudo o que não está proibido.

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Já os sujeitos não personificados podem praticar apenas os atos inerentes à sua


finalidade (se possuírem uma) ou para os quais estejam especificamente autorizados.
Os sujeitos de direito se classificam, também, em humanos ou não humanos. É humano
o homem ou a mulher, desde o momento em que, como embrião, se aloja no útero da mãe
biológica. Enquanto lá permanece, é sujeito despersonificado. Nascendo com vida, adquire
personalidade. Não humanos são os demais sujeitos de direitos, criações conceituais
destinadas a melhor disciplinar os interesses dos humanos.
Vamos analisar adiante as espécies de sujeito de uma maneira mais detida.

SUJEITOS PERSONIFICADOS
Personificados são os sujeitos de direito dotados de personalidade jurídica. Os sujeitos
personificados são as pessoas, que podem ser físicas (também chamadas “naturais”) ou
jurídicas (“morais”). As pessoas físicas são sujeitos de direito humanos, e as jurídicas, não
humanos. Ambas estão autorizadas à prática dos atos e negócios jurídicos em geral. Podem
fazer tudo o que quiserem, desde que para elas não seja proibido.
Neste contexto, personalidade jurídica é uma autorização genérica concedida pelo
direito para determinados sujeitos, tornando-os aptos à prática de qualquer ato jurídico não
proibido. É uma decorrência do princípio da legalidade, expresso em norma constitucional:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
As pessoas jurídicas de direito privado, ao receberem o atributo da personalidade jurídica,
tornam-se aptas à prática de quaisquer negócios jurídicos. Podem comprar e vender,
contratar seguro, celebrar contrato de trabalho como empregadora, iniciar novas atividades
(respeitados os regulamentos específicos), alienar ou adquirir direitos creditórios etc. Para
todos esses atos, e muitos mais, não é necessária uma específica e expressa autorização,
porque a personalidade que ostenta equivale a uma autorização genérica.
Para as pessoas sujeitas ao regime de direito público, o princípio da legalidade possui
significado invertido. Isto mesmo! Enquanto paras as pessoas de direito privado não estão
proibidas de fazer nada que não seja vedado em lei (podem fazer de tudo, desde que a lei
não proíba), as pessoas jurídicas de direito público só podem fazer aqui que for permitido
pelas normas jurídicas.
O Estado não pode praticar todos os atos para os quais inexista proibição. A legalidade
de direito público é mais estreita. As pessoas públicas só podem praticar atos com base
em preceito legal autorizativo. Não basta a inexistência de proibição para que a pessoa de
direito público esteja apta a praticar o ato jurídico pretendido. Para ela, é indispensável
amparo legal autorizando, em termos gerais ou específicos, a referida prática.
Guarde bem esta diferença da aplicação do princípio da legalidade às pessoas de
direito público e privado, pois é muito importante!

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Por fim, esclareça-se que a aptidão para a prática de atos e negócios jurídicos conferida
pela personificação não assegura a validade e regularidade dos que vierem a ser praticados.
Não é porque o sujeito responsável pelo ato jurídico é pessoa que está afastada a possibilidade
de equívocos, desatendimentos a formalidades essenciais ou mesmo fraude.

SUJEITO DESPERSONIFICADO HUMANO


A exemplo dos personificados, os sujeitos despersonificados podem ser humanos ou
não humanos. O homem e a mulher, enquanto se encontram em processo de gestação no
útero materno (nascituros), são já sujeitos de direito, embora não sejam ainda pessoas.
Mais uma vez, um conceito um pouco abstrato.
Em termos legais, o art. 2º do CC estabelece que “a personalidade civil da pessoa
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro”. Isso significa que, antes do nascimento com vida, o homem e a mulher não têm
personalidade, mas, como já titularizam os direitos postos a salvo pela lei, são sujeitos de
direitos. Vamos a um exemplo. Imagine que o pai do nascituro venha a falecer; mesmo que o
filho se encontre em gestação no útero da mãe, ele já é sucessor, a menos que não venha a
nascer com vida. Ou seja, o nascituro é sujeito de direito, mesmo que despersonificado seja.
A condição para que o nascituro seja sujeito de direito, isto é, tenha seus direitos
legalmente protegidos, é a de que venha a nascer com vida. Se falecer antes de cumprida
essa condição, não será considerado sujeito de direito pela lei brasileira. No exemplo acima,
o natimorto não se tornaria sucessor, e deixaria de concorrer à herança. Em outros termos,
para que o nascituro seja sujeito de direito, é necessário que vingue como pessoa, ou seja,
nasça com vida e, consequentemente, adquira personalidade jurídica.
Se o ser humano nasce com vida (isto é, chega a respirar o ar atmosférico) operam-se
duas consequências jurídicas: ele se torna pessoa física e se considera que, enquanto durou
sua existência intrauterina, foi um sujeito de direito despersonificado.

SUJEITOS DESPERSONIFICADOS NÃO HUMANOS


Os sujeitos despersonificados não humanos são entidades criadas pelo direito para
melhor disciplinar os interesses de homens e mulheres. São, em última análise, técnicas de
separação patrimonial destinadas a cumprir uma finalidade. Todo ente despersonificado não
humano tem uma finalidade, que justifica a sua constituição e, principalmente, circunscreve
os negócios jurídicos que está autorizado a praticar.
Como examinado anteriormente, a personificação significa uma autorização genérica
para a prática dos atos e negócios jurídicos. A pessoa (física ou jurídica) pode fazer qualquer
coisa, desde que não haja proibição. O sujeito despersonificado não recebe, do direito,
essa autorização genérica. Ele só pode praticar os atos ínsitos às suas finalidades ou
expressamente previstos na lei.
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Bom, a ideia aqui é a mesma. Assim como nos sujeitos personificados, que são separados
entre pessoas físicas e jurídicas para fins de separação patrimonial e centralização da
capacidade de contrair direitos e deveres, o sujeito despersonificado não humano possui
o mesmo objetivo. No entanto, cabe lembrar que eles possuem limitações, pois só pode
praticar os atos ínsitos às suas finalidades ou expressamente previstos na lei, diferentemente
dos sujeitos personificados não humanos que seguem o princípio da legalidade de maneira
mais ampla.
Os principais exemplos de sujeito de direito despersonificado são o espólio, o condomínio
edilício e a massa falida. Vejamos suas características principais:
• Espólio → A pessoa física, ao morrer, deixa de ser sujeito de direito. Não poderá mais,
assim, titularizar direitos ou obrigações. Alguns de seus interesses extrapatrimoniais
permanecem tutelados, como projeção de seus direitos da personalidade, mas nenhum
direito ou obrigação pode ser imputado ao falecido. Contudo pode haver, e geralmente
há, pendências obrigacionais deixadas pela pessoa morta. Dívidas que não pagou,
créditos que não recebeu. Há, por outro lado, os bens de seu patrimônio que precisam
ser administrados até a final partilha entre sucessores (herdeiros ou legatários).
Para cuidar daquelas pendências e administrar provisoriamente os bens do de cujus,
cria o direito um sujeito despersonificado, que é o espólio. Ele é representado pelo
inventariante, nomeado pelo juiz perante o qual tem curso o processo de inventário.
Se o devedor do falecido resiste a honrar seu compromisso, o espólio tem ação contra
ele. Se uma dívida do falecido não foi paga porque contestada sua existência, não
se podendo resolver o incidente no processo do inventário por sua complexidade, o
espólio poderá ser demandado pelo credor.
• Condomínio edilício → Os proprietários de unidades de uma edificação (como, por exemplo,
os apartamentos de determinado edifício) têm interesses comuns, relacionados às áreas
comuns, segurança, limpeza, manutenção de equipamentos e outros. A administração
desses interesses comuns é feita por um sujeito de direito despersonificado não humano,
chamado condomínio edilício ou de edificação. Ele está autorizado a praticar os atos
de contratação de empregados, aquisição de material de limpeza, proceder ao rateio
das despesas condominiais etc. Além disso, o condomínio pode ser responsabilizado
por atos culposos ou dolosos dos empregados, titularizar crédito perante o condômino
inadimplente e ser devedor dos tributos incidentes sobre as áreas comuns e das taxas
não discriminadas por unidade (normalmente, o fornecimento de água, recolhimento
do lixo e outras). O representante do condomínio chama-se síndico.
• Massa falida → Quando o exercente de atividade empresarial (comerciante, industrial,
prestador de serviços etc.) não consegue honrar, no vencimento, as dívidas, pode ser
decretada sua falência pelo juiz. Na falência, todos os bens do empresário falido serão

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arrecadados e posteriormente vendidos em leilão judicial. Os credores só podem ser


satisfeitos com o produto da venda desses bens. Como provavelmente não haverá
recursos para pagar a totalidade do devido a cada um, procede-se, na falência, à divisão
destes de forma mais justa: os mais necessitados recebem em primeiro lugar; o interesse
público prepondera sobre o privado; entre iguais, não sendo possível o pagamento
integral, realiza-se o proporcional ao valor de cada crédito. Há diversas regras que ditam
a preferência de recebimentos dos créditos. Por essa razão, a partir da decretação judicial
da falência, os credores do falido passam a ter interesses convergentes, organizadas
no sujeito despersonificado não humano chamado massa falida.

001. (CESPE/TJ TRT10/ADMINISTRATIVA/2004) Acerca das pessoas naturais e jurídicas,


julgue o seguinte item.
A capacidade jurídica da pessoa natural é limitada, pois uma pessoa pode ter o gozo de um
direito, sem ter o seu exercício, por ser incapaz.

Exato! Mesmo que a pessoa tenha certo direito, como, por exemplo, compra/vender etc.,
ela pode ter o exercício deste direito limitado, visto apresentar incapacidade.
Certo.

002. (CESPE/TJ TJDFT/2013) Em relação a pessoas jurídicas, pessoas naturais e bens, julgue
o item a seguir.
A interdição do pródigo irá restringir-lhe a prática de atos, tanto patrimoniais quanto
pessoais.

Como vimos, o pródigo é incapaz apenas para os atos de conteúdo patrimonial listados
no art. 1.782 do CC: emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou
ser demandado e os atos que não sejam de mera administração. Para os demais atos da
vida civil — casar, adotar, reconhecer filhos, testar, doar órgãos para retirada em vida ou
manifestar sua recusa expressa em ser doador, submeter-se a esterilização voluntária e
outros —, a assistência do curador é desnecessária, podendo o pródigo praticar o negócio
jurídico diretamente.
Errado.

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1.1.2. OBJETO DO DIREITO


Acabamos de estudar os conceitos de sujeito do direito. Em resumo, se dividem em
pessoas físicas e jurídicas (personificas e despersonificadas).
Já o objeto do direito é o bem ou a vantagem determinada pela ordem jurídica em
relação à pessoa.
No contexto jurídico, os bens estão previstos no artigo 79 ao artigo 103 do Código Civil
sendo classificados em suas caracterizações e existência. Segundo Sílvio de Salvo Venosa
(2009, p. 291): “Entende-se por bens tudo o que se pode proporcionar utilidade aos
homens (...)” e ainda adverte que: “(...) Não deve o termo ser confundido com coisas (...)”.
O doutrinador entende que o bem tem de ser útil ao homem, logo sem tal qualidade não
seria necessário ao homem. E ainda adverte na importância de ter o discernimento de não
confundir Bens e Coisas. Embora as doutrinas estejam longe de formarem características
uníssonas que realmente as diferencie.
Nos importa conhecer a classificação dos bens. São muitas e, por isto, seguem os
principais para nossos fins com seus conceitos primordiais:
• Bens corpóreos e incorpóreos → Corpóreos são os que têm existência material,
como uma casa, um terreno, um livro. Incorpóreos são os que não têm existência
tangível e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as
coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor
econômico, tais como os direitos autorais.
• Bens móveis e imóveis → Móveis são os que podem ser transportados por movimento
próprio ou removidos por força alheia. Imóveis são os que não podem ser transportados sem
alteração de sua substância. Aqui há subdivisões, como os bens imóveis por sua natureza
(solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as
árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo), os bens imóveis por acessão
física (tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente
lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem
destruição, modificação, fratura ou dano), os bens imóveis por acessão intelectual (todas
as coisas móveis que o proprietário do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas
em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade), os bens imóveis por
determinação legal (são direitos reais sobre imóveis, como o usufruto, uso, habitação,
enfiteuse, anticrese, servidão predial e as ações que o asseguram).
• Bens fungíveis e infungíveis → Fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos
por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade; talvez o melhor exemplo seja
uma cédula de moeda (se você empresta uma cédula de R$ 10 para um amigo e ele
te devolve no dia seguinte o mesmo valor, a cédula não será a mesma). Infungíveis
são os insubstituíveis, por existirem somente se respeitada sua individualidade.

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• Bens consumíveis e inconsumíveis → Consumíveis são os que se destroem assim que


vão sendo usados (alimentos em geral). Inconsumíveis são os de natureza durável,
como um livro.
• Bens divisíveis e indivisíveis → Divisíveis são aqueles que podem ser fracionados em
porções reais. Indivisíveis são aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes
alterar a substância, ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei
ou pela vontade das partes.
• Bens singulares e coletivos → As coisas singulares são as que, embora reunidas, se
consideram de per si, independentemente das demais. São consideradas em sua
individualidade; coletivas são as constituídas por várias coisas singulares, consideradas
em conjunto, formando um todo único, que passa a ter individualidade própria, distinta
de seus objetos componentes, que conservam sua autonomia funcional.
• Bens particulares e bens públicos → São respectivamente, os que pertencem a pessoas
naturais ou jurídicas de direito privado e os que pertencem as pessoas jurídicas de
direito público, políticas, à União, aos Estados, aos Municípios.
• Bens públicos de uso comum do povo: São os que embora pertencentes as pessoas
jurídicas de direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição e gratuitamente,
por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial.
• Bens públicos de uso especial → São utilizados pelo próprio poder público, constituindo-
se por imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal,
como prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios
etc.; são os que têm uma destinação especial.
• Bens que estão fora do comércio → Os bens alienáveis, disponíveis ou no comércio, são
os que se encontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência
ou apropriação, podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio
a outro, quer por sua natureza, quer por disposição legal, que permite, por exemplo, a
venda de bem público; os bens inalienáveis ou fora do comércio são os que não podem
ser transferidos de um acervo patrimonial a outro ou insuscetíveis de apropriação.
• Bens inalienáveis por sua natureza → São os bens de uso inexaurível, como o ar, o
mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da
água do mar para extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas
finalidades, pode ser objeto de comércio.
• Bens legalmente inalienáveis → São os que, apesar de suscetíveis de apropriação
pelo homem, têm sua comercialidade excluída pela lei, para atender aos interesses
econômico-sociais, à defesa social e à proteção de determinadas pessoas; poderão
ser alienados, por autorização legal apenas em certas circunstâncias e mediante
determinadas formalidades; entram nessa categoria: os bens públicos; os dotais;

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os das fundações; os dos menores; os lotes rurais remanescentes de loteamentos


já inscritos; o capital destinado a garantir o pagamento de alimentos pelo autor do
fato ilícito; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por andares;
o bem de família; os móveis ou imóveis tombados; as terras ocupadas pelos índios.
• Bens inalienáveis pela vontade humana → São os que lhes impõe cláusula de
inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por
ato inter vivos ou causa mortis.
• Benfeitorias: São bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal;
podem ser necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-
lhe a deterioração), úteis (aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias
(embelezam o imóvel, para mero deleite ou recreio).
• Frutos → São bens acessórios que derivam do principal; podem ser naturais (das
árvores), industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do capital, como os juros).

1.1.3. FATO E ATO JURÍDICO


O fato descrito em norma jurídica como pressuposto da consequência por ela
imputada é chamado de fato jurídico. Matar alguém, por exemplo, é um exemplo de fato
jurídico, pois é algo descrito em norma jurídica que gera consequências quando praticado.
Note-se que nem todos os fatos têm relevância para o direito. Os eventos são inócuos,
sob o ponto de vista jurídico, quando não desencadeiam nenhuma consequência. Se alguém
caminha até o trabalho numa manhã, isto é um fato que, em princípio, nada tem de jurídico.
Ou seja, é apenas um fato, mas não um fato jurídico.
Toda norma jurídica pode ser descrita como a indicação de um evento ao qual liga uma
consequência. O evento descrito como pressuposto é um fato jurídico. Se o fato jurídico
é a conduta de um sujeito de direito, chama-se ato jurídico. Se o ato jurídico é praticado
com a intenção de gerar a consequência prevista na norma jurídica (isto é, produzir certos
efeitos), denomina-se negócio jurídico.
O que torna jurídico qualquer fato é a norma. Mais um conceito um pouco abstrato, mas
simples. Um fato torna-se jurídico quando há uma norma jurídica que prevê consequências quando
do seu cometimento. Assim, em suma, fato jurídico é o que gera consequências para o direito.
Um jovem completar 17 anos de idade não é fato jurídico; o mesmo jovem fazer 18 anos,
porém, já é fato jurídico, porque a partir dessa idade ele já é plenamente capaz para os
atos da vida civil. O que faz do décimo oitavo aniversário da pessoa física um fato jurídico
é a norma, que escolheu os 18 anos como o marco final da menoridade.
Os fatos jurídicos também podem ser condutas de sujeitos de direito, ou não. Celebrar
contrato (isto é, emitir declarações de vontade convergentes) é fato jurídico que representa
necessariamente uma ação de pessoas. Completar 18 anos, ao contrário, é fato jurídico que

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independe de qualquer conduta imputável a um sujeito de direito. Basta o planeta Terra


percorrer sua trajetória em torno ao Sol dezoito vezes depois do nascimento de alguém para
que essa pessoa passe a ser considerada capaz pelo direito. Neste caso, nenhum sujeito —
incluindo o aniversariante — fez ou deixar de fazer qualquer coisa.
Denomina-se ato jurídico a ação de sujeitos de direito que gera consequências
estabelecidas em normas. O ato jurídico é, assim, espécie de fato jurídico em que ocorre
a participação de sujeitos de direito.

1.1.4. CONTRATOS: CONCEITO E REQUISITOS DOS CONTRATOS


O conceito de contrato é construído basicamente em torno da noção de acordo de vontades.
O contrato é o resultado do encontro das vontades dos contratantes e produz seus efeitos
jurídicos (cria, modifica ou extingue direitos ou obrigações) em função dessa convergência.
Esta afirmação define o contrato: trata-se de negócio jurídico bilateral ou plurilateral
gerador de obrigações para uma ou todas as partes, às quais correspondem direitos
titulados por elas ou por terceiros.
Bom, a seguir segue definido cada uma das partes anteriormente citadas:
• Negócio jurídico → É resultado das ações intencionais humanas praticadas visando
produzir determinado efeito, previsto na norma jurídica. O contrato é uma ação
humana nitidamente intencional.
Ao contratar, o sujeito tem em mira um objetivo, que a norma jurídica diz ser alcançável
por meio de determinadas ações. Não há contrato sem a intenção característica dos negócios
jurídicos. Por isso, o contrato é um negócio jurídico.
• Bilateral ou plurilateral → De acordo com o número de partes, o negócio jurídico
pode ser unilateral (uma parte), bilateral (duas partes) ou plurilateral (três ou mais
partes). O contrato nunca é negócio jurídico unilateral, porque pressupõe pelo menos
duas partes manifestando vontades que convergem para o interesse comum.
• Gerador de obrigações para uma ou todas as partes → Os contratos, claro, por serem
negócios jurídicos, geram obrigações negociais, podendo ser unilaterais, quando uma
só das partes tem obrigações, ou bilaterais, se todas as têm.

Bom, que fique repisada a definição de contrato:


Contrato é o negócio jurídico bilateral ou plurilateral gerador de obrigações para uma
ou todas as partes, às quais correspondem direitos titulados por elas ou por terceiros.
Ele é necessariamente negócio jurídico integrado por duas ou mais partes, mesmo que
produza obrigações apenas a uma delas (unilateral).

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Continuando, são quatro os princípios do direito dos contratos: autonomia privada,


vinculação das partes, equilíbrio dos contratantes e relatividade:
• Autonomia privada
A autonomia privada é o reconhecimento pelo direito positivo da eficácia jurídica da
vontade dos contratantes. Os sujeitos de direito podem dispor sobre seus interesses
mediante acordos livremente negociados e estabelecidos entre eles, observados os limites
da ordem jurídica. O contratado nessas condições tem validade para o direito, podendo,
assim, qualquer dos contratantes acionar o aparato estatal com o objetivo de constranger
o outro ao cumprimento do contrato.
Em resumo, este princípio nos informa que as partes possuem autonomia de vontades
ao pactuar determinado contrato.
• Vinculação das partes
A vinculação das partes ao contratado é decorrência imediata da autonomia privada. Para
atribuir eficácia à composição dos interesses pelos próprios interessados, mediante acordo de
vontades, a ordem jurídica deve impor aos contratantes a obrigação de cumprir o contrato.
Por outra, deve disponibilizar aos lesados pelo descumprimento de obrigações contratuais
meios de acionamento do aparato estatal com vistas a afastar, atenuar ou compensar o
prejuízo. A vinculação das partes à vontade declarada é, desse modo, um dos princípios
fundamentais do direito contratual, sem o qual o conceito de contrato se dilui.
Em regra, as partes se vinculam ao que contrataram. Obrigam-se a cumprir a declaração
externada nos seus exatos termos, mesmo que, no momento da execução, o contrato não
mais lhes interesse como havia interessado na contratação.
• Equilíbrio dos contratantes
O contratante mais forte não pode ter vantagens, em detrimento do mais fraco, em
razão de sua melhor condição patrimonial, financeira, econômica, de mercado, profissional
ou qualquer outra.
Os contratantes devem estar equilibrados para exercitar a autonomia privada, ou seja,
para que as vontades declaradas em convergência produzam efeitos jurídicos válidos e
eficazes. Entre os contratantes desiguais, o equilíbrio faz-se mediante o reconhecimento
de direitos e prerrogativas ao mais débil, de modo a compensar sua vulnerabilidade ou
hipossuficiência. Já entre os iguais, o equilíbrio resulta do tratamento isonômico dispensado
aos contratantes.
• Relatividade
Por fim, o princípio da relatividade diz que é impossível um contrato criar obrigações para
quem não é parte dele. Ou seja, o princípio da relatividade cria obstáculos à extrapolação
dos efeitos atinentes à criação de obrigação para além dos próprios contratantes.

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1.1.5. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS


Há muitas e distintas maneiras de se classificar os contratos. A doutrina se divide
neste ponto.
No entanto, as maneiras de classificação desta seção seguem a forma proposta pelo
renomado Fábio Ulhoa Coelho. A classificação é proposta a partir dos seguintes critérios:
a) Estrutura→ Podem ser unilaterais ou bilaterais, sinalagmáticos ou díspares, comutativos
ou aleatórios, gratuitos ou onerosos;
b) Forma → São divididos em consensuais, formais ou reais;
c) Execução → São instantâneos ou contínuos;
d) Tipicidade → São típicos, atípicos ou mistos;
e) Liberdade das Partes → São extremados em voluntários ou necessários;
f) Regime Aplicável→ Administrativo, Comercial, Civil, Trabalhista etc.

ESTRUTURA
• Contratos unilaterais ou bilaterais
Não existindo contratos de uma parte apenas, percebe-se que a sua classificação como
unilaterais ou bilaterais não tem a quantidade de partes por critério de distinção.
O contrato é unilateral quando apenas uma das partes está obrigada, e bilateral quando
todas se obrigam. São unilaterais a doação pura, o comodato, a fiança, e o mútuo. São
bilaterais a compra e venda, a locação, a doação gravada, o depósito e outros.
Assim, contratos unilaterais colocam deveres a apenas uma das partes. Bilaterais, aos
dois lados do negócio.
• Contratos sinalagmáticos ou díspares
Os contratos bilaterais subdividem-se em sinalagmáticos ou díspares. Na primeira
categoria, as obrigações assumidas pelas partes podem ser equivalentes e, presumivelmente,
equivaler-se. Diz-se, por isso, que os contratantes assumem obrigações recíprocas. Na
segunda, não pode haver equivalência, porque ela desnaturaria o contrato.
• Contratos comutativos ou aleatórios
Aleatórios são os contratos onerosos em que uma só parte terá vantagem, sendo
impossível antecipar-se qual delas será. Comutativos são os demais contratos onerosos,
em que todas as partes presumivelmente auferem vantagem econômica.
Não se pode confundir a aleatoriedade com o risco da atividade econômica. Na corretagem,
o corretor assume obrigação de fim; quer dizer, só tem direito à remuneração caso o seu
cliente feche negócio com alguém localizado por ele. Desse modo, o corretor pode investir
bastante tempo e recursos num determinado trabalho, mas nada receber de remuneração
porque seu cliente não se entendeu com os potenciais interessados que havia identificado.

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A frustração dos esforços empregados pelo corretor, porém, não faz da corretagem um
contrato aleatório; ela representa o risco próprio da atividade econômica explorada pelo
corretor. A corretagem é contrato comutativo, porque eventual desvantagem do corretor
não decorre de azar; por outro lado, também o cliente está em desvantagem, se não fecha
contrato com nenhum dos pretendentes trazidos por aquele.
• Contratos onerosos ou gratuitos
Os contratos podem trazer, quando regularmente executados, proveito econômico para
todas as partes, ou para uma delas somente. Quando todas têm vantagem econômica, ele
é oneroso; se uma das partes não a tem, gratuito.
A maioria dos contratos pode ser onerosa ou gratuita, dependendo só da vontade das
partes. Em geral, a empreitada é onerosa, porque o empreiteiro explora profissionalmente
a atividade de construção. Mas, se ele concorda em prestar seus serviços a alguém sem
qualquer remuneração, a empreitada será gratuita.
Há, contudo, alguns contratos que são essencialmente onerosos ou gratuitos. Na
compra e venda e na locação, a onerosidade é essencial, assim como na doação e comodato
a gratuidade não pode deixar de existir.

FORMA DE CONSTITUIÇÃO
• Consensuais
São os contratos para cuja constituição não se exige nada além do encontro de vontade
dos contratantes. A generalidade dos contratos insere-se nessa categoria.

EXEMPLO
Um bom exemplo de contrato consensual é a locação, pois apenas o entendimento e vontade
entre as partes basta.
Para que a constituição do vínculo contratual se sujeite a outro requisito qualquer além
do acordo das partes, é necessária previsão legal expressa. Assim, não existindo norma
específica definindo certo contrato como de outra espécie, ele é consensual.
• Formais
São os contratos para cuja constituição exige a lei, além do consentimento das partes,
a forma escrita. Não admitem, por isso, a contratação oral. Antes de confeccionado e
assinado o instrumento, o contrato não existe.
Para ser formal o contrato é indispensável expressa previsão na lei, já que, em regra,
qualquer forma é admissível para os negócios jurídicos.
• Reais
São reais os contratos que se constituem mediante a tradição (transferência da posse)
da coisa móvel (de bem móvel). Não basta somente o consenso e eventual formalização.
Enquanto um contratante não entrega a coisa ao outro, o vínculo obrigacional não se constitui.
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EXECUÇÃO
Dividem-se os contratos, segundo a forma de execução, em instantâneos ou contínuos.
Os contratos instantâneos são os que se cumprem por um único ato de cada parte. Na
compra e venda à vista, o vendedor transfere o domínio da coisa, enquanto o comprador
paga o preço. É contrato de execução instantânea, porque cada contratante adimpliu sua
obrigação por meio de um só ato.
Os contratos instantâneos podem ser de execução imediata ou diferida. Quando
imediata a execução, ela coincide com a constituição do vínculo contratual e verifica-se a
simultaneidade dos adimplementos. No supermercado, consumidor e fornecedor celebram
compra e venda à vista, um contrato de execução instantânea e imediata. A seu turno, a
execução instantânea é diferida quando ocorre em momento não coincidente com o da
constituição do contrato. Ainda é um ato só a ser praticado por cada contratante ao adimplir
a obrigação contraída.
Os contratos contínuos são os que se cumprem por uma sucessão de atos de pelo menos
um dos contratantes. O contrato de locação é dessa espécie. Enquanto vigora o contrato,
o locador cumpre sua obrigação respeitando a posse do locatário sobre o bem locado; e o
locatário, pagando o aluguel, que normalmente é devido a cada mês de locação. O seguro
é outro exemplo.

TIPICIDADE
• Contratos típicos
Os contratos típicos são os disciplinados pela lei, em termos de imputação de direitos
e obrigações aos contratantes. Quando há tipicidade, os contratantes nem sempre têm
inteira liberdade para dispor sobre os seus interesses.
Os contratos típicos são aqueles em que os direitos e obrigações dos contratantes
estão, em parte, pelo menos, disciplinados na lei, por normas cogentes ou supletivas. Esses
direitos e obrigações, portanto, não se esgotam nas cláusulas do instrumento contratual
assinado pelas partes.
• Contratos atípicos
Os contratos atípicos regem-se exclusivamente pelo que as partes consignaram no
instrumento contratual nos limites das balizas gerais da autonomia privada (como as cláusulas
de boa-fé e função social). Os usos e costumes, que compõem o tipo social do contrato,
são úteis na interpretação de eventuais cláusulas obscuras do instrumento contratual.

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LIBERDADE DE CONTRATAR
Os contratos podem ser, de acordo com a liberdade de contratar das partes, voluntários ou
necessários. São voluntários, se todas as partes têm a escolha de não contratar; necessários,
se pelo menos uma delas não tem essa opção.

EXEMPLO
Não se pode, por exemplo, morar num centro urbano sem contratar da concessionária
específica os serviços de fornecimento de energia elétrica e água. É impossível, por outro
lado, ter um automóvel sem contratar o DPVAT, o seguro obrigatório

RAMO JURÍDICO DE REGÊNCIA


• Contrato administrativo
O contrato administrativo é aquele em que uma das partes é pessoa jurídica de direito
público (União, Estado-membro, Território, Distrito Federal, Município ou autarquia).
Presta-se, por um lado, a prover os entes públicos dos bens e serviços de que necessitam.
Na relação entre os sujeitos do contrato administrativo prepondera, de forma acentuada,
o interesse de uma das partes, o do Poder Público. O contratante privado pode ter os seus
interesses postergados ou mesmo menosprezados, se isso for necessário à realização do
interesse perseguido pela pessoa jurídica de direito público. É certo que, na definição dos
direitos e obrigações das partes, sendo o contrato típico, incidem as normas de direito privado.
O contrato administrativo, assim, pode ser resolvido ou modificado unilateralmente
pelo Poder Público sempre que o desfazimento do vínculo ou a alteração do conteúdo do
contrato forem indispensáveis à realização do interesse público.
• Contrato de trabalho
O contrato de trabalho caracteriza-se por determinada situação fática. Sempre que
houver entre duas pessoas um vínculo com as características da relação empregatícia,
o contrato é de trabalho, independentemente da forma com que as partes o revestem.
• Contrato de consumo
À semelhança do contrato de trabalho, o de consumo também é caracterizado por
uma relação de fato. O objetivo é igual: garantir a incidência das normas protetoras do
contratante débil, no caso, o consumidor. A relação contratual de consumo aproxima,
de um lado, uma pessoa enquadrada no conceito legal de consumidor e, de outro, uma
enquadrável no de fornecedor.
Consumidor, para a lei, é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final (CDC, art. 2º), e fornecedor, a pessoa física ou jurídica
ou ente despersonalizado que explora atividade de venda de produtos ou prestação de
serviços (art. 3º).
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Contratos de consumo são os entabulados entre consumidor e fornecedor, definidos


estes de acordo respectivamente com os arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor.
Na definição legal de consumidor, o elemento mais importante é a destinação final do
produto ou serviço; na de fornecedor, a exploração da atividade econômica de venda do
produto ou prestação do serviço ao mercado. O regime dos contratos de consumo visa
liberar proteção ao contratante vulnerável, que é o consumidor.
• Contrato comercial
Nos contratos comerciais (mercantis ou empresariais), os contratantes são todos
empresários, isto é, exercem “profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou serviços”.
Os contratos são comerciais (mercantis ou empresariais) se as duas partes são empresários,
isto é, exploram atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços.
• Contrato civil
O contrato civil define-se por exclusão: é aquele em que nenhum dos contratantes é pessoa
jurídica de direito público, empresário, empregado ou consumidor. Em outros termos, quando
não há pessoa jurídica de direito público na relação contratual, o regime é de direito privado;
se, além disso, não há contratante débil (empregado ou consumidor), é civil ou comercial o
regime; e se, por fim, nenhuma das partes é empresário, o regime do contrato é civil.

1.1.6. CONTRATOS DE COMPRA E VENDA, EMPRÉSTIMO, SOCIEDADE, FIANÇA


Em relação às espécies de contrato, cabe detalhar os contratos de compra e venda,
empréstimo e fiança. Este, por se tratar de uma forma de garantia, será analisado no
tópico procedente.
• Contratos de compra e venda
Definido como o contrato em que uma das partes (vendedor) se obriga a transferir
o domínio de uma coisa e a outra (comprador) a pagar-lhe o preço em dinheiro.
Em geral é contrato consensual e se constitui pelo simples acordo de vontades das partes
acerca de coisa e preço, inclusive as condições relativas a cada uma dessas prestações. Mas, se
tem por objeto bem imóvel de valor superior a 30 salários-mínimos, classifica-se como contrato
formal, por ser, nesse caso, a escritura pública indispensável à validade do negócio (art. 108).
Ou seja, se o contrato que estabelece a compra e venda de bem imóvel com valor superior
a 30 salários-mínimos não é um contrato de compra e venda, mas sim um contrato formal,
pois exige escritura pública para ter validade.
Continuando, trata-se de contrato bilateral, sinalagmático e oneroso.
No direito privado, a compra e venda pode ser civil, empresarial ou sujeita ao regime de
proteção do consumidor. Depende da qualidade das partes.
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EXEMPLO
Por exemplo, se o vendedor é fornecedor e o comprador é consumidor, a compra e venda é
contrato de consumo.

Segue mais bem detalhados os elementos de um contrato de compra e venda:


a) Vendedor → Qualquer sujeito de direito pode, em regra, vender livremente os seus
bens. Basta negociar com o interessado em os adquirir, em busca do denominador comum
relativo ao preço, e fechar o contrato. Lembrando que a qualidade do vendedor auxilia na
determinação da característica de contrato, ou seja, se é de consumo, civil, empresarial.
b) Comprador → Aquele que tem como dever pagar em dinheiro o preço contratado e
a de arcar com as despesas de escritura e registro. O pagamento do preço deve ser feito à
vista, se outra modalidade não se convencionou. O parcelamento e diferimento da prestação
dependem de expressa concordância das partes.
c) Coisa → A coisa objeto de compra e venda é bem de qualquer espécie. Ela pode ser,
assim, corpórea ou incorpórea, móvel ou imóvel, certa ou incerta. Para o contrato ter validade,
a coisa precisa estar determinada (veículo com o número de chassis e placa especificados;
apartamento descrito como manda a lei de registro imobiliário etc.) ou ser passível de
determinação (bem fungível identificado pelo gênero e quantidade, por exemplo).
d) Preço → O pagamento devido pelo comprador deve ser entregue necessariamente
em dinheiro. Se for contratada a prestação mediante entrega de coisa diversa, desnatura-
se a compra e venda e é caso de troca. O preço resulta do acordo das partes relativamente
ao valor da coisa. É indispensável que tanto vendedor como comprador avaliem o objeto
do contrato de forma igual, de modo a contentar-se o primeiro em receber o preço e o
segundo em pagá-lo. É importante citar que não tem validade a compra e venda com preço
deixado ao arbítrio exclusivo de uma das partes.
• Contratos de empréstimo

Empréstimo é o ato de entregar algo a quem se compromete a restituí-lo. A


vontade exteriorizada por quem entrega resume-se a ceder temporariamente alguma
coisa. Sua intenção é a de retomar a coisa emprestada ao término de um prazo. Não quer
se desfazer para sempre do bem, mas simplesmente permitir que uma terceira pessoa o
tenha temporariamente.
Os contratos de empréstimos são classificados em duas espécies: comodato e mútuo.
No primeiro, empresta-se bem infungível (diz-se que é empréstimo de uso); no segundo, bem
fungível (empréstimo de consumo). Nos dois casos, o titular da coisa não tem a intenção de
transferi-la em definitivo ao outro contratante, nem este pode pretender tal transferência.

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O comodato (empréstimo de coisa infungível) e o mútuo (empréstimo de coisa


fungível) têm em comum a obrigação assumida por um dos contratantes de restituir
a coisa emprestada pelo outro em certo prazo. Esse elemento comum não é exclusivo
desses contratos, porque também se encontra em alguns outros (na locação, depósito,
constituição de penhor, por exemplo). Comodato e mútuo, assim, embora reunidos na lei
sob a designação de “empréstimo”, devem ser estudados em separado, tendo em vista suas
muitas particularidades.

EXEMPLO
Por exemplo, enquanto o comodato é necessariamente gratuito, o mútuo não; no comodato,
quem empresta mantém a propriedade da coisa, no mútuo não.

Para nossa prova interessa o contrato de mútuo, cujas características relevantes seguem.

CONTRATO DE MÚTUO
Mútuo é o contrato pelo qual uma das partes (mutuante) transfere temporariamente
à outra (mutuário) o domínio de coisa fungível (CC, arts. 586 e 587).
O mutuante — que é necessariamente o proprietário do bem mutuado torna-se,
em decorrência do mútuo, credor do mutuário por coisa do mesmo gênero, qualidade e
quantidade da emprestada. Na maioria expressiva das vezes, o mútuo tem dinheiro por objeto.
Trata-se, aliás, do exemplo mais comum de coisa fungível, como já citamos anteriormente.
No mútuo, a coisa emprestada passa, com a tradição, para o domínio do mutuário.
Isso significa que os riscos de perda ou deterioração da coisa mutuada são suportados
exclusivamente pelo mutuário (devedor), ainda que o dano derive de força maior. Em outros
termos, se, após a tradição, a coisa emprestada se perder total ou parcialmente, o mutuário
continua obrigado a entregar, no vencimento do mútuo, ao mutuante, outra coisa de igual
gênero, qualidade e quantidade.

EXEMPLO
Imagine que mutuante e mutuário estabeleçam um contrato de mútuo, pelo qual ocorre a
transferência de dinheiro. Ao receber os valores, o mutuário é furtado. Mesmo que a culpa do
furto não possa ser creditada ao mutuário, ele ainda permanece com a obrigação de entregar
os recursos no vencimento ao mutuante, conforme estabelecido no contato.

O contrato de mútuo é de forma livre, temporário, real e unilateral.


É de forma livre (não formal) porque a lei não exige, para a sua contratação, nenhum
instrumento específico. Por qualquer meio, inclusive o oral ou mesmo a transmissão
eletrônica de dados, é possível mutuante e mutuário veicularem a celebração do contrato.

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É temporal, pois as coisas fungíveis são transferidas ao mutuário sempre por um certo
prazo, já que ele que se obriga, no vencimento, a restituí-las mediante a entrega de coisas
de igual gênero, qualidade e quantidade. A obrigação de restituir no vencimento é condição
essencial dessa espécie de contrato e, se a transferência é feita desacompanhada de tal
condição, não será mútuo, mas contrato diverso (doação, venda etc.).
É contrato real, quer dizer, que se aperfeiçoa apenas com a tradição da coisa.
E, finalmente, o mútuo é contrato unilateral, porque gera obrigações apenas para uma
das partes, o mutuário. O mutuante não tem obrigação passiva nenhuma em decorrência do
vínculo contratual, posto que uma vez feita a tradição da coisa — que é o ato constitutivo
do contrato —, a execução do negócio se verifica exclusivamente pelo cumprimento de
obrigações do mutuário.
• SOCIEDADE: contrato em que duas ou mais pessoas se unem para exercer uma
atividade econômica comum, visando ao lucro.
• FIANÇA: contrato em que uma pessoa se compromete a ser responsável pelo
cumprimento das obrigações de outra, caso esta não as cumpra.
O fiador é uma pessoa (física ou jurídica) que se compromete, junto ao credor, a pagar
uma dívida, caso o devedor não pague.
Principais Características:
• Firmada por escrito;
• Não depende de consentimento do devedor;
• Depende de autorização do cônjuge do fiador, exceto se forem casados com separação
total de bens;
• Fiador tem o chamado benefício de ordem;
• Obrigação subsidiária;
• Fiador pode renunciar ao benefício de ordem;
• Fiança bancária: o fiador é um banco.

2 INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE


CRÉDITO

2.1. ASPECTOS GERAIS


De maneira geral, as cédulas e notas de crédito oferecem ao credor o direito de exigir
o pagamento do devedor, formalizam transações de empréstimos e financiamentos.
Cédula de Crédito Bancário (CCB): título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica,
em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa
de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.

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O crédito rural pode ser formalizado por diversos títulos, vejamos:


• Cédula Rural Pignoratícia (CRP) – Penhor;
• Cédula Rural Hipotecária (CRH) – Hipoteca;
• Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH) – Penhor e Hipoteca;
• Nota de Crédito Rural (NCR) – Sem garantia real;
• Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB) – Com ou sem garantia real ou pessoal;
• Contrato – Em caso de impossibilidade de outros instrumentos.

2.2. CONTRATOS POR INSTRUMENTO PÚBLICO E PARTICULAR


Contratos por instrumento público: lavrados em cartório ou por funcionários públicos,
com fé pública para garantir uma maior segurança jurídica.
Contratos por instrumento particular: elaborados pelas próprias partes, podendo ser
igualmente válidos, mas com menor formalidade.

2.3. CÉDULAS E NOTAS DE CRÉDITO


Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e
autônomo, nele mencionado.
Esta é a definição jurídica de título de crédito. O desenvolvimento das operações de
crédito por qualquer pessoa vem acompanhado de documento que se presta ao exercício
do direito do crédito nele mencionado.
Como documento, ele reporta um fato, ele diz que alguma coisa. Em outros termos, o
título prova a existência de uma relação jurídica, especificamente de uma relação de
crédito; ele constitui a prova de que certa pessoa é credora de outra; ou de que duas ou
mais pessoas são credoras de outras.
Se alguém assina um cheque e o entrega a você, o título documenta que você é credor
daquela pessoa. A nota promissória e a duplicata, as quais veremos mais a frente, também
possuem o mesmo significado, também representam obrigação creditícia.
É importante notar algumas características dos títulos de crédito.
Em primeiro lugar, ele se refere unicamente a relações creditícias.
Em segundo, à facilidade na cobrança do crédito em juízo. Ele é definido como título
executivo extrajudicial, pois possui executividade, quer dizer, dá ao credor o direito de
promover a execução judicial do seu direito.
Em terceiro lugar, o título de crédito ostenta o atributo da negociabilidade, ou seja, está
sujeito a certa disciplina jurídica, que torna mais fácil a circulação do crédito, a negociação
do direito nele mencionado. Esta característica é muito importante, pois confere liquidez
ao crédito, ou seja, permite que este seja transferido entre interessados.

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PRINCÍPIOS
Do regime jurídico disciplinador dos títulos de crédito, podem-se extrair três princípios:
cartularidade, literalidade e autonomia das obrigações cambiais.
• Cartularidade → O exercício dos direitos representados por um título de crédito
pressupõe a sua posse. Somente quem exibe a cártula (isto é, o papel em que se
lançaram os atos cambiários constitutivos de crédito) pode pretender a satisfação
de uma pretensão relativamente ao direito documentado pelo título. Quem não se
encontra com o título em sua posse, não se presume credor. Como o título de crédito
se revela, essencialmente, um instrumento de circulação do crédito representado, o
princípio da cartularidade é a garantia de que o sujeito que postula a satisfação do
direito é mesmo o seu titular. Cópias autênticas não conferem a mesma garantia,
porque quem as apresenta não se encontra necessariamente na posse do documento
original, e pode já tê-lo transferido a terceiros.
• Literalidade → Este princípio revela que somente produzem efeitos jurídicos os
atos lançados no próprio título de crédito. Atos documentados em instrumentos
apartados, ainda que válidos e eficazes entre os sujeitos diretamente envolvidos, não
produzirão efeitos perante o portador do título. O princípio da literalidade projeta
consequências favoráveis e contrárias, tanto para o credor, como para o devedor:
nenhum credor pode pleitear mais direitos do que os resultantes exclusivamente do
conteúdo do título de crédito; isso corresponde, para o devedor, a garantia de que
não será obrigado a mais do que o mencionado no documento. Se alguém deve mais
do que a quantia escrita na cambial, só poderá ser cobrado, com base no título, pelo
valor do documento.
• Autonomia → Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que
comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito,
não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento. As implicações
do princípio da autonomia representam a garantia efetiva de circulabilidade do título
de crédito. O terceiro descontador não precisa investigar as condições em que o
crédito transacionado teve origem, pois ainda que haja irregularidade, invalidade ou
ineficácia na relação fundamental, ele não terá o seu direito prejudicado.
Tendo em vista os conceitos básicos acima apresentados, podemos passar ao estudo das 3
modalidades de títulos de crédito solicitadas pelo Edital: nota promissória, duplicata e cheque.

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2.4. TÍTULOS DE CRÉDITO — NOTA PROMISSÓRIA, DUPLICATA, CHEQUE

NOTA PROMISSÓRIA
A nota promissória é uma promessa de pagamento. Sua emissão gera duas situações
jurídicas distintas: a de quem promete pagar (o sujeito que a emitiu); e a do beneficiário
da promessa (credor).
O primeiro é referido por subscritor (embora não esteja incorreto chamá-lo sacador,
emitente ou promitente); e o segundo é o tomador (por vezes chamado também de sacado).
Pela nota promissória, o subscritor assume o dever de pagar quantia determinada ao
tomador, ou a quem esse ordenar.
A nota promissória é uma promessa do subscritor de pagar quantia determinada ao
tomador, ou à pessoa a quem esse transferir o título.
Ninguém está obrigado ao saque da nota promissória, e o credor não pode impor ao
devedor essa específica alternativa de documentação da relação jurídica que os vincula
(salvo se o obrigado houvera assumido o compromisso de sacar a nota, em contrato).
São os seguintes os requisitos da nota promissória:
a) a expressão “nota promissória”, inserta no texto do título, na mesma língua utilizada
para a sua redação;
b) a promessa incondicional de pagar quantia determinada;
c) nome do tomador;
d) data do saque;
e) assinatura do subscritor; e
f) lugar do saque, ou menção de um lugar ao lado do nome do subscritor.
Para que produza os efeitos de uma nota promissória, o documento deve atender a
determinados requisitos. Somente se revestido da formalidade prescrita por lei, o instrumento
escrito poderá ser transferido e cobrado, sob o regime do direito cambiário.
Não produzirá efeitos cambiais a nota promissória emitida ao portador, já que o nome
do tomador é exigido. Também não poderá ser considerada nota o título que sem indicação
de valor líquido, ou que sujeite a exigibilidade da promessa a qualquer sorte de condição,
suspensiva ou resolutiva.
Uma nota, portanto, redige-se assim: “aos trinta e um de janeiro de..., pagarei, por essa
única via de nota promissória, a fulano ou à sua ordem, a importância de $ 100. Local e data
do saque, assinatura do subscritor”.
Em resumo, todas os requisitos supracitados devem estar presentes na nota promissória
para que ela se configure como tal. Faço apenas parêntese, pois a falta de menção à época
e local de pagamento não desnatura o documento como nota promissória, na medida em
que, faltando época do pagamento, reputa-se o título à vista; e, faltando o lugar, considera-
se pagável no local do saque ou no mencionado ao lado do nome do subscritor.
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DUPLICATA

A duplicata é título de crédito criado pelo direito brasileiro.


Em um contexto histórico, impunha aos comerciantes atacadistas, na venda aos varejistas,
a emissão da fatura ou conta — isto é, a relação por escrito das mercadorias entregues.
O instrumento devia ser emitido em duas vias (“por duplicado”), as quais, assinadas pelas
partes, ficariam uma em poder do comprador, e outra do vendedor. A conta assinada
pelo comprador, por sua vez, era equiparada aos títulos de crédito, inclusive para fins de
cobrança judicial.
Nos dias atuais, a duplicata possui o mesmo princípio, pois é um título de crédito
causal, no sentido de que a sua emissão somente se pode dar para a documentação de
crédito nascido de compra e venda mercantil, e de vinculação obrigatória, ou seja, o sacado,
quando devedor do sacador, se obriga ao pagamento da duplicata, ainda que não a assine.
De acordo com a sistemática prevista pela lei — que, hoje, se encontra parcialmente em
desuso —, o comerciante, ao realizar qualquer venda de mercadorias, deve extrair a fatura
ou a nota fiscal-fatura. A duplicata será emitida com base nesse instrumento.
Emitida a fatura, no mesmo ato poderá ser extraída a duplicata, obedecido o padrão
fixado pelo Conselho Monetário Nacional (LD, art. 27; Res. BC n. 102/68) e atendidos os
seguintes elementos:
a) a denominação “duplicata” e a cláusula “à ordem”, autorizando a circulação do título
por endosso;
b) data de emissão, que deve ser igual à da fatura;
c) os números da fatura e da duplicata, que podem ou não coincidir tendo em vista a
obrigatoriedade da primeira e a facultatividade da segunda;
d) data de vencimento ou cláusula à vista, sendo vedadas as modalidades de vencimento
a certo termo;
e) nome e domicílio do vendedor (sacador);
f ) nome, domicílio e número de inscrição no Cadastro de Contribuintes do
comprador (sacado);
g) importância a pagar, em algarismos e por extenso;
h) local de pagamento;
i) declaração de concordância, para ser assinada pelo sacado;
j) assinatura do sacador.
Se o título é emitido à vista, o comprador, ao recebê-lo, deve proceder ao pagamento
da importância devida; se a prazo, ele deve assinar a duplicata, no campo próprio para o
aceite, e restituí-la ao sacador, em 10 dias.

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Outro ponto interessante sobre a duplicata é o aceite, que não pode ocorrer por simples
vontade do sacado. Dispõe o art. 8º da lei das duplicatas que a recusa deste título só pode
ocorrer nos seguintes casos: a) avaria ou não recebimento das mercadorias, quando
transportadas por conta e risco do vendedor; b) vícios, defeitos e diferenças na qualidade
ou na quantidade; c) divergência nos prazos ou preços combinados.
As possibilidades de recusa da duplicata pelo devedor implicam que, mesmo com aceite
obrigatório, ele não é irrecusável. Quando o vendedor não cumpriu satisfatoriamente suas
obrigações, o comprador pode se exonerar do cumprimento das suas. A recusa do aceite
cabe nessa situação e nas demais citadas acima.
Caso o vendedor cumpra com suas obrigações, a falta de aceite é motivo de protesto
da duplicata, assim como a devolução ou falta de pagamento.
Em outros termos, a duplicata recusada, retida e não paga será protestada uma só vez;
pouco importa o tipo de protesto, porque os seus efeitos são idênticos, em qualquer hipótese.
O lugar do pagamento é também o do protesto. Os cartórios devem, por isso, recusar
a protocolização quando verificada — no exame formal prévio, de caráter indispensável —
a discrepância entre a base territorial de sua competência e o constante na duplicata. O
protesto deve ser providenciado, pelo credor, no prazo de 30 dias, seguintes ao vencimento
da duplicata, sob pena de perda do direito creditício contra os codevedores do título e seus
avalistas.

CHEQUE
Cheque é ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de provisão
(valores depositados) que o emitente possui junto ao sacado (banco pagador), proveniente
essa de contrato de depósito bancário (conta-corrente, por exemplo) ou de abertura de
crédito (limite de crédito, por exemplo).
O cheque é chamado de título de crédito de modelo vinculado, de modo que só pode
ser aceito se emitido no papel fornecido pelo banco sacado (em talão ou avulso).
Nesse sentido, são essenciais ao cheque:
a) a palavra “cheque”, escrita no texto do título, na língua empregada para a
sua redação;
b) a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
c) o nome do banco a quem a ordem é dirigida (sacado);
d) data do saque;
e) lugar do saque ou menção de um lugar junto ao nome do emitente;
f) assinatura do emitente (também chamado de sacador).

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Como visto, para que o título de crédito possa ser considerado como cheque faz-se
necessário o atendimento dos termos acima citados. Não é possível, portanto, a pessoa
preencher uma folha em branco como se esta fosse uma folha de cheque.
O primeiro requisito a) corresponde à “cláusula cambial”, no sentido que o emitente
se obriga por título a pagar a quantia ali prevista. Ninguém está obrigado a documentar
sua dívida por cheque; se o faz, concorda em vir a pagar, eventualmente, o valor do título
a terceiro, mesmo que tenha razões juridicamente válidas para questionar a existência ou
extensão da dívida, perante o credor originário.
No atendimento ao segundo requisito (b), o cheque precisa do valor que o banco sacado
deve pagar ao credor do título. Em caso de divergência entre indicação por extenso e em
algarismos, a primeira prevalece.
O nome do banco a quem a ordem de pagamento é dirigida deve constar também do
título (correspondente ao item c).
A data do saque (d) deve ser expressa pelo dia, mês e ano em que o sacador preencheu o
cheque. Como se trata de ordem de pagamento à vista, não caberia, em princípio, a inserção
de qualquer outra data no instrumento.
O lugar do saque (e) é aquele em que se encontra o sacador, no momento em que
preenche o cheque.
Sua importância é fundamental, porque o prazo para a apresentação do título ao banco
sacado varia de acordo com a coincidência, ou não, entre o município do local do saque e
o da agência pagadora.
Quando coincidentes, o cheque se considera da mesma praça e deve ser apresentado ao
sacado nos 30 dias seguintes ao da emissão; se não coincidentes, ele é de praças diferentes,
e o prazo de apresentação se alarga para 60 dias.
Portanto, lembre-se do seguinte: cheques da mesma praça devem ser pagos em 30
dias; cheques de praças diferentes, em 60 dias.
Também é requisito essencial do cheque a assinatura do emitente (f), que pode ser
mecânica, ou por processo equivalente, por exemplo eletrônico.
Há, ainda, um requisito essencial do direito brasileiro, para os cheques superiores a R$
100,00, que é a identificação do tomador, da pessoa em favor de quem é passada a ordem
de pagamento. Cheques ao portador somente são liquidados se o valor é de até R$ 100,00,
inclusive.
Existem 4 modalidades de cheque, sendo 3 delas interessante ao nosso certame:
• Visado → O cheque visado é aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou
do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência
de fundos suficientes para a liquidação do título.

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Somente pode receber visamento o cheque nominativo ainda não endossado (adiante
veremos este conceito).
Ao visar o cheque, o banco sacado deve reservar, da conta de depósito do emitente,
numerário bastante para o pagamento do título, realizando o lançamento de débito
correspondente.
É evidente que esta modalidade de cheque confere mais garantias quando ao seu
pagamento, tendo em vista o visamento e provisão de fundos realizados.
• Administrativo → O cheque administrativo é o emitido pelo banco sacado, para
liquidação por uma de suas agências. Nele, emitente e sacado são a mesma pessoa.
Ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem
dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário.
Serve também essa modalidade de cheque ao aumento da segurança no ato de
recebimento de valores. Afinal, é improvável (mas não impossível) que o banco emita um
cheque sem fundos.
• Cruzado → O cruzamento se realiza pela aposição, no anverso do cheque, de dois
traços transversais e paralelos. Tanto o emitente como qualquer portador podem
cruzar o título.
Há duas espécies de cruzamento: o geral (ou “em branco”), que não identifica nenhum
banco no interior dos dois traços; e o especial (ou “em preto”), em que certo banco é
identificado, por seu nome ou número no sistema financeiro, entre os mesmos traços.
O cruzamento se destina a tornar segura a liquidação de cheques ao portador, já que,
uma vez cruzado o título, sempre seria possível, a partir de consulta aos assentamentos
do banco, saber em favor de que pessoa ele foi liquidado.
Claro que a utilidade do cruzamento é reduzida, no direito brasileiro, em razão da
obrigatoriedade da forma nominativa dos cheques superiores a R$ 100,00.
O cheque com cruzamento geral somente pode ser pago a um banco. Desse modo, se o
tomador concordou em receber cheque cruzado, ou ele próprio o cruzou, deverá encaminhá-
lo ao banco no qual mantém conta de depósito, para que esse cobre o título do sacado. Já,
se for especial o cruzamento, o cheque somente poderá ser pago ao banco mencionado
no interior dos dois traços.

003. (2013/CEBRASPE-CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Com relação ao cheque,


assinale a opção correta.

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a) O cheque estipulado pagável a favor de pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa
à ordem, é transmissível por via de endosso.
b) Assim como os demais títulos de crédito, o cheque deve ser apresentado para aceite,
sob pena de não ser executável.
c) Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador,
em nenhuma hipótese, exceções fundadas em relações pessoais com o emitente.
d) O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado,
ficando desonerados os obrigados para com este em virtude do cheque.
e) Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz,
os efeitos do cheque serão invalidados.

Meu(Minha) amigo(a), o beneficiário do cheque não precisa de autorização do emitente


para endossar o cheque. Por isso, a letra a é o nosso gabarito!
Agora, confira os erros das outras alternativas:
b) Assim como os demais títulos de crédito, o cheque deve ser apresentado para aceite,
sob pena de não ser executável.
c) Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador,
em nenhuma hipótese, exceções fundadas em relações pessoais com o emitente.
Segundo o art. 25 da Lei do Cheque, quem for demandado por obrigação resultante de
cheque não pode opor ao portador exceções fundadas em relações pessoais com o emitente,
ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientemente em
detrimento do devedor.
d) O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado,
ficando desonerados os obrigados para com este em virtude do cheque. O avalista se
obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por ele
garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma.
e) Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz,
os efeitos do cheque serão invalidados.
Letra a.

004. (2014/INAZ DO PARÁ/BANPARÁ/TÉCNICO BANCÁRIO (BANPARÁ)/2014) O cheque é uma


ordem de pagamento à vista. Portanto, é incorreto afirmar que:
a) Ele pode ser emitido nominativo, não nominativo e ao portador.
b) O cheque cruzado tem que ser depositado em conta bancária.
c) O cheque deve ser apresentado em 30 dias de sua emissão, quando na mesma praça; e
em 90 dias, quando de outra praça.
d) O serviço de compensação de cheques é regulado pelo Banco do Brasil. e) O cheque pode
ser transferido por endosso.
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Confira os prazos para apresentação do cheque:


• 30 dias: da data de emissão, para os cheques emitidos na mesma praça do banco
sacado.
• 60 dias: da data de emissão, para os cheques emitidos em outra praça.
• 6 meses: é o prazo de prescrição, decorridos a partir do término do prazo de
apresentação.
A banca pede a incorreta. Logo, a letra c é o nosso gabarito!
Letra c.

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RESUMO
1. Sujeito de direito: é o centro de imputação de direitos e obrigações referido em
normas jurídicas com a finalidade de orientar a superação de conflitos de interesses que
envolvem, direta ou indiretamente, homens e mulheres.
2. Objeto do direito: é o bem ou a vantagem determinada pela ordem jurídica em
relação à pessoa.
3. O fato descrito em norma jurídica como pressuposto da consequência por ela imputada
é chamado de fato jurídico.
4. Ato jurídico é a ação de sujeitos de direito que gera consequências estabelecidas
em normas.
5. A pessoa física é definida como homens e mulheres aptos a titularizar direitos e
obrigações e autorizados à prática dos atos jurídicos em geral.
6. As pessoas físicas, por outras palavras, dividem-se em capazes e incapazes. As capazes
podem praticar os atos e negócios jurídicos sem o auxílio ou a intervenção de outra pessoa.
Já as incapazes não podem praticar atos e negócios jurídicos a não ser com o auxílio ou a
intervenção de mais alguém.
7. A pessoa jurídica é, para o direito, um ser não humano. Existe tão somente no plano
dos conceitos jurídicos com a finalidade de servir à melhor composição dos interesses das
pessoas naturais que vivem em sociedade.
8. O conceito de contrato é construído basicamente em torno da noção de acordo de
vontades. O contrato é o resultado do encontro das vontades dos contratantes e produz
seus efeitos jurídicos (cria, modifica ou extingue direitos ou obrigações) em função dessa
convergência.
9. Contratos Formais: são os contratos para cuja constituição exige a lei, além do
consentimento das partes, a forma escrita. Não admitem, por isso, a contratação oral.
Antes de confeccionado e assinado o instrumento, o contrato não existe.
10. Contrato de Compra e Venda: o contrato em que uma das partes (vendedor) se obriga
a transferir o domínio de uma coisa e a outra (comprador) a pagar-lhe o preço em dinheiro.
11. Contratos de Empréstimo: é o ato de entregar algo a quem se compromete a
restituí-lo.
12. Sociedade: contrato em que duas ou mais pessoas se unem para exercer uma
atividade econômica comum, visando ao lucro.
13. Fiança: contrato em que uma pessoa se compromete a ser responsável pelo
cumprimento das obrigações de outra, caso esta não as cumpra.
O fiador é uma pessoa (física ou jurídica) que se compromete, junto ao credor, a pagar
uma dívida, caso o devedor não pague.

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Principais Características:
• Firmada por escrito;
• Não depende de consentimento do devedor;
• Depende de autorização do cônjuge do fiador, exceto se forem casados com separação
total de bens;
• Fiador tem o chamado benefício de ordem;
• Obrigação subsidiária;
• Fiador pode renunciar ao benefício de ordem;
• Fiança bancária: o fiador é um banco.
14. Nota Promissória: uma promessa de pagamento. Sua emissão gera duas situações
jurídicas distintas: a de quem promete pagar (o sujeito que a emitiu); e a do beneficiário
da promessa (credor).
15. Duplicata: é um título de crédito causal, no sentido de que a sua emissão somente
se pode dar para a documentação de crédito nascido de compra e venda mercantil, e
de vinculação obrigatória, ou seja, o sacado, quando devedor do sacador, se obriga ao
pagamento da duplicata, ainda que não a assine.
16. Cheque: é ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de
provisão (valores depositados) que o emitente possui junto ao sacado (banco pagador),
proveniente essa de contrato de depósito bancário (conta-corrente, por exemplo) ou de
abertura de crédito (limite de crédito, por exemplo).

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESPE/TJ TRT10/ADMINISTRATIVA/2004) Acerca das pessoas naturais e jurídicas,


julgue o seguinte item.
A capacidade jurídica da pessoa natural é limitada, pois uma pessoa pode ter o gozo de um
direito, sem ter o seu exercício, por ser incapaz.

002. (CESPE/TJ TJDFT/2013) Em relação a pessoas jurídicas, pessoas naturais e bens, julgue
o item a seguir.
A interdição do pródigo irá restringir-lhe a prática de atos, tanto patrimoniais quanto
pessoais.

003. (CESPE/AUFC/CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/2008) Para a realização


dos negócios jurídicos e para a discussão dos questionamentos deles advindos, é de suma
importância o estabelecimento do domicílio das pessoas naturais ou jurídicas. Acerca desse
tema, cada um dos próximos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Ranulfo, auditor-fiscal lotado na Delegacia da Receita Federal em Boa Vista-RR, foi nomeado
para o cargo em comissão de diretor financeiro de uma autarquia com sede em Brasília.
Nessa situação, durante o período em que ele estiver exercendo esse cargo, Ranulfo passará a
ter por domicílio a Capital Federal, configurando-se o que se denomina domicílio necessário.

004. (CESPE/AUD/TCU/2007) Dois municípios vizinhos, integrantes da mesma unidade


federativa, constituíram, em 2006, um consórcio para racionalizar os gastos com a aquisição
e a utilização de um ônibus para o transporte escolar de alunos do ensino fundamental
residentes na zona rural daqueles municípios. Para custear o empreendimento, foram
despendidos recursos do FUNDEF. No referido ano, a União repassou recursos do FUNDEF
a ambos os municípios, recursos estes que representaram, no ano considerado, apenas 5%
do FUNDEF de cada um dos municípios.
A respeito da situação hipotética acima descrita, e sabendo, ainda, que uma lei complementar
do estado-membro onde se situam os aludidos municípios atribui competência ao Ministério
Público estadual para oficiar em todos os processos do tribunal de contas dos municípios
daquele estado, julgue os itens seguintes.
De acordo com dispositivo do Código Civil, os alunos referidos, se menores de 16 anos de
idade, têm como domicílio necessário o dos seus representantes legais, ainda que tais
representantes não residam na zona rural daquele município; se tiverem entre 16 e 18
anos de idade, têm como domicílio necessário o dos seus assistentes legais, ainda que tais
assistentes não residam na zona rural daqueles municípios.
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005. (CESPE/TJ TJDFT/2013) Em relação a pessoas jurídicas, pessoas naturais e bens, julgue
o item a seguir.
Os direitos da personalidade não se aplicam à pessoa jurídica.

006. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O emitente ou o portador pode cruzar o cheque por meio da aposição de dois traços
paralelos no anverso do título.

007. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cruzamento é geral se, entre os dois traços, não houver nenhuma indicação ou se existir
apenas a indicação “banco”, ou outra equivalente.

008. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cruzamento é especial se, entre os dois traços, existir a indicação do nome do banco.

009. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cheque com cruzamento geral pode ser pago em espécie, no caixa.

010. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou,
se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco
designado incumbir outro da cobrança.

011. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Segundo a Lei n.º 7.357/1985, em relação


à emissão existem requisitos imprescindíveis à validade do cheque. Em contraposição, existe
requisito que, mesmo ausente, não invalida o título. Esse requisito é
a) a indicação do lugar de pagamento.
b) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
c) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que o
título estiver redigido.
d) a ordem incondicional de pagar quantia determinada.
e) o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado).

012. (2012/CEBRASPE-CESPE/BASA/TÉCNICO BANCÁRIO) Em relação às garantias do SFN,


que incluem aval, fiança, penhor, hipoteca e Fundo Garantidor de Crédito (FGC), julgue o
item seguinte.
A fiança deve ser autorizada pelo cônjuge do fiador, sob pena de nulidade. O aval, por sua
vez, independe de autorização do cônjuge do avalista.

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013. (2010/CEBRASPE-CESPE/BRB/ESCRITURÁRIO) Para aumentar a probabilidade de que


os tomadores de crédito em operações de empréstimos/financiamentos paguem seus
compromissos nas datas pactuadas, analistas e comitês de crédito podem exigir algum
tipo de garantia para aprovar uma operação.
Considerando essa situação, julgue o item seguinte.
Em uma garantia por meio de fiança, há a condição de benefício da ordem, o que significa
que o credor deverá acionar primeiro o devedor e depois o fiador, exceto se o fiador renunciar
ao benefício.

014. (2011/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) Uma carta de fiança bancária, garantindo


uma operação de crédito, implica
a) a impossibilidade de substituição do fiador.
b) a responsabilidade solidária e como principal pagador, no caso de renúncia do fiador ao
benefício de ordem.
c) a contragarantia ser formalizada por instrumento público.
d) o impedimento de compartilhamento da obrigação.
e) a obrigatória cobertura integral da dívida.

015. (2018/FGV/BANESTES/ASSISTENTE SECURITÁRIO) Durante a prestação de fiança


bancária deve ser verificada a documentação apresentada pelo fiador, especialmente se
este for casado, porque:
a) é proibida a prestação de fiança por pessoa casada, ainda que com autorização do cônjuge,
exceto no regime da separação absoluta de bens;
b) se o fiador se divorciar dentro do prazo de vigência do contrato garantido, ficará
desobrigado da fiança;
c) se o fiador casado for sócio de sociedade empresária, não poderá prestar fiança;
d) nenhum dos cônjuges pode prestar fiança, sem autorização do outro, exceto no regime
da separação absoluta de bens;
e) o fiador casado não poderá renunciar ao benefício de ordem, salvo no regime da separação
absoluta de bens.

016. (2011/CEBRASPE-CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) Com


base na Lei n. 10.406/2002, que dispõe sobre o Novo Código Civil, julgue o item a seguir.
Com a maioridade civil, adquire-se a personalidade jurídica, ou capacidade de direito, que
consiste na aptidão para ser sujeito de direito na ordem civil.

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017. (2008/CEBRASPE-CESPE/MPE-RR/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL) Julgue


o item a seguir, relacionados ao direito civil e ao direito processual civil.
A validade do ato jurídico exige a presença simultânea, no momento de sua prática, da
capacidade do agente, da licitude do objeto e, quando necessário, da obediência da forma
estabelecida em lei.

018. (2008/VUNESP/TJ-MT/DISTRIBUIDOR, CONTADOR E PARTIDOR) O ato jurídico praticado


por incapaz será considerado
a) nulo, caso a incapacidade seja absoluta e anulável, caso a incapacidade seja relativa.
b) inexistente em qualquer hipótese.
c) ineficaz, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei.
d) anulável, caso a incapacidade seja absoluta e nulo, caso a incapacidade seja relativa.
e) válido.

019. (2013/CEBRASPE-CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Com relação ao cheque,


assinale a opção correta.
a) O cheque estipulado pagável a favor de pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa
à ordem, é transmissível por via de endosso.
b) Assim como os demais títulos de crédito, o cheque deve ser apresentado para aceite,
sob pena de não ser executável.
c) Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador,
em nenhuma hipótese, exceções fundadas em relações pessoais com o emitente.
d) O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado,
ficando desonerados os obrigados para com este em virtude do cheque.
e) Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz,
os efeitos do cheque serão invalidados

020. (2014/INAZ DO PARÁ/BANPARÁ/TÉCNICO BANCÁRIO) O cheque é uma ordem de


pagamento à vista. Portanto, é incorreto afirmar que:
a) Ele pode ser emitido nominativo, não nominativo e ao portador.
b) O cheque cruzado tem que ser depositado em conta bancária.
c) O cheque deve ser apresentado em 30 dias de sua emissão, quando na mesma praça; e
em 90 dias, quando de outra praça.
d) O serviço de compensação de cheques é regulado pelo Banco do Brasil. e) O cheque pode
ser transferido por endosso.

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GABARITO

1. C
2. E
3. E
4. E
5. E
6. C
7. C
8. C
9. E
10. C
11. a
12. E
13. C
14. b
15. d
16. E
17. C
18. a
19. a
20. c

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GABARITO COMENTADO

001. (CESPE/TJ TRT10/ADMINISTRATIVA/2004) Acerca das pessoas naturais e jurídicas,


julgue o seguinte item.
A capacidade jurídica da pessoa natural é limitada, pois uma pessoa pode ter o gozo de um
direito, sem ter o seu exercício, por ser incapaz.

Exato! Mesmo que a pessoa tenha certo direito, como, por exemplo, compra/vender etc.,
ela pode ter o exercício deste direito limitado, visto apresentar incapacidade.
Certo.

002. (CESPE/TJ TJDFT/2013) Em relação a pessoas jurídicas, pessoas naturais e bens, julgue
o item a seguir.
A interdição do pródigo irá restringir-lhe a prática de atos, tanto patrimoniais quanto
pessoais.

Como vimos, o pródigo é incapaz apenas para os atos de conteúdo patrimonial listados
no art. 1.782 do CC: emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou
ser demandado e os atos que não sejam de mera administração. Para os demais atos da
vida civil — casar, adotar, reconhecer filhos, testar, doar órgãos para retirada em vida ou
manifestar sua recusa expressa em ser doador, submeter-se a esterilização voluntária e
outros —, a assistência do curador é desnecessária, podendo o pródigo praticar o negócio
jurídico diretamente.
Errado.

003. (CESPE/AUFC/CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/2008) Para a realização


dos negócios jurídicos e para a discussão dos questionamentos deles advindos, é de suma
importância o estabelecimento do domicílio das pessoas naturais ou jurídicas. Acerca desse
tema, cada um dos próximos itens apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Ranulfo, auditor-fiscal lotado na Delegacia da Receita Federal em Boa Vista-RR, foi nomeado
para o cargo em comissão de diretor financeiro de uma autarquia com sede em Brasília.
Nessa situação, durante o período em que ele estiver exercendo esse cargo, Ranulfo passará a
ter por domicílio a Capital Federal, configurando-se o que se denomina domicílio necessário.

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O servidor público é domiciliado no lugar em que exerce suas funções permanentemente.


Detalhe que cargo em comissão não é permanente, o que configura a questão como errada.
Atenção às pegadinhas do CESPE.
Errado.

004. (CESPE/AUD/TCU/2007) Dois municípios vizinhos, integrantes da mesma unidade


federativa, constituíram, em 2006, um consórcio para racionalizar os gastos com a aquisição
e a utilização de um ônibus para o transporte escolar de alunos do ensino fundamental
residentes na zona rural daqueles municípios. Para custear o empreendimento, foram
despendidos recursos do FUNDEF. No referido ano, a União repassou recursos do FUNDEF
a ambos os municípios, recursos estes que representaram, no ano considerado, apenas 5%
do FUNDEF de cada um dos municípios.
A respeito da situação hipotética acima descrita, e sabendo, ainda, que uma lei complementar
do estado-membro onde se situam os aludidos municípios atribui competência ao Ministério
Público estadual para oficiar em todos os processos do tribunal de contas dos municípios
daquele estado, julgue os itens seguintes.
De acordo com dispositivo do Código Civil, os alunos referidos, se menores de 16 anos de
idade, têm como domicílio necessário o dos seus representantes legais, ainda que tais
representantes não residam na zona rural daquele município; se tiverem entre 16 e 18
anos de idade, têm como domicílio necessário o dos seus assistentes legais, ainda que tais
assistentes não residam na zona rural daqueles municípios.

Outra pegadinha pesada do CESPE.


Certamente, o incapaz tem o mesmo domicílio de seu representante ou assistente. No
entanto, ao completar 18 anos, o sujeito deixa de ser relativamente incapaz. Perceba que a
questão afirma que se tiverem entre 16 e 18 anos de idade, têm como domicílio necessário
o dos seus assistentes legais.
Errado.

005. (CESPE/TJ TJDFT/2013) Em relação a pessoas jurídicas, pessoas naturais e bens, julgue
o item a seguir.
Os direitos da personalidade não se aplicam à pessoa jurídica.

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Não é porque a pessoa jurídica é não humana e está excluída da prática dos atos para os
quais o atributo da humanidade é pressuposto que a ela não aplicam certos direitos da
personalidade.
Estes se aplicam no que couber como, por exemplo, o direito a pleitear dano moral. O erro
da questão é generalizar.
Errado.

006. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O emitente ou o portador pode cruzar o cheque por meio da aposição de dois traços
paralelos no anverso do título.

Esta é a forma que se dá o cruzamento, como visto na parte teórica deste tópico.
Certo.

007. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cruzamento é geral se, entre os dois traços, não houver nenhuma indicação ou se existir
apenas a indicação “banco”, ou outra equivalente.

Há duas formas de cruzamento: geral e especial. A geral consiste em cruzamento sem


indicação do banco sacado ou apenas a indicação em branco.
Certo.

008. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cruzamento é especial se, entre os dois traços, existir a indicação do nome do banco.

Há duas formas de cruzamento: geral e especial. A especial consiste em cruzamento com


a indicação do banco sacado.
Certo.

009. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cheque com cruzamento geral pode ser pago em espécie, no caixa.

Qualquer cheque cruzado só pode ser pago mediante depósito em conta, nunca em espécie.
Errado.

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010. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Em relação ao cheque cruzado:


O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou,
se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco
designado incumbir outro da cobrança.

É exatamente desta forma que se procede o pagamento de cheque com cruzamento especial.
Certo.

011. (CESPE/CEF/TÉCNICO BANCÁRIO NOVO/2010) Segundo a Lei n.º 7.357/1985, em relação


à emissão existem requisitos imprescindíveis à validade do cheque. Em contraposição, existe
requisito que, mesmo ausente, não invalida o título. Esse requisito é
a) a indicação do lugar de pagamento.
b) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
c) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que o
título estiver redigido.
d) a ordem incondicional de pagar quantia determinada.
e) o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado).

A respeito, vimos que são essenciais ao cheque os seguintes requisitos:


• a palavra “cheque”, escrita no texto do título, na língua empregada para a sua redação;
• a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
• o nome do banco a quem a ordem é dirigida (sacado);
• data do saque;
• lugar do saque ou menção de um lugar junto ao nome do emitente;
• assinatura do emitente (também chamado de sacador).
Assim, a indicação de lugar de pagamento não figura como característica essencial. Faz-se
necessária a indicação do lugar de emissão do cheque, mas de pagamento.
Letra a.

012. (2012/CEBRASPE-CESPE/BASA/TÉCNICO BANCÁRIO) Em relação às garantias do SFN,


que incluem aval, fiança, penhor, hipoteca e Fundo Garantidor de Crédito (FGC), julgue o
item seguinte.
A fiança deve ser autorizada pelo cônjuge do fiador, sob pena de nulidade. O aval, por sua
vez, independe de autorização do cônjuge do avalista.

O aval, em regra, depende da autorização do cônjuge.


Errado.

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013. (2010/CEBRASPE-CESPE/BRB/ESCRITURÁRIO) Para aumentar a probabilidade de que


os tomadores de crédito em operações de empréstimos/financiamentos paguem seus
compromissos nas datas pactuadas, analistas e comitês de crédito podem exigir algum
tipo de garantia para aprovar uma operação.
Considerando essa situação, julgue o item seguinte.
Em uma garantia por meio de fiança, há a condição de benefício da ordem, o que significa
que o credor deverá acionar primeiro o devedor e depois o fiador, exceto se o fiador renunciar
ao benefício.

Primeiro, o fiador pode exigir que o credor busque satisfazer a dívida com os bens do devedor.
Certo.

014. (2011/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) Uma carta de fiança bancária, garantindo


uma operação de crédito, implica
a) a impossibilidade de substituição do fiador.
b) a responsabilidade solidária e como principal pagador, no caso de renúncia do fiador ao
benefício de ordem.
c) a contragarantia ser formalizada por instrumento público.
d) o impedimento de compartilhamento da obrigação.
e) a obrigatória cobertura integral da dívida.

A regra é a responsabilidade é subsidiária. No entanto, se o fiador renunciar ao benefício


de ordem, passa ser solidária.
Vamos conferir os erros das outras alternativas?
a) a impossibilidade de substituição do fiador.
c) a contragarantia ser formalizada por instrumento público. Pode ser por instrumento
particular!
d) o impedimento de compartilhamento da obrigação. Pode ter o compartilhamento!
e) a obrigatória cobertura integral da dívida. Pode ser parcial!
Letra b.

015. (2018/FGV/BANESTES/ASSISTENTE SECURITÁRIO) Durante a prestação de fiança


bancária deve ser verificada a documentação apresentada pelo fiador, especialmente se
este for casado, porque:

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a) é proibida a prestação de fiança por pessoa casada, ainda que com autorização do cônjuge,
exceto no regime da separação absoluta de bens;
b) se o fiador se divorciar dentro do prazo de vigência do contrato garantido, ficará
desobrigado da fiança;
c) se o fiador casado for sócio de sociedade empresária, não poderá prestar fiança;
d) nenhum dos cônjuges pode prestar fiança, sem autorização do outro, exceto no regime
da separação absoluta de bens;
e) o fiador casado não poderá renunciar ao benefício de ordem, salvo no regime da separação
absoluta de bens.

A fiança depende de autorização do cônjuge, exceto em regime de separação total.


Agora, confira o erro das outras alternativas:
a) é proibida a prestação de fiança por pessoa casada, ainda que com autorização do cônjuge,
exceto no regime da separação absoluta de bens. Em verdade, é exigida autorização do
cônjuge, exceto em regime de separação total (absoluta de bens).
b) se o fiador se divorciar dentro do prazo de vigência do contrato garantido, ficará
desobrigado da fiança.
c) se o fiador casado for sócio de sociedade empresária, não poderá prestar fiança.
e) o fiador casado não poderá renunciar ao benefício de ordem, salvo no regime da separação
absoluta de bens.
Letra d.

016. (2011/CEBRASPE-CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) Com


base na Lei n. 10.406/2002, que dispõe sobre o Novo Código Civil, julgue o item a seguir.
Com a maioridade civil, adquire-se a personalidade jurídica, ou capacidade de direito, que
consiste na aptidão para ser sujeito de direito na ordem civil.

No caso das pessoas físicas, a personalidade jurídica é adquirida no nascimento.


Errado.

017. (2008/CEBRASPE-CESPE/MPE-RR/TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL) Julgue


o item a seguir, relacionados ao direito civil e ao direito processual civil.
A validade do ato jurídico exige a presença simultânea, no momento de sua prática, da
capacidade do agente, da licitude do objeto e, quando necessário, da obediência da forma
estabelecida em lei.

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Realmente a validade do ato jurídico depende dos referidos requisitos.


Certo.

018. (2008/VUNESP/TJ-MT/DISTRIBUIDOR, CONTADOR E PARTIDOR) O ato jurídico praticado


por incapaz será considerado
a) nulo, caso a incapacidade seja absoluta e anulável, caso a incapacidade seja relativa.
b) inexistente em qualquer hipótese.
c) ineficaz, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei.
d) anulável, caso a incapacidade seja absoluta e nulo, caso a incapacidade seja relativa.
e) válido.

O ato jurídico praticado por incapaz é nulo. Portanto, a letra a é a resposta.


Letra a.

019. (2013/CEBRASPE-CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Com relação ao cheque,


assinale a opção correta.
a) O cheque estipulado pagável a favor de pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa
à ordem, é transmissível por via de endosso.
b) Assim como os demais títulos de crédito, o cheque deve ser apresentado para aceite,
sob pena de não ser executável.
c) Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador,
em nenhuma hipótese, exceções fundadas em relações pessoais com o emitente.
d) O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado,
ficando desonerados os obrigados para com este em virtude do cheque.
e) Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz,
os efeitos do cheque serão invalidados

Meus amigos, o beneficiário do cheque não precisa de autorização do emitente para endossar
o cheque. Por isso, a letra a é o nosso gabarito!
Agora, confira os erros das outras alternativas:
b) Assim como os demais títulos de crédito, o cheque deve ser apresentado para aceite,
sob pena de não ser executável.
c) Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador,
em nenhuma hipótese, exceções fundadas em relações pessoais com o emitente.

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Segundo o art. 25 da Lei do Cheque, quem for demandado por obrigação resultante de
cheque não pode opor ao portador exceções fundadas em relações pessoais com o emitente,
ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientemente em
detrimento do devedor.
d) O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado,
ficando desonerados os obrigados para com este em virtude do cheque. O avalista se
obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por ele
garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma.
e) Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz,
os efeitos do cheque serão invalidados.
Letra a.

020. (2014/INAZ DO PARÁ/BANPARÁ/TÉCNICO BANCÁRIO) O cheque é uma ordem de


pagamento à vista. Portanto, é incorreto afirmar que:
a) Ele pode ser emitido nominativo, não nominativo e ao portador.
b) O cheque cruzado tem que ser depositado em conta bancária.
c) O cheque deve ser apresentado em 30 dias de sua emissão, quando na mesma praça; e
em 90 dias, quando de outra praça.
d) O serviço de compensação de cheques é regulado pelo Banco do Brasil. e) O cheque pode
ser transferido por endosso.

Confira os prazos para apresentação do cheque:


• 30 dias: da data de emissão, para os cheques emitidos na mesma praça do banco
sacado.
• 60 dias: da data de emissão, para os cheques emitidos em outra praça.
• 6 meses: é o prazo de prescrição, decorridos a partir do término do prazo de
apresentação.
A banca pede a incorreta. Logo, a letra c é o nosso gabarito!
Letra c.

É isso! Espero que tenha gostado.


Abs.,
Profª. Amanda Aires.

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Abra

caminhos

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