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Willi de Sousa Moraes - willi03.moraes@gmail.com - CPF: 040.039.522-35


Você acaba de adquirir o material: Legislação Mapeada para o concurso de Soldado
da PM PA – 2023.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda todos os tópicos da disciplina


de Direito Administrativo.

Além disso, nos trechos e dispositivos mais importantes para a prova do concurso da
PM PA, constam algumas explicações para facilitar a compreensão do aluno.

Galera, fiquem bastante atentos às novidades legislativas, pois a sua banca poderá
cobrá-las em sua prova.

A leitura da lei é fundamental para a sua aprovação, pois, em análise estatística do


concurso, verificou-se que a grande maioria das questões de direito cobradas nesse certame
são resolvidas somente com base da lei seca.

Bons Estudos!

Rumo à aprovação!!

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SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 6
CONCEITO E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO......................................................................... 7
Conceito .......................................................................................................................................................... 7
Fontes do direito administrativo ............................................................................................................... 7
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 7
Supraprincípios do Direito Administrativo ............................................................................................. 8
DOS PRINCÍPIOS............................................................................................................................................ 9
Princípios Implícitos ..................................................................................................................................... 9
Princípio da segurança jurídica.................................................................................................................. 9
Princípio da confiança legítima ................................................................................................................. 9
Teoria do fato consumado ........................................................................................................................ 10
Princípio da continuidade dos serviços públicos ................................................................................ 10
Princípio da autotutela .............................................................................................................................. 11
Princípio da proporcionalidade ............................................................................................................... 11
Princípio da oficialidade ............................................................................................................................ 11
Princípio da especialidade ........................................................................................................................ 12
Princípios expressos ................................................................................................................................... 12
Princípio da legalidade .............................................................................................................................. 12
Princípio da impessoalidade..................................................................................................................... 13
Princípio da moralidade ............................................................................................................................ 13
Princípio da publicidade............................................................................................................................ 14
Princípio da eficiência ................................................................................................................................ 15
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................. 15
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ........................................................................................................ 16
Conceitos importantes ............................................................................................................................... 17
Entidades políticas e administrativas ..................................................................................................... 18
Entidades políticas ...................................................................................................................................... 18
Entidades administrativas ......................................................................................................................... 18
Das técnicas administrativas .................................................................................................................... 18
Centralização ................................................................................................................................................ 19

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Descentralização.......................................................................................................................................... 19
Desconcentração ......................................................................................................................................... 20
Concentração ............................................................................................................................................... 20
Órgãos Públicos ........................................................................................................................................... 21
Conceito de órgão público........................................................................................................................ 21
Teoria do órgão ou imputação volitiva ................................................................................................. 21
Criação dos órgãos ..................................................................................................................................... 21
Classificação dos órgãos públicos ........................................................................................................... 21
Entidades da Administração Pública Indireta ...................................................................................... 23
Autarquias..................................................................................................................................................... 24
Empresa pública e Sociedade de economia mista (Lei n. 13.303/2016) ........................................ 27
Quadro esquematizado das entidades da administração indireta .................................................. 29
Empresas subsidiárias e controladas ...................................................................................................... 30
ATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................... 31
Diferenciação: Ato unilateral e ato bilateral......................................................................................... 33
Classificações................................................................................................................................................ 33
Ato vinculado e discricionário ................................................................................................................. 33
Atos gerais e individuais ........................................................................................................................... 34
Atos simples, complexo e composto ...................................................................................................... 35
Atos de império, gestão e expediente ................................................................................................... 36
Ato perfeito, válido e eficaz ..................................................................................................................... 36
Elementos dos atos administrativos ....................................................................................................... 37
Teoria dos motivos determinantes ......................................................................................................... 39
Discricionariedade ...................................................................................................................................... 39
Atributos dos atos administrativos ........................................................................................................ 39
Agente putativo e agente necessário ..................................................................................................... 41
Extinção dos atos administrativos .......................................................................................................... 42
Convalidação ................................................................................................................................................ 44
Espécies de Atos Administrativos ........................................................................................................... 45
Pareceres ....................................................................................................................................................... 46
Licenças, autorizações e permissões....................................................................................................... 46
PODERES ADMINISTRATIVOS .................................................................................................................. 46
Deveres da administração ......................................................................................................................... 46

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Abuso de poder ........................................................................................................................................... 47
Espécies de poderes .................................................................................................................................... 48
Poder vinculado........................................................................................................................................... 48
Poder discricionário.................................................................................................................................... 49
Poder disciplinar.......................................................................................................................................... 49
Poder hierárquico ....................................................................................................................................... 50
Poder normativo ......................................................................................................................................... 51
Poder regulamentar ................................................................................................................................... 51
Poder de polícia ........................................................................................................................................... 53
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................................................................ 56
Fundamento constitucional ...................................................................................................................... 56
Histórico ........................................................................................................................................................ 57
Excludentes ................................................................................................................................................... 58
Responsabilidade do Estado..................................................................................................................... 59
Direito de regresso ..................................................................................................................................... 60
Prazo .............................................................................................................................................................. 60
Responsabilização do Estado por atos omissivos ............................................................................... 60
Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça ..................................................................... 60
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ...................................................................................... 61
Responsabilidade por ato jurisdicional ................................................................................................. 61
COVID-19 ...................................................................................................................................................... 61
Responsabilidade por ato legislativo ..................................................................................................... 62
Situações específicas .................................................................................................................................. 62
AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................................... 63
Espécies de Agentes Públicos ................................................................................................................... 63
Disposições constitucionais ...................................................................................................................... 65
CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA ............................................................ 76
Cargo Público ............................................................................................................................................... 76
Emprego Público ......................................................................................................................................... 76
Função Pública ............................................................................................................................................. 77

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de Direito Administrativo, apresentaremos os assuntos que foram


cobrados no edital de soldado da PM PA.

CONTEÚDO

1 Conceito, fontes e princípios do Direito Administrativo.

2 Estado, governo e administração pública.

3 Administração pública. Administração direta e indireta.

4 Agentes públicos: Conceito, função e classificação.

5 Cargo público, emprego público e função pública.

6 Responsabilidade civil, criminal e administrativa.

7 Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de

polícia, uso e abuso do poder.

8 Ato administrativo: conceito, atributos, elementos, vícios, classificação, extinção, saneamento,

exteriorização, validade e eficácia, vinculação e discricionariedade

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CONCEITO E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito administrativo é um ramo do direito público que regula a organização, funcionamento e


atuação da Administração Pública. Ele estabelece as regras e princípios que guiam a atuação dos
órgãos e agentes públicos na gestão dos interesses coletivos e na prestação de serviços públicos.
Abaixo, vamos detalhar o conceito e fontes do Direito Administrativo:

Conceito

O Direito Administrativo pode ser definido como o conjunto de normas e princípios que regem a
atividade administrativa do Estado, visando a proteção do interesse público, a organização dos
órgãos e entidades públicas, o exercício dos poderes administrativos e a relação entre a
Administração Pública e os administrados.

Fontes do direito administrativo

As fontes do Direito Administrativo incluem:

Leis e Constituição: As leis e a Constituição Federal (no caso do Brasil) estabelecem as bases
legais para a atuação da Administração Pública. A Constituição, em particular, define os princípios
fundamentais e a estrutura do Estado.

Regulamentos: São normas infralegais elaboradas pelo Poder Executivo (como decretos e
regulamentos) para detalhar a aplicação das leis.

Jurisprudência: As decisões dos tribunais, especialmente do Supremo Tribunal Federal (STF) e


do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também são fontes importantes do Direito Administrativo, pois
interpretam e aplicam as leis e princípios a casos concretos.

Doutrina: Os estudos e análises de juristas, professores e especialistas em Direito Administrativo


contribuem para a compreensão e interpretação das normas e princípios.

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

O Direito Administrativo é dividido em dois grupos: o Direito Público, o qual tem a finalidade de
regular os interesses da coletividade e o Direito Privado que tem por objetivo regulamentar os
interesses entre os particulares.

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O regime jurídico administrativo é o conjunto de regras relativas a Administração Pública objetivando
equilibrar os interesses coletivos e a liberdades individuais.

Nesse viés é possível afirmar que o administrador público somente poderá realizar o que está
descrito na lei, enquanto que o administrador privado pode realizar tudo o que a lei não proíba.

A Administração Pública é composta de entes políticos e entes administrativos, que, por sua vez, são
compostos por órgãos públicos.

Além disso, a competência conferida à administração é irrenunciável.

As prerrogativas da administração são típicas do direito público, fato que não existe no direito
privado, no qual predomina a igualdade entre as partes.

De acordo com Marçal Justen Filho, “o regime jurídico de direito público consiste no conjunto de
normas jurídicas que disciplinam o desempenho de atividades e de organizações de interesse
coletivo, vinculadas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, caracterizado
pela ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação de determinados fins. ”

Supraprincípios do Direito Administrativo

Os Supraprincípios, também chamados de Superprincípios, derivam dos demais princípios e normas


do Direito Administrativo.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são dois os supraprincípios: a) supremacia do interesse
público sobre o privado; b) indisponibilidade do interesse público.

a) Supremacia do interesse público sobre o privado

O princípio da supremacia do interesse público coloca a Administração Pública em uma posição de


superioridade, ou seja, acima dos interesses de particulares.

Isso significa que os interesses da coletividade são mais importantes do que os interesses individuais,
razão pela qual a Administração Pública, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei
poderes especiais não extensivos aos particulares.

O princípio da supremacia pode ser encontrado expressamente na Lei 9.784/1999 e na Constituição


Federal de forma implicíta.

Além do mais é possível afirmar que tal princípio trata da possibilidade de constituir obrigações para
terceiros mediante atos unilaterais, sendo tais atos imperativos como quaisquer atos do Estado.

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O interesse público é indisponível.

Exemplos: a) desapropriação; b) requisição de bens; c) possibilidade de convocação de particulares;


d) prerrogativas processuais; e) cláusulas exorbitantes nos contratos.

b) Indisponibilidade do interesse público

De acordo com o princípio da indisponibilidade do interesse público, a Administração Pública deverá


realizar as condutas levando em consideração os interesses coletivos, entretanto, não poderá dispor
dos bens que administra, pois o verdadeiro titular desses bens é o povo.

Em resumo, é possível dizer que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido
e, por essa razão, não se admite que renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que
transacionem em juízo.

Mazza nos traz dois exemplos de mitigação desse princípio: 1) possibilidade de a Fazenda transigir
nos JEFs; 2) utilização dos mecanismos privados para resolução de disputas nos contratos de
concessão e nas PPPs.

DOS PRINCÍPIOS

Princípios Implícitos

Princípio da segurança jurídica

Trata-se da estabilidade das relações jurídicas, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas
decorrentes de ações governamentais.

Em tese, havendo conflito entre os princípios da legalidade x segurança, prevalece o princípio da


segurança jurídica.

Ex.: proibição de aplicação retroativa de novas interpretações da lei e das normas administrativas.

Princípio da confiança legítima

Conforme explica Humberto Ávila, o princípio da proteção da confiança legítima integra uma
aplicação subjetivada da segurança jurídica, que é, “representante da eficácia reflexiva do princípio
da segurança jurídica, e igualmente serve de proteção do cidadão em face do Estado”.

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Ou seja, é basicamente a crença do administrado de que os atos administrativos serão mantidos e
respeitados pela Administração, tendo em vista a presunção de que esses atos são sempre lícitos;

Faz-se necessário, portanto, a manutenção dos atos administrativos, ainda que estes sejam
qualificados como antijurídicos, quando verificada a expectativa legítima.

Teoria do fato consumado

De acordo com Teoria do fato consumado as relações jurídicas consolidas pelo decorrer do tempo,
“amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança
jurídica e da estabilidade das relações sociais” (STJ REsp 709.934/RJ).

Os atos das partes podem influenciar a aplicação da teoria, tais como: ausência de dolo e sem
contestação de ninguém, vigorando por anos com aparência de legalidade;

Quando o assunto for concurso público e tutela provisória para nomeação, é necessário defender
que não poderá haver o instituto da posse precária (quando alguém assume cargo mediante tutela
provisória), porque depende de prévia aprovação.

Conforme o STJ a teoria do fato consumado estabelece que “as situações jurídicas consolidadas pelo
decurso do tempo, amparadas por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do
princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais” (STJ, REsp n.º 709.934/RJ, Rel.
Min. HUMBERTO MARTINS, J. 21/06/2007).

Princípio da continuidade dos serviços públicos

O princípio da continuidade dos serviços públicos significa que o fornecimento de serviço prestado
ao cidadão não pode ser interrompido, pois são serviços relevantes.

Tome nota!

Entretanto, existem algumas exceções a esse princípio, como: (I) situações emergenciais; (II) caso
fortuito e força maior; (III) interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem
técnica; (IV) inadimplência do usuário.

As exceções à continuidade do serviço público estão presentes em situações emergenciais, como,


por exemplo, quedas de energia elétrica em razão de tempestade, ou situações de caso fortuito e
força maior.

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Outra exceção ao princípio é a interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem
técnica, em função de manutenções para segurança ou mesmo melhor funcionamento do sistema.

Cumpre frisar que o aviso prévio também é necessário quando há inadimplência do usuário, o que
se dá para priorizar a coletividade, que não pode ser prejudicada.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já estabeleceu que nem sempre os serviços


prestados ao usuário inadimplente poderão ser interrompidos. É dizer: o corte no fornecimento de
energia elétrica em razão de débito irrisório é ilegítimo. Do mesmo modo, o corte pressupõe o
inadimplemento da conta relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento
por débitos antigos.

Princípio da autotutela

É o direito que a Administração tem de anular e revogar seus atos, poderá anular os atos ilegais e
revogar os inoportunos ou inconvenientes.

A anulação ocorre quando o ato é iLegal = anuLação;

A revogação ocorre quando o ato não é mais de interesse da Administração, pois passou a ser
inoportuno ou inconveniente (ou seja, não tem a ver com a legalidade).

Anula Ato ilegal


Administração Pública
Revoga Ato inoportuno

Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade tem a finalidade de manter o equilíbrio entre os direitos individuais


e os anseios da sociedade. Pode-se dizer que é a adequação entre meios e fins, vedada a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público. Ou seja, é o princípio que está relacionado com a vedação de
excessos os quais devem ser evitados pela Administração Pública.

Princípio da oficialidade

A oficialidade é um princípio que torna o impulso oficial muito mais amplo no processo
administrativo do que no judicial. Trata-se do poder-dever de instaurar, fazer andar e rever de ofício
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a decisão. É assegurado ao administrador o impulsionamento do processo para que sejam
esclarecidas e resolvidas as questões pendentes. Tal princípio está previsto no inciso XII, do art. 2º,
da Lei n. 9.784/99.

Princípio da especialidade

O princípio da especialidade entende que as entidades não poderão alterar ou modificar as


finalidades para a qual foram constituídas. Esse princípio reflete a ideia de descentralização da
administração, onde são criadas entidades (por meio de lei) para o desempenho de finalidades
específicas.

Princípios expressos

Os princípios da Administração Pública expressos no artigo 37 da Constituição Federal são:


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Legalidade

Impessoalidade

Princípios expressos da Adm


Pública Moralidade

Mnemônico: L-I-M-P-E
Publicidade

Eficiência

Princípio da legalidade

O princípio da legalidade dispõe que a administração tem o poder-dever de fazer somente o que
estiver previsto em lei. Diferentemente do que ocorre na órbita privada, onde o indivíduo pode fazer
tudo o que a lei não vede.
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A lei baliza toda a atuação da administração pública. Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei.

O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos:

Aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei.

É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia
da vontade)

À Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita).

Princípio da impessoalidade

Este princípio determina que o Estado deverá agir de maneira imparcial, ou seja, é o dever de realizar
o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que realizou o ato.

O princípio da impessoalidade possui cinco sentidos ou subprincípios como alguns doutrinadores


entendem, vejamos:

Princípio da finalidade (= interesse público): o ato administrativo deve seguir o fim público e a
finalidade discriminada em lei.

Princípio da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação


indevida.

Vedação à promoção pessoal

Impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com parcialidade

Validado dos atos dos agentes de fato: entende-se como agente de fato aquele cuja investidura
no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício, como, por ex., agente que não possui
formação universitária exigida em cargo público, etc.

Princípio da moralidade

O princípio da moralidade administrativa é aplicado nas relações entre a Administração e seus


administrados e também às atividades exercidas internamente. A moralidade administrativa é um
conceito jurídico indeterminado.

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A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (nepotismo) é um exemplo da moralidade
administrativa.

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e


probidade.

O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa.

Ex.: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar
pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.

Princípio da publicidade

O princípio da publicidade diz respeito a divulgação dos atos praticados pela Administração Pública,
pois o poder público tem o dever de agir com transparência para que a população tenha ciência de
todos os atos praticados.

Além disso, dá início à produção de efeitos do contrato administrativo, salvo previsão de alguma
condição suspensiva, permitindo a todos os administrados o conhecimento do negócio celebrado.

A publicação resumida do contrato é condição indispensável para a eficácia e deve ser feita em até
5 dias úteis.

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Além do mais, existe a possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais
e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para
intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF).

Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da adiministração pública e


direito da sociedade.

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Princípio da eficiência

Segundo fundamenta Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência é caraterizado como, “o que se
impõe a todo o agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
profissional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”, e além disso diz que
“o dever da eficiência corresponde ao dever da boa administração”

O princípio da eficiência possui dois sentidos:

a) Modo de atuação do agente público

b) Organização e funcionamento da administração pública (Administração Gerencial)

Tome nota

O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública


brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da Emenda Constitucional nº 19, de 1998
– Reforma Administrativa.

Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas
estabelecidas.

Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta
e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas
competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre
em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor
utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior
rentabilidade social.

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O termo "Estado, governo e administração pública" refere-se a três componentes fundamentais do


funcionamento de um país ou entidade política. Vamos explicar cada um deles:

Estado: O Estado é uma entidade política soberana que exerce autoridade sobre um território e
sua população. Ele é composto por três elementos principais:

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Território Refere-se à área geográfica sobre a qual o Estado exerce sua jurisdição e controle.

Este território é definido por fronteiras.

Povo São os habitantes que vivem dentro desse território e estão sujeitos às leis e

autoridade do Estado.

Soberania Isso significa que o Estado tem o poder supremo e independente de tomar

decisões e estabelecer leis dentro de seu território, sem interferência externa.

Governo: O governo é a instituição ou conjunto de órgãos responsáveis por tomar decisões


políticas, administrar recursos públicos e implementar políticas públicas dentro do Estado. O governo
é formado pelos líderes eleitos ou nomeados que ocupam cargos executivos, como presidente,
primeiro-ministro, governadores, prefeitos, entre outros. Seu papel principal é liderar o Estado, tomar
decisões políticas e garantir o funcionamento das instituições estatais.

Administração Pública: A administração pública é o conjunto de órgãos, funcionários públicos


e processos que executam as políticas e programas estabelecidos pelo governo. É responsável por
gerenciar os recursos públicos, prestar serviços públicos à população e garantir o cumprimento das
leis e regulamentos. A administração pública é organizada em diversos setores, como saúde,
educação, segurança pública, transporte, entre outros, e envolve a gestão de pessoal, orçamento,
compras governamentais e muito mais.

Esses três elementos - Estado, governo e administração pública - estão interligados e desempenham
papéis cruciais na governança de um país. O Estado é a estrutura mais ampla que engloba o território
e a população, o governo é responsável pela liderança política e pelas decisões executivas, e a
administração pública executa as políticas e programas estabelecidos pelo governo para atender às
necessidades da população. Uma gestão eficiente desses elementos é essencial para o bom
funcionamento de uma nação.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

A Organização administrativa é a parte do Direito Administrativo a qual estuda a estrutura interna


da Administração Pública, os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem.
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Dentro do assunto Administração Pública serão estudados alguns pontos importantes, como:

Centralização, descentralização, concentração, desconcentração;

Administração direta e indireta: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia


mista;

Entidades paraestatais (terceiro setor): serviços sociais autônomos, organizações sociais,


organizações da sociedade civil de interesse público e organização da sociedade civil e entidades de
apoio;

Delegatárias de serviços públicos: concessionárias, permissionárias e autorizatárias.

Conceitos importantes

Administração direta União, Estados, DF e Municípios.

Administração indireta Autarquias, fundações (públicas e governamentais), agências

reguladoras, associações públicas, empresas públicas, sociedades de

economia mista.

Pessoas jurídicas de direito U/E/DF/M, autarquias e fundações públicas, agências reguladoras e


público associações públicas.

Pessoas jurídicas de direito Associações, sociedades, fundações privadas, organizações


privado religiosas e partidos políticos

Desconcentração É a distribuição interna de atividades dentro da mesma pessoa

jurídica. Em outras palavras, é a subdivisão da pessoa jurídica.

Descentralização É a atribuição de competências a pessoas jurídicas autônomas. Ex.

autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de

economia mista.

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São pessoas jurídicas privadas, sem fins lucrativos, que não integram

a administração pública, mas colaboram com o Estado no

desempenho de atividades de interesse público, recebendo dele

Entidades paraestatais modalidades de fomento. Ex.: os serviços sociais autônomos

(conhecido como sistema “S”), as organizações sociais, as

organizações da sociedade civil de interesse público, as instituições

comunitárias de educação superior e as denominadas entidades de

apoio.

Entidades políticas e administrativas

Entidades políticas

As entidades políticas são os entes federativos previstos na Constituição Federal. São eles:

União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

A principal característica é a capacidade de autonomia política, ou seja:

a) Autoadministração

b) Auto-organização

c) Autogoverno

Entidades administrativas

As entidades administrativas são as pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas pelas
entidades políticas para exercer parte de sua capacidade de autoadministração.

São as entidades da administração indireta (autarquias, fundações - públicas e governamentais -,


agências reguladoras, associações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).

Das técnicas administrativas

Este tópico é um dos assuntos mais relevantes do Direito Administrativo, pois ele serve de base para
o entendimento da maior parte da disciplina.
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As técnicas administrativas são métodos utilizados pelo Estado para administrar o exercício de suas
competências. São elas: centralização, descentralização, desconcentração e concentração.

Centralização

Descentralização

Das técnicas administrativas

Desconcentração

Concentração

Centralização

Ocorre quando a entidade política (Administração Direta) realiza a execução das tarefas
administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração
direta.

Ex.: Órgãos de segurança, como: polícia civil, polícia militar, guarda municipal, bombeiro; e órgãos
de arrecadação, como: secretaria da receita federal, secretaria das receitas estaduais e municipais.

Descentralização

Na descentralização são criadas entidades, as quais, possuem Personalidade Jurídica Própria,


podendo ser pública ou privada. Não possuem relação de hierarquia com os entes políticos que os
criaram (Administração Direta), possuindo apenas uma relação de vinculação, denominando-se
''supervisão ministerial'' ou ''controle finalístico'', formando, assim, a chamada Administração Indireta
(Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e por fim, as Sociedades de Economia Mista).

Essa descentralização se dá por:

a) outorga: transfere a titularidade e a execução do serviço;

Também é conhecida como descentralização por serviços / descentralização por serviço / outorga /
técnica / funcional. O Estado cria uma nova entidade (uma pessoa jurídica) e a ela transfere
determinado serviço público. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta.

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Estado cria a entidade administrativa;

Transfere a titularidade e execução;

Mediante lei.

b) delegação: transfere apenas a execução de determinado serviço.

Também é chamada descentralização por colaboração. O Estado transfere por contrato (concessão
ou permissão) ou por ato unilateral (autorização) unicamente a execução do serviço, para que a
pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização
do Estado.

Estado não cria entidade;

Transfere somente a execução da atividade (titularidade não);

Mediante contrato administrativo por PRAZO DETERMINADO.

Desconcentração

Criam Órgãos Públicos. É uma técnica de distribuição interna de competências. Esses Órgãos não
possuem Personalidade Jurídica Própria e possuem relação de subordinação e hierarquização.
Denominando-se, assim, as chamadas Secretárias.

Concentração

É uma técnica administrativa que promove a extinção de determinado órgão público. Uma pessoa
jurídica integrante da Administração Pública extingue órgãos antes existentes em sua estrutura,
reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências.

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Órgãos Públicos

Conceito de órgão público

Órgãos públicos são centros de competências – sem personalidade jurídica – instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica
a que pertencem.

Ex.: Ministérios, suas secretarias, coordenadorias e departamentos.

Teoria do órgão ou imputação volitiva

O alemão Otto Gierke, fez a comparação do Estado com o corpo humano, segundo ele o Estado
seria uma pessoa com personalidade e os órgãos seriam partes integrantes do Estado.

De acordo com ele, os órgãos são centros de competências que tem o objetivo de desempenhar
funções públicas, e são ligados à pessoa jurídica a que pertencem. Toda conduta dos agentes é
imputada ao órgão, que é ligado ao ente (e este ente é quem responde civilmente). Essa teoria
substitui as teorias do mandato e da representação.

Nosso ordenamento adota a teoria da imputação volitiva, a qual sustenta que o agente público
atua em nome do Estado.

Criação dos órgãos

Os órgãos são criados por meio de desconcentração, com a finalidade de desempenhar funções
estatais, podem ser parte da administração direta ou indireta (dependendo da pessoa jurídica
original).

Classificação dos órgãos públicos

Há diversos critérios que tratam da classificação dos órgãos públicos. No entanto, a mais utilizada
nas provas de concursos públicos é a classificação dada por Hely Lopes Meirelles, um dos principais
doutrinadores do Direito Administrativo no Brasil.

O referido autor classifica órgãos públicos quanto à: composição, estrutura, posição estatal e
atuação.

a) quanto à composição

Segundo essa classificação, os órgãos públicos podem ser definidos como: singulares ou colegiados.
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I) singulares (unipessoais): são aqueles que atuam, ou são integrados, através de um único agente.
Ex.: cargo de Presidente da República.

II) colegiados: também conhecidos como órgãos pluripessoais, são aqueles formados por vários
agentes e as decisões são tomadas por meio de uma deliberação coletiva. Exemplo de órgão
colegiado: Conselho Nacional de Justiça, Poder Judiciário, dentre outros.

b) quanto à estrutura

Quanto à sua estrutura os órgãos públicos podem ser classificados como simples (ou unitários) e
compostos.

I) simples: possuem um único centro de competência, não possui outro órgão em sua estrutura que
o auxilie na aplicação de suas funções. Esses órgãos contam com estruturas simplificadas, sem
subdivisões, como acontece em órgãos maiores.

II) compostos: são formados pela união de diversos órgãos menores. Sob a supervisão de um órgão
chefe, as suas incumbências são distribuídas por outros centros de competência. São bons exemplos:
Ministérios de Estado, Secretarias Estaduais e Municipais.

c) quanto à posição estatal (ou hierárquica)

Independentes

Autonômos

Órgãos - posição hierárquica

Superiores

Subalternos

I) independentes: são os órgãos que decorrem diretamente da Constituição, sem que tenham
subordinação hierárquica a qualquer outro. Cúpula dos poderes.

Ex.: parlamentos, tribunais, MPs;

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II) autônomos: estão logo abaixo dos independentes. São órgãos igualmente localizados no ápice
da Administração, contudo subordinados diretamente aos independentes, com plena autonomia
financeira, técnica e administrativa.

Ex.: Ministérios, secretarias e AGU;

III) superiores: denominados diretivos, são os órgãos encarregados do controle, da direção, e de


soluções técnicas em geral e, diferentemente dos autônomos e dos independentes, não gozam de
autonomia financeira e administrativa.

Ex.: gabinetes, secretarias-gerais, procuradorias administrativas, divisões, inspetorias;

IV) subalternos: são os órgãos comuns dotados de atribuições meramente executórias.

Ex.: portarias, seções de expediente e protocolos.

d) quanto à esfera de atuação

Segundo essa classificação, os órgãos podem ser: centrais e locais.

I) centrais: executam atribuições no território nacional, estadual ou municipal. Os Ministérios de


Estado podem atuar em todo o Brasil, as Secretarias Estaduais atuam em todo o território do estado
em que está inserida e as Municipais no território do município.

II) locais: atuam apenas em parte do território como é o caso das Delegacias de Polícia.

Entidades da Administração Pública Indireta

É um tema muito recorrente em provas de concurso público.

A Administração Indireta é composta pelas: Fundações, Autarquias, Sociedade de economia mista e


Empresa Pública.

A base legal sobre o assunto é o Decreto-lei nº 200/67 em seu art. 5º:


Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

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I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

II – Empresa pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com


patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta.

IV – Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem


fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

Autarquias

São Pessoas jurídicas de direito público, que fazem parte da Administração Pública Indireta.
Possuem as seguintes características:

Criadas e extintas por lei específica: como a criação se dá por lei, não é necessário registrar nos
órgãos de registros públicos.

Dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial.

Não exercem atividade econômica.

Tem capacidade de autoadministração.

Possuem imunidade tributária.

Têm bens públicos.

Regime normal de contratação é estatutário.

Possuem prerrogativas da fazenda pública.

Devem realizar licitações.

Responsabilidade objetiva e direta.

Devem observar as regras de contabilidade pública.

Seus dirigentes ocupam cargos em comissão de livre provimento e exoneração.


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Controle finalístico (ou “tutela” ou "supervisão ministerial") exercido pelo ente que a criou: essa
supervisão é exercida pelo ente que criou a pessoa jurídica e visa à verificação da realização dos
objetivos que justificaram a criação da autarquia.

a) Autarquias corporativas

São os conselhos de Fiscalização de Profissões Regulamentadas;

Tais conselhos são autarquias corporativas. Por isso, são pessoas jurídicas de direito público;

Exige-se concurso público para contratação dos agentes, que podem ser celetistas.

Tome nota!

OAB: entidade sui generis que não exige concurso público.

b) Agências reguladoras e executivas

Dentro do gênero autarquias, temos as agências reguladoras e executivas.

I) agência reguladora

Possuem as seguintes características:

Pessoas Jurídicas Administrativas;

Dotada de natureza jurídica de autarquias sob regime especial;

Maior autonomia do que outras espécies autárquicas;

Criadas com o objetivo de regulação de determinado setor econômico;

Possuem caráter fiscalizatório e com poder de polícia;

Exemplos: ANVISA, ANP, ANCINE, ANAC, ANS e CADE.

II) agências executivas

A agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que recebe uma qualificação jurídica para
conseguir uma maior autonomia. É um título atribuído pelo governo federal.

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Ou seja, é válido para: autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de gestão
para ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho.

Proveniente de Decreto do Presidente da República ou portaria do Ministro de Estado.

Requisitos para qualificação como agência executiva:

Celebram um contrato de gestão com o Ministério supervisor;

Existência de plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional;

Vejamos um comparativo entre agência reguladora e agência executiva:

AGÊNCIAS EXECUTIVAS AGÊNCIAS REGULADORAS

Natureza É uma qualificação jurídica de algumas Autarquias com regime especial


autarquias e fundações.

Atuação Visa operacionalidade mediante exercício Controle e fiscalização de setores


descentralizado de tarefas públicas privados

Surgimento Contexto da reforma administrativa Contexto da reforma administrativa

Exemplos Inmetro Anatel, Aneel, Anac

Base ideológica Modelo da Administração gerencial Modelo de Administração gerencial

Âmbito Somente no âmbito federal Existentes em todas as esferas


federativo federativas

c) Fundações

As Fundações públicas podem ter natureza jurídica de direito privado ou de direito público.

Quando são de direito público, podem, também, ser chamadas de fundação autárquica, são
efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jurídica no momento da
vigência da lei instituidora. Lei complementar definirá as áreas de sua atuação.

Por outro lado, as fundações Públicas de direito privado recebem autorização legislativa para
criação, mas dependem do registro do ato constitutivo no registro civil de pessoas jurídicas para que

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adquiram a personalidade jurídica. As Fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção
das custas processuais, somente as entidades com personalidade de direito público (info 676/STJ).

Fundação Pública de Direito Público Fundação Pública de Direito Privado

Criada por lei; Autorizada por lei;

É equiparada a uma autarquia (e por isso Necessita de registro civil (assim como as empresas

dispensa o registro civil) públicas e sociedade de economia mista)

Empresa pública e Sociedade de economia mista (Lei n. 13.303/2016)

A Empresa Pública é uma pessoa jurídica de Direito Privado, seu capital é exclusivamente público,
além disso, poderá ser constituída em qualquer forma das modalidades empresariais.

Já a Sociedade Economia Mista é uma estatal com capital misto, contudo, a maior parte do capital
deverá pertencer a um ente da Administração Pública. Além disso, por determinação legislativa a
SEM deverá ser constituída na forma de Sociedade Anônima (SA).

a) aspectos comuns das estatais

Não se sujeitam aos precatórios, salvo se: prestarem serviços públicos em regime não concorrencial.

Tribunais de Contas podem controlar as contas das estatais (pois há transferência de recursos
públicos a elas), exceto quando forem exploradoras de atividade econômica no que diz respeito à
atividade-fim.

Regime de trabalho:

Celetista;

Exige-se concurso público;

Demissão dos funcionários da ECT exige procedimento formal (quanto às demais, STF afirmou
que não possui entendimento consolidado – RE 589.998).

b) Sociedade de Economia Mista (SEM)

Sociedade empresária que conta com a participação da Administração e de entidades privadas na


composição do capital social.
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Deve sempre ser adotada a forma de Sociedade Anônima.

Se a Sociedade de Economia Mista tiver ações negociadas na bolsa com finalidade de remunerar
capital dos controladores e acionistas, ela não tem direito à imunidade tributária recíproca, mesmo
que preste serviço público.

Tome nota!

Imunidade tributária recíproca é aquela em que um ente (U/E/DF/M) não pode cobrar tributo do
outro.

c) Empresa Pública

Pessoa jurídica de direito privado, com capital exclusivamente público, poderá ser constituída em
qualquer uma das modalidades empresariais admitidas em direito.

d) Esquema comparativo - Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública

Sociedade de Economia Mista Empresa Pública

Pessoas jurídicas de direito privado; Pessoas jurídicas de direito privado

Criadas mediante autorização legal; Criadas mediante autorização legal

Capital público e privado (o poder público Capital exclusivamente público

detém a maioria do capital votante)

Prestação de serviço público ou exploração de Prestação de serviço público ou exploração de atividade

atividade econômica econômica

Sob a forma de sociedade anônima Qualquer forma de organização empresarial

Foro comum Foro Federal (apenas empresa pública federal)

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Quadro esquematizado das entidades da administração indireta

Autarquia Fundação Pública SEM Empresa


Pública

Natureza Direito Público Definição por lei: Direito privado


Jurídica direito público
(autárquicas) ou Direito privado
privado.

Criação Criada por lei Autorizada por lei Autorizada por lei Autorizada por
específica lei

Finalidade Serviço Público; Serviços de interesse Atua no domínio Atua do


poder de polícia; da Administração e econômico ou domínio
fomento coletivo presta serviços econômico ou
públicos presta serviços
públicos

Regime de Direito Público: Direito público: Direito privado. Direito


bens impenhoráveis, impenhoráveis, bens são privado. Bens
inalienáveis e inalienáveis e penhoráveis são
imprescritíveis. imprescritíveis. penhoráveis

Contratos Licitação Licitação Não precisa de Não precisa de


licitação para licitação para
atividades-fim atividades-fim

Administração Autonomia Autonomia Autonomia Autonomia


administrativa e administrativa e administrativa e administrativa
financeira financeira financeira e financeira

Privilégios Imunidade tributária Privilégios próprios Sem privilégios Sem privilégios


e privilégios da da Fazenda pública
Fazenda

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Regime de Estatutários Estatutários Celetistas (emprego Celetistas
pessoal público) (emprego
público)

Constituição Descentralização do Descentralização do Capital misto: a Capital 100%


do capital capital público capital público maioria tem que ser público
público

Forma jurídica Autarquias comuns, Fundação de Direito Sempre será Qualquer


agências Público (autárquica) sociedade anônima forma
reguladoras, ou direito privado
agências executivas
(contratos de
gestão)

Exemplos INMETRO / IBAMA FUNAI / IBGE / Banco do Brasil Caixa


FUNASA Econômica
Federal

Empresas subsidiárias e controladas

a) Empresas controladas

São pessoas de direito privado adquiridas integralmente ou com parcela de seu capital social
assumido por empresa estatal.

Dispensa de autorização legal: como a sua instituição realiza-se independentemente de autorização


legislativa, as controladas não integram a Administração Pública.

b) Empresas subsidiárias

São pessoas jurídicas de direito privado criadas para integrar um grupo empresarial encabeçado por
uma empresa-matriz estatal.

Ex.: Petrobras (Transpetro, Gaspetro).

Podem ser subsidiárias integrais (entidade matriz detém a totalidade do capital) ou subsidiária
controlada (quando a matriz detém apenas o controle societário).

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Criadas por autorização legal, integram a Administração indireta como empresas públicas ou
sociedades de economia mista, conforme seus institutos.

Dispensa-se autorização legislativa expressa para criação de subsidiária quando já houver previsão
na lei de criação da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista (ainda que seja genérica – ADI
1.649).

Além disso, dispensa autorização legislativa expressa para vender controle acionário (info 1018). Em
palavras mais simples: como não se exige lei específica para criar, também não será exigida lei
específica para “vender”.

ATOS ADMINISTRATIVOS

Ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, a qual, impõe


obrigações, cria direitos, aplica penalidades, dentre outros.

Ao utilizar essa manifestação unilateral, utiliza-se das prerrogativas de direito público, fazendo uso
de sua superioridade.

Nem todo ato praticado pela administração pública é ato administrativo. O ato administrativo apenas
existirá quando a administração atua com as suas prerrogativas de direito público.

Os atos administrativos são praticados (exarados) pela:

Administração Pública (direta – função administrativa – e indireta)

Particulares – atividade administrativa

No sentido de conceituar ato administrativo podemos citar algumas definições dos principais
autores, vejamos:

José dos Santos Carvalho Filho: “[...] a exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública
ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de
efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público. ”

Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “[...] pode-se definir ato administrativo como a declaração do Estado
ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. ”

Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da


Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si
própria. ”

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Celso Antônio Bandeira de Mello: “Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por
exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada
mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
controle de legitimidade por órgãos jurisdicional. ”

De maneira geral o conceito de ato administrativo, envolve declaração unilateral de vontade; vontade
da administração; finalidade de interesse público.

Tome nota!

Para a doutrina majoritária, o silêncio não é propriamente ato administrativo, mas sim fato
administrativo, o qual pode gerar consequências jurídicas, como a prescrição e a decadência. E,
realmente, não é ato, pois falta, ao silêncio, a declaração de vontade, algo que é essencial ao conceito
de ato administrativo. O silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação. E não há ato sem a
declaração de vontade.

Atos da administração A administração pratica sem as prerrogativas públicas. Ex.: compra e venda e
locação.

Atos administrativos É a manifestação de vontade do Estado, com o objetivo de criar, modificar e


extinguir direitos, com a finalidade de satisfazer o interesse público.

Ato administrativo é aquele pelo qual, mediante autorização legal, o titular abre mão de um
abdicativo direito. A peculiaridade desse ato é seu caráter incondicional e irretratável.

Formalismo moderado meras irregularidades não geram nulidade de atos do processo;

Poder extroverso É o poder de o ato atingir 3ºs independentemente de sua vontade;

Móvel dos atos É a vontade pessoal e psíquica que move o agente público na elaboração dos
administrativos atos administrativos. Ex. de como foi cobrado (considerado errado): "o MÓVEL
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS é a situação real que justifica a edição legítima
do ato administrativo".

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o móvel seria importante apenas para
os atos discricionários que exigem a análise subjetiva do agente na escolha
entre as opções de atuação conferidas pela legislação. Rafael Rezende defende

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que o móvel também invalidaria os atos vinculados, pois mesmos nestes
haveria uma mínima margem de escolha do gestor a ser colmatada pelo
móvel;

Controle de juridicidade É a possibilidade, em caso de violação da razoabilidade e da


(sindicabilidade) proporcionalidade, de o Judiciário rever a conveniência e a oportunidade dos
atos discricionários. Esse controle acarreta a nulidade do ato e nunca a sua
revogação.

Atos de administradores de empresa estatal também podem ter natureza de ato administrativo. Ex.:
decisões que indeferem requerimento de informações sobre os serviços públicos prestados pela empresa.

Diferenciação: Ato unilateral e ato bilateral

Ato unilateral: é aquele que é formado pela manifestação de vontade da Administração Pública.

Ato bilateral: é a manifestação de vontade da Administração e também do particular.

Ex.: contrato administrativo, posse.

Classificações

Ato vinculado e discricionário

a) Ato vinculado

É aquele praticado pela Administração Pública sem qualquer margem de liberdade / escolha.

Uma vez que os requisitos legais forem preenchidos a Administração é obrigada a praticar o ato nos
exatos termos da lei.

É praticado apenas no aspecto da legalidade.

Ex.: Licença para tratar da própria saúde.

b) Ato discricionário

É aquele em que o administrador tem certa margem de escolha.

Escolha: análise do mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) – interesse público


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A discricionariedade jamais é presumida. Ela está prevista na lei ou em conceitos jurídicos
indeterminados (ex.: conduta escandalosa na repartição).

Limites:

Lei

Princípio da razoabilidade e proporcionalidade

É praticado apenas no aspecto da legalidade. Mas, além disso, também deve ser observado o aspecto
de mérito.

Ex.: Licença para tratar de interesses particulares

Atos gerais e individuais

a) Atos gerais

Os atos gerais ou normativos são aqueles que possuem destinatários indeterminados, ou seja, não
sabemos as pessoas que serão atingidas por aquele ato.

Por possuir caráter genérico, atingem todos aqueles que se enquadrarem na situação descrita.

Em resumo, possuem caráter normativo, natureza genérica e conteúdo abstrato.

Ex.: Decretos, instruções normativas, resoluções.

b) Atos individuais

Os atos individuais ou especiais são aqueles que possuem destinatários, certos, determinados, ou
seja, sabemos quem serão os atingidos pelo ato.

Além disso podemos dizer que produzem efeitos nos casos concretos.

Ex.: Nomeação, demissão, licença.

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Destinatários gerais Destinatários individuais

Atos normativos Atos concretos

Generalidade, impessoalidade Destinatários individualizados (mesmo que de


maneira coletiva)
Regulamentos, instruções normativas
Poderão ser impugnados de maneira direta

Atos simples, complexo e composto

a) Ato simples

É aquele ato formado pela manifestação de vontade de um órgão, podendo ser unipessoal ou
colegiado. O número de agentes que participa do ato não é relevante, desde que se trate de uma
vontade unitária. Um ato simples poderá ser um despacho manifestando a vontade do colegiado de
um órgão, por exemplo.

b) Ato complexo

É aquele formado pela manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, produzindo um ato.

Ex.: Aposentadoria (manifestação de vontade do órgão no qual a pessoa trabalha + manifestação


de vontade do respectivo tribunal de contas = formam um único ato da aposentadoria).

Mnemônico

Complexo – exo – lembra sexo – Dois ou mais órgãos que se unem para praticar o mesmo ato.

c) Ato composto

É aquele formado pela manifestação de vontade de um órgão (ato principal).

Porém, é necessário a aprovação da vontade (ato acessório / instrumental), que é feita por outro
órgão.

Neste caso, há dois atos distintos, ou seja, um ato principal e um ato acessório.

Ex.: Homologação.

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Ato simples Ato ou órgão unitário ou colegiado. Ex.: exoneração de servidor

Ato Dois atos, sendo um principal e outro acessório; o ato principal depende do
composto acessório para a produção de efeitos. Ex.: homologação.

Ato Manifestação de dois ou mais órgãos; único ato. Ex.: Portaria interministerial.
complexo

Atos de império, gestão e expediente

a) Ato de império

Atos de império ou de autoridade são os praticados com prerrogativas e de uma autoridade e


impostos de maneira unilateral e coercitiva ao particular, ou seja, não são de obediência facultativa.

b) Ato de gestão

É aquele ato que a administração pratica sem utilizar a sua supremacia, são atos praticados em
situação de igualdade com os particulares.

c) Ato de expediente

São aqueles atos internos, que não possuem conteúdo decisório, apenas se destinam a dar
andamento aos processos. Além disso, os atos de expediente não geram efeitos vinculantes nem
possuem forma específica.

Ex.: Entrega de certidão, expedição de ofício.

Ato perfeito, válido e eficaz

a) Ato perfeito

É aquele que completou o seu ciclo de formação, ou seja, todas as etapas foram realizadas.

Se o ato não completou o seu ciclo de formação ele será imperfeito.

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b) Ato válido

É aquele que está em conformidade com o ordenamento jurídico (lei).

Caso o ato não esteja de acordo com a lei ele será inválido.

c) Ato eficaz

É aquele ato que está apto para produção de efeitos, é um ato que independe de evento posterior
para produzir seus efeitos.

Se o ato não está apto a produzir os seus efeitos ele será ineficaz.

Elementos dos atos administrativos

São os chamados requisitos de validade. Requisitos que devem ser observados para que o ato seja
válido.

Requisitos que se não forem observados o ato será inválido.

Competência

Elementos / requisitos do ato


Finalidade
administrativo

Forma

Motivo

Objeto

Mnemônico: CO-FI-FO-MO-OB

a) Competência

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A competência é o poder atribuído ao agente ocupante de cargo, emprego ou função pública para
desempenhar suas atividades. Pode ser entendido como sujeito competente para a prática de atos
administrativos.

Sujeito é a pessoa que possui atribuição legal para a prática do ato.

b) Finalidade

A finalidade está ligada ao objetivo, o qual, o interesse público pretende atingir. Todo ato
administrativo é praticado necessariamente com um fim público. Além disso, é importante deixar
claro que podem existir vícios na finalidade e esses vícios são chamados de desvio de finalidade ou
desvio de poder.

Não se pode praticar o ato com fins privados, nem para beneficiar amigos e prejudicar inimigos.

A finalidade que deve ser observada é aquele prevista em lei para o ato.

c) Forma

A forma é a manifestação do ato no mundo externo, ou seja, o jeito como o ato é praticado. Como
regra, o ato é formal e escrito.

Motivação: representa a exteriorização / exposição / apresentação dos motivos. De maneira mais


simples de explicar seria dizer que “a motivação é a demonstração dos motivos, seria coloca-los no
papel”.

d) Motivo

O motivo é a situação de direito ou de fato, o qual, autoriza a realização do ato administrativo. Além
disso, o motivo pode ser um elemento vinculado, previsto em lei, ou discricionário, a critério do
administrador.

No caso da vinculação o ato será praticado de acordo com as diretrizes legais, a lei descreverá
exatamente como o ato deverá ser praticado e na discricionariedade, a lei traz diversos objetos e
que serão escolhidos a critério do administrador.

Situação fática (fatos – o que aconteceu no caso concreto) e jurídica (o que está na lei) que justifica
a prática do ato.

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e) Objeto

O objeto, o qual, também pode ser chamado de conteúdo, é o efeito jurídico produzido pelo ato
administrativo. Seria o que o ato enuncia, prescreve ou dispõe.

São os efeitos produzidos. Trata-se do próprio ato.

Ex.: Demissão, exoneração.

Em resumo o objeto pode ser definido como: conteúdo, de efeito imediato, pode ser vinculado ou
discricionário, lícito, possível e certo.

Teoria dos motivos determinantes

A Teoria dos motivos determinantes entende que uma vez motivado o ato, a validade está vinculada
aos motivos que o fundamentam. Dessa maneira, se os motivos indicados não existirem, o ato será
nulo. Portanto, os motivos alegados para prática do ato devem ser verdadeiros.

A Teoria se aplica aos atos discricionários ou vinculados e quando a motivação for ou não obrigatória.

Tome nota!

Nem todo ato precisa ser motivado.

Ex.: exoneração do titular de um cargo em comissão. A motivação neste caso não é exigida, mas,
se por acaso a motivação for feita, aplica-se esta teoria.

Discricionariedade

A discricionariedade do ato administrativo está no elemento motivo e objeto.

Competência / finalidade / forma – são vinculados

Motivo / Objeto – podem ser vinculados ou discricionários

Atributos dos atos administrativos

Os atributos ou características do ato administrativo são as peculiaridades que os fazem ser


diferentes dos atos privados.

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São atributos do ato administrativo a presunção de legalidade (legitimidade, veracidade); a
imperatividade (coercibilidade ou poder extroverso); a autoexecutoriedade (executoriedade e
exigibilidade); e a tipicidade.

Presunção de legitimidade e veracidade

Atributos
Autoexecutoriedade

Tipicidade

Imperatividade

Mnemônico: PATI

a) Presunção de legitimidade e veracidade

De acordo com esse atributo pressupõe-se que os atos estão de acordo com a lei, até que se prove
o contrário, ou seja, são legítimos, legais, lícitos ou válidos.

Presunção de legitimidade: presume que o ato está de acordo com a lei.

Presunção de veracidade: presume que os fatos narrados são verdadeiros.

Obs. 1: Presunção universal: presente em todos os atos administrativos

Obs. 2: Presunção relativa: admite prova em contrário

Obs. 3: Ônus da prova é do destinatário do ato e não da administração pública.

b) Autoexecutoriedade

Atributo que permite a Administração Pública executar as suas decisões de forma direta, imediata.

Sem necessidade de intervenção judicial, inclusive com o uso da força, caso seja necessário.

Ex.: Interdição de estabelecimento, apreensão de mercadorias, demolição de obra irregular.

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Nem todo ato possui o atributo da autoexecutoriedade, como, por exemplo, a multa.

A autoexecutoriedade existe em duas principais situações, quando estiver expressamente prevista


em lei e quando se tratar de medida urgente (medida que deve ser adotada de imediato).

c) Tipicidade

Nem todo doutrinador entende que a tipicidade é um atributo. Esse atributo está presente na obra
de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segunda a doutrinadora, tal atributo deve corresponder a figuras
definidas em lei para que produzam resultados.

Ou seja, a tipicidade exige que haja uma previsão legal do ato administrativo. Deve ser previsto em
lei.

Em resumo a tipicidade é regida pelo princípio da legalidade.

Todo ato administrativo unilateral possui esse atributo. Se for ato administrativo bilateral, há doutrina
que diga que não possui esse atributo.

d) Imperatividade

É decorrente do poder de império / extroverso, ou seja, o poder público pode editar atos que estão
relacionados a terceiros e não somente para o sujeito que o emitiu.

Como impõe obrigações a terceiros, os atos administrativos são impostos de forma unilateral pelo
Estado independente da anuência (concordância) dos administrados.

Nem todo ato possui o atributo da imperativdade, como, por exemplo, os atos negociais.

Agente putativo e agente necessário

Os agentes putativos são sujeitos que desempenham uma atividade pública presumindo que seja
legítima, mesmo que a investidura no cargo não tenha sido dentro do procedimento exigido.

Já os agentes necessários, são aqueles que praticam atos em situações excepcionais, em


emergências, por exemplo.

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Agente putativo Agente necessário

É aquele que está investido irregularmente. É aquele convocado em situações emergenciais.

Ex.: entrou em exercício sem tomar posse e ninguém Ex.: bombeiro pede ajuda para cidadão ajudá-lo.

percebeu. Logo, não assinou a posse.

Os atos são válidos perante terceiros de boa-fé.

Atos praticados – Estado responde

Tome nota!

Usurpador de função: fingindo ser agente público com uma finalidade ilícita. Os atos por ele
praticados não são ilegais, mas inexistentes.

Extinção dos atos administrativos

A extinção é o desfazimento do ato administrativo. Retirada do ato do mundo jurídico. O ato deixa
de existir.

Poderá ser extinto das seguintes formas:

I) Anulação (invalidação)

A anulação também pode ser chamada de invalidação e é o desfazimento de um ato ilegal / inválido.

Critério de legalidade: verifica se o ato está em conformidade com a lei.

Pode ser decretada pela própria administração (autotutela) – de ofício ou a requerimento. Mas
como a lei foi violada, o ato também pode ser anulado pelo Poder Judiciário, que deverá ser
provocado (princípio da inércia).

A anulação poderá incidir tanto em atos vinculados quanto discricionários – não olha o mérito,
apenas os aspectos de sua legalidade.

A anulação possui efeitos retroativos – retroage a data da prática do ato. Trata-se do efeito “ex tunc”.

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Qual o prazo que a administração pública tem para anular seus atos?

Prazo decadencial de 5 anos, quando o destinatário estiver de boa-fé. Caso esteja de má-fé, a
anulação do ato poderá ser feita a qualquer momento.

II) Revogação

O ato é válido. Não há ilegalidade, pois foi praticado conforme a lei. No entanto, a administração
pública fez o juízo de conveniência e oportunidade e verifica que o ato não coaduna mais com o
interesse público.

Critério de mérito: a administração faz a análise do mérito administrativo

Decretada apenas pela própria Administração Pública (autotutela – controle dos próprios atos)

A revogação apenas incide sobre os atos discricionários.

A revogação possui efeitos não retroativos (prospectivos). Trata-se do efeito “ex nunc”.

Qual o prazo que a administração pública tem para revogar seus atos?

A revogação poderá ser feita a qualquer momento.

A administração pública não pode revogar:

Ato vinculado

Atos que já geraram direito adquirido

Atos consumados / exauridos

Atos que integrem um procedimento

Mero ato administrativo (aquele ato cujos efeitos dependem de um outro ato, ex.: atestado,
certidão)

O Poder Judiciário não revoga ato dos outros. Mas revoga seus próprios atos quando atua em sua
função administrativa.

III) Cassação

Trata-se de uma penalidade, aplicada em razão do descumprimento de alguma condição.

Ex.: Licença para construir que descumpre alguma regra.


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IV) Caducidade

Ocorre quando o ato é incompatível com a nova legislação.

Ex.: tinha licença para jogar entulho no terreno, vem nova lei proibindo tal prática.

Tome nota!

É diferente da caducidade dos serviços públicos.

V) Contraposição

Ato novo com efeitos contrapostos (opostos)

Ex.: a nomeação chama e a exoneração “deschama”.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Anulação Ilegal

Revogação Interesse público

Cassação Penalidade

Caducidade Incompatível com lei nova

Contraposição Ato novo oposto

Convalidação

A convalidação trata-se da “correção” de um ato ilegal.

Os seus efeitos são retroativos – “ex tunc”, ou seja, sana o vício desde sua origem.

Requisitos para a convalidação:

Vício sanável (ato anulável)


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Ato ainda não foi impugnado

Não gerar prejuízos para o interesse público e terceiros

Ao Poder Judiciário cabe anular atos administrativos ilegais e não a sua convalidação.

Tome nota!

Como regra, se o vício for no elemento competência (salvo competência exclusiva, que não pode
ser delegada, e competência em razão da matéria) ou na forma (salvo se a forma for essencial à
validado do ato) poderá ser convalidado.

“FoCo na convalidação”.

Espécies de Atos Administrativos

Normativos Atos gerais (destinatários indeterminados – caráter genérico e abstrato) Ex.:


Resolução, Decreto, Regulamentos, Regimentos

Ordinatório Atos internos (ordens que a administração pública profere para ser órgãos e
servidores subordinados. Decorre do poder hierárquico. Aqueles que disciplinam o
funcionamento da Administração Pública, incluindo as condutas dos seus agentes.
Ex.: ordens de serviço, memorando, circulares internas, instruções, avisos, portaria.

Negociais São casos em que o particular precisa da anuência da administração pública. Não são
imperativos, coercitivos, autoexecutórios. Ex.: Licenças, autorizações, permissões,
homologação, visto.

Enunciativo É aquele ato que não representa uma manifestação de vontade propriamente dita. A
administração pública simplesmente emite uma opinião (juízo de valor). Apenas
declara uma situação. Ex.: atestado, parecer, certidão, apostila. Externam ou declaram
uma situação existente em registros, processo ou arquivos públicos sem qualquer
manifestação de vontade original da Administração).

Punitivo Tem o objetivo de punir a prática de infrações administrativas. Pode estar punindo
um servidor, particular ou particular com vínculo.

Mnemônico: NONEP

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Pareceres

Os pareceres podem ser facultativos (meramente opcional), obrigatórios (exige-se o parecer para a
realização do ato, mas é mera opinião, podendo a autoridade dele divergir) ou vinculantes (a
autoridade não pode divergir dele, nesse caso deixa de ser mera opinião).

Licenças, autorizações e permissões

Quando se fala em atos negociais, temos:

Licença Autorização Permissão

Ato vinculado Ato discricionário Ato discricionário

Não pode revogar Poder revogar Pode revogar

Ex.: licença para dirigir

PODERES ADMINISTRATIVOS

Para iniciarmos o nosso estudo são necessárias algumas informações importantes.

A Administração Pública possui algumas prerrogativas para a realização das atividades, essas
prerrogativas são chamadas de poderes. Já em decorrência da indisponibilidade do interesse
público, o administrador está vinculado ao que a lei impõe. Essas obrigações são denominadas de
deveres administrativos.

Deveres da administração

De maneira geral existem os seguintes deveres:

a) Poder dever de agir: significa que ao mesmo tempo que a Administração Pública possui
competência para atuar e atender as necessidades públicas, ela possui o dever de agir, ou seja, tem
uma obrigação em benefício da coletividade.

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b) Dever de probidade: o administrador público deve desempenhar suas funções com ética,
honestidade e boa-fé.

c) Dever de prestar contas: esse dever é imposto a qualquer órgão ou agente que tenha
responsabilidade pela conservação ou gestão de bens públicos, inclusive particulares que tenham
responsabilidade por algum recurso público.

d) Dever de eficiência: tem relação com a qualidade na prestação do serviço, deve prezar pela
celeridade, economicidade e perfeição técnica.

Abuso de poder

Para o estudo sobre Poderes da Administração Pública é importante o conhecimento de alguns


termos e um deles é o Abuso de Poder. Vejamos:

O abuso de poder é o uso irregular do poder. Trata-se um vício que torna o ato administrativo
nulo.

Esse abuso é a conduta do gestor demarcada pela ilegalidade, que pode se subdividir em: ausência
de competência, falta de interesse público e por meio da omissão.

Quadro comparativo entre excesso de poder e desvio de poder (MAZZA, op. cit., p. 409).

ABUSO DE PODER (gênero)

Excesso de poder (espécie) Desvio de poder (espécie)

Agente competente Agente competente

Exorbitância de competência: o agente vai além da Ato visando interesse diverso do interesse público.
sua competência.

Desproporcionalidade entre situação de fato e a Defeito na finalidade


conduta praticada

Defeito no motivo e/ou objeto Não pode ser convalidado

Admite convalidação quando considerado efeito na


competência

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Espécies de poderes

Para iniciarmos propriamente o assunto poderes, vejamos alguns conceitos trazidos por
doutrinadores renomados:

Para José dos Santos Carvalho Filho poderes é o “conjunto de prerrogativas de direito público que
a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance
seus fins”.

Para Hely Lopes Meirelles cada agente público “é investido da necessária parcela de poder público
para o desempenho de suas atribuições”. É este poder “que empresta autoridade ao agente público
quando recebe da lei competência decisória e força para impor suas decisões aos administrados”.

A seguir serão tratados os principais poderes administrativos:

Poder vinculado

Poder discricionário

Poder disciplinar

Poder hierárquico

Poder normativo

Poder regulamentar

Poder de polícia

Poder vinculado

A lei atribui competência e define todos os aspectos da conduta a ser praticada. Não há margem
de liberdade para o agente escolher a melhor forma de agir (competência, forma e finalidade são
requisitos sempre vinculados; motivo e objeto, não);

De acordo com Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são aqueles para os quais a lei
estabelece os requisitos e condições de sua realização”.

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Ex.: Uma licença para funcionamento de um estabelecimento. Quando particular cumpre todos os
requisitos trazidos na lei, a Administração Pública é obrigada a conceder a licença, não há margem
de escolha.

Poder discricionário

A lei atribui competência, mas reserva certa margem de discricionariedade para que, diante da
situação concreta, o agente possa selecionar a opção mais apropriada para a defesa do interesse
público.

Essa discricionariedade só pode residir no motivo ou no objeto do ato administrativo.

Para Hely Lopes Meirelles, “discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade
de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e de seu
modo de realização”.

O Poder Discricionário está ligado, inclusive com a revogação, pois quando um ato discricionário é
praticado e em seguida a administração considera que não é mais conveniente ou oportuno, poderá
haver a revogação desse ato.

Além disso, é importante frisar que o poder discricionário também encontra limites na lei, caso um
ato seja praticado com alguma ilegalidade disfarçada de discricionariedade, poderá haver a anulação,
a esse procedimento dá-se o nome de controle de legalidade.

Poder disciplinar

É a possibilidade da Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometem infrações
funcionais.

Esse poder tem relação com a natureza, a gravidade da infração e com os danos que ela causar ao
serviço público.

Características do poder disciplinar:

Poder interno: só se aplica aos particulares quando eles forem contratados da Administração;

Não permanente: só se aplica quando o servidor cometer falta funcional;

É discricionário: a Administração pode escolher, com margem de liberdade, a punição mais


apropriada.

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Diante do mencionado, podemos dividir a aplicação de sanções disciplinares em duas classes: os
servidores públicos e os particulares com vínculo específico com a Administração, ou seja, não é
qualquer particular.

O poder disciplinar pode ser aplicado ao particular que celebrou contrato com a Administração,
particular que participa de licitação, presidiários, estudantes de escola pública, pacientes de hospital
público, concessionários, permissionários e autorizatários de serviço público.

Já para o servidor, pode ser aplicado o poder disciplinar quando o servidor comete infrações
funcionais que são punidas com: advertência, suspensão, demissão, destituição de cargo
comissionado, cassação de aposentadoria, cassação de disponibilidade.

Tome nota!

Constatada a infração, a Administração é obrigada a punir, mas tem o poder discricionário de


ajustar a pena.

Poder hierárquico

É o poder da administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar e rever
a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.

a) Poder interno: só se manifesta dentro da mesma pessoa jurídica. Lembrando que não há
hierarquia entre administração direta e indireta.

b) Permanente: trata-se de exercício constante e permanente dos agentes públicos.

De acordo com Hely Lope Meirelles “O Poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar,
controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública (...) Do
poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e
fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições, e a de rever os atos dos inferiores
(...) Fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos subordinados, com o intuito de
mantê-los dentro dos padrões legais e regulamentares instituídos para cada atividade
administrativa.”

Além disso, a manifestação do Poder Hierárquico pode ocorrer das seguintes maneiras: dar ordens
aos subordinados, controle de atividades de órgãos inferiores, delegação de atribuições, avocação
de atribuições, aplicação de sanções aos servidores e edição de atos normativos.

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É importante salientar que hierarquia não deve ser confundida com disciplina, elas apenas caminham
juntas na base de organização do Estado.

Principais características do poder hierárquico e poder disciplinar

Poder Hierárquico Poder disciplinar

Subordinação entre agentes e Apura infrações

órgãos
Aplica sanções

Há distribuição de funções
Sujeitos internos da

Apenas âmbito interno Administração

Ordena e revisa a atuação dos Servidores públicos Particulares

agentes. com vínculo específico

Poder normativo

Segundo a doutrina o poder normativo é mais amplo e mais genérico do que o "poder
regulamentar", pois permite a edição de todas as categorias de atos (regimentos, instruções,
deliberações, resoluções e portarias).

É um poder que apenas complementa a lei, não podendo alterar ou modificar o seu entendimento.

Poder regulamentar

De maneira geral o poder regulamentar é mais restrito que o "poder normativo", pois é a
possibilidade de edição de decretos e regulamentos, tidos como atos administrativos gerais.
ATENÇÃO: esse poder dispensa previsão na lei a ser regulamentada.

Além disso, decorre do poder hierárquico; se estende aos chefes do executivo federal, estadual e
municipal;

O agente não pode alterar a lei. Ele deve apenas regulamentá-la.

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O Poder Regulamentar se formaliza por Decreto, nos termos do art. 84, inc. IV da Constituição
Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) IV - sancionar, promulgar e


fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro (2008, p. 256):

“O poder regulamentar como uma das formas pelas quais se expressa a função normativa do
Poder Executivo pode ser definido como o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União,
dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução”.

Existem variadas situações em que o Poder Regulamentar está presente na Administração Pública,
vejamos:

a) Decretos regulamentares ou de execução: via de regra, as leis são editadas de maneira geral,
necessitando de uma complementação posterior. Nesse sentido, é que funcionam os decretos
regulamentares ou de execução, para garantir a execução das leis. Lembrando que os decretos não
trazem inovações para a lei, são atos secundários.

b) Decretos autônomos: são atos normativos primários, tem validade e fundamento na


Constituição. Não servem para regulamentar uma norma, eles trazem inovações ao ordenamento
jurídico. Lembrando que, em regra, a Administração não pode inovar no ordenamento, mas o
Decreto Autônomo é uma figura sui generis. A emenda Constitucional 32/2001 autorizou Presidente
da República a expedir decretos autônomos, para dispor unicamente sobre:

Constituição Federal, art. 84, VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

c) Regulamentos autorizados ou delegados: são autorizações dadas pela Lei para que o Poder
Executivo regule situações do texto legal. Esses regulamentos são utilizados para editar normas
técnicas, por exemplo.

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d) Resoluções, Portarias, Deliberações, Instruções e Regimentos: o alcance desses atos é limitado
a esfera de atuação do órgão normatizado.

Poder de polícia

A base legal do poder de polícia encontra-se no artigo 78 do Código Tributário Nacional:

Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou Liberdade, regula a prática do ato ou abstenção do fato em
razão do interesse público concernente à segurança à higiene à ordem aos costumes à
disciplina da proteção e do mercado ao exercício das atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do poder público a tranquila pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais e coletivos.

Para o doutrinador Hely Lopes Meirelles:

“Poder de polícia e a faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e


restringir o uso de gozo de bens atividades e direitos individuais em benefício da coletividade
ou do próprio Estado”

Dessa maneira, podemos dizer que poder de polícia é a imposição de limites à liberdade e
propriedade dos particulares. Trata-se de poder do Estado utilizado para condicionar, restringir,
limitar, frenar o exercício das atividades particulares em busca do interesse público.

Não é exclusivo do chefe do Executivo. Ele difunde-se por toda administração.

O poder de polícia é, em regra, preventivo.

Contraditório e ampla defesa podem ser diferidos, em casos de emergência.

Os atos não são concretos, são normativos, ou seja, sem destinatários individualizados.

Não é possível o estabelecimento de penalidades, pois isso é assunto de reserva legal.

a) Atributos

O poder de polícia possui três atributos (“DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e


Autoexecutoriedade).

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Discricionariedade Razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e

conveniência de sua prática.

Coercibilidade Possibilidade de imposição coercitiva.

Autoexecutoriedade Possibilidade de executar diretamente suas decisões sem necessidade de

autorização do Judiciário.

Mnemônico: “DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e Autoexecutoriedade

Discricionariedade

Atributos do poder de polícia Coercibilidade

Autoexecutoriedade

b) Ciclos

Ciclos do poder de polícia (visão tradicional): (Ôce fais, hein)

Ordem é a norma legal que estabelece as restrições e as condições para o exercício das
atividades privadas (para o STF, é o único indelegável);

Consentimento é a anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada atividade ou


utilize a propriedade particular;

Fiscalização é a verificação (pela Administração) do cumprimento (pelo particular) da ordem e do


consentimento de polícia;

Sanção é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia. Ex.:
multa de trânsito, interdição do estabelecimento;

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Ordem

Consentimento

Ciclos do Poder de Polícia

Fiscalização

Sanções

Momento da Jurisprudência

Delegação do poder de polícia:

Para o STF:

Só a ordem é indelegável: "É constitucional a delegação do poder de polícia [consentimento,


fiscalização e sanções], por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.".
Assim, para o STF, a única fase do ciclo de polícia que é indelegável é a ORDEM (poder legislativo),
pois a sanção também é delegável a pessoas jurídicas que atuam em regime não concorrencial.
(Conforme decisão do STF no RE 633.782 - 2021)

Para o STJ e doutrina:

Ordem e sanção são indelegáveis, pois são aplicadas com coercibilidade (para o STF, só a ordem
seria indelegável – vide abaixo).

Consentimento e fiscalização são delegáveis.

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Quadro resumo entre polícia administrativa e judiciária (extraído das explicações do Prof. Cyonil
Borges).

PODER DE POLÍCIA

ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

Natureza Preventiva Repressiva

Incidência Bens, direitos e atividades Pessoas

Finalidade Proteção do interesse público em geral Diz respeito basicamente à apuração

de crimes

Competência Toda a Administração Pública de direito Corporações específicas

público

Sanções Administrativas Criminais (CP e CPP)

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Fundamento constitucional

Previsão: art. 37, §6º, CF.

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Histórico

A responsabilidade do Estado possui três períodos relacionados: irresponsabilidade estatal,


responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva, utilizada atualmente (via de regra). Vejamos
a explicação sobre cada um desses períodos:

I) Teoria da irresponsabilidade: Essa teoria foi adotada no período dos Estados Absolutistas onde
se tinha a ideia de que igreja e Estado eram considerados um só.

De acordo com essa Teoria o Estado não responde civilmente, pois é representante de DEUS, que
não erra.

II) Teorias civilistas: são três:

a) Atos de império X atos de gestão: o Estado não responde por atos de império, mas responde
por atos de gestão, caso em que sua responsabilidade será SUBJETIVA.

b) Culpa do servidor: o Estado responde SUBJETIVAMENTE, desde que comprovada a culpa do


agente público.

c) Culpa do serviço (faut du service ou culpa anônima): não precisa provar a culpa do agente,
mas apenas que (i) o serviço não foi prestado; (ii) foi prestado com falha ou (iii) foi prestado com
atraso.

III) Teorias publicistas: A responsabilidade do Estado passa a ser objetiva. São duas:

a) Teoria do risco administrativo: embora a responsabilidade seja objetiva, admite-se a exclusão


do nexo causal em alguns casos (é a teoria adotada no Brasil, em regra). No entanto, o STJ e a
doutrina tradicional entendem que, em caso de omissão, a responsabilidade será SUBJETIVA. O STF,
contudo, em alguns julgados, já disse que a responsabilidade será sempre objetiva, pois a CF (art.
37, §6º) não distingue ação de omissão.

Art. 37 [...] § 6º - As pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO e as de DIREITO PRIVADO


prestadoras de serviços públicos RESPONDERÃO pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

b) Teoria do risco integral: A regra no Brasil é a teoria do risco administrativo, mas em casos
excepcionais, é adotada a teoria do risco integral. De acordo com essa teoria o Estado é
responsabilizado e obrigado a indenizar, não podendo utilizar nenhuma excludente. Além disso,

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segundo a doutrina existem três situações principais em que pode ser adotada a teoria do risco
integral:

Dano nuclear

Art. 21. [...] XXIII, CF/1988. Compete à União – explorar os serviços e instalações nucleares
de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento
e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados,
atendidos os seguintes princípios e condições: d) a responsabilidade civil por danos nucleares
independe da existência de culpa.

Atentado terrorista ou atos de guerra em aeronave

Lei nº 10.309/2001 - Art. 1º Fica a União autorizada a assumir as responsabilidades civis


perante terceiros no caso de danos a bens e pessoas no solo, provocados por atentados
terroristas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasileiras no Brasil ou no
exterior.

Lei nº 10.744/2003 - Art. 1º Fica a União autorizada, na forma e critérios estabelecidos pelo
Poder Executivo, a assumir despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese
da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados
terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra
aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo
público, excluídas as empresas de táxi aéreo.

Dano ambiental

Informativo 507 do Superior Tribunal de Justiça - “A responsabilidade por dano ambiental


é objetiva e pautada no risco integral, não se admitindo a aplicação de excludentes de
responsabilidade. [...] a responsabilidade por dano ambiental, fundamentada na teoria do risco
integral[...] Pressupõe, ainda, o dano ou risco de dano e o nexo de causalidade entre a
atividade e o resultado, efetivo ou potencial, não cabendo invocar a aplicação de excludentes
de responsabilidade. Precedente citado: Resp. 1.114.398-PR, DJe 16/2/2012 (REPETITIVO).
(REsp 1.346.430-PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, julgado em 18/10/2012)

Excludentes

Aplicam-se normalmente todas as excludentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força maior e
culpa exclusiva da vítima). Na hipótese de culpa concorrente, deve ser diminuído o valor da
indenização.

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Caso fortuito

Excludentes de responsabilidade Força maior

Culpa exclusiva da vítima

Culpa exclusiva da vítima: o dano é causado pela própria pessoa que se lesou;

Força maior: é um acontecimento involuntário, imprevisível e incontrolável;

Culpa de terceiro: quando o ato foi praticado por outra pessoa (e não um agente do público).

Tome nota!

Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil
objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema
prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta
praticada. STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de
Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).

Responsabilidade do Estado

Em 2019, o STF pacificou, em sede de repercussão geral, a teoria da DUPLA GARANTIA, segundo a
qual a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder Público, e não contra o agente público causador
do dano, uma vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de
regresso proposta pelo Estado.

Para o STF, a necessidade de ação de regresso (Estado X agente) representa uma dupla garantia: 1)
em favor do particular: que ajuíza ação diretamente contra quem pode pagar; 2) em favor do agente
público: que somente responderá futuramente.

Quando há ato que possa gerar indenização, o trâmite é o seguinte:

1º passo: ação do cidadão contra o ente público (U/E/DF/M). Nessa ação, não se verifica se o agente
que causou o dano agiu com culpa ou dolo.

2º passo: ação de regresso: depois que ressarcir o cidadão, o Estado vai entrar com uma ação contra
o agente que praticou o ato e, nesse caso, irá verificar se ele agiu com culpa ou dolo. Se ele não teve
nem mesmo culpa, não vai pagar pelo erro.

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Em resumo: primeiro o Estado paga o cidadão e depois tenta receber do agente público que
cometeu o erro.

Com base nas explicações acima, um ponto merece ATENÇÃO: a responsabilidade do estado é
objetiva, mas a do servidor é subjetiva.

Direito de regresso

O Estado propõe ação regressiva contra o agente causador do dano, quando há dolo ou culpa. Nesse
tipo de ação, o Estado já foi processado pela vítima e condenado a pagar indenização. Dessa maneira,
é cabível ao Estado propor ação regressiva contra o agente público, para que ele ressarça o Estado.

Além disso, existe o instituto da denunciação da lide, o qual, se dá pelo ato de chamar o agente
público a integrar o processo original movido pela vítima contra a administração pública, entretanto,
o STJ entende que, processado apenas o Poder Público, NÃO É OBRIGATÓRIA a denunciação da lide
em face do servidor.

Prazo

O STJ pacificou o entendimento de que o prazo prescricional é de 05 anos (D. 20.910/32).

Súmula 647 do STJ : São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais
decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos
durante o regime militar.

Responsabilização do Estado por atos omissivos

Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça

Na doutrina, ainda hoje, a posição majoritária é a de que a responsabilidade civil do Estado em caso
de atos omissivos é SUBJETIVA, baseada na teoria da culpa administrativa (culpa anônima). Assim,
em caso de danos causados por omissão, o particular, para ser indenizado, deveria provar: a) a
omissão estatal; b) o dano; c) o nexo causal; d) a culpa administrativa (o serviço público não
funcionou, funcionou de forma tardia ou ineficiente). Esta é a posição que você encontra na maioria
dos Manuais de Direito Administrativo. Vide: STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1345620/RS, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 24/11/2015.

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Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado força nos últimos anos o entendimento de que a
responsabilidade civil por atos OMISSIVOS também é OBJETIVA, com base na teoria do risco
administrativo. (...) A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que as pessoas jurídicas de
direito público respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com fundamento
no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto por atos comissivos quanto por atos omissivos, desde
que demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão do Poder Público. (...) STF. 2ª Turma. ARE
897890 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2015. No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. RE
677283 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/04/2012.

Deve-se fazer, no entanto, uma advertência: para o STF, o Estado responde de forma objetiva pelas
suas omissões. No entanto, o nexo de causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos
particulares só restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico de agir
para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal. Em caso de
inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado
é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).

Responsabilidade por ato jurisdicional

Em regra, o Estado não responde por ato jurisdicional. A CF/88 prevê a responsabilidade civil do
Estado apenas quando houver erro judiciário ou excesso de prisão. Nesses casos, haverá
responsabilidade objetiva, ou seja, a obrigação de indenizar independe de culpa ou dolo do
magistrado.

Tome nota!

O Estado poderá ajuizar ação de regresso contra o magistrado, que será responsabilizado quando
tiver agido com dolo ou fraude, ou tiver se recusado a providência que devesse ordenar, sem justa
causa (art. 143, CPC).

COVID-19

Será responsabilizado o agente no caso de ERRO GROSSEIRO. Configura erro grosseiro:

Ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado ou
impactos adversos à economia, por inobservância:

de normas e critérios científicos e técnicos; ou


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dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção.

Responsabilidade por ato legislativo

Em regra, não cabe indenização.

Exceção: lei inconstitucional + prejuízo específico e anormal e nos casos de leis de efeitos concretos
(porque são materialmente equivalentes aos atos administrativos).

Situações específicas

União não tem responsabilidade por prejuízos causados no caso de redução de impostos de
importação (Informativo 963 do STF);

Concurso fraudado: responsabilidade direta da organizadora e subsidiária do Estado: Estado


responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por
indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora;

Responsabilidade objetiva do Estado sobre os cartórios: Em casos de cartórios, o Estado tem


responsabilidade objetiva e deve ajuizar ação de regresso contra o responsável, sob pena de
improbidade administrativa;

Tome nota!

STF entendeu (fev/2019) que o Estado tem responsabilidade civil objetiva para reparar danos
causados a terceiros por cartorários tabeliães e oficiais de registro no exercício de suas funções
cartoriais. Além disso, deve ajuizar ação de regresso contra o responsável pelo dano, nos casos de
dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.

Se o agente pratica crime com arma da corporação, o Estado responde objetivamente, mesmo que
ele esteja fora de suas funções. Detalhe: se for policial federal a responsabilidade é da União, se for
guarda municipal, responsabilidade do município;

Causas de responsabilidade objetiva do Estado:

Morte e suicídio de preso;

Atos praticados por cartorários;

Matérias ambientais;

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Erro judiciário;

Questões nucleares (alguns chamam de responsabilidade integral do Estado).

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições
legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

AGENTES PÚBLICOS

Agente público é toda pessoa que presta serviço ao Estado. A Lei 8.429/1992, conceitua agente
público, vejamos: Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função [...]

Tome nota

É importante lembrar que agente público e servidor público não são sinônimos. O servidor público
é uma das espécies de agente público.

Espécies de Agentes Públicos

Seguindo a divisão doutrinária de Hely Lopes Meirelles, temos as seguintes categorias:

Agentes Políticos

Agentes Administrativos

Agentes Públicos Agentes Honoríficos

Agentes Delegados

Agentes Credenciados

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a) Agentes políticos

Os agentes políticos, integram os escalões mais altos do Poder Público, e a natureza do vínculo que
possuem é política. São aqueles que exercem atividade de governo, como os Chefes de Poder
Executivo (presidente, governadores e prefeitos); os auxiliares imediatos do poder executivo
(ministros e secretários estaduais ou municipais); e membros de corporações legislativas (senadores,
deputados e vereadores.

b) Agentes administrativos

São aqueles que possuem um vínculo profissional, ocupam cargos, empregos ou funções públicas
na Administração Direta e Indireta.

c) Agentes honoríficos

São os cidadãos, os quais são designados ou requisitados para exercer uma prestação de serviço
específica. Além disso, não possuem vínculo profissional com a Administração Pública, mas é
necessário saber que para fins penais são considerados funcionários públicos. Jurados e mesários,
são dois exemplos desses agentes.

d) Agentes delegados

São agentes que recebem a responsabilidade de exercer alguma atividade, como os concessionários
e permissionários do serviço público.

e) Agentes credenciados

São os agentes que representam a Administração Pública ou possuem convênio com o poder
público. Um exemplo, são dentistas particulares que atendem pelo SUS e recebem do Estado.

f) Agentes de fato

Os agentes de fato são divididos em agente necessário e agente putativo. Os agentes necessários
praticam atos e atividades em situações de emergência, colaborando com o poder público. Um
exemplo, são os moradores que ajudam quando ocorre alguma tragédia. Já os agentes putativos,
exercem uma função achando ser legítima. O exemplo mais utilizado é o agente praticar atos dentro
da administração sem ter sido aprovado em concurso público.
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Disposições constitucionais

Os artigos de maior relevância para o estudo vão do 37 ao 41 da Constituição Federal. Eles serão
transcritos abaixo com alguns comentários pertinentes.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Comentário:

Neste artigo são tratados sobre os princípios da Administração Pública, os quais já foram tratados
em momento oportuno.

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Comentário:

O inciso I, trata sobre a acessibilidade dos cargos públicos, a qual, abarca brasileiros natos,
naturalizados e portugueses equiparados, quando houver reciprocidade.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Comentário:

Os cargos em comissão são reservados para funções de chefia, direção e assessoramento. Além
disso, podem ser exercidos tanto por servidores efetivos ou qualquer pessoa que tenha os requisitos
exigidos na lei. Já as funções de confiança são reservadas para servidores efetivos.

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

Comentário:

Lembrando sempre que a prorrogação deverá ser por igual período, o concurso não pode ter
validade de dois anos e a prorrogação ser de mais um ano.

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IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Comentário:

Esse inciso se diferencia da Lei 8.112/90, pois lá diz que não pode ser aberto um novo concurso,
enquanto o anterior ainda estiver vigente, mas pela regra constitucional pode ser aberto sim,
apenas deve ser observada a regra da prioridade de nomeação.

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e


os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica

Comentário:

Como não uma lei específica sobre a greve, em tese, a greve de servidores é algo ilegal. Mas para
suprir essa lacuna, é utilizada a lei que disciplina as regras do direito de greve dos servidores
privados.

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Comentário:

Qualquer alteração na remuneração do servidor deverá ser feita por lei, não podendo ser utilizado
outro ato normativo. Mas é importante salientar que a para o STF essa revisão geral anual não é
obrigatória ser feita por lei.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais

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agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal,
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Comentário:

Verbas indenizatórias, como diárias e auxílio moradia não são computadas no teto remuneratório.

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público;

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

Comentário:

Os adicionais são calculados em cima do valor base.

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
I;

Comentário:

A irredutibilidade é em relação ao valor nominal e não real.

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

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Comentário:

É importante salientar que cargo técnico é aquele que exige nível superior ou técnico específico
(técnico em enfermagem, por exemplo).

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público;

Comentário:

A proibição de acumular se dá em toda a Administração Pública, Direta (União, estados, DF,


municípios) e indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista).

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,


regulando especialmente:

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I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,


observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou


função na administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda


da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e
o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos


dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e


suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou


dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em
lei de livre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

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§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação
e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de
origem.

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte


a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja
prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social.

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar


avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Comentário:

O servidor aposentado pode acumular o seu provento com a remuneração de mandato eletivo, mas
sempre respeitando o teto constitucional. Via de regra, é necessário que o servidor se afaste de seu

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cargo ou função, assumindo apenas a remuneração de seu cargo de mandato eletivo. Mas existem
exceções, em relação ao cargo de prefeito, ele poderá optar pela remuneração de seu cargo se esta
for maior, por exemplo, do que a do mandato. Já para o cargo de vereador, ele poderá acumular as
funções desde que haja a compatibilidade de horário.

Além disso, é importante mencionar que durante o afastamento continua contando o tempo de
serviço para tudo, exceto, para promoção e merecimento.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório


observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada


carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o


aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
entre os entes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários


Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Comentário:

Os cargos citados no inciso recebem por subsídio em parcela única e obedecem ao teto
remuneratório e a irredutibilidade. Além dos que estão citados na constituição, ganham por subsídio:
membro do poder; detentor de mandato eletivo; ministros e secretários; membros da magistratura;
membros do ministério público; membros da advocacia pública; membros da defensoria pública;
carreiras policiais civis (PF, PRF, PCS...).

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§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e


da remuneração dos cargos e empregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos
do § 4º.

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de


função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial.

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas
para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na
forma de lei do respectivo ente federativo;

Comentário:

A constituição abandonou o termo “invalidez”, e substituiu por “incapacidade permanente”.

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o §
2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
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§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo
ente federativo.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em


regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.

§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.

§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário,
de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o
inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.

§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição,


é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência
social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal
auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores
de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o


valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
correspondente será contado para fins de disponibilidade

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante

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da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no
que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em


lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
social, ressalvado o disposto no § 16.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios


somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência
complementar.

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°


serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
servidores titulares de cargos efetivos.

§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor
titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que
opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
compulsória.

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um


órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento,
observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que
trata o § 22.

§ 21. (Revogado).

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§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;

III - fiscalização pela União e controle externo e social;

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;

V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
natureza;

VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial;

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados


com governança, controle interno e transparência;

VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições


relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;

IX - condições para adesão a consórcio público;

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias


e extraordinárias.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,


assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,


com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.

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§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

CARGO PÚBLICO, EMPREGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA

Embora possam gerar confusão, as palavras cargo público, emprego públicoe função pública não
têm significados idênticos e são utilizadas para descrever distintas realidades no âmbito da
organização do setor público. É importante ressaltar que todos aqueles que desempenham um
cargo, ocupam um emprego ou exercem uma função pública são comumente referidos como
agentes públicos.

Cargo Público

Um cargo público é uma posição específica e permanente na estrutura da Administração Pública.

Os ocupantes de cargos públicos são geralmente denominados "servidores públicos".

Cada cargo público possui atribuições e responsabilidades claramente definidas, e essas descrições
de cargo são estabelecidas por meio de leis ou regulamentos.

A ocupação de um cargo público geralmente requer a aprovação em um concurso público, no qual


os candidatos são avaliados com base em seus conhecimentos, habilidades e méritos.

Emprego Público

Um emprego público se refere a uma relação de trabalho no setor público, que pode ser temporária
ou permanente.

Os ocupantes de empregos públicos são chamados "empregados públicos".

Esses empregados públicos podem trabalhar tanto em entidades públicas como em entidades
privadas que integram a Administração Pública indireta, como ocorre nos caso das empresas estatais.

Ao contrário dos servidores públicos que ocupam cargos, os empregados públicos têm seus vínculos
regidos pelo direito do trabalho.

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Função Pública

A função pública é um termo amplo que se refere ao conjunto de atribuições e responsabilidades


atribuídas aos agentes públicos.

Ela engloba tanto funções temporárias como funções de confiança.

Função Temporária: Refere-se a atribuições temporárias ou específicas designadas a servidores


públicos para atender a necessidades transitórias da Administração, como um projeto específico ou
uma demanda sazonal.

Função de Confiança: São posições de liderança e chefia dentro da Administração Pública, nas
quais os ocupantes são escolhidos com base na confiança em sua capacidade de tomar decisões
importantes e estratégicas.

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