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Instalações Hidráulicas Sanitárias e Prediais

(CET040)
Sistemas prediais de água quente - Dimensionamento
Objetivos da aula

Dimensionamento dos componentes dos sistemas


prediais de água quente.
Perguntas

Como produzir?

Quais são as modalidades e como escolher?

Como é feita a distribuição?

Como são dimensionados os componentes?

Como são selecionados os materiais?


O que diz a norma 5626/2020?

“O projeto do sistema de geração e, quando for o caso, de armazenamento de


água quente, deve especificar o tipo de sistema de aquecimento previsto e
considerar o respectivo volume, as temperaturas máxima e mínima de
operação, a fonte de calor e respectiva potência;”

“O projeto deve estabelecer e explicitar as vazões consideradas nos pontos de


utilização dos aparelhos sanitários para o dimensionamento do sistema de
distribuição, quando um ou mais pontos de utilização forem considerados em
uso;”

“A vazão de cálculo em cada trecho deve ser estabelecida mediante adoção de


um método reconhecido ou devidamente fundamentado, seja ele empírico ou
probabilístico;”
Dimensionamento

1. 1. Tipo de sistema de aquecimento previsto;


2. 2. Temperaturas máxima e mínima de operação
3. 3. Fonte de calor e respectiva potência
4. 4. Volume a ser armazenado (quando for o caso)
5. 5. Estabelecer e explicitar as vazões consideradas nos pontos de utilização;
6. 6. Determinar os diâmetros do sistema de distribuição
7. 7. Verificar a necessidade de bombas
Dimensionamento
dimensionamento

 Geração e Reservação  Consumo


 Sistema de aquecimento  Potencia da fonte de calor
e temperaturas de operação
 Distribuição  Vazão / Velocidade / Pressão
 Barrilete
 Colunas
 Ramais e Sub-Ramais
Dimensionamento- -consumo
dimensionamento consumo

Países de Clima Frio  1


3 Consumo Total

• Realidade Brasileira:
– Carência de dados sobre o perfil de consumo das
edificações;
– Hábitos diferenciados dos usuários;
– Inadequação dos dados estrangeiros;
– Dificuldades no dimensionamento das vazões e
dos equipamentos.
O volume do aquecedor de acumulação vai depender da fonte de aquecimento
escolhida, por exemplo, o aquecedor a gás tem maior poder calorífero do que o
aquecedor elétrico ou solar, logo, é mais eficiente e demanda um reservatório de
acumulação menor.
Logo, a partir do sistema de aquecimento escolhido, recomenda-se buscar
informações de catálogos de fabricante que indiquem o volume de reservatório
requerido com base nas características da edificação, tais como, nº de habitantes, nº
de aparelhos hidráulicos e etc ou basear os cálculos pelas tabelas fornecidas em
livros como o Hélio Creder.
Dimensionamento- vazão
dimensionamento - vazão
Existência de água na quantidade e temperatura adequadas em todos os pontos de
utilização:

 Funcionamento simultâneo = Vazão Máxima;


 Incorporar fatores que representam probabilidade
de ocorrência simultânea = Vazão Máxima
Provável;
 Métodos Empíricos = Método dos pesos
 Métodos Probabilísticos.
Método dos
Método dospesos
pesos

• Toma-se o “peso relativo” de cada aparelho sanitário, disponível


em tabela;
• Faz-se o dimensionamento pela quantidade de aparelhos da
unidade;
• Vazão de projeto é dada pela fórmula:
Onde:
Q = vazão estimada na seção considerada, em
L/s
∑P = somatória dos pesos relativos de todas as

Q  0,3 P peças de utilização, alimentadas pela tubulação


considerada.
C= coeficiente de simultaneidade estimada,
sobre a qual os pesos relativos são estimados.
C = 0,3, valor admitido como razoável para
dimensionar tubulações
Ábaco de luneta para CPVC
(Policloreto de Vinila Clorado)

0 0,6 2,9 8,2 18 35 Soma dos pesos

15 mm 22 mm 28 mm 35 mm 42 mm Diâmetros
(Linha
½” ¾” 1” 1¼” 1½” Aquaterm)

Fonte: Catálogo da Tigre


O consumo de água quente, como o de água
fria, não ocorre de forma contínua, tendo
grandes variações de picos ao longo do dia.
Método dos pesos
Método dos pesos

Base para dimensionamento dos encanamentos


Q C  Pesos
Método dos
Método dos pesos
pesos

• Com os valores das vazões recorre-se ao ábaco, para:


– Escolha dos diâmetros e
– Verificação das perdas de carga
– Mantendo-se as velocidades abaixo de 3,0 m.s-1
– Mesmos valores de pressões mínimas e máximas estabelecidos
para água fria
Tipo de sistema de aquecimento previsto

 Aquecimento Individual ou local

Aquecimento central privado Com circulação


Sem circulação

Aquecimento central coletivo

O sistema de recirculação é composto pela tubulação que conecta o último ponto de consumo ao
sistema de aquecimento, uma bomba de recirculação é acionada por um termostato que liga sempre
que a temperatura na tubulação baixar ou acionada manualmente. A bomba de recirculação é
controlada pelo temporizador do termostato para evitar que o sistema de recirculação funcione
durante todo o dia ou durante a madrugada, evitando um aquecimento de água desnecessária.
Também pode ser feito por termosifão.
Exemplo de recirculação em aquecedor de
passagem

https://www.youtube.com/watch?v=PqdAFMiX4M4
Sistema central coletivo
Água aquecida em local próprio e distribuída ASCENDENTE

CREDER (2006)
Sistema central coletivo
Água aquecida em local próprio e distribuída DESCENDENTE

CREDER (2006)
Sistema central coletivo
Água aquecida em local próprio e distribuída
MISTA ou CIRCUITO FECHADO

CREDER (2006)
OBS: Para o aquecimento instantâneo, deve ser verificado o
número de pontos simultâneos a serem alimentados por água
quente. O aquecimento por acumulação deve ser
dimensionado com volume de reserva, considerando a
freqüência de utilização e a recuperação de água quente,
temperaturas máxima e mínima de operação, e potência de
aquecimento.

Resolução de exercício – aquecedor de


Resolução de exercício – aquecedor de
acumulação – boiler – cálculo pelos aparelhos
passagem
hidráulicos

 Calcule a quantidade de aquecedores de passagem do


tipo x, que atendem uma vazão de 16L/min de água
quente, para alimentar um vestuário esportivo com
10 duchas, as duchas são do tipo com misturador e
tem uma vazão de 12L/min.
Passo 1: Verificar a vazão das duchas na Tabela 1 da NBR 5626/1998:
Q= 0,2L/s = 12L/min
Passo 2: Multiplicar a vazão unitária pelo número de duchas do ambiente:
Q = 12 litros/min x 10 unidades = Qt = 120 litros/min.
Passo 3: Como a água quente estará sendo misturada com a água fria dentro do aquecedor,
podemos por simplificação[1] considerar a metade da vazão calculada (Qnec), portanto:
Qnec = Qt/2
Qnec = 120/2 = 60 litros/min.
Passo 4: Escolha de um modelo de aquecedor de passagem. Ex. Aquecedor Plus C
(a gás facilmente encontrado no mercado)
Passo 5: Após a escolha e preciso saber quantos aquecedores serão necessários para atender
o ambiente.
N° aquecedores = Q Nec/ Q aquecedor = 60/16 = 3,75 aquecedores  4 aquecedores
[1]
Nesse caso, para uma porcentagem água quente/água fria mais precisa é necessário saber a temperatura: da água fria, da água quente no aquecedor, requerida pelo
aparelho de uso, além do volume de água: no aquecedor, água fria misturada no aparelho, assim com a equação geral da mistura de líquidos, pode ser encontrado esse
percentual. t1V1 + t2V2 = t3V3

Método de cálculo recomendado pelo catálogo da tigre


Resolução de exercício – aquecedor de
acumulação – boiler – cálculo pelos aparelhos
hidráulicos

 Estime o consumo de água quente em um edifício


de apartamentos com 20 unidades residenciais,
com os seguintes aparelhos, por unidade:
Banheira, bidê, lavatório, chuveiro e pia da
cozinha.
Consumo em função do número de aparelhos

Bidê = 2,6L/hora Creder, 2006


20 banheiras x 26=520L/h;
20 bidês (= lavatório) x 2,6=52L/h;
20 lavatórios x 2,6=52L/h;
20 chuveiros x 97,5=1950L/h;
20 pias de cozinha x 13=260L/h;
∑ = 2.834 L/h

Consumo máximo provável: 2.834 x 0,30 = 850l/h

Capacidade de reservatório: 1,25 x 850 = 1.060 l


Creder, 2006
Capacidade dos boilers ou aquecedores de acumulação:

Creder, 2006
Resolução de exercício – Aquecimento elétrico
para uma residência de 10 pessoas

 Estime a capacidade do reservatório, e a


capacidade do sistema de aquecimento, dado que
a água terá sua temperatura elevada de 15° para
60° em uma hora, e o tipo de aquecimento é
elétrico.
Creder, 2006
1) Consumo diário: 50 L/pessoa.dia x 10 = 500 l.
2) Nas ocasiões de pico: 500 x 1/7 = 75 l/h.
3) Capacidade do reservatório: 1/5 x 500 = 100 l.
4) Capacidade do aquecimento: 1/7 x 500 = 75 l/h.
Queremos elevar a temperatura da água de 15 para 60°C, em uma hora:
m = quantidade de água em litros
Q = m  c  t1  t2 
c = calor específico da água em kcal/Kg.°C = 1
t2 = temperatura final
t1 = temperatura inicial

Qaq = 75x1x (60 - 15) = 3.370 kcal úteis.


Considerando o rendimento de 80%:
Qaq = 3.370/80% = 4.220 kcal efetivas
Como 1 kWh = 860 kcal, temos:
W = 4.220/ 860 = 4,9 kWh.

Creder, 2006
Resolução de exercício – Calcular o volume de um
aquecedor de acumulação para atender uma residência com
2 dormitórios, uma banheira com 180 litros e uma
dependência.

 Considerar o tipo de aquecimento elétrico, a gás e


por energia solar. Encontrar o número de coletores
para o sistema de aquecimento solar e as suas
dimensões.
População:
2 dormitórios = 2 x 2 = 4 pessoas
1 dependência = 1 x 1 = 1 pessoa
Total: 5 pessoas
Consumo médio por pessoa, considerando os diferentes tipos de aquecedor
Ex. Gás = 40L/dia, Elétrico = 45L/dia; Solar= 50L/dia (Fonte: catálogo da tigre)
Gás Elétrico Solar
Volume diário pelo 5 x 40 = 200 litros 5 x 45 = 225 litros 5 x 50 = 250 litros
número de habitantes
Volume devido ao uso 180/2 = 90 litros 180/2 = 90 litros 180/2 = 90 litros
de banheira*
Volume total 290L/dia 315L/dia 330L/dia

*OBS: Geralmente, o volume da banheira é fornecido pelo fabricante. Para o cálculo da


estimativa do consumo total diário da banheira, considera-se apenas a metade do seu volume
total.

Creder, 2006
Para o dimensionamento do sistema de aquecimento solar, devemos
encontrar o numero de coletores necessários para o bom funcionamento
do sistema.
Antes disto, é importante saber que existem no mercado dois modelos
de coletores mais frequentemente encontrados, que são classificados
conforme sua produção de água quente por dia; veja tabela abaixo:

Fonte: catálogo da tigre


Adotando o coletor de 1,42 m². Teremos o seguinte cálculo:
Numero de coletores: volume do boiler/volume diário por coletor
= 400/103  4. Adotar o volume comercial superior

O projetista deve especificar o tipo de aquecedor (instantâneo ou de


acumulação) e a fonte de energia para aquecimento da água, nesse caso
solar.
Resolução de exercício – Queremos saber qual o consumo de gás
para um banho em que se consome 30 litros, na temperatura de
60°C. A água fria entra na temperatura de 20°C. Considerar que o
rendimento médio dos aquecedores a gás é de 70%.

m = quantidade de água em litros


Q = m  c  t1  t2 
c = calor específico da água em kcal/Kg.°C = 1
t2 = temperatura final
t1 = temperatura inicial

Qaq = 30x1x (60 - 20) = 1.200 kcal úteis.


Considerando o rendimento de 70%:
Qaq = 1.200/70% = 1.720 kcal efetivas
Como 1 m³ de gás produz em média 4.000 kcal,
temos:
W = 1.720/ 4.000 = 0,43m³ de consumo de gás
Passo a passo do dimensionamento no sistema
descendente

1) Desenhar as colunas que partem do barrilete;


2) Relacionar as peças servidas pela coluna por pavimento;
3) Determinar os pesos por pavimento e o peso total, bem
como a vazão em L/s;
4) Ver a altura está ca disponível no úl mo pavimento. Essa
altura depende da altura do reservatório de água fria, da
diferença de densidades da água fria e água quente, da
potência da bomba e da altura entre o barrilete e o storage;
Passo a passo do dimensionamento no sistema
descendente

5) subtrair essa altura está ca da altura mínima necessária ao


funcionamento dos diversos aparelhos — será a altura devida às
perdas Hp (Creder arbitrou em 4m)

6) medir o comprimento da tubulação e acrescentar de 30 a 50%


para o efeito das perdas equivalentes Leq;
7) J = Hp Lreal
;  Leq
8) Conhecendo J e Q entramos no ábaco de Fair Wipple Hisiao e
obtemos os diâmetros;
Passo a passo do dimensionamento no sistema
descendente

9) Usar para os demais pavimentos o mesmo ábaco, variando J e


as vazões;

 Para o sistema ascendente as considerações são


semelhantes ao sistema descendente, com exceção da
altura está ca disponível no sistema sem circulação, em
que não temos a parcela Hd (altura devida à diferença de
densidade da água para as temperaturas). As vazões
diminuem de baixo para cima, porém a tubulação cresce
também de baixo para cima.
Dados:
Uma coluna atendendo, num
edifício de apartamentos com
4 pavimentos, às seguintes
peças possíveis de uso simul-
tâneo: banheira, lavatório e pia
de cozinha.
Diferença de nível entre o
reservatório de água fria e o
barrilete: 6 metros.
Diferença de nível entre o
barrilete e o storage: 15
metros.
Temperatura da água no
storage: 60°C; no barrilete:
50°C. Comprimento da
tubulação entre a caixa-d’água
fria e o barrilete: 16 m.
Creder (2006 pg. 101)
Dimensionamento da coluna

Pavimento ∑PESOS Q (L/s)


1,0 + 0,3 + 0,7
4º 0,85
2,0 x 4 = 8,0
1,0 + 0,3 + 0,7
3º 0,74
2,0 x 3 = 6,0
1,0 + 0,3 + 0,7
2º 0,60
2,0 x 2 = 4,0
1,0 + 0,3 + 0,7

2,0 0,43
Altura estática disponível no barrilete:
H = H reservatório  H barrilete  H d
Hd = altura devida à diferença de densidade para as temperaturas t1 = 60°C e t2 = 50°C
H d = h.( D50  D60 )
h = altura do storage ao barrilete
D50 = densidade, a 50°C ; D60 = densidade, a 60°C
H = 6  15.(0,988  0,983)  6  0,075  6,075m
Lreal  Leq = 16  0,5  16  24m
Hp = H – 4
Hp = 6,075 – 4 = 2,075m

Hp 2,075
J =  0,086m / m
Lreal  Leq 24
Q= 1,92L/s
Entrando no ábaco, achamos para o cobre:
Φ= 1 ¼” (32mm)
V= 1,15m/s
Como a velocidade foi menor do que 1,5 m/s, temos que adicionar uma bomba-d’água.
Pelo mesmo ábaco, fixando para a mesma vazão de Q = 0,92 L/s a velocidade de 1,5 m/s,
achamos:
J=0,11
Hm = Hest + Hp, em que:
Hp = J x (Lreal+Leq) = 0,11 x 24 = 2,64 m

Arbitramos como de 10 m a altura de perdas no aquecedor.


Daí ramos as características da bomba:
Hm = - 6 + 2,64 + 10 m = 6,64; Q = 0,91 L/s ou 3,24 m³/h, aproximadamente 1/2 CV
Recomendações:
1. Instalar respiro ou válvula de ar no ponto mais alto da rede de água quente.
2. A tubulação de água quente deverá ser reves da com lã de vidro ou material
similar, a depender do material empregado.
3. Instalar chaminé de acordo com a NB-211. A entrada de ar deverá ser de 25 cm2
por 1.000 kcal/h do queimador.
4. Antes de dimensionar e executar a instalação de gás, consultar uma companhia
distribuidora;
Juntas de dilatação ou expansão
Juntas de dilatação ou expansão

Fonte: Manual Tigre (2013)


No manual técnico da tigre, existem orientações quanto ao dimensionamento levando em
conta a expansão térmica do CPVC.
Exemplo: Calcular o comprimento da lira para um tubo de
CPVC de 43 m de comprimento com 22 mm de diâmetro para
um aumento de temperatura de 25°C para 70°C.

Passo 1: Calculamos a expansão térmica (e) através da formula:

e = Lp x C x ΔT

Onde:

e: expansão térmica (m)


Lp: comprimento do tubo (m)
C: coeficiente de expansão térmica (m/m x °C)
Para o CPVC, C = 6,12 x 10-5 / °C
ΔT: variação de temperatura (°C)

Fonte: Manual Tigre (2013)


Exemplo: Calcular o comprimento da lira para um tubo de
CPVC de 43 m de comprimento com 22 mm de diâmetro para
um aumento de temperatura de 25°C para 70°C.

Passo 2: Calculamos o comprimento da lira através da fórmula:

Onde:

E: Módulo de Elasticidade (Pa) da tabela AQ 10


DE: Diâmetro Externo do Tubo (m)
e: Expansão térmica (m) do passo 1
S: Tensão admissível (Pa) da tabela AQ 10
L: Comprimento da lira

Fonte: Manual Tigre (2013)


Exemplo: Calcular o comprimento da lira para um tubo de
CPVC de 43 m de comprimento com 22 mm de diâmetro para
um aumento de temperatura de 25°C para 70°C.
Juntas de dilatação ou expansão

N= e / 90

JUNTA DE EXPANSÃO AQUATHERM®

Onde:
N: numero de juntas de expansão
e: expansão térmica (deslocamento axial em mm)
90: comprimento máximo do pistão (mm)

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