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XXXVIII Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados

ENEMP 22 a 25 de outubro de 2017


Departamento de Engenharia Química
2017 Universidade Estadual de Maringá
Maringá - Paraná

ESTUDO DE ADSORÇÃO DO CORANTE AMARELO DIRETO ARLE POR CASCAS DE


CASTANHA DO BRASIL MODIFICADAS QUIMICAMENTE POR NaOH

E.V. DOS ANJOS1*, A.P. de OLIVEIRA2, F.B. SCHEUFELE3, A.N. MÓDENES1


1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Engenharias e Ciências Exatas
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Engenharia Química
3
Universidade Federal do Paraná, Departamento de Engenharias e Exatas
*e-mail: endersonengenheirodemolay@gmail.com

RESUMO - O objetivo deste trabalho foi estudar a adsorção do corante amarelo direto
Arle utilizando cascas de castanha do Brasil, sem e com modificação química, como
material adsorvente. Foram realizados tratamentos químicos nas cascas com H3PO4 e
NaOH, em diferentes concentrações. Avaliaram-se as melhores condições operacionais
de granulometria do melhor adsorvente obtido e o pH inicial da solução para remoção
do corante. Ao fim, testes cinéticos e de equilíbrio foram realizados. As cascas foram
caracterizadas em pH em ponto de carga zero (pHpcz) e espectroscopia em
infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR). O adsorvente com maior
capacidade de adsorção foi a casca impregnada com NaOH 0,1 mol L-1. No estudo de
cinética de adsorção verificou-se tempos de equilíbrio entre 24 e 30 h, sendo que o
modelo de pseudo-primeira ordem apresentou o melhor ajuste aos dados cinéticos. O
valor de capacidade máxima de adsorção foi aproximadamente 122 mg g-1 e o modelo
de Langmuir teve o melhor ajuste aos dados de equilíbrio. Assim, nota-se um elevado
potencial de uso da casca de castanha do Brasil modificada com NaOH como material
adsorvente para a remoção do corante amarelo direto Arle.

seus derivados podem causar alergias,


INTRODUÇÃO
dermatites, irritações na pele, além de serem
mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos,
O lançamento de efluentes em indústrias
necessitando, portanto, serem removidos
como a têxtil, de papel, couro, petroquímica,
totalmente ou parcialmente dos corpos hídricos
farmacêutica e alimentícia, é um dos principais
(Fiorentin et al., 2010; Wang et al., 2015).
problemas ambientais existentes atualmente
Técnicas como precipitação, coagulação-
(Scheufele et al., 2016). Estes podem
floculação, flotação, processos de separação
apresentar substâncias como metais pesados,
por membranas, eletroquímicos, oxidativos
fármacos, pesticidas e outras que em altas
avançados e biológicos têm sido estudados e
concentrações podem prejudicar o ecossistema
utilizados recentemente na remoção dos
aquático e a saúde humana (Luo et al., 2015).
corantes (Ribeiro et al., 2015). Entre as
Entre esses compostos, os corantes têxteis
técnicas existentes, a adsorção é uma das mais
podem ser comumente encontrados e são
eficazes, pois inibe as propriedades tóxicas,
responsáveis por reduzir e/ou impedir a
restringe o transporte dos corantes em sistemas
passagem de luz solar em rios e lagos,
aquáticos, possui uma operação relativamente
causando a redução da fotossíntese e afetando
simples e custo baixo, em comparação a outras
a vida aquática (Dávila-Jiménez et al., 2009).
técnicas, e não gera lodo residual (Martins et
Além disso, em seres humanos, os corantes e
2

al., 2015). Entretanto, sua aplicação é MATERIAIS E MÉTODOS


dificultada devido aos custos associados à
produção e regeneração dos adsorventes Materiais
comerciais, como resinas e zeólitas, por
exemplo. Recentemente, estudos vêm sendo As cascas de castanha do Brasil foram
realizados utilizando biomateriais como adquiridas no município de Macapá – AP. O
bactérias, fungos, algas e resíduos corante amarelo direto Arle, cuja fórmula
agroflorestais e industriais como adsorventes molecular é C48H26N8Na6O18S6, foi cedido
(Çelekli et al., 2012). Estudos com biomassa pela empresa AGS Química, de Barueri – SP.
como bagaço da cana de açúcar (Scheufele et
al., 2016), bagaço da laranja (Fiorentin et al., Tratamentos químicos
2010), semente de manga (Dávila-Jiménez et
al., 2009) e outras mostraram potencial uso Inicialmente, as cascas foram lavadas,
como adsorventes na remoção de corantes. trituradas e secas a 30oC em estufa, nas quais
Entre os resíduos agroflorestais, a casca foram realizados tratamentos químicos ácido
de castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) é (TA), básico (TB) e ácido-básico (TAB) nas
uma biomassa com possibilidade de uso como concentrações de 0,5 e 1,0 mol L-1.
adsorvente, pois é gerada em grande O tratamento ácido 0,5 mol L-1 foi feito
quantidade ao ano (aproximadamente 4.889,35 com a impregnação do material misturando 50
toneladas em 2015, de acordo com IBGE) e é g de casca em 1 L de solução de H3PO4 0,5
facilmente encontrada, além de estar mol L-1, sob aquecimento a 80oC. Após 3
disponível por ser um resíduo, na região horas, o material foi filtrado, com auxílio de
amazônica. A árvore de castanha do Brasil uma peneira com diâmetro de abertura de 45
possui aproximadamente 50 m de altura e mm, e colocado para secar a 105oC em estufa.
diâmetro entre 1 e 2 m. Esta se encontra em Após 24 h, a biomassa impregnada foi lavada
quase todos os países da América do Sul, com água corrente e depois com água destilada
como Colômbia, Bolívia e Venezuela por quente até que o pH da água de lavagem fosse
exemplo, especialmente na região Amazônica igual ao pH da água destilada (entre 5 a 7). As
no Brasil (Luo et al., 2014). As árvores geram cascas foram novamente secas a 105oC por 24
frutos extremamente duros e rígidos, cujos h. O mesmo procedimento foi feito para a
formatos são esféricos (ouriços), sendo que impregnação com H3PO4 1,0 mol L-1.
cada fruto produz de 12 a 24 amêndoas e cada O procedimento descrito para o
árvore pode gerar até 300 amêndoas. O fruto é tratamento químico ácido com H3PO4 0,5 mol
constituído basicamente de amêndoas L-1 foi o mesmo realizado para o tratamento
comestíveis protegidas por cascas lenhosas básico (TB) das cascas com NaOH 0,5 mol L-1.
extremamente duras, rígidas e de formato Contudo, a impregnação da biomassa com a
triangular. Essas cascas representam base foi realizada a temperatura ambiente
aproximadamente 12% do peso médio do fruto (aproximadamente 30oC) e fez-se a lavagem da
(Yang, 2009). Segundo o IBGE, em 2015, a biomassa com água corrente e água destilada
produção nacional de castanha do Brasil foi imediatamente após o tratamento químico,
próxima de 40.643 toneladas, gerando para retirar o excesso de reagente que poderia
aproximadamente 4.889,35 toneladas de estar contido no material.
cascas, sendo a região Norte a principal O tratamento ácido-básico (TAB) foi
produtora. Com isso, uma grande quantidade realizado com a impregnação da casca
de casca é gerada e descartada na natureza, inicialmente com o ácido e, após o tratamento,
necessitando prover uma finalidade a este com a base. Para isso, foi feito o mesmo
resíduo, além de gerar valor agregado a este. procedimento usado no tratamento ácido com
Assim, o objetivo deste trabalho foi H3PO4 0,5 e 1,0 mol L-1. Após impregnação,
avaliar o potencial de adsorção da casca de lavagem e secagem das cascas, conforme
castanha do Brasil na remoção do corante procedimento descrito no tratamento ácido
amarelo direto Arle. acima, realizou-se o tratamento básico da
3

biomassa com NaOH 0,5 mol L-1, conforme com temperatura de processo de 30oC e
relatado no tratamento básico anteriormente. rotação de 150 rpm durante 48 h. Os
experimentos foram realizados em triplicata.
Caracterização dos adsorventes Avaliou-se a influência da granulometria
(sem separação granulométrica, 2,0-1,4, 1,4-
Inicialmente, avaliou-se a capacidade de 0,85, 0,60-0,50 mm) da casca e do pH inicial
adsorção das cascas sem e com tratamento (1 a 11) da solução. Ao fim, realizaram testes
químico na remoção do corante, para cinéticos (em 100 e 250 mg L-1) e de equilíbrio
selecionar o melhor adsorvente para os demais (a 30 e 40oC) de adsorção. Os modelos
testes. Depois, realizou-se a caracterização do cinéticos e de equilíbrio foram ajustados aos
melhor adsorvente, considerando a maior dados usando o software Maple 18®.
capacidade de remoção e simplicidade de A quantidade de corante adsorvida q (mg
-1
preparo, por análises como pH em ponto de g ) pelas cascas foi determinada pela equação
carga zero (pHpcz) e espectroscopia em resultante do balanço de massa do processo em
infravermelho com Transformada de Fourier batelada, descrita na Equação (1), sendo q (g) a
(FT-IR), com as cascas trituradas e sem massa de adsorvente, V (L) o volume de
separação granulométrica. solução e Co e C (mg L-1) as concentrações
inicial e final de corante em solução.
Procedimentos experimentais
V
Uma solução inicial de corante amarelo q (C o  C ) (01)
m
direto Arle na concentração de 100 mg L-1 em
pH inicial 2,0 foi feita. O comprimento de RESULTADOS E DISCUSSÃO
onda (λ) de máxima absorção molecular e as
concentrações iniciais e finais de corante em Avaliação da curva de calibração
solução foi determinado por espectroscopia de
absorção molécula na região ultravioleta e Verificou-se no espectrofotômetro de
visível, usando um espectrofotômetro UV-VIS um máximo valor de λ em 413 nm,
Shimadzu UV-Vis 1800-A. fixando-se este valor para a construção da
Posteriormente, a concentração do curva de calibração e para as demais análises.
corante na solução foi determinada por A curva de calibração resultou em um valor de
espectrofotometria UV-Vis, no comprimento R2 de 0,9998. Devido as variações no valor de
de máxima absorção de luz característico do absorbância maiores que 1,5 e a partir da
corante, a partir de uma curva de calibração concentração de 50 mg L-1, optou-se por
dentro do limite de linearidade de absorção de realizar diluições das soluções com
luz da Lei de Lambert-Beer. A curva de concentrações maiores de 50 mg L-1, evitando
calibração foi realizada nas concentrações de grandes variações de absorbância.
100, 90, 80, 70, 60, 50, 40, 30, 20, 10, 5 e 1
mg L-1, sendo o coeficiente de determinação Avaliação dos tratamentos químicos
(R2) aceitável para a curva de 0,999.
Os valores de capacidade de adsorção (q)
Ensaios de adsorção do corante pelas cascas sem tratamento (ST) e
com tratamento químico ácido (TA 0,5 e TA
Os experimentos de adsorção foram 1,0), básico (TB 0,5 e TB 1,0) e ácido-básico
realizados em sistema fechado em batelada em (TAB 0,5 e TAB 1,0) são apresentados na
incubadora shaker Tecnal orbital refrigerada Figura 1. Verifica-se que a casca TAB 1,0
TE-421. Para isso, adicionou-se 0,3 g do apresenta o maior valor de q (15,78 mg g-1),
adsorvente triturado (sem separação seguido de TB 0,5, TAB 0,5 e TB 1,0. Em
granulométrica) e depois 50 mL de solução de comparação com as outras amostras,
corante a 100 ± 5 mg L-1 e em pH inicial 2,0 principalmente TA 0,5 e TA 1,0, nota-se que
em frascos erlenmeyers de vidro de 125 mL, ocorre um aumento no valor de q devido à
4

modificação da casca com NaOH. Observa-se Caracterização do adsorvente e do corante


também que a impregnação do sólido somente
com H3PO4 reduz a capacidade de remoção do O resultado da determinação do pH em
corante em comparação com a casca sem ponto de carga zero (pHpcz) da casca sem
tratamento. Devido aos resultados próximos de tratamento e impregnada com NaOH 0,1 mol
q, menor dificuldade de preparo e custo entre L-1 são apresentados na Figura 3. Verifica-se
TB e TAB, decidiu-se usar apenas a casca que o pHpcz do sólido não tratado e
tratada com NaOH para os demais testes. modificado com NaOH é 4,70 e 5,64,
respectivamente. O pHpcz é uma característica
Figura 1: Avaliação dos tratamentos químicos que permite identificar a carga superficial
na casca sob a capacidade de adsorção. presente nos adsorventes em diferentes
valores de pH. Em contato com uma solução
cujo pH é menor que o pHpcz do sólido, a
carga superficial da casca é carregada
positivamente e vice-versa (Blanco et al.,
2017). Assim, devido sua carga positiva na
superfície, a casca tende a adsorver mais
facilmente composto com características
aniônicas. Além disso, nota-se que o
tratamento básico alterou a superfície do
adsorvente, elevando o pHpcz da casca.

Figura 3: pHpcz da casca sem tratamento e


impregnada com NaOH 0,1 mol L-1.
Usando somente o tratamento básico,
avaliou-se o efeito da concentração de NaOH
(0,05, 0,1, 0,25, 0,5 e 1,0 mol L-1) na
capacidade de adsorção das cascas. O resultado
da influência da concentração é apresentado na
Figura 2. Nota-se que os maiores valores de q
ocorrem em TB 0,1 e TB 0,5 e que estes são
próximos. Além disso, nota-se que TB 0,05,
TB 0,25 e TB 1,0 obtêm resultados menores e
próximos de q. Assim, optou-se por fazer a
impregnação da biomassa com NaOH 0,1 mol
L-1 para os demais testes.

Figura 2: Avaliação da concentração inicial de


NaOH na capacidade de adsorção das cascas. O espectro de FT-IR do corante amarelo
direto Arle é mostrado na Figura 4. Verifica-se
a presença de uma intensa banda a 3447 cm-1,
associada ao alongamento N–H. Em 2927 e
2850 cm-1 aparecem bandas de baixa
intensidade do alongamento C–H. As bandas
em 1637, 1456, 1060 e 635 cm-1 indicam
vibração de grupos vinil (C=C) presentes em
anéis aromáticos, que constituem o grupo
reativo vinilsulfona. Em 1590 cm-1 observa-se
uma banda de intensidade média de
alongamento N=N, característico do grupo
azo. A banda em 1480 cm-1 pode estar
5

associada a vibrações de flexão referentes a apresentados na Figura 6. Nota-se nos


ligações N–H. A banda de baixa intensidade espectros de FT-IR da casca sem tratamento a
em 1354 cm-1, indicando um alongamento S– presença de bandas características de materiais
O, as duas bandas fortes em 1195 e 1128 cm-1 lignocelulósico. Notam-se bandas em 3419
e a banda fraca em 1078 cm-1 estão associadas cm-1 de O–H, e 2927 cm-1 e 2858 cm-1 de C–
ao grupo sulfonato (–SO3-). Junto com a banda H, referentes a celulose e hemicelulose.
em 635 cm-1, de alongamento C–S, as bandas Observa-se bandas em 1627 cm-1 de vibração
em 1354, 1195, 1128 e 1078 cm-1 indicam o glicosídica -(1,4) e em 1104 cm-1 de C–O,
grupo reativo vinilsulfona (R–HC=CH–SO3-). referentes à celulose. Verifica-se também a
Em 1025 cm-1 há uma banda de média existência de bandas em 1735 cm-1 de C=O e
intensidade referente a C–N. Entre 1000 a 600 em 1384 cm-1 de C–H–C–CH3, referentes à
cm-1 existem bandas de baixa e média hemicelulose. Nota-se a presença de bandas
intensidade que representam vibrações de em 1510 cm-1 de C=C e em 805cm-1 de C-H,
flexões fora do plano de estruturas aromáticas. dentro e fora do plano (siringil, guaiacil, e p-
Por fim, há uma banda em 550 cm-1 associada hidroxifenil), respectivamente, referentes a
ao grupo sulfonato (Módenes et al., 2015). lignina (Scheufele et al., 2016).
Após a modificação química com NaOH
Figura 4: Espectro de FT-IR do corante 0,1 mol-1, nota-se a inexistência da banda em
amarelo direto Arle. 1735 cm-1, associada a C=O de grupo éster ou
ácido carboxílico, relacionada à hemicelulose.
Ao reagir com o NaOH, o grupo éster (R–
COO–R) sofre ataque nucleofílico do OH-
quebrando a ligação C=O, formando um
intermediário aniônico instável (R–CO-OH–
R). O cátion Na+ pode atuar na quebra da
ligação C–O, refazendo a ligação C=O,
gerando dois novos intermediários (R–O-Na+ e
R–COOH). O ácido carboxílico imediatamente
sofre uma reação do tipo ácido-base com o
outro intermediário, trocando os íons Na+ e
OH-, formando como produto final um álcool
(R–COH) e um novo intermediário (R–COO-
Assim, a estrutura química analisada do Na+). Caso a banda em 1735 cm-1 seja de um
corante amarelo direto Arle por FT-IR ácido carboxílico, pode ocorrer apenas à
coincide com a estrutura conhecida deste reação ácido-base entre NaOH e R–COOH,
composto, mostrado na Figura 5. pela troca entre Na+ e o OH- do ácido,
resultando novamente no intermediário R–
Figura 5: Estrutura química molecular do COO-Na+ e em H2O. O produto R–COO-Na+
corante amarelo direto Arle. pode servir como sítio ativo para interação
com o grupo sulfonato (–SO3-) presente no
corante, aumentando a interação eletrostática,
em comparação à casca não tratada. Os grupos
ésteres e carboxílicos podem servir como sítios
de adsorção, surgindo fortes interações
eletrostáticas, com influência direta do pH
Além disso, o NaOH pode atuar também como
Os espectros da casca sem tratamento
agente formador de outros grupos funcionais
químico (in natura) (CCB-IN), impregnada
que podem atuar como sítios ativos de
com NaOH 0,1 mol L-1 (CCB-TB-0,1) e
adsorção e que também podem aumentar a
tratada quimicamente com a base e após o
atração eletrostática entre o adsorvente e o
processo de adsorção (CCB-TB-0,1-A) são
adsorbato.
6

Figura 6: Espectro de FT-IR da casca (a) in O resultado da avaliação da influência do


natura, (b) impregnada com NaOH 0,1 mol L-1 pH inicial na adsorção do corante pela casca
e (c) tratada com NaOH e após a adsorção. tratada com NaOH 0,1 mol L-1 é mostrado na
Figura 8. Nota-se que os maiores valores de q
ocorrem em pH menores (2, 1 e 3,
respectivamente) e que entre 4 a 11 os valores
são menores. Os maiores valores de q em pH
menores podem estar associados ao pHpcz da
casca TB 0,1 (pHpcz = 5,64), na qual em
contato com uma solução cujo pH é menor que
o pHpcz, a carga superficial do adsorvente
tende a ser carregada positivamente, devido ao
aumento da força catiônica de grupos
funcionais com caráter positivo. Por outro
lado, o corante amarelo direto Arle possui o
grupo reativo sulfonato (SO3-), que
proporciona caráter aniônico à molécula.
Testes iniciais de adsorção Assim, em baixos valores de pH, a força de
atração eletrostática entre o grupo aniônico do
Os resultados da influência da corante e a superfície carregada positivamente
granulometria na capacidade de adsorção da do sólido é aumentada. (Çelekli et al., 2012;
casca tratada com NaOH 0,1 mol L-1são Scheufele et al., 2016).
mostrados na Figura 7. Observa-se o maior
valor de q na casca com menor granulometria Figura 8: Influência do pH inicial na adsorção
(0,60-0,50 mm). Nota-se que a diminuição da pela casca tratada com NaOH 0,1 mol L-1.
granulometria eleva o valor de q. Contudo,
verifica-se que a casca não separada possui
valor de q próximo ao q de menor
granulometria. Assim, a fim de usar toda a
biomassa disponível, eliminar a etapa de
separação e pela proximidade dos resultados,
decidiu-se usar a casca não separada para os
próximos testes.

Figura 7: Avaliação da influência da


granulometria da casca tratada com NaOH 0,1
mol L-1 na adsorção do corante.

Teste cinético de adsorção

Após determinar o melhor tratamento


químico na casca (tratamento básico com
NaOH 0,1 mol L-1) e as melhores condições
operacionais (casca sem separação
granulométrica e em pH 2,0), avaliou-se a
cinética de adsorção do corante, mantendo as
mesmas condições dos testes anteriores (0,15
g, 50 mL, 30oC, 150 rpm), porém nas
concentrações iniciais de corante em solução
7

de 100 e 250 mg L-1. Modelos cinéticos de eleva a capacidade de adsorção no equilíbrio


adsorção de Lagergren (pseudo-primeira (qe), pois a quantidade disponível de adsorbato
ordem), Ho & McKay (pseudo-segunda na fase líquida é maior. Além disso, verifica-se
ordem) e Elovich foram ajustados aos dados que o modelo de pseudo-primeira ordem
cinéticos experimentais. As equações dos (Lagergren) é o que melhor se ajusta aos dados
modelos são apresentadas na Tabela 1. experimentais cinéticos de adsorção, seguindo
dos modelos de pseudo-segunda ordem e
Tabela 1: Principais modelos cinéticos de Elovich, respectivamente.
adsorção.
Figura 9: Ajuste dos modelos cinéticos de
Modelo Equação Referência
adsorção aos dados experimentais na
Pseudo- dq Lagergren concentração inicial de (a) 100 mg L-1 e (b)
primeira  k1 (qe  q)
dt (1989) 250 mg L-1.
ordem
Pseudo- dq Ho e
segunda  k 2 (qe  q) 2 McKay
ordem dt (1999)
dq
Elovich  a.e  .q Low (1960)
dt

Sendo que q (mg g-1) e qe (mg g-1) são a


capacidade de adsorção da casca ou quantidade
de corante presente na fase sólida (adsorvente)
no equilíbrio e no tempo t, respectivamente; t
(h) é o tempo; k1 (h-1) e k2 (mg g-1 h-1) são as
constantes cinéticas de velocidade para os
modelos de pseudo-primeira e pseudo-segunda
ordem, respectivamente; a (mg g-1 h-1) é a
velocidade inicial de adsorção quando t = 0 e 
é a constante de dessorção do modelo de
Elovich (g mg-1).
Os resultados dos dados experimentais
cinéticos e dos modelos ajustados são
apresentados na Figura 9. Verifica-se
inicialmente um tempo de equilíbrio
considerado alto (30 h para 100 mg L-1 e 24 h
para 250 mg L-1). Assim, nota-se que a
velocidade inicial do processo de adsorção é
maior em concentrações iniciais mais altas,
pois a taxa de transferência de massa é maior
em concentração mais elevadas, devido ao
maior gradiente de concentração existente Para confirmar as conclusões anteriores,
entre a fase fluida e a superfície da fase sólida. pode-se avaliar o coeficiente de determinação
Durante o processo, a diferença de (R2) de cada modelo cinético. Os resultados de
concentração entre as fases diminui e o R2 e dos parâmetros de cada modelo são
processo torna-se mais lento. Na concentração apresentados na Tabela 2. Constata-se que o
inicial de 100 mg L-1, o gradiente de modelo de pseudo-primeira ordem é o que
concentração é menor que em 250 mg L-1, melhor se ajusta aos dados cinéticos e
portanto, a velocidade inicial do processo é representa o fenômeno, pois possui o maior
menor. Observa-se também que o aumento da valor de R2 entre as equações. Além disso, o
concentração inicial de corante na solução valor de capacidade de adsorção no equilíbrio
8

(qe) é próximo aos valores de q obtidos interpretado como um tipo especial de modelo
experimentalmente nos testes anteriores, cinético de Langmuir. Neste caso, supõe-se
usando as mesmas condições a 100 mg L-1. O que a concentração de adsorbato é constante
modelo de pseudo-segunda ordem não em relação ao tempo e a quantidade de sítios
conseguiu se ajustar adequadamente aos dados ativos na superfície depende da quantidade de
cinéticos experimentais, apesar do valor adsorbato retido no equilíbrio. Este modelo
relativamente alto de R2. Além disso, os assume que a etapa limitante do processo pode
valores de qe são significativamente diferentes ser uma quimisorção, que envolve a partilha
dos obtidos nos teste de adsorção anteriores. O ou troca de elétrons entre o adsorvente e o
modelo de Elovich também não se ajustou de adsorbato (Toor e Jin, 2012; Pezoti Junior et
forma adequada aos dados experimentais, al., 2014). Apesar de ter sido desenvolvido
mesmo com os altos valores de R2. Observam- para representar interações entre um sólido e
se também que os valores das constantes um gás, o modelo de Elovich tem sido eficaz
cinéticas k1 e k2 são maiores na concentração para processos que envolvem um sólido e um
inicial de 250 mg L-1 em relação a 100 mg L-1, líquido. O modelo considera que a superfície
indicando maior velocidade do processo de sólida do adsorvente é energeticamente
adsorção em concentrações elevadas. Através heterogênea e que o processo de dessorção e as
do modelo de Elovich, observa-se maior taxa interações entre as espécies adsorvidas não
de adsorção inicial (a) a 250 mg L-1 em influenciam significativamente a cinética de
comparação a 100 mg L-1, devido a maior adsorção. Geralmente, esse modelo assume
quantidade de adsorbato disponível em solução que o processo de adsorção ocorre através de
e a maior taxa de transferência de massa pela um fenômeno de caráter químico, ou seja, uma
maior concentração. quimisorção (Pezoti Junior et al., 2014).

Tabela 2: Valores dos parâmetros cinéticos de Teste de equilíbrio de adsorção


adsorção a 100 e 250 mg L-1.
Ao fim, realizou-se o teste de equilíbrio
Concentração de adsorção do corante pela casca impregnada
Modelo Parâmetro (mg L-1) com NaOH 0,1 mol L-1. A partir da obtenção
100 250 dos dados experimentais de equilíbrio,
qe (mg g )-1
17,5289 41,2881 modelos de isotermas de Langmuir e
PS1 k1 (h-1) 0,0866 0,0873 Freundlich, foram ajustados. As equações dos
R2 0,9971 0,9932 modelos são apresentadas na Tabela 3.
qe (mg g-1) 21,6009 50,9162
Tabela 3. Principais modelos de isotermas de
PS2 k2 (mg g-1 h-1) 0,020 0,039 equilíbrio.
R2 0,9889 0,9820
a (mg g-1 h-1) 2,579 6,055 Modelo Equação Referência
 (g mg-1) q .b.Ce Langmuir
Elovich 0,179 0,076
Langmuir q  max
R2 0,974 0,965 1  b.Ce (1918)
PS1: pseudo-primeira ordem; PS2: pseudo-segunda ordem
Freundlich
Freundlich q  K F .Ce1 / n
(1906)
O modelo de Lagergren considera que a
velocidade de adsorção é diretamente
Sendo que qe (mg g-1) é a capacidade de
proporcional à diferença entre a concentração
adsorção da casca ou quantidade de corante
de saturação e ao número de sítios, ou seja, a
presente na fase sólida (adsorvente) no
taxa de ocupação nos sítios de adsorção é
equilíbrio; Ce (mg L-1) é a concentração de
proporcional ao número de sítios desocupados
corante na fase líquida no equilíbrio; qmax (mg
(Ozdes et al., 2009). O modelo de Ho e
g-1) é a capacidade máxima de adsorção da
McKay se fundamenta na capacidade de
casca, b (L mg-1) é a constante de afinidade do
adsorção no equilíbrio, podendo ser
modelo de Langmuir; KF (mg g-1) é a constante
9

empírica do modelo de Freundlich e n é o fator Os valores dos parâmetros estimados dos


de heterogeneidade. modelos de Langmuir e Freundlich e de R2 e χ2
Os resultados do teste de equilíbrio de são apresentados na Tabela 4. Ratifica-se o
adsorção do corante pela casca tratada com modelo de Langmuir como o que melhor se
NaOH 0,1 mol L-1, com o ajuste dos modelos ajusta aos dados experimentais de equilíbrio,
de isotermas de Langmuir e Freundlich, a 30oC devido ao maior valor de R2 e menor valor de
e 40oC, são apresentados na Figura 10. χ2. Confirma-se também que a diminuição da
Inicialmente, nota-se que o valor de q é maior temperatura favorece o processo de adsorção,
na temperatura de processo de 30oC em pelo maior valor de capacidade máxima de
relação a 40oC, indicando que o aumento da adsorção (qmax) a 30oC em comparação a 40oC.
temperatura diminui a capacidade de adsorção
da casca e que o fenômeno possui um caráter Tabela 4: Parâmetros dos modelos de
exotérmico (Brito et al., 2010). Além disso, Langmuir e Freundlich ajustados aos dados
observa-se também que o modelo de Langmuir experimentais de equilíbrio.
é o que melhor se ajusta aos dados Temperatura (oC)
experimentais. Modelo Parâmetro
30 40
qmax (mg g-1) 121,919 97,730
Figura 10: Isotermas de equilíbrio de adsorção b (L mg-1) 0,044 0,040
do corante pela casca tratada com NaOH 0,1 Langmuir
R2 0,977 0,976
mol L-1 a 30oC. χ2 0,045 0,030
kF (mg g-1) 27,106 21,415
n 0,223 0,222
Freundlich
R2 0,813 0,827
χ2 0,372 0,217

O modelo de Langmuir assume que a


adsorção ocorre em monocamada em uma
superfície homogênea, sendo que cada
molécula interagem com um sítio ativo e estes
não interagem entre si. O modelo de
Freundlich considera que a superfície do sólido
é heterogênea, podendo ocorrer adsorção em
multicamada (Blanco et al., 2017; Martins et
al., 2015).

CONCLUSÕES

Verificou-se que a impregnação química


com NaOH 0,1 mol L-1 aumentou
significantemente a capacidade de adsorção do
corante pelas cascas.
Observou-se que a menor granulometria
da casca e soluções de corante em pH mais
ácidos (entre 1 e 3) favorecem o processo de
adsorção.
O modelo cinético de adsorção de
pseudo-primeira ordem foi o que melhor se
De modo análogo ao teste cinético, ajustou aos dados experimentais. Notou-se
avaliaram-se os modelos de isotermas de também uma cinética de adsorção considerada
equilíbrio de adsorção pelos valores de R2 e, lenta. Observou-se que o aumento da
neste caso, pela distribuição chi-quadrado (χ2). concentração inicial de corante em solução
10

diminuiu o tempo necessário para o equilíbrio (2010), “Biosorption of reactive blue 5G


do processo. O aumento da concentração dye onto drying orange bagasse in batch
também permitiu o aumento na capacidade de system: Kinetic and equilibrium
adsorção no equilíbrio. modeling”, Chemical Engineering
O modelo de equilíbrio de Langmuir foi Journal, Vol 163, p.68-77.
o que melhor se ajustou aos dados HO, Y. S.; MCKAY, G. (1999), “Pseudo-second
experimentais. Obtiveram-se valores order model for sorption processes”,
considerados elevados de capacidade máxima Process Biochemistry, Vol 34, p. 451–
de adsorção, de acordo com o modelo de 465.
Langmuir. IBGE, Produção da Extração Vegetal e da
Observa-se um elevado potencial de uso Silvicultura – PÈVS. Disponível em: <
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