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20221230

O primeiro império: os Acadianos


24 de Novembro de 2021

 
O termo “Mesopotâmia” tem origem no grego e significa “terra entre
rios”. Entre planícies desérticas, o Tigre e do Eufrates favoreceram a
agricultura, o artesanato e o comércio.

O rei Sargão fundou o primeiro império que se conhece ao


apoderar-se da Suméria, a sul de Acádia. Aconteceu
aproximadamente em 2330 a.C., na Mesopotâmia, a terra
entre os rios Tigre e Eufrates. Mil anos antes de Sargão,
os sumérios criaram a primeira civilização: construíram
sistemas de irrigação, desenvolveram a escrita
cuneiforme e ergueram cidades-estados como Ur e Uruk,
centros urbanos dominados por templos majestosos, os
zigurates.

Soberanos Divinos

Sargão e os seus sucessores legaram ao mundo um


conceito de poder que implicava mais do que poder
bélico. A sua autoridade não assentava
exclusivamente nas vitórias militares: conquistavam a
obediência dos súbditos impondo a ordem, aplicando
justiça e actuando como representantes terrenos dos
deuses.

Sargão de Acádia iniciou a sua subida ao poder na cidade


de Kish, no Norte, como funcionário do rei, que veio a
destronar. Em seguida, liderou as tropas contra o
soberano rival a sul, Lugalzagesi, que tinha toda a
Suméria sob seu comando. A vitória de Sargão é
comemorada numa inscrição que gaba a sua vitória sobre
cinquenta reis no seu caminho rumo ao golfo Pérsico,
onde terá “lavado as armas no mar”.

Enviou governantes acadianos para governar as cidades


sumérias e unificar o reino. Promoveu o comércio muito
para lá das suas fronteiras, cobrou impostos a
mercadores e camponeses para pagar aos seus soldados
e a corte acolheu numerosos artistas e escribas reais.
Enheduana. Após conquistar a Suméria, Sargão tornou a sua filha
Enheduana grande sacerdotisa de Nana, o deus lunar, em Ur. Era uma
posição de grande importância, uma vez que Nana era o deus protector
da grande cidade-estado e a sua filha Inana, conhecida como Ishtar
pelos acadianos, era reverenciada como deusa do amor e da guerra.
Enheduana escreveu hinos à encantadora mas irascível Ishtar,
convertendo-se no primeiro autor literário cujo nome é conhecido. Num
dos seus hinos, louvava a deusa como “essa mulher singular e única /
que dirige palavras de ódio ao malvado / que se move entre as coisas
brilhantes / que se opõe às terras rebeldes / e que no crepúsculo,
sozinha, torna o firmamento belo”.

O fim de uma era

Sargão governou durante mais de 50 anos e fundou uma


dinastia que se manteve firme até ao reinado do neto,
Naram-Sim, que se autoproclamou deus.

Após a morte de Naram-Sim, a dinastia entrou em colapso


e o culto morreu com ele. O poder regressou às cidades-
estado da Mesopotâmia, cada uma das quais com a sua
divindade à qual o soberano local prestava homenagem.
A poderosa cidade de Ur, assim baptizada em
homenagem ao rei sumério Ur-Nammu, governou a
Suméria e a Acádia durante quase um século. Mais tarde,
foi eclipsada pela Babilónia, a capital de um novo império
que rivalizava com o de Sargão que e seria por muito
tempo lembrado pelo seu poder e glória.
 

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