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“O Fértil Crescente compreende a imensa região em forma de

arco (daí seu nome) que se estende das desembocadura dos rios
Eufrates e Tigre, no Golfo Pérsico, ao vale do Nilo, circundando
o deserto da Arábia pelo norte e pelo oeste” (LINDEZ, 1999, p.
17).
O Rio Tigre nasce nos montes Taurus, na Turquia, corta a Síria e
une-se ao Eufrates, no sul do Iraque, até desaguar no Golfo
Pérsico. Nínive capital do império assírio citada no livro de Jonas,
ficava ao norte deste rio.
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Como o Rio Tigre, o Eufrates também nasce na Turquia. As famosas
cidades de Babilônia e Ur floresceram em suas margens.
De acordo com a Bíblia, Jerusalém foi fundada por Davi, no século X
a.C., após tomá-la dos jebuseus (1Cr 11,4). Em 586 a.C. foi destruída
pelos babilônios e reconstruída após permissão do rei persa, novo
“rei do mundo” (o templo foi reinaugurado em 515 sob a liderança
de Zorobabel). Herodes, o Grande (37-4 a.C.), ampliou e
embelezou o templo, destruído em 70 d.C. pelos romanos. Em suas
ruínas, o Muro das Lamentações, muitos judeus oram por sua
reconstrução.
Quipá

Tefilin

Talit

Tefilin
Também conhecido como Horeb (Bíblia) ou Jebel Musa (nome
árabe), o Sinai é um pico de granito com 2285 metros de altitude
localizado na Península do Sinai, Egito. Em seu sopé foi erguido, no
século VI pela ordem do imperador bizantino Justiniano I, o Mosteiro
de Santa Catarina. A identificação do Sinai como local onde Moisés
recebeu a Lei é atestada apenas pela tradição.
Embora muitos identifiquem o local da travessia dos israelitas
durante o êxodo no Mar Vermelho, o texto hebraico traz “Yam Suf”
= Mar dos juncos, local não identificado.
Na Bíblia o Egito geralmente aparece como Estado opressor dos
hebreus. Observe, na imagem a seguir, que a região foi agraciada
com uma vasta extensão de terra fértil (o delta do Nilo, em verde),
formada pela ramificação do Rio Nilo.
Ur, no final do segundo milênio (período no qual é situado o
patriarca Abraão), a cidade era na verdade, “Ur dos sumérios”. O
sítio de Ur foi escavado pela primeira vez em 1853/4 pelo vice-
cônsul britânico em Basra.
Ruínas de Ur, Iraque
Ruínas de Ur, Iraque
2100a.C., o apogeu da cidade de UR
Os primeiros habitantes da Mesopotâmia são
conhecidos como ubaidianos (de Tell al-Ubaid, um
montículo de terra a 6Km de Ur), e devem ser
distinguidos dos sumérios (origem incerta) e
acadianos (origem semita), povos que mais tarde se
consolidaram na região formando os primeiros
grandes impérios mesopotâmicos: a Babilônia e a
Assíria [1].
[1] KRAMNER, Samuel. Mesopotâmia, o berço da civilização. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio,
1972, p.32.
Tell al-Ubaid. Imagem: British Museum
Data de chegada de cada um dos povos:
Ubaidianos – Chegaram na Mesopotâmia por volta de
7000 ou 8000 a.C.
Sumérios – 3500 a.C., vindos da Ásia Central.
Acadianos (nômades semitas) vindos do deserto da
Síria e peníncula da arábia – 2600 a.C.
Sargão (2350 a.C.), foi o primeiro a reunir a Suméria e a metade setentrional da
Mesopotâmia numa nação única, sob uma autoridade suprema. Seu império durou
cerca de 200 anos. Em sua marcha pelo oeste, conquistou terras perto do litoral
mediterrâneo da Síria e da Turquia (a designação “assírio” vem de Assur, nome de
uma divindade e de uma cidade acadiana).

Segundo uma lenda, sua mãe lançou o pequeno Sargão no rio Eufrates, dentro de
um cesto com tampo de breu. O menino foi encontrado por um lavrador (“tirador
de água”) e criou o menino como se fosse seu filho. Já crescido, Sargão tornou-se
copeiro de Ur-Zababa, mais tarde deposto pelo jovem guerreiro.

Em algum lugar perto do Eufrates Sargão construiu sua capital, Agade, antes
conhecida como Acad. Embora não se conheça precisamente sua localização, diz-se
que a cidade foi uma das mais magníficas do mundo antigo. Da terra de Acad veio o
nome acadiano.
Nínive

Ashur

Mari
Akkad(?)
Kish

Nippur
Lagask

Uruk Ur

Império acadiano - Sargão I (2334a.C.) Eridu


•Invasão Gutis– 2150 a.C.
•Dinastia de Ur – 2100 a.C. (renascença sumeriana)
•Invasão amorita (império babilônico) – 2000 a.C.
Império Neo-assírio (1200- 612 a.C.)
•Ápice com Sargão II (722-705)
•Dominou a Babilônia, a Palestina
e o Egito.
•Fim do império assírio: 612

O IMPÉRIO NEOASSÍRIO E A BÍBLIA


A queda de Ur, por volta do ano 2000 a.C., tomada pelos elamitas, assinalou o fim da
Suméria como potência. Após a invasão amorita (povo semita), pouco depois,
Babilônia foi escolhida como capital e os sumerianos desapareceram como entidade
étnica (KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia, o berço da civilização, p. 40).

Após sua ascensão ao trono, em 1750, Hamurabi tratou de eliminar seus inimigos um a
um: Larsa, Assur, Mari e Eshnunna. Babilônia conquistou suserania sobre toda a
Mesopotâmia e emprestou seu nome aos país antes conhecido como Suméria. Quando
morreu, 42 anos depois, a sua cidade era a capital de um reino que se estendia do golfo
Pérsico para além fronteira da moderna Turquia, e dos montes Zagros, no leste, ao
reino Khabur, na Síria (p. 52).

Por volta de 1600 a.C., a dinastia de Hamurabi chegou ao fim, por ocasião da invasão
hitita, povo da Anatólia (atual Turquia). Mais tarde foram dominados pelos cassitas,
invasores vindos dos montes Zagros. A Babilônia ressurgiu como potência (império
neobabilônico) entre 626 e 539 a.C, como Nabucodonosor II, um caldeu.
DOMINAÇÃO AMORITA
Império Babilônico - Hamurabi
(1792- 1750 a.C.)

DOMINAÇÃO CALDAICA
Império Neoabilônico – Nabucodonosor II
(626-539 a.C.)

Babilônia
•Código de Hamurabi
O IMPÉRIO NEOBABILÔNICO E A BÍBLIA

Império Neobabilônico (626-539 a.C.)


•Nebopolasar liberta a Babilônia dos assírios e torna-se
rei em em 626 a.C.
•Em 612 capturam Nínive, capital da Assíria;
•Em 597 Jerusalém rende-se a Nabucodonosor;
•Em 587 a cidade é destruída e seus cidadãos são levados
ao exílio.
Referências:

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BAINES, John; MÁLEK, Jaromír. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós, volume II. Madrid: Edições del Prado, 1996.

CASSON, Lionel. O Antigo Egito. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.

CONNOLLY, Peter. Las legiones romanas. Madrid: Espasa-Calpe, 1981.

CURTIS, Adrian (Edit.). Oxford Bible Atlas. New York, Oxford University Press, 1997.

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EYDOUX, Henri-Paul. À procura dos mundos perdidos: as grandes descobertas arqueológicas. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1974.

GARBINI, Giovanni. O Mundo da Arte - Mundo Antigo. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações LTDA, 1979.

KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia, o berço da civilização. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.

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RIDLING, Zaine (Edit.). Bible Atlas. PDF version by Access Foundation.

VV. AA. Grande história universal: o princípio da civilização. Barcelona: Folio, 2006.

VV. AA. Grande história universal: civilizações fluviais. Barcelona: Folio, 2006.

VV. AA. Personagens do Antigo Testamento, V.1. São Paulo: Loyola, 2002, pp. 44,45.

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