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A primeira sociedade mesopotâmica foi a dos Sumérios, segundo a tradição sua

primeira cidade foi Auish seguida por Ur, Uruk, Lagash, Umma, Nippur e Eridu. Foram
Cidades-Estado com autonomia político-econômica e religiosa, todavia eram comuns
disputas para controlar os recursos naturais como a água, indispensável a prática da
agricultura irrigada.
Em Lagash, Urukagina, seu último rei, realizou transformações sociais reduzindo as
taxas públicas, geralmente abusivas. Tornou-se o primeiro soberano da história
mesopotâmica a usar conceitos como a preocupação com a justiça e equidade no exercício
do poder, alterou também as relações entre a autoridade real e os templos, dando-lhes
autonomia. Entretanto essa reforma foi ilusória, visto que os responsáveis administrativos
não mudaram e que a família real conservou seu poder sobre os templos principais, ainda
responsabilizaram-se pelos cultos e assegurando os interesses dos santuários e,
principalmente, do Estado quando se fizesse necessária a mobilização de recursos em prol
desse.
Embora tenha feito retroceder, vitoriosamente, as tropas de Uruk, Lagash foi atacada e
vencida pela Cidade-Estado Umma, que destruiu seus principais pontos. Resultado de seu
enfraquecimento, pois Urukagina envolveu-se, desde o inicio de seu reinado, em guerras
com diversas cidades, derrubando a economia, gerando listas de recrutamento que incluíam
trabalhadores dos templos, e fazendo com que esses mudassem sua fabricação para
machados e pontas de lança.
Pouco depois a dinastia de Umma triunfou sobre Uruk e unificou sob sua autoridade
todo o sul sumério, antes de cair, por sua vez, sob os golpes de Sargon de Akkad.
Por volta de 3300 a.C. aparecem, em Uruk, os primeiros textos escritos. Os princípios
básicos dessa escrita são simples, reproduzem elementos reais representados de maneira
estilizada sobre argila, pictogramas exemplificando desenhos figurativos, também são
introduzidos elementos puramente abstratos como anotações de quantidade.
Os pictogramas, depois, dão lugar aos ideogramas: sinais que representam uma
palavra da língua. A partir de então a escrita funciona com sinais simplificados em
combinações de cunhas, mais fáceis de imprimir na argila mole do que linhas curvas. No final
desse processo os Sumérios dispunham, por volta de 2600 a.C., de uma escrita com cerca d e
um milhar de sinais, constituídos por agrupamentos de “cunhas” inscritas na argila e que
possuem uma remota relação com o desenho pictográfico original.
Esses sinais podiam ser lidos como palavras inteiras (símbolos ideograma ticos) ou
como fonogramas (sinais-som) que combinados com os sinais vizinhos permitem escrever
uma palavra para a qual não existe ideograma adequado, por exemplo, uma forma verbal
conjugada ou um nome próprio.
Embora pareça complicado, uma vez que cada sinal pode ter ao mesmo tempo vários
valores fonéticos e ideograma ticos, pode-se constatar que o sistema de escrita cuneiforme
dos Sumérios foi construído de maneira pragmática. Vale ressaltar que essa escrita não foi
concebida como um simples instrumento, ela vincula uma concepção do mundo, a maneira
de representá-lo e com isso dominá-lo.
Por volta de 2000 a.C. começaram a realizar listas nas quais eram registradas, de
maneira ordenada, todas as espécies de realidade.
Entretanto, mesmo a escrita cuneiforme simplificada não estava ao alcance de todos,
permanecia como privilegio de especialistas técnicos em escrita: os escribas. Esses
dominavam a arte de escrever, contar, de executar formulas jurídicas, epistolares, redigiam
inscrições oficiais e religiosas para os deuses. Esses homens, únicos possuidores desses
conhecimentos, constituíam uma elite e criavam seus filhos para substituí-los.
Os templos que possuíam grande área fundiária com cultivos e criações de animais
eram vistoriados por escribas responsáveis pela coleta de dados. Estes anotavam as
informações em placas de argila utilizando um “calama” (haste de madeira com ponta
afiada), dividindo-a em quadrados dentro dos quais traçavam cunhas, realizando
levantamentos cadastrais e contagem de animais. Essas listas eram, regularmente, revistas e
corrigidas se necessário, ao lado destas cada escriba precisava o rendimento de cada espécie
e o custo de manutenção delas.
Esses escribas administrativos também utilizavam o calculo para avaliar os recursos dos
templos. Esses recursos eram destinados as oferendas, a alimentação dos animais, e o resto
para a manutenção de pessoal, recebendo, desse modo, subsídios do soberano até o mais
humilde trabalhador.
O aspecto mais importante da escrita suméria é a possibilidade de controle frente ao
organismo econômico das Cidades-Estados. Com uma gestão escrita, puderam aperfeiçoar a
economia.
Por volta e 2100 a.C. a civilização Suméria floresceu uma ultima vez sob o reinado dos
reis de Ur, que reconstituíram a maior parte do império criado um sec. antes por Sargon de
Akkad. De sua capital, esses reis geriram com uma exigência rigorosa os recursos do império,
e sua administração produziu milhares de documentos contábeis em escrita cuneiforme.
Deu-se continuidade á uma ênfase religiosa pela proteção dos sumérios. Ur foi
colocada sob a proteção do Deus Lua, denominada Nanar, e as oferendas derramaram-se em
abundancia a esse Deus e a Enil, um dos deuses chefes do panteão sumério, que possuía seu
templo sediado em Nippur, identificada como cidade capital da Baixa Mesopotâmia.
O rei não obtinha seu prestigio somente em virtude de suas atividades religiosas, em
torno dele gravitava uma corte barulhenta e animada onde os prazeres literários não eram
esquecidos e dirigiam uma rígida administração, que controlava a situação dos recursos do
país e verificava a sua utilização.

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