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REVISTA MUSICAI,
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Revista Musical da aula de pintura, mais injustas e iníquas as de-
cisoes da congregação, do que o foram no ultimo con-
——*C_~MU—-*"1»-
curso ao Prêmio de Roma ou em outro qualquer con-
*á _ümI^_^_l ACADEMIA SE BELLAS ARTES curso havido n'aquclle estabelecimento ? ..¥¦¦
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Aposentando-os ; onerando assim os cofres do Es- covita, pedio demissão, e depois de dar algumas voltas pela Alie-
tado com uma despeza, então absolutamente improduc- manha foi primeiramente a Nice, porque a imperatriz da Rússia
lhe pedio que fosse até. là e depois para ver se as laranjeiras
tiva? não se davam alli melhor do que nas margens do Newa. Nice n'esse
A tudo isto cabe aos nossos collegas de imprensa dar tempo era italiana. Vieuxtemps tomou parte nas festas que o
em
Ha três annos foi contratado Vienxtemps para tocar
e foi condecorado com
rei Victor-Emmanuel de* por essa occasião Londres todas as segundas-feiras. Era nm folhetinista qne to
com as ordens de S. Mauricio e S. lázaro. ,
Tolosa} arco enthnsiasmava os inglezes nos concertos popnlares,
sul da França; Marselha e
Voltou pura Pariz pelo cando quartettos, sonatas, trios, etc....
deram-lhe medalhas e coroas. Entretanto é confessar qne, se em Londres, todas
na cadêa preciso
Em compensação eu* Hyères quizeram mettel-o aí semanas se rennem três mil pessoas para
onv.r ¦«•*•-
como impostor. sica em SainUames-Hall, não acontece o mesmo ora de Londres.
Vieuxtemps,
A autoridade dizia que elle não podia _er Assim foi qne Sainton qne tivera de dar concertos fazendo exe-
ido embora; havia
Vieuxtemps violinista, porque este já se tinha o nome entar qnartettos, foi acolhido de tal maneira no pr.me.ro qnar-
véspera e o seu passaporte tinha o segando, combinon
passado por Hyères na tetto de Haydn, qne, antes de ir tocar
Henrique Vieuxtemps. os companheiros para tocarem todoa de cor, o como se
disso nao com
O falso foi acolhido principescamente e apezar uma fosse a segunda peça do programma, a symphonia da Semira-
e deixou ficar o bar-
pagou a conta do hotel (e não era pequena) mata uma mala mis, á qual ainda foi preciso acerescentar, como coda,
e
caixa de violino fechada e sem instrumento em naval de Veneza variado. .
uma enorme embrulhada fo, onv.do mais ou
fechada também e contendo pedra Vieuxtemps mesmo quando quiz tentar
menos religiosamente, durante dois andamentos de um quartetto
e parece que inglez levantou-se e
_* aventnra divertio moito o instrumentista Mozart, depois dos quaes um enorme
Ullmann contracton-o de encontrando-se
até lhe deu desejos de ver o Mediterrâneo. uma foi-se embora com toda a gravidade e seriedade;
Foi peregr.-
bem como a Thalberg para os Estados-Unidoa. de porém com o emprezario pedio-lhe que fosse d.zer áquelles
cinco m.nutos depo» se deixassem de gastar tanto tempo para
nação diabólica. A's vezes era preciso tocar de fome. O quatro massadores que
e mortos cousa, que executassem uma mod.nha.
uma viagem em estrada de ferro, todos sujos tocar sempre a mesma
de tndo ; Vieuxtemps, porem, nao
povo queria onvir. Thalberg ria-se deixa estar n outra À modinhal... ..
mamfestaçao
-
que
achava nisto graça e praguejava :-Ora 0' gosto d'esta gente se resume n'esta
subhme
não caio eu 1... • da melodia 1... _. „__* nnAa
onae
— P'ra o diabo l — E o Thalberg ria-se.... 32 annos Vieuxtemps tornou a vêr a Holijpda
No fim de
mais havia de via- sua carreira. Faz nma sene
Foi depois de fazer juramento que nunca fôra tão festejado no principio da
Vieuxtemps partio para Stockolmo. excursões nas principaes cidades da Bélgica e nas dos de-
jar que de
francezes. Vieuxtemps não teve mu.tos d.sc.pnlos
tinha passado partamentos vmjava sempre^
A Snecia compenson-o dos tormentos porqne até então porque não os podia ter, porque de
na America do Norte. Em qnanto
não *^\***%r£
linda assim as qualidades principaes de todos os d.sc.pnlos
ainda o persegnia o alvoroço das c-dades dos Lstados- Henrique Vieuxtemps são? a pureza do som, a elegância no
poz qne
UnÍ e ianeio do arco e nobre simplicidade na expressão.
na capital da Snecia com as
AB'repntação qne o havia precedido \ Henrique Vieuxtemps até hoje*) é condecorado
concertos qne elle ahi den e qne a vieram conntmar commendas das ordens: de S. Leopoldo, de S. Maur.c.0 e S.
alguns
Carlos XV o convdaese a tomar Lázaro, de Nachan e de Wasa. _.__>•
£T snfficientes para qne
curte nas festas da sua coroaçao. Tem as grandes medalhas de ouro: de Mento, da Prússia;
^Vieuxtemps do Ama-
ainda se recorda com grande saüsfaçao da Sociedade Real de Philantropia, de Bmxellas; da dos
em companhia dos snecos e nao cessa de dores de Musica, de Nova-Orléans; do príncipe Max, de Ba-
tempo qne passou deste canto septentnonal Nicoláo; ex-
«altar o enthusiasmo dos habitantes viera etc, etc. W ex-violino solo do imperador
bellas-artes em geral e pela musica em part, professor de violino em S. Petersburgo, musico da câmara do
^Europa pelas sna casa. Den de- Real de Sciencias, das let-
«kr Cada qual dispntava para o levar para rei da Bélgica, membro da Academia
segídos cinco' concertos. Yeio a monomania das vagens trás e das artes, da Bélgica; da Sociedade Protectora, dos Ce-
po e valles, ao menos por mares cros de Vienna; membro da Grande Harmonia, em Bruxellas*
elâ .« foi, se não por montes
dos' conservatórios de Vienna e de Praga, da Liedertafel, da
6
qne em Stocholmo. Por pouco Baviera; da Associação dos Artistas de Pariz, etc., etc.
^ifmSttSasmo
Pariz. Encontro» alli ™°*°™ resta apreciar o talento de Vieuxtemps
e a influen-
«», toe parotía estar em % Agora
exeentores notáveis, sociedades cornes e ph.larmom- cia exerceu esta notabilidade artística na escola de violino,
fartem que
otut exaçtamente como em França. como executor, quer como compositor.
^' Vienxtemps âs portas da quer (Continua.)
1 sodedade de canto foi receber d* sympathtae sa-
cidade e felicital-o pela prova Bign&catim condecorou V.eux-
orei l áéra. Sim. O rei Carlos
Jü Wasa, da Sueca. NOTICIÁRIO ESTRANGEIRO
tsíps com a ordem real de de outras ainda.
Total: Quatro condecorações sem prejuízo
não é muito grande a d,s- achando-se restabelecida,
ío Gothembonrg a Copenhagne A prima-donna Marietta Biancolini,
de garganta que aqui
tancia. á sua chegada a Lisboa, dos incommodos
E ainda que fosse ? 1... _. a impediram de cantar, foi escripturada por um mez pela em-
Vienxtemps tao hosp.- a fim de tomar parte no Romeo
A Dinamarca mostron-se para com preza do theatro de S. Carlos
^r^s: d"_rBna _**_, -*•«¦£¦ e Julieta e na Missa de Requièn,
de Verdi.
A cantora Helena Sanz, muito nossa conhecida, está can. Na battata, começada entre bastidores e concluída no prós-
tando actualmente no theatro lyrico de Palermo. cenio com a segunda estrophe que a festejada prima-donna adornou
A sua collega Mariuni está em Gênova onde tem sido fes- de uma difficilima mas preciosa fermata, alcançou uma ovação.
tejada na opera de A. Ponchielli — La Oioconda. Era protogonista a Varesi, que não agradou ; e ao resto dos
* cantores aconteceu outro tanto. Coros máos e a orchestra detes-
Vae ser brevemente cantada em Milão uma opera nova do tavel nos acompanhamentos. A empreza deve retirar da scena
maestro Oaneppa, intitulada — Ricardo 3.° — Espera-se feliz a Linda, porque o publico não lh'a tolera. Entrou em ensaios
êxito d'este novo trabalho do autor de David Rizzio. o Trovador, em que o tenor Abrugnedo desempenha a
parte de
Manrico, e depois ouviremos a Africana,
# que é de esperar agrade
bastante.
Diz o Mundo Artistico que o illustre trágico Ernesto Rossi,
depois da sua excursão pelo Rio da Prata irá até Lisboa, Ma-
drid e Barcellona, dar algumas representações.
*
O tenor portuguez Gazul, acaba de justificar o antigo
No theatro da Opera em Moscow está em ensaios a opera verbio — pro-
„ninguém é propheta na sua terra."
de Rubinstein—O demônio. — Salvo seja!..
Estreiando-se em S. Carlos, na Linda de Chamounix, foi
*
pateado logo à entrada de scena.
No theatro do barão Derwies, perto de Lugano foi repre-
Se fosse aqui, que iras se não levantariam áquella manifes-
sentada uma opereta, do fallecido Bizet, cujo titulo é Djamileh.
tação de tacões, e comtudo não ha ares tão
Agradaram muitíssimo a execução e a musica. propícios aos mu-
sicos portuguezes como estes nossos.
Todos podem clamar: — O meu triumpho
Será representado novamente no S. Carlos de Nápoles o Sal- foi completo.
vador Rosa, de Gomes.
Entre os artistas que hão de cantar esta opera estão as Em conseqüência de um incidente curioso o celebre regente
nossas conhecidas Wizjak e Rubini. Hans de Bulow pedio a sua demissão de director da orchestra
#
da Opera de Hanover. Foi o caso o seguinte: Como é sabido,
Além do favorável êxito do drama Mirábeau de Júlio Cia- Bulow é um fanático pela musica de Ricargo Wagner; repre!
retie, já noticiado pela nossa imprensa diária, foram igualmente sentava-se o Lohengrin. O tenor Schott estava cantando, quando
felizes — o novo drama PHiote de Maurício Drack, que causou de repente Hans de Bulow larga a batuta e tapa os ouvidos
com as palmas das mãos como quem não
grande sensação no auditório, Les petites Lionnes, e Monsieur podia supportar mais l
de Arnaud Silvestre e Paul Burani. aquélla voz. E' fácil imaginar a emoção e a hilaridade que esta
Este Monsieur parece que é uma boa,peça! ...^Hvq singular manifestação provocou. O tenor recusou continuar a
cantar sob a regência de Bulow, e este, a
* quem o emprezario
não podia dar razão, pedio a demissão e
Devem já ter sido representadas as seguintes operas em onde actualmente partio para Berlim,
está dando concertos.
Pariz :
Pelrarca, de Duprat, que nunca foi à scena n'esta capital, Que publico feliz!...
La princesse jaune, de Camillo Saint-Saens, e pela
primeira vez
Hymnis, posta era musica por Cressonois, sendo o Us jornaes de Pariz noticiam a próxima execução da opera
poema do
notável poeta Theodoro de Banviüe. A opera Grand1 Tante, de de Berlioz— Tomada de Tróia —que
nunca foi representada.
Massenet, também será ouvida de novo, e é de esperar
que desta Berlioz legou esta partitura, bem como a dos Troianos em Car-
vez seja mais feliz do que da primeira. thago á bibliotheca do Conservatório de Pariz. Na
partitura
da opera Tomada de Tróia ha um prefacio curioso
que pede
De uma carta de um dilettante de Madrid, extrahimos5 o aos cantores, regentes e instrumentistas executem a musica
que
seguinte : tal qual elle a escreveu, que se deixem de inventar cadências
nao existentes, etc. Ao mesmo tempo
Madrid, 14.—. pede aos maestros con-
certatori que não usem da mania que têm de ensinar as
aos cantores, tocando sempre em oitava; partes
porque se elle quizesse
„Vou dizer-lhe algumas palavras relativamente aos succes- saberia escrever e indicar oitavas; outrosim, não .se mettam.a
sos lyricos no Theatro Real. empregar a torto e direito os pedaes,
porque elle bem sabe que
A representação dos Huguenotes foi a mais bem recebida. o emprego dos pedaes é designado pela expressão Ped."
Seguiram-se duas ou três operas desempenhadas inferiormente, E3te prefacio é satyra graciosíssima.
uma d'ellas por causa do tenor, e as outras
por falta de bom
desempenho. O Voltaire, jornal de Paris, diz
Parecia, ao vêr-se o pomposo elenco da companhia, que innumeros preparati-
vos se fazem na Opera para a representação da Aida. Affirma
d'ella dava que 6
pessoal para tudo, e já se contam três fiascos l o mesmo jornal que o papel da protogonista não será feito mais
A Linda de Chamounix, cantada hontem, teve um Krauss e sim pela nossa conhecida Maria Durand.
êxito pela
quasi deplorável, com excepção da Schalchi Lolli, que obteve um
triumpho na parte de Pierroto, interpretada admiravelmente.
A
Schalchi, para assim dizer, era a „palmeira no
deserto."
RESUMO DA HISTORIA DA ARTE ANTIGA A historia da arte antiga desde os tempos primitivos foi-nos
ensinada quasi toda ella por Plínio, Plutarcho e Vitruvio que vi-
NA GRÉCIA E EM ROMA viam no primeiro século da éra christã,
por Pausanias, Philostrscto
Jrfô) e Luciano que vieram uma centena de annos depois; exceptuando
alguns pontos da época que lhes é contemporânea, só faliam pelo
|or muito tempo, a historia da arte antiga que deve os que ouviram dizer, por tradicçâo, ou ainda pelo que leram. Os
primeiros esclarecimentos ao celebre e erudito critico textos devem pois merecer desconfiança e até muita ; é devido a at-
allemão Winckelmann, nascido em 1717 e fallecido em tribuições de algumas obras que o que a archeologia moderna intenta
1768, e que não é conhecida, foi posta de parte pela dar como de certas e determinadas épocas, só pode em geral ser
ignorância geral dos monumentos mais importanten da considerado como aproximações.
^antigüidade. Muitas das esculpturas dos nossos museos ficam para ahi sem
Outra causa contribuiu para persistirem essas idéias sequer terem marcados os nomes dos autores.
falsas sobre a arte antiga, referi mo-nos á singular ma- Por outro lado, na antigüidade fizeram-se numerosas copias;
nia, no tempo da Renascença, quanto à restauração nas diversas epochas os artistas usavam dos nomes dos predeces-
dos legados artísticos da Grécia e deRoina. sores celebres e pouco se lhes importava terem de falsificar uma
Assim foi que o Lacoonte, restaurado por Baccio assignatura.
Bandinelli depois por Montorsoli, tem levantada a mão
Vejamos agora as filiações da arte na Grécia e em Roma.
direita para desviar a serpente emquanto que os archeologos re-
conheceram que o original devia ter a mão collocada pelo lado Os phenicioB, desde remota época, tiveram colônias na Sa-
posterior da cabeça. Montorsoli também mudou a posição dos bra- motbracia, Thasos, Lemnos, Milo, Santorin, Oithèra, na Thracia,
ços e das mãos do Apollo de Belvédore, e em vez de dar ao deus na Crimêa, no Ponto Euxino, em Créta, em Athenas, etc. A
o escudo de pelle, substituiu este por um arco e flecha. actividade marítima e commercial da Phenicia não soffreu quando,
Quando foi encontrado o Hercules de Farnése, faltavam-lhe as alternativamente, este paiz passou das mãos do Egypto para as
pernas; foram ter com Guglielmo delia Porta. Mais tarde acharam da Assyria. Porém, d'este jugo succedeu que a arte phenicia
as pernas ; tiraram â estatua as que lbe dera o esculptor e as sub- apresentava um mixto, resultante dos estylos dos dois povos
stituiram pelas primitivas. usurpadores.
Por mais de uma vez os restauradores, achando que o seu A época primitiva ou pelasgica, na Grécia e na Itália, com
trabalho não condizia com o antigo, rasparam as estatuas antigas os seus monumentos cyclopicos e a sua tradição marítima, é
para dar unidade ao todo. bem difficil de a determinar precisamente. Estes monumentos
Desde a época dos romanos havia o habito das mutilações. e algumas esculpturas que os ornamentam, como os famosos leões
Mudavam a cabeça de uma estatua para outra. Transformavam um da porta de Mycenes, têm caracter asiático, por conseqüência
deus grego ein imperador, em grande figurão de couraça e toga. phenicio, porém, correspondem a um estado do architectura quasi
Os catálogos modernos dão conhecimento das restaurações' universal na parte oriental do Mediterrâneo na época primitiva
por que passaram algumas esculpturas antigas. Ha outro mal tam- e podem originar-se de tribus emigradas da Asia-Menor, e estas
bem que àugmenta o incoveniente de certas restaurações e é que mesmas já formadas pela civilisação resultante do contacto ou
os Babichões enganam-se e chamam antigo ao que é moderno e mo- do domínio do império assyrio e da industria phenicia.
derno ao que é muito antigo. A historia tão incerta, tão hypothetica d'esses tempos ad-
A respeito da historia da arte grega ha numerosas duvidas. mitte que os Pelasgios, isto é, as tribus marítimas vindas para
A historia da Antigüidade de Roma e da Grécia, como a a Grécia, começaram a rechaçar os Phenicios e que os nego-
de todos os outros povos está sujeita a equívocos enormes. ciantes-conquistaríores de Sidon procuravam então compensações
Os myttaos primitivos têm sido desfigurados e confundidos com na Hespanha, África, índia e Arábia.
as lendas históricas locaes ; o espirito do homem no principio das Os Dorios, uma das primeiras raças da Grécia, deviam ter
civilisações compraz-se com alegorias funestas à verdade tal qual a repellido os Phenicios de quasi todas as praças que occupavam
compfehendemos. Os antigos gostavam de uzar nomes expressivos, no Árchipelago e na Grécia. Pouco tempo depois os Phenicios
nomes emblemáticos, que só sorvem para confundir personagens retomaram as ilhas ; foram, porém, logo expulsos pelos gregos
imaginários com seres reaes, e que facilitam supposicão e creação e cahiram no jugo dos Assyrios, isto no século Vil.
de figuras destinadas a preencherem espaço na narração dos pe-
ri o d os históricos. A sciencia também vê em um povo hypothetico, os Carios,
que representaram um importante papel na ilha de Créta, e
Os nomes ainda nos povos modernos se resentem d'essa ori- são originários do norte da Asia-Menor, agentes activos da ei-
gem, porém os estados civis confirmam a identidade das pessoas. vilisação antiga.
Desconhecemos o estado civil dos antigos; a chronologia, como
nós a formamos, é uma synopse excellente em que os aconteci- Ora, foi nas ilhas gregas, em Corintho, em Athenas, no
mentos e Os homens estão dispostos com ordem, porém sem poder norte do Peloponeso* perto do isthmo e nos golphos, em My-
certificar se estão exactamente collocados no seu devido lugar. Os cenes, em Tenéa, em Argos, em Actium que se encontraram
os mais antigos monumentos da arte grega primitiva; versos,
historiadores antigos são raros, posteriores ás cousas e ás épocas
moedas, estatuas, baixos-relevos, túmulos e thesouros.
que cantam; não sabemos se na realidade existiram, ou ainda
não estamos certos se viveram em tempo correspondente ás datas A lenda histórica, contada por Plínio e por escriptores an-
de que se falia. tigos, attribue a Dedalo (o industrioso de Creta,) a invenção
A bonhomia, a credulidade e o pouco amor áexactidão, mesmo das estatuas com braços e pernas livres.
quando dizem que a respeitam, são o característico d'estes velhos (Continua.) h
escriptores.
6
-.
tirar proveito ;
era edificada junto do mar, para evitar dar dois centros, trans- corrigidas, com accidentes felizes de que souberam
extensas rectas que designam a acção collectiva combinadas com
portava-se a praça publica para a proximidade da praia." emfim com a li-
Se é verdade que as cidades antigas eram assim, é preciso as que traçam a fantasia individual; autoridade
confessar também que nas ruínas, ainda patentes de muitas d'el- berdade.
Ias, não ha vestígios de semelhante plano. A belleza de uma cidade liga-se estreitamente ás medidas
as relações entre os habitantes são pouco compli- empregadas para a salubridade e limpeza que participam do em-
Quando
distribuir, de a augmentar por
cadas, como n'este caso, por exemplo, em um pequeno porto prego das águas, do modo de as
de mar, em que o movimento consiste em embarcar e desem- meio de aqueductos.
barcar mercadorias, os edifícios públicos, taes como a alfândega, (Coniinúa.)
o lazareto, etc, podem ficar reunidos na praça. Porém, desde
da
que uma cidade tomou certa importância pelo crescimento BIBLIOCffiAPHIA '&$ '¦
i
ou se aperfei-
população, pelas industrias que ahi augmentaram
Os sonetos Typos Brazileiros, de B. N., não se recom-
coaram, pelo papel que representa na sciencia, pelos grandes A incorrecção, a
artistas a quem servio de berço, ou ainda quando enriqueceu mendam, nem pela fôrma, nem pelo fundo.
e con- falta absoluta de elegância na construcção, a pobreza e vulga-
pela situação geographica, tornando-se mercado favorável demais chulas e mesmo in-
corrido, um lugar de transito, é claríssimo que uma só praça ridade das rimas, as expressões por
somente a gargalhada
não poderia conter todos os edifícios de que carece uma cidade decentes, o sal grosso que provoca tão
um só para condemnar
e que é preciso formarem-se quarteirões distinctos e por con- alvar, são defeitos dos quaes bastaria
olvido. A terra lhe seja leve.
seguinte systemas de ruas que convirjam a centros diversos, a o livro do Sr. B. N. ao eterno TÍ?,,'
i'-'u<i
MlRANDOLA.
muitas estrellas se assim o quizerem.
Ainda não é tudo: os planos quadrangulares têm outro vicio
uma igual- XADREZ
que é o de implicar, pela semelhança das divisões,
dade de importância ineiramente impossivel entre os monomen-
¦
tos públicos que se levantam quasi sempre nas praças, sem fallar PROBLEMA N. 33 ¦
í -,
'
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Editores: ARTHUR NAPOLEAO <fe MIGUEZ, Rua do Ouvidor, 89.—Rio de Janeiro.