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APRESENTAÇÃO

Caro(a) aluno(a)

O HPLUS, com sua exclusiva metodologia educacional em período integral e a Revisão


Intercalada (R.I.) tem o objetivo de verificar a aprendizagem dos tópicos estudados, intercalando
os variados assuntos vistos até então. Essa retomada não esgota os temas aprendidos,
apenas reforça a assimilação do conteúdo e prepara o aluno para os próximos assuntos.
O material é composto por questões dissertativas, fundamentais para o sucesso nas provas de 2.ª
fase dos principais vestibulares. Esses exercícios visam exercitar tanto seu pensamento crítico e
capacidade de argumentação quanto sua memória e escrita.

Equipe Hplus
SUMÁRIO
LINGUAGENS, CÓDIGOS e suas tecnologias
GRAMÁTICA 5
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 14
LITERATURA 21
INGLÊS 33
PROPOSTA DE REDAÇÃO 41

CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias


HISTÓRIA GERAL 43
HISTÓRIA DO BRASIL 47
GEOGRAFIA 1 52
GEOGRAFIA 2 60
FILOSOFIA 66
SOCIOLOGIA 70

CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias


BIOLOGIA 1 74
BIOLOGIA 2 78
BIOLOGIA 3 83
FÍSICA 1 87
FÍSICA 2 91
FÍSICA 3 95
QUÍMICA 1 99
QUÍMICA 2 102
QUÍMICA 3 105

MATEMÁTICA e suas tecnologias


MATEMÁTICA 1 107
MATEMÁTICA 2 109
MATEMÁTICA 3 112
R.I. (Revisão Intercalada)

Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renâ- a) As expressões “agregar valor” e “cultivo de valores”,
nia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai embora aparentemente próximas pelo uso da mesma
lá passar uns quinze dias comigo.” — “Meu caro dom palavra, produzem efeitos de sentido distintos. Expli-
Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; que-os.
venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou- b) Na última oração do texto, são utilizados dois elemen-
-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.” tos coesivos: “eles” e “à qual”. Aponte a que se refere,
respectivamente, cada um desses elementos.
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, 4. (Uerj)
para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochi- FELICIDADE
lando! Também não achei melhor título para a minha
narração; se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai
este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que 1
Olhou para o céu, certificando-se de que não ia chover.
não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o – Passa já pra dentro, Jaú. Olha a carrocinha!
título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que
apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto. Jaú, costelas à mostra e rabinho impertinente, conti-
nuou impassível a se espichar ao sol, num desrespeito
(Machado de Assis. Dom Casmurro, 2016.)
sem nome à sua dona e numa ignorância santa das
perseguições municipais.
a) O leitor é figura recorrente e fundamental na prosa
machadiana. Transcreva uma frase em que se verifica a
2
Clarete também teve o bom senso de não insistir, o
inclusão do leitor na narrativa. Justifique sua escolha. que aliás era uma das suas mais evidentes qualidades.
b) Identifique as funções sintáticas exercidas pelos pro- Carregou mais uma vez a boina escarlate sobre o olhar
nomes “que” sublinhados no primeiro e no quinto
3
cinemático, bateu a porta com força – té logo, mamãe!
parágrafos. – e desceu apressada, sob um sol de rachar pedras, a
extensa ladeira para apanhar o bonde, pois tinha de
3. (Unicamp) estar às oito e meia, sob pena de repreensão, na esta-
ção Sul da Cia. Telefônica.
Leia o excerto abaixo, adaptado do ensaio
No bonde, afinal, tirou da bolsa o reloginho-pulseira
“Para que servem as humanidades?”, de Leyla
e deu-lhe corda. Era um bom relógio aquele. Também,
Perrone-Moisés. era Longines e no rádio do vizinho, que se mudara,
um sujeito mal-encarado, ouvira sempre dizer que era o
As humanidades servem para pensar a finalidade e a relógio mais afamado do mundo inteiro. Fora presente
qualidade da existência humana, para além do simples de seu Rosas quando ela morava na avenida. E, à falta
alongamento de sua duração ou do bem-estar baseado de outra coisa, foi remexendo o seu passado pequenino
no consumo. Servem para estudar os problemas de nosso com a lembrança do seu Rosas.
país e do mundo, para humanizar a globalização. Tendo 4
Rosas. Que nome! Não lhe entrava na cabeça que uma
por objeto e objetivo o homem, a capacidade que este pessoa pudesse se chamar Rosas. Nem Rosas, nem Flo-
tem de entender, de imaginar e de criar, esses estudos res. Que esquisitice, já se viu?
servem à vida tanto quanto a pesquisa sobre o genoma.
Num mundo informatizado, servem para preservar, de Arregalou os olhos fotogênicos.
forma articulada, o saber acumulado por nossa cultura – Que amor!
e por outras, estilhaçado no imediatismo da mídia e das
Uma senhora ocupava o banco da frente, com um cha-
redes. Em tempos de informação excessiva e superficial,
péu, rico, de feltro, enterrado até às
servem para produzir conhecimento; para “agregar
valor”, como se diz no jargão mercadológico. Os cursos sobrancelhas. O solavanco da curva não a deixou ter
de humanidades são um espaço de pensamento livre, inveja. Calculou o preço, assim por alto: cento e poucos
de busca desinteressada do saber, de cultivo de valores, mil-réis, no mínimo. Quase seu ordenado. Quase... E
sem os quais a própria ideia de universidade perde sen- sem querer voltou a seu Rosas.
tido. Por isso merecem o apoio firme das autoridades
Fora ele quem lhe dera aquele reloginho. A mãe torcera
universitárias e da sociedade, que eles estudam e à qual
o nariz, nada, porém, dissera. Devia contudo ter pen-
servem.
sado dela coisas bem feias. Clarete sorriu. 5O rapaz da
Adaptado de Leyla Perrone-Moisés, Para que servem as ponta, com o Rio Esportivo aberto nas mãos e os olhos
humanidades? Folha de São Paulo, São Paulo, pregados nela, sorriu também. Clarete 6arrumou-lhe em
30 jun. 2002, Caderno Mais!. cima um olhar que queria dizer: idiota! e o rapaz zureta
afundou os óculos de tartaruga na entrevista do 7beque
carioca sobre o jogo contra os paulistas.
6
R.I. (Revisão Intercalada)

(...) Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável brinquedo


Praia de Botafogo. Meu Deus! Pendurou-se nervosa- E co’um plectro uma a uma provou cada corda, aos seus
mente na campainha, saltou e atravessou a rua sob o dedos
olhar perseguidor da rapaziada que ia no bonde.
Ressoava tremenda.
Houve tempo em que Clarete se chamava simplesmente Homero. Hinos homéricos. Hino a Hermes, v. 44-53. Introdução
Clara. Tinha, então, os cabelos compridos, pestanas e tradução de Jair Gramacho. Brasília: UnB, 2003.
sem rímel, sobrancelhas cerradas, uma magreza de
menina que ajuda a mãe na vida difícil e um desejo Com referência ao texto acima e a conhecimentos rela-
indisfarçável de acabar com as sardas que lhe 8pintal- tivos à propagação de ondas sonoras, julgue o item a
gavam as faces e punham no narizinho arrebitado uma seguir.
graça brejeira.
Trabalhava numa fábrica de caixas de papelão e vinha No verso “Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável
para a casa às quatro e meia, quando não havia serão, brinquedo” (v.6), o emprego do complemento iniciado
doidinha de fome e recendendo a cola de peixe. por preposição exemplifica recurso estilístico que não
altera a transitividade da forma verbal “tomou”.
Quando ela passava, os meninos buliam na certa:
– Ovo de tico-tico! Ovo de tico-tico! 6. (Fgv)

Ela arredondava-lhes um palavrãozinho que aprendera TEXTO


na fábrica com a Santinha e continuava a subir a
(...) ANTES DE CONCLUIR ESTE CAPÍTULO, FUI À JANELA
ladeira comprida, rebolando, provocante. (...)
INDAGAR DA NOITE POR QUE RAZÃO OS SONHOS HAVIAM
Verdade é que eles a chamavam de ovo de tico-tico, DE SER ASSIM TÃO TÊNUES QUE SE ESGARÇAVAM AO
menos pelas sardas do que por despeito. Ela não dava MENOR ABRIR DE OLHOS OU VOLTAR DE CORPO, E NÃO
confiança a nenhum – vê lá!... – e no coração deles CONTINUAVAM MAIS. A NOITE NÃO ME RESPONDEU
andava uma loucura por Clarete. Ai! se ela quisesse!... LOGO. ESTAVA DELICIOSAMENTE BELA, OS MORROS
– suspiravam todos intimamente. Ela, porém, não que- PALEJAVAM* DE LUAR E O ESPAÇO MORRIA DE SILÊNCIO.
ria, estava mais que visto. E eles ficavam se regalando COMO EU INSISTISSE, DECLAROU-ME QUE OS SONHOS
amoravelmente com o palavrãozinho jogado assim num JÁ NÃO PERTENCIAM À SUA JURISDIÇÃO. Quando eles
desprezo superior, pela boca minúscula que todas as moravam na ilha que Luciano** lhes deu, onde ela
noites aparecia, tentadoramente se ofertando, nos seus tinha o seu palácio, e donde os fazia sair com as suas
sonhos juvenis. caras de vária feição, dar-me-ia explicações possíveis.
Marques RebelloContos reunidos. Mas os tempos mudaram tudo. Os sonhos antigos foram
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. aposentados, e os modernos moram no cérebro das
pessoas. Estes, ainda que quisessem imitar os outros,
3
cinemático − que se movimenta em várias direções não poderiam fazê-lo; a ilha dos sonhos, como a dos
6
arrumar-lhe − dirigir-lhe amores, como todas as ilhas de todos os mares, são
7
beque − zagueiro agora objeto da ambição e da rivalidade da Europa e
8
pintalgar − pintar dos Estados Unidos.

Considere, nas passagens abaixo, as orações iniciadas Era uma alusão às Filipinas. Pois que não amo a polí-
por preposição: tica, e ainda menos a política internacional, fechei a
janela e vim acabar este capítulo para ir dormir.
Olhou para o céu, certificando-se de que não ia chover.
(ref. 1) (Machado de Assis, Dom Casmurro. Adaptado)
Clarete também teve o bom senso de não insistir, (ref. 2)
* palejar = tornar-se pálido, empalidecer.
Aponte o valor sintático de cada uma dessas orações. ** Luciano= escritor grego, criador do diálogo satírico.
Com relação às classes de palavras, aponte o valor que:
5. (Unb)
a) a preposição DE assume no contexto das frases:
Ajustou, na medida, umas talas de cálamo exatas, I. “... os morros palejavam de luar...”
II. “De manhã, com a fresca...”
E, do dorso através e da pele, enfiou no quelônio
E, conforme pensava, uma pele de boi esticou b) a conjunção COMO assume no contexto das frases:
E dois braços extremos dispôs, por travessa ajuntados. III. “Como eu insistisse...”
IV. “... como a dos amores...”
Sete cordas de tripa de ovelha estendeu harmoniosas.

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R.I. (Revisão Intercalada)

7. (Ufjf-pism 3 2022) No final dos anos 1980 e na década seguinte, a aborda-


gem educacional de Freire, extremamente valorizada no
Quem tem medo de Paulo Freire?
exterior, sofria aqui críticas de intelectuais que abraça-
ram uma concepção utilitarista da educação, concepção
Força de uma educação humanista, inclusiva e divulgada em documentos do Banco Mundial. 3Como
emancipadora sempre prevalecerá aquela instituição financiava reformas educacionais
aqui e em diversos países, ficou clara a vinculação entre
os projetos governamentais daquele período e o poder
Dagmar ZibasDoutora em educação pela USP
econômico da instituição financeira. O aspecto farsesco
e pesquisadora aposentada da Fundação Carlos do processo foi a tentativa de atribuir os baixos índices
Chagas de aprendizagem de todo o sistema de ensino a uma
1
Foi um privilégio frequentar, em 1982, o curso que suposta predominância de método freiriano nas escolas
Paulo Freire, recém-chegado do exílio, ministrava na públicas.
pós-graduação da PUC-SP; e ousado foi me candida-
Pesquisadores rigorosos rebateram essa falsa associa-
tar à função de secretária quando o mestre comen-
ção, divulgando dados e desenvolvendo sólidos argu-
tou, em sala de aula, que procurava pessoa que o
mentos para demonstrar que a adesão a Freire era (e
ajudasse a administrar sua correspondência.
é) absolutamente minoritária no conjunto das escolas
Como aluna, compreendi o valor de uma abordagem que públicas, uma vez que a metodologia exige formação
foca o educando em sua relação dialógica com o educa- sólida e tempo para um trabalho docente centrado
dor e como sujeito de sua aprendizagem, aprendizagem em profundo conhecimento das condições de vida do
das letras e da ciência, mas também do ser no mundo educando.
e na história.
Como pôr em prática tal metodologia em um sistema
Adicionalmente, como secretária de Paulo Freire por em que professores, exercendo profissão de baixo sta-
cinco anos, experimentei um sentimento de perplexidade tus social porque mal paga, circulam por duas ou mais
por lidar mensalmente com centenas de cartas (prove- escolas, enfrentando salas superlotadas, sem tempo até
nientes de países tão distintos como EUA, Inglaterra, para aprender o nome de todos os alunos? Pesquisas
Angola, Suécia, Índia, França, Austrália, Palestina ou sempre demonstraram que, na maioria absoluta das
Uruguai) que traziam as mais variadas solicitações, escolas públicas, vigora o ensino tradicional, em que
consultas e convites, cartas assinadas por renomados o estudante, na melhor das hipóteses, apenas reproduz
intelectuais, reitores de prestigiadas universidades, mecanicamente o conhecimento veiculado, sem conse-
professores universitários e de todos os outros níveis, guir compreender o significado ou a importância dos
estudantes, líderes comunitários etc. Esse assombro se conteúdos escolares para sua vida cotidiana ou para
estendia a outros aspectos. Por exemplo, me surpreen- seu futuro.
dia como uma figura de tal status podia se relacionar 4
Neste domingo (19), dia de comemoração do centená-
com tanta simplicidade e empatia com qualquer pessoa
rio do patrono da educação brasileira, é desalentador
que dela se acercasse.
registrar que, novamente, esferas oficiais estão ten-
Outras questões se colocavam: por que um professor, tando apagar a extraordinária contribuição de Paulo
armado apenas de giz e de palavras que expressavam Freire para projetos de desenvolvimento integral dos
um pensamento profundamente humanista e com evi- educandos. Entretanto, como nas tentativas anteriores,
dente influência cristã, incomodava tanto o governo o vigor das ideias freirianas prevalecerá, inspirando,
militar? aqui e em todo mundo, educadores que acreditam na
Qual a razão das ameaças que obrigaram o mestre a se força de uma educação humanista, inclusiva, e, por-
exilar para proteger a si e à família? A resposta estava tanto, emancipadora.
dada e, infelizmente, ainda é válida: um educador que TENDÊNCIAS / DEBATES. Fonte https://www1.folha.uol.com.br/
ajude o aluno a compreender-se como protagonista de opiniao/2021/09/quem-tem-medo-de-paulo-freire.shtml.
Acesso em 18/10/2021.
sua própria história, da história de sua comunidade
e de seu país será sempre considerado um perigo por
quem pretende calar voz daqueles que nunca tiveram
vez nas dinâmicas de poder do Estado e da sociedade.
2
Com a queda da ditadura, pensou-se que as tentativas
de suprimir a concepção freiriana da educação estariam
definitivamente enterradas. Mas nova perplexidade nos
aguardava.

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R.I. (Revisão Intercalada)

Leia o seguinte período, do texto: Observe as conjunções sublinhadas no trecho citado


(1) e em sua reescritura (2):
Como aquela instituição financiava reformas educacio-
nais aqui e em diversos países, ficou clara a vinculação (1) mas enquanto neste país houver sacerdotes respei-
entre os projetos governamentais daquele período e o táveis como Vossas Senhorias, Portugal há-de manter
poder econômico da instituição financeira. (ref. 3) com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé,
meus senhores, é a base da ordem! (ref. 1)
Ao articular as duas orações do período acima, a con- (2) mas quando neste país houver sacerdotes respei-
junção “como” estabeleceu qual relação semântica? táveis como Vossas Senhorias, Portugal há-de manter
Justifique sua resposta, reescrevendo o trecho e subs- com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé,
tituindo a conjunção por outra de valor semântico meus senhores, é a base da ordem!
semelhante.
Apresente a diferença de sentido entre os dois enun-
8. (Uerj 2019) ciados, a partir do uso de cada conjunção.
O fragmento de texto apresentado foi retirado do
Explique, também, o efeito de sentido produzido pelo
romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós.*
emprego da conjunção enquanto, considerando a con-
duta do padre Amaro e do cónego Dias ao longo da
FRAGMENTO V
narrativa.
Mas Amaro, radiante de se achar ali, numa praça de
Lisboa, em conversação íntima com um estadista ilus-
9. (Ufjf-pism 3)
tre, perguntou ainda, pondo nas palavras uma ansie-
dade de conservador assustado: Para responder à questão, leia o fragmento da
– E crê Vossa Excelência que essas ideias de república, peça Se eu fosse Iracema, de Fernando Marques.
de materialismo, se possam espalhar entre nós?
A história do homem branco é história.
O conde riu: e dizia, caminhando entre os dois padres,
até quase junto das grades que cercam a estátua de A ciência do homem branco é ciência.
Luís de Camões:
A religião do homem branco é religião.
– Não lhes dê isso cuidado, meus senhores, não lhes dê
A arte do homem branco é arte.
isso cuidado! É possível que haja aí um ou dois estur-
rados que se queixem, digam tolices sobre a decadência A filosofia do homem branco é filosofia.
de Portugal, e que estamos num marasmo, e que vamos
E a história de qualquer outro homem é folclore,
caindo no embrutecimento, e que isto assim não pode
durar dez anos etc., etc. Baboseiras!... é caso,
Tinha-se encostado quase às grades da estátua, e é mentira,
tomando uma atitude de confiança: é bobagem,
– A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros é superstição,
invejam-nos... E o que vou a dizer não é para lisonjear
a Vossas Senhorias: 1mas enquanto neste país houver é lenda,
sacerdotes respeitáveis como Vossas Senhorias, Portugal é enredo de escola de samba,
há-de manter com dignidade o seu lugar na Europa!
Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem! é poesia de livro didático.

– Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida, disseram com Só o homem branco sabe,
força os dois sacerdotes. Só o homem branco sobe,
(CAPÍTULO XXV) Só o homem branco salva,

* Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2000. Os outros homens: selva.


MARQUES, Fernando. Se eu fosse Iracema.
Rio de Janeiro, 2016. 20p.
Folder elaborado para divulgação.

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R.I. (Revisão Intercalada)

Releia o seguinte trecho: não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor,
não diferia muito do que os liberais diziam em 1848.
“A filosofia do homem branco é filosofia. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar
E a história de qualquer outro homem é folclore.” esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do
irmão.

Substitua a conjunção “e” por outra que não altere – Justamente! 4assentiu o pai.
fundamentalmente o sentido do trecho destacado. Jus- 5
Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos,
tifique sua escolha. suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente com-
prometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria
essa intenção torcida, mas a cara do filho tinha então
10. (Uerj)
o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso,
acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas,
O DISCURSO cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca,
tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita,
e a impressão do discurso foi resolvida. Também se
Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encader-
Toda ela estava nos filhos, e agora especialmente na nar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros,
carta e no discurso. Começou por não dar resposta às e um ainda mais rico para a Regente.
1
efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do
MACHADO DE ASSIS
conselheiro. Quando o filho tornou pelas férias tinha
Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.
esquecido a carta que escrevera.
O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que 1
efusão − manifestação expansiva de sentimentos
esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os 4
assentir − concordar
grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los
que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação,
caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. (ref. 2)
esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e
crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. A conjunção sublinhada estabelece paralelismo sin-
Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar tático entre duas orações. Identifique-as. Reescreva
aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia o trecho acima, substituindo a conjunção e por outra
vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o dis- conjunção coordenativa, mantendo o mesmo sentido e
curso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos ami- a mesma estrutura do período original.
gos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não
se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser 11. (Fgv)
cortadas.
– Cortadas, por quê? perguntou Santos, e ficou espe- Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a
rando a resposta. seguir.
– Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sen- Pensar no envelhecimento é algo que costuma incomo-
tido republicano, explicou ela relendo a frase que a dar a maior parte das pessoas. Herdamos das gerações
afligira. passadas a ideia de que a idade inexoravelmente sina-
liza o fim de uma vida produtiva plena e que o melhor
Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe
a fazer é aceitar a decadência física, almejando contar
achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir.
com o conforto proporcionado por uma boa aposentado-
– Pois não se transcreve o discurso. ria. Mas o mundo mudou. Hoje, uma nova geração des-
cobre que, se tomar decisões sábias na juventude, pode
– Ah! isso não! O discurso é magnífico, e não há de
tornar o tempo futuro uma genuína etapa da vida e,
morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as
mais do que isso, uma fase áurea da nossa existência.
províncias também, e até não se me daria fazê-lo tra-
duzir em francês. Em francês, pode ser que fique ainda Estudos demográficos apontam que as gerações nas-
melhor. cidas desde a década de 60 podem contar com, pelo
menos, mais 20 anos em sua expectativa de vida. Na
– Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do
verdade, se recuarmos um pouco mais, vamos constatar
rapaz; o imperador pode ser que não goste...
que esse bônus de longevidade é maior ainda. No início
Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, do século 20, mais ou menos na mesma época em que
interveio docemente para dizer que os receios da mãe a aposentadoria foi criada, a expectativa de vida ao

10
R.I. (Revisão Intercalada)

nascer do brasileiro era, em média, de 33 anos. Hoje necessidade. Felicidade é uma cenoura pendurada
estamos quase chegando aos 80. Em pouco mais de 100 numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às
anos o bônus de longevidade foi de quase 50 anos! vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mor-
Você S/A – Previdência, setembro de 2016. didinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa,
nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque.
Releia o primeiro parágrafo do texto e responde
ao que se pede. Extraído de AXT, Barbara. “A busca da felicidade”.
Revista Superinteressante – n.212, abril de 2005.
a) Explique os significados dos termos destacados: “... a http://super.abril.com.br/cultura/busca-
ideia de que a idade inexoravelmente sinaliza o fim felicidade-464107.shtml. Acesso em 26/07/2013.
de uma vida produtiva plena e que o melhor a fazer
é aceitar a decadência física, almejando contar com Texto 2
o conforto proporcionado por uma boa aposentadoria.
— Macabéa! Tenho grandes notícias para lhe dar! Preste
Mas o mundo mudou. Hoje, uma nova geração descobre
atenção, minha flor, porque é da maior importância o
que, se tomar decisões sábias na juventude, pode tor-
que vou lhe dizer. É coisa muito séria e muito alegre:
nar o tempo futuro uma genuína etapa da vida e, mais
sua vida vai mudar completamente! E digo mais: vai
do que isso, uma fase áurea da nossa existência.”
mudar a partir do momento em que você sair da minha
b) Reescreva a passagem “Hoje, uma nova geração desco-
casa! Você vai se sentir outra! Fique sabendo, minha
bre que, se tomar decisões sábias na juventude, pode
florzinha, que até o seu namorado vai voltar e propor
tornar o tempo futuro uma genuína etapa da vida...”,
casamento, ele está arrependido! E seu chefe vai lhe
empregando “já descobriu” em lugar de “descobre” e
avisar que pensou melhor e não vai mais lhe despedir!
substituindo a conjunção “se” por outra que preserve
o sentido do contexto. Faça as adaptações necessárias Macabéa nunca tinha tido coragem de ter esperança.
e indique a circunstância que esse trecho expressa no
Mas agora ouvia a madama como se ouvisse uma trom-
período.
beta vinda dos céus – enquanto suportava uma forte
taquicardia. Madama tinha razão: Jesus enfim prestava
12. (Pucrj) atenção nela. Seus olhos estavam arregalados por uma
Texto 1 súbita voracidade pelo futuro (explosão). E eu também
estou com esperança enfim.
A busca da felicidade
— E tem mais! Um dinheiro grande vai lhe entrar pela
Felicidade é um truque. Um truque da natureza con- porta adentro em horas da noite trazido por um homem
cebido ao longo de milhões de anos com uma só fina- estrangeiro. Você conhece algum estrangeiro?
lidade: enganar você. A lógica é a seguinte: quando — Não senhora, disse Macabéa já desanimando.
fazemos algo que aumenta nossas chances de sobrevi-
ver ou de procriar, nos sentimos muito bem. Tão bem — Pois vai conhecer. Ele é alourado e tem olhos azuis
que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas ou verdes ou castanhos ou pretos. E se não fosse porque
vezes. E essa nossa perseguição incessante de coisas você gosta de seu ex-namorado, esse gringo ia namorar
que nos deixem felizes acaba aumentando as chances você. Não! Não! Não! Agora estou vendo outra coisa
de transmitirmos nossos genes. “As leis que governam (explosão) e apesar de não ver muito claro estou tam-
a felicidade não foram desenhadas para nosso bem- bém ouvindo a voz de meu guia: esse estrangeiro parece
-estar psicológico, mas para aumentar as chances de se chamar Hans, e é ele quem vai se casar com você! Ele
sobrevivência dos nossos genes a longo prazo”, escreveu tem muito dinheiro, todos os gringos são ricos. Se não
o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num me engano, e nunca me engano, ele vai lhe dar muito
artigo para a revista americana Time. amor e você, minha enjeitadinha, você vai se vestir com
veludo e cetim e até casaco de pele vai ganhar!
A busca da felicidade é o combustível que move a huma-
nidade — é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter Macabéa começou (explosão) a tremelicar toda por
fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, causa do lado penoso que há na excessiva felicidade.
gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, Só lhe ocorreu dizer:
ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que — Mas casaco de pele não se precisa no calor do Rio...
cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante
do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. — Pois vai ter só para se enfeitar. Faz tempo que não
Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova boto cartas tão boas. E sou sempre sincera: por exem-
plo, acabei de ter a franqueza de dizer para aquela
moça que saiu daqui que ela ia ser atropelada, ela até
chorou muito, viu os olhos avermelhados dela? E agora
vou lhe dar um feitiço que você deve guardar dentro
deste sutiã que quase não tem seio, coitada, bem em
11
R.I. (Revisão Intercalada)

contacto com sua pele. Você não tem busto mas vai 14. (G1)
engordar e vai ganhar corpo. Enquanto você não engor-
dar, ponha dentro do sutiã chumaços de algodão para Observe as frases a seguir:
fingir que tem. Olha, minha queridinha, esse feitiço
também sou obrigada por Jesus a lhe cobrar porque
I. Numa manhã, Circe ofereceu flores a Ulisses.
todo o dinheiro que eu recebo das cartas eu dou para
um asilo de crianças. Mas se não puder, não pague, só II. O templo de Atena ficava no Olimpo.
venha me pagar quando tudo acontecer. III. Ulisses era amado por Penélope.
— Não, eu lhe pago, a senhora acertou tudo, a senhora IV. Os povos levavam para a deusa, oferendas.
é... V. Os marinheiros foram tomados pela ganância.
Estava meio bêbada, não sabia o que pensava, parecia Identifique o termo destacado em cada frase em:
que lhe tinham dado um forte cascudo na cabeça de
- Adjunto adnominal
ralos cabelos, sentia-se tão desorientada como se lhe
- Objeto indireto
tivesse acontecido uma infelicidade.
- Complemento agente da passiva
Sobretudo estava conhecendo pela primeira vez o que
os outros chamavam de paixão: estava apaixonada por 15. (Pucrj)
Hans.
A tarefa de desenvolver as capacidades intelectuais e
— E que é que eu faço para ter mais cabelo?, ousou morais do sujeito universal, como condição de aprimo-
perguntar porque já se sentia outra. ramento da personalidade do indivíduo, juntamente
— Você está querendo demais. Mas está bem: lave a com a inserção social e a reprodução dos conteúdos cul-
cabeça com sabão Aristolino, não use sabão amarelo em turais da tradição, formam o esteio da intencionalidade
pedra. Esse conselho eu não cobro. educativa moderna. A escola deve assumir o compro-
misso com o desenvolvimento das estruturas mentais
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela.
Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p.95-97. do sujeito para que ele seja capaz de operar em níveis
de abstração elevada. 1Essa é uma condição necessária
a) Reescreva o período abaixo no futuro, substituindo a para que os processos de tomada de consciência supe-
conjunção “quando” pela conjunção “se”. rem a racionalidade instrumental e habilitem o sujeito
Quando fazemos algo que aumenta nossas chances de frente às possibilidades da competência comunicativa.
sobreviver, nos sentimos muito bem.
b) Indique um conectivo que possa substituir o travessão
no segundo parágrafo do texto A busca da felicidade Cabe à escola favorecer uma aprendizagem crítica do
(Texto 1). conhecimento científico, promover a discursividade dos
c) Na linguagem oral informal, por vezes há um rela- alunos e a discussão pública das formas de racionalidade
xamento da norma culta. Determine qual, dentre os subjacentes aos processos escolares. [...] A construção
trechos abaixo, transcritos do Texto 2, apresenta um de uma razão que se descentra é condição necessária
desvio da norma culta e explique em que consiste o para que o sujeito reconheça outras razões e seja capaz
desvio. de agir com competência no discurso argumentativo,
i. “Preste atenção, minha flor, porque é da maior impor- fundamental para a racionalidade comunicativa que
tância o que vou lhe dizer.” opera nas bases de um pensamento refletido, tornando
conscientes os seus esquemas de ação.
ii. “E seu chefe vai lhe avisar que pensou melhor e não vai
mais lhe despedir!”
Texto adaptado de LIMA, João Francisco Lopes de.
A reconstrução da tarefa educativa: uma alternativa
13. (G1)
para a crise e a desesperança. Porto Alegre:
Editora Mediação, 2003, p. 103.
Nas frases a seguir, o termo em maiúsculo é um com-
plemento. Indique se é um complemento nominal ou
a) Reescreva o trecho a seguir sem a palavra que. Faça as
complemento verbal:
modificações necessárias.
a) Tratava DOS BOIS. “Essa é uma condição necessária para que os processos
b) O tratamento DOS BOIS, na fazenda, estava a cargo de de tomada de consciência superem a racionalidade ins-
um veterinário. trumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades
c) As Folias anunciavam A FESTA. da competência comunicativa” (referência 1)
d) O anúncio DA FESTA era feito pelas Folias. b) Com relação à frase abaixo, faça o que é pedido a
seguir.

12
R.I. (Revisão Intercalada)

“A escola deve assumir o compromisso com o desenvol-


vimento das estruturas mentais do sujeito para que ele
seja capaz de operar em níveis de abstração elevada.”

i. Determine o valor semântico do verbo auxiliar dever


na locução “deve assumir”.
ii. Indique um outro verbo auxiliar que mantenha o
mesmo sentido da expressão sublinhada e que forme
uma locução verbal com o verbo operar:

13
R.I. (Revisão Intercalada)

Interpretação de Texto
A cadência do surdo no coro que se forjou
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado
1. (Fuvest 2023) E as pessoas se olham e não se falam
Leia o excerto e responda à questão: Se esbarram na rua e se maltratam
Se os homens são estes seres da busca e se sua voca- Usam a desculpa de que nem Cristo agradou
ção ontológica é humanizar-se, podem, cedo ou tarde,
perceber a contradição em que a “educação bancária” Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?
pretende mantê-los e engajar-se na luta por sua liberta-
ção. Um educador humanista, revolucionário, não há de
esperar esta possibilidade. Sua ação, identificando-se, As pessoas não são más, elas só estão perdidas
desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no Ainda há tempo
sentido da humanização de ambos. Do pensar autên-
Criolo. “Ainda há tempo”. 2016.
tico e não no sentido de doação, da entrega do saber.
Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos a) Transcreva dois versos da letra da canção que corrobo-
homens. Crença no seu poder criador. Isto tudo exige ram o título “Ainda há tempo”.
dele que seja um companheiro dos educandos, em suas b) A letra da canção se constrói a partir de ideias antité-
relações com estes. A educação bancária, em cuja prá- ticas. Identifique e explique duas delas.
tica se dá a inconciliação educadoreducandos, rechaça
este companheirismo. E é lógico que seja assim.
3. (Fcmscsp 2023)
No momento em que o educador bancário vivesse a
“Pedaço de mim”, do neurocientista Sidarta Ribeiro
superação da contradição já não seria bancário. Já
não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não A cada ano, milhões de pessoas passam pela experiên-
prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes cia da perda traumática de uma extremidade corporal.
soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a Frequentemente, as penas psicológicas e sociais da
serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas amputação vêm acompanhadas de uma dor mais bruta,
a serviço da libertação. fruto da percepção fantasmagórica do pedaço perdido,
mão ou pé ausente doendo em pesadelos de sono e
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, p. 86-87. Adaptado. vigília. Pulsando, queimando ou coçando, o membro
fantasma reclama da incompletude do mutilado. Um
a) Explique o sentido da expressão “educação bancária”,
corpo que já não se representa como é, e sim como foi.
levando em conta a transferência da palavra “bancária”
do campo das finanças para o da educação. Decepado de forma acidental, o membro leva consigo
b) Como a repetição de “já não” contribui para a constru- terminais nervosos que não se reconstituem no coto.
ção do sentido do último parágrafo do texto? Disso resulta o desequilíbrio de vastos circuitos neurais
que cartografam a interface com o ambiente, chegando
2. (Fuvest 2023) até o âmago do sistema nervoso. As regiões cerebrais
correspondentes ao membro amputado são invadidas e
Leia o texto e responda à questão:
loteadas por representações vizinhas, num processo que
Cê quer saber? Então, vou te falar pune a falta de atividade neural com a inexorável subs-
Por que as pessoas sadias adoecem? tituição de sinapses e células. Tal plasticidade remapeia
a relação do corpo com o mundo, provocando a sensa-
Bem alimentadas, ou não ção fantasma. Um poeta diria que o cérebro transforma
Por que perecem? em incômodo a saudade do pedaço que perdeu. Será
possível reverter esse processo?
Tudo está guardado na mente
Um estudo de 2004 com pacientes biamputados sub-
O que você quer nem sempre condiz com o que outro
sente metidos a transplantes de ambas as mãos mostrou que
o cérebro é capaz de se reorganizar topograficamente
Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração mesmo após vários anos de amputação. Os resultados
E faz marmanjo chorar são extremamente animadores do ponto de vista clí-
nico, pois indicam que o córtex cerebral, anos depois
Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar da drástica modificação induzida pela amputação,
Que se vem da pessoa errada, não conta continua capaz de plasticidade plena. A incorporação
harmônica de uma parte alheia devolve ao paciente sua
Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa
função original, fundindo duas pessoas num corpo novo
E o que te faz feliz também provoca dor e maravilhoso. Nada se perde e tudo se transforma num

14
R.I. (Revisão Intercalada)

milagre da cirurgia e da reabilitação em que o pedaço a) Aponte a figura de linguagem utilizada para descrever
afastado renasce útil, matando a saudade do corpo exi- o “segundo Rio” e explique como o seu uso contribui
lado de si. Regressam os sinais, recria-se o mapa, segue para a caracterização em curso no texto.
refeita a vida. b) Com base no texto, explique em que consiste o “ter-
ceiro Rio de Janeiro”.
(Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020. Adaptado.)

a) Considere as seguintes frases extraídas do artigo: 5. (Fgv 2022)


1. “A cada ano, milhões de pessoas passam pela experiên-
Examine a tirinha de Jean Galvão, publicada em sua
cia da perda traumática de uma extremidade corporal.”
conta no Instagram em 26.11.2020.
(1º parágrafo)
2. “Pulsando, queimando ou coçando, o membro fantasma
reclama da incompletude do mutilado.” (1º parágrafo)
3. “A incorporação harmônica de uma parte alheia devolve
ao paciente sua função original, fundindo duas pes-
soas num corpo novo e maravilhoso.” (3º parágrafo)
Em qual dessas frases o autor faz uso do recurso retó-
rico da personificação? Justifique sua resposta.
b) Reescreva na voz ativa o trecho “As regiões cerebrais
correspondentes ao membro amputado são invadidas e
loteadas por representações vizinhas” (2º parágrafo). a) O que é um pleonasmo? Identifique o pleonasmo que
ocorre na tirinha.
b) Cite outro recurso expressivo que também contribui
4. (Fuvest 2022) para o efeito de humor da tirinha. Justifique sua res-
Existe o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro e o Rio de posta.
Janeiro. O primeiro Rio é aquele que ainda anseia por
Ipanemas perdidos, de um tempo em que os amores 6. (Ufjf-pism 3 2022)
eram recatados e silenciosos, o povo sorridente e polido,
Soneto XCVII
a água do mar cristalina e tépida e a música suave e
gingada. O segundo Rio é a terra de ninguém, trombe- Destes penhascos fez a natureza
teada nos noticiários de TV, em que cada esquina é um O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Vietnã ou Iraque e não há lugar seguro para correr. Que entre penhas tão duras se criara
Uma cidade de favelas que cercam os redutos de cida- Uma alma terna, um peito sem dureza.
dania, favelas dominadas por traficantes e demais ban- Amor, que vence os tigres, por empresa
didos que cada vez mais transbordam para o asfalto a Tomou logo render-me; ele declara
sua violência. Mas há ainda um terceiro Rio de Janeiro. Contra o meu coração guerra tão rara,
Aquele de quem anda de ônibus, compra nas bancas Que não me foi bastante a fortaleza.
os jornais populares, zanza pelo camelódromo, permi-
te-se um churrasquinho de gato com cerveja na esquina Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
e sabe que existem muitos matizes entre o preto e o A que dava ocasião minha brandura,
branco, a favela e o asfalto, a lei e o crime. Cidade de Nunca pude fugir ao cego engano:
pessoas que, seja qual for a cor e a classe social, andam Vós, que ostentais a condição mais dura,
pra lá e pra cá com celulares, ródios minúsculos, CDs Temei, penhas, temei, que Amor tirano,
piratas ou não e DVDs idem. É uma cidade que pode Onde há mais resistência, mais se apura.
ir do samba de roda ao techno music, da umbanda ao
padre pop, do grito para a casa da vizinha à internet (Fonte: PROENÇA FILHO, Domício (Org.).
num microinstante. É o Rio de Janeiro que, musical- A poesia dos inconfidentes.
mente, não cabe mais no compasso da bossa nova – por Rio de Janeiro: Aguilar, 1996. p. 95)
mais que alguns tenham tentado aditivar eletronica-
mente o seu balanço – e nem no chamado samba de Glossário: “Penha”: massa rochosa, saliente e isolada,
raiz, cultuado por setores jovens da classe média, mas localizada na encosta ou no dorso de uma serra.
definitivamente trocado pela grande massa pelo flexível
pagode romântico, que assume sem preconceitos as for- Há, em uma passagem do poema, uma “personificação”
mas úteis de toda a música popular, seja ela o rock, o do “elemento local” e uma interlocução do narrador
sertanejo, o pop negro americano. do poema com ele. Aponte tal passagem indicando os
versos em que ela ocorre.
Silvio Essinger. Batidão. Uma história do Funk.
Rio de Janeiro: Record, 2005. Adaptado.

15
R.I. (Revisão Intercalada)

7. (Fuvest 2021)
Leia os textos para responder à questão.
TEXTO 1

TEXTO 2
Uma dentre as várias equações que fundam o Brasil enquanto país é: governar é produzir incêndios. Marcado por uma
ideia de modernidade impulsionada pela crença de que modernizar é tomar posse de um terreno baldio, amorfo, preten-
samente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas, a fim de torná-lo “produtivo”, o Brasil foi criado por incêndios.
Diante das queimadas que agora retomam, devemos nos lembrar que a destruição pelo fogo é nossa maior herança
colonial.
V. Safatle, “Governar e produzir incêndios”. Adaptado.

a) Reescreva o fragmento “pretensamente sem culturas autóctones ditas desenvolvidas”, substituindo as palavras subli-
nhadas por outras de sentido equivalente.
b) Explique por que tanto o enunciado “É fogo”, no texto 1, quanto “governar é produzir incêndios”, no texto 2, apre-
sentam mais de um sentido no contexto em que foram empregados.

8. (Fgv 2020)
O Dr. Belém era um homem alto e magro; tinha os cabelos grisalhos e caídos sobre os ombros; em repouso era reto como
uma espingarda; quando andava curvava-se um pouco. Conquanto o seu olhar fosse muitas vezes meigo e bom, tinha
lampejos sinistros, e às vezes, quando ele meditava, ficava com olhos como de defunto.
Representava ter sessenta anos, mas não tinha efetivamente mais de cinquenta. O estudo o abatera muito, e os desgos-
tos também, segundo ele dizia, nas poucas vezes em que me falara do passado, e era eu a única pessoa com quem ele
se comunicava a esse respeito. Podiam contar-se-lhe três ou quatro rugas pronunciadas na cara, cuja pele era fria como
o mármore e branca como a de um morto.
(Machado de Assis. “Um esqueleto”. In:
Célia A. N. Passoni (org.). Onze contos de
Machado de Assis, 1994.)

No texto, o narrador faz uma descrição que mescla características físicas e psicológicas do Dr. Belém.
a) De qual recurso de linguagem figurada o narrador se vale para caracterizar a personagem? Exemplifique com uma
expressão do texto.
b) Que relação de sentido se estabelece entre as informações no período “Representava ter sessenta anos, mas não tinha
efetivamente mais de cinquenta”? De acordo com o texto, por que o Dr. Belém “representava ter sessenta anos”?

16
R.I. (Revisão Intercalada)

9. (Unesp 2020)
Leia o excerto do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto.
Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo de Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das
portas da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua sensação era que estava numa cidade estranha.
No subúrbio tinha os seus ódios e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus companheiros, e a sua fama de violeiro
percorria todo ele, e, em qualquer parte, era apontado; no subúrbio, enfim, ele tinha personalidade, era bem Cassi Jones
de Azevedo; mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele? Não era nada. Onde acabavam os trilhos
da Central, acabava a sua fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evaporava-se, e representava-se a si mesmo como
esmagado por aqueles “caras” todos, que nem o olhavam. [...]
Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante
daqueles rapazes a conversar sobre coisas de que ele não entendia e a trocar pilhérias; em face da sofreguidão com que
liam os placards1 dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava, Cassi vexava-se de não suportar
a leitura; comparando o desembaraço com que os fregueses pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem
mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moças que lhe pareciam rainhas e princesas, tal
e qual o bárbaro que viu, no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; enfim, todo aquele conjunto de coisas finas,
de atitudes apuradas, de hábitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a personalidade de
medíocre suburbano, de vagabundo doméstico, a quase coisa alguma.
(Clara dos Anjos, 2012.)

1
placards: nome que se dava às tabuletas que traziam resultados de competições esportivas, publicados nos jornais.
a) “no meio da multidão que jorrava das portas da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar” (1º parágrafo).
Identifique as figuras de linguagem utilizadas pelo narrador nas expressões sublinhadas.
b) Reescreva o trecho “lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar” (2º parágrafo), empregando a ordem
direta e adequando-o à norma-padrão da língua escrita.

10. (Unesp)
Para responder à(s) questão(ões), leia o soneto de Raimundo Correia (1859-1911).

Esbraseia o Ocidente na agonia


O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e de púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se, além, da serrania


Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia...

Um mundo de vapores no ar flutua...


Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua...

A natureza apática esmaece...


Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.
(Poesia completa e prosa, 1961.)

a) Transcreva da primeira estrofe um exemplo de personificação. Justifique sua resposta.


b) Cite duas características que permitem filiar esse soneto à estética parnasiana.

17
R.I. (Revisão Intercalada)

11. (Uerj)
MORTE E VIDA SEVERINA (AUTO DE NATAL PERNAMBUCANO)
O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

– O meu nome é Severino, filhos de tantas Marias


não tenho outro de pia. mulheres de outros tantos,
Como há muitos Severinos, já finados, Zacarias,
que é santo de romaria, vivendo na mesma serra
deram então de me chamar magra e ossuda em que eu vivia.
Severino de Maria; Somos muitos Severinos
como há muitos Severinos iguais em tudo na vida:
com mães chamadas Maria, na mesma cabeça grande
fiquei sendo o da Maria que a custo é que se equilibra,
do finado Zacarias. no mesmo ventre crescido
Mas isso ainda diz pouco: sobre as mesmas pernas finas,
há muitos na freguesia, e iguais também porque o sangue
por causa de um coronel que usamos tem pouca tinta.
que se chamou Zacarias E se somos Severinos
e que foi o mais antigo iguais em tudo na vida,
senhor desta sesmaria. morremos de morte igual,
Como então dizer quem fala mesma morte severina:
ora a Vossas Senhorias? que é a morte de que se morre
Vejamos: é o Severino de velhice antes dos trinta,
da Maria do Zacarias, de emboscada antes dos vinte,
lá da serra da Costela, de fome um pouco por dia
limites da Paraíba. (de fraqueza e de doença
Mas isso ainda diz pouco: é que a morte severina
se ao menos mais cinco havia ataca em qualquer idade,
com nome de Severino e até gente não nascida).

JOÃO CABRAL DE MELO NETO


Morte e vida severina e outros poemas em voz alta.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

Leia o trecho a seguir:


vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia. (l. 30-31)

Na descrição da serra, observa-se o emprego de uma figura de linguagem.

Nomeie essa figura. Indique, ainda, a relação estabelecida entre a personagem e o ambiente, a partir do efeito produ-
zido por essa descrição.

18
R.I. (Revisão Intercalada)

12. (Fgv) * Kalungas: habitantes da comunidade do quilombo


Kalunga, maior território quilombola do país.
Leia o texto e, em seguida, atenda ao que se
** Quilombolas: termo atribuído aos “remanescentes
pede.
de quilombos”. Atualmente, há no Brasil cerca de 2.600
comunidades quilombolas certificadas pela Fundação
Espigas cheias ou chochas
Cultural dos Palmares.
Este é o momento de cair na real. Não há muita saída
a) Identifique no texto dois motivos para o sofrimento
para o drama da hora, senão consertar o que está
histórico vivido pela comunidade quilombola Kalunga.
quebrado.
b) No final do texto há uma figura de linguagem conhe-
A economia vive de ciclos, curtos e longos. Disso já se
cida como paradoxo. Quais termos são utilizados para
sabia desde José do Egito, filho de Jacó, que avisou o
se obter esse efeito de sentido?
faraó de que sete anos de vacas magras e de espigas
chochas sucederiam a sete anos de vacas gordas e espi-
gas cheias. 14. (Unesp)
Para enfrentar caprichos do setor produtivo desse tipo Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia a letra
é que a humanidade aprendeu a fazer estoques, a da canção “Deus lhe pague”, do compsitor Chico
empilhar reservas e criar fundos de segurança, também Buarque (1944- ), composta em1971.
desde José do Egito ou desde o escravo grego Esopo, o
autor da fábula da cigarra e da formiga. Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
Um dos grandes problemas da economia brasileira é o A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
de que enfrenta agora brutal crise fiscal sem que admi- Por me deixar respirar, por me deixar existir
nistradores previdentes tenham previsto a tragédia nem Deus lhe pague
se preparado para enfrentá-la.
Celso Ming, http://economia.estadao.com.br,
04/05/2016. Pelo prazer de chorar e pelo “estamos aí”
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
a) Tendo em vista o assunto desenvolvido no texto, o que Um crime pra comentar e um samba pra distrair
existe de comum entre a fábula de Esopo e a história Deus lhe pague
bíblica de José do Egito? Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
b) Entendido em seu sentido literal, o trecho “sem que O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
administradores previdentes tenham previsto” contém Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
uma incoerência. O emprego de aspas em uma das Deus lhe pague
palavras desse trecho, conferindo a ela um sentido Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
especial, eliminaria a incoerência? Justifique. Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
13. (Unicamp) Deus lhe pague
Leia o texto a seguir e responda às questões.
Os anos correm entre um século e outro, mas os pro- Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
blemas permanecem os mesmos para os kalungas*. Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
Quilombolas** que há mais de 200 anos encontraram E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
lar entre os muros de pedra da Chapada dos Veadeiros, Deus lhe pague
na região norte do Estado de Goiás, os kalungas ainda
vivem com pouca ou quase nenhuma infraestrutura. De Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
todos os abusos sofridos até hoje, um em particular E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
deixa essa comunidade em carne viva: os silenciosos E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
casos de violência sexual contra meninas. Entretanto, Deus lhe pague
passado o afã das denúncias de abuso sexual que figu- www.chicobuarque.com.br.
raram em grandes reportagens da imprensa nacional
em abril do ano passado, a comunidade retornou ao O eufemismo consiste em atenuar o sentido desagra-
seu curso natural. E assim os kalungas continuam a dável de uma palavra ou expressão, substituindo-a por
viver no esquecimento, no abandono e, principalmente, outra, capaz de suavizar seu significado.
no medo. As vítimas não viram seus algozes punidos. O
silêncio prevalece e grita alto naquelas que se arrisca- Celso Cunha. Gramática essencial, 2013. Adaptado.
ram a mostrar suas feridas. O sentimento é o de ter se
exposto em vão. Transcreva o verso em que se verifica a ocorrência de
Adaptado de Jéssica Raphaela e Camila Silva, eufemismo. Justifique sua resposta.
O silêncio atrás da serra. Revista Azmina.
Disponível em http://azmina.com.br/secao/
osilencio-atras-da-serra/. Acessado em 03/10/ 2016.

19
R.I. (Revisão Intercalada)

Reescreva, em linguagem formal, o trecho destacado ZÉ PAULO


do seguinte verso: “Pelos andaimes, pingentes, que a
O quê?
gente tem que cair”.
ÁLVARES
15. (Ufg)
A morte é uma merda! Com ela, não me tornei nem uma
Leia os fragmentos a seguir. coisa nem outra. Nem poeta nem bacharel de direito...

LEMBRANÇA DE MORRER ZÉ PAULO


No more! o never more!* Tudo bem. Você escapou dessa.
Shelley
ÁLVARES (baixinho)
Pra melhor?
Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente, ZÉ PAULO (impaciente, agarra Álvares pelo braço e
passa a conduzi-lo)
Não derramem por mim nem uma lágrima
Sim, pra melhor, pra melhor...
Em pálpebra demente.
[…]
MARTINS, Alberto. Uma noite em cinco atos.
São Paulo: Editora 34, 2009. p. 28-29.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento: Os textos transcritos evidenciam a intertextualidade
da peça Uma noite em cinco atos com a poética de
Não quero que uma nota de alegria
Álvares de Azevedo, revelando que, mesmo com dife-
Se cale por meu triste passamento. rentes pontos de vista, há uma aproximação entre a
Eu deixo a vida como deixa o tédio visão moderna e a visão ultrarromântica sobre o tema
da morte. Com base nesta afirmativa, responda:
Do deserto, o poente** caminheiro a) Que recurso de intertextualidade é utilizado em "Uma
– Como as horas de um longo pesadelo noite em cinco atos" para estabelecer a relação direta
entre essa peça e o poema “Lembrança de morrer”?
Que se desfaz ao dobre de um sineiro; b) Em que se assemelham as ideias sobre a morte expres-
[…] sas pelo eu lírico, na terceira estrofe do poema, e pela
personagem Zé Paulo, no trecho da peça?

Descansem o meu leito solitário


Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida. –
[…]

* Não mais! Oh! Nunca mais!


** Palavra grafada “poento” na primeira edição (1853)
e na maioria das edições posteriores.

AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In:


Obra completa. Org. de Alexei Bueno.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 188-189.

[…]

ÁLVARES
Você disse “lembrança de morrer”? Lembrança de mor-
rer!? Mas então estou morto mesmo! Droga! A morte me
tirou a memória... (Pausa) Quer saber de uma coisa?

20
R.I. (Revisão Intercalada)

Literatura
1. (Pucrj 2023)
Fragmento de O Guarani
O sol vinha nascendo.
O seu primeiro raio espreguiçava-se ainda pelo céu anilado, e ia beijar as brancas nuvenzinhas que corriam ao seu
encontro.
Apenas a luz branda e suave da manhã esclarecia a terra e surpreendia as sombras indolentes que dormiam sob as copas
das árvores.
Era a hora em que o cacto, a flor da noite, fechava o seu cálice cheio das gotas de orvalho com que destila o seu perfume,
temendo que o sol crestasse a alvura diáfana de suas pétalas.
Cecília com a sua graça de menina travessa corria sobre a relva ainda úmida colhendo uma gracíola azul que se emba-
lançava sobre a haste, ou um malvaísco que abria os lindos botões escarlates.
Tudo para ela tinha um encanto inexprimível; as lágrimas da noite que tremiam como brilhantes das folhas das palmei-
ras; a borboleta que ainda com as asas entorpecidas esperava o calor do sol para reanimar-se; a viuvinha que escondida
na ramagem avisava o companheiro que o dia vinha raiando: tudo lhe fazia soltar um grito de surpresa e de prazer.
Enquanto a menina brincava assim pela várzea, Peri, que a seguia de longe, parou de repente tomado por uma ideia que
lhe fez correr pelo corpo um calafrio; lembrava-se do tigre.
De um pulo sumiu-se numa grande moita de arvoredo que se elevava a alguns passos; ouviu-se um rugido abafado, um
grande farfalhar de folhas que se espedaçavam, e o índio apareceu.
Cecília tinha-se voltado um pouco trêmula:
- Que é isto, Peri?
- Nada, senhora.
- É assim que prometeste estar quieto?
- Ceci não há de se zangar mais.
- Que queres tu dizer?
- Peri sabe! Respondeu o índio sorrindo.
Na véspera tinha provocado uma luta espantosa para domar e vencer um animal feroz, e deitá-lo submisso e inofensivo
aos pés da moça, julgando que isso lhe causava um prazer.
Agora estremecendo com o susto que sua senhora podia sofrer, destruíra em um instante essa ação de heroísmo,
sem proferir uma palavra que a revelasse. Bastava que ele soubesse o que tinha feito, e o que todos deviam
ignorar; bastava que sua alma sentisse o orgulho da nobre dedicação que se expandia no sorriso de seus lábios.
ALENCAR, José de. Literatura comentada.
São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.60-61.

a) A partir da leitura do texto, determine o estilo de época a que ele pertence, destacando dois aspectos que con-
firmem a sua resposta.
b) Indique a figura de linguagem presente no seguinte trecho de O Guarani: “O sol vinha nascendo. / O seu primeiro
raio espreguiçava-se ainda pelo céu anilado, e ia beijar as brancas nuvenzinhas que corriam ao seu encontro”.

21
R.I. (Revisão Intercalada)

2. (Ufu 2021)
Abaixo estão o poema “Canção do Exílio” (publicado em 1846), de Gonçalves Dias; o poema “Nova Canção do Exílio”,
do livro A rosa do povo, de Carlos Drummond e um trecho da letra Hino Nacional Brasileiro (composta por Joaquim
Osório Duque Estrada e oficializada em 1922).

CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,
Onde canta o sabiá; Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar - sozinho, à noite -
Não gorjeiam como lá. Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Nosso céu tem mais estrelas,
Onde canta o Sabiá.
Nossas várzeas têm mais
flores, Não permita Deus que eu morra,
Nossos bosques têm mais Sem que eu volte para lá;
vida, Sem que desfrute os primores
Nossa vida mais amores. Que não encontro por cá;
Sem que ‘inda aviste as palmeiras,
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá; Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos. p. 2.
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000115.pdf

NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO


Um sabiá Onde é tudo belo
na palmeira, longe. e fantástico,
Estas aves cantam só, na noite,
um outro canto. seria feliz.
(Um sabiá,
O céu cintila
na palmeira, longe.)
sobre flores úmidas.
Vozes na mata, Ainda um grito de vida
e o maior amor. e voltar
para onde é tudo belo
Só, na noite,
e fantástico:
seria feliz:
a palmeira, o sabiá,
um sabiá,
o longe.
na palmeira, longe.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.5)

22
R.I. (Revisão Intercalada)

HINO NACIONAL BRASILEIRO (Excerto) me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia
Do que a terra mais garrida, exprimir.

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; Não têm unidade de pensamento entre si, porque foram
compostas em épocas diversas – debaixo de céu diverso
“Nossos bosques têm mais vida,” – e sob a influência de impressões momentâneas. Foram
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”. compostas nas margens viçosas do Mondego e nos pín-
caros enegrecidos do Gerez – no Doiro e no Tejo – sobre
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
as vagas do Atlântico, e nas florestas virgens da Amé-
constituicao/hino.htm. Acesso em: 02 jun. 2021.
rica. Escrevi-as para mim, e não para os outros; conten-
a) Os versos de Gonçalves Dias “Nossos bosques têm mais tar-me-ei, se agradarem; e se não... é sempre certo que
vida,/ Nossa vida mais amores” foram replicados na tive o prazer de as ter composto.
letra do Hino Nacional Brasileiro. Esses versos apresen- Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos
tam uma figura de linguagem para caracterizar a terra de sobre a nossa arena política para ler em minha alma,
natal.
reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o pensa-
Identifique qual é a figura empregada e explicite que
mento que me vem de improviso, e as ideias que em
efeito de sentido ela promove tanto na “Canção do Exí-
mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano –
lio” quanto no Hino Nacional, levando-se em conta que
o aspecto enfim da natureza. Casar assim o pensamento
o primeiro é um poema do Romantismo e o segundo é
com o sentimento – o coração com o entendimento – a
um texto cívico oficial.
ideia com a paixão – cobrir tudo isto com a imaginação,
b) Em “Nova canção do Exílio”, os versos “Nossos bos-
fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar
ques têm mais vida,/ Nossa vida mais amores” passam
tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis
por uma intensa reelaboração, que resulta na segunda
a Poesia – a Poesia grande e santa – a Poesia como eu
estrofe do poema de Drummond.
a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem
Aponte, pelo menos, mais um exemplo de como Drum-
a poder traduzir.
mond se apropria do poema de Gonçalves Dias, alte-
rando sua forma e sentido. Em seguida, analise como O esforço – ainda vão – para chegar a tal resultado é
o processo de reelaboração em “Nova canção do Exílio” sempre digno de louvor; talvez seja este o só mereci-
altera a concepção romântica da pátria, marcante no mento deste volume. O Público o julgará; tanto melhor
poema de Gonçalves Dias. se ele o despreza, porque o Autor interessa em acabar
com essa vida desgraçada, que se diz de Poeta.
3. (Fuvest) Rio de Janeiro, julho de 1846.
Leia o texto e responda ao que se pede. DIAS, Gonçalves. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
– Não veem teus olhos lá o formoso jacarandá, que vai bv000115.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014.
subindo às nuvens? A seus pés ainda está a seca raiz
da murta* frondosa, que todos os invernos se cobria de a) Gonçalves Dias é considerado um dos grandes poetas
rama e bagos vermelhos, para abraçar o tronco irmão. do Romantismo brasileiro. Destaque do texto dois
Se ela não morresse, o jacarandá não teria sol para aspectos da estética romântica citados pelo autor.
crescer tão alto. b) Comente a noção de poesia que aparece no texto – “a
Poesia grande e santa” (4º parágrafo) – comparando-a
José de Alencar, Iracema.
com a defendida pelos modernistas de 1922.
*murta: arbusto, árvore pequena.
5. (Ufjf-pism 2)
a) É possível relacionar a imagem da murta ao destino de Texto I
Iracema no romance? Explique.
b) A frase “Se ela não morresse, o jacarandá não teria sol X
para crescer tão alto” pode ser entendida como uma Meu pobre leito! eu amo-te contudo!
alegoria do processo de colonização do Brasil? Expli-
Aqui levei sonhando noites belas;
que.
As longas horas olvidei libando
4. (Pucrj) Ardentes gotas de licor dourado,
Prólogo Esqueci-as no fumo, na leitura
Dei o nome de Primeiros Cantos às poesias que agora
Das páginas lascivas do romance...
publico, porque espero que não serão as últimas.
Meu leito juvenil, da minha vida
Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes, por-
que menosprezo regras de mera convenção; adotei todos És a página d’oiro. Em teu asilo
os ritmos da metrificação portuguesa, e usei deles como
23
R.I. (Revisão Intercalada)

Eu sonho-me poeta e sou ditoso... o policial do posto da divisa, e vão entoando o sagrado
nome do clube e a vitória certa.
E a mente errante devaneia em mundos
Há também o bêbado da estrada. Não é patético como
Que esmalta a fantasia! Oh! quantas vezes o dos poetas neorromânticos que exploram o gênero,
Do levante no sol entre odaliscas é simplesmente bêbado, sem pretensões, também ele
universal na pureza de sua irresponsabilidade. Está a
Momentos não passei que valem vidas! mil sonhos do futebol, mas a parada do caminhão para
Quanta música ouvi que me encantava! tomar água lhe comunica a chama do esporte, e ei-lo
que engrola a exortação enérgica:
Quantas virgens amei! que Margaridas,
– Vocês me tragam a vitó... a vitóooria! Eu fico espe-
Que Elviras saudosas e Clarissas, rando a vit…
Mais trêmulo que Faust, eu não beijava... Todos aplaudem freneticamente. Mas as pernas arriam,
Mais feliz que Don Juan e Lovelace e ele fica ali, desmanchado, à sombra da goiabeira,
dormindo na manhã de Minas Gerais…
Não apertei ao peito desmaiando!
ANDRADE, Carlos Drummond de.
Ó meus sonhos de amor e mocidade, A bolsa e a vida. Rio de Janeiro: Instituto
Nacional do Livro, 1963, p. 55-57.
Porque ser tão formosos, se devíeis
Me abandonar tão cedo... e eu acordava Explique, levando em conta a comparação entre os Tex-
tos I e II, de que maneira a passagem “Não é patético
Arquejando a beijar meu travesseiro? como o dos poetas neorromânticos que exploram o
gênero...”, presente no Texto II, representa uma crítica
AZEVEDO, Álvares. Ideias íntimas. In:
Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 208. dos modernistas ao Romantismo.

Texto II 6. (Uerj)
Domingo na estrada Inocência
(...) Depois das explicações dadas ao seu hóspede, sentiu-se
A terra é um universal domingo, as estampas não se o mineiro mais despreocupado.
destacam, desaparecem na série. Figura humana é que — Então, disse ele, se quiser, vamos já ver a nossa
custa a aparecer. Só o garotinho que brincava no barro, doentinha.
entre galinhas, e o braço de homem, no fundo escuro da
— Com muito gosto, concordou Cirino.
casa desbeiçada, erguendo a garrafa.
E, saindo da sala, acompanhou Pereira, que o fez passar
Gente começa afinal a surgir, desembocando da ruazi-
por duas cercas e rodear a casa toda, antes de tomar a
nha de arraial, em caminhões alegres, com inscrições:
porta do fundo, fronteira a magnífico laranjal, naquela
“Fé em Deus e pé na tábua”, “Chiquinha casa comigo”, ocasião todo pontuado das brancas e olorosas flores.
e um ar de festa que é também domingueiro, festa nas
roupas claras, nos lenços coloridos das cabeças; no riso
1
— Neste lugar, disse o mineiro apontando para o
largo, nos gritos. Rapazes de calção, viajando de pé, pomar, todos os dias se juntam tamanhos bandos de
aos berros. Vão disputar a grande partida em um dos graúnas, que é um barulho dos meus pecados. Nocência
dez lugares da redondeza onde o futebol resolveu o pro- gosta muito disso e vem sempre coser debaixo do arvo-
blema da felicidade repartindo-a com todos, do meritís- redo. É uma menina esquisita...
simo doutor juiz de direito aos presos da cadeia, que Parando no limiar da porta, continuou com expansão:
assistem atrás de grades ou por informação, e tomam
conhecimento do gol do seu clube pelo ruído particular
2
— Nem o Sr. imagina... Às vezes, aquela criança tem
dos foguetes. As moças vão também, salve ó moças! lembranças e perguntas que me fazem embatucar...
Já não têm nenhum ar especificamente montanhês, o Aqui, havia um livro de horas da minha defunta avó...
cabelo aparado em pontas irregulares, a calça comprida Pois não é que 3um belo dia ela me pediu que lhe
e justa internacionalizaram há muito o tipo feminino, ensinasse a ler? ... Que ideia! Ainda há pouco tempo
as garotas não são mais da França, da Turquia ou do me disse que quisera ter nascido princesa... Eu lhe
Ceará, são todas de capa de revista, e mesmo assim retruquei: E sabe você o que é ser princesa? Sei, me
continuam sendo a bem-aventurança e o licor da terra, secundou ela com toda a clareza, é uma moça muito
e passam chispando no caminhão Fenemê, e desacatam boa, muito bonita, que tem uma coroa de diamantes
na cabeça, muitos lavrados no pescoço e que manda
nos homens... Fiquei meio tonto. 4E se o Sr. visse os
modos que tem com os bichinhos?! ... Parece que está
falando com eles e que os entende... (...) Quando Cirino

24
R.I. (Revisão Intercalada)

penetrou no quarto da filha do mineiro, era quase noite, de maneira que, no primeiro olhar que atirou ao redor de si,
só pôde lobrigar, além de diversos trastes de formas antiquadas, uma dessas camas, muito em uso no interior; altas e
largas, feitas de tiras de couro engradadas. (...)
Mandara Pereira acender uma vela de sebo. Vinda a luz, aproximaram-se ambos do leito da enferma que, achegando ao
corpo e puxando para debaixo do queixo uma coberta de algodão de Minas, se encolheu toda, e voltou-se para os que
entravam.
— Está aqui o doutor, disse-lhe Pereira, que vem curar-te de vez.
— Boas noites, dona, saudou Cirino.
Tímida voz murmurou uma resposta, ao passo que o jovem, no seu papel de médico, se sentava num escabelo junto à
cama e tomava o pulso à doente.
Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho
atado por trás da nuca.
Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante.
Do seu rosto, irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a
custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras
nas mimosas faces.
Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.
Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um
colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença.
Razões de sobra tinha, pois, o pretenso facultativo para sentir a mão fria e um tanto incerta, e não poder atinar com o
pulso de tão gentil cliente.
VISCONDE DE TAUNAY
Inocência. São Paulo: Ática, 2011.

graúna – pássaro de plumagem negra, canto melodioso e hábitos eminentemente sociais


livro de horas – livro de preces
secundou – respondeu
lavrados – na província de Mato Grosso, colares de contas de ouro e adornos de ouro e prata
lobrigar – enxergar
escabelo – assento
facultativo – médico

A caracterização de Inocência confirma só parcialmente a idealização da heroína romântica.


Indique uma característica que Inocência apresenta em comum com as heroínas românticas e outra que a torna
diferente dessas heroínas.

25
R.I. (Revisão Intercalada)

7. (Ufg)
Texto 1
Rita Baiana
Olha meu nego quero te dizer Num outro dia o português lá da Gamboa
O que me faz viver O Epitácio da Pessoa
O que quase me mata de emoção Assim à toa se engraçou e disse:
É uma coisa que me deixa louca “Oh Rita rapariga eu te daria 100 miréis por teu amor”
Que me enche a boca Eu disse:
Que me atormenta o coração Vê se te enxerga seu galego de uma figa
Quem sabe um bruxo Se eu quisesse vida fácil
Me fez um despacho Punha casa no Estácio
Porque eu não posso sossegar o facho Pra Barão e Senador
É sempre assim Mas não vendo o meu amor
Ai essa coisa que me desatina Ah, ah, isso é que não!
Me enlouquece, me domina Olha meu nego quero te dizer
Me tortura e me alucina Não sei o que fazer
Olha meu nego Pra me livrar da minha escravidão
Isso não dá sossego Até parece que é literatura
E se não tem chamego Que é mentira pura
Eu me devoro toda de paixão Essa paixão cruel de perdição
Acho que é o clima feiticeiro Mas não me diga que lá vem de novo
O Rio de Janeiro que me atormenta A sensação
O coração Olha meu nego assim eu me comovo
Eu nem consigo nem pensar direito Agora não
Com essa aflição dentro do meu peito Ai essa coisa que me desatina
Ai essa coisa que me desatina Me enlouquece, me domina
Me enlouquece, me domina Me tortura e me alucina
Me tortura e me alucina E me dá
E me dá Uma vontade e uma gana dá
Uma vontade e uma gana dá Uma saudade da cama dá
Uma saudade da cama dá Quando a danada me chama
Quando a danada me chama Maldita de Rita Baiana
Maldita de Rita Baiana

Zezé Motta

Disponível em: <www.letras.mus.br/zeze-motta/240340/>. Acesso em: 3 out. 2012.

26
R.I. (Revisão Intercalada)

Texto 2 8. (Ufg)
Leia o trecho a seguir.
X
Um velho Timbira, coberto de glória,
Guardou a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Dizia prudente: – “Meninos, eu vi!”

“Eu vi o brioso no largo terreiro


Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest’hora diante de mi.

Texto 3 “Eu disse comigo: que infâmia d’escravo!


Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das Pois não, era um bravo;
impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a
Valente e brioso, como ele, não vi!
luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das
sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das E à fé que vos digo: parece-me encanto
baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a
Que quem chorou tanto,
palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma
outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era Tivesse a coragem que tinha o Tupi!”
o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju,
que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a
cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca Assim o Timbira, coberto de glória,
doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do Guardava a memória
corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe
as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando- Do moço guerreiro, do velho Tupi!
-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma E à noite nas tabas, se alguém duvidava
centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela
música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela Do que ele contava,
nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Tornava prudente: “Meninos, eu vi!”
Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
afrodisíaca. DIAS, Gonçalves. I - Juca Pirama seguido de Os Timbiras.
Porto Alegre: LP&M Pocket, 2007. p. 28.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Rio de Janeiro:
Otto Pierre, 1979. p. 110-111.
A respeito do canto transcrito, correspondente à
parte final de I – Juca Pirama, de Gonçalves Dias,
No estabelecimento da coesão textual da letra de can- responda:
ção, a referência ao sentimento que move Rita é feita
de maneira peculiar. Nesse sentido, responda: a) Por que o guerreiro Tupi, prisioneiro dos Timbiras no
passado, parece ainda mais heroico na fala do velho
a) Que sentimento é esse? que narra a história do que ao longo do poema?
b) Considerando-se a progressão das ideias no texto, b) Que efeito produz a sentença “Meninos, eu vi!”,
como a referenciação é promovida? repetida duas vezes no poema?
c) Que efeito de sentido o modo de progressão das ideias
provoca em quem lê a canção?

27
R.I. (Revisão Intercalada)

9. (Ufba) 10. (Unb)


Textos I-Juca Pirama
I.
Sob as apreensões de uma crise social iminente, infalí-
Meu canto de morte,
vel, que a todos há de custar direta ou indiretamente
onerosos sacrifícios, o povo brasileiro, e particular- Guerreiros, ouvi:
mente os lavradores, esperam ansiosos, entre receios
Sou filho das selvas,
por certo justificáveis e clamores que se explicam sem
desar, o pronunciamento legal e decisivo da solução do Nas selvas cresci;
problema da emancipação dos escravos.
Guerreiros, descendo
[...]
Da tribo Tupi.
Ninguém se iluda, ninguém se deixe iludir. Não há
Da tribo pujante,
combinação de interesses, não há partido político, não
há governo, por mais forte que se presuma, que possa Que agora anda errante
impedir o proceloso acontecimento. Por fado inconstante,
[...] Guerreiros, nasci;
A voz de Deus, o brado do século da liberdade, a opinião Sou bravo, sou forte,
do mundo, o pronunciamento dos governos, o espírito e
a matéria, a ideia e a força querem, exigem, e em caso Sou filho do Norte;
extremo hão de impor a emancipação dos escravos. Meu canto de morte,
MACEDO, Joaquim Manuel de. As vítimas algozes: Guerreiros, ouvi.
quadros da escravidão. 4. ed. São Paulo:
Zouk, 2005. p. 7 e 8.

II. Aos golpes do imigo,


Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.

Meu pai a meu lado


Mané galinha: [...] Você é uma criança!
Já cego e quebrado,
Menino: — Que criança? Eu fumo, cheiro, já matei, já
roubei [...] Eu sou sujeito homem. De penas ralado,
Cidade de Deus (2002). Direção: Fernando Meirelles. Firmava-se em mi:
Intérpretes: Matheus Nachtergaele e um grupo de
atores, em sua maioria, amadores, moradores da Nós ambos, mesquinhos,
comunidade retratada no filme. Roteiro:
Bráulio Mantovani. Por ínvios caminhos,
Cobertos d’espinhos
Os fragmentos transcritos dizem respeito à visão fic-
cional da existência de afrodescendentes no Brasil, em Chegamos aqui!
momentos históricos distintos.
Teça um comentário sobre as representações do negro
brasileiro de ontem e de hoje, focalizadas nas duas Eu era o seu guia
obras e identificadas por I e II. Na noite sombria,
A só alegria

28
R.I. (Revisão Intercalada)

Que Deus lhe deixou: d) Para conferir dramaticidade ao momento de tensão em


que o índio Tupi se apresenta à tribo que o aprisionou,
Em mim se apoiava,
o poeta utiliza esquema métrico e rítmico ágil, desta-
Em mim se firmava, cando-se a redondilha maior e as rimas cruzadas.
e) O índio, nesse poema de Gonçalves Dias e nas demais
Em mim descansava, obras do indianismo romântico brasileiro, é represen-
Que filho lhe sou. tado segundo técnica literária realista, por meio da
qual se pretende revelar o índio como legítimo dono
das terras e da identidade cultural do país.
Ao velho coitado f) Verifica-se, nas últimas estrofes apresentadas, que o
grande temor do personagem narrador é a morte, ape-
De penas ralado, sar de a desdita que a vida reservou a ele e a seu pai
Já cego e quebrado, ser apresentada em forma de lamento.
g) O movimento romântico brasileiro, do qual o poema
Que resta? — Morrer. I-Juca Pirama é produção exemplar, procurou
estabelecer as bases literárias da identidade cultural
Enquanto descreve
brasileira, objetivando a superação do cosmopolitismo
O giro tão breve expresso pela estética neoclássica, característica do
Arcadismo.
Da vida que teve, h) Autores do modernismo brasileiro retomaram o tema
Deixai-me viver! do índio moralmente forte como símbolo da nação,
como se pode verificar na obra Macunaíma, de Mário
de Andrade.
Não vil, não ignavo,
11. (Uerj)
Mas forte, mas bravo,
Daí à pedreira restavam apenas uns cinquenta passos
Serei vosso escravo:
e o chão era já todo coberto por uma farinha de pedra
Aqui virei ter. moída que sujava como a cal.
Guerreiros, não coro Aqui, ali, por toda a parte, encontravam-se trabalha-
dores, uns ao sol, outros debaixo de pequenas barracas
Do pranto que choro:
feitas de lona ou de folhas de palmeira. De um lado
Se a vida deploro, cunhavam pedra cantando; de outro a quebravam
Também sei morrer. a picareta; de outro afeiçoavam lajedos1 a ponta de
picão2; mais adiante faziam paralelepípedos a escopro2
Gonçalves Dias
e macete2. E todo aquele retintim de ferramentas, e o
martelar da forja, e o coro dos que lá em cima brocavam
A partir do trecho apresentado, extraído do clássico
a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda zoada ao longe,
poema do indianismo brasileiro I-Juca Pirama, julgue
que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada;
os itens a seguir.
tudo dava a ideia de uma atividade feroz, de uma luta
a) No contexto da literatura brasileira do século XIX, era
incomum o recurso a protagonistas ameríndios em de vingança e de ódio. Aqueles homens gotejantes de
poemas épicos e romances. Especialmente os autores suor, bêbedos de calor, desvairados de insolação, a que-
que se filiavam ao romantismo tenderam a dar desta- brarem, a espicaçarem, a torturarem a pedra, pareciam
que, nos seus textos, a heróis de proveniência euro- um punhado de demônios revoltados na sua impotência
peia, como forma de rejeitar o projeto de uma iden- contra o impassível gigante que os contemplava com
tidade brasileira, bem como de restaurar os laços com desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos
a cultura europeia, que haviam sido cortados desde a os tiros que lhe desfechavam no dorso, deixando sem
independência. um gemido que lhe abrissem as entranhas de granito.
b) O refrão do poema — “Meu canto de morte,/ Guerrei- O membrudo cavouqueiro3 havia chegado à fralda4
ros, ouvi” — remete ao passado do personagem épico do orgulhoso monstro de pedra; tinha-o cara a cara,
I-Juca Pirama, como indica o emprego da forma verbal mediu-o de alto a baixo, arrogante, num desafio surdo.
“ouvi”, flexionada no pretérito do indicativo.
c) Ao utilizar como recurso de composição a narrativa A pedreira mostrava nesse ponto de vista o seu lado
em primeira pessoa do singular, o autor potencializa o mais imponente. Descomposta, com o escalavrado5
apelo romântico do texto, fazendo que o drama do per- flanco exposto ao sol, erguia-se altaneira e desas-
sonagem Tupi seja sublinhado pela perspectiva íntima, sombrada, afrontando o céu, muito íngreme, lisa,
a partir da qual os fatos são apresentados. escaldante e cheia de cordas que mesquinhamente lhe
escorriam pela ciclópica6 nudez com um efeito de teias
de aranha. Em certos lugares, muito alto do chão, lhe

29
R.I. (Revisão Intercalada)

haviam espetado alfinetes de ferro, amparando, sobre palmatória. E essa lá estava, pendurada no portal da
um precipício, miseráveis tábuas que, vistas cá de janela, à direita, 2com os seus cinco olhos do diabo.
baixo, pareciam palitos, mas em cima das quais uns
Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la,
atrevidos pigmeus de forma humana equilibravam-se,
com a força do costume, que não era pouca. E daí,
desfechando golpes de picareta contra o gigante.
pode ser que, alguma vez, as paixões políticas domi-
O cavouqueiro meneou a cabeça com ar de lástima. O nassem nele a ponto de poupar nos uma ou outra
seu gesto desaprovava todo aquele serviço. correção. (...)
– Veja lá! disse ele, apontando para certo ponto da Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui
rocha. Olhe para aquilo! Sua gente tem ido às cegas recebendo 7os bolos uns por cima dos outros, até
no trabalho desta pedreira. Deviam atacá-la justamente completar doze, 4que me deixaram as palmas verme-
por aquele outro lado, para não contrariar os veios da lhas e inchadas. Acabou, pregou-nos outro sermão.
pedra. Esta parte aqui é toda granito, é a melhor! Pois Chamou-nos 5sem vergonhas, desaforados, e jurou
olhe só o que eles têm tirado de lá – umas lascas, uns que, se repetíssemos o negócio, apanharíamos 6tal
calhaus7 que não servem para nada! É uma dor de cora- castigo que nos havíamos de lembrar para todo o
ção ver estragar assim uma peça tão boa! Agora o que sempre.
hão de fazer dessa cascalhada que aí está senão maca-
Machado de Assis. Contos de escola. São Paulo:
cos8? E brada aos céus, creia! ter pedra desta ordem Cosac & Naify, 2002, p. 13 e 24.
para empregá-la em macacos!
O vendeiro escutava-o em silêncio, apertando os beiços, Ainda considerando o texto, extraído de Contos de
aborrecido com a ideia daquele prejuízo. Escola, e os diversos temas por ele suscitados, julgue
os itens a seguir.
Aluísio Azevedo a) No trecho “Não esqueçam que estávamos então no
O cortiço. São Paulo: Ática, 2009. fim da Regência”, o narrador dirige-se aos leitores,
utilizando a linguagem em sua função conativa, como
Vocabulário: evidencia o emprego do modo imperativo no início do
1
lajedos - pedras período.
2
picão, escopro, macete - instrumentos de trabalho b) O narrador menciona a possibilidade de o mestre Poli-
3
cavouqueiro - aquele que trabalha em minas e carpo ter algum partido. Considerando o período da
pedreiras história brasileira a que a narrativa se refere — “o fim
4
fralda - parte inferior da Regência” —, Policarpo poderia optar por regressis-
5
escalavrado - golpeado, esfolado tas ou por progressistas.
6
ciclópica - colossal, gigantesca c) Dentro do contexto histórico contemplado na narra-
7
calhaus - pedras soltas tiva, a Cabanagem, a Sabinada e a Balaiada podem
8
macacos - paralelepípedos compor o quadro da “agitação pública” (ref. 8) a que
alude o narrador.
Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor, d) Assim como a palmatória, mencionada no texto, ser-
desvairados de insolação, (2º parágrafo) viu de instrumento de opressão aos alunos, a Guarda
Nacional, criada pelo ministro da Justiça, o padre Feijó,
O enunciado acima apresenta uma sequência de serviu para reprimir as forças anárquicas contrárias às
sensações. aristocracias locais.
Aponte o valor semântico dessa sequência e identi- e) O trecho reproduzido acima é representativo da esté-
fique no texto outro exemplo em que a disposição tica realista de Machado de Assis, caracterizada pela
das palavras produza efeito similar. observação crítica da sociedade e pelo tratamento não
idealista das personagens.
12. (Unb) f) Os contos machadianos são conhecidos pela habilidade
ficcional narrativa que frequentemente se une à alusão
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo a fatos históricos do século XIX, como acontece nos
para o filho, 3buscava-o muitas vezes com os olhos, para Contos de Escola.
trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos, g) A exemplo de Dom Casmurro, romance da segunda fase
metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal, machadiana, a obra Contos de Escola extrai sua força
cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ficcional do recurso narrativo do fluxo de consciência.
ele lia devagar, 1mastigando as ideias e as paixões. Não h) A relação entre a política e o castigo empregado pelo
esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e “mestre” é sublinhada com fina ironia pelo narrador,
que era grande a 8agitação pública. Policarpo tinha, como se pode perceber no último período do primeiro
decerto, algum partido, mas nunca pude averiguar parágrafo.
esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a

30
R.I. (Revisão Intercalada)

13. (Unicamp) Nova canção do exílio


Leia, a seguir, a letra de uma canção de Chico À Josué Montello
Buarque inspirada no romance de José de Alencar,
“Iracema - uma lenda do Ceará”:
Um sabiá
Iracema voou
na palmeira, longe.
Iracema voou
Estas aves cantam
Para a América
um outro canto.
Leva roupa de lã
O céu cintila
E anda lépida
sobre flores úmidas.
Vê um filme de quando em vez
Vozes na mata,
Não domina o idioma inglês
e o maior amor.
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Só, na noite,
Com um mímico
seria feliz:
Ambiciona estudar
um sabiá,
Canto lírico
na palmeira, longe.
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Onde tudo é belo
Tem saudade do Ceará
e fantástico,
Mas não muita
só, na noite,
Uns dias, afoita
seria feliz.
Me liga a cobrar:
(Um sabiá,
- É Iracema da América
(Chico Buarque, “As Cidades”. Rio de Janeiro:
na palmeira, longe.)
Marola Edições Musicais Ltda.,1998.)

Ainda um grito de vida


a) Que papel desempenha Iracema no romance de José de
Alencar? E na canção de Chico Buarque? voltar
b) Uma das interpretações para o nome da heroína do
para onde tudo é belo
romance de José de Alencar é de que seja um anagrama
de “América”. Isto é, o nome da heroína possui as mes- e fantástico:
mas letras de “América” dispostas em outra ordem.
a palmeira, o sabiá,
Partindo dessa interpretação, explique o que distingue
a referência à América no romance daquela que é feita o longe.
na canção. (“A rosa do povo”, em Carlos Drummond de Andrade,
“Poesia e Prosa”. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1988, p.117.)
14. (Unicamp)
Carlos Drummond de Andrade reescreve a famosa a) Além de expatriação, a palavra exílio significa também
“Canção do exílio” de Gonçalves Dias, na qual o poeta “lugar longínquo” e “isolamento do convívio social”.
romântico idealiza a terra natal distante. Quais palavras expressam estes dois últimos significa-
dos no poema de Drummond?
b) Como o eu lírico imagina o lugar para onde quer vol-
tar?

31
R.I. (Revisão Intercalada)

15. (Unifesp)
Leia o texto.

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no


horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabe-
los mais negros que a asa da graúna, e mais longos que
seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a bau-
nilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem
corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil
e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que
vestia a terra com as primeiras águas.
(José de Alencar, “Iracema”.)

a) Explique a construção da personagem em conformi-


dade com os preceitos da literatura romântica.
b) Identifique e exemplifique o recurso linguístico-tex-
tual recorrente para a construção da personagem.

32
R.I. (Revisão Intercalada)

After a while, your mind is always ready to come


Inglês up with a quirky statement about anything; it actually
becomes habitual – which could be detrimental to your
reputation if you’re not careful. It’s also really fun as it
1. (Uerj) keeps you on your toes.

A few notes about humour <theamateurobserver.wordpress.com>


Charlie Chaplin said it best: “A day without laughter is
(*) witty – espirituoso(a)
a day wasted”. Money might be what makes the world
(**) spread like wildfire – alastrar-se
go round, but humour is what makes the journey toler-
able. What better way to acknowledge something than
to consume it in jest? Tanto pronomes como verbos auxiliares podem substi-
tuir frases, como se observa nestes exemplos:
Humor is the spice of life. Fun and laughter help reduce
stress, and also help to keep you happy and healthy. This is significantly easier than compiling a whole show,
Everybody loves a good laugh, and everybody needs a (ref. 1)
good reason to laugh once in a while. I have always like they did during the rescue of the Chilean miners,
enjoyed listening to people tell jokes, and enjoyed (ref. 2)
telling jokes too. There are many ways in which com-
edy can be used in life, but my personal favourite is Indique a que se referem os elementos sublinhados.
undoubtedly observational humour.
Observational humour is the sort where people make
2. (Epcar (Afa) 2023)
fun of life in general, turning the run-of-the-mill day
into something people can laugh about. It takes a good
amount of story-telling skill to turn a mundane, silly
instance into a funny and witty* remark. Some of the
comedians who have this skill are Mitch Hedberg, Dylan
Moran, Louis C. K., George Carlin, Ed Byrne, and the
list goes on.
Many people can manage to get out a laugh or two
about aspects of life that pertain to a specific audience
– for example, an in-joke that only locals will under-
stand. But it takes something else to execute a bril-
liantly funny story about people in general, something
that manages to creep past the cliché bin, which is why
I have a good deal of respect for those comedians.
A sub-section of observational humor is when come-
dians, or regular folk, poke fun at current affairs, Ao analisar a frase "your generation will have had a
generally serious current affairs, and turn them into better or worse life" indique:
something satirical. 1This is significantly easier than
a) o tempo verbal utilizado;
compiling a whole show, and only requires you to follow
b) qual estrutura utilizada; c) a decisão do autor em re-
current affairs and have a bit of wit about you. Besides
correr a este tempo verbal
this, with some skilled wordplay and a good perfor-
mance, many a situation can be turned into a joke. The
more grave the actual situation, the funnier and darker 3. (Uerj)
the spin-off story can be, if pun permits. COMICS AS AN AMERICAN ART FORM
Twitter is one of the current hang-outs for the exchanges Whether in the Sunday paper or in a critically acclaimed
of these situational comics, and word plays spread like graphic novel, comics have become a distinctive
wildfire** once they’re out – 2like they did during the
American art form. Comic strips, comic books, and the
rescue of the Chilean miners, in october, 2010, for
characters that people them, are reflections of the cou-
instance. Many of the jokes come from dedicated com-
ntry’s culture from the end of the 19th century to the
edy spots (such as Sickipedia or Uncyclopedia), but the
present.
point is that there are many healthy communities and
opportunities for people to express their farce take on 1
In the late 1800s, many conditions seemed ripe for the
things. arrival of a new form of communication that was neither
merely literature nor merely graphic art. New and more
advanced printing presses were allowing newspapers to

33
R.I. (Revisão Intercalada)

print more copies, better and faster, making it possible In the approximately 110 year-long-life of comics,
to easily reach an ever-increasing public. Also at that they have encompassed every aspect of American life,
time, the enormous influx of new immigrants from eas- (ref. 6)
tern and southern Europe, with little or no knowledge
of the English language, gave the medium of visual Justifique o emprego das formas verbais sublinhadas.
communication a steady audience. A seguir, retire do texto, em inglês, outro exemplo
The new cultural form was characterized by narrative para cada uma das noções temporais expressas por
told in a sequence of pictures, with continuing casts essas formas.
of characters, and dialogue or text within the picture
frame. At this point, a new distinction was created that Responda EM PORTUGUÊS.
separates most comic strips from the pictorial narrati-
ves of previous centuries. Comic strips were designed to
4. (Uff 2002)
compel the eye to travel forward from panel to panel,
whereas earlier drawings were static and mainly served FASHION
as illustrations for text. This new, kinetic, dimension of
American comic art was a major departure from the car-
BYE BYE, BARBIE
toons created at that time in other parts of the world.
2
Many experts designate the “birthdate” of American The new breed of Brazilian beauty
comics as 1895, when the Yellow Kid first appeared.
Among the many comics artists, 3one of the earliest was It’s hard to imagine, but Suyane Moreira didn’t always
Richard Outcault (1863-1928), who created two of the like what she saw in the mirror. Sure, she was pretty
field’s important characters, the Yellow Kid (1895) and enough, the sort of pretty that can stop a conversa-
Buster Brown (1902), and pioneered the development tion. And with her cinnamon skin, the curtain of raven
of the Sunday funnies and the merchandising of comics’ hair and deep, black, come-hither eyes, who wouldn’t
characters. Using his childhood insecurities and failures notice? But until recently Moreira mostly saw what
as material, 5Charles Schulz (1922-2000) was the writer wasn’t there. “I wanted to be blond and blue-eyed”,
and artist of the incomparable Peanuts, which became she says. Her girlhood idol was Xuxa, the wildly popular
the most widely read comic strip in the world, inspiring children’s TV-show host, and Brazil’s answer to Barbie.
animated cartoons, toys, and reprint books.
No longer. Ever since she started strutting for Ford
Gary Trudeau’s (1948- ) Doonesbury made him the Models late last year, this reedy youngster from a
most prominent cartoonist-commentator on the poli- drowsy village in northeastern Brazil has refashioned
tical scene during the 1970s, 4bringing him the 1975 her attitude. Moreira, who turns 19 in September, has
Pulitzer Prize, the first ever awarded for a comic strip. posed for Italian Vogue and the British fashion bible
7
Calvin and Hobbes is written and drawn by former poli- ID and will soon debut on catwalks at New York and
tical cartoonist Bill Watterson (1958- ), who is known London. She knows it’s a steep climb to that glamor-
for having his characters, a manic six-year-old and a ous world where Brazilian übermodel Gisele reigns. But
level-headed tiger, make abrupt mid-strip shifts from when Moreira consults the looking glass these days, she
fantasy to reality, and from one character’s viewpoint
sees what was there all along: a striking young woman
to another.
whose burnished skin and angular features tell of deep
6
In the approximately 110 year-long-life of comics, they indigenous roots. “I am proud to be Indian”, she told
have encompassed every aspect of American life, from NEWSWEEK recently. “I like the way I look”.
the down-to-earth to the esoteric. Today, due to cutba-
cks on space for continuity strips in newspapers, artists In Brazil’s complicated social taxonomy, Moreira is a
no longer have as much size available to include exten- “cafuza” - the progeny of African and Indian ances-
sive detail in their work and comics have become less tors. Her late father, a nightclub singer, was black. Her
popular with newspaper readers. The impact that the mother is a descendant of full-blooded native Brazilians
arrival of the computer age will have on comic artistry - which native Brazilians isn’t clear. The genealogy died
remains to be seen. with Moreira’s great-grandmother, who - family legend
has it - was stolen from the cradle by white hunters
Clearly, animation of cartoon characters is making a
on the Serra do Cariri, a scarp named after a bygone
comeback in movies and on digital entertainment web-
Indian nation.
sites. Fans of “the funnies” will be waiting to see.
www.askart.com Native Brazilians have always inflamed the national
imagination, either as menaces or mascots. For nearly
300 years, when they outnumbered the European colo-
Observe os fragmentos: nists, they were seen either as barbarians at the gate
Charles Schulz (1922-2000) was the writer and artist or as Christians in the rough. Many massacres later,
of the incomparable “Peanuts”, (ref. 5)

34
R.I. (Revisão Intercalada)

when they were no longer a threat, they could be safely 3 Your Posture: Stand and sit erect. We’re not talking
resurrected as cultural icons and even heroes. “ramrod” posture, but show some energy and enthu-
siasm. A slouching posture looks tired and uncaring.
Does Moreira’s rise represent ethnic pride or opportun-
Check yourself out in a mirror or on videotape.
ism? Has the fashion industry struck a blow for tolerance
or found a pretty new product for the ethnic market? 4 Eye Contact: Look the interviewer in the eye. You
There’s room for skepticism, but marketing “Indian- don’t want to stare, as this shows aggression. Occasio-
ness” is itself proof of changing attitudes. Moreira is nally, glance at the interviewer’s hand as he is speaking.
not about to shed her heels to return to the reservation, By constantly looking around the room while you are
but she no longer fancies becoming a Brazilian Barbie. talking, you convey a lack of confidence or discomfort
“I have a dream”, she confesses. “I’d love to spend with what is being discussed.
some days with an Indian tribe, learning their dances 5 Your Hands: Gesturing or talking with your hands is
and eating their food”. Which tribe? “I’m not sure”, she very natural. Getting carried away with hand gestures
says, flicking her jet hair and flashing a camera-ready can be distracting. Also, avoid touching your mouth
grin. There won’t be any lack of invitations. while talking. Watch yourself in a mirror while talking
BY MAC MARGOLIS on the phone. Chances are you are probably using some
NEWSWEEK, August 13, 2001. of the same gestures in an interview.
Glossary 6 Don’t Fidget: There is nothing worse than people
strutting: desfilar playing with their hair, clicking pen tops, tapping feet
reedy: esbelta or unconsciously touching parts of the body.
catwalks: passarelas
übermodel: topmodel 7 Preparing what you have to say is important, but
progeny: descendência practicing how you will say it is imperative. The nonver-
bygone: extinta bal message can speak louder than the verbal message
menaces: ameaças you’re sending.
in the rough: em potencial
rise: ascenção CAROLE MARTIN
struck a blow for: ser a favor / defender http://interview.monster.com/articles/actions
to shed her heels: abandonar seus saltos altos
Este texto, caracterizado como instrucional, pressupõe
Read the text and answer the following questions in o emprego de formas verbais específicas.
English.
Retire duas orações em inglês cujas formas verbais
Find in the text two different uses of the present expressam a noção de sugestão e conselho:
perfect: a) no segundo parágrafo;
a) one referring to an indefinite point in the past; b) no quinto parágrafo.
b) another which includes the present time.
6. (Unicamp 2021)
5. (Uerj)
Durante o período de isolamento social, diversos
JOB INTERVIEW: ESCAPE THE PITFALLS museus colocaram à disposição do público visitas
1 It begins even before you say your first word in an on-line a seus acervos. A imagem e o texto abaixo
interview. By the time the interviewer walks toward you, fazem parte deste contexto.
an opinion is already being formed. There you sit wai-
ting to give your answers to questions you’ve prepared
for, while you are already being judged by your appea-
rance, posture, smile or nervous look.
NONVERBAL PITFALLS TO WATCH FOR:
2 The Handshake: It’s your first encounter with the
interviewer. The person holds out his hand and receives a
limp, damp hand in return - not a very good beginning.
Your handshake should be firm, not bone-crushing, and
your hand should be dry and warm.

35
R.I. (Revisão Intercalada)

NATIONAL WOMEN’S HISTORY MUSEUM isso, é necessário que haja um aumento na potência
A simple act of defiance in 1955 ignited an important fornecida ao forno. Sem considerar qualquer nova
historical and social movement. As a seamstress in perda de calor pelo forno, calcule a diferença entre
Montgomery, Alabama, and an active member of the os aumentos de potência para as duas seguintes situ-
local NAACP (National Association for the Advancement ações: I) se o insumo for 100% composto por material
reciclado (100% glass), II) se o insumo não contiver
of Colored People) chapter, the woman in the photo
material reciclado (100% raw materials). Além disso,
refused to give up her seat in the assigned section for
em qual situação o consumo de potência é menor?
blacks in the bus to a white man. Her actions led to her
immediate arrest.
8. (Albert Einstein - Medicina 2023)
(Adaptado de https://artsandculture.google.com/
exhibit. Acessado em 08/10/20.) The idea that long road trips offer valuable, formative
experiences is widely accepted. Until recently, though,
a) Que ato levou a mulher da imagem a ter reconheci- these were generally seen as for younger adults before
mento mundial? Cite uma consequência histórica desse they “settled down”, or older adults who had raised
acontecimento. their children. But now more families take to the road.
b) Qual é a função de um museu? Explique por que essa
foto está presente no referido museu. For Joel Young, 38, it’s the idea of gifting his children
with heightened cultural awareness along with a diffe-
rent kind of learning experience. A remote worker, Joel
7. (Unicamp 2023)
spends up to six months of the year travelling around
Leia o texto e responda, em português, às the US with wife and their three home-schooled sons.
questões. “Jenna and I both grew up in farming communities. I
didn’t go on an airplane until I was 17,” Young says.
Glass impacts in our lives in myriad ways. To celebrate
“We want our kids to have the benefit of seeing it all…
its pivotal role in moving us towards a more sustaina-
It just leads to a better level of decision making.”
ble future and how it supports the evolution of a fairer
society, the United Nations has declared 2022 to be the “The families I know who could function nomadically
International Year of Glass. Alicia Durán, President of were fewer pre-pandemic,” says Sarah Stocking, editor
the International Commission on Glass, highlights its of Lonely Planet Traveller Magazine. But two key chan-
importance in the delivery of COVID-19 vaccines: “Glass ges have moved the needle: many more people can work
is vital in making sure we can preserve these vaccines”. flexibly now, plus parents have greater experience of
That is because glass does not leach chemicals into the non-traditional learning. “The pandemic showed a lot of
vaccine, nor does it alter the chemistry of the drug. parents what remote learning could look like, both good
and bad, and how homeschooling could function,” says
Being 100% recyclable and inherently sustainable, glass
Stocking. “It also showed people how they could use
can be infinitely melted and reformed. Melting glass
tools differently to support their families.”
requires considerable energy to reach the necessary
high temperatures (>1500°C) and, currently, 95% of Yet while the Youngs paint a picture of an idyllic lifes-
all glass melting uses fossil fuels, mostly natural gas or tyle where cultural exploration meets adventure, experts
heavy oil. Melting soda-lime-silica glass from raw mate- suggest the experience comes with possible downsides.
rials requires a theoretical energy of about 2.6 MJ/kg. “A lack of routine and a wider support network can
When only cullet* is used instead of raw materials, this be detrimental to children, even as they’re immersed
is reduced to 1.9 MJ/kg. in culturally diverse experiences,” says child develop-
ment expert Dr Jody LeVos. “Young children especially
*cullet: recycled broken or waste glass used in
typically crave a sense of familiarity. Creating that can
glassmaking
be a challenge if time zones, physical environment and
(Adaptado de: https://www.saint-gobain.com/en/magazine/ social contacts are changing,” he adds.
why-2022-international-year-glass, acessado em 14/10/2022; (MaryLou Costa. www.bbc.com, 16.06.2022. Adapted.)
DURÁN, Alicia; PARKER, John M. (Eds.). Welcome to the
Glass Age. Madri: Editorial CSC, 2022.) Answer the following questions, in Portuguese. Be
concise and direct, and do not repeat the question in
a) Por que o material abordado no texto foi escolhido
your answer.
pelas Nações Unidas como o material do ano de 2022?
Cite duas razões que reforçam a relevância desse mate-
rial na entrega das vacinas contra COVID-19.
b) Um forno é usado para produzir o material descrito
acima. Nesse forno, já em operação, são adicionados
insumos para produção de uma massa m = 36 kg do
referido material, de forma que tais materiais sejam
fundidos em um intervalo de tempo ∆t=2horas. Para

36
R.I. (Revisão Intercalada)

a) Read the first two paragraphs. Identify the experience RESPONDA EM INGLÊS
which is the topic of the text and one positive aspect Based on the text, answer the following questions.
of it. a) “Artificial Intelligence has the flexibility and resource-
b) As to the experience described in the text, mention fulness of human intelligence.” Is the statement above
one change in society which has contributed to its wright or wrong? Justify your answer.
recent expansion, and one aspect — according to Dr b) What are some of the challenges in the development
Jody LeVos — in which this experience can affect of Artificial General Intelligence? Name at least two
children negatively. challenges mentioned in the text.

9. (Ufu 2022) 10. (Ufu 2022)


Artificial General Intelligence Is Not as Imminent as How to Compare COVID Deaths for Vaccinated and
You Might Think Unvaccinated People
A close look reveals that the newest systems, including
Looking at COVID data in recent months, it may appear
DeepMind’s much-hyped Gato, are still stymied by the
that a significant proportion of the people who have
same old problems
died of COVID were vaccinated against the disease. But
it is important to put those numbers in context. Each
To the average person, it must seem as if the field of
week in March, on average, a reported 644 people in
artificial intelligence is making immense progress.
this data set died of COVID. Of them, 261 were vacci-
According to the press releases, and some of the more
nated with either just a primary round of shots - two
gushing media accounts, OpenAI’s DALL-E 2 can seem-
doses of an mRNA vaccine or a single dose of Johnson
ingly create spectacular images from any text; another
& Johnson’s vaccine - or with that primary series and at
OpenAI system called GPT-3 can talk about just about
least one shot of a booster. Taken at face value, these
anything; and a system called Gato that was released
numbers may appear to indicate that vaccination does
in May by DeepMind, a division of Alphabet, seemingly
not make that much of a difference. But this perception
worked well on every task the company could throw at
is an example of a phenomenon known as the base rate
it. One of DeepMind’s high-level executives even went
fallacy. One also has to consider the denominator of
so far as to brag that in the quest for artificial gen-
the fraction - that is, the sizes of the vaccinated and
eral intelligence (AGI), AI that has the flexibility and
unvaccinated populations. With shots widely availa-
resourcefulness of human intelligence, “The Game is
ble to almost all age groups, the majority of the U.S.
Over!” And Elon Musk said recently that he would be
population has been vaccinated. So even if only a small
surprised if we didn’t have artificial general intelligence
fraction of vaccinated people who get COVID die from
by 2029. Don’t be fooled. Machines may someday be
it, the more people who are vaccinated, the more likely
as smart as people, and perhaps even smarter, but the
they are to make up a portion of the dead. In order to
game is far from over. There is still an immense amount
avoid the pitfalls of absolute numbers, it is useful to
of work to be done in making machines that truly can
instead look at incidence rates - usually expressed as
comprehend and reason about the world around them.
the number of deaths per 100,000 people. Standardi-
What we really need right now is less posturing and
zing the denominator across all groups offers a very
more basic research. To be sure, there are indeed some
different picture.
ways in which AI truly is making progress - synthetic
images look more and more realistic, and speech recog- Another way to think about the protection vaccination
nition can often work in noisy environments - but we provides is to compare the ratios of death rates among
are still light-years away from general purpose, human- the vaccinated and unvaccinated. It is also important
level AI that can understand the true meanings of arti- to consider the ages of those who are dying. So when
cles and videos, or deal with unexpected obstacles and you separate the age groups, it becomes even clearer
interruptions. We are still stuck on precisely the same that vaccination reduces the risk of death. An additio-
challenges that academic scientists (including myself) nal factor to consider is that as the pandemic wears on
having been pointing out for years: getting AI to be reli- and a disproportionate number of unvaccinated people
able and getting it to cope with unusual circumstances. die from COVID, the unvaccinated population shrinks.
This leaves a comparatively larger vaccinated group,
Disponível em: <www.scientificamerican.com>.
Acesso em: 11 jun. 2022. leading to an increase in total deaths despite the lower
death rate among vaccinated people. No vaccine is 100
percent effective, but immunization reduces the risk of
dying from COVID substantially.
Disponível em: <www.scientificamerican.com>.
Acesso em: 11 jun. 2022.

37
R.I. (Revisão Intercalada)

RESPONDA EM INGLÊS a) Compare as características que, segundo a autora, mar-


Based on the text, answer the following questions. cam a criação de meninos e meninas. Justifique sua
a) Explain the fact that out of the 644 people who died resposta com trechos do texto.
of COVID, 261 were vaccinated? b) Identifique a opinião da autora, apontando qual é o
b) Identify at least two conclusions presented by the principal argumento que a sustenta.
authors in this article?
12. (Uel 2019)
11. (Uel 2020) Leia os textos a seguir.
Leia o texto a seguir. Texto 1
We do a great disservice to boys in how we raise them. Awful drive. Lorries kept holding us up on narrow roads.
We stifle the humanity of boys. We define masculinity Got to hospital. Ambulance went to wrong entrance.
in a very narrow way. Masculinity is a hard, small cage, Backed out. Arrived. Young doctor in charge. Mervyn
and we put boys inside this cage. and he gave her 3mg sodium amatol. I sat in hall.
Smoked. Felt frozen. A small single bar electric fire on
We teach boys to be afraid of fear, of weakness, of
wall. An old man in next room. Woman doctor went
vulnerability. We teach them to mask their true selves,
to phone. She was trying urgently to locate another
because they have to be, in Nigerian-speak—a hard
doctor. He arrived. I went in. Olivia lying quietly. Still
man. In secondary school, a boy and a girl go out,
unconscious. She has an even chance, doctor said. They
both of them teenagers with meager pocket money. Yet
had tapped her spine. Not meningitis. It’s encephalitis.
the boy is expected to pay the bills, always, to prove
Mervyn left in my car. I stayed. Pat arrived and went
his masculinity. (And we wonder why boys are more
in to see Olivia. Kissed her. Spoke to her. Still uncons-
likely to steal money from their parents.) What if both
cious. I went in. I said, “Olivia... Olivia.” She raised her
boys and girls were raised not to link masculinity and
head slightly off pillow. Sister said don’t. I went out.
money? What if their attitude was not “the boy has
We drank whiskey. I told doctor to consult experts. Call
to pay,” but rather, “whoever has more should pay.”
anyone. He called a man in Oxford. I listened. Instruc-
Of course, because of their historical advantage, it is
tions were given. Not much could be done. I first said I
mostly men who will have more today. But if we start
would stay on. Then I said I’d go back with Pat. Went.
raising children differently, then in fifty years, in a
Arrived home. Called Philip Evans. He called hospital.
hundred years, boys will no longer have the pressure of
Called me back. “Shall I come?” “Yes please.” I said I’d
proving their masculinity by material means. But by far
tell hospital he was coming. I called. Doc thought I was
the worst thing we do to males — by making them feel
Evans. He said I’m afraid she’s worse. I got in the car.
they have to be hard — is that we leave them with very
Got to hospital. Walked in. Two doctors advanced on me
fragile egos. The harder a man feels compelled to be,
from waiting room. How is she? I’m afraid it’s too late.
the weaker his ego is.
I went into her room. Sheet was over her. Doctor said
And then we do a much greater disservice to girls, to nurse go out. Leave him alone. I kissed her. She was
because we raise them to cater to the fragile egos of warm. I went out. “She is warm.” I said to doctors in
males. hall, “Why is she so warm?” “Of course,” he said. I left.
We teach girls to shrink themselves, to make themselves
smaller.
Texto 2
We say to girls: You can have ambition, but not too MEASLES: a dangerous illness (Roald Dahl, 1986)
much. You should aim to be successful but not too
successful, otherwise you will threaten the man. If you Olivia, my eldest daughter, caught measles when she
are the breadwinner in your relationship with a man, was seven years old.
pretend that you are not, especially in public, otherwise As the illness took its usual course I can remember
you will emasculate him. reading to her often in bed and not feeling particularly
alarmed about it. Then one morning, when she was
CHIMAMANDA, Ngozi Adichie. well on the road to recovery, I was sitting on her bed
New York, 2014.jackiewhiting.net showing her how to fashion little animals out of colou-
red pipe-cleaners, and when it came to her turn to make
O texto é parte de um discurso feito em 2012 por
one herself, I noticed that her fingers and her mind were
Chimamanda Ngozi Adichie, uma escritora nigeriana
not working together and she couldn’t do anything.
reconhecida como uma das mais importantes jovens
autoras anglófonas. Em 2014, esse discurso foi trans- “Are you feeling all right?” I asked her.
formado em livro. Com base no texto, elabore uma res-
“I feel all sleepy, ” she said.
posta, em português, para cada um dos itens a seguir.

38
R.I. (Revisão Intercalada)

In an hour, she was unconscious. In twelve hours she Responda em inglês.


was dead. Based on the text, answer the following questions.
The measles had turned into a terrible thing called a) How would you best describe a digital nomad?
measles encephalitis and there was nothing the doctors b) What suggestion does the author make?
could do to save her.
14. (Ufu)
That was twenty-four years ago in 1962, but even now,
if a child with measles happens to develop the same Life Expectancy Can Vary by 20 Years Based on Where
deadly reaction from measles as Olivia did, there would in the U.S. You Live
still be nothing the doctors could do to help her.
Long life is a gift that has never been democratically
On the other hand, there is today something that distributed. You may die young or old, and it’s impossi-
parents can do to make sure that this sort of tragedy ble to know in your first years just when your last ones
does not happen to a child of theirs. They can insist that will come. A new study from JAMA Internal Medicine
their child is immunised against measles. I was unable shows, however, that one of the biggest X-factors may be
to do that for Olivia in 1962 because in those days a simple geography. Where you live may play a powerful
reliable measles vaccine had not been discovered. Today role in when you’ll die. While it’s never been much of a
a good and safe vaccine is available to every family and secret that people living in countries in the developed
all you have to do is to ask your doctor to administer it. world live longer, on average, than people in the deve-
vk.ovg.ox.ac.uk loping world, the new study focused on the U.S. alone.
Here, the investigators found striking differences within
Os textos 1 e 2, do escritor Roald Dahl, abordam a morte the country.
de sua filha Olivia em decorrência de uma complicação
do sarampo. O texto 1 foi escrito em um caderno de Over the course of the 24 years spanned by the study,
anotações pouco tempo depois do falecimento. Em life expectancy increased by 5.3 years nationwide, from
1986, 24 anos mais tarde, Roald Dahl escreveu o texto 73.8 to 79.1. Women (whose lifespan increased from
2. 77.5 to 81.5) lived longer than men (with a boost from
70 to 76.7), but both sexes saw improvements. Locally,
De que forma a situação de produção (por exemplo, however, there were enormous gaps. The longest-lived
quem escreve, a quem se dirige, em que momento, com regions were the wealthier ones. Counties in central
que propósito) está refletida em cada um dos textos? Colorado had the highest life expectancies, and Sum-
mit County, Colorado, had the highest in the country,
at 86.8 years. Several counties in central Alaska and
13. (Ufu) various spots along the two coasts had the largest gains
So What is a Digital Nomad? in life expectancy.
A digital nomad is someone who isn’t confined by office By Jeffrey Kluger and Chris Wilson
space, office attire or office politics. They can work Disponível em: <http://time.com>.
wherever they want as long as they have an internet
Acesso em: 25 Mar. 2018.
connection. There are no set hours, often no boss, and
you don’t have to call in sick to skip work because you
Responda em português
want to go wakeboarding, knowing that you’ll happily
pull an all-nighter tomorrow to make up for it. Based on the text, answer the following questions.
a) What is the main conclusion brought by this study?
Digital Nomads make their money online through b) Is the statement “The life expectancy for men impro-
blogging, affiliate marketing, social media, ebooks, ved more than the life span for women in the last
coaching and a host of other ingenious methods. We’re twenty-four years covered in this study”, right or
location independent and we love it. wrong? Justify your answer.
If the monotonous routine is getting you down, if you
look back at your last five years and think ‘what have I
actually done in that time’, then it’s time to shake it up.
Disponível em: <https://onestep4ward.com>.
Acesso em: 14 abr. 2018.

39
R.I. (Revisão Intercalada)

15. (Ufu)

Radio powered by your own sweat hints at future of


wearables
By Timothy Revell

Battery flat on your radio? Don’t sweat it. Or maybe


that’s exactly what you should do. Sweat alone has been
used to power a radio for two days, demonstrating the
capability of a new skin patch.
The patch is a flexible square just a couple of centime-
tres across that sticks to skin. It contains enzymes that
replace the precious metals normally used in batteries
and feed off sweat to provide power. Getting enough
power out of a biofuel cell to make it useful has proved
tricky, but the latest version can extract 10 times more
than before.
“We’re now getting really impressive power levels. If
you were out for a run, you would be able to power a
mobile device,” says Joseph Wang at the University of
California, San Diego, who was in the team that worked
on the technology.
Disponível em: <https://www.newscientist.com>.
Acesso em: 8 abr. 2018.

Responda em inglês.
Based on the text, answer the following questions.
a) According to the text, how could one charge batteries
in the future?
b) How efficient is this new technology being described?

40
R.I. (Revisão Intercalada)

TEXTO II
Proposta de Redação
Brasil registrou 12 ataques em escolas nos últi-
mos 20 anos, aponta levantamento.
TEXTO I
Segundo o Instituto Sou da Paz, em todos os casos
Violência nas escolas cresce e especialista alerta os assassinos eram alunos ou ex-alunos da instituição de
para reflexo da pandemia. ensino invadida. Caso mais recente ocorreu nesta sexta no
ES e deixou três mortos.
Entre janeiro e agosto foram mais de 100 boletins de
ocorrência por lesão corporal e ameaça em escolas do To- Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da
cantins. Pesquisa nacional apontou que mais de 80% dos Paz apontou que o Brasil registrou 12 ataques em escolas
professores foram alvo de agressões. nos últimos 20 anos. Em todos os casos, os assassinos eram
alunos ou ex-alunos da instituição de ensino invadida.
Os casos de violência têm crescido dentro do ambien-
te escolar. No Tocantins, entre janeiro e 23 de agosto, O episódio com o maior número de vítimas ocorreu
foram registrados 30 boletins de ocorrência por lesão cor- em 2011 e ficou conhecido como o Massacre de Realengo.
poral e 76 denúncias por ameaças dentro de escolas. Os Na ocasião, 12 pessoas morreram após um ex-aluno atirar
números são muito superiores ao ano passado, quando o em jovens na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona
ensino ainda era realizado no formato híbrido. Oeste do Rio.
O caso ocorreu nesta sexta-feira (25), em Aracruz
(ES), 85 km ao norte de Vitória, a capital do estado. Um
assassino de 16 anos invadiu duas escolas e deixou três
mortos, além de 13 feridos.

Veja, a seguir, os ataques e números do levantamento


do Instituto Sou da Paz:

1. Salvador (BA) – 2002 (duas pessoas feridas)


2. Taiúva (SP) – 2003 (uma pessoa morta, e oito fe-
ridas)
3. Rio (RJ) – 2011 (12 pessoas mortas, e 13 feridas)
4. São Caetano do Sul (SP) – 2011 (uma pessoa mor-
ta, e uma ferida)
Um professor que pediu para não ser identificado con- 5. Santa Rita (PB) – 2012 (três pessoas feridas)
tou que foi atacado por um pai de aluno em abril deste 6. Goiânia (GO) – 2017 (duas pessoas mortas, e qua-
ano em uma escola estadual de Palmas. tro feridas)
7. Medianeira (PR) – 2018 (duas pessoas feridas)
“Por volta de 8h um pai chegou com a sua enteada 8. Suzano (SP) – 2019 (dez pessoas mortas, e 11 fe-
para dentro da escola. Aí eu fui reclamar que o horário ridas)
estava atrasado e que não continuasse. Aí ele partiu para 9. Caraí (MG) – 2019 (duas pessoas feridas)
cima de mim, para brigar mesmo”, disse o homem. 10. Barreiras (BA) – 2022 (uma pessoa morta)
11. Sobral (CE) – 2022 (uma pessoa morta, e três fe-
A organização Nova Escola ouviu 5.300 professores de ridas)
todo o país e 80% deles disseram ter sido vítima de algum 12. Aracruz (ES) - 2022 (três pessoas mortas, e 13
tipo de agressão. A maioria destes casos é de violência feridas)
verbal. Em seguida vem à violência psicológica e ao menos
7% dos profissionais foram agredidos fisicamente. Em entrevista ao g1, a diretora-executiva do Instituto
Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou que a frequência de
A superintendente da Secretaria de Educação, Markes assassinatos desse tipo aumento nos últimos anos.
Cristiana de Oliveira, conta que a violência ocorre contra
os educadores e também entre os próprios alunos.

Em abril, uma adolescente precisou ser socorrida de-


pois que foi ferida com um canivete em uma escola esta-
dual de Araguaína, no norte do estado. Menos de um mês
depois, um estudante de 13 anos foi esfaqueado durante
uma briga, dentro de uma escola municipal na região sul
da capital.

41
R.I. (Revisão Intercalada)

“Não é coincidência que os casos tenham acontecido “Curtia dar aula”


nessa frequência ao mesmo tempo em que o número de
armas nas mãos de civis é muito grande. A gente tem cerca A professora era aposentada do Instituto Adolfo Lutz,
de 1,9 milhão de armas em circulação no Brasil, segundo mas passou a dar aulas de ciências neste ano na escola
dados de junho de 2022. São armas registradas na Polícia estadual alvo do ataque. “Ela dava aula porque curtia mes-
Federal e Exército”, afirmou a especialista. mo, já era aposentada”, relatou ao Metrópoles o filho de
Elisabeth Tenreiro.
“Tem um conjunto enorme de armas nas mãos de civis
com um baixíssimo controle. Elas circulam com muito mais Até o ano passado, ela lecionava na E.E. Emiliano Au-
facilidade. Junto com essa quantidade de armas, há um gusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, no Alto de Pi-
incentivo à violência, uma legitimação ao uso de armas”, nheiros, também na zona oeste da capital paulista.
diz ela.

“Temos uma comunicação institucional que afirma


‘use sua arma’. Esse resultado combina um pouco com o
discurso que vem sendo feito ao longo dos últimos quatro
anos.

TEXTO III

Ataque a escola: corpo de professora morta por


aluno em SP é velado.

Elisabeth Tenreiro estava em frente à mesa onde lecio-


nava na escola, conferindo o celular, quando o aluno de 13
anos a surpreendeu e a matou.

São Paulo – O corpo da professora Elisabeth Tenrei- Nas redes sociais, a idosa assumiu a postura de avó
ro, de 71 anos, morta esfaqueada por um aluno na Escola coruja e divulgava feitos das netas, além de fotos com os
Estadual Thomazia Montoro, em Vila Sônia, zona oeste filhos e amigos.
de SP, é velado nesta terça-feira (28/3) em São Paulo.
No âmbito acadêmico, publicava nas redes conteúdos
A cerimônia no Cemitério do Araçá, na zona oeste da sobre química e biologia (“essa é boa mesmo”, riu de pia-
capital, começou às 8h. O sepultamento está previsto para da que dizia que “tem muito halogênio se achando gás
as 12h. nobre”). Também gostava de passar recados positivos aos
estudantes antes das provas.
“A gente vê na televisão essas coisas, mas nunca
imagina que vai acontecer na nossa família. É uma coisa PROPOSTA DE REDAÇÃO
muito complicada. Ninguém dormiu. Ela era muito ativa.
Não queria parar de trabalhar. É o momento mais triste da A partir da leitura dos textos motivadores e com base
nossa vida”, relatou um familiar. nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em modali-
A professora estava em frente à mesa onde leciona- dade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
va, conferindo o celular, quando o aluno de 13 anos a MEDIDAS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA NAS
surpreendeu, na manhã dessa segunda (27), usando uma ESCOLAS BRASILEIRAS, apresentando proposta de inter-
máscara. Ele a golpeou ao menos dez vezes pelas costas. venção que respeite os direitos humanos. Selecione, orga-
nize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
Segundo pais de estudantes, a professora teria apar- fatos para defesa de seu posto de vista.
tado na semana passada uma briga entre o adolescente
que a matou e outro estudante, e por isso se tornou alvo
do agressor.

Outras quatro pessoas ficaram feridas no ataque. Ne-


nhuma está em estado grave.

O aluno agressor foi apreendido, prestou depoimento e


está na Fundação Casa, aguardando audiência de custódia.

42
R.I. (Revisão Intercalada)

CIÊNCIAS HUMANAS e que se entregavam nas mãos das mulheres para que
seus despojos carnais depois de seu último suspiro
suas tecnologias fossem convenientemente preparados e sua memória
fielmente conservada pelos séculos dos séculos.
Georges Duby, Damas do século XII. Adaptado.

História Geral A partir do texto,


a) identifique dois papéis sociais exercidos pelas
mulheres na Idade Média;
1. (Unesp) b) associe as relações entre homens e mulheres à
estrutura social na Idade Média.
Era uma doença exótica, contra a qual os organismos
dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota
da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, 4. (Unicamp)
também um dos efeitos do progresso, do crescimento.
“Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000.
através dos cadáveres. Mas tudo isso ainda era pouca
Na pista de nossos medos, 1998.)
coisa. Fomos ao Templo de Salomão, onde os sarra-
O texto refere-se à peste que atingiu a Europa no cenos tinham o costume de celebrar seus cultos. O
século XIV. Indique dois fatores, além da falta de que se passou nestes lugares? Se dissermos a ver-
defesa dos organismos dos europeus, que ajudaram dade, ultrapassaremos o limite do que é possível crer.
na propagação da doença, e explique a associação, Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de
feita pelo texto, da peste com o progresso. Salomão, cavalgava-se em sangue até os joelhos dos
cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e admi-
2. (Ufjf-pism 1) rável julgamento de Deus, que quis que este lugar
recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra
O texto a seguir trata da sociedade medieval. Ele durante tanto tempo.”
Leia-o com atenção e, em seguida, responda ao
Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt
que se pede. Jerusalem. http://www.fordham.edu/halsall/source/
“Os defensores são um dos três grupos porque Deus raymond-cde.asp#jerusalem2. Acessado em 01/10/2014.
quis que se mantivesse o mundo: e assim como
aqueles que rogam a Deus pelo povo são chamados O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096-
oradores e os que lavram a terra e fazem aquelas coi- 1099). Responda às questões abaixo.
sas que permitem aos homens viver e manter-se, são a) Identifique um motivo econômico e um motivo polí-
chamados lavradores, assim, os que tem de defender tico para o movimento das Cruzadas.
a todos são chamados defensores”. b) Que grupo social liderou esse movimento e como o
cronista citado identifica o apoio de Deus ao empre-
Afonso X, o Sábio. Las Siete Partidas. In: endimento cruzadístico?
PEDRERO-SANCHEZ, Maria Guadalupe. História da
Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo:
UNESP, 2000. p. 99-100. 5. (Fuvest)

Analise dois aspectos políticos do feudalismo, des- A construção da modernidade econômica no Ocidente
tacando o papel exercido pelos senhores na socie- teve como elementos determinantes a aquisição de
dade feudal. características mentais e sociais totalmente estra-
nhas ao mundo greco-romano: uma árdua e longa
reapropriação civil do trabalho e a invenção de uma
3. (Fuvest)
relação nunca antes experimentada entre trabalho
No século XII, padres e guerreiros esperavam da dependente e liberdade pessoal, seja nas cidades que
dama que, depois de ter sido filha dócil, esposa cle- renasciam, seja nos campos depois do feudalismo.
mente, mãe fecunda, ela fornecesse em sua velhice, E também uma reconquista da dimensão física
pelo fervor de sua piedade e pelo rigor de suas da natureza – matéria e movimento, em um novo
renúncias, algum bafio de santidade à casa que a quadro de experiências e conceitos – como condição
acolhera. Ela, por certo, era dominada. Entretanto, para uma aliança entre inteligência e produtividade,
era dotada de um singular poder por esses homens entre conhecimento científico, saberes artesanais e
que a temiam, que se tranquilizavam clamando bem inovações tecnológicas.
alto sua superioridade nativa, que a julgavam con-
Aldo Schiavone, Uma História rompida.
tudo capaz de curar os corpos, de salvar as almas, e Roma Antiga e Ocidente Moderno.

43
R.I. (Revisão Intercalada)

A partir do texto, Essa gravura remete a um episódio histórico ocorrido


a) caracterize a relação entre trabalho e “liberdade há cerca de cinco séculos na cidade de Wittenberg,
pessoal” na Antiguidade Clássica; então Saxônia.
b) compare a natureza do conhecimento científico e
Considerando-se essas informações, faça o que se
das inovações tecnológicas do mundo greco-romano
pede.
com a do mundo moderno.
a) Relate o episódio histórico relacionado, apontando
6. (Ufjf-pism 1) seu protagonista e mencionando o principal teor de
suas reivindicações manifestadas à época.
Observe as seguintes figuras e leia o texto a seguir: b) Cite três consequências desencadeadas a partir
desse advento histórico representado pela gravura.

8. (Fgv)
Mas por que não falar dos que julgam que, em
virtude dos perdões e das indulgências, não têm
nenhuma dívida para com a divindade? (...) sem
recear erro de cálculo, medem os espaços, os séculos,
os anos, os meses, os dias – assim também, com essa
espécie de falazes remissões medem eles as horas do
purgatório.
(...)
No final da Idade Média, a Europa Ocidental passou Persuadidos dos perdões e das indulgências, ao nego-
por transformações sociais, políticas e econômicas ciante, ao militar, ao juiz, basta atirarem a uma ban-
relacionadas ao desenvolvimento do comércio e deja uma pequena moeda, para ficarem tão limpos e
das cidades. E, no âmbito da cultura, as cidades tão puros dos seus numerosos roubos como quando
italianas constituíam um ambiente propício para a saíram da pia batismal.
consolidação de um movimento de transformação Erasmo de Roterdã, Elogio da Loucura. São Paulo:
cultural, o chamado Renascimento. Nova Cultural, 1988, p. 66-67. Coleção Os Pensadores.

a) Disserte sobre uma transformação socioeconômica a) Aponte as diferenças entre a Reforma Protestante e
que possibilitou a afirmação da cultura renascen- a Contrarreforma Católica no século XVI.
tista na Península Itálica. b) Identifique e explique uma característica comum à
b) Cite e analise um aspecto da cultura renascentista Reforma Protestante e à Contrarreforma católica no
que entrava em conflito com os ensinamentos da século XVI.
Igreja. c) Do ponto de vista das monarquias europeias, expli-
c) Analise um aspecto do Renascimento no âmbito das que o contexto de rivalidades na primeira metade do
artes. século XVI.

7. (Ufu) 9. (Uerj)
Observe a imagem.

44
R.I. (Revisão Intercalada)

Versalhes seria largamente imitado por monarcas por Identifique, exemplificando com passagens do
toda a Europa, de Potsdam a Hampton Court, e da texto, a concepção de Maquiavel acerca da maneira
Escandinávia a Nápoles. Era o centro de uma espécie como o governante deve se comportar. Indique dois
de “estado teatral” no qual o ator principal, o pró- elementos, presentes ou não no texto, que permi-
prio monarca, interpretava uma série de rotinas. A tam associar o pensamento de Maquiavel à visão de
maneira de viver no palácio – a grande ostentação mundo dos humanistas.
familiar, os rituais nos espaços públicos, o teatro do
cotidiano, até as atividades mundanas de acordar, 11. (Ufg)
fazer refeições e ir dormir – era imitada por nobres
e monarcas rivais. Analise a imagem a seguir.

Adaptado de JONES, C. The Cambridge Illustrated


History of France. Citado por KOPPER, M. E.
Arquitetura, poder e opressão. Porto Alegre:
UFRGS, 2004.

Do século XVIII ao XIX, a construção de diversos


palácios na Europa inspirados no Palácio de Ver-
salhes significou mais do que uma influência
arquitetônica.

Denomine esse modelo político inspirado em Ver-


salhes. Aponte, ainda, dois objetivos políticos dos
governantes europeus ao construírem palácios ins-
pirados na monumentalidade de Versalhes.

10. (Unesp)
É necessário a um príncipe, para se manter, que Por mercantilismo designa-se o conjunto de ideias
aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe e práticas econômicas desenvolvidas pelos Estados
de valer-se disso segundo a necessidade. Deixando Nacionais Modernos entre os séculos XV e XVIII, que
de parte, pois, as coisas ignoradas relativamente marcou a relação entre as metrópoles e suas colô-
aos príncipes e falando a respeito das que são reais, nias. Diante do exposto, explique como a imagem
digo que todos os homens, máxime os príncipes, por apresentada remete
estarem mais no alto, se fazem notar através das a) a um princípio do mercantilismo;
qualidades que lhes acarretam reprovação ou louvor. b) à relação entre as metrópoles e as colônias.
Isto é, alguns são tidos como liberais, outros como
miseráveis; alguns são tidos como pródigos, outros
12. (Ufg)
como rapaces; alguns são cruéis e outros piedosos;
perjuros ou leais; efeminados e pusilânimes ou
truculentos e animosos; humanitários ou soberbos; Analise a fábula a seguir.
lascivos ou castos; estúpidos ou astutos; enérgi-
cos ou indecisos; graves ou levianos; religiosos ou A cigarra e a formiga
incrédulos, e assim por diante. E eu sei que cada Tendo a cigarra em cantigas
qual reconhecerá que seria muito de louvar que um Passado todo o verão
príncipe possuísse, entre todas as qualidades refe- Achou-se em penúria extrema
ridas, as que são tidas como boas; mas a condição Na tormentosa estação.
humana é tal, que não consente a posse completa Não lhe restando migalha
de todas elas, nem ao menos a sua prática consis- Que trincasse, a tagarela
tente; é necessário que o príncipe seja tão prudente Foi valer-se da formiga,
que saiba evitar os defeitos que lhe arrebatariam o Que morava perto dela.
governo e praticar as qualidades próprias para lhe Rogou-lhe que lhe emprestasse,
assegurar a posse deste, se lhe é possível; mas, não Pois tinha riqueza e brilho,
podendo, com menor preocupação, pode-se deixar Algum grão com que manter-se
que as coisas sigam seu curso natural. Até voltar o aceso estio.
(Maquiavel. O Príncipe, 1983. Adaptado.) – “Amiga”, diz a cigarra,
– “Prometo, à fé d’animal,
Pagar-vos antes d’agosto

45
R.I. (Revisão Intercalada)

Os juros e o principal.” 14. (Uerj)


A formiga nunca empresta,
O rei é vencido e preso. O Parlamento tenta nego-
Nunca dá, por isso junta.
ciar com ele, dispondo-se a sacrificar o Exército. A
– “No verão em que lidavas?”
intransigência de Carlos, a radicalização do Exército,
À pedinte ela pergunta.
a inépcia do Parlamento somam-se para impedir essa
Responde a outra: – “Eu cantava
saída “moderada”; o rei foge do cativeiro, afinal,
Noite e dia, a toda a hora.”
e uma nova guerra civil termina com a sua prisão
– “Oh! bravo!”, torna a formiga.
pela segunda vez. O resultado será uma solução, por
– “Cantavas? Pois dança agora!”
assim dizer, moderadamente radical (1649): os pres-
ESOPO. A cigarra e a formiga. Disponível em: <http:// biterianos são excluídos do Parlamento, a câmara
peregrinacultural.wordpress.com/2009/07/06/a-cigarra-e-a- dos lordes é extinta, o rei decapitado por traição ao
formiga-em-versos-por-bocage/>. Acesso em: 20 mar. 2013. seu povo após um julgamento solene sem preceden-
tes, proclamada a república; mas essas bandeiras
A fábula apresentada é originalmente atribuída a
radicais são tomadas por generais independentes,
um escritor da Grécia Antiga, tendo sido contada
Cromwell à testa, que as esvaziam de seu conteúdo
em diferentes versões que alcançaram o Antigo
social.
Regime, no século XVIII. Assim como os mitos, as
lendas e as histórias, as fábulas são indicadores do RENATO JANINE RIBEIRO. In: HILL, Christopher.
repertório sociocultural das comunidades. Com base “O mundo de ponta-cabeça: ideias radicais durante a
Revolução Inglesa de 1640”. São Paulo:
no exposto e considerando-se o enredo da fábula,
companhia das letras, 1987.

a) identifique uma característica da organização eco-


O texto faz menção a um dos acontecimentos mais
nômica, que é comum tanto à Grécia Antiga quanto
importantes da Europa no século XVII: a Revolução
ao Antigo Regime;
Puritana (1642-1649). A partir daquele aconteci-
b) explique a função desse tipo de relato na vida coti-
mento, a Inglaterra viveu uma breve experiência
diana.
republicana, sob a liderança de Oliver Cromwell.
Dentre suas realizações mais importantes, destaca-
13. (Unicamp) -se a decretação do primeiro Ato de Navegação.
Da Idade Média aos tempos modernos, os reis eram
considerados personagens sagrados. Os reis da França Explique a importância do Ato de Navegação para a
e da Inglaterra “tocavam as escrófulas”, significando economia inglesa e aponte duas ações políticas da
que eles pretendiam, somente com o contato de suas República Puritana.
mãos, curar os doentes afetados por essa moléstia.
Ora, para compreender o que foram as monarquias 15. (Uerj)
de outrora, não basta analisar a organização admi-
Assim, ninguém pode negar que a “Revolução Puri-
nistrativa, judiciária e financeira que essas monar-
tana” era uma luta tão religiosa quanto política;
quias impuseram a seus súditos, nem extrair dos
mas era mais que isso. Aquilo por que os homens
grandes teóricos os conceitos de absolutismo ou
lutavam era toda a natureza e o desenvolvimento
direito divino. É necessário penetrar as crenças que
futuro da sociedade inglesa.
floresceram em torno das casas principescas.
(HILL, Christopher. “A Revolução Inglesa de 1640”.
(Adaptado de Marc Bloch. “Os reis taumaturgos”.
Lisboa: Presença, 1981.
São Paulo: Companhia das Letras. 1993, p. 43-44.)

a) De acordo com o texto, como se pode compreender a) Indique um fator político que contribuiu para o
melhor as monarquias da Idade Média e da Idade desenvolvimento das Revoluções Inglesas do século
Moderna? XVII.
b) O que significa “direito divino dos reis”? b) Estabeleça a relação existente entre a Revolução
c) Caracterize a política econômica das monarquias Puritana e a colonização das possessões inglesas no
europeias entre os séculos XVI e XVIII. litoral atlântico da América do Norte.

46
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Pucrj)
História do Brasil Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807,
as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos
1. (Ufba)
políticos diferenciados. No caso espanhol, a captura
LEI No 12.391, DE 4 DE MARÇO DE 2011. do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta
pela autonomia nas cidades e províncias de todo
Inscreve no Livro dos Heróis da Pátria os nomes dos o Império. No caso português, a transmigração da
heróis da “Revolta dos Búzios” João de Deus do Nas- família real para a colônia permitiu desdobramentos
cimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel mais lentos ao Império luso.
Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e
Veiga. Tendo em vista a conjuntura descrita acima,
a) cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- D. João, a partir de 1808, que tenham favorecido a
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte manutenção do controle português sobre as provín-
Lei: cias brasílicas e seus territórios;
b) identifique uma característica das independências
Art. 1º Inscrevam-se no Livro dos Heróis da Pátria, na América hispânica também encontrada nos movi-
depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, mentos pela independência ocorridos na América
em Brasília, os nomes dos heróis da “Revolta dos portuguesa.
Búzios” João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas
de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e 4. (Uff)
Luís Gonzaga das Virgens e Veiga. A vinda da Família Real para o Brasil decorreu das
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- tensões que se manifestaram na Europa, por conta
cação. da oposição entre interesses ingleses e a política
Brasília, 4 de março de 2011; 190º da Independência de expansão da França praticada por Napoleão
e 123º da República. Bonaparte.
DILMA ROUSSEFF
A partir dessa contextualização:
Com base nessa Lei e nos conhecimentos históricos, a) indique dois dos tratados que se referem, no perí-
explique o significado histórico e político do reco- odo, às relações entre Inglaterra e Portugal;
nhecimento dos heróis do passado para a Bahia de b) explique a contradição existente no fato da vinda
hoje. da Família Real para o Brasil ter, ao mesmo tempo,
fomentado um surto manufatureiro e criado condi-
a) Histórico. ções para seu próprio declínio.
b) Político.
5. (Unicamp)
2. (Ufv)
Com a partida de D. João VI, permaneceu como
No início do período colonial, havia mais de tre- regente do reino do Brasil o príncipe herdeiro.
zentas línguas indígenas na América portuguesa Contrário à ideia de submissão do monarca a uma
e a difusão da língua dos colonizadores deu-se assembleia, que ele considerava despótica, mas
muito lentamente. Somente na segunda metade do incapaz de deter o rumo dos acontecimentos, D.
século XVIII, durante a administração do Marquês Pedro habilmente se aproximou de uma facção da
de Pombal, a metrópole adotou o que se poderia elite brasileira, a dos luso-brasileiros.
chamar de uma política de língua. Passou-se, a
partir de então, a coibir o uso do «nheengatu», a Adaptado de Guilherme Pereira das Neves, “Del Imperio
estimular-se e a impor-se o ensino da gramática e lusobrasileño al imperio del Brasil (1789-1822)”, em
da língua portuguesa. François-Xavier Guerra (org.), Inventando la nación.
México: FCE, 2003, p. 249.

a) Com base nessas informações e nos seus conheci-


mentos, indique uma razão que levou a metrópole
lusitana a impor a língua portuguesa na Colônia.
b) Cite outra medida da administração pombalina que
afetou os povos indígenas.

47
R.I. (Revisão Intercalada)

Considerando os processos de independência no 7. (Pucrj)


continente americano,
O volume de entradas de escravos africanos no
Novo Mundo, entre 1701 e 1810, para serem utili-
a) apresente duas diferenças importantes entre o pro-
zados como trabalhadores nas plantações e minas
cesso de independência no mundo colonial espanhol
das colônias foi muito grande. Nesse período,
e o processo de independência do Brasil.
estima-se que cerca de 31% do volume de entra-
b) explique a importância dos luso-brasileiros no
das destinaram-se ao Brasil; 23% ao Caribe francês
governo de D. Pedro I e por que eles foram a causa
(especialmente a Ilha de São Domingos); 22% ao
de diversos conflitos no período.
Caribe britânico (sobretudo Jamaica e Barbados);
9% à América espanhola e 6% à América do Norte.
6. (Ufg) Mas, no final do século XVIII e no início do XIX,
Analise as imagens a seguir. alterações significativas foram observadas nessas
regiões receptoras, em função das insurreições nas
colônias e dos demais desdobramentos da Revolução
na França que amplificaram a luta abolicionista em
todas essas sociedades.

a) Cite quais regiões acima se caracterizaram pela eco-


nomia das plantações e quais se viram marcadas
pela mineração no período tratado.
b) No Haiti, uma sangrenta insurreição de escravos
mesclou-se à luta pela independência. Cite duas
consequências (uma interna e outra externa) desses
acontecimentos.

8. (Fuvest 2020)
A semente da integração nacional seria, pois, lançada
pela nova Corte como um prolongamento da adminis-
tração e da estrutura colonial, um ato de vontade de
portugueses adventícios, cimentada pela dependên-
cia e colaboração dos nativos e forjada pela pressão
dos ingleses que queriam desfrutar do comércio sem
ter de administrar. A insegurança social cimentaria
a união das classes dominantes nativas com a “von-
tade de ser brasileiros” dos portugueses imigrados
que vieram fundar um novo Império nos trópicos.
A luta entre as facções locais levaria fatalmente à
procura de um apoio mais sólido no poder central.
Os conflitos inerentes à sociedade não se identificam
As duas pinturas representam a Proclamação da
com a ruptura política com a Mãe Pátria, e conti-
Independência do Brasil (1822) e a figura de D. Pedro
nuam como antes, relegados para a posteridade.
I. Com base na análise comparativa das imagens,
Maria Odila Leite da Silva Dias, A interiorização da
a) explique as diferenças de sentido nas representa- metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.
ções das imagens do príncipe D. Pedro I, da guarda
real e do povo, em cada uma das pinturas. a) Caracterize o período histórico de que trata o texto.
b) descreva um elemento comum a ambas as pinturas b) Descreva os projetos dos principais grupos políticos
que corrobora uma mesma concepção de história e do período.
explique que concepção de história é essa. c) Explique a frase: “Os conflitos inerentes à sociedade
não se identificam com a ruptura política com a Mãe
Pátria, e continuam como antes, relegados para a
posteridade”.

48
R.I. (Revisão Intercalada)

9. (Unesp)
Examine a tabela.

Percentagem sobre o valor das exportações brasileiras


Produtos 1821/30 1831/40 1841/50 1851/60 1861/70 1871/80
Açúcar 30,1 24,1 26,7 21,8 12,3 11,8
Algodão 20,6 10,8 7,5 6,2 18,3 9,5
Cacau 0,5 0,6 1,0 1,0 0,9 1,2
Café 18,4 43,8 41,4 48,8 45,5 56,6
Fumo 2,5 1,9 1,8 2,6 3,0 3,4
Total 72,1 81,1 78,4 79,8 80,0 82,5
(Sérgio Buarque de Holanda (org). O Brasil Monárquico: declínio e queda do Império, 1985. Adaptado.)

a) Qual era o produto que, no período 1841/50, representava o maior percentual sobre o valor do conjunto das
exportações brasileiras? Esboce, no plano cartesiano a seguir, um gráfico que demonstre o comportamento da
exportação desta mercadoria durante todo o período compreendido pela tabela (1821/80).

b) Qual foi a mercadoria que sofreu maior oscilação percentual sobre o valor do conjunto das exportações brasileiras
na passagem do período 1851/60 para o período 1861/70? Aponte o principal motivo dessa oscilação.

10. (Ufpr)
Leia o excerto abaixo:
“Embora o comércio escravista tenha sofrido um forte abalo nos primeiros anos da década de 1830, a partir de
1835-36 assistimos à sua recuperação, muito em função do contexto político da Regência. Do total de africanos
trazidos para o Brasil em trezentos anos de tráfico atlântico, aproximadamente 20% chegou entre 1831 e 1855,
demonstrando a importância do tráfico ilegal de escravos”.
(Cicchelli Pires, Ana Flávia. “A abolição do Comércio Atlântico de Escravos e os Africanos Livres no Brasil”.
Em CLACSO, 2008, págs. 96-97. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/
coediciones/20100823031440/07pire.pdf>.)

Apesar dos esforços de diversos setores abolicionistas, tanto no Brasil como na Grã-Bretanha, e mesmo após a
proibição do tráfico decretado pelo país europeu em 1807, temos que o tráfico não apenas não diminuiu, como
também passou de um estado de legalidade para um de contrabando ilegal. Considerando o trecho acima e com
base nos conhecimentos sobre o tráfico ilegal de escravos para o Brasil, identifique três fatores que facilitaram
esse tráfico ilegal, quais regiões da África foram as mais afetadas por esse contrabando, assim como os portos
mais importantes de embarque e desembarque em ambas as costas, africana e brasileira.

49
R.I. (Revisão Intercalada)

11. (Fuvest 2023) 13. (Uel)


Observe as imagens publicadas, durante a Guerra do
Paraguai, pelo jornal paraguaio El Centinela e pela
revista ilustrada brasileira Vida Fluminense, e leia
os textos.

El Centinela, 3, 9.5.1867

Com base na leitura da Carta das Estradas de Ferro


da Província de São Paulo (ca. 1880), responda:
a) Que atividade econômica subsidia a configuração da
rede ferroviária na província de S. Paulo? T- E que fazem aqui esses três?
b) Indique dois elementos que atestam a importância C- É o Imperador do Brasil, o Visconde de Taman-
da cidade de Santos nessa rede de transporte. daré e o Marechal Polidoro que estão em conferência
c) Relacione o traçado das ferrovias com as dinâmicas secreta sobre a Guerra do Paraguai.
econômicas e sociais da província paulista no século
XIX. (Adaptado de: TORAL, André. Imagens em desordem:
a iconografia da Guerra do Paraguai (1864-1870).
São Paulo: Humanitas / FFLCH-USP, p.184.)
12. (Unicamp 2022)
Vida Fluminense, 58, 6. 2. 1869
Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) foi um
abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro.
Nascido de mãe negra e pai branco, foi, contudo,
escravizado aos 10 anos de idade e permaneceu
analfabeto até os 17 anos. Conquistou judicialmente
sua liberdade e atuou na advocacia em prol dos
escravizados. Entre seus poemas, lê-se:

Ciências e letras
Não são para ti
Pretinho da Costa
Não é gente aqui. Notícias do Sul
Em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Tendo dado cabo de tudo quanto havia de bípedes
São Paulo, concedeu-lhe o título de advogado. Em no Paraguai, o El Supremo, que tem muita paciência
2018, seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos acha ainda meio de reorganizar um novo exército de
heróis nacionais, depositado no Panteão da Pátria e quadrúpedes, a quem faz [...] proclamação [...] à
da Liberdade Tancredo Neves. qual os soldados entusiasmados respondem: Au! Au!
Au! Miau! Au! Miau!
(Adaptado de Ligia Fonseca Ferreira, Luiz Gama autor, leitor, (Adaptado de: TORAL, André. Imagens em desordem:
editor: revisitando as Primeiras Trovas Burlescas de a iconografia da Guerra do Paraguai (1864-1870).
1859 e 1861. Estudos Avançados. 2019, v. 33, n. 96.) São Paulo: Humanitas / FFLCH-USP, p.181.)

A partir da leitura do texto e de suas reflexões, a) Considerando as imagens, os textos e os conheci-


mentos sobre o tema, apresente uma síntese funda-
a) liste e explique dois aspectos da relação entre ori- mentada sobre a Guerra do Paraguai.
gem social e formas de acesso ao mundo das ciências b) A partir das imagens, dos textos e dos conhecimen-
e letras no período em que Gama atuou; tos sobre o tema, analise o papel desempenhado
b) cite e analise dois significados, no contexto do Bra- pela imprensa nesse conflito.
sil do século XXI, da concessão do título de advo-
gado a Luiz Gama.

50
R.I. (Revisão Intercalada)

14. (Uel)
Leia o texto a seguir.
Espera-se colonizar com os chineses, os coolies, os
malaios e todas essas raças degeneradas do oriente,
sorte de lepra humana? Já se experimentou a espécie
do Celeste Império. Que produziu ela? O Brasil, de
resto, já está farto dessas famílias mescladas e bas-
tardas que não constituem um povo. O que lhe falta
é sangue, a atividade, a ciência da Europa.
(RIBEYROLLES apud DEZEM, R. Matizes do “amarelo” :
a gênese dos discursos sobre os orientais no Brasil
(1878-1908). São Paulo: Associação
Editorial Humanitas, 2005. p.51.)

Nesse texto, o jornalista francês Charles Ribeyrolles


refere-se à imigração de chineses para o Brasil nos
anos 1850 com o objetivo de atender à necessidade
de mão de obra na lavoura.

Com base na citação e nos conhecimentos a respeito


da história do Brasil, responda aos itens a seguir.

a) Analise a posição assumida por Ribeyrolles quanto à


imigração chinesa para o Brasil.
b) Cite e explique um posicionamento semelhante ao
relatado no texto em relação a outro grupo social,
considerando a história do Brasil.

15. (Unicamp)
Iniciada como conflito entre facções da elite local,
a Cabanagem, no Pará (1835-1840), aos poucos
fugiu ao controle e tornou-se uma rebelião popular.
A revolta paraense atemorizou até mesmo liberais
como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gen-
talha, crápula, massas brutas. Em outras revoltas, o
conflito entre elites não transbordava para o povo.
Tratava-se, em geral, de províncias em que era mais
sólido o sistema da grande agricultura e da grande
pecuária. Neste caso está a revolta Farroupilha, no
Rio Grande do Sul, que durou de 1835 a 1845.
(Adaptado de José Murilo de Carvalho. “A construção da
ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a política imperial”.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 252-253.)

a) Segundo o texto, o que diferenciava a Cabanagem


da Farroupilha?
b) Quais os significados das revoltas provinciais para a
consolidação do modelo político imperial?
c) O que levava as elites agricultoras e pecuaristas a se
rebelarem contra o poder central do Império?

51
R.I. (Revisão Intercalada)

Geografia 1
1. (Unesp)

A imagem reúne alguns dos principais elementos de uma bacia hidrográfica. Identifique a feição apontada pelo número
1 e explique a dinâmica apresentada na ampliação. Considerando as partes de um rio, defina jusante e montante.

2. (Unesp)
Nos gráficos, estão representados os principais países poluidores do planeta, responsáveis pela emissão dos gases
que aquecem a atmosfera, principalmente o gás carbônico, proveniente da queima de combustíveis fósseis como o
petróleo, carvão mineral e gás natural.

(Fonte: Centro de Análises de Informações do


Dióxido de Carbono, 2001.)

52
R.I. (Revisão Intercalada)

a) O que significa o Protocolo de Kyoto e por que foi firmado?


b) Indique o principal país que não aderiu a este Protocolo e qual a justificativa apresentada para seu posicionamento.

3. (Fuvest 2012)
Anualmente, as principais bacias hidrográficas do mundo fazem ingressar nos oceanos dezenas de bilhões de toneladas
de partículas sólidas removidas das áreas continentais, resultantes do trabalho erosivo das águas correntes superfi-
ciais. Observe o mapa:

A bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, se comparada à do Amazonas, produz 3,4 vezes mais


sedimentos por unidade de área, tendo, aproximadamente, 1/4 da área de drenagem e 18% da vazão média da bacia
hidrográfica amazônica. Comparando-se os dados acima apresentados, a posição geográfica e o uso do solo nessas
áreas, identifique um fator responsável pela
a) quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica amazô-
nica. Explique;
b) elevada produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica Ganges- Brahmaputra. Explique.

4. (Pucrj)
Desejadas desde o Segundo Reinado brasileiro, em 1847, oficializadas por estudos em 1985, reconhecidas como de
interesse da União, em 1994 e finalmente iniciadas em 2007, as obras para a transposição do Rio São Francisco já
duram oito anos e são, ainda hoje, bastante polêmicas.
Sobre as obras em andamento:

53
R.I. (Revisão Intercalada)

a) Explique em que consiste a transposição do São Francisco, levando-se em consideração as bacias hidrográficas regio-
nais.
b) Identifique UMA VANTAGEM ECONÔMICA e UMA DESVANTAGEM AMBIENTAL que podem resultar dessa transposição.
Justifique sua resposta.

5. (Fuvest)
A exemplo de anos anteriores, 2015 foi marcado por cheias do rio Negro, ocorrendo inundações em municípios do
estado do Amazonas. Observe, no gráfico abaixo, dados de três cheias ocorridas no Porto de Manaus, em anos recentes.
Observe também o mapa da bacia hidrográfica amazônica.

54
R.I. (Revisão Intercalada)

a) Com base nos dados acima e em seus conhecimentos, explique qual é a possível relação das cheias do rio Negro com
seu regime de alimentação e sua proximidade com o equador.
b) Considerando a localização de Manaus na bacia hidrográfica amazônica, explique por que essa cidade sofre periodica-
mente débitos fluviais excessivos.

6. (Pucrj 2013)
As discussões em torno do Desenvolvimento Sustentável foram as tônicas nos eventos Rio 92 e Rio+20. Todavia, o
estabelecimento de agendas sustentáveis em parte dos países e regiões do mundo ainda é muito complicado.

a) Indique DUAS condições geopolíticas ocorridas no planeta, entre 1990 e 2012, que afetaram o controle da poluição
ambiental na atualidade.
b) Explique a charge acima com base em DUAS causas de aceleração do Efeito Estufa no planeta.

7. (Unesp)
Leia o trecho da entrevista a seguir:
Agora, os Estados Unidos integram, ao lado de Síria e Nicarágua, o grupo de países que não aderem ao Acordo. Qual o
impacto? Com relação às emissões, Síria e Nicarágua não têm muita importância, são países pequenos. Os EUA estavam
à frente do processo de regulamentação do Acordo e agora estão como os últimos da fila, no grupo dos que negam uma
pauta considerada por quase todos os líderes do planeta. É um retrocesso.
(Ana Luiza Basílio. www.cartaeducacao.com.br,
02.06.2017. Adaptado.)

a) Identifique o Acordo abordado pelo excerto e seu principal objetivo.


b) Cite dois exemplos de como os países podem alcançar as metas propostas por esse Acordo.

55
R.I. (Revisão Intercalada)

8. (Ufc)
O professor Antônio Aziz Nacib Ab’Saber, um dos grandes geógrafos brasileiros, desenvolveu árduo trabalho de pes-
quisa buscando uma classificação para os domínios de natureza no Brasil, para o que utilizou o conceito de Domínio
Morfoclimático.
a) Nomeie os dois domínios morfoclimáticos, dentro da classificação do professor Ab’Saber, que ocupam a maior área no
território brasileiro.
b) Indique características dominantes da feição do relevo, do clima, da rede de drenagem, dos aspectos dos solos e da
vegetação no domínio morfoclimático que predomina na região Nordeste do País.
c) Originalmente, a Mata Atlântica recobria cerca de 95% deste domínio. Indique:
c.1. o domínio morfoclimático em questão.
c.2. a principal consequência desse desflorestamento.

9. (Ufmg)
No Brasil e no mundo, os deslizamentos de terra e encostas têm provocado, historicamente, considerável número
de vítimas, muitas vezes fatais. Além de vítimas, é comum causarem prejuízos a equipamentos humanos, a exemplo
de edificações e estradas, o que resulta em perdas financeiras e sociais. No caso dos deslizamentos que, de modo
recorrente, vêm ocorrendo no Brasil, destacam-se, mais recentemente, os registrados nos estados do Rio de Janeiro
— região de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Angra dos Reis — e de Santa Catarina — região de Joinvile e
Blumenau. Os fatores indutores desses deslizamentos, no Brasil ou no mundo, são organizados pelos especialistas em
duas categorias principais:

(i) fatores de ordem natural; e


(ii) fatores de ordem antrópica.

Comumente, esses dois tipos de fatores atuam em conjunto, na medida em que o meio físico apresenta predisposi-
ções naturais à ocorrência de deslizamentos cuja manifestação é, de modo geral, induzida por interferências huma-
nas. Todavia há registros de deslizamentos em regiões em que a interferência antrópica é, praticamente, nula.
Considerando essas informações, analise este mapa, em que está representada a distribuição espacial dos Domínios
Morfoclimáticos Brasileiros, proposta por Aziz Ab’Saber:

56
R.I. (Revisão Intercalada)

A partir dessa análise e de outros conhecimentos sobre o assunto, taça o que se pede.
a) A predisposição natural para a ocorrência de deslizamentos inerente aos mares de morros — como aqueles ocorridos
no Rio de Janeiro e em Santa Catarina — se verifica também no domínio das caatingas?
b) Cite dois fatores de ordem natural presentes no domínio morfoclimático das caatingas que justificam sua resposta ao
item anterior. Explique cada um desses fatores.

10. (Ufba)

Os domínios morfoclimáticos constituem grandes combinações na associação entre os diversos elementos da paisagem,
mas com uma maior influência no relevo e no clima, gerando uma certa uniformidade em escala regional.

Com base nas ilustrações e nos conhecimentos sobre os domínios morfoclimáticos brasileiros, identifique
• o domínio que está localizado latitudinalmente, a sul do trópico de Capricórnio, destacando dois dos seus aspectos
geográficos:

- domínio:

- aspectos geográficos:

• o domínio morfoclimático, marcado pelas maiores amplitudes térmicas anuais, que recobre extensas superfícies
planálticas, citando duas de suas características:

- domínio:

- características:

• os dois tipos de formações vegetais que originalmente fazem a transição do domínio I para o domínio II.

11. (Ufpr)
Poderíamos assim, grosseiramente – e como sugestão para um debate –, reconhecer a existência de quatro Brasis: uma
Região Concentrada, formada pelo Sudeste e pelo Sul, o Brasil do Nordeste, o Centro-Oeste e a Amazônia.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. Brasil.
Território e Sociedade no início do século 21.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 268.

57
R.I. (Revisão Intercalada)

Por que o autor do texto faz distinção entre esses quatro Brasis? Justifique sua resposta, apontando diferenças entre
as regiões brasileiras citadas.

12. (Unicamp)
O Pantanal já teve 17% de sua paisagem natural devastados, mas o drama da planície alagada, assim como o de outras
áreas úmidas do Brasil, é praticamente ignorado pelos governos estadual e federal, afirmaram cientistas reunidos em
Cuiabá para discutir o futuro dessas regiões. Segundo Walfrido Tomás, especialista em gestão de biodiversidade da
Embrapa Pantanal, a pecuária intensiva está se difundindo no Pantanal e tem desmatado muito mais do que a tradi-
cional pecuária pantaneira.
(Adaptado de BBC Brasil: www.viagem.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/07/25/ult454u209.htm?action=print)

a) Compare as formas de pecuária intensiva e extensiva.


b) Considerando o Domínio Morfoclimático do Pantanal, quais as características naturais que favorecem a atividade pecu-
ária nessa área?

13. (Uerj 2019)

Com base na figura, aponte duas atividades humanas que contribuem para o desmatamento na Amazônia.
Cite, ainda, um dano ambiental decorrente desse processo, explicando sua causa.

14. (Unicamp 2022)


A água, na natureza, apresenta diversos mecanismos de mobilidade entre os diferentes ambientes da superfície terres-
tre. Esse processo é sintetizado no ciclo hidrológico. O modelo esquemático abaixo apresenta, por ano, o volume médio
de água, mobilizado por diferentes mecanismos de transferência.

58
R.I. (Revisão Intercalada)

Com base na ilustração e em seus conhecimentos sobre o ciclo hidrológico, responda às questões a seguir:
a) Explique o processo de transferência de águas atmosféricas dos oceanos para os continentes, citando dois fenômenos
meteorológicos decorrentes dessa transferência.
b) Cite duas funções que a vegetação desempenha no ciclo hidrológico. Explique de que forma se dá a mobilidade da água
subterrânea.

15. (G1 - cp2)

Prova histórica do descaso ambiental


Gramacho operou durante 34 anos, desde 1978 até o dia 03 de junho de 2012, quando oficialmente parou de receber lixo.
Durante esse tempo, foi o maior depósito de lixo da América Latina e o principal da área metropolitana do Rio de Janeiro
-- a 20ª maior do mundo, com 12,6 milhões de habitantes. Recebeu o lixo dos principais municípios metropolitanos: além
do próprio Rio de Janeiro, acolheu detritos de Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Teresópolis, São João
de Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita. Acumulou entre 60 e 80 milhões de toneladas de lixo.
(Fonte:<http://andradetalis.wordpress.com/2012/05/28/
nas-vesperas-da-rio20-escondem-a-eikelandia-e-o-maior-
aterro-de-lixro-da-america-latina/>.
Acessado em 09 out 2013)

Pelo fragmento de reportagem acima, pode-se perceber como o lixo é um problema a ser enfrentado nos centros
urbanos. Explique os impactos do lixo urbano no processo de degradação ambiental que ocorre nas cidades brasileiras.

59
R.I. (Revisão Intercalada)

Geografia 2
1. (Unicamp)

O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima
regional e global, porque altera padrões de vento em nível mundial. Desse modo, afeta regimes de chuva em regiões
tropicais e de latitudes médias. Com o auxílio da figura a seguir, responda às questões:

a) O que acontece com a temperatura das águas do Oceano Pacífico quando ocorre o El Niño? Qual a razão para esse
fenômeno ser denominado El Niño?
b) Nos anos em que esse fenômeno ocorre, qual a consequência para a atividade pesqueira do Peru? Qual a alteração do
tempo no Nordeste Brasileiro?

2. (Ufpr)

De acordo com o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (da sigla em inglês, IPCC), as alterações causa-
das pelo aquecimento global acentuarão os eventos climáticos extremos em todo o mundo, especialmente nas áreas
urbanas, por serem locais com alta densidade populacional. Segundo as projeções de cenários futuros geradas pelos
modelos de previsão, haverá aumento das ondas de calor, das tempestades e consequentemente dos riscos para a
população. Considerando cenário, pergunta-se:
a) Como as características da urbanização do Brasil agravam essas consequências?
b) Que ações de adaptação e mitigação são necessárias para enfrentar esses eventos em áreas urbanas?

60
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Ufrj)

Em 2009, comemoraram-se os 150 anos da morte de Alexander Von Humboldt (1769-1859), cuja contribuição para a
ciência foi tão notável quanto extensa. Suas explorações geográficas no continente americano originaram inúmeros
conhecimentos, muitos deles válidos até hoje.
A partir do registro de suas observações (Figura 1), Humboldt estabeleceu uma relação entre altitude e vegetação
(Figura 2) em áreas montanhosas intertropicais.

Explique a utilização econômica da relação feita por Humboldt entre altitude e vegetação.

4. (Ufmg)

Analise estes dois perfis biogeográficos em que está representada a sequência dos diferentes tipos de vegetação natural
de parte do Continente Africano e de parte do Continente Europeu:

A partir dessa análise e de outros conhecimentos sobre o assunto, IDENTIFIQUE a principal característica do clima que
condiciona a sequência dos tipos de vegetação natural encontrados ao longo de cada um desses perfis. JUSTIFIQUE
sua resposta.
a) Perfil sul-norte, na África.
b) Perfil sudoeste-nordeste, na Europa.

61
R.I. (Revisão Intercalada)

5. (Unicamp 2020)
O mapa abaixo apresenta a espacialização dos desertos no globo terrestre.

a) Aponte uma característica biogeográfica e uma característica climática do domínio de desertos frios.
b) Diferencie “deserto” e “desertificação”.

6. (Fuvest 2000)
A tundra e a taiga desenvolvem-se em zonas de alta latitude e, caracteristicamente, nas proximidades dos círculos
polares.
a) Descreva a tundra, a taiga e o tipo de exploração que se faz delas.
b) Analise os riscos de degradação que as afetam.

7. (Ufpr)
Nas duas últimas décadas, o ordenamento geopolítico do mundo passou de uma ordem bipolar, para uma ordem
multipolar. Caracterize cada uma dessas ordens, evidenciando seus atores e os fenômenos que foram responsáveis por
essa transformação.

8. (Ufjf-pism 3)

62
R.I. (Revisão Intercalada)

(...) a Guerra Fria foi muito mais do que apenas uma disputa armamentista ou geopolítica. Ela teve uma importante
dimensão cultural, que colocou em movimento um jogo simbólico do Bem contra o Mal. Ela mexeu com a imaginação
das pessoas, criou e reforçou preconceitos, ódios e ansiedades. Nesse sentido mais amplo, dois marcos parecem ser mais
adequados quando se trata de dar à Guerra Fria o seu conteúdo simbólico mais abrangente: o seu início foi a conquista
de um novo poder, a bomba atômica, e o seu fim foi a Guerra do Golfo (...).
Disponível em: <http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/
historia/guerrafria/guerra1/descricaopanoramica2.htm>.
Acesso em: 8 nov. 2015.

a) Os Estados Unidos, ao término da Guerra Fria, escolheram outros símbolos do Mal para ocupar o lugar que antes per-
tencia ao comunismo. Cite esses dois símbolos:
b) Como os países centrais do capitalismo tentam bloquear o desenvolvimento dos países dependentes, se valendo da
bandeira ambiental?

9. (Pucrj)

a) Explique como o Acordo de Schengen criou, de fato, uma comunidade regional europeia.
b) A partir do cartograma, associe os espaços regionais europeus não participantes, sob nenhuma condição, do Acordo
aos problemas lá vivenciados desde o fim da Guerra Fria.

10. (Ufpr)
Após a segunda guerra mundial, o mundo se organizou em dois grandes blocos políticos que, opondo-se um ao outro,
geraram um permanente quadro de conflitos denominado Guerra Fria, que persistiu até o início da década de 1990.

Explique o ordenamento geopolítico do mundo naquele período, caracterizando as diferenças entre tais blocos econô-
micos, bem como os eventos que conduziram ao seu fim.

11. (G1)
Quais são os principais centros de influência do mundo multipolar?

63
R.I. (Revisão Intercalada)

12. (Uerj)

No gráfico, a área de cada país é proporcional à porcentagem do seu Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao tama-
nho da economia global. As economias mais relevantes do mundo possuem uma parcela superior a 0,4% do PIB global.

Aponte o continente com o menor número de países nessa situação de relevância.

Em seguida, identifique o setor da economia mais importante para a composição do PIB das nações desenvolvidas,
apresentando uma justificativa para o destaque desse setor.

13. (Unesp)

64
R.I. (Revisão Intercalada)

Considerando o exemplo apresentado e a expansão das multinacionais no contexto da globalização, identifique e


caracterize o que ocorre com o processo produtivo das multinacionais. Cite dois fatores que levam as empresas a adotar
essa nova estratégia.

14. (Fgv)
A globalização, apoiada nos três grandes centros de impulsão da economia mundial, não impede que os Estados, as
redes ou os indivíduos se organizem em diferentes escalas regionais ou locais.

Com base no texto e no mapa acima,


a) indique duas medidas adotadas pelos países emergentes para se inserirem nos mercados globalizados;
b) analise a lógica de implantação das empresas transnacionais nos países em desenvolvimento;
c) avalie o papel da Organização Mundial do Comércio na regulação dos fluxos internacionais de comércio.

15. (Pucrj)
O modelo de formação do bloco regional europeu sofreu mudanças, ao longo da segunda metade do século XX, de
acordo com os caminhos traçados pela geopolítica mundial no período. Apesar de todos os seus problemas, esse modelo
se mantém como referência para outros processos de regionalização no mundo de hoje.
a) Diferencie o objetivo de formação do Mercado Comum Europeu (MCE), pelo Tratado de Roma, de 1957, do da União
Europeia (UE) pelo Tratado de Maastricht, em 1992.
b) Identifique dois processos geopolíticos geradores de grandes mudanças territoriais e políticas ocorridos na Europa,
entre 1989 e 1991, que impulsionaram a expansão da UE para outras regiões.

65
R.I. (Revisão Intercalada)

o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados


Filosofia honrosos e louvados por todos, porque o vulgo é levado
pelas aparências e pelos resultados dos fatos consuma-
dos [...]
1. (Ufu) MAQUIAVEL, O Príncipe. Trad. L. Xavier. In:
“Tudo o que se move é movido por outro ser. Por sua Os Pensadores. São Paulo: Editora Abril,
1979, XVIII, pp. 74-75.
vez, este outro ser, para que se mova, necessita também
que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Num combate da guerra civil contra Cina, um soldado
Se não houver um primeiro ser movente, cairíamos num de Pompeu, tendo matado involuntariamente o irmão,
processo infinito, o que é absurdo. Logo, é preciso que que era do partido contrário, ali mesmo matou-se de
haja um primeiro ser movente que não seja movido por vergonha e tristeza; e alguns anos depois, numa outra
nenhum outro. Esse ser é Deus”. guerra civil desse mesmo povo, um soldado, por haver
Tomás de Aquino. Suma de Teologia. Citado por: matado o irmão, pediu recompensa a seus comandan-
COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia. tes. Explicamos mal a honestidade e a beleza de uma
São Paulo: Saraiva, 1996. p. 135. ação por meio de sua utilidade; e concluímos mal ao
estimar que todos estejam obrigados a ela e que ela
O texto acima apresenta uma das cinco “provas” da seja honesta para todos se for útil.
existência de Deus chamada por alguns de argumento
do Primeiro Motor Imóvel, proposta por Tomás de MONTAIGNE, Os Ensaios. Trad. R. C.
Aquino. A propósito desse tema, responda o que é Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2001, III, 1, p. 25.
pedido nos itens a seguir.
Nos dois trechos, os filósofos, que viveram no início da
a) Comente a influência de Aristóteles na elaboração do Era Moderna, propõem duas perspectivas distintas - a
argumento dessa prova. da vida política e a da vida privada -, para a apreciação
b) Cite e exponha uma das outras quatro “provas” desen- do valor das ações humanas.
volvidas por Tomás de Aquino. Cada uma dessas duas perspectivas gera, por sua vez,
critérios distintos de avaliação.
A partir da leitura dos dois trechos transcritos, redija
2. (Ufu)
três textos,
Considere o trecho abaixo.
“Se é verdade que a verdade da fé cristã ultrapassa as a) um, contrastando as duas perspectivas propostas.
capacidades da razão humana, nem por isso os prin- b) um, identificando os critérios que cada um dos dois
cípios inatos naturalmente à razão podem estar em autores adota para avaliar as ações humanas.
contradição com esta verdade sobrenatural”. c) um, argumentando a favor de ou contra a possibilidade
de se conciliarem as duas perspectivas.
AQUINO, Tomás de. Suma contra os gentios.
São Paulo: Abril Cultural. v. VIII.
1973. p. 70. (Os Pensadores) 4. (Uel 2020)
Leia os textos a seguir.
Responda: Nos principados completamente novos, onde há um
a) Por que, segundo Tomás de Aquino, os princípios da novo príncipe, existe maior ou menor dificuldade para
razão não podem contradizer as verdades da fé? mantê-lo, conforme seja maior ou menor a virtú de
b) Havendo conflito entre os princípios da razão e as ver- quem o conquistou. Aquele que depende menos da for-
dades da fé, como se deve resolver tal conflito? tuna consegue melhores resultados. Consideremos Ciro
e os demais conquistadores ou fundadores de reinos:
3. (Ufmg) acharemos todos admiráveis. Examinando suas ações e
suas vidas, veremos que não receberam da fortuna mais
Leia estes dois trechos: do que a ocasião, que lhes deu a matéria para introdu-
E há de se entender o seguinte: que um príncipe [...] zirem a forma que lhes aprouvesse. E sem a ocasião a
não pode observar todas as coisas a que são obrigados virtú de seu ânimo se teria perdido, assim como, sem a
os homens considerados bons, sendo frequentemente virtú, a ocasião teria seguido em vão.
forçado, para manter o governo, a agir contra a cari-
Adaptado de: MAQUIAVEL, N. O Príncipe, capítulo VI. 2.ed.
dade, a fé, a humanidade, a religião. [...] Nas ações de Tradução de Maria Júlia Goldwasser. São Paulo:
todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há Martins Fontes, 1996. p.24.
tribunal para que recorrer, o que importa é o êxito bom
ou mau. Procure, pois, um príncipe vencer e conservar

66
R.I. (Revisão Intercalada)

Como a vida de um príncipe não é duradoura, o Estado sua própria pessoa, pelo resto da sua vida. Passarão
inevitavelmente se arruinará logo que a virtú deste vier a maior parte do seu tempo estudando a filosofia e,
a faltar. Disto decorre que os reinos, cuja sorte depende quando chegar sua vez, suportarão trabalhar nas tare-
da virtú de um único homem, são pouco duráveis, por- fas de administração e governo, por amor à cidade, pois
que aquela virtú se extingue com a morte deste e, raras que verão nisso um dever indispensável. Assim, depois
vezes, acontece que seja recuperada pelo seu sucessor. de terem formado sem cessar homens que lhes sejam
semelhantes, para lhes deixar a guarda da cidade, irão
Adaptado de MAQUIAVEL, N. Comentários sobre a Primeira
Década de Tito Lívio. Livro I, capítulo XI. 3. ed. rev. habitar as ilhas dos bem-aventurados.
Tradução de Sérgio Bath. Brasília: Editora UnB, Glauco – São mesmo belíssimos, Sócrates, os governan-
1994. pp. 58-59.
tes que modelaste como um escultor!
Com base na leitura dos textos de Maquiavel, disserte
(Platão. A República, 2000. Adaptado.)
sobre o significado da virtú na ação política do prín-
cipe diante das vicissitudes da fortuna. Texto 2
Origina-se aí a questão a ser discutida: se é preferível
5. (Uel) ao príncipe ser amado ou temido. Responder-se-á que
Leia os textos a seguir. se preferiria uma e outra coisa; porém, como é difí-
Como é meu intento escrever algo útil para os que se cil unir, a um só tempo, as qualidades que promovem
interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar aqueles resultados, é muito mais seguro ser temido do
a verdade efetiva das coisas do que pelo que delas se que amado, quando se veja obrigado a falhar numa
possa imaginar. Muitos imaginaram repúblicas e prin- das duas. Os homens costumam ser ingratos, volúveis,
cipados que nunca se viram e que jamais existiram covardes e ambiciosos de dinheiro; enquanto lhes
verdadeiramente. proporcionas benefícios, todos estão contigo. Todavia,
quando a necessidade se aproxima, voltam-se para
(Adaptado de: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: outra parte. Os homens relutam menos em ofender aos
Nova Cultural, 1991. p.63. Cap. XV.)
que se fazem amar do que aos que se fazem temer,
pois o amor se mantém por um vínculo de obrigação, o
A preocupação de Maquiavel em suas obras é o Estado.
qual, mercê da perfídia humana, rompe-se sempre que
Não o melhor Estado, aquele tantas vezes imaginado,
for conveniente, enquanto o medo que se incute é ali-
mas que nunca existiu. Mas o Estado real, capaz de
mentado pelo temor do castigo, sentimento que nunca
assegurar a ordem. Seu ponto de partida e de chegada
se abandona.
é a realidade concreta. Daí a ênfase na “verdade efe-
tiva das coisas”. Isso leva Maquiavel a se perguntar: (Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.)
como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado
estável? Considerando os conceitos filosóficos de “idealismo”,
“metafísica” e “ética”, explique as diferenças entre
(Adaptado de: SADEK, M. T. Nicolau Maquiavel: o cidadão as concepções de política formuladas por Platão e por
sem fortuna, o intelectual de virtù. In. WEFFORT, F. (org.). Maquiavel.
Os Clássicos da Política. vol.1. 13.ed.
São Paulo: Ática, 2001. p.17.)
7. (Ufu 2022)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o Leia o texto a seguir e responda às questões propos-
pensamento político de Maquiavel, apresente a relação tas, considerando-se o pensamento de René Descartes
entre a busca da “verdade efetiva das coisas” e o modo (1596-1650).
como o príncipe deve pautar sua ação política tendo
em vista a estabilidade e a ordem do Estado. Afirmo ousadamente que não podemos estar enganados
nos nossos juízos muito claros e exatos, os quais, se fos-
6. (Unesp) sem falsos, não poderiam ser corrigidos por outros mais
Texto 1 claros, nem com a ajuda de nenhuma outra faculdade
natural. Porque sendo Deus o soberano Ser, é necessário
Sócrates – Ao atingir os cinquenta anos, os que tive-
que seja também o soberano bem e a soberana verdade
rem se distinguido em tudo e de toda maneira, no seu
e, por isso, repugna-nos que qualquer coisa que venha
agir e nas ciências, deverão ser levados até o limite
dele tenda para a falsidade. Contudo, dado que não
e forçados a elevar a parte luminosa da sua alma ao
pode haver nada em nós de real que não nos tenha
Ser que ilumina todas as coisas. Então, quando tiverem
sido criado por Ele […], e dado que temos em nós uma
vislumbrado o bem em si mesmos, usá-lo-ão como um
faculdade real para conhecer o verdadeiro e distingui-lo
modelo para organizar a cidade, os particulares e a

67
R.I. (Revisão Intercalada)

do falso […], se essa faculdade não tendesse para o Com base na passagem acima e no conjunto do texto,
verdadeiro, pelo menos quando nos servimos dela como responda: de acordo com Hume, as ações humanas
deve ser […], não seria sem razão que Deus, que no-la são necessárias? Justifique sua resposta.
deu, fosse tido por um enganador.
DESCARTES, René. Resposta à segunda objeção, apud. 11. (Uel 2020)
JAPIASSU, Hilton. O racionalismo cartesiano, In:
Leia o texto a seguir.
REZENDE, Antônio. Curso de Filosofia, Zahar:
Rio de Janeiro, 2012. p. 69 Na verdade, os sentidos, por si mesmos, são algo
débil e enganador; nem mesmo os instrumentos
a) Cite quais são os três tipos de ideias a partir dos quais destinados a ampliá-los e aguçá-los são de grande
se compõe o nosso conhecimento e explique o que é valia. E toda verdadeira interpretação da natureza
cada um desses três tipos. se cumpre com instâncias e experimentos oportunos
b) Explique a relação entre a natureza divina e a certeza e adequados, onde os sentidos julgam somente o
das ideias inatas, consideradas o fundamento de nosso experimento e o experimento julga a natureza e a
conhecimento.
própria coisa.
BACON, F. Aforismo sobre a interpretação da natureza e o
8. (Ufjf-pism 3 2021) reino do homem. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p. 44.
Relacione dúvida e certeza conforme as duas primeiras
meditações metafísicas de René Descartes. Francis Bacon, filósofo inglês nascido em 1561,
contribuiu significativamente para a construção do
modelo de ciência moderna.
9. (Unesp)
Se um estranho chegasse de súbito a este mundo, eu Com base na leitura do texto e nos conhecimentos
poderia exemplificar seus males mostrando-lhe um hos- sobre a obra do filósofo, explique como o autor com-
pital cheio de doentes, uma prisão apinhada de mal- preende a experimentação como base metodológica
feitores e endividados, um campo de batalha salpicado do conhecimento científico.
de carcaças, uma frota naufragando no oceano, uma
nação desfalecendo sob a tirania, fome ou pestilência. 12. (Ufjf-pism 3 2022)
Se eu lhe mostrasse uma casa ou um palácio onde não
houvesse um único aposento confortável ou aprazível, Kant define Esclarecimento [Aufklärung] como “a
onde a organização do edifício fosse causa de ruído, saída do homem de sua menoridade, da qual ele
confusão, fadiga, obscuridade, e calor e frio extrema- próprio é culpado. [...] Para este esclarecimento,
dos, ele com certeza culparia o projeto do edifício. Ao porém, nada mais se exige senão liberdade.”
constatar quaisquer inconveniências ou defeitos na
construção, ele invariavelmente culparia o arquiteto, Para Kant, o que favorece o esclarecimento? Como
sem entrar em maiores considerações. deve ser o uso da liberdade?

(David Hume. Diálogos sobre a religião natural,


13. (Ufu)
1992. Adaptado.)
De acordo com Kant, filósofo alemão que viveu
a) Explicite o tema filosófico abordado no texto e sua entre 1724 e 1804,
relação com a criação do mundo.
b) Explique como os argumentos do filósofo evidenciam
um ponto de vista empirista (fundamentado na experi- “Nenhum conhecimento em nós precede a experi-
ência) e cético (baseado na dúvida), em contraste com ência e todo conhecimento começa com ela. Mas,
uma concepção metafísica sobre o tema. embora todo o nosso conhecimento comece com a
experiência, nem por isso todo ele se origina da expe-
10. (Ufpr)
riência. Pois, poderia bem acontecer que, mesmo o
nosso conhecimento de experiência seja um composto
“Se não houvesse uniformidade nas ações humanas, daquilo que recebemos por impressões e daquilo que
e se todo experimento realizado nesse campo forne- nossa própria faculdade de conhecimento fornece de
cesse resultados irregulares e anômalos, seria impos- si mesma. (...) Tais conhecimentos denominam-se a
sível coletar quaisquer observações gerais acerca priori e distinguem-se dos empíricos, que possuem
da humanidade, e nenhuma experiência, por mais suas fontes a posteriori, ou seja, na experiência.”
acuradamente digerida pela reflexão, poderia servir
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Introdução,
a qualquer propósito”.
São Paulo, Abril Cultural, 1980, coleção
(Hume, D. Uma Investigação sobre o Entendimento Humano, Os Pensadores (adaptado).
Seção 8, In: Antologia de textos filosóficos,
SEED, 2009, p. 381.)

68
R.I. (Revisão Intercalada)

Já Hume, filósofo escocês que viveu entre 1713 e 15. (Fuvest)


1784, cuja obra despertara o maior interesse em
“E [os índios] são tão cruéis e bestiais que assim
Kant, por sua vez escrevera
matam aos que nunca lhes fizeram mal, clérigos,
frades, mulheres... Esses gentios a nenhuma coisa
“O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É
adoram, nem conhecem a Deus.”
aquele princípio único que faz com que nossa expe-
riência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, Padre Manuel da Nóbrega, em carta de 1556.
uma sequência de acontecimentos semelhantes aos
que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, “(...) Não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que
ignoraríamos completamente toda questão de fato dizem daqueles povos; e na verdade, cada qual con-
além do que está imediatamente presente à memória sidera bárbaro o que não se pratica em sua terra.
ou aos sentidos”
(...) Esses povos não me parecem, pois, merecer o
HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano, qualitativo de selvagens somente por não terem sido
Seção IV, Parte II, 36. São Paulo, Abril Cultural, coleção se não muito pouco modificados pela ingerência do
Os Pensadores. espírito humano e não haverem quase nada perdido
de sua simplicidade.”
Comparando-se os trechos dos escritos desses dois
pensadores, explique Michel de Montaigne. “Ensaios”, 1588.

a) o que é o ceticismo de Hume. a) Compare as concepções dos dois autores sobre as


b) de que maneira cada um desses filósofos considera a populações nativas do Brasil.
experiência dos sentidos. b) Indique a concepção que prevaleceu e quais as con-
sequências para a população indígena.
14. (Ufg)
Leia o texto a seguir.
A ilha de Utopia tem cinquenta e quatro cidades gran-
des e magníficas, onde todos falam a mesma língua,
têm os mesmos hábitos e vivem sob as mesmas leis e
instituições. O governador conserva o cargo por toda
a vida, a menos que se suspeite que o titular deseja
instituir uma tirania. Uma lei proíbe que as questões
de interesse público sejam discutidas durante menos
de três dias, sendo crime de morte deliberar sobre
assuntos de Estado fora do Senado ou da Assembleia
Popular. Aparentemente, isso é feito para impedir
que o governador e os representantes das famílias
conspirem para ignorar os desejos da população e
alterar a Constituição.
MORE, Thomas. Utopia. São Paulo: Editora
Martins Fontes, 2009. p. 82 e seq. (Adaptado).

Este texto integra a obra de Thomas Morus, publi-


cada em 1516, na Inglaterra governada por Henri-
que VIII. Ao narrar a vida cotidiana em um país fic-
tício, chamado Utopia, o autor descreve instituições
políticas que projetam um governo voltado à vida
comunitária ideal.
Com base no texto apresentado, explique como essa
vida comunitária ideal

a) revela os princípios que sustentam o processo de


formação do Estado nacional moderno;
b) expressa um elemento de crítica ao governo absolu-
tista.

69
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Ufpr)
Sociologia O fragmento abaixo foi retirado do livro O que é Socio-
logia? e refere-se ao pensamento do sociólogo Max
Weber.
1. (Uel 2019)
Leia o texto a seguir. A Sociologia por ele [Max Weber] desenvolvida consi-
Após assinar o decreto que estabeleceu a intervenção derava o indivíduo e a sua ação como ponto chave da
federal na segurança pública do Rio de Janeiro, o pre- investigação. Com isso, ele queria salientar que o verda-
sidente Michel Temer justificou a medida dizendo “(...) deiro ponto de partida da sociologia era a compreensão
que o crime organizado quase tomou conta do estado da ação dos indivíduos e não a análise das “institui-
do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo ções sociais” ou do “grupo social”, tão enfatizadas
país (...)”. Destacam-se no crime organizado as milícias pelo pensamento conservador. Com essa posição, não
privadas, grupos formados para atuarem em comunida- tinha a intenção de negar a existência ou a importân-
des urbanas de baixa renda, os quais, sob a alegação cia dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa
de “manter a ordem e a segurança”, praticam agiota- capitalista, a sociedade anônima, mas tão somente a
gem, extorquem dinheiro do comércio e de moradores e de ressaltar a necessidade de compreender as intenções
cometem assassinatos. As milícias podem ser definidas e motivações dos indivíduos que vivenciam estas situa-
por alguns traços centrais: controle de um território e ções sociais. A sua insistência em compreender as moti-
da população que nele habita por parte de um grupo vações das ações humanas levou-o a rejeitar a proposta
armado ilegal; caráter coercitivo desse controle; a busca do positivismo de transferir para a Sociologia a metodo-
do lucro como motivação principal; a participação ativa logia de investigação utilizada pelas ciências naturais.
de agentes do aparelho estatal legal; um discurso de Não havia, para ele, fundamento para essa proposta,
legitimação referido à proteção dos moradores e à ins- uma vez que o sociólogo não trabalha sobre uma maté-
tauração da ordem. Apesar de se colocarem nas comu- ria inerte, como acontece com os cientistas naturais
nidades onde atuam como poder alternativo ao poder [...]. Vivendo em uma nação retardatária quanto ao
legal, acabam atuando como uma espécie de Estado desenvolvimento capitalista, Weber procurou conhecer
paralelo ao Estado constitucional. Isto implica em assu- a fundo a essência do capitalismo moderno. Ao contrá-
mir, alternativamente, traços semelhantes àqueles que rio de Marx, não considerava o capitalismo um sistema
definem o Estado moderno constitucional. injusto, irracional e anárquico. Para ele, as instituições
produzidas pelo capitalismo, como a grande empresa,
Adaptado de MAIA, G.; AMARAL, L. O constituíam clara demonstração de uma organização
crime organizado quase tomou conta do racional que desenvolvia suas atividades dentro de um
Estado do Rio, diz Temer. UOL Notícias,
Cotidiano. Brasília, 16/02/2018.
padrão de precisão e eficiência.
noticias.uol.com.br. (MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia?
São Paulo: Brasiliense, 2011. p. 69 e p. 72.
Com base na teoria de Max Weber, indique e explique Coleção Primeiros Passos.)
três características definidoras do Estado moderno cons-
titucional sob o modelo da dominação racional-legal. Com base nos conhecimentos sociológicos, caracterize
a Sociologia na perspectiva weberiana, discorrendo
2. (Ufu) sobre os aspectos relevantes dessa perspectiva apon-
tados no texto-base.
Weber conduziu uma investigação sobre o “desenvolvi-
mento do capitalismo no ocidente e a racionalização da
conduta promovida por um sistema ético, tendo como
resultado sua obra mais conhecida.” - A ética protes-
tante e o “espírito” do capitalismo.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira;
OLIVEIRA, Márcia Gardênia. Um toque de clássicos:
Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte:
EdUFMG, 1999. p. 129.

Com base nessa informação, faça o que se pede.


a) Estabeleça, sinteticamente, uma relação possível entre
a ética protestante e o “espírito” do capitalismo que
Weber apresentou nessa sua obra.
b) A partir dessa relação, estabeleça, ao menos, três tra-
ços da análise weberiana.

70
R.I. (Revisão Intercalada)

4. (Ufjf-pism 3 2022) lhe deve, o estruturalismo se separa em virtude das


atitudes muito diferentes que as duas escolas adotam
Veja a charge e leia o texto a seguir para responder à em relação ao concreto. Ao inverso do formalismo, o
questão: estruturalismo recusa opor o concreto ao abstrato, e
não reconhece no segundo um valor privilegiado. A
forma se define por oposição a uma matéria que lhe é
estranha; mas a estrutura não tem conteúdo distinto:
ela é o próprio conteúdo apreendido numa organização
lógica concebida como propriedade do real.
(LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural II.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993, p. 121.)

Seguindo a argumentação construída por Lévi-Strauss,


como podemos assegurar que a estrutura não se opõe à
realidade na forma de uma abstração linguística?

6. (Ufpr)
Segundo Roque de Barros Laraia (Cultura: um conceito
antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, pág. 21),
“o determinismo geográfico considera que as dife-
renças do ambiente físico condicionam a diversidade
cultural”. A partir de 1920, antropólogos procuraram
demonstrar que existe uma limitação na influência
geográfica sobre os fatores culturais.

Utilizando exemplos, explique como a Antropologia


compreende as relações entre os fatores culturais e o
“(...) a popularidade nesses ambientes é disputada ambiente físico.
moldando interações competitivas que tendem a pre-
miar os mais bem sucedidos em angariar apoio a suas
7. (Ufpr)
postagens, as quais agregam seguidores ao usuário,
conferindo-lhe o grau máximo de sucesso online: a Os Bambara (grupo que vive no Mali) consideram a
condição de influenciador digital, “protagonismo” ou velhice uma conquista. Para eles, o envelhecimento
apenas satisfação de tornar-se o centro momentâneo é concebido como um processo de crescimento que
das atenções. Nesse meio, explicações simplistas com ensina, enriquece e enobrece o ser humano. (....) Para
apelos morais encontram potencial de difusão.” os Bambara, a idade é um elemento determinante da
posição de cada indivíduo na sociedade. Toda a vida
Fonte: Machado, J e Miskolci, R. “Das social é organizada segundo o princípio da senioridade.
jornadas de junho à cruzada moral”.
Considera-se que os mais velhos estão mais próximos
Sociologia & Antropologia,
v. 9, n. 3, 2019, p. 947. dos ancestrais e, por esta razão, detêm a autoridade.
Respeito e submissão marcam o conjunto de atitudes
A sociologia entende que as identidades pessoais são e comportamentos dos mais jovens para com os mais
construídas socialmente, como parte dos processos de velhos.
socialização. Explique como a ampliação das comuni- (UCHÔA, Elizabeth. “Contribuições da antropologia
cações digitais e das redes sociais podem afetar esses para uma abordagem das questões relativas à
processos. saúde do idoso”. Caderno de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, 19(3): 849-853, mai-jun, 2003.)

5. (Ufpr 2019) A partir da leitura do trecho acima, explique de que


modo o envelhecimento é fenômeno que ultrapassa a
Na obra intitulada Antropologia estrutural II, Claude
dimensão biológica.
Lévi-Strauss afirma:
Os adeptos da análise estrutural em linguística e em
antropologia são frequentemente acusados de forma-
lismo. Isso é esquecer que o formalismo existe como
uma doutrina independente, da qual, sem negar o que

71
R.I. (Revisão Intercalada)

8. (Acervo) cultura, política e economia. Nós aprendemos que só


existe a língua portuguesa por aqui, né? Mas no Brasil
Um dos mais vivos debates acadêmicos dos últimos
anos diz respeito ao status “científico” das disciplinas existem 307 línguas muito antigas e diferentes entre
englobadas sob a rubrica de ciências sociais – tipica- si. E a língua é uma leitura de mundo. Quando a gente
mente incluindo sociologia, ciência política, psicologia generaliza e diz que ‘o índio chama casa de oca’, ime-
social, economia, antropologia, pesquisa de mercado e, diatamente a gente está esquecendo que oca é apenas
às vezes, áreas como geografia, história, comunicação e um jeito de falar. E essas línguas são tão diferentes
outros campos compostos ou especializados. A questão entre si quanto o português é diferente do chinês.”
básica é se o comportamento humano pode ser subme- Disponível em: http://www.nonada.com.br/
tido ao estudo “científico”. 2017/11/daniel-munduruku-eu-nao-sou-
indio-nao-existem-indios-no-brasil/.
BABBIE, Earl. Métodos de pesquisas de Survey.
Acesso em: 03 de fev. 2020.
Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999, p. 57.

a) Conforme o texto, cite e explique duas formas de vio-


Desde seu surgimento, a sociologia é colocada em ques-
lência simbólica contra a população indígena no Brasil.
tão devido ao seu caráter de “pretensa” cientificidade.
b) Explique de que maneira o conceito de violência simbó-
No intuito de construir uma ciência do social (tal como lica estaria relacionado ao conceito de etnocentrismo.
as ciências da natureza), Émile Durkheim desenvolveu
um conceito-chave que, segundo ele, seria o objeto
11. (Ufu)
de análise sociológica. Que conceito foi esse? Quais as
suas três principais características? A relação entre Nós, grupo cultural e social ao qual se
pertence, e os Outros, os que não fazem parte desse
9. (Ufu) grupo, apresenta-se nos discursos através dos concei-
tos de universalismo, humanismo e etnocentrismo.
“Não faz muito tempo, houve no Rio de Janeiro, um A partir desta afirmação, explicite e desenvolva a rela-
congresso internacional de turismo e seus planejadores ção entre etnocentrismo e universalismo.
sentiram que os visitantes não poderiam converter em
espetáculo os setores excluídos da vida tecno-civilizada
12. (Ufu)
da cidade. Convocaram-se as empresas de tabuletas
(outdoors como manda o figurino) para tapar o que O respeito à diversidade cultural tornou-se consenso
não se podia mostrar: os pardieiros, o lixo, as fave- entre os cientistas sociais a partir dos estudos reali-
las. Ficou evidente que, além de apregoar salsichas e zados em diferentes sociedades. Posteriormente tal
alpargatas, os tapumes coloridos tinham a importante atitude foi incorporada como um princípio por órgãos
função social de modernizar a paisagem, de reajustar internacionais como a ONU (Organização das Nações
uma imagem da terra às exigências estéticas das reti- Unidas). Porém, os mesmos pesquisadores concluíram
nas. Veja-se bem: não se cogitou nem uma vez sequer também que o respeito à diferença cultural não é a
de reestruturação do espaço social, mas das atitudes forma comum de os indivíduos atuarem no cotidiano.
prováveis diante desse espaço. É exatamente isto o que O etnocentrismo e o racismo são atitudes recorrentes
chamamos de tele-visão do mundo.” em muitas sociedades.
(SODRÉ, Muniz, O monopólio da fala, função e
linguagem da televisão no Brasil. Petrópolis,
a) Qual a diferença conceitual entre racismo e etnocen-
Vozes, 1977, p. 134) trismo?
b) Por que os cientistas sociais e órgãos internacionais
Identifique e explique a visão que o autor tem a res- entendem que tais práticas são inaceitáveis?
peito da indústria cultural e dos meios de comunicação
de massa hoje, no Brasil. 13. (Acervo)
Leia os textos a seguir.
10. (Ufu 2020)
Se chegam duas pessoas para fazer entrevista numa
Considere os trechos da entrevista concedida pelo firma, as duas com o mesmo grau de instrução, com a
pesquisador indígena Daniel Munduruku mesma experiência, com o currículo do mesmo nível...
“Eu não sou índio, não existem índios no Brasil. [...] Quem é que fica com a vaga? É claro que é a pessoa
No dia 19 de abril, a gente comemora um equívoco, de melhor aparência. Às vezes, a aparência é até mais
porque se esconde a diversidade de povos que existem importante do que o currículo. Eu não acho isso errado.
no Brasil. Cada povo cria seu modo de estar no mundo Eu não acho que é preconceito, nem discriminação.
a partir da cultura, que é alimentada pela língua que É que a aparência mostra a capacidade que a pessoa
ele fala. E cada povo tem suas tradições, sua crença,

72
R.I. (Revisão Intercalada)

tem de se organizar. Tem umas pessoas que não têm o Analise o texto acima, utilizando o conceito de “vio-
menor desconfiômetro, que não se enxergam mesmo. lência simbólica” de Pierre Bourdieu.
Que vão pedir emprego daquele jeito todo desgrenhado,
parecendo que fugiram da época dos hippies. Detesto
hippie. Detesto gente que faz esse estilo “não tô nem aí 15. (Acervo)
pra aparência, o que importa é a minha competência”. De acordo com Pierre Bourdieu, gostos, preferências e
Sabe, aquela história ridícula de “beleza interior”. Dá escolhas individuais não são dados pela natureza do
um tempo, né?!? indivíduo, habilidades não são dons naturais e limita-
ções não são defeitos inatos.
SANT’ANNA, André. Questão Estética. Disponível em:
<http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_ MARTINKOVIC, M. O. A Reprodução das diferenças sociais
link.cfm?edicao_id=269&Artigo_ID=4218&IDCategoria= na perspectiva de Pierre Bourdieu. 2011, p. 1. Adaptado.
4785&reftype=2>. Acesso em 25/05/2012. Disponível em: <http://ensinosociologia.fflch.usp.br...
texto.pdf> Acesso em 07 jan. 2012.

Pierre Bourdieu foi um dos sociólogos mais importan-


(...) o habitus é uma noção mediadora que ajuda a rom- tes da segunda metade do século XX.
per com a dualidade de senso comum entre indivíduo e A partir de seus conhecimentos da teoria de Bourdieu,
sociedade ao captar “a interiorização da exterioridade explique: Por que, segundo ele, os gostos não são dons
e a exteriorização da interioridade”, ou seja, o modo naturais? Dê um exemplo que ajude na explicação.
como a sociedade torna-se depositada nas pessoas sob a
forma de disposições duráveis ou capacidades treinadas
e propensões estruturadas para pensar, sentir e agir
de modos determinados, que então as guiam em suas
respostas criativas aos constrangimentos e solicitações
de seu meio social existente.

WACQUANT, Loïc. Esclarecer o Habitus. In:


Educação e Linguagem, ano 10, nº 16,
jul-dez, 2007, pp. 65-66.

O conceito de habitus foi criado pelo sociólogo francês


Pierre Bourdieu para compreender de que forma se dá
a relação entre indivíduo e sociedade. No trecho do
texto de André Sant’Anna, pode-se dizer que a narra-
dora possui um habitus que se manifesta por meio de
seu gosto estético. Explique de que forma esse habitus
se relaciona com a valorização da aparência.

14. (Acervo)
Nesse mundo em que eu vivo, com a carreira que eu
tenho para administrar, os melhores momentos para se
fazer bons contatos são as festas e os jantares, você
sabe. Então, a gente tem que usar um pouco de sex
appeal. Nada vulgar. É uma coisa de sedução fina. O
importante é criar o clima certo. Não se trata de fazer do
sexo uma arma para vencer na vida. Mas você está lá...
Um empresário importante, disponível, decidido vem
conversar... [...] Se esse homem que eu falei for com
a sua cara e te chamar pra dar uma esticada num res-
taurante legal, de bom gosto, um vinhozinho da melhor
qualidade, talvez até uma noite num hotel classe A, um
homem bonito, elegante, empresário, rico... Você vai,
se diverte, e depois pode até surgir uma boa oferta de
trabalho. Eu é que não ia recusar.
SANT’ANNA, André. Questão Estética. Disponível em:
<http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.
cfm?edicao_id=269&Artigo_ID=4218&IDCategoria=4785&
reftype=2>. Acesso em 25/05/2012.

73
R.I. (Revisão Intercalada)

CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias

Biologia 1

1. (Fuvest 2023)
O gráfico mostra a cobertura do solo em 1985 e 2021 em seis estados brasileiros. Em cada barra, o azul escuro repre-
senta vegetação nativa e o azul claro, ambientes antrópicos.

a) Qual bioma brasileiro predomina nos estados do Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro?
b) Cite uma característica abiótica típica do bioma brasileiro no qual estão inseridos os estados de Rondônia, Pará e Acre?
Cite uma consequência, para a biodiversidade, da perda da vegetação natural que vem ocorrendo nesse mesmo bioma.
c) Considerando os seis estados, cite os dois onde houve maior diminuição na proporção de vegetação nativa entre 1985
e 2021. Qual causa histórico-temporal explica a predominância de ambientes antrópicos já em 1985 nos estados do
Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro?

2.(Ufu 2022) O homem tem produzido diversas modificações nos ecossistemas e provocado inúmeros efeitos
diferentes nas populações.
a) Explique por que a adição de nutrientes minerais em excesso a um lago pode ameaçar sua população de peixes.
b) Mutagênicos são agentes químicos que induzem mutações no DNA. Relacione a concentração de ozônio na atmosfera
com a probabilidade de mutações em vários organismos.

3. (Ufc) O processo de “sucessão ecológica” compreende uma série de estágios do desenvolvimento de uma co-
munidade. Com relação a esse fenômeno:
a) estabeleça a diferença entre a “sucessão primária” e a “sucessão secundária”.
b) explique o significado do termo “comunidade clímax”.

4. (Pucrj)
A determinação do sexo nas tartarugas marinhas depende exclusivamente da temperatura de incubação dos ovos. Em
um determinado estágio do desenvolvimento embrionário, a temperatura do ambiente influencia a síntese de enzimas
que irão atuar na diferenciação dos sexos. As temperaturas mais quentes produzem maior proporção de fêmeas,
enquanto temperaturas mais frias produzem maior proporção de machos.
No atual cenário de mudanças climáticas, em que vem sendo constatado um aumento de temperatura, explique de que
forma o sucesso reprodutivo dessas espécies pode ser afetado.

74
R.I. (Revisão Intercalada)

5. (Fcmmg) Sobre o CRESCIMENTO POPULACIONAL,


responda:
a) Qual é o nome da capacidade teórica de crescimento de
uma população biológica?
O gráfico abaixo representa um experimento onde duas
populações de um mesmo inseto foram colocadas em
dois ambientes semelhantes, com uma única variante:

Após 40 anos de sua introdução, um programa de con-


trole dessa espécie foi implementado, no qual um ani-
mal que se alimenta desse inseto foi liberado na ilha,
como parte de uma ação de controle biológico. Como
resultado, houve o colapso da população do inseto
invasor após poucas gerações.
Considerando os tipos de interações ecológicas que
podem ser ilustrados a partir do enunciado acima,
responda:
a) Que interação ecológica foi responsável pela estabili-
b) Qual a variante que explicaria o resultado do experi- zação da população da espécie de inseto mencionada?
mento expresso no gráfico? Explique como ela atua.
c) Cite o nome de 3 outros fatores que, em condições b) Que tipo de interação ecológica levou ao declínio da
naturais, podem interferir no crescimento de uma população desses insetos? Explique sua resposta.
população.
8. (Fuvest)
6. (Ufjf-pism 3)
A figura abaixo mostra alguns dos integrantes do ciclo
No livro A queda do céu – Palavras de um xamã Yano- do carbono e suas relações.
mami, de autoria de Davi Kopenawa e Bruce Albert
(Editora Companhia das Letras, 2015), relata-se a
contaminação grave do povo Yanomami por mercúrio
a partir de garimpo criminoso nas terras que habitam.
Sendo os peixes a base da alimentação dos Yanomami,
pergunta-se:
a) Qual é o nome do fenômeno cumulativo de contamina-
ção que atinge os Yanomami?
b) Com base no enunciado, descreva um exemplo lógico
da rota do mercúrio no ecossistema envolvendo a rela-
ção entre três espécies.
c) É possível dizer que o inseticida organoclorado DDT
(diclorodifeniltricloretano) possui o mesmo comporta-
mento cumulativo de contaminação que o mercúrio,
atuando em um ecossistema terrestre? Explique.
a) Complete a figura acima, indicando com setas os sen-
7. (Ufpr) tidos das linhas numeradas, de modo a representar a
transferência de carbono entre os integrantes do ciclo.
Uma espécie de inseto foi introduzida acidentalmente b) Indique o(s) número(s) da(s) linha(s) cuja(s) seta(s)
em uma ilha, levando a um rápido crescimento popu- representa(m) a transferência de carbono na forma de
lacional. Para entender as consequências dessa intro- molécula orgânica.
dução, pesquisadores monitoraram essa população ao
longo do tempo, como representado na figura abaixo.
Após o crescimento inicial, a população estabilizou-se
em um tamanho de aproximadamente 1000 indivíduos.

75
R.I. (Revisão Intercalada)

9. (Famema 2023)
O nitrogênio é o elemento químico mais abundante
na atmosfera e compõe algumas moléculas orgânicas
dos seres vivos. No entanto, poucos organismos conse-
guem assimilar diretamente o nitrogênio atmosférico.
As plantas e algas assimilam compostos nitrogenados
_
como a amônia (NH3) e o nitrato (NO 3). A amônia é
disponibilizada no meio ambiente das seguintes for-
mas: por ação de alguns microrganismos ao realizarem
a fixação biológica, pela excreção de animais e pela Onde a curva sólida representa a distância de dispersão
decomposição da matéria orgânica morta. O nitrato das sementes, e a curva pontilhada a probabilidade de
pode ser sintetizado a partir da conversão da amônia. sobrevivência das plântulas.
O excesso de compostos nitrogenados em um lago pode a) Classifique o tipo de relação/interação ecológica entre
promover o aumento populacional de algas na água a espécie autotrófica e o consumidor secundário que
que, após morrerem, desencadeiam também a morte determina o padrão apresentado no gráfico.
dos peixes. b) É possível citar alguma relação ecológica harmônica
a) Cite um composto nitrogenado presente no núcleo das entre a espécie autotrófica e um consumido secundá-
células eucarióticas. Cite um tipo de microrganismo rio que contribua no aumento da população da espécie
que realiza a decomposição da matéria orgânica morta. autotrófica? Justifique sua resposta.
b) Como é denominado o fenômeno ecológico provocado c) O “Modelo de exclusão competitiva” ou “Princípio de
pelo excesso de compostos nitrogenados na água de um Gause” se aplica ao gráfico em questão? Justifique sua
lago? Por que ocorre a morte de peixes após a morte de resposta.
algas em um lago que recebeu compostos nitrogenados
em excesso? 12. (Unifesp 2023 - ADAPTADA)
O zebrafish (Danio rerio), espécie de peixe ornamental
10. (Unicid - Medicina) de água doce originária da Ásia, é conhecido no Brasil
O esquema ilustra de forma simplificada o ciclo do como paulistinha. Uma versão transgênica desse peixe
nitrogênio. é dotada de genes de anêmonas e de medusas que o
tornam fluorescente nas cores verde, vermelha, laranja
e azul. Embora a importação do peixe paulistinha trans-
gênico esteja proibida no Brasil desde 2008, ele pode
ser encontrado em aquários particulares e, segundo um
estudo recente, até em riachos nacionais. Pesquisadores
encontraram mais de uma centena de exemplares des-
ses peixes transgênicos em afluentes mineiros da bacia
do rio Paraíba do Sul, cuja presença é preocupante pois
pode afetar os peixes nativos. Na região mineira, os
peixes paulistinhas transgênicos alimentam-se de inse-
tos aquáticos e zooplâncton e não possuem predadores
naturais.

(Meghie Rodrigues. Pesquisa Fapesp, abril 2022. Adaptado.)


a) Qual o número da seta que não deveria existir no
esquema? Justifique sua resposta. Que efeito ecológico a alimentação dos peixes paulisti-
b) Qual o número da seta que indica a ação das bacté- nhas transgênicos causará sobre as populações de pei-
rias desnitrificantes? Por que o elemento nitrogênio é xes nativos dos afluentes do rio Paraíba do Sul? Qual
importante para todos os seres vivos? será o nível trófico ocupado por um peixe paulistinha
transgênico que se alimente de insetos que ingeriram
zooplânctons herbívoros?
11. (Ufjf-pism 3)
Existem diversas teorias ecológicas que explicam a 13. (Ufpr 2020)
alta diversidade de espécies de plantas em florestas
tropicais. Uma destas é a “Hipótese de pressão de pra- Várias espécies de borboletas depositam seus ovos
gas” ou “Modelo de Janzen-Connel”, exemplificada no sobre as folhas de maracujá e suas lagartas desfolhado-
gráfico a seguir. ras se alimentam dessas folhas. No gênero Passiflora (o
gênero do maracujá), além do nectário floral, a maior
parte das espécies apresenta nectários nas folhas (nec-
tários extraflorais). Esses nectários podem secretar

76
R.I. (Revisão Intercalada)

néctar e atrair formigas nectarívoras, que combatem


as lagartas para preservar sua fonte de alimento. Mui-
tas vezes, a presença de formigas inibe a deposição
de ovos pelas borboletas. Em alguns casos, porém, as
formigas também consomem os insetos herbívoros que
visitam as folhas.
a) Qual é a interação ecológica existente entre plantas
com nectários extraflorais e formigas nectarívoras?
Justifique sua resposta.
b) Qual é a interação ecológica existente entre lagartas de
borboletas e maracujazeiros? Justifique sua resposta.
c) Quais são os dois tipos de interação ecológica que ocor-
rem entre formigas nectarívoras e insetos herbívoros?
Justifique sua resposta.
A sucessão ecológica corresponde às mudanças graduais
e progressivas num ecossistema até que esse atinja
14. (Uerj 2019) uma comunidade com o máximo de desenvolvimento
As imagens abaixo retratam besouros de espécies dis- possível. Durante tal processo, ocorre a colonização de
tintas transportando ácaros. uma área e mudanças na composição da comunidade,
que vai sendo substituída por outra mais complexa.

a) Que tipo de sucessão ecológica deve ocorrer na ilha


Hunga Tonga? Justifique sua resposta.
b) Analise o gráfico acima e justifique as duas curvas de
produtividade (PB e PL), de acordo com os princípios
básicos da sucessão ecológica, aplicados ao caso da
ilha Hunga Tonga.

Na imagem I, a relação estabelecida entre os ácaros


e o besouro é de comensalismo e, na imagem II, de
parasitismo.
Diferencie os dois tipos de relação ecológica e indi-
que duas vantagens para os ácaros na relação de
comensalismo.

15. (Fempar (Fepar) 2019)


No final de 2014, ao sul de Tonga, o vulcão submarino
Hunga Tonga-Hunga Ha’apai entrou em erupção pela
segunda vez em menos de 5 anos, originando uma
ilha rochosa com quase 2,5 km de comprimento e 90
metros de altura. Com apenas dois meses, ainda per-
manecia aquecida e já se observava o início de uma
sucessão ecológica com a chegada das primeiras espé-
cies pioneiras.

77
R.I. (Revisão Intercalada)

Biologia 2
1. (Unicamp 2022)
In May 2021, the International Society for Stem Cell Research released new guidelines that relaxed the 14-day rule, an
international consensus that human embryos should be cultured and grown in the lab only until 14 days postfertiliza-
tion. The change allows scientists, in countries where it is legal, to seek permission to continue research beyond this
point. Roughly between days 14 and 22, the embryo enters gastrulation. Studying later stages would allow scientists
to better understand the nearly one-third of pregnancy losses and numerous congenital disabilities thought to be
triggered at these points in development.

(Adaptado de The future of lab-grown embryos - 03 set 2021; Nature News - https://www.nature.com/articles/d41586-021-02400-1. Acessado
em 16/09/2021.)

As respostas devem ser apresentadas em português.


a) Explique o que é a regra dos 14 dias. De acordo com o texto, que mudança essa regra sofreu recentemente e quais são
os seus impactos?
b) Considerando as informações do texto e a figura dos estágios iniciais da embriogênese humana, qual é o período
aproximado da implantação do embrião e onde ela ocorre? Qual é a importância da gastrulação na embriogênese?

2. (Famema 2022)
A esquistossomose – também conhecida como esquistossomíase, barriga d’água, bilharziose e xistosa – é decorrente
da infecção humana pelo parasita Schistosoma mansoni. A transmissão do parasita depende da presença de espécies
suscetíveis de hospedeiros intermediários pertencentes ao gênero Biomphalaria. Embora a doença apresente manifesta-
ções graves, na maioria das vezes é assintomática. A gravidade da doença depende da carga parasitária adquirida nos
contatos com os ambientes contaminados e de exposições sucessivas aos focos.
Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados pela doença. Em alguns estados, como São Paulo, a
transmissão é focal.

(Adaptado de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saudede-a-a-z/e/esquistossomose)

Sobre a esquistossomose, responda aos itens a seguir.


I) O parasita causador da esquistossomose pertence a que filo do reino Animalia? Como deve ser classificado este filo em
relação ao número de folhetos embrionários e em relação à presença ou não do celoma?
II) Descreva o ciclo de vida do parasita Schistosoma mansoni.

78
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Ufjf-pism 3 2022) a) Quais são os folhetos embrionários indicados, respecti-


vamente, pelos números 1, 2 e 3?
Uma paciente foi na ginecologista dizendo que estava
b) Explique como ocorreu a formação da estrutura de
com a sua menstruação atrasada e que achava que
número 4.
estava grávida. Com base neste relato, a médica pediu
exames de gravidez. Ao mesmo tempo, a paciente
5. (Unifesp)
pediu que a médica a explicasse sobre o que estaria
No desenvolvimento dos mamíferos, três anexos
acontecendo em seu organismo caso ela estivesse grá-
embrionários (âmnio, alantoide e saco vitelínico)
vida. Diante do pedido, a médica lhe mostrou a ima-
dão origem ao cordão umbilical, constituído por uma
gem abaixo, a qual você também deve se basear.
veia e duas artérias. No feto, a troca gasosa é feita na
placenta: o sangue proveniente da placenta é trans-
portado pela veia umbilical até o feto e bombeado,
pelo coração, para cérebro e membros. Ao retornar ao
coração, o sangue é bombeado para as artérias umbili-
cais, voltando para a placenta.
a) Âmnio, alantoide, saco vitelínico (ou vesícula
vitelínica) e placenta são estruturas ligadas ao
desenvolvimento embrionário e fetal. Qual dessas
estruturas está presente em todos os grupos de
vertebrados? Quais delas ocorrem em todos os grupos
de vertebrados, exceto nos peixes e nos anfíbios?
b) Considerando o que foi descrito sobre circulação
fetal e as funções da placenta, pode-se afirmar que
a concentração de oxigênio (alta ou baixa) no san-
a) Indique o processo biológico apontado pela letra A e gue presente nas artérias umbilicais é semelhante
identifique o local e em qual semana do desenvolvi- àquela encontrada na maioria das artérias do corpo
mento embrionário este processo está ocorrendo. da mãe? Justifique sua resposta.
b) As letras B e C identificam fases sequências do desen-
volvimento embrionário humano. Quais são essas 6. (Famerp)
fases, respectivamente?
A figura representa um ovo amniótico logo após ter
c) Considerando a fase indicada pela letra D, informe o
sido posto por uma ave, e os gráficos representam
nome pelo qual o embrião é chamado nesta etapa e
supostas variações da massa desse ovo até um dia
explique o processo que está acontecendo.
antes da sua eclosão, ou seja, da ruptura da casca e
saída do filhote de dentro do ovo.
4. (Uel 2019)
A figura a seguir representa o estágio de nêurula de
um animal triblástico celomado.

A partir da análise da figura, responda aos itens a a) Indique o gráfico que corresponde à correta variação
seguir. da massa do ovo ao longo do tempo até um dia antes
do nascimento do filhote. Justifique sua resposta.

79
R.I. (Revisão Intercalada)

b) O que ocorre com o volume do alantoide durante o a banana, o doce, o queijo,


desenvolvimento embrionário? Justifique sua resposta.
o pirão.

7. (Unisa - Medicina) […]

Analise os seguintes animais invertebrados. Lulu, lulu, lulu, lulu,


pois eu faço esta cantiga
para o anjinho de São Paulo
que alimentava a lombriga.

(Cecília Meireles. Ou isto ou aquilo.)

No poema, a autora descreve a lombriga (Ascaris lum-


bricoides) no singular, como se fosse um único indiví-
duo, como ocorrem com as solitárias (Taenia solium).
Diz, também, que a lombriga devorava todo alimento
ingerido por Lulu.
a) Lombrigas e solitárias (tênias) não pertencem ao
mesmo filo animal. Ao comparar o processo digestivo
das lombrigas e da solitária, constata-se que o mais
parecido com o dos seres humanos é o das lombrigas.
Que características do filo das lombrigas e do filo da
solitária permitem tal constatação?
b) Em geral, o alimento do hospedeiro já chega digerido
até a lombriga e a solitária. Uma vez ingeridos, de que
maneira os nutrientes são distribuídos a todas as par-
a) Qual desses animais possui uma estrutura que, visi- tes do corpo desses animais?
velmente, dificulta a ação de um predador? Cite outra
vantagem que essa estrutura traz ao animal em ques- 10. (Uftm)
tão.
b) O minhocuçu e o caracol são animais celomados e a Um casal decidiu gerar um filho submetendo-se à ferti-
planária é um animal acelomado. O que é celoma e qual lização in vitro. A mulher, após tratamento hormonal,
a importância do líquido contido em seu interior? conseguiu engravidar e teve uma criança saudável.
Após o parto, ela desejou montar um álbum com todas
8. (Unicid - Medicina) as fases de vida de seu filho e quis iniciá-lo com algu-
mas fases embrionárias pelas quais ele teria passado.
Lesma, caracol, lula e polvo pertencem ao Filo Mollusca. Como não tinha essas imagens, reuniu algumas que
fazem parte do desenvolvimento embrionário de um
a) Quais os dois tipos de sistema circulatório encontrados animal, que é considerado evolutivamente próximo
nos animais citados? dos seres humanos, e formou uma sequência, porém
b) As lesmas e os caracóis deixam um rastro viscoso por incorreta.
onde se locomovem. A lula e o polvo expelem um jato
de tinta em determinadas situações. Explique as van-
tagens adaptativas destas duas ações.

9. (Unifesp)
Cantiga para adormecer Lulu
Lulu, lulu, lulu, lulu,
vou fazer uma cantiga a) Sabendo que a estrutura I representa um maciço celular
para o anjinho de São Paulo e a estrutura IV possui uma cavidade interna, indique,
baseando-se nos quatro desenhos, a sequência correta
que criava uma lombriga. do desenvolvimento embrionário. Em qual órgão da
[…] mulher um embrião normalmente deve se implantar?
b) Explique o que se entende por fertilização in vitro. Que
A lombriga devorava hormônio essa mulher teve que receber para estimular
seu pão, a liberação do gameta para que a fertilização fosse bem
sucedida?
80
R.I. (Revisão Intercalada)

11. (Uel) 2. CITE duas consequências da introdução de espécies


No cladograma a seguir, as letras representam grupos exóticas num ecossistema.
de animais caracterizados de acordo com a legenda. Na
falta de saneamento básico e de inspeção das carnes de 3. Um hábito popular para matar lesmas e caramujos
porco e de boi, observa-se a ocorrência de uma parasi- consiste em jogar sal de cozinha sobre seus corpos.
tose em humanos.
a) EXPLIQUE o processo pelo qual, nesse caso, o sal leva
à morte.
b) Apesar de popular, o extermínio de lesmas e caramujos
por adição de sal não é uma prática recomendada para
uso em hortas e jardins.
JUSTIFIQUE essa afirmativa.

13. (Fuvest 2023)


Quem mora ou já visitou Alagoas sabe que o sururu é
uma tradição na culinária local e uma fonte de renda
para quem vive às margens da lagoa Mundaú. Mas o
tradicional molusco alagoano sumiu da lagoa. Desde as
chuvas de junho, o sururu não é mais encontrado, dei-
xando pelo menos 3.000 pessoas sem o sustento gerado
pela pesca e tratamento do molusco. Ao mesmo tempo,
uma espécie de bivalve invasor (classe de moluscos à
qual também pertence o sururu), com origem na Amé-
rica Central e distribuída em diversos ambientes estu-
arinos pelo mundo, ganhou terreno e ameaça tomar o
local, numa disputa com a espécie nativa. Segundo um
biólogo explicou, “há um grande risco de essa espécie
invasora se adaptar bem e começar a disputar e domi-
a) dentifique a parasitose e, pelas letras, os animais nela nar o alimento e o espaço do sururu, cuja população
envolvidos. está em queda no número de indivíduos”. O bivalve
b) Explique as formas de infestação nos hospedeiros. invasor
não tem valor de mercado e, quando pescado, é des-
12. (Ufmg) cartado de volta. O “sururu já vinha sofrendo com
O caramujo africano (Achatina fulica), mostrado na uma forte pressão por conta dos poluentes e pesca
figura abaixo, foi introduzido no Brasil, ilegalmente, sem controle, mas as fortes chuvas em junho e julho
na década de 1980, com o intuito de se explorar comer- em Alagoas diminuíram a salinidade da água e uma
cialmente essa espécie como iguaria gastronômica. De grande quantidade de matéria orgânica, lixo, esgotos,
lá para cá, o Achatina fulica espalhou-se por vários resíduos e principalmente sedimentos levados pelo rio
estados brasileiros, mas não como uma alternativa Mundaú se acumularam lá”, afirma o biólogo. Sem o
econômica, pois seu gosto não foi tão apreciado como sururu, a comunidade está apreensiva porque a popu-
o escargot verdadeiro (Helix aspersa). lação da orla sofre com prejuízos e falta de renda, já
que, na comunidade, uma parte das pessoas saía nos
barcos para pescar e outra tratava o sururu em um pro-
cesso chamado de despinicar (que é tirar o produto do
molusco de dentro da casca).

Adaptado de “Patrimônio de Alagoas, sururu sofre com espécie inva-


sora e some de lagoa”, publicado no UOL em 28/08/2022.

a) A que parte do indivíduo corresponde o “produto do


molusco” que é referido no texto no processo de “des-
pinicar”? “produto” = __________.
b) Baseado no texto, cite, na tabela abaixo, um fator bió-
tico e um fator abiótico, com suas respectivas causas,
1. EXPLIQUE por que uma espécie exótica como essa que estão relacionados ao desaparecimento do sururu
pôde se tornar rapidamente uma praga em diversos na lagoa Mundaú.
ecossistemas brasileiros.

81
R.I. (Revisão Intercalada)

a) Identifique cada uma das estruturas indicadas pelos


Fator Causa
números na figura apresentada.
b) Identifique o tipo de movimento realizado pela
Biótico
minhoca e explique como as estruturas indicadas na
figura atuam na produção do movimento desse animal.
Abiótico c) Descreva duas das funções ecológicas desempenhadas
pelas minhocas nos ambientes que elas colonizam.
c) Cite um risco para a saúde humana associado ao con-
sumo de espécies de bivalves e uma forma de prevenir
esse risco ao consumir essa iguaria.

14. (Pucrj 2023)


Considere o texto abaixo.
Os recifes de corais são considerados um dos ambientes
mais biodiversos do planeta e, apesar de representarem
menos de 1% do fundo marinho, concentram grande
parte da biomassa de peixes e outros animais do
mar. Os recifes são formados a partir do crescimento
do esqueleto calcário de organismos coloniais, os
corais. Essas estruturas calcárias servem de abrigo e
alimentação para muitas das espécies que vivem nes-
ses ambientes, sendo fundamentais para a manutenção
do ecossistema recifal. Contudo, a sobrevivência dos
corais está ameaçada. Se a temperatura da água do mar
aumenta e permanece alta por muito tempo, ocorre o
fenômeno de branqueamento dos corais.
Nesse contexto, desenvolva os itens a seguir.
a) Os corais são animais de qual filo? Cite dois outros
animais que pertencem ao mesmo filo.
b) Explique como as ações humanas impactam o ecossis-
tema e podem causar o branqueamento de corais e cite
duas medidas que poderiam evitar ou minimizar esse
processo.

15. (Ufes)
Os sistemas esqueléticos são consequências das estru-
turas corporais e delimitam o tipo de locomoção e
hábitos de vida de cada um dos grupos animais. Na
figura a seguir, são indicadas estruturas corporais de
um segmento generalizado de uma minhoca, em corte
transversal, que estão relacionadas com o sistema
esquelético e com a locomoção.

82
R.I. (Revisão Intercalada)

Biologia 3

1. (Famerp 2020)
A imagem ilustra um corte transversal da membrana plasmática de uma célula da traqueia humana, na qual se obser-
vam cílios com estruturas circulares agrupadas duas a duas em seu interior.

a) Quais organelas celulares são importantes para que as estruturas observadas realizem os movimentos ciliares? Justifi-
que sua resposta.
b) Justifique por que um homem que não forme as proteínas que integram essas estruturas pode apresentar problemas
respiratórios e também infertilidade.

2. (Unesp 2020)
As figuras de 1 a 3 apresentam os conjuntos cromossômicos (cariótipos) de machos de três espécies de mamíferos:
Homo sapiens (homem), Canis familiaris (cão) e Felis catus (gato), não necessariamente nessa ordem. As figuras 4 e 5
apresentam, respectivamente, os cariótipos de machos de Bos taurus (boi) e de Capra hircus (bode).
Para a elaboração de cariótipos, os cromossomos em metáfase são fotografados e organizados lado a lado, segundo seus
pares homólogos. Nessa sequência (de 1 a 5), os cariótipos estão em escalas diferentes.

a) Sabendo-se que o gato tem um número cromossômico menor que o do cão, qual o número diploide do Homo sapiens,
do Canis familiaris e do Felis catus, respectivamente? Cite uma característica, evidente nos cariótipos, que permite
afirmar que os cromossomos apresentados são metafásicos.
b) As espécies Bos taurus e Capra hircus apresentam cariótipos muito parecidos, com a mesma ploidia e, à exceção do
cromossomo X, têm cromossomos de mesma morfologia. Como se explica o fato de conjuntos cromossômicos tão seme-
lhantes determinarem características fenotípicas tão diferentes quanto aquelas que distinguem os bois dos bodes?

3. (Unicamp 2019)
Os microtúbulos, parte do citoesqueleto, estão envolvidos em diversas etapas da diferenciação de neurônios, incluindo
a origem e a função de seus prolongamentos celulares – dendritos e axônios.

83
R.I. (Revisão Intercalada)

As proteínas associadas aos microtúbulos (MAPs) têm funções essenciais nas células neuronais, podendo ser divididas
em três famílias – MAP1, MAP2 e tau.

a) Cite pelo menos dois papéis dos microtúbulos em uma célula eucariótica, diferentes daqueles mencionados acima.
As distribuições subcelulares de tau, MAP2 e um tipo de MAP1 (MAP1B) durante a diferenciação neuronal são repre-
sentadas na figura abaixo. Na fase 4, qual MAP é encontrada em maior quantidade nos dendritos?

b) Qual é a principal função dos axônios?


Plasticidade neuronal é a capacidade do sistema nervoso de se modificar estrutural e funcionalmente ao longo de
seu desenvolvimento, ou quando sujeito a novas experiências. De que forma os dendritos e os axônios participam
ativamente desse processo?

4. (Ufu)
Considere a representação esquemática do ciclo celular.

Baseando-se nas informações apresentadas na figura, responda as questões abaixo.


a) Qual letra caracteriza a etapa do ciclo celular em que seria mais adequado usar investigações de um cariótipo, tendo
em vista a necessidade de se obter maior nitidez dos cromossomos? Qual letra representa a etapa em que o nucléolo
desaparece, os cromossomos se tornam menos condensados e os microtúbulos remanescentes do fuso desaparecem?
b) A que etapa do ciclo celular mitótico corresponde às letras A e D, respectivamente?
c) Se a quantidade de DNA de uma célula somática na etapa B é 2x, as células do mesmo tecido, nas fases G1 e G2 da
interfase, apresentam, respectivamente, qual quantidade de DNA?

5. (Famerp)
A figura ilustra o material genético de uma célula e o detalhe das moléculas que o integram.

84
R.I. (Revisão Intercalada)

a) De acordo com a figura, esse material genético e as


a) Quantas moléculas de DNA existem na célula represen-
moléculas que o integram não pertencem a uma bacté-
tada? Justifique sua resposta.
ria. Justifique essa afirmação.
b) Cite um critério morfológico utilizado para identifi-
b) Os cromossomos humanos apresentam regiões especí-
car os pares de cromossomos homólogos. Explique a
ficas chamadas telômeros. O que ocorre com os telô-
importância da fase representada no aumento da varia-
meros após cada divisão das células somáticas? Qual
bilidade genética dos gametas.
a relação desse fenômeno com a longevidade do orga-
nismo humano?
8. (Fcmscsp 2021)

6. (Fac. Santa Marcelina - Medicina) A figura ilustra a composição vascular e o tecido epite-
lial de um órgão do sistema digestório humano.
A figura representa uma célula animal em uma fase
da meiose.

a) Qual fase da meiose está representada na figura? Jus-


tifique sua resposta.
b) Indique quantos cromossomos estarão presentes em
cada uma das células formadas, ao final dessa meiose.
Justifique sua resposta.
a) Cite a modificação da membrana celular que permite a
identificação desse órgão. Cite a função dessa modifi-
7. (Famema)
cação da membrana celular.
A figura representa uma célula animal com os pares de
b) A vascularização desse órgão é dada pelos capilares
cromossomos homólogos na região mediana durante a
sanguíneos e pelo vaso linfático. Qual a função de cada
meiose I.
um desses vasos presentes nessa região?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Considere o texto a seguir e responda:
A falta de informação continua um dos maiores desafios
no enfrentamento da Febre Maculosa no Brasil, doença
fatal na ausência de tratamento adequado. Todo caso
de Febre Maculosa é de notificação obrigatória às auto-
ridades locais de saúde. Com quadro clínico marcado

85
R.I. (Revisão Intercalada)

por febre alta, dores de cabeça, náuseas e vômitos, 11. (Ueg)


o diagnóstico correto depende do conhecimento dos
A pele é um órgão importante na manutenção do
profissionais de saúde sobre esta enfermidade, que metabolismo basal nos mamíferos e apresenta uma
compartilha os mesmos sintomas com diversas doen- complexidade em células especializadas e de diferentes
ças. A maior parte dos casos de Febre Maculosa ocorre tipos de tecidos. A respeito do assunto, responda ao
na região Sudeste. No Estado do Rio de Janeiro, por que se pede.
exemplo, praticamente todos os casos de óbito por a) Quais os tecidos constituintes desse órgão?
febre maculosa, ocorridos nos últimos 20 anos, tiveram b) Relacione a função das glândulas presentes na pele
o diagnóstico inicial de dengue. enquanto característica adaptativa dos mamíferos ao
A doença é transmitida ao homem basicamente pelo ambiente terrestre.
carrapato infectado, ectoparasita comum em cães e
cavalos. Por isso, é preciso ficar atento à presença do 12. (Ufrn)
vetor nos animais e fazer uso de antiparasitas, como,
por exemplo, a tetrametrina, nos animais domésticos, Para fazer um piercing é necessário saber quais são os
em caso de necessidade. principais cuidados apontados por especialistas, dentre
A tetrametrina é uma substância química sintética eles, o de optar por áreas sem cartilagens, pois pode
empregada como inseticida e acaricida, sendo utili- haver o risco de infecções e formação de queloides.
Considerando isto,
zada comumente para o controle de pulgas, carrapatos
a) apresente duas funções do tecido cartilaginoso no
e piolhos.
organismo humano.
Atua como neurotoxina, alterando o funcionamento do b) justifique, do ponto de vista da constituição do tecido
sistema nervoso dos insetos. Geralmente, cachorros e cartilaginoso, as dificuldades para controlar uma
gatos são tolerantes à tetrametrina, pois a toxicidade infecção em locais que contenham cartilagens.
desse composto é muito maior contra os parasitos que
contra os mamíferos. 13. (Udesc)
Aparelhos ergonômicos exigem do designer um conhe-
9. (Fmp 2020 - ADAPTADA) cimento prévio acerca do funcionamento do organismo
humano. Dentre os vários sistemas que compõem o
A Febre Maculosa é uma doença que costuma ser cau- Homem, o sistema tegumentar desempenha impor-
sada pela picada de um carrapato infectado com bacté- tantes funções. A respeito da sua estrutura e de suas
rias do gênero Rickettsia. funções, resolva a questão abaixo.
a) O agente etiológico da febre maculosa, a bactéria Ric- a) A pele é formada por duas camadas: a epiderme e a
kettsia, reproduz-se no organismo humano, no interior derme. Indique qual a constituição da epiderme e
do endotélio dos vasos sanguíneos. relacione com sua(s) função(ões).
b) Cite três anexos do sistema tegumentar e descreva
Classifique o tecido que forma os endotélios dos vasos
sua(s) função(ões).
sanguíneos.
b) Uma extensa lesão endotelial pode ativar a cascata de
14. (Udesc)
coagulação, causando um aumento de agregação pla-
quetária e liberação de trombina. A gordura em excesso é um fator de alerta em relação
Explique a função da trombina na cascata de às condições de saúde dos indivíduos. Profissionais que
coagulação. atuam na área de Fisioterapia Dermato-funcional têm
demonstrado a eficácia no tratamento de gordura loca-
lizada pela aplicação de ultrassom em células adiposas
10. (Uema) do tecido subcutâneo. Essa técnica permite o rompi-
A maior parte do axônio é envolvida por uma camada mento das membranas das células de gordura.
de natureza lipídica chamada de bainha mielínica que Em relação ao contexto acima, cite:
funciona como isolante elétrico, aumentando a veloci-
dade de condução do impulso nervoso. Algumas doen- a) duas funções do tecido adiposo em nosso corpo;
ças, como, por exemplo, a síndrome de Guillain-Barré, b) dois tipos de lipídios contidos no organismo humano.
têm origem na destruição da bainha de mielina com
perda gradual da atividade motora. 15. (Udesc)
Fonte: LINHARES, Sergio; GEWANDJNAJDER, Fernando. Em organismos de reprodução sexuada pode ocorrer,
Biologia hoje. São Paulo: Ática, 2011. durante a prófase I da meiose I, na formação dos
gametas, um evento denominado permutação, permuta
Explique como a destruição da bainha de mielina afeta genética ou crossing-over.
a atividade muscular. Em relação ao contexto, responda:
a) no que consiste o crossing-over?
b) qual a função do crossing-over?

86
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Fuvest 2022)
Física 1 Duas esferas de massa m, ambas carregadas eletrica-
mente com a mesma carga q, estão localizadas nas
extremidades de fios isolantes, de comprimento L,
presos ao teto, e formam o arranjo estático mostrado
1. (Ita 2023) na figura.

Um bloco cúbico de aresta l = 4,5 cm desliza, sob


o efeito da gravidade, sobre um plano inclinado de
ângulo a = 60º relativamente à horizontal. O desliza-
mento acontece com as normais de duas de suas faces
sempre paralelas à direção do movimento. Para estu-
dar o movimento, um observador usa uma máquina
fotográfica que captura em uma mesma imagem a
posição do bloco em instantes diferentes. Para isso, a
câmera é programada para abrir e fechar o diafragma
periodicamente, a cada intervalo de tempo Ot = 0,2s
O tempo de exposição dt isto é, o tempo em que o
diafragma permanece aberto, é tal que dt << Ot O
a) Faça um diagrama de corpo livre da esfera 1, indicando
disparo da câmera é sincronizado com o movimento, de
todas as forças que atuam sobre ela.
modo que a primeira exposição acontece no instante
em que o bloco é solto. A foto registra quatro pontos,
que correspondem à posição do objeto em diferentes
instantes. O experimentador extrai da foto a distância
entre pontos adjacentes, Oxn = xn - xn - 1 com
n = 1; 2 e 3.
Considere que a foto capta o perfil lateral do plano
inclinado sem distorções ópticas ou efeitos de paralaxe.
Em seguida, faça o que se pede: b) Determine a razão q²/m em termos do comprimento L
dos fios, da aceleração da gravidade g e da constante
a) se Ox3 = 0,75m determine os valores de Ox2, Ox1 e eletrostática do vácuo k.
o deslocamento total do bloco; Note e adote:
b) estime o valor do coeficiente de atrito cinético entre a Despreze as dimensões das esferas frente ao comprimento dos
superfície do bloco e do plano inclinado; fios.

2. (Ita 2022) 4. (Ufjf-pism 1 2021)


Um bloco de massa mA encontra-se sobre a superfície Um pequeno bloco de 2,0 kg é solto do repouso de
de uma cunha de massa mB, que desliza sem atrito uma altura de 20 m do solo, realizando assim um movi-
em uma superfície plana devido à ação de uma força mento de queda livre em que o atrito com o ar pode ser
horizontal. O ângulo de inclinação da cunha é dado por desprezado. Considere g = 10 m/s²
.
q .Sabendo que o coeficiente de atrito entre o bloco e a a) Determine o peso do bloco.
cunha é m calcule em função de mA, mB, q, m, e g: b) Calcule o tempo que o bloco leva para atingir o solo.
a) a aceleração mínima à qual a cunha deve ser submetida c) Calcule a distância que o bloco percorre durante o
para que o bloco inicie um movimento de subida; último segundo da sua queda.
b) a intensidade da força de contato entre o bloco e a
cunha. 5. (Famerp 2021)
Em um local em que a aceleração gravitacional é igual
a 10 m/s² uma esfera, A, desliza por uma superfície
plana e horizontal ao longo do eixo x de um sistema
de referência, no sentido positivo. Em certo instante,
ela colide com duas esferas, B e C, inicialmente em
repouso. Após a colisão, a esfera A para, e as esferas B
e C passam a se mover nas direções indicadas na figura.

87
R.I. (Revisão Intercalada)

8. (Ufjf-pism 1)
No Levantamento de Peso Olímpico, a prova do arran-
que consiste no atleta levantar uma barra com pesos
do solo até acima da cabeça em um único movimento.
O recordista mundial é o atleta iraniano Behdad Salimi
que, nos Jogos Olímpicos do Rio, levantou 216 kg .Con-
sidere, para este levantamento, duas situações.
Na situação inicial (A), o atleta está levantando o peso
quando o halter já não está mais em contato com o
chão. Ele faz uma força vertical para cima, de modo
que a barra acelera, verticalmente para cima, com ace-
leração de 1 m/s² Na situação (B), a barra já está em
repouso, acima da cabeça do halterofilista.
Sabendo que a esfera A tem massa 0,80 kg e que,
devido exclusivamente à ação da força de atrito, antes
da colisão ela estava sujeita a uma aceleração de
2,0 m/s², no sentido negativo do eixo x, calcule a
intensidade dessa força, em newtons, e o coeficiente
de atrito entre a esfera A e a superfície do plano.

6. (Pucrj)
Um sistema de dois blocos é montado como mostrado
na figura. A polia e o fio são ideais. A configuração
inicial do sistema é tal que o bloco 1 está inicial-
mente a uma altura vertical h = 3,0 m e a uma dis-
tância de d = 5,0 m em relação à base da rampa. Há
atrito entre o bloco 1 e a rampa, com coeficiente de
atrito cinético m = 0,25. Com base nestas informações, faça o que se pede:
a) A figura abaixo mostra quatro opções para o diagrama
Considere g = 10 m/s²
de forças para a barra. Em cada opção são mostrados
dois diagramas, um para a situação (A) e outro para a
situação (B). Em todos eles, F é a força que o halte-
rofilista faz na barra naquela situação e P é o peso da
barra. Responda qual das opções representa correta-
mente a relação entre o módulo das forças, justificando
sua resposta.

a) Observa-se que o bloco 1 desce. Faça os diagramas de


forças que atuam nos blocos 1 e 2
b) Partindo do repouso, o bloco 1 desce a rampa atingindo
a base com uma velocidade escalar final de 2,5 m/s
Qual é o tempo gasto na descida?
c) Qual deveria ser o valor da razão m2 / m1 para que o
bloco 1 descesse com velocidade constante?
b) Calcule a força que o levantador faz na barra em cada
caso.
7. (Uerj)
Um reboque de 16 toneladas é puxado por um cami- 9. (Unicamp)
nhão através de um cabo de aço. Sabe-se que a acelera-
ção do conjunto caminhão-reboque corresponde a 200 Um estudo publicado em 2014 na renomada revista
cm /s² e que a massa do cabo de aço é desprezível em científica Physical Review Letters (http://journals.aps.
relação às massas do caminhão e do reboque. org/prl/abstract/10.1103/PhysRevLett.112.175502)
descreve como a antiga civilização egípcia reduzia o
Estime, em newtons, a tração no cabo de aço. atrito entre a areia e os trenós que levavam pedras de
até algumas toneladas para o local de construção das
88
R.I. (Revisão Intercalada)

pirâmides. O artigo demonstrou que a areia na frente Note que há duas escalas para o eixo das ordenadas,
do trenó era molhada com a quantidade certa de água uma para cada curva. A legenda e as setas indicam as
para que ficasse mais rígida, diminuindo a força neces- escalas de cada curva.
sária para puxar o trenó.
Caso necessário, use g = 10 m/s² para resolver as ques- 10. (Unesp)
tões abaixo.
a) Considere que, no experimento realizado pelo estudo Em um trecho retilíneo e horizontal de uma ferrovia,
citado acima, um bloco de massa m = 2 kg foi colo- uma composição constituída por uma locomotiva e 20
cado sobre uma superfície de areia úmida e puxado vagões idênticos partiu do repouso e, em 2 minutos,
por uma mola de massa desprezível e constante elás- atingiu a velocidade de 12 m/s. Ao longo de todo o
tica k = 840 N/m com velocidade constante, como percurso, um dinamômetro ideal acoplado à locomo-
indica a figura 1. Se a mola em repouso tinha compri- tiva e ao primeiro vagão indicou uma força de módulo
mento lrepouso = 0,10 m, qual é o coeficiente de atrito constante e igual a 120 000 N.
dinâmico entre o bloco e a areia?

Considere que uma força total de resistência ao movi-


mento, horizontal e de intensidade média correspondente
a 3% do peso do conjunto formado pelos 20 vagões, atuou
b) Neste experimento, o menor valor de coeficiente de sobre eles nesse trecho. Adotando g = 10 m/s2, calcule a
atrito entre a areia e o trenó é obtido com a quanti- distância percorrida pela frente da locomotiva, desde o
dade de água que torna a areia rígida ao cisalhamento. repouso até atingir a velocidade de 12 m/s, e a massa de
Esta rigidez pode ser caracterizada pelo seu módulo de cada vagão da composição.
cisalhamento, dado por G = Fl em que F é o módulo
Ot
A x 11. (Ufpe)
da força aplicada tangencialmente a uma superfície de
área A de um material de espessura l, e que a deforma A figura a seguir ilustra dois blocos A e B de massas
Ot
por uma distância ( x) como indica a figura 2. Con- MA = 2,0 kg e MB = 1,0 kg. Não existe atrito entre
o bloco B e a superfície horizontal, mas há atrito
sidere que a figura representa o experimento realizado
para medir G da areia e também o coeficiente de atrito entre os blocos. Os blocos se movem com aceleração
dinâmico entre a areia e o bloco, ambos em função de 2,0 m/s2 ao longo da horizontal, sem que haja
da quantidade de água na areia. O resultado do expe- deslizamento relativo entre eles. Se sen ( q ) = 0,60
rimento é mostrado no gráfico apresentado figura 3. e cos(q ) = 0,80 qual o módulo, em newtons, da
Com base no experimento descrito, qual é o valor da força F aplicada no bloco A?
Ot
razão l/ x da medida que resultou no menor coefi-
ciente de atrito dinâmico?

12. (Ufrj)
Um bloco de massa 2,0 kg está sobre a superfície de um
plano inclinado, que está em movimento retilíneo para
a direita, com aceleração de 2,0 m/s2, também para a
direita, como indica a figura a seguir. A inclinação do
plano é de 30º em relação à horizontal.

89
R.I. (Revisão Intercalada)

Suponha que o bloco não deslize sobre o plano incli- 14. (Ufpr)
nado e que a aceleração da gravidade seja g = 10 m/s2.
Com o objetivo de analisar a deformação de uma mola,
Usando a aproximação 3 . 1, 7 , calcule o módulo
solta-se, a partir do repouso e de uma certa altura,
e indique a direção e o sentido da força de atrito exer-
uma esfera de massa m = 0,1 kg sobre essa mola, de
cida pelo plano inclinado sobre o bloco.
constante elástica k = 200 N/m, posicionada em pé
sobre uma superfície. A deformação máxima causada
13. (Ufsc) na mola pela queda da esfera foi 10 cm. Considere a
No urbanismo e na arquitetura, a questão da aces- aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 e despreze a
sibilidade tem recebido grande atenção nas últimas massa da mola e o atrito com o ar.
décadas, preocupação que pode ser verificada pela ela- a) Determine o módulo e a orientação das forças que
boração de normas para regulamentar a acessibilidade. atuam sobre a esfera no instante de máxima deforma-
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ção da mola.
por meio da norma NBR 9050 elaborada no Comitê b) Determine o módulo e a orientação da força resultante
Brasileiro de Acessibilidade, define: sobre a esfera no instante de máxima deformação da
- Acessibilidade: Possibilidade e condição de mola.
alcance, percepção e entendimento para a utilização c) Determine o módulo e o sentido da máxima aceleração
com segurança e autonomia de edificações, espaço, sofrida pela esfera.
mobiliário, equipamento urbano e elementos. d) Determine a força normal exercida pelo solo sobre a
- Rampa: Inclinação da superfície de piso, longitudinal mola no instante de sua máxima deformação.
ao sentido de caminhamento. Consideram-se rampas
aquelas com declividade igual ou superior a 5%. 15. (Ufop)
A figura apresenta uma rampa com 5% de inclinação,
Uma estação espacial é projetada como sendo um cilin-
sobre a qual se encontra uma pessoa em pé e parada.
dro de raio r, que gira em seu eixo com velocidade
Para facilitar a visualização, o desenho não está apre-
angular constante ω, de modo a produzir uma sen-
sentado em escala.
sação de gravidade de 1g = 9,8 m/s2 nos pés de uma
pessoa que está no interior da estação.
Admitindo-se que os seus habitantes têm uma altura
média de h = 2 m, qual deve ser o raio mínimo r da
estação, de modo que a variação da gravidade sentida
entre os pés e a cabeça seja inferior a 1% de g?

A inclinação das rampas deve ser calculada segundo a


seguinte equação:
i é a inclinação, em porcentagem;
h ⋅ 100 
i= ,na qual: h é a altura do desnível;
c c é o comprimento da projeção horizontal da rampa

Considerando as informações acima apresentadas:


a) Desenhe e identifique as forças que atuam sobre a
pessoa.
b) Identifique o tipo de atrito que existe entre a pessoa
e a rampa para que ela possa caminhar com segurança
sobre a mesma.
c) Determine o coeficiente de atrito mínimo para que a
pessoa não deslize ao caminhar nesta rampa. Mostre
explicitamente o raciocínio matemático utilizado, que
deve ser fundamentado em princípios físicos.

90
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Ufjf-pism 3)
Física 2

1. (Uel 2020)
Ondas eletromagnéticas são criadas a partir da osci-
lação de campos elétricos e magnéticos. Uma fonte
luminosa, como o sol ou uma lâmpada, emite luz
(onda eletromagnética) que oscila em várias direções.
O fenômeno conhecido como polarização da luz acon-
tece quando a onda eletromagnética oscila somente O pêndulo simples ideal consiste em uma massa m
em uma direção. Os filtros polaroides são materiais que pequena (para que o atrito com o ar possa ser despre-
permitem a passagem da luz em apenas um plano de zado) presa a um fio de massa desprezível e compri-
oscilação e a luz que passa por eles é chamada de luz mento L, como mostra a figura acima. Para oscilações
polarizada. pequenas, o período T e a frequência angular ~ são
Com base nessas informações, responda aos itens a relacionados de forma que T = 2r ~ = ^L gh
seguir. onde g é a aceleração da gravidade. Com o intuito de
a) Considere que uma loja esteja com um anúncio de determinar o valor da aceleração da gravidade em sua
óculos com lentes polarizadoras, ou seja, óculos com casa, um aluno montou um pêndulo simples e mediu
filtros polaroides. o período de oscilação para diferentes comprimentos
Descreva de que forma, ali mesmo na loja, ou seja, do fio. Ele usou uma régua graduada em centímetros
mesmo sem recursos técnicos, seria possível compro- e um sensor de movimento para determinar a posição
var se os óculos do anúncio realmente possuem filtros horizontal x do pêndulo em função do tempo.
polaroides. a) O gráfico abaixo mostra a posição horizontal do pên-
Observação: um esquema pode ajudar a justificar sua dulo para dois experimentos, com comprimentos de
resposta. fios diferentes, em função do tempo. Com base nesses
b) Uma forma de determinar a intensidade luminosa de resultados, calcule a razão entre os comprimentos dos
uma fonte é dividindo a sua potência pela área ilumi- fios para os dois experimentos.
nada:
P
I=
A
Considere uma lâmpada emitindo ondas eletromagnéti-
cas esféricas em todas as direções, com potência total
de 48 W.
Determine a intensidade luminosa a uma distância de
2 m da lâmpada. Utilize π = 3.

2. (Uerj)
b) O aluno realizou novas medidas e montou o gráfico do
Em função de suas características, uma lente conver-
período do pêndulo ao quadrado em função do com-
gente, ao ser exposta à luz do Sol, gera uma concentra-
primento do fio. Com base nesses resultados, calcule o
ção de luz a 60 cm do seu centro óptico, como ilustra
valor da gravidade encontrado pelo aluno.
a imagem.

Considere que um objeto é colocado a 180 cm do centro


óptico dessa lente para que sua imagem seja projetada
com nitidez sobre uma tela.
Calcule a distância, em centímetros, em que a tela deve
ser colocada, a partir do centro óptico da lente, para
obtenção dessa imagem.

91
R.I. (Revisão Intercalada)

4. (Usf) 6. (Ufg)
Um microscópio composto é formado por duas lentes Em 2014, comemoram-se os 450 anos do nascimento
não justapostas que recebem, respectivamente, as de Galileu Galilei. Entre as inúmeras contribuições
denominações de lentes objetiva e ocular. A figura científicas de Galileu, destaca-se a utilização do teles-
abaixo mostra uma imagem de raios X desse aparelho. cópio para observações astronômicas. Um dos primei-
ros telescópios empregados por Galileu, em 1609, era
constituído por duas lentes esféricas delgadas conver-
gentes, uma objetiva e uma ocular e, por meio desse
instrumento, Galileu conseguiu observar as crateras da
Lua. Considerando o exposto, determine:
a) a distância focal da objetiva, considerando que o valor
absoluto do fator de ampliação angular desse telescó-
pio era 15 e que a distância focal da ocular era 9 cm.
b) o tamanho angular, em graus, de uma cratera lunar
vista por Galileu com o olho próximo da ocular, consi-
derando que a distância entre a Terra e a Lua é de apro-
ximadamente 384000 km e que o diâmetro da cratera
é cerca de 2400 km. Utilize a aproximação tgi . i
O objetivo de se usar duas lentes dispostas dessa para ângulos pequenos (em radianos).
maneira é que a lente ocular ampliará a imagem de
um objeto que a lente objetiva já deixou maior, conse- 7. (Fuvest)
guindo, assim, aumentos bem significativos. Imagine
uma estrutura vegetal esférica de diâmetro 4 mm Um estudante construiu um microscópio ótico digital
sendo colocada a 1 cm da lente objetiva. A imagem usando uma webcam, da qual ele removeu a lente ori-
final observada tem diâmetro 0,4 m e se encontra a ginal. Ele preparou um tubo adaptador e fixou uma
0,5 m da lente ocular. Sendo a distância entre as duas lente convergente, de distância focal f = 50 mm, a uma
lentes distância d = 175 mm do sensor de imagem da webcam,
30 cm determine a ampliação da imagem realizada ape- como visto na figura abaixo.
nas pela lente objetiva.

5. (Ufpr)
Num experimento no laboratório de Física, uma mola
de constante elástica k tem uma de suas extremidades
presa a um suporte e fica dependurada em repouso
na vertical. Ao suspender um objeto de massa m na
sua extremidade inferior, o peso deste objeto faz com
que ela sofra um alongamento igual a y Em seguida
divide-se a mola ao meio e, para uma das metades No manual da webcam, ele descobriu que seu sensor de
prende-se uma das extremidades no suporte e na outra imagem tem dimensão total útil de 6 x 6 mm² com 500
é suspenso o mesmo objeto. Observa-se neste caso que, x 500 pixels. Com estas informações, determine
ao suspender o mesmo objeto em uma das metades, a a) as dimensões do espaço ocupado por cada pixel;
elongação é a metade da elongação produzida com a b) a distância L entre a lente e um objeto, para que este
mola inteira. Quando o sistema formado pela mola e fique focalizado no sensor;
pela massa é posto a oscilar verticalmente, em cada c) o diâmetro máximo D que uma pequena esfera pode
uma das duas situações (antes da mola ser dividida e ter, para que esteja integralmente dentro do campo
após ela ser dividida), constata-se que as frequências visual do microscópio, quando focalizada.
de oscilação são diferentes. Com base nos conceitos Note e adote:
de oscilações e nas observações feitas no experimento: Pixel é a menor componente de uma imagem digital.
a) Obtenha a razão entre as frequências de oscilação do Para todos os cálculos, desconsidere a espessura da
sistema antes de a mola ser dividida e após ela ser lente.
dividida.
b) Utilizando o resultado obtido no item (a), a frequência 8. (Unifesp)
de oscilação será maior antes da divisão da mola ou
Um telescópio refrator trabalha com a propriedade de
depois da sua divisão?
refração da luz. Este instrumento possui uma lente
objetiva, que capta a luz dos objetos e forma a ima-
gem. Outra lente convergente, a ocular, funciona como

92
R.I. (Revisão Intercalada)

uma lupa, aumentando o tamanho da imagem formada 11. (Unifesp)


pela lente objetiva. O maior telescópio refrator do
mundo em utilização, com 19,2 m de comprimento, é Um paciente, que já apresentava problemas de mio-
o telescópio Yerkes, que teve sua construção finalizada pia e astigmatismo, retornou ao oftalmologista para
em 1897 e localiza-se na Universidade de Chicago, nos o ajuste das lentes de seus óculos. A figura a seguir
EUA. retrata a nova receita emitida pelo médico.
Nome: Jorge Frederico de Azevedo

GRAU Esférico Cilíndrico Eixo D. P.

Para OD - 3,00 - 0,75 150º 62,0


longe OE - 3,00 - 0,75 150º mm

Para OD + 1,00 - 0,75 68,0


perto OE + 1,00 - 0,75 mm

Obs: Óculos para longe e perto separados. Ao pegar seus


óculos é conveniente trazê-los para conferir.
a) Caracterize a lente indicada para correção de miopia,
identificando a vergência, em dioptrias, e a distância
focal, em metros.
O telescópio Yerkes possui uma objetiva com 102 cm b) No diagrama I, esboce a formação da imagem para um
de diâmetro e com razão focal (definida como a razão paciente portador de miopia e, no diagrama II, a sua
entre a distância focal e o diâmetro de abertura da correção, utilizando-se a lente apropriada.
lente) igual a 19,0.
a) Qual a distância focal da objetiva do telescópio refrator
descrito e quanto vale a soma das distâncias focais da
objetiva e da ocular?
b) Qual é o aumento visual (ampliação angular) do teles-
cópio?

9. (Ufpr)
Um estudante possui uma lente convergente cujos
raios de curvatura de ambas as superfícies são iguais a
30 cm. Ele determinou experimentalmente a distância
focal da lente no ar e obteve o valor de 10 cm. Com
essas informações, é possível determinar o índice de
refração da lente e assim saber de qual material ela
foi feita.
a) Com base nessas informações, calcule o índice de refra-
ção da lente.
b) Se o estudante determinasse a distância focal com a
lente imersa na água, ele obteria o mesmo valor des- 12. (Ufmg)
crito no enunciado? Justifique a sua resposta. Quando uma pessoa olha para um objeto, a imagem
deste deve se formar sobre a retina. Algumas pes-
10. (Uerj) soas, por terem um defeito de visão, veem objetos
Um jovem com visão perfeita observa um inseto pou- próximos fora de foco, enquanto os distantes ficam
sado sobre uma parede na altura de seus olhos. A dis- mais bem focados. Outras pessoas têm o defeito
tância entre os olhos e o inseto é de 3 metros. contrário – ou seja, os objetos distantes são vis-
Considere que o inseto tenha 3 mm de tamanho e que tos fora de foco e os próximos, mais nitidamente.
a distância entre a córnea e a retina, onde se forma a Elmo é um professor de Física portador de um desses
imagem, é igual a 20 mm. dois defeitos e, para corrigi-lo, ele precisa usar óculos.
Nestas figuras, Elmo está sem óculos, à esquerda, e
Determine o tamanho da imagem do inseto. com seus óculos, à direita.

93
R.I. (Revisão Intercalada)

objetos situados desde o “infinito” (muito afastados)


até aqueles situados a uma distância mínima de aproxi-
madamente 25 cm. Em outras palavras, o ponto remoto
desse olho está no infinito e o seu ponto próximo, a 25
cm de distância. Uma pessoa com hipermetropia não
consegue enxergar objetos muito próximos porque o
seu ponto próximo está situado a uma distância maior
do que 25 cm. Com base nessas informações, resolva as
questões propostas.
Como se pode notar na figura da direita, os óculos a) Que tipo de lente uma pessoa com hipermetropia deve
fazem com que os olhos de Elmo pareçam maiores. usar?
a) A lente dos óculos de Elmo é convergente ou diver- b) Supondo que o ponto próximo de um hipermétrope
gente? Justifique sua resposta. esteja a 100 cm de seus olhos, determine, em valor e
b) Nesta figura, está representado um dos olhos de Elmo, em sinal, quantos “graus” devem ter os óculos dessa
sem óculos, e dois raios de luz que vêm de um objeto pessoa para que ela veja um objeto a 25 cm de distân-
muito distante: cia.

15. (Ufpr)
A figura a seguir é a representação esquemática de um
sistema óptico formado por duas lentes convergentes,
separadas por 50 cm. As distâncias focais das lentes 1
e 2 são, respectivamente, 10 cm e 15 cm.

Desenhe, nessa figura, a continuação dos dois raios


para indicar em que ponto se forma a imagem do
objeto. Explique seu raciocínio.

13. (Unifesp)
Uma lente convergente pode servir para formar uma
imagem virtual, direita, maior e mais afastada do que
o próprio objeto. Uma lente empregada dessa maneira Utiliza-se um lápis com 4 cm de comprimento como
é chamada lupa, e é utilizada para observar, com mais objeto, o qual é posicionado a 15 cm da lente 1. Com
detalhes, pequenos objetos ou superfícies. base nesses dados:
Um perito criminal utiliza uma lupa de distância focal
a) Determine a posição da imagem formada pelo sistema
igual a 4,0 cm e fator de ampliação da imagem igual
de lentes.
a 3,0 para analisar vestígios de adulteração de um dos
b) Determine o tamanho da imagem formada pelo sis-
números de série identificador, de 0,7 cm de altura,
tema. Ela é direita ou invertida, em relação ao objeto?
tipados em um motor de um automóvel.
Justifique sua resposta.
c) Empregando a representação de raios, faça um desenho
em escala, mostrando a localização e o tamanho da
imagem formada pelo sistema. Utilize a escala 10 para
1, ou seja, cada 10 cm no sistema real correspondem a
1 cm no seu desenho. (Cada quadrícula tem 0,5 cm de
lado.)

a) A que distância do número tipado no motor o perito


deve posicionar a lente para proceder sua análise nas
condições descritas?
b) Em relação à lente, onde se forma a imagem do número
analisado? Qual o tamanho da imagem obtida?

14. (Ufop)
O olho humano, em condições normais, é capaz de alte-
rar sua distância focal, possibilitando a visão nítida de
94
R.I. (Revisão Intercalada)

- a distância entre uma tecla e a base do seu teclado


Física 3 igual a 1,0 mm,
- a permissividade do ar, ∈0, igual a 9,0⋅10-12 F/m,
1. (Ufjf-pism 3) - a tensão aplicada em cada tecla igual a 6,0 V no ins-
Duas cargas elétricas, q1 = +1 μC e q2 = -4 μC, estão tante que uma tecla é empurrada para baixo cerca de
no vácuo, fixas nos pontos 1 e 2, e separadas por uma 0,4 mm da sua posição de origem, determine a carga
distância d = 60 cm, como mostra a figura abaixo. armazenada na armadura do capacitor

4. (Ufmg)
Gustavo dispõe de três esferas metálicas, esferas 1, 2 e
3 de raios iguais e muito pequenos, com as quais rea-
liza experimentos de eletrostática. As esferas 1 e 2 têm
massas iguais, Q, e a esfera 3 tem uma massa maior, m.
Como base nas informações, determine: As três esferas foram eletricamente carregadas, sendo
a) A intensidade, a direção e o sentido do vetor campo que as cargas nas esferas 1 e 3 são iguais, Q, e na esfera
elétrico resultante no ponto médio da linha reta que 2 a carga é menor, q.
une as duas cargas. Em um primeiro experimento, Gustavo pendura as
b) O ponto em que o campo elétrico resultante é nulo à esferas 1 e 2 por fios isolantes longos, de mesmo com-
esquerda de q1. primento, e presos no mesmo ponto. Nas figuras, são
apresentadas três alternativas de configurações para as
2. (Unicamp) posições de equilíbrio dessas duas esferas; ϴ1 e ϴ2 são,
Sabe-se atualmente que os prótons e nêutrons não são respectivamente, os ângulos que os fios de sustentação
partículas elementares, mas sim partículas formadas das esferas 1 e 2 fazem com a vertical.
por três quarks. Uma das propriedades importantes do
quark é o sabor, que pode assumir seis tipos diferen-
tes: top, bottom, charm, strange, up e down. Apenas
os quarks up e down estão presentes nos prótons e nos
nêutrons. Os quarks possuem carga elétrica fracioná-
ria. Por exemplo, o quark up tem carga elétrica igual a
qup = +2/3e, e o quark down e o qdown = -1/3e, onde e é
a) ASSINALE com um X a opção que apresenta a relação
o módulo da carga elementar do elétron.
correta entre os ângulos na configuração de equilíbrio.
a) Quais são os três quarks que formam os prótons e os
JUSTIFIQUE sua resposta.
nêutrons?
( ) θ 1 < θ2
b) Calcule o módulo da força de atração eletrostática
( ) θ 1 = θ2
entre um quark up e um quark down separados por
( ) θ 1 > θ2
uma distância d = 0,2 × 10-15 m. Caso necessário,
K = 9 x 109 Nm2/C2 e e = 1,6 x 10-19 C.
Em um segundo experimento, Gustavo suspende as
esferas 1 e 3 de maneira semelhante à anterior.
3. (Ebmsp)
A era digital acabou por alterar hábitos da comunica-
ção dentro da família. Se por um lado a internet rompe
barreiras da comunicação e permite a interação com
pessoas de partes distintas do país e do mundo, por
outro ela quebra diálogos rotineiros. Filhos que antes
sentavam à mesa com os pais, hoje preferem a internet
e o “bate-papo” de amigos. b) ASSINALE com um X a opção que apresenta a relação
correta entre os ângulos na configuração de equilíbrio.
Disponível em: <http://www.lagoinha.com/ibl-noticia/ JUSTIFIQUE sua resposta.
familias-do-seculo-xxi-nao-sao-mais-as-mesmas/>. ( ) θ 1 < θ3
Acesso em: 6 out. 2015.
( ) θ 1 = θ3
Sabe-se que as teclas de computadores utilizadas para ( ) θ 1 > θ3
digitar mensagens se comportam como os capacitores
de placas planas e paralelas imersas no ar. c) Finalmente, Gustavo, usando luvas isolantes, força um
Considerando contato elétrico simultâneo das três esferas. ASSINALE
- a área média de cada tecla de um computador igual com um X a opção que dá a relação correta entre os
a 1,0 cm2, novos valores das cargas q1, q2 e q3 nas esferas 1, 2 e 3,
respectivamente. JUSTIFIQUE sua resposta.
95
R.I. (Revisão Intercalada)

( ) q1 < q = q3 7. (Ufpe)
2
()q =q =q
1 2 3 Dados:
()q =q <q
1 2 3 Aceleração da gravidade: 10 m/s2
Densidade do mercúrio: 13,6 g/cm3.
5. (Ufg) Pressão atmosférica: 1,0⋅105 N/m2.
Em dias secos, algumas pessoas podem perceber des- 1
Constante eletrostática: k0 = = 9,0⋅109 Nm2/C2.
cargas elétricas quando se aproximam de superfícies 4 πf0
metálicas. Numa condição específica, o corpo humano Três cargas elétricas, q1 = -16μC, q2 = 1μC e q3 = -4μC,
pode ficar eletrizado estaticamente com uma diferença são mantidas fixas no vácuo e alinhadas, como mos-
de potencial de 30 kV. Neste caso, a pele humana fun- trado na figura. A distância d = 1,0 cm. Calcule o
ciona como as placas de um capacitor de 300 pF e o módulo do campo elétrico produzido na posição da
estrato córneo (a camada mais externa da pele) fun- carga q2, em V/m.
ciona como o dielétrico, podendo armazenar energia
elétrica.
Considerando-se o exposto:
a) Calcule a energia eletrostática armazenada pelo
corpo e a respectiva carga elétrica.
8. (Ufpe)
b) Ao aproximar um dedo a 1,0 cm de uma superfí-
cie metálica, forma-se um arco voltaico visível de Uma carga elétrica puntiforme gera campo elétrico
200 μm de diâmetro que descarrega totalmente o nos pontos P1 e P2. A figura a seguir mostra setas que
corpo em 10 μs. Calcule a resistividade do ar no arco indicam a direção e o sentido do vetor campo elétrico
voltaico (considere π = 3). nestes pontos. Contudo, os comprimentos das setas
não indicam os módulos destes vetores. O módulo do
6. (Uerj) campo elétrico no ponto P1 é 32 V/m. Calcule o módulo
do campo elétrico no ponto P2, em V/m.
Três pequenas esferas metálicas, E1, E2 e E3, eletrica-
mente carregadas e isoladas, estão alinhadas, em posi-
ções fixas, sendo E2 equidistante de E1 e E3. Seus raios
possuem o mesmo valor, que é muito menor que as
distâncias entre elas, como mostra a figura:
•E1    •E2    •E3
As cargas elétricas das esferas têm, respectivamente,
os seguintes valores:
•Q1 = 20 μC
•Q2 = -4 μC
•Q3 = 1 μC 9. (Ufpr)
Admita que, em um determinado instante, E1 e E2 são
A figura mostra um circuito formado por uma fonte de
conectadas por um fio metálico; após alguns segundos,
força eletromotriz e cinco resistores. São dados: f = 36 V,
a conexão é desfeita.
R1 = 2Ω, R2 = 4Ω, R3 = 2 Ω, R4 = 4Ω e R5 = 2Ω.
Nessa nova configuração, determine as cargas elétricas
de E1 e E2 e apresente um esquema com a direção e o
sentido da força resultante sobre E3.

Com base nessas informações determine:


a) A corrente elétrica que passa em cada um dos resistores.
b) A resistência equivalente do circuito formado pelos
resistores R1 a R5.

96
R.I. (Revisão Intercalada)

10. (Ueg) 13. (Uerj 2020)


A figura a seguir representa as linhas de campo elé- Em uma impressora a jato de tinta, gotículas de tinta
trico de duas cargas puntiformes. com carga elétrica q atravessam um campo elétrico
uniforme E de intensidade igual a 8×105 N/C sendo
depositadas em uma folha de papel.
Admita que cada gotícula tenha massa
m = 3,2 × 10-9 g e adquira aceleração de 104 m/s2
durante a interação com o campo E .
Desprezando a ação do campo gravitacional e a resis-
tência do ar, determine a quantidade de elétrons em
cada gotícula.

14. (Fuvest)
Um grupo de alunos, em uma aula de laboratório, ele-
triza um canudo de refrigerante por atrito, com um
lenço de papel. Em seguida, com o canudo, eles ele-
Com base na análise da figura, responda aos itens a trizam uma pequena esfera condutora, de massa 9 g,
seguir. inicialmente neutra, pendurada em um fio de seda
a) Quais são os sinais das cargas A e B? Justifique. isolante, de comprimento L preso em um ponto fixo
b) Crie uma relação entre os módulos das cargas A e B P No final do processo, a esfera e o canudo estão com
Justifique. cargas de sinais opostos.
c) Seria possível às linhas de campo elétrico se cruza- a) Descreva as etapas do processo de eletrização da esfera.
rem? Justifique.
Em seguida, os alunos colocam a esfera eletrizada (E1)
11. (Unicamp) em contato com outra esfera (E2), idêntica à primeira,
eletricamente neutra e presa na extremidade de outro
Em 1963, Hodgkin e Huxley receberam o prêmio Nobel fio de seda isolante, também de comprimento L, fixo
de Fisiologia por suas descobertas sobre a geração de no ponto P. O sistema adquire a configuração ilustrada
potenciais elétricos em neurônios. Membranas celu- na figura, sendo d = 8 cm.
lares separam o meio intracelular do meio externo
à célula, sendo polarizadas em decorrência do fluxo
de íons. O acúmulo de cargas opostas nas superfícies
interna e externa faz com que a membrana possa ser
tratada, de forma aproximada, como um capacitor.
a) Considere uma célula em que íons, de carga unitária e
= 1,6⋅10-19C, cruzam a membrana e dão origem a uma
diferença de potencial elétrico de 80 mV. Quantos íons
atravessaram a membrana, cuja área é A = 5⋅10-5 cm2,
se sua capacitância por unidade de área é
Cárea = 0,8⋅10-6 F/cm2?
b) Se uma membrana, inicialmente polarizada, é despo-
larizada por uma corrente de íons, qual a potência
elétrica entregue ao conjunto de íons no momento em
que a diferença de potencial for 20 mV e a corrente for
Para o sistema em equilíbrio nessa configuração final,
5 ⋅ 108 íons/s , sendo a carga de cada íon e = 1,6⋅10-19 C?
determine.
b) o módulo da tensão T em um dos fios isolantes;
12. (Ita) c) o módulo da carga q2 da esfera E2;
d) a diferença N entre o número de elétrons e de prótons
Uma carga q ocupa o centro de um hexágono regular na esfera E2 após a eletrização.
de lado d tendo em cada vértice uma carga idêntica Note e adote:
q. Estando todas as sete cargas interligadas por fios Para a situação descrita, utilize: cos i = 1 e sen i = 0,1
inextensíveis, determine as tensões em cada um deles. Aceleração da gravidade: 10 m/s2.
Força elétrica entre duas cargas puntiformes Q1 e Q2,
distantes r uma da outra: K Qr Q .K = 9 # 10 Nm
2
1 2 9
2
C
2

97
R.I. (Revisão Intercalada)

K Q1 Q2 Nm2
K = 9 # 109 2
r2 C
Carga do elétron: 1,6×10-19C
Ignore a massa dos fios.

15. (Pucrj)
Em um laboratório de eletrônica, um aluno tem à sua
disposição um painel de conexões, uma fonte de 12 V
e quatro resistores, com resistências R1 = 10 Ω, R2 =
20 Ω, R3 = 30 Ω e R4 = 40 Ω. Para armar os circuitos
dos itens abaixo, ele pode usar combinações em
série e/ou paralelo de alguns ou todos os resistores
disponíveis.
a) Sua primeira tarefa é armar um circuito tal que a
intensidade de corrente fornecida pela fonte seja de
0,8 A. Faça um esquema deste circuito. Justifique.
b) Agora o circuito deve ter a máxima intensidade de cor-
rente possível fornecida pela fonte. Faça um esquema
do circuito. Justifique.
c) Qual é o valor da intensidade de corrente do item b?

98
R.I. (Revisão Intercalada)

5. (Fuvest)
Química 1 No circuito elétrico abaixo, dois eletrodos E1 e E2
conectados a uma lâmpada podem ser mergulhados em
1. diferentes soluções. Supondo que a distância entre os
Classifique como ácido, base ou sal. eletrodos e a porção mergulhada sejam sempre as mes-
mas, compare o brilho da lâmpada, quando se usam as
a) NaCl seguintes soluções:
b) HCl
c) K2SO4
d) Al(OH)3
e) H3PO3
f) KOH

2.
Dê nomes aos compostos ou faça suas fórmulas.

a) Hidróxido de Amônio
b) H2SO4 a) ácido cianídrico (HCN): 0,1 mol/L ≈ 1% ionizado.
c) Brometo de Lítio b) sacarose (C12H22O11): 0,1 mol/L
d) Al(NO3)3 c) cloreto de potássio (KCl) 0,1 mol/L; ≈ 100% dissociado.
e) Ácido Perclórico
f) Cu(OH)2 6. (VUNESP)
A partir das configurações eletrônicas dos átomos
3.
constituintes e das estruturas de Lewis:
a) determine as fórmulas dos compostos mais simples que
A ionização é uma reação química que origina íons a se formam entre os elementos:
partir de substâncias moleculares colocadas em água.
Assim, podemos dizer que a ionização é o processo de I. hidrogênio e carbono;
formação de íons. Já a dissociação é o fenômeno no
qual um composto iônico, ao ser fundido ou dissolvido II. hidrogênio e fósforo.
em um solvente bastante polar, como a água, libera b) Qual é a geometria de cada uma das moléculas forma-
íons (cátion e ânion). das, considerando-se o número de pares de elétrons?
Números atômicos: H = 1; C = 6; P = 15.
Sabendo disso, classifique qual das reações acontecem
com cada substância e forneça as equações químicas 7. (UNB-DF)
devidamente balanceadas.
a) Ca(OH)2
b) HNO3
c) H2SO3
d) Ca3(PO3)2

4. (PUC)
Dados os compostos:
Considerando a representação de Lewis para o dióxido
de enxofre, mostrada acima, julgue os itens que se
A: CH3COONa (Sal: acetato de sódio)
B: CH3COOH (ácido acético) seguem.
C: CH3CH2OH (álcool etílico) (1) Pela Teoria da Repulsão dos Pares de Elétrons da
D: C6H12O6 (glicose) Camada de Valência, a molécula de SO2 deve ser linear.
(2) Nessa representação, a ligação entre o oxigênio da
Pede-se: esquerda e o enxofre é tipicamente uma ligação iônica.
a) quais os que conduzem corrente elétrica, quando estão (3) A Teoria do Octeto explica a estabilidade das ligações
puros no estado líquido (fundido)? do dióxido de enxofre, apesar de não ser suficiente
b) Quais os que conduzem corrente elétrica, quando dis- para explicar ligações químicas de todas as substân-
solvidos em água? cias.

99
R.I. (Revisão Intercalada)

8.
Explique porque CO2 e SO2 não apresentam a mesma geometria molecular.

9. (UFC-adaptada)
Assim como a temperatura de ebulição e a pressão de vapor em uma temperatura específica, o calor de vaporização
(ΔHvap) de um líquido pode ser utilizado para estimar a magnitude das forças de atração intermoleculares. Com base
nessa informação, responda o que se pede a seguir.
Indique, para cada uma das substâncias: H2O, CH4 e H2S, a força intermolecular que deve ser vencida para que ocorra
a sua vaporização.

10. (UFMG)
O cloreto de sódio, NaCℓ, é um sólido iônico que apresenta alta solubilidade em água. As figuras apresentam quatro
modelos distintos para descrever a solvatação do NaCℓ pelas moléculas de água.

INDIQUE se a molécula da água é polar ou apolar. Justifique sua resposta, considerando a polaridade das ligações OH
e a geometria molecular.
Resposta:

Justificativa:

11. (UFG)
O ácido desoxirribonucleico (DNA) é uma macromolécula formada por duas cadeias. Em cada uma dessas cadeias,
existem açúcares e fosfatos que se alternam. Ligadas aos açúcares existem bases nitrogenadas que unem essas cadeias,
por pontes de hidrogênio. Uma sequência de bases, em uma cadeia, é complementar à outra, assim:
---ATCCGAG--- ligado a ---TAGGCTC---.

A seguir, estão as fórmulas estruturais planas dessas bases:

Represente as pontes de hidrogênio que ocorrem entre as bases do DNA.

100
R.I. (Revisão Intercalada)

12. (VUNESP)
Têm-se os seguintes pares de substâncias:

I. n–octano e tetracloreto de carbono,


II. água e benzeno,
III. cloreto de hidrogênio gasoso e água.
a) Quais desses três pares formam misturas homogêneas?
b) Explique, em termos de interações entre moléculas,
por que os pares indicados formam misturas homogê-
neas.

13. (VUNESP)
Quando um cometa se aproxima do sol e se aquece há
liberação de água, de outras moléculas, de radicais e de
íons. Uma das reações propostas para explicar o apare-
cimento de H3O+ em grandes quantidades, durante esse
fenômeno é:

(Números atômicos: H = 1; O = 8)
a) Represente a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica)
para o íon e indique a sua geometria.
b) Quais são as forças (interações) que atuam na molécula
do dímero que justificam sua existência?

14.
Sobre a temperatura de ebulição de um líquido é feita
a seguinte afirmação:
Aumenta com o aumento da força da ligação química
INTERmolecular.
CERTO ou ERRADO? Justifique.

15.
Forneça a ordem crescente de pontos de ebulição das
substâncias com fórmulas:

H3C – CH2 – OH
(I)

CH4
(II)

CH3 – CH3
(III)

101
R.I. (Revisão Intercalada)

Química 2
1. (UNB)
Entre as substâncias normalmente usadas na agricul-
tura, encontram-se o nitrato de amônio (fertilizante),
o naftaleno (fumigante de solo) e a água. A fórmula
estrutural do naftaleno, nome científico da naftalina,
é mostrada na figura adiante.
5. (Unitau-adaptada)

Uma cadeia carbônica alifática, homogênea, saturada,


apresenta um átomo de carbono secundário, dois áto-
mos de carbono quaternário e um átomo de carbono
terciário. Esta cadeia apresenta quantos átomos de
carbono?
Acerca dessas substâncias, julgue os itens a seguir.
1) A fórmula molecular do naftaleno é C10H10.
6. (Vunesp)
2) As substâncias citadas são moleculares.
Os nomes corretos dos compostos orgânicos:
2.

Completar as ligações que faltam, colocando simples,


dupla ou tripla ligação.

a) H2C C C C C CH3
H
b) H3C C C C C H
H2
O

3. (UFSCAR-adaptada)
O Cipro (ciprofloxacino) é um antibiótico administrado
por via oral ou intravenosa, usado contra infecções
urinárias e, recentemente, seu uso tem sido recomen-
dado no tratamento do antraz, infecção causada pelo
microorganismo Bacillus anthracis. A fórmula estrutu-
ral deste antibiótico é mostrada na figura.

7. (UFPB)

Sobre o composto orgânico isopreno, identifique as


afirmativas corretas:

Qual a fórmula molecular deste antibiótico?

4. (FES)
Classifique as cadeias carbônicas segundos os critérios:
normal, ramificada, saturada, insaturada, homogênea
e heterogênea.

102
R.I. (Revisão Intercalada)

(01) É classificado como hidrocarboneto e a maçã. A levedura será uma alternativa aos aroma-
(02) É denominado oficialmente de 2 – metil – 1, 3 – buta- tizantes químicos. A descoberta aconteceu por acaso.
dieno Um dos pesquisadores recebeu um pacote de beiju de
(04) É um composto saturado mandioca transportado do Maranhão até Campinas. Ao
abrir o pacote de doce, que estava mofado, espalhou-se
(08) É um composto aromático
pelo laboratório um imenso aroma de frutas. Estava
(16) Possui fórmula geral idêntica a dos alcinos descoberto, em mais um acidente da ciência, um novo
Soma ( ) aromatizante natural.
Globo Ciência, n.53, p. 58
8. (UFRGS)
Escreva a fórmula estrutural dos dois ésteres citados
Observe a fórmula do composto:
nominalmente nesse texto.

11. (UnB)
Os ésteres são substâncias usadas como aromatizantes
e saponificantes (“flavorizantes”) de balas, chicletes e
doces. Os itens abaixo referem-se a esta função. Julgue
a) Indique a função a que pertence o composto.
os itens.
b) Dê o nome do composto.
(1) A fórmula mínima do acetato de etila é CHO.
(2) Os ésteres são obtidos por meio da reação de um alde-
9. (ESAL) ído com um álcool.
(3) O nome do composto é formiato de propilbutila.
Aldeídos e cetonas são compostos orgânicos que apre-
sentam, na molécula, o grupo funcional denominado
CH3 CH2 CH2 C O CH2 CH2 CH2 CH3
carbonila.
a) Qual a diferença estrutural existente entre os aldeídos O
e as cetonas?
b) Explicar como é feita a nomenclatura oficial dos aldeí-
dos e cetonas. 12. (UGF)
c) Escrever o nome oficial (IUPAC) dos compostos relacio-
nados abaixo. Dê os nomes dos compostos:

10.

O fungo com cheiro de frutas Fungos tanto podem


alimentar, como matar ou até salvar vidas, na forma
de medicamentos. E agora, descobriu-se uma outra
finalidade: a de aromatizante. Pesquisadores da Facul- 13. (UDESC)
dade de Engenharia de Alimentos da Universidade de O desenvolvimento das técnicas de síntese, em quí-
Campinas descobriram um fungo que exala aroma de mica orgânica, proporcionou a descoberta de muitas
fruta. Trata-se da espécie Geotrichum sp., capaz de drogas com atividades terapêuticas. A estrutura
produzir 22 componentes voláteis (aromas), entre eles a seguir representa as moléculas do antibiótico
o isovalerato de etila [isto é, 3-metilbutanoato de etila, tetraciclina.
éster derivado do ácido 3-metil-butanóico] e o hexano-
ato de etila, que se assemelham ao cheiro de frutas. O
aroma é um intermediário entre o morango, a banana

103
R.I. (Revisão Intercalada)

que é um produto natural extraído da essência da


baunilha e é empregado em confeitarias (indústria
de alimentos). A fórmula estrutural da vanilina é
dada a seguir:

a) Transcreva a estrutura apresentada e circule as fun-


ções orgânicas identificando-as.
b) Indique o (s) anel(éis) aromático (s) presente (s) no
composto.
c) Qual a hibridização do carbono pertencente à fun-
ção amida? a) Quais são as funções orgânicas presentes na vani-
lina? (figura 1)
14. (UFAL) b) Os ésteres podem ser obtidos através da reação
na figura 2. Desenhe a estrutura do éster formado
Considere os compostos orgânicos representados quando o ácido butanóico e etanol (álcool) reagem
por: conforme a reação acima descrita.
c) Quantos carbonos com hibridização sp2 apresenta a
estrutura da vanilina?

Analise os compostos representados.


( ) Dois deles são aromáticos.
( ) Dois deles são hidrocarbonetos.
( ) Dois deles representam cetonas.
( ) O composto V é um dimetilcicloexano.

15. (UDESC-SC)
Você provavelmente já mascou um chiclete de etano-
ato de isoamila, comeu uma gelatina de butanoato
de butila ou um biscoito de valerato de isoamila.
Esses são nomes de compostos químicos que dão
aos produtos aroma de banana, abacaxi e maçã,
respectivamente. Esses compostos químicos perten-
cem à função éster e são também conhecidos como
Flavorizantes. Além dos ésteres, outras classes de
compostos também são usadas como aromatizantes
em produtos alimentares. Um exemplo é a vanilina,
104
R.I. (Revisão Intercalada)

b) Se os gases forem transferidos para um frasco de 10


Química 3 litros, à mesma temperatura ambiente, qual será a
pressão da mistura gasosa resultante?
1. (Unicamp)
7. (EFEI)
Um balão meteorológico de cor escura, no instante de
seu lançamento, contém 100 mols de gás hélio (He). Um mergulhador, numa profundidade de 76 000 metros,
Após ascender a uma altitude de 15 km, a pressão do está sob uma pressão de 8,380 atmosferas. Qual deve
gás reduziu a 100 mmHg e a temperatura, devido à ser a porcentagem em mol de oxigênio em um cilindro
irradiação solar, aumentou para 77°C. Calcule, nestas de mergulho, para que na profundidade mencionada
condições: a pressão parcial na mistura seja 0,210 atm, a mesma
a) o volume do balão meteorológico; que no ar a 1,000 atm? Admita que o cilindro contenha
b) a densidade do He em seu interior; (Dados; R = 62 somente nitrogênio e oxigênio (N2 e O2).
mmHg.L.mol-1.K-1 ; massa molar do He = 4 g/mol).
8.
2. Misturam-se, a 20°C, 0,50 g de uma substância A e
Calcule a densidade do gás carbônico em relação ao gás 100 mL de água. Sabendo-se que a solubilidade de A
hidrogênio. em água, a 20°C, é igual a 3,0 g de A por litro de
água, pergunta-se: a mistura obtida será homogênea?
Dado: H = 1, C = 12, O = 16
Por quê?

3. 9.
Dentre os gases seguintes: CO, N2, O2, He, H2, CH4, CO2, Para determinar a solubilidade de um sal desconhe-
NH3, quais podem ser usados em balões que sobem em cido em água, evaporaram-se 25g da solução saturada
presença do ar? aquosa desse sal, e obtiveram-se 5,0g do sal seco.
Levando em conta essa informação qual o coeficiente
Dados: H = 1; He = 4; C = 12; N = 14; O = 16, massa
de solubilidade desse sal?
molar aparente do ar = 28,9 g/mol.

10. (UnB)
4.
Analise o seguinte gráfico:
A densidade de um gás X em relação ao gás oxigênio
é 2. Nas mesmas condições de temperatura e pressão,
determine:
a) a massa molecular de X.
b) a velocidade de difusão (efusão) em relação ao gás oxi-
gênio. Dado: O = 16

5.
Em uma experiência, para determinar a massa molar de
um composto x, encontrou-se que a efusão de 25 mL
do gás por uma barreira porosa leva 65 seg. A efusão
do mesmo volume de argônio ocorre em 38 seg, sob as
mesmas condições. Qual a massa molar de x?
Dado: Ar = 40.

6. (Fuvest-SP)
Julgue os itens a seguir.
Dois frascos A e B mantidos à temperatura ambiente, (1) A substância mais solúvel em água a 10 °C é KNO3.
contêm, respectivamente, 1 litro de nitrogênio a 2 (2) A substância que apresenta menor variação da solubi-
atmosfera de pressão e 3 litros de dióxido de carbono a lidade entre 30°C e 80°C é cloreto de sódio.
3 atmosfera de pressão. (3) A solubilidade de qualquer sólido aumenta com a ele-
a) Qual é a razão entre o número de moléculas nos frascos vação da temperatura da solução.
A e B?

105
R.I. (Revisão Intercalada)

(4) A mistura de 20 g de KCℓ em 100 g de água a 50°C 14. (FMMT)


resultará em uma solução insaturada.
Um estudante de química foi solicitado para preparar
(5) Uma solução preparada com 90 g de KNO3 em 100 g
de água, a 40°C, apresentará sólido no fundo do reci- 250 mL de uma solução molar (1 mol/L) de ácido clo-
piente. rídrico. No rótulo do ácido clorídrico encontram-se as
informações d = 1,19 g/cm3 ; porcentagem do ácido =
36% Determine o volume de solução inicial de ácido,
11. (UFC)
bem como o volume de água utilizado nesta diluição.
O gráfico mostra a curva de solubilidade de um sal em
Dados: H = 1 u ; Cl = 35 u
água.

15.
Um químico necessita usar 50 mL de uma solução
aquosa de NaOH 0,20 mol/L. No estoque está disponí-
vel apenas um frasco contendo 2,0 L de NaOH(aq) 2,0
mol/L. Qual o volume da solução de soda cáustica 2,0
M que deve ser retirado do frasco para que, após sua
diluição, se obtenha 50 mL de solução aquosa de NaOH
0,20 mol/L? Que volume aproximado foi adicionado de
água?

Considerando que em uma determinada temperatura


40g deste sal foram dissolvidos em 100g de água.
Indique:
a) a característica desta solução, quanto à concentração,
nos pontos A, B e C do gráfico;
b) a quantidade de sal que será possível cristalizar, res-
friando a solução até 30°C;
c) a quantidade de sal que será cristalizada quando se
evapora 20g de água a 40°C.

12. (UEPC)
Um frasco existente no laboratório, apresenta o
seguinte rótulo: HNO3(aq) 63% em massa. Com base no
rótulo, calcule:
a) Qual a interpretação do rótulo?
b) A massa de soluto existente em 100 g de solução.
c) A massa de água existente em 100 g de solução.
d) As massas de água e ácido nítrico presentes em 500 g
de solução.

13.
Um técnico pesou uma amostra de sulfato de cobre II
pentahidratado (CuSO4. 5H2O) e encontrou o valor de
49,9g. A amostra foi colocada em um balão volumé-
trico. Em seguida, o técnico adicionou água destilada
até a marca do balão, correspondente a 250mL.
Determine a concentração em mol/L da solução.

(Cu = 63,5 , S = 32, O = 16, H = 1)

106
R.I. (Revisão Intercalada)

MATEMÁTICA e suas 7. (Unicamp 2023)


Uma pesquisadora está testando o efeito de um medi-
tecnologias camento em uma bactéria. Sabe-se que a função que
descreve a quantidade de bactérias vivas na amostra
em um tempo t, dado em minutos, é Q(t) = C · 10–bt,
com b e C dependendo de características da bactéria e
Matemática 1 do medicamento.

1. (Unesp) Dados: log10 2 ≈ 0,3.


Um operário ganha R$3,00 por hora de trabalho de sua
jornada semanal regular de trabalho, que é de 40 horas. a) Para uma certa amostra com 5 milhões de bactérias,
Eventuais horas extras são pagas com um acréscimo de verificou-se que, nos primeiros 10 minutos, 9/10 da
50%. Encontre uma fórmula algébrica para expressar quantidade de bactérias na amostra morreram. Qual é
seu salário bruto semanal, S, para as semanas em que a quantidade de bactérias vivas que restaram após 20
trabalhar h horas, com h ≥ 40. minutos?
b) Numa outra amostra, onde foi descoberto experimen-
2. (Unesp) talmente que b = 3, quanto tempo levará para que a
quantidade de bactérias fique reduzida à metade?
Seja a, 0 < a < 1, um número real dado. Resolva a
inequação exponencial a2x+1 > (1/a)x-3.
8. (Ufrj)

3. (Ufsc) Uma operadora de celular oferece dois planos no sis-


tema pós-pago.
Determinar o valor de x na equação No plano A, paga-se uma assinatura de R$ 50,00 e cada
5x+1 + 5x + 5x-1 = 775. minuto em ligações locais custa R$ 0,25. No plano B,
paga-se um valor fixo de R$ 40,00 para até 50 minutos
4. (Ufpe) em ligações locais e, a partir de 50 minutos, o custo de
cada minuto em ligações locais é de R$ 1,50.
A expressão log(6 - x - x2) assume valores reais ape-
nas para x pertencente a um intervalo de números
a) Calcule o valor da conta em cada plano para um con-
reais, onde log é o logaritmo decimal. Determine o
sumo mensal de 30 minutos em ligações locais.
comprimento deste intervalo.
b) Determine a partir de quantos minutos, em ligações
locais, o plano B deixa de ser mais vantajoso do que
5. (Ufjf) o plano A.
Uma empresa trabalha com placas de publicidade
retangulares, de lados iguais a x + 3 e 2x - 4 metros. 9. (Fgv)
A quantidade de cópias vendidas de cada edição de
a) Determine os valores de x, para que a área da placa
uma revista jurídica é função linear do número de
varie de 12 m2 a 28 m2.
matérias que abordam julgamentos de casos com ampla
b) Determine as medidas dos lados da placa de 28 m2.
repercussão pública. Uma edição com quatro matérias
desse tipo vendeu 33 mil exemplares, enquanto que
6. (Unesp) outra contendo sete matérias que abordavam aqueles
Um professor trabalha em duas faculdades, A e B, julgamentos vendeu 57 mil exemplares.
sendo remunerado por aula. O valor da aula na facul-
dade B é 4/5 do valor da aula da faculdade A. Para o a) Quantos exemplares da revista seriam vendidos, caso
próximo ano, ele pretende dar um total de 30 aulas por fosse publicada uma edição sem matéria alguma que
semana e ter uma remuneração semanal em A maior abordasse julgamento de casos com ampla repercussão
que a remuneração semanal em B. Quantas aulas, no pública?
mínimo, deverá dar por semana na faculdade A? b) Represente graficamente, no plano cartesiano, a função
da quantidade (Y) de exemplares vendidos por edição,
pelo número (X) de matérias que abordem julgamentos
de casos com ampla repercussão pública.
c) Suponha que cada exemplar da revista seja vendido a
R$ 20,00. Determine qual será o faturamento, por edi-
ção, em função do número de matérias que abordem
julgamentos de casos com ampla repercussão pública.

107
R.I. (Revisão Intercalada)

10. (Ufes) 14. (Ita 2019)


Uma pequena localidade é abastecida com água Sabendo que x pertence ao intervalo fechado [1;64],
extraída de 6 poços, cada um possuindo uma vazão determine o maior valor da função
de 1.100 litros de água por hora. A prefeitura dessa
4 4 22 log b 8 l
cidade pretende aumentar o número de poços; porém, f (x) f(x) = 2(log
= (log x) 2x)+ +1212(log
(log
2 2xx)
) ∙$ log 22 x
para cada poço adicional perfurado, estima-se que
a vazão por poço diminui em 25 litros por hora. Por
exemplo, com um poço adicional perfurado, a vazão
15. (Albert Einstein - Medicina 2019)
de cada um dos 7 poços fica em 1.075 litros por hora.
Determinar a massa dos animais é extremamente
a) Calcule o tempo que os 6 poços iniciais levam para for- importante para a administração de medicamentos. Há
necer um volume de 17.600 litros de água. circunstâncias em que é possível estimar a massa de
b) Dê a expressão da vazão por poço em função do número alguns animais sem o uso de balanças. Por exemplo,
de poços adicionais perfurados. é possível determinar a massa aproximada (m) de um
c) Dê a expressão da vazão total em função do número de potro, em kg, em função de seu perímetro torácico (s),
poços adicionais perfurados. em cm, por meio da fórmula m = s 0–, 25
7 .
d) Determine o menor número de poços que devem ser
perfurados para que a vazão total seja de 9.225 litros Para tratamentos anti-inflamatórios com Meloxican,
por hora. a dosagem indicada para equinos é de 0,6 mg desse
e) Determine o número de poços adicionais a serem perfu- princípio ativo por kg de massa corporal. Esse medi-
rados de modo que a vazão total seja a maior possível camento é comercializado em frascos de 100 mL con-
e calcule essa vazão máxima. tendo 2 g de Meloxican.

11. (Uerj) a) Considere um potro, de perímetro torácico igual a


1,16m, que será tratado com esse anti-inflamatório.
Considere as seguintes funções, relativas a uma Determine a massa aproximada desse potro, em kg,
ninhada de pássaros: segundo a fórmula, e a dosagem de Meloxican, em mL,
C = 5 + 10n; C = custo mensal, em reais, para a manu- a ser administrada ao animal.
tenção de n pássaros. b) Em um outro potro, a quantidade Q(t), em mg, de Melo-
V = –5n2 + 100n - 320; V = valor arrecadado, em reais, xican presente no organismo do animal, t horas após
com a venda de n pássaros, 4 ≤ n ≤ 16. a aplicação, é descrita pelo gráfico e modelada pela
Sabe-se que o lucro mensal obtido é determinado pela função:
diferença entre os valores de venda V e custo C.

a) Determine os possíveis valores de n, para que haja lucro


nas vendas.
b) Calcule o valor de n que proporciona o maior lucro pos-
sível e o valor, em reais, desse lucro.
Q(t) = 320 ∙ (√2)−k ∙ t
12. (Ufpr)
Faça o que se pede.

a) Calcule log16 ( 18 ). Forneça sua resposta com duas casas


decimais.
b) Resolva a inequação log 1 (2x + 3) ≥ 1. Expresse sua Determine o valor da constante k e a quantidade
2
resposta na forma de intervalo. de Meloxican, em mg, presente no organismo desse
animal 24 horas após a aplicação.
13. (Ufrrj)
A interseção dos seguintes conjuntos,
A = { x ∈ R │ x2 - 6x + 5 < 0 } ,
B = { x ∈ R │ - x2 + 2x + 3 > 0 } e
C = { x ∈ R │ x2 - 8x + 12 ≥ 0 } é um intervalo.
Determine o conjunto solução que representa esse
intervalo.

108
R.I. (Revisão Intercalada)

4. (Fuvest)
Matemática 2 Sejam x e y dois números reais, com 0 1 x 1 r
2
e
r 4
1 y 1 r, satisfazendo sen y = e
2 5
11senx + 5cos (y – x) = 3.

1. (Uepg-pss 2 2023) Nessas condições, determine


5 3r
Considerando que sec (x) = – r <# xx 1
e que π < ,
2 2 a) cos y.
assinale o que for correto. b) sen2x.
4 21
01) sen (2x) = . 5. (Fuvest)
25

02) tg (x) =
21
.
2
17
04) cos (2x) = – .
25
21
08) sen (x) = – .
5
No triângulo acutângulo ABC, ilustrado na figura, o
comprimento do lado BC mede √15 5 , o ângulo interno de
2. (Unifesp) vértice C mede a , e o ângulo interno de vértice B mede
a
A função 2 . Sabe-se, também, que 2cos (2 a ) + 3 cos a + 1 = 0.

D (t) = 12 + (1, 6) $ cos c 180 (t + 10) m


r
Nessas condições, calcule

fornece uma aproximação da duração do dia (diferença a) o valor de sen a ;


em horas entre o horário do pôr do sol e o horário do b) o comprimento do lado AC.
nascer do sol) numa cidade do Sul do país, no dia t
de 2010. A variável inteira t, que representa o dia, 6. (Uem-pas)
varia de 1 a 365, sendo t = 1 correspondente ao dia Sabendo-se que sen x = – 3 e que cos x > O, é correto
1.º de janeiro e t = 365 correspondente ao dia 31 de 4
afirmar que
dezembro. O argumento da função cosseno é medido
em radianos. Com base nessa função, determine 01) x é um número real tal que 32r ++ 2k
2kπ< x< <x (<k 2(k
+ 1) +
r.1)π.
7
02) cos 2
x = 8 .
a) a duração do dia 19.02.2010, expressando o resultado
em horas e minutos. 3 7
04) tg x = – .
b) em quantos dias no ano de 2010 a duração do dia 7
naquela cidade foi menor ou igual a doze horas.
08) cos 2x = – 1 .
8
3. (Uepg)
16) sen (180º – x) < 0.
Dadas as funções f(x) = 3sen(x) e g(x) = 3cos(x), assinale o
que for correto.
7. (Uepg)
1
01) A imagem da função f (x) é o intervalo : 3 , 3D.
Assinale o que for correto.
01) cos 247% = sen 337%
02) A imagem da função g (x) é o intervalo [0, 3].
02) A igualdade abaixo é uma identidade trigonométrica:
04) f b
r
l 2 g b r l. sen a∙tg a∙cossec a
4 3 = tg2 a
cos a∙cotg a∙sec a
08) f b – l 1 g b 19r l .
13r 1
6 3 04) Se cos x > então sec x < 2
2

08) Se x ! : , 2rD, então cos x – sen x < 0


16) Os períodos das funções f(x) e g(x) são iguais. 3r
2

16) sen b2x + l = cos 2x


r
2

109
R.I. (Revisão Intercalada)

8. (Ufsc 2023) 11. (Fuvest)


Considere as funções reais g(x) = – 1 + 2sen (x) e
h(x) = – 2 – 3cos(x – π) para x ! 5– 2r, 2r?, deter-
mine a soma dos números associados à(s) proposi-
ção(ões) correta(s).

01) g b l = – 1.
r
2
02) O período da função g é π.

04) A imagem da função g é o intervalo [−3, 1]. Um guindaste, instalado em um terreno plano, tem
dois braços articulados que se movem em um plano
08) Se x ! [0, 2 r] então o único valor de x que satisfaz a
equação h(x) = – 2 é 3r .
vertical, perpendicular ao plano do chão. Na figura,
2 os pontos O, P1 e P2 representam, respectivamente, a
16) O valor máximo da função h é 3. articulação de um dos braços com a base, a articulação

32) tg b – l=
h (0) dos dois braços e a extremidade livre do guindaste.
r
4 g (0)
. O braço OP1 tem comprimento 6 e o braço P1P2 tem
comprimento 2. Num dado momento, a altura de P2 é
9. (Ita) 2, P2 está a uma altura menor do que P1 e a distância
de O a P2 é 2 10 . Sendo Q o pé da perpendicular de P2
Determine o conjunto das soluções reais da equação
ao plano do chão, determine
2bxl 2
3 cossec – tg x = 1. ⟷
2 a) o seno e o cosseno do ângulo P2ÔQ entre a reta OP2 e o
plano do chão;
b) a medida do ângulo OP1P2 entre os braços do guindaste;
10. (Uem-pas 2022)
c) o seno do ângulo P1ÔQ entre o braço OP1 e o plano do
Considerando as funções trigonométricas, com os ângu- chão.
los medidos em radianos, assinale o que for correto.
12. (Uem)
01) Sempre que tg x está definida, vale a igualdade
Assinale o que for correto.
cos (2x)
+ tg2 x = 1.
2
cos x 01) cos 140º + cos 100º + cos 20º = 0

02) Para qualquer número real x, vale a igualdade


02) f(x) = 2sen (2x) é uma função de período 4π.

sen b + xl =
r 2
04) sen b2x – l = 2 sen x –
(sen x + cos x) . r 2
4 2 .
4 2
04) Sempre que tg x, tg y e tg (x + y) estão definidas, vale
08) sen 250º < cos 330º < tg 30º
a igualdade tg (x + y) = tg x + tg y.

16) A equação 3 cos2 x – 4 sen x + 1 = 0 não tem solução


08) Se x e y são números reais tais que x + y = π, então
real.
sen x + sen y = 2 cos b x – l.
r
2
16) Para qualquer número real x, vale a igualdade
cos (x + π) + cos (x – π) = cos x. 13. (Uem-pas)
Sobre trigonometria, assinale o que for correto.

01) Arcos congruentes diferem entre si por π radianos.

02) Uma volta completa no círculo trigonométrico equi-


vale a 360 graus.

04) As funções seno e cosseno têm o mesmo período.

+ 1 = 1 – sen2 x, 6x ! b 0, l .
1 r
08) 2
cotg x 2

110
R.I. (Revisão Intercalada)

16) No círculo trigonométrico, um ângulo negativo, em


radianos, é medido no sentido anti-horário.

14. (Unicamp 2023)


Considere a função real f(x) = cox (2x) – 2sen(x), defi-
nida para definida para x ! [0, 2r] .

a) Calcule f b r l
4 .
b) Encontre todos os valores de x ! [0, 2r] tais que
1
f (x) = – .
2

15. (Uepg-pss 2 2022)


Considerando o gráfico da função f(x), representado na
figura abaixo, assinale o que for correto.

01) f (x) = 2 sen b l – 1.


x
2

02) f (x) = 2 cos b l + 1.


x
2

04) O período da função f(x) é 4π.


08) A imagem da função f(x) é o intervalo [–3, 1].

111
R.I. (Revisão Intercalada)

3. (Fgv)
Matemática 3 A figura mostra um semicírculo cujo diâmetro AB, de
medida R, é uma corda de outro semicírculo de diâme-
tro 2R e centro O.

1. (Pucrj)
Fabio tem um jardim ACDE com o lado AC medindo 15m
e o lado AE medindo 6m. A distância entre A e B é 7m.
Fabio quer construir uma cerca do ponto A ao ponto D
passando por B. Veja a figura abaixo.

a) Calcule o perímetro da parte sombreada.


b) Calcule a área da parte sombreada.

4. (Pucrj)
a) Se a cerca usada entre os pontos A e B custa 100 reais o
metro e a cerca entre os pontos B e D custa 200 reais o Considere o triângulo equilátero ABC inscrito no cír-
metro, qual o custo total da cerca? culo de raio 1 e centro O, como apresentado na figura
b) Calcule a área da região hachurada ABDE. abaixo.
c) Considere o triângulo BCD, apresentado na figura
abaixo. Sabendo-se que o triângulo BB’D’ possui cateto
BB' = 2BC, calcule a área do triângulo BB’D’.

2. (Ufg)
a) Calcule o ângulo AÔB.
Uma medalha, apresentada na figura a seguir, é fabri- b) Calcule a área da região hachurada.
cada retirando-se de um círculo de metal, a área que c) Calcule a área do triângulo ABC.
compreende a região sombreada (cinza escuro). Na
figura, os pontos A, B, C, D, E e F são os vértices de um
5. (Ufg)
hexágono regular inscrito na circunferência de centro
O e raio 1 cm. Os arcos AF, FE, ED, DC, CB e BA são arcos Na figura a seguir, o círculo de centro O representa
de outras circunferências com raio igual a 1 cm. um terreno, o triângulo CDE uma piscina e a região
sombreada um gramado.

Nessas condições, calcule a área da região sombreada


(cinza escuro).

112
R.I. (Revisão Intercalada)

Sabendo que AB e CE são diâmetros do círculo, que 9. (Ueg)


a medida do segmento DE é igual a 6 metros, que o
Seja � a medida do lado de um octógono regular cir-
ângulo DCE mede 30 graus, e que AB é perpendicular
cunscrito a uma circunferência de raio R. Com base
ao segmento CD, calcule a área da região correspon-
nessa informação, determine a medida do perímetro
dente ao gramado.
desse octógono em função do raio R.

6. (G1 - cftrj)
10. (Ufg)
Sejam ABC e DEF dois triângulos equiláteros. Sabendo
Uma empresa de vigilância irá instalar um sistema de
que o perímetro de DEF é 3 unidades maior do que o
segurança em um condomínio fechado, representado
perímetro de ABC e sua área é o dobro da área de ABC,
pelo polígono da figura a seguir.
qual é a medida dos lados de ABC?

7. (Fgv)
a) Determine o perímetro do triângulo na forma decimal
aproximada, até os décimos. Se quiser, use algum des-
tes dados: 352 = 1225; 362 = 1296; 372 = 1369.

b) Um aluno tinha de fazer um cartaz triangular, em car- A empresa pretende colocar uma torre de comunica-
tolina. Decidiu construir o triângulo com as seguintes ção, localizada no ponto A, indicado na figura, que
medidas dos lados: 6 cm, 8 cm, e 16 cm. Ele conseguirá seja equidistante dos vértices do polígono, indicados
fazer o cartaz? Por quê? por P, Q, R, S e T, onde serão instalados os equipamen-
tos de segurança. Sabe-se que o lado RQ desse polígono
mede 3000 m e as medidas dos outros lados são todas
8. (G1 - cp2)
iguais à distância do ponto A aos vértices do polígono.
Juliana recortou de uma tira de cartolina retangular Calcule a distância do ponto A, onde será instalada a
seis triângulos retângulos idênticos, em que um dos torre, aos vértices do polígono.
catetos mede 3 cm (figura 1). Com esses triângulos,
fez uma composição que tem dois hexágonos regulares 11. (Ufrj)
(figura 2).
Seja abcde o pentágono regular inscrito no retângulo
ABCD, como mostra a figura a seguir.

ABCD é um quadrado?
a) Qual é a medida do ângulo interno do hexágono menor?
b) Quais são as medidas x e y dos ângulos dos triângulos
retângulos?
c) Qual é a medida do perímetro do hexágono menor?

113
R.I. (Revisão Intercalada)

12. (Uem) Com base nessas informações, é correto afirmar:


Com base em conhecimentos de Geometria Plana, assi-
01) A soma das áreas de A, B e C é 72 m2.
nale o que for correto.
02) A área de A é 16 da área de C.
04) A área de A é 24 m2.
01) O quadrado do comprimento do lado maior de um
08) Um dos lados de A mede 2 m.
triângulo só é igual à soma dos quadrados dos compri-
16) Um dos lados de C mede 8 m.
mentos dos demais lados se o ângulo interno oposto ao
maior lado é reto.
02) Todo quadrilátero no qual as medidas de todos os lados 15. (Uepg)
são as mesmas é um quadrado. Sabendo que um losango e um quadrado têm o mesmo
04) A soma das medidas dos ângulos internos de um triân- perímetro, e que d e D representam, respectivamente,
gulo é igual a 360 graus. as medidas das diagonais menor e maior do losango.
08) Todo quadrilátero que é um retângulo é, também, um Considerando ainda que d = 4 e que D – d = 30, assi-
paralelogramo. D 9
nale o que for correto.
16) Em todo triângulo, a soma dos comprimentos de dois
lados é sempre maior do que o comprimento do lado 01) A área do quadrado é maior que a área do losango.
restante. 02) A diagonal maior do losango mede 54.
04) A área do losango mede 1296.
13. (Ufsc) 08) A razão entre a área do quadrado e a área do losango
97
é de 72 .
Determine a soma dos números associados à(s) pro-
posição(ões) VERDADEIRA(S).

01) A altura relativa à hipotenusa de um triângulo


retângulo de catetos 12cm e 16cm, mede 20cm.
02) O perímetro de um paralelogramo de lados x e 2x
é igual a 60cm. A medida de seus lados são 20cm e
40cm.
04) O polígono cujo número de diagonais é igual ao
número de lados é o pentágono.
08) Os ângulos internos de um triângulo são proporcio-
nais a 2, 3 e 4 respectivamente. A medida do maior
deles é 80°.
16) A medida de um ângulo inscrito, relativo a uma
circunferência, é metade da medida do arco corres-
pondente.

14. (Ufpr)
Um retângulo de 6m por 12m está dividido em três
retângulos, A, B e C, dispostos conforme a figura
abaixo, de modo que a área de B é a metade da de A e
um terço da de C.

114

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