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UFVJM
BACHARELADO EM HUMANIDADES
DIAMANTINA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI-
UFVJM
BACHARELADO EM HUMANIDADES
DIAMANTINA
2019
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do
currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p.1-64
Notasse como que as Teorias de currículo, são apresentadas como uma forma de
invenção do próprio currículo, e a afirmação sugerida pelo autor é que se venha a falar
não em teoria, mas em discursos uma vez que este significa tudo aquilo que é escrito com
a finalidade de comunicar algo. O que o discurso “efetivamente faz é produzir uma noção
particular de currículo” (SILVA).
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da definição última de “currículo” seja a de quais questões uma teoria do currículo ou um
discurso curricular busca responder.
Ainda sobre o currículo como discurso, Silva apresenta como o currículo é sempre
resultado de uma seleção. Nas teorias do currículo, ele exibe como as perguntas “o que”
ou “o que é elas devem ser” nunca estão separadas, e como tal pergunta “qual é o tipo de
ser humano desejável para um determinado tipo de sociedade?” cabe dizer que a cada um
tipo de ser humano, correspondera um tipo de conhecimento, um tipo de currículo.
Voltando a Bobbitt, seu livro The curriculum foi escrito num momento crucial da
história da educação, em um momento em que diferentes forças econômicas, politicas e
culturais procuravam moldar os objetivos e as formas da educação de massas de acordo
com suas diferentes e particulares visões. Ele propunha que a escola funcionasse da
mesma forma que qualquer outra empresa comercial ou industrial, ou seja seu modelo
estava claramente voltado para a economia. Já as vertentes consideradas progressistas
eram lideradas por John Dewey, este demonstrou estar muito mais preocupado com a
construção da democracia do que com o funcionamento da economia.
Logo surge no livro, a passagem das teorias tradicionais para as críticas, “surgiram
livros ensaios, teorizações que colocavam em xeque o pensamento e a estrutura
educacional tradicional” (SILVA,2002), que tinham por objetivo criticar e derrubar o
currículo tradicional, oferecendo uma nova visão do currículo ideal, transformador de
uma realidade. Diversos autores são citados ao longo do texto com o proposito de criticar
as ideias tradicionais vigentes, e discutir novas reflexões, que iriam abalar a teoria
educacional tradicional, Paulo Freire, Louis Althusser, Pierre Bourdieu, Passeron, entre
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outros. Para as teorias críticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o
currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo
faz.
Silva ainda retrata o papel de Paulo Freire, cuja influência extrapolou o âmbito
nacional. O que o texto nos permite registrar é que, ao estruturar uma abordagem
pedagógica que ressignifica a cultura, traduzindo-a como o contexto existencial em
articulação com o contexto social, Paulo Freire traz a experiência de vida dos educandos
e, portanto, a dimensão cultural dessa existência para o centro do processo pedagógico.
Consubstanciada no conceito de educação problematizadora, Paulo Freire apresenta
alternativa teórico-metodológica para a superação do frequente fracasso dos processos de
educação de adultos.
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Finalizando, destacamos que o livro de Tomaz Tadeu da Silva vem a favorecer
um modo de compreender as modificações das teorias curriculares, ampliando os debates
a partir de uma sólida fundamentação teórica, que objetiva nova visão sobre a assimilação
do currículo como algo em processo constante de mudança, e não um mero papel distante
de toda realidade. Entretanto, a linguagem do livro pode ser vista como ininteligível a
pessoas que não tem conhecimento nas áreas das teorias educacionais. Mas para além
disso, a obra impulsiona aqueles que se comprometem com as práticas educativas a
reconhecer a complexidade das teorias do currículo.
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