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LÍNGUA PORTUGUESA

7º ANO
SEMANA 8

Olá, estudante!

Nesta semana vamos estudar na Aula Paraná de Língua Portuguesa os conteúdos indicados no
quadro abaixo. Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo desses conteúdos.
Relembrando que teremos 3 aulas e vamos tratar sobre:

AULA: 36 Gênero Crônica; Verbos


AULA: 37 Gênero Conto; Classificação do sujeito
AULA: 38 Gênero Charge; Variação linguística

Aula 36
Vamos ler nesta aula exemplares de crônicas! Já estudamos esse gênero literário em aulas
anteriores. Portanto, agora vamos fazer uma pequena retomada das características desse tipo
de texto, as quais você vai identificar nas crônicas a seguir.

 O fator principal que define a crônica é sua temática: crônicas abordam assuntos
vinculados ao cotidiano das cidades.
 Um bom cronista é aquele que narra situações banais sob uma ótica particular e criativa.
 É comum que esse tipo de texto tenha marcas claras de humor.
 A linguagem da crônica costuma ser coloquial e simples. A leveza na linguagem é típica
do gênero.
 Normalmente, as crônicas são publicadas em jornais, revistas e blogs.
Faça a primeira leitura descompromissadamente, apenas atento aos sentidos, à intenção da
crônica. Depois, leia-as novamente identificando os elementos elencados acima. Boa leitura!

Texto 1:
Apelo
Dalton Trevisan
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a
verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi
ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem
de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou.
A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou
debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar
parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava
só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é
saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não
tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós
sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa,
Senhora, por favor.

Texto 2:
Catadores de tralhas e sonhos
Milton Hatoum
São centenas, talvez milhares os catadores de papel nessa megalópole. Puxam ou
empurram carroças e catam objetos no lixo ou nas calçadas.
(...) Há carroças exóticas, pintadas com desenhos de figuras pop, seres mitológicos,
nuvens, pássaros e vampiros. Em Santana, vi uma carroça que lembrava um jinriquixá, só que
maior do que o veículo asiático. Era puxada por um velho e transportava uma avó e seu
netinho, sentados em pilhas de papel. Perguntei ao carroceiro quanto ele cobrava pelo
transporte de passageiros.
“Depende… Pra perto daqui, cinco reais. Pra fora do bairro, cobro 15 ou 12, depende
do passageiro e do dia. Não gasto gasolina, nem nada, é só força mesmo, amigo.”
E haja força, leitor. Mas esse meio de transporte é raro na metrópole. Quase todas as
carroças só carregam quinquilharias, uma e outra exibem aforismos, poemas, ditados. Vi
carroças líricas, políticas, filosóficas, cômicas, moralistas, anarquistas. Numa delas se lia:
“A verdade é uma desordem… Alguém tem dúvida?”.
Noutra, pintada de verde e amarelo: “Aqui só carrego bagunça, mas sou homem de
paz”. A que mais me chamou atenção foi uma carroça linda, com uma pintura geométrica que
lembra um quadro de Mondrian. Na lateral, estava escrito:
“Carrego todo tipo de tralha, e carrego um sonho dentro de mim”.
Sei que não é fácil encontrar um sonho nas ruas; mas encontrei carroceiros simpáticos
e um assunto para escrever esta crônica.
Caderno 2 do Jornal O Estado de São Paulo, em 27 de março de 2015

Também vamos relembrar nesta aula os três Modos Verbais: Indicativo, Subjuntivo e
Imperativo. Primeiramente, analise a conjugação do verbo cultivar no tempo presente de cada
modo verbal, tentando definir o que expressa cada modo. A seguir, confira se você acertou,
lendo as informações sobre cada um deles.

MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO


Eu cultivo Que eu cultive ------------------
Tu cultivas Que tu cultives Cultiva tu
Ele cultiva Que ele cultive Cultive ele
Nós cultivamos Que nós cultivemos Cultivemos nós
Vós cultivais Que vós cultiveis Cultivai vós
Eles cultivam Que eles cultivem Cultivem eles
Agora, confira o que expressa cada Modo Verbal:
MODO INDICATIVO: O verbo expressa uma ação que provavelmente acontecerá, uma certeza,
trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza
comprovada da realização daquela ação.
MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza,
trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.
MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos
dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s)
pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da
entonação e do contexto em que é aplicado.
Agora é com você! Faça as atividades referentes aos conteúdos estudados nesta aula!

Aula 37
Outro gênero literário que já lemos muito é o conto! Mas ele tem muitas facetas: contos de
ação, de fadas, de terror, de mistério etc. Vamos nos concentrar agora nos contos fantásticos
(que abordam o misticismo, o sobrenatural, o realismo mágico ou maravilhoso, abordando um
mundo irreal ou universo onírico, no qual há a presença do absurdo, da inverossimilhança.
Mergulhe nesse universo fantástico lendo o conto abaixo, atentando para os elementos da
narrativa (personagens, narrador, tempo, espaço, enredo) e principalmente para os elementos
fantásticos. Boa leitura!

O SILÊNCIO DA SEREIAS
FRANZ KAFKA

Prova de que até meios insuficientes - infantis mesmo podem servir à salvação:
Para se defender da sereias, Ulisses tapou o ouvidos com cera e se fez amarrar ao
mastro. Naturalmente - e desde sempre - todos os viajantes poderiam ter feito coisa
semelhante, exceto aqueles a quem as sereias já atraíam à distância; mas era sabido no
mundo inteiro que isso não podia ajudar em nada. O canto das sereias penetrava tudo e a
paixão dos seduzidos teria rebentado mais que cadeias e mastro. Ulisses porém não pensou
nisso, embora talvez tivesse ouvido coisas a esse respeito. Confiou plenamente no punhado
de cera e no molho de correntes e, com alegria inocente, foi ao encontro das sereias levando
seus pequenos recursos.
As sereias entretanto têm uma arma ainda mais terrível que o canto: o seu silêncio.
Apesar de não ter acontecido isso, é imaginável que alguém tenha escapado ao seu canto;
mas do seu silêncio certamente não. Contra o sentimento de ter vencido com as próprias
forças e contra a altivez daí resultante - que tudo arrasta consigo - não há na terra o que
resista.
E de fato, quando Ulisses chegou, as poderosas cantoras não cantaram, seja porque
julgavam que só o silêncio poderia conseguir alguma coisa desse adversário, seja porque o
ar de felicidade no rosto de Ulisses - que não pensava em outra coisa a não ser em cera e
correntes - as fez esquecer de todo e qualquer canto.
Ulisses no entanto - se é que se pode exprimir assim - não ouviu o seu silêncio,
acreditou que elas cantavam e que só ele estava protegido contra o perigo de escutá-las. Por
um instante, viu os movimentos dos pescoços, a respiração funda, os olhos cheios de
lágrimas, as bocas semi-abertas, mas achou que tudo isso estava relacionado com as árias
que soavam inaudíveis em torno dele. Logo, porém, tudo deslizou do seu olhar dirigido para
a distância, as sereias literalmente desapareceram diante da sua determinação, e quando
ele estava no ponto mais próximo delas, já não as levava em conta.
Mas elas - mais belas do que nunca - esticaram o corpo e se contorceram, deixaram
o cabelo horripilante voar livre no vento e distenderam as garras sobre os rochedos. Já não
queriam seduzir, desejavam apenas capturar, o mais longamente possível, o brilho do grande
par de olhos de Ulisses.
Se as sereias tivessem consciência, teriam sido então aniquiladas. Mas
permaneceram assim e só Ulisses escapou delas.
De resto, chegou até nós mais um apêndice. Diz-se que Ulisses era tão astucioso,
uma raposa tão ladina, que mesmo a deusa do destino não conseguia devassar seu íntimo.
Talvez ele tivesse realmente percebido - embora isso não possa ser captado pela razão
humana - que as sereias haviam silenciado e se opôs a elas e aos deuses usando como escudo
o jogo de aparências acima descrito.
Tradução de Modesto Carone

Quanto à análise da língua, vamos retomar nesta aula os tipos de sujeito da oração:
a) SUJEITO SIMPLES: é aquele que possui apenas um núcleo, ou seja, quando o verbo se
refere a uma só palavra. (Adriana viajou.)
b) SUJEITO COMPOSTO: é aquele que possui mais de um núcleo. (Pai e filho estudam
juntos em casa.)
c) SUJEITO OCULTO: é aquele que não está explícito na oração, mas pode ser determinado
pela flexão número-pessoa do verbo, ou por sua presença em alguma oração
antecedente. (Gosto de viajar todos os anos.)
d) SUJEITO INDETERMINADO: é aquele no qual não é possível identificar um referente
explícito na oração (ou no contexto do enunciado) para a flexão verbal. (Anunciaram a
chegada da noiva.)
e) SUJEITO INEXISTENTE (Oração sem sujeito): é quando a informação veiculada pelo
predicado não se refere a sujeito algum. (Choveu muito no inverno passado.)
Confirme que aprendeu os conteúdos estudados nesta aula fazendo as atividades referentes a
ela!

Aula 38
Olá, estudante! Esta aula será muito divertida, pois vamos trabalhar com a charge, gênero que
tem por princípio o humor! Antes de lermos algumas delas, vamos retomar suas principais
características:
 Palavra oriunda do francês;
 Significa carga, exagero ou, até mesmo ataque violento (carga de cavalaria).
 Retrata a atualidade, um fato social ou político;
 Narrativa efêmera;
 Está normalmente relacionada a uma notícia, um fato polêmico do universo jornalístico.
 Requer conhecimento verbal e não verbal.
Agora sim, vamos às charges:

O humor nesta charge ocorre


devido à falta de compreensão
por parte do segundo
interlocutor, ao lamentar o fato
da estrada sair dali e ir para São
Paulo.

https://image.slidesharecdn.com/variaolingustica-140308202005-phpapp02/95/variao-lingustica-1-638.jpg?cb=1422521935

O humor aqui se dá pelo uso,


pelo personagem da esquerda,
de um terno. Além disso, a
seleção e termos e expressões
utilizados são extremamente
formais para o contexto de praia
e surf. O vocabulário não é
adequado.
https://www.taquiprati.com.br/images/Norma%20culta%20charge-surfista.jpg

O humor ocorre aqui porque, se


a candidata à vaga se diz
poliglota, deveria falar o
português formal e não cometer
um desvio gramatical ao utilizar
um verbo considerado básico.

https://i0.wp.com/varaldasletras.com.br/wpcontent/uploads/2018/04/capoliglota.jpg?fit=400%2C265

Você percebeu que as charges acima abordam variantes linguísticas? Essas variações se
referem ao vocabulário, ao conjunto de palavras utilizadas pelas pessoas, tendo em vista a
região onde vivem, o nível de escolaridade, o contexto e os interlocutores. As Variações
Linguísticas podem ser:
1. Variação geográfica ou diatópica - Variações regionais (RJ, SP, RS, MG);
2. Variação histórica ou diacrônica - Ex.: o Português arcaico e o atual;
3. Variação social ou diastrática - Ex.: uma conversa entre pessoas de níveis sociais
diferentes;
4. Variação situacional ou diafásica - Situações formais e informais.

A análise das charges e o estudo sobre as variações linguísticas que fizemos vão servir de base
para a resolução das atividades desta aula. Vamos lá?
Escola/Colégio:

Disciplina: Língua Portuguesa Ano/Série: 7º

Estudante:

LISTA DE EXERCÍCIOS
Aula 36:
1) Leia a crônica curta abaixo e classifique o subgênero predominante:

O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. Então — para que eu não seja
engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa —
eu cultivo um certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto. E cultivo também o vazio
silêncio da eternidade da espécie. Quero viver muitos minutos num só minuto.
(in Um Sopro de Vida. Clarice Lispector. Disponível em: https://www.pensador.com/cronicas_curtas/)

a) Crônica lírica, pois trata das paixões e dos sentimentos.


b) Crônica filosófica, pois apresenta uma reflexão sobre a brevidade da vida.
c) Crônica jornalística, pois aborda uma notícia de jornal.
d) Crônica satírica, pois trata com ironia um fato político.

2) A alternativa que completa adequadamente as lacunas do texto abaixo é:

O Tempo Presente do Imperativo Afirmativo exige a flexão verbal da ___________ pessoa do


singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) no Presente do Modo Indicativo, sem a letra
_____. Para as demais pessoas, utiliza-se a flexão verbal na íntegra do Modo ___________. O
Imperativo Afirmativo não se conjuga na ___________ pessoa do singular.

a) primeira – “s” – subjuntivo - primeira


b) segunda – “s” – subjuntivo – primeira
c) segunda – “r” – indicativo – primeira
d) primeira – “s” – indicativo – segunda

3) A partir do exemplo visto na aula, com o verbo cultivar, conjugue o verbo degustar no tempo
presente de cada modo verbal:
MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO
Eu ___________________ Que eu ________________ ------------------
Tu ___________________ Que tu ________________ ________________ tu
Ele __________________ Que ele ________________ ________________ ele
Nós __________________ Que nós ________________ ________________ nós
Vós __________________ Que vós ________________ ________________ vós
Eles __________________ Que eles ________________ ________________eles
Aula 37:
1) Leia o fragmento do conto abaixo, intitulado “O silêncio das sereias”, do autor Franz Kafka:

“Para se defender das sereias, Ulisses tapou os ouvidos com cera e se fez amarrar ao mastro.
Naturalmente – e desde sempre – todos os viajantes poderiam ter feito coisa semelhante, exceto
aqueles a quem as sereias já atraíam à distância; mas era sabido no mundo inteiro que isso não
podia ajudar em nada. O canto das sereias penetrava tudo e a paixão dos seduzidos teria
rebentado mais que cadeias e mastro. Ulisses porém não pensou nisso, embora talvez tivesse
ouvido coisas a esse respeito. Confiou plenamente no punhado de cera e no molho de correntes
e, com alegria inocente, foi ao encontro das sereias levando seus pequenos recursos.”

Podemos dizer que esse conto é um:


a) Conto de fadas.
b) Conto fantástico.
c) Conto de terror.

2) Classifique os sujeitos das frases abaixo, relacionando a 2ª coluna de acordo com a 1ª:
a) Oculto ( ) Taparam os ouvidos para não ouvir o canto das sereias.
b) Indeterminado ( ) As sereias e Ulisses estavam no mar.
c) Inexistente ( ) Fazia muito frio.
d) Simples ( ) Li o conto e considerei-o fantástico.
e) Composto ( ) O conto fantástico apresenta elementos irreais.

Aula 38:
1) Dentre as características da charge, assinale a alternativa incorreta.
a) Palavra oriunda do francês.
b) Retrata a atualidade.
c) Aborda fatos sociais ou políticos.
d) Não se refere a fatos reais.

2) Agora analise a charge abaixo e assinale a alternativa correta:

a) A variação linguística está presente na charge, a qual reflete marcas regionais da linguagem
regional do Brasil.
b) As personagens utilizam a linguagem formal da língua portuguesa.
c) O humor está no fato do gaúcho dizer que só tem macho onde ele mora e o mineiro dizer
que em Minas metade é macho e outra metade é fêmea.
d) As alternativas A e C estão corretas.

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