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PROFÉTICOS
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................... 04
3.3 Naum...................................................................................................................... 50
3.3.1 Tema de Naum..................................................................................................... 50
3.3.2 Contexto histórico................................................................................................. 51
3.3.3 Contexto religioso ou espiritual............................................................................ 53
3.4 Habacuque............................................................................................................. 54
3.4.1 Tema de Habacuque............................................................................................ 54
3.4.2 Contexto histórico................................................................................................. 55
3.5 Sofonias................................................................................................................. 55
3.5.1 Tema de Sofonias................................................................................................ 56
3.5.2 Contexto histórico................................................................................................. 57
3.5.3 Contexto religioso ou espiritual............................................................................ 58
3.6 Ageu....................................................................................................................... 61
3.6.1 Tema de Ageu...................................................................................................... 62
3.6.2 Contexto histórico................................................................................................. 62
3.6.3 Contexto religioso ou espiritual............................................................................ 64
3.7 Zacarias.................................................................................................................. 65
3.7.1 Tema de Zacarias................................................................................................ 67
3.7.2 Contextos histórico e religioso............................................................................. 67
3.8 Malaquias............................................................................................................... 69
3.8.1 Tema de Malaquias.............................................................................................. 70
3.8.2 Contexto histórico................................................................................................. 70
3.8.3 Contexto religioso ou espiritual............................................................................. 71
Conclusão................................................................................................................... 93
Referências Bibliográficas......................................................................................... 94
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
LIVROS POÉTICOS
A poesia faz parte da vida humana e é encantadora aos olhos, por sua
beleza e característica única de linguagem. A Palavra de Deus é rica em poesia,
não somente pelos livros poéticos, mas, por conter outros textos que carregam
em si, toda a profundidade que a linguagem poética abarca em seu bojo. Ao
referirem-se a esses escritos, Bentho e Plácido (2019, p.316) afirmam que:
“Livros Poéticos são aqueles nos quais o seu conteúdo é escrito numa linguagem
caracterizada pela emoção, ritmo e linguagem metafórica”.
TÍTULOS CARACTERÍSTICAS
Jó Em homenagem ao seu principal personagem.
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1.1 Jó
1.1.2 Tema de Jó
A Teologia dos amigos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar era voltada para a
retribuição, ou seja, Jó estava “recebendo o pagamento” por seus pecados. A
teologia retributiva encarava o sofrimento como consequência direta do pecado,
desta maneira, cabia a Jó reconhecer o seu pecado e arrepender-se (2.11; 4.1
a 5.27; 8. 1-22; 20.1-29; 25.1-6; 42.9). Por outro lado, para Eliú, toda a miséria
pelo qual atravessava Jó, servia-lhe como molde para apurar o seu caráter (32.1
a 37.24).
1.3.1 Autores
1.4 Eclesiastes
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CAPÍTULO 2
O PROFETISMO BÍBLICO
De acordo com Hill e Walton (2012, p. 445): “Profeta é alguém que fala no
lugar e outra pessoa”. No sentido bíblico, portanto, o profeta era aquele que se
colocava à disposição de Deus para ser seu porta-voz, para anunciar uma
mensagem especial, dentro de um contexto específico e necessário.
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envolvida com os rituais do culto e dos sacrifícios, como no caso dos sacerdotes.
Jaaziel, por exemplo, era um levita que tinha a capacidade profética (II Cr 20.14).
O termo “Hozeh” significa vidente e está ligado àquele que tem visões.
Para clarificar isso, recorre-se aos autores supracitados, Bentho e Plácido (2019,
p. 411):
ouvir a voz de Deus, para transmiti-la integralmente aos homens, quer fossem
reis, quer fossem sacerdotes, quer fossem pessoas do povo.
Lamentações de 05 154
Jeremias
Ezequiel 48 1273
Daniel 12 357
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.
2.5 Oseias
É fato que toda a crise política instalada pelo rei Acabe tinha sido
superada, bem como os desajustes causados pela dinastia de Jeú. Realmente,
eram novos tempos, até que Jeroboão II morre. Após sua morte, a anarquia
passou a prevalecer em Israel. Reis eram assassinados por seus sucessores,
até que a Assíria chegasse, cerca de vinte anos mais tarde, e derrotasse Israel.
Schultz (2012, p. 448) escreve que:
2.6 Joel
Joel foi o próprio escritor do livro (1.1). Seu nome, oriundo do hebraico,
“YHWH” e “EL”, significa “Yahweh é Deus”. Era filho de Petuel. Não se tem
muitas informações sobre a vida deste profeta, acredita-se que ele vivia em
Jerusalém, haja vista que demonstra amor e conhecimento amplo sobre a cidade
(1.14; 2.1,1,32; 3.1,2,6,16,17,20,21). Inclusive, no Novo Testamento, Joel é
citado apenas em Atos 2.16-21.
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Outro fator que merece atenção é que Joel é referenciado por outros
profetas pré-exílicos, tais como: Amós, Isaías e Miqueias. O livro deve ter sido
produzido ou escrito na região de Jerusalém ou de Judá, lugar de onde ele
profetizou a Palavra do Senhor. Bentho e Plácido (2019) reiteram que há várias
citações do profeta sobre o santuário de Jerusalém (1.9,13,14; 2.15). Outrossim,
sua mensagem é de juízo para o Reino Sul, embora Judá ainda não tivesse caído
em completa devassidão moral e espiritual. Ele pode ter sido contemporâneo de
Oseias e Amós, que profetizaram no Reino Norte.
derramará sua ira e manifestará a sua justiça, que é plena e fiel. Portanto, não
se trata de um período de tempo específico, cronológico.
Com isso, entende-se que o “Dia do Senhor” fez alusão à praga dos
gafanhotos, no contexto do profeta, todavia, aponta, também, para o juízo que
será exercido por Deus no fim dos tempos, no fim desta era. Importante, ainda,
refletir sobre o meio termo entre o passado, como no caso dos gafanhotos e o
futuro distante, nos tempos finais. Para tanto, Macarthur (2015, p. 273) explica
que:
Jamais deve-se esquecer de que Deus é bom, sua misericórdia não tem
fim, mas que Ele é justo e reto, portanto, exercerá juízo sobre a Terra (II Cr 30.9;
Ne 9.31; Lm 3. 22,23; Sl 23.6). O dia do Senhor é certeiro; Ele trará à luz toda a
maldade e injustiça cometida pelos homens e pelas nações.
assolava a terra por longos dias e, para completar, gafanhotos invadiram toda a
região, causando severos problemas econômicos (1.7-20).
A terra era importante para o ser humano, pois é dela que ele adquire o
seu sustento. Para Israel, isso tinha um toque especial, afinal, as promessas de
Deus eram claras para aquele povo, que possuiria uma terra fértil e abençoada,
afinal de contas, Ele é o dono de tudo o que existe, Ele é o Todo Poderoso
Criador (Gn 1; Êx 33.3; Sl 24.1).
O livro de Joel não faz menção direta a pecados cometidos pelo povo, tais
como, a idolatria, a prostituição, o roubo, dentre outros. Porém, há indícios que
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2.7 Amós
Amós foi o escritor do livro que leva o seu nome, conforme revelam as
Escrituras: “As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que
ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de
Jeroboão, filho de Joás, rei de Judá, dois anos antes do terremoto” (Am 1.1).
Acerca de Jeroboão II, em II Reis 14.24 está escrito: “E fez o que era mal
aos olhos do Senhor; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão,
filho de Nebate, que fez pecar a Israel”. A adoração verdadeira ao Deus de Israel
estava vazia, sem vida, na verdade, era uma falsa adoração, pois o coração
estava longe do Senhor:
2.8 Obadias
De acordo com Ob 1.1, foi o profeta quem escreveu o seu livro: “Visão de
Obadias: Assim diz o Senhor a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do
Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e
levantemo-nos contra ela para a guerra”. Também é importante sinalizar que as
Escrituras apresentam outros Obadias, haja vista que se tratava de um nome
comum em Israel, logo, deve-se ter cautela para não confundir o personagem.
Não se sabe a data exata da escrita, porém, Obadias pode ter escrito
depois do ataque que Jerusalém sofreu por parte dos edomitas (10-14).
Macarthur (2015) explica que, historicamente quatro invasões exponenciais
foram sofridas por Jerusalém no Antigo Testamento: A primeira ocorreu através
do Egito, por meio de Sisaque (925 a.C), sendo que neste período Roboão
reinava (I Rs 14. 25-26). Posteriormente, entre 848-841, durante o reinado de
Jeorão, pelos filisteus e árabes (II Cr 21.2-20). Em 790 a.C., por Jeorás, rei de
Israel (II Cr 14; 25) e, por fim, pela Babilônia, por intermédio de Nabucodonosor
(586 a.C.).
morrido e seu filho Jeorão, altamente comprometido com o pecado, aliado à sua
esposa, Atalia, filha de Acabe e da ímpia Jezabel, levavam a nação às práticas
abomináveis aos olhos do Senhor (II Cr 21). Em II Reis 8.18, está escrito que a
história de Jeorão ficou marcada pelas manchas da negatividade: “Andou nos
caminhos dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque
era casado com uma filha dele. E Jeorão fez o que era mal aos olhos do Senhor”.
Capítulo 3
3.1 Jonas
Jonas foi um profeta das tribos do Norte, que exerceu seu ministério por
volta do VIII século a.C. Certa feita, os fariseus afirmaram que da Galileia não
tinha surgido nenhum profeta (Jo 7.52). Isso foi um erro, haja vista que, conforme
citado no início do texto, Jonas era de Gate-Hefer, em Zebulom, ao norte de
Nazaré, na Galileia (FEINBERG, 1988).
Deus demonstra sua graça e seu amor para com esse povo, ao usar
Jonas para pregar uma mensagem simples, porém, transformadora, como
veremos mais a frente: a mensagem do arrependimento. Sem dúvida, o impacto
da pregação de Jonas para com a Assíria revela a intensidade e a grandeza do
poder de Deus sobre todas as pessoas. Nada há quem escape ao seu controle
e fuja ao seu grandioso poder.
Nos tempos de Onri (880 a.C.) a Assíria já recebia tributos de Israel. Isso
levou cerca de cinquenta anos. Quando Jeroboão II assumiu o trono, atuou com
medidas contrárias a isso, mas a Assíria continuou se fortalecendo, até que
dominou por completo o Reino Norte.
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Os assírios não tinham boa fama, antes, eram conhecidos por sua
crueldade e maldade em longa escala. De acordo com Cavalheiro (2021, p. 188):
direito e da justiça eram graves nos dias de Jonas. Macarthur (2015, p. 285)
afirma que: “Em termos espirituais, porém, foi um tempo de pobreza. [...] A paz
e a riqueza haviam tornado Israel espiritual, moral e eticamente corrompida”. Os
textos sagrados que apontam para esta realidade, afirmam:
Deus permitiria que o Reino Norte fosse invadido e destruído pela Assíria,
em 722 a.C., pois a medida do pecado e da iniquidade estava cheia e seria
necessária a vinda do juízo. O povo perdeu-se nos atos contrários à vontade de
Deus para ele enquanto nação e, por conta disso, entregou-se à miséria e à
podridão moral e espiritual.
3.2 Miqueias
O livro de Miqueias foi escrito pelo próprio profeta, que recebeu a Palavra
do Senhor: “Palavra do Senhor que veio a Miqueias, morastita, nos dias de Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém” (Mq
1.1). Miqueias, cujo nome é uma abreviação de Micaías, significa “Quem é como
Yahweh?”. Era morador de Moresete (1.1,14), cidade que estava situada junto
às montanhas de Judá, cerca de 40 km de Jerusalém. A cidade também era
fronteiriça, fazendo divisa entre Judá e a Filístia, muito próxima a Gate. De
acordo com Bentho e Plácido (2019, p. 543):
Deus o chamou para profetizar e anunciar os juízos que viriam sobre Jerusalém,
com todo o seu povo e sua liderança: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do
Espírito do Senhor e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua
transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq 3.8).
O livro foi escrito no oitavo século antes de Cristo, por volta de 730 a.C.,
durante os reinados de importantes reis, tais como Jotão (750-731 a.C.), Acaz
(731-715 a.C.) e Ezequias (715-686 a.C.), sendo que, nos tempos de Acaz e
Ezequias, Miqueias proferiu a sua mensagem principal, antes da queda de
Samaria nas mãos da Assíria, no ano de 722 a.C.
ímpio, que promoveu muitas maldades (II Rs 16.10-18). Isaías foi outro profeta
importante deste período, logo, eram contemporâneos, atravessando o mesmo
cenário político e religioso.
e práticas idólatras dos cananeus, sírios e assírios, Deus lhes enviara Elias,
Eliseu e Amós para fazê-los abandonar os ídolos, mas foi debalde”.
3.3 Naum
(1) que era uma cidade situada cerca de trinta e oito quilômetros
ao Norte de Nínive, de nome Elcós, na Assíria, onde estaria o
túmulo do profeta. Mas não podemos dar crédito a essa opinião,
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poderosa, de maneira que suas promessas se cumprem, tal qual Ele mesmo
dissera através dos seus santos profetas.
Judá foi invadida, em 701 a.C., e também sofreu ataques por parte de
Senaqueribe (Is 37), porém, o Senhor Deus agiu em favor de Jerusalém
salvando a cidade. No entanto, Bentho e Plácido (2019, p. 548) afirmam que:
A justiça de Deus estava sendo feita, trazendo consolo para Judá, que
tanto sofreu nas mãos dos ímpios assírios. A grande enchente veio, conforme
Naum 1.8 profetizara: “E com uma inundação transbordante acabará de uma vez
com o seu lugar; e as trevas perseguirão os seus inimigos”. O rio Tigre encheu
de tal maneira que veio a transbordar, abrindo uma fenda na muralha,
possibilitando a passagem do exército da babilônia.
Foi estudado, no capítulo onde se tratou do profeta Jonas, que Nínive era
uma cidade idólatra e pecadora. Além dos cultos aos seus deuses, a cidade
entregava-se à feitiçaria e toda sorte de imoralidades. Deve-se trazer à memória
o texto que fora supracitado, de Naum 3.1-3.
3.4 Habacuque
O livro de Habacuque foi escrito pelo próprio profeta: “O peso que viu o
profeta Habacuque” (Hc 1.1). Não se tem muitas informações sobre a sua vida
pessoal. Macarthur (2015) defende que Habacuque era alguém conhecido
naquele tempo, logo, não havia necessidade de apresentação pessoal,
identificando-se, portanto, apenas pelo seu nome. Ele foi contemporâneo de
Jeremias, Ezequiel, Daniel e Sofonias.
suporte para o rei da Assíria, que estava como fugitivo, porém, Josias se opôs
ferrenhamente em Megido (II Cr 35.20-24).
Como consequência, Josias foi morto e o reino dividido entre seus três
filhos e um neto. Quando se olha para a história de Josias, percebe-se seu
esforço em promover a restauração espiritual de Judá, levando o povo ao
arrependimento e retorno à verdadeira adoração e serviço ao único Deus (II Rs
22, 23). A idolatria foi banida, tendo em vista que seu pai Amom e seu avô
Manassés instituíram várias práticas idólatras (II Rs 21.11-13; 20-22).
3.5 Sofonias
dados do livro, a profecia foi entregue antes mesmo que a reforma promovida
por Josias acontecesse.
Portanto, considerável parte dos teólogos situam o período que vai de 630
a 625 a.C. para a escrita do livro de Sofonias. Este profeta, filho de Cusi,
desenvolveu o seu ministério no reino Sul, em Judá. Acredita-se que ele era
cidadão da capital do reino, ou seja, Jerusalém, chamando-a de “Este lugar”,
como se pode verificar no seguinte texto: “E estenderei a minha mão contra Judá
e contra todos os habitantes de Jerusalém e exterminarei deste lugar o resto de
Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes” (Sf 1.4).
Agora, perceba o que as Escrituras dizem sobre Amom: “E fez o que era
mal aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai, porque Amom
sacrificou a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai, tinha feito e
as serviu. Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se
humilhara; antes, multiplicou Amom os seus delitos” (II Cr 33.22,23).
3.6 Ageu
O livro de Ageu foi escrito pelo profeta que leva o seu nome. Assim está
escrito: “No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês,
veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de
Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote,
dizendo: [...]” (Ag 1.1).
Seu nome significa festa e é possível que tenha nascido durante o período
de festas em Israel. Não se tem muita informação acerca de sua vida e biografia.
Macarthur (2015) pontua que Ageu tenha contemplado toda a glória do Templo
de Salomão, com base no capítulo 2, versículo 3, que diz: “Quem há entre vós
que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora?
Não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela?”. Por outro
lado, há os defensores de que Ageu tenha nascido na Babilônia, nos tempos do
cativeiro de Judá, e, posteriormente tenha vindo para Jerusalém nos tempos da
migração, por volta de 539 a.C. (BENTHO; PLÁCIDO, 2019).
Logo, evidencia-se que Ageu foi o profeta que estimulou, exortou o povo
a edificar o Templo. Essa era a sua mensagem principal, naqueles dias de
restauração de Israel. Com relação à data de escrita do livro, reporta-se a
Macarthur (2015, p. 306) quando afirma que:
Templo, suas casas eram adornadas com os mais belos enfeites e materiais.
Eram construções bem elaboradas, com materiais de alta qualidade, como
comenta Feinberg (1988, p. 242):
3.7 Zacarias
Zacarias era um nome bastante comum nos tempos bíblicos. Ele era filho
de Baraquias e neto de Ido (Zc 1.1). Na Bíblia Sagrada, cerca de trinta pessoas
aparecem com este nome, que significa “O Senhor se lembra”. A tradição
defende que o profeta Zacarias foi o próprio autor do seu livro, embora,
estudiosos acreditem que outra personagem escreveu os capítulos 9 a 14. Não
há muito proveito nesta discussão, porém, alega-se que “a seção de 9 a 14 indica
uma situação histórica dentro e fora de Jerusalém, distinta da que se observa
descrita nos capítulos 1 a 8” (BENTHO; PLÁCIDO, 2019, p. 574).
Além de ter começado a profetizar dois meses após Ageu, sua mensagem
teve início no segundo ano de Dario Hystaspes, perdurando por dois anos (Ag
7.1). Sua mensagem tinha o intuito de despertar o povo, desanimado e frio para
com as coisas espirituais, a fim de que retomassem a reconstrução do Templo,
da casa de Deus. Feinberg (1988, p. 253) afirma que:
3.8 Malaquias
os profetas menores, embora não seja o último livro posto na Bíblia hebraica.
Bruce (2021, p. 946) afirma que:
Deus não mudara, seus princípios e sua Lei não mudaram, todavia, a
dureza do coração humano, debaixo do pecado, fez com que o povo em tão
pouco tempo se perdesse diante das promessas do Senhor, inclusive das
promessas de bênçãos presentes e vindouras, através da chegada do Messias.
Quão empedernecido é o coração humano, a ponto de facilmente afastar-se da
vontade de Deus para a existência (Rm 12.2).
Capítulo 4
Profetas Maiores
Sendo assim, o bloco de Profetas Maiores é composto por cinco livros, conforme
veremos a seguir.
4.1 Isaías
Uzias foi um rei que trouxe a prosperidade para Judá. Nos mais de
cinquenta anos de reinado (790-739 a.C.), o comércio expandiu-se, muros,
construção de torres e outros fortes, além do pesado armamento militar
adquirido. Outrossim, durante o seu governo foi construído um porto marítimo
para fins comerciais, que ficava no Mar Vermelho (II Cr 26:3-5, 8-10,13-15).
Uzias morre e seu filho Jotão assume o trono, porém, o posto mais
desejado da nação agora estava diante de uma nova potência emergente, a
Assíria, com Tiglate-Pileser. Além disso, Síria e Israel (reino Norte) começaram
a se levantar contra Judá nas fronteiras nortistas (II Rs 15.37). Acaz assume o
reinado de Judá, mas por negar-se a participar da aliança entre Síria e Israel,
para combater o avanço assírio, Israel quis destroná-lo (II Cr 28.1,8; II Rs 16.5;
Is 7.6). Diante deste quadro, Acaz recorre e Assíria (II Rs 16.7) que o atende e
saqueia Gaza, levando cativo o povo que estava em Gileade, Galileia, em
seguida, dominando Damasco (732 a.C.). Quando Acaz estava no trono, os
assírios invadiram Samaria em 722 a.C., levando pessoas para o cativeiro (II Rs
17.6,24).
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Esse altar era lugar de culto e oferendas a Tamuz – Osiris para os egípcios e
Adônis para os gregos. Bentho e Plácido (2019, p.417) detalham que:
Judá não era capaz de olhar para traz e reconhecer todos os benefícios
feitos por Deus para com ele. O pecado obscureceu a mente da nação, a ponto
de ela não reconhecer sua identidade no Senhor. A canção da vinha ilustra bem
a condição de Israel para com Deus. Ele cuidou bem da sua plantação,
esperando colher bons frutos, mas, sua colheita foi repleta de uvas bravas. Logo,
a sentença viria para Judá. Deus levantaria uma nação que seria usada como
instrumento de correção do seu povo (Is 5.1-7).
4.2 Jeremias
Jeremias foi um profeta que viveu no século VII a.C. Ele nasceu por volta
do ano 647, em Anatote, uma cidade de Benjamim que ficava cerca de cinco
quilômetros de Jerusalém, no sentido nordeste. Anatote atualmente é chamada
de Anate. Era descendente da família sacerdotal de Abiatar (II Rs 2.26), da
descendência de Eli. Jeremias era filho de Hilquias, um sacerdote que atuou na
reforma promovida pelo rei Josias e bisavô de Esdras (Ed 1.1).
Outros temas são: (1) o desejo de Deus que Israel seja terno
para com ele, como nos dias do primeiro amor (2:1-3); (2) as
lágrimas do servo Jeremias, na qualidade de “profeta chorão”
(9:1; 14:17); (3) o relacionamento próximo que Deus tinha com
Israel e que ele ansiava por manter (13:11); (4) o sofrimento,
como nas provações de Jeremias (11:18-23; 20:1-18), e a
suficiência de Deus em toda tribulação (20:11-13); (5) o papel
vital que a Palavra de Deus pode desempenhar na vida (15:16);
(6) o lugar da fé para quem aguarda a restauração que vem de
Deus, para quem nada é difícil demais (capítulo 32,
especialmente versículos 17 e 27); e (7) a oração pela
coordenação entre a vontade e as ações de Deus na
restauração de Israel à sua terra (33:3,6-18).
nenhum êxito (II Rs 21. 1-9; II Cr 33.14-17). Após sua morte, seu filho, Amom,
reinou em seu lugar (II Cr 33.20).
Amom era jovem quando começou a reinar, tinha vinte e dois anos,
porém, andou nos caminhos de pecado de seu pai. Houve uma trama
conspiratória por parte dos próprios oficiais do governo junto com os donos de
terra, sendo que estes se juntaram e vieram assassinar a Amom dentro do
palácio (II Rs 21.19-26; II Cr 33.21-23). Josias, seu filho, passou a reinar em seu
lugar.
Jeoaquim foi um péssimo rei, pois não temia ao Senhor. Ele foi assassino
de pessoas inocentes e de profetas (Jr 26.20-24). A idolatria retornou com força
(II Rs 23.34-24.7; II Cr 36.5-8) e o rolo com as mensagens de Jeremias foi
queimado, dada à perseguição que o profeta sofreu (Jr 36.21-23). Isso se deu
porque as mensagens de Jeremias iam na contramão dos anseios de Jeoaquim.
A morte de Jeoaquim ocorreu quando a Babilônia viera pela segunda vez à Judá
(597 a.C.). A primeira vez foi em 605 a.C., ocasião que inaugurou o cativeiro
babilônico.
Jeoaquim morto, seu filho Joaquim assume o poder, mas foi levado para
a Babilônia, junto com sua mãe e os príncipes de Judá. Ele ficou preso por trinta
80
e seis anos e foi liberto da prisão, tendo uma condição melhor de vida, frente ao
seu povo, que também estava cativo, na ocasião em que Evil-Merodaque
assumiu o trono após suceder a Nabucodonosor.
Jeremias profetizou para uma nação que tinha firmado aliança com as
práticas pecaminosas, desagradando ao Senhor. Ele proclamava o
arrependimento e o chamado à genuína conversão, lembrando o povo dos feitos
de Yahweh por ele. Historicamente Israel pecara, trocando o Senhor por outros
deuses, porém, a oportunidade de mudança de vida e de pensamento estava
sendo ofertada, portanto, era importante abraçá-la, caso contrário, a punição
viria (Jr 7-20, 25, 26; 35. 36, 45-49).
manava leite e mel (Jr 2.6,7). Citou, também, a dureza de coração do reino Norte
e a consequente destruição por parte da Assíria.
A verdade é que o profeta não era ouvido pelas pessoas, logo, a Babilônia
viria para castigar Judá (Jr 5.15-17). A insensatez dominara o povo, que pendeu
para a crença em deuses de outras nações. Interessante que esses povos eram
fiéis aos seus deuses, sendo que estes nada podiam fazer e, ainda assim, Israel
e Judá abriram mão do Deus Todo Poderoso que agira poderosamente em favor
deles, inclusive, por meio de manifestações milagrosas e sobrenaturais.
A vida frívola que a nação vivia espiritualmente era refletida nas ações
sociais diárias. Prevaleciam, além da idolatria, onde cultos eram oferecidos a
Baal e a outros deuses, a mentira, a extorsão, o roubo, a irresponsabilidade
social, pois os órfãos e as viúvas eram negligenciadas, a imoralidade sexual
altamente presentificada, mortes, corrupção, falsas promessas e profecias,
religiosos e sacerdotes corrompidos, apostasia, justiça com balança injusta que
favorecia os ricos que viviam regaladamente por meio da opressão aos pobres,
falsificação da lei por escribas, alianças políticas com outras nações, como o
Egito e Assíria, dentre outros pecados. A hipocrisia era tamanha e Jeremias
sinaliza que não havia um justo na cidade (Jr 2.17-19, 35; 5.20-30; 6.9-15; 7.1-
9, 18; 8.5,7,8; 9.2-5; 10.1-5).
Por meio das evidências internas da obra, constata-se que fora Jeremias
o seu autor. Macarthur (2015, p. 244) afirma que:
4.4 Ezequiel
Não se tem clareza quanto à data da escrita do livro. As datas que o livro
fornece são confiáveis, logo, Ezequiel profetizara de 593 a.C. a 571 a.C. (Ez 1.1
a 29.17). Macarthur (2015, p. 250) afirma que:
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Nesse período, Josias (640-608) está comandando Judá, mas ele foi
morto por Faraó Neco II, na batalha de Megido (II Rs 23.29). Assume o povo seu
filho Jeoacaz, que reinou por três meses apenas e foi deportado para o Egito.
Neco, então, coloca no posto a Jeoaquim, que era o filho mais velho de Josias.
Havia falsos profetas naqueles dias? Evidente que sim. Macarthur (2015,
p. 252) reitera que:
4.5 Daniel
O nome Daniel significa “Deus é meu Juiz”. Vários textos bíblicos, dentro
da obra, atribuem a autoria do livro ao próprio Daniel (8.15,27; 9.2; 10.2,7; 12.4-
5). Além disso, “os mestres evangélicos geralmente identificam o autor desse
livro com o Daniel mencionado em Ezequiel 14.14,20 e 28.3, onde é citado
juntamente com Noé e Jó, como exemplo de homem justo” (BENTHO; PLÁCIDO,
2019, p. 477).
Apesar de todo este contexto idólatra, a Babilônia foi o local onde surgiram
as conhecidas “sinagogas”, amplamente difundidas no tempo do Novo
Testamento. Como os judeus estavam longe do Templo de Jerusalém e,
evidentemente, cessaram os sacrifícios, nas sinagogas a Lei do Senhor era lida
e estudada. Tenney (1998, p. 122) explica que: “A sinagoga era um centro social
em que os judeus, que habitavam uma cidade, se reuniam semanalmente para
se encontrarem. Era a instituição de educação para conservar a lei diante do
povo e para instruir as crianças na fé ancestral”.
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Conclusão
Por outro lado, os profetas foram homens de Deus que fizeram a diferença
no tempo de vida que tiveram. Dentro do contexto social, político e econômico,
com suas variadas facetas, colocaram-se na brecha e, por isso, puderam, com
autoridade, proferir o “assim diz o Senhor”, de maneira que, cada palavra
profetizada, cumpriu-se, pois, Deus é fiel para fazer valer cada coisa que Ele
mesmo fala!
Um abraço fraterno,
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar