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A desigualdade de gênero e a efet ivação do direit o humano de acesso à água para as mulher…
Deilt on Ribeiro Brasil
O insust ent ável uso da água pela mineração de bauxit a em Oriximiná (PA)
Lúcia M. M. de Andrade
Gênero e Gest ão Int egrada dos Recursos Hídricos e Saneament o: aproximações da realidade cabo-ve…
Luis Jorge Mont eiro Fernandes, Paulo Sergio Scalize
Mônica Teles Barbosa
Rio de Janeiro
2016
Mônica Teles Barbosa
Rio de Janeiro
2016
AGRADECIMENTOS
FIGURAS
GRÁFICOS
QUADROS
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
1.1 Objetivos ........................................................................................................... 3
1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 3
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................... 3
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 6
2.1 ASPECTOS LEGAIS: O DIREITO HUMANO À ÁGUA E AO
SANEAMENTO........................................................................................................ 6
2.2 ASPECTOS SOCIOCULTURAIS: A RELAÇÃO ENTRE MULHERES E
ÁGUA .................................................................................................................... 15
2.2.1. Divisão sexual do trabalho ........................................................................ 15
2.2.2. O precário acesso à água e a desigualdade de gênero ............................ 18
2.2.3. O Semiárido e a condição das mulheres .................................................. 22
2.3 ASPECTOS POLÍTICOS: GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS E A
QUESTÃO DE GÊNERO ....................................................................................... 29
3 METODOLOGIA ..................................................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 37
4.1 Objeto de Estudo: Breve caracterização da Bacia do Rio São Francisco 38
4.2 Representatividade dentro do Comitê ......................................................... 39
4.2.1 Participação nas discussões ...................................................................... 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 43
6 RECOMENDAÇÕES ............................................................................... 44
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 46
1
1 INTRODUÇÃO
Com isso, sendo a água um recurso indispensável a vida digna, sua escassez
ou acesso inadequado acaba por gerar conflitos e injustiças socioambientais. Isso
afeta diretamente a qualidade de vida e saúde de grupos sociais mais vulneráveis,
como crianças e mulheres. Como afirmam Hora et al. (2015, p.166), a precariedade
do saneamento contribui para agravar a situação de vulnerabilidade social em que
muitas mulheres se encontram, destacando-se aquelas inseridas nas periferias
urbanas, nas comunidades rurais ou nos assentamentos precários.
Estas mulheres, em diversos lugares do mundo, devido ao deficiente acesso à
água, são responsáveis a, juntamente com seus filhos, colher a água em fontes
públicas, muitas vezes percorrendo longas distâncias e correndo diversos riscos para
abastecer a casa e a família. Isso demanda tempo, além de condicionamento físico e
mental, atrapalhando outras atividades como de lazer e educação. No Brasil, esse
quadro, dentre outros em que relacionam culturalmente as mulheres com a água, é
muito comum em comunidades rurais, sobretudo no semiárido, onde a escassez
hídrica é mais frequente.
Mesmo com essa intrínseca relação com a água, mulheres muitas vezes não
possuem espaço para debater sobre a gestão dos recursos hídricos nas arenas
democráticas, como comitês de bacia e conselhos de recursos hídricos. Assim, não
desempenham relevante papel na tomada de decisões, apesar de serem
cotidianamente afetadas pela gestão desse recurso.
A relação das mulheres com a água não faz parte de uma natureza ou essência
feminina própria, trata-se de uma relação de dominação e opressão
socioculturalmente construída pela divisão sexual do trabalho (JARDIM, 2014).
Portanto,
Assim, esse, dentre outros fatores culturais e ideológicos de gênero, devem ser
contemplados no contexto de políticas públicas do saneamento e gestão dos recursos
hídricos. A discussão deve ser plural e democrática.
O trabalho será desenvolvido em três capítulos, os quais abordarão assuntos
que perpassam a relação entre a água e as mulheres. Em um primeiro momento, no
3
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com isso, nos últimos anos o direito humano à água surge como um tema
relevante nos debates sobre os direitos fundamentais e adquire importância ainda
maior nos contextos onde a água é escassa e, às vezes, se constitui em fonte de
disputas (CONSEA, 2015), como é o caso da região semiárida brasileira, além de
diversas outras localidades do mundo.
Com intuito de amenizar este quadro alarmante e visto que o acesso à água de
qualidade e quantidade satisfatórias são indispensáveis para garantir um conjunto de
outros direitos humanos, tais como à vida, saúde, educação e trabalho, a Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu formalmente, em 2010,
o Direito Humano à Água e ao Saneamento (DHAES). Assim, por meio da Resolução
n° 64/292, este foi entendido como essencial para o pleno gozo da vida e de todos os
direitos humanos. Desta forma, o Conselho de Direitos Humanos colocou em mesmo
grau de importância o DHAES com um conjunto de outros direitos humanos já
reconhecidos há anos.
O referencial teórico do DHAES é uma importante ferramenta para
regulamentar o uso da água em diversos países, contribuindo de maneira significativa
para a elaboração e implementação de políticas públicas (NEVES-SILVA; HELLER,
2016).
“Os países signatários dos pactos de direitos internacionais, como no
caso do Brasil, têm a obrigação de respeitar, proteger e cumprir a
realização desse direito, criando todas as condições para a sua
realização, por meio da ampliação dos recursos humanos e
financeiros e da implementação de um conjunto de políticas públicas
que assegurem sua efetivação crescente e contínua. ” (CONSEA,
2015).
Com a linha do tempo dos principais marcos históricos (Quadro 1), pode-se
observar o longo período de 33 anos de discussão sobre este direito até que ele,
finalmente, fosse formalizado no ano de 2010. A partir de então, todas as próximas
resoluções enfatizam a obrigação e responsabilidade do Estado de prover e
concretizar todos os direitos humanos, inclusive o acesso adequado à agua e ao
saneamento. Portanto, segundo Neves-Silva e Heller (2016), os países devem
garantir, progressivamente, esse direito, incluindo a obrigatoriedade a seu
reconhecimento nos ordenamentos jurídicos nacionais. Vale ressaltar que a outros
atores, além do Estado, foram atribuídos o papel de cooperação, como programas e
agências especializadas da ONU, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e a
Cruz Vermelha (BRZEZINSKI, 2012).
Fonte: Água para a Vida, 2005-2015/Programa da Década da Água da ONU-Água sobre Advocacia e
Comunicação (UNW-DPAC); POLIDO (2015) apud SILVA (s/d).
Outro marco importante de alcance global que enfatiza o acesso à água e que
precedeu o DHAES foi a criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
pela ONU. Foram no total oito objetivos definidos em Assembleia Geral das Nações
Unidas em 2000 a serem alcançados até o ano de 2015, por meio de ações de
combate à pobreza e à fome, promoção da educação, da igualdade de gênero, de
políticas de saúde, saneamento, habitação e meio ambiente.
Dentre os ODM, o Objetivo 7 visava garantir a sustentabilidade ambiental, que
tinha como uma das metas “reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população
sem acesso permanente e sustentável à água potável segura”. Porém, apesar desta
meta ter sido considerada atingida antes do prazo e haver questionamentos quanto a
isso - os números são superestimados, considerando que não há medição da
qualidade da água e fiscalização da adequada manutenção destas fontes
(UNICEF/WHO, 2012) -, os princípios dos direitos humanos ficaram ausentes dos
ODM, como a não discriminação.
Observa- se, assim, muita desigualdade no acesso, uma vez que idade, sexo,
etnia, deficiência e situação socioeconômica colocam algumas pessoas em
desvantagem (NEVES-SILVA; HELLER, 2016). Segundo Silva e Costa (2015), a
12
adoção de indicadores, que uma vez desagregados por sexo, idade e grupo social,
representam simultaneamente um desafio e uma oportunidade para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Outro ponto importante dentro do contexto abordado neste trabalho é o Objetivo
3, que previa a igualdade entre sexos e valorização da mulher e tinha como meta
“eliminar a disparidade entre os sexos no ensino primário e secundário, se possível
até 2005, e em todos os níveis de ensino, até 2015”. Segundo o Unicef, dos 781
milhões de adultos e 126 milhões de jovens analfabetos de todo o mundo, 60% são
mulheres. Essa realidade pode ser agravada, dentre outros vários fatores de
discriminação, pelo o papel sociocultural que a mulher desempenha em relação às
obrigações domésticas e familiares que a elas são atribuídas em diversas regiões do
mundo. Fato este que está diretamente ligado à relação das mulheres com a água e
a escassez hídrica, questões que serão abordadas mais detalhadamente no capítulo
seguinte.
No ano de 2015 foram pactuados outros objetivos, também a nível global, com
intuito de dar continuidade aos avanços alcançados pelos ODM, mas agora incluindo
princípios dos Direitos Humanos. Tais objetivos, denominados Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), citados anteriormente, se baseiam na
Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos Tratados Internacionais de Direitos
Humanos e almejam o combate à iniquidade e a promoção dos direitos humanos para
todos, sem discriminação, princípio até então não considerado pelos ODM.
Com relação ao DHAES, implementado cinco anos antes, foi pactuado o
Objetivo 6, o qual pretende “garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e
esgotamento sanitário para todos até 2030”. Uma das metas, dentre as seis
pactuadas, visa eliminar a desigualdade no acesso à água potável para que todos,
sem discriminação, possam ter acesso à fonte segura e de qualidade.
Mas, diante de tudo isso, o questionamento que fica é se, na prática, só o direito
resolve. Erroneamente, relaciona-se o Direito Humano fundamentado como uma
garantia de acesso a direitos básicos. Porém, a mera declaração de um direito
humano à água e ao saneamento não resolve instantaneamente os problemas
políticos que alijam parte considerável da humanidade da possibilidade de usufruir de
serviços públicos de qualidade (BRZEZINSKI, 2012).
E mais: espera-se o alcance de um direito que na verdade nem precisaria ser
instituído formalmente, já que a população já conta com os serviços para satisfazer as
necessidades mais básicas. Temos de lidar com uma relação paradoxal:
reconhecimento por meio do não-reconhecimento, ou, inversamente, não-
reconhecimento justamente por meio do reconhecimento (KURTZ, 2003 apud
BRZEZINSKI, 2012). Ou seja, o óbvio às vezes precisa ser reconhecido de alguma
forma concreta para ser levado em conta porque não é reconhecido, e vice-versa.
É imprescindível que se faça uma análise profunda e crítica desse direito
relacionando-o com os princípios básicos do saneamento, sobretudo da
universalidade. É necessário que se questione, por exemplo, a respeito da
confiabilidade dos dados oficiais, assim como a qualidade dos serviços prestados. Em
muitos casos os dados estatísticos não representam a realidade e muitas vezes isso
acontece pela obrigação do cumprimento de prover o direito por parte do Estado ou
prestador do serviço, e então mascará-lo.
Sobretudo no meio rural, onde muitas vezes é escasso de recursos básicos a uma
vida digna e saudável, como é o caso da água no Semiárido brasileiro. De acordo com
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2011), independentemente da
desigualdade regional, o acesso à água está também associado a discriminações de
gênero e raça, importantes na configuração de um cenário cada vez mais
hierarquizado.
caracterizada pelo aspecto cinza nos períodos mais secos e verde exuberante nos
chuvosos (DUQUE, 2004). O clima é marcado por elevadas temperaturas e pela
irregularidade das chuvas, o que torna o solo progressivamente pobre em nutrientes,
levando-o à erosão e à fome na região; são duas estações bem marcadas: uma muito
seca e outra regularmente chuvosa, embora sujeita a descontinuidades ao longo dos
anos (JARDIM, 2014).
Dentre os vários usos da água e dos problemas que envolvem este recurso
natural no Semiárido, aquele que se destina ao consumo da família é um dos mais
graves, principalmente numa época seca (BRANCO et al., s/d). Outro fator
problemático diz respeito às fontes que, em época de seca, muitas delas secam ou
ficam em níveis críticos, mudando assim a lógica natural do uso, variando tanto a
quantidade como a qualidade. Então, a gestão hídrica dentro da comunidade e da
família depende também dos fatos climáticos e não somente da preferência de
atividades advindas de determinadas fontes.
Dentro desse contexto e do que já foi abordado até aqui, pode-se imaginar o
papel da mulher sertaneja. Nos períodos de seca quem sofre mais são elas, pois são
encarregadas de prover a água para todas essas necessidades e esse não é um papel
nada fácil diante da situação de escassez hídrica. O acesso precário à água tende a
intensificar ainda mais o trabalho delas, devido à disponibilidade afetada e à qualidade
comprometida da água; o número de fontes se reduz fazendo com que elas percorram
maiores caminhos ou fiquem em filas esperando sua vez, que depende também do
aparecimento da água. Segundo Pontes (2013), em alguns casos, elas chegam a
andar mais de dez quilômetros por dia, transportando 150 latas, equivalendo a 2.700
litros de água/mês, esforço compartilhado, muitas vezes, com crianças.
A gestão dos recursos hídricos do Brasil foi regulamentada pela Lei nº 9.433
de 1997, a qual estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos e implementa os
instrumentos legais e institucionais para o ordenamento das questões referentes à
disponibilidade e ao uso sustentável da água.
Entre os princípios básicos da lei brasileira estão (BORSOI e TORRES, s/d):
• a bacia hidrográfica é a unidade para a implementação da Política Nacional
de Recursos Hídricos e para a atividade de gestão desses recursos;
• o gerenciamento dos recursos hídricos deve possibilitar sempre o múltiplo uso
da água;
• a água é recurso natural limitado e que tem valor econômico;
• o gerenciamento dos recursos hídricos deve ser descentralizado e envolver a
participação do governo, dos usuários e das comunidades locais;
• a água é propriedade pública;
• quando há escassez, a prioridade no uso da água é para o consumo humano
e dos animais.
Dentre os instrumentos legais está o estabelecimento das bacias hidrográficas,
a delimitação do território nacional em unidades de gestão e implantação da Política
Nacional dos Recursos Hídricos conforme diferentes realidades e peculiaridades de
cada região quanto às características hidrográficas, independentemente de outras
unidades político-administrativas.
O modelo de gerenciamento previsto na lei é hierarquizado (Figura 1), onde há
o órgão administrativo superior intitulado como Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, responsável pelas determinações em maior escala; os Conselhos Estaduais,
34
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Bacia representa grande importância para o Brasil, tanto pelo alto volume de
água drenada na região semiárida, que sofre com a escassez hídrica constantemente,
como por sua contribuição histórica e econômica para a região. Portanto, as águas
que formam o Velho Chico, como carinhosamente é chamado o Rio São Francisco
pela população, são de fundamental importância tanto para os ribeirinhos que vivem
ao seu redor como para a nação brasileira, afinal a bacia abrange sete unidades da
federação.
39
A bacia possui 58% da área do Polígono das Secas, além de 270 de seus
municípios ali inscritos. O clima apresenta uma variabilidade associada à transição do
úmido para o árido, com temperatura média anual variando de 18 a 27 ºC, baixo índice
de nebulosidade e grande incidência de radiação solar. A pluviosidade apresenta
média anual de 1.036 mm, sendo que os mais altos valores de precipitação, da ordem
de 1.400 mm, ocorrem nas nascentes do rio e, os mais baixos, cerca de 350 mm, entre
Sento Sé e Paulo Afonso, na Bahia. O trimestre mais chuvoso é de novembro a
janeiro, contribuindo com 55 a 60% da precipitação anual, enquanto o mais seco é de
junho a agosto. A evapotranspiração média é de 896 mm/ano, apresentando valores
elevados entre 1.400 mm (sul) a 840 mm (norte), em função das elevadas
temperaturas, da localização geográfica intertropical e da reduzida nebulosidade na
maior parte do ano (CBHSF, 2016).
Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), mais de 14,2 milhões de
pessoas, o equivalente a 7,5% da população do Brasil, habitavam a região em 2010.
A agricultura é uma das mais importantes atividades econômicas, mas a região possui
fortes contrastes socioeconômicos, com áreas de acentuada riqueza e alta densidade
demográfica e áreas de pobreza crítica e população bastante dispersa.
O Comitê da Bacia do Rio São Francisco foi criado por decreto presidencial em
5 de junho de 2001 e tem como principais missões a descentralização do poder de
decisão, a interação das ações públicas e privadas e a promoção da participação de
todos os setores da sociedade.
O Comitê conta com 62 membros titulares e expressa, na sua composição
tripartite, os interesses dos principais atores envolvidos na gestão dos recursos
hídricos da bacia. Em termos numéricos, os usuários somam 38,7% do total de
membros, o poder público (federal, estadual e municipal) representa 32,2%, a
sociedade civil detém 25,8% e as comunidades tradicionais 3,3% (CBHSF, 2016).
O mandato atual (2016-2020) é composto por 114 membros, dentre titulares e
suplentes, representantes de diferentes áreas e múltiplos interesses: Abastecimento
urbano; Indústria e mineração; Irrigação e uso agropecuário; Hidroviário; Pesca,
turismo e lazer; Hidroeletricidade; Organização não-governamentais; Consórcios,
40
21,05
78,95
Mulheres Homens
Nº DE
ANO MULHERES (%) HOMENS (%)
PLENÁRIAS
2012 3 37 63
2013 4 26,5 73,5
2014 2 23,3 76,7
2015 2 29,7 70,3
2016 2 22 88
100
88
90
80 76,7
73,5
70,3
70 63
60
50
40
37
29,7
30 26,5
23,3 22
20
10
0
2012 2013 2014 2015 2016
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Direito Humano à Água e ao Saneamento foi publicado este ano (2016). Isso mostra
que essa problemática, apesar de antiga, está ganhando visibilidade no meio
acadêmico e político somente agora, talvez pelo Direito Humano à Água ter sido
aprovado em 2010. Portanto, essa discussão precisa ser progressivamente mais
explorada, a fim de transformar padrões e estereótipos sociais historicamente
construídos, na busca por maior equidade de gênero no usufruto do direito à água.
6 RECOMENDAÇÕES
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