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Introdução à Química Quântica 2022/2 – Prova 02

Grupo 1

Nome DRE

Camila de Barros Lima Carreira 116193642

Lucas Oliveira Amim 115173217

Gabriel Luis Siqueira dos santos 120101487

Thayná Vicente Alves 116143582

Importante: Todas as respostas devem ser justificadas. Confirme na literatura que o estado eletrônico
fundamental obtido é o experimental (ou o obtido por meio de cálculos rigorosos).

1. Considere o átomo de níquel (Ni). Forneça:

a) A distribuição eletrônica do estado fundamental e os termos espectroscópicos.

O Níquel (Ni) possui 28 átomos e, como estamos no estado fundamental, 28 elétrons, portanto a sua
distribuição eletrônica fica:

1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 8

Logo, é possível obter os termos espectroscópicos, e vamos fazer isso desprezando o acoplamento
spin-órbita (LS). Para a camada fechada, 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 , não haverá contribuição de momento
angular, porque os valores de l, s, ml e ms se cancelam. É preciso, então, obter os valores para a camada
aberta 3𝑑 8 . Como os elétrons possuem parte espacial distinta eles são chamados de elétrons não
equivalentes.

Com isso, para os elétrons no orbital 3d8, e sabendo que ( 𝑙 =𝑛−1 e


𝑚𝑙 = −𝑙, 0, +𝑙), ficamos com:

𝑛 = 3;

𝑙 = 2;

𝑚𝑙 = −2, −1, 0, +1, +2

Agora, é necessário distribuir os 8 elétrons em da 3d8 nas cinco “camadas”, -2, -1, 0, +1 e +2. Então,
vamos criar uma tabela de possibilidades com todas as possíveis combinações:
Tabela de possibilidades
-2 -1 0 1 2 ∑m ∑s
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↓ -3 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↓ ↑ -3 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ -3 1,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↓ ↓ -3 -1,0
↑↓ ↑↓ ↑ ↑↓ ↑ -2 1,0
↑↓ ↑↓ ↓ ↑↓ ↓ -2 -1,0
↑↓ ↑↓ ↓ ↑↓ ↑ -2 0,0
↑↓ ↑↓ ↑ ↑↓ ↓ -2 0,0
↑↓ ↑ ↑↓ ↑↓ ↑ -1 1,0
↑↓ ↑ ↑↓ ↑↓ ↓ -1 0,0
↑↓ ↓ ↑↓ ↑↓ ↑ -1 0,0
↑↓ ↓ ↑↓ ↑↓ ↓ -1 -1,0
↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ↑↓ -1 1,0
↑↓ ↑↓ ↑ ↓ ↑↓ -1 0,0
↑↓ ↑↓ ↓ ↑ ↑↓ -1 0,0
↑↓ ↑↓ ↓ ↓ ↑↓ -1 -1,0
↑ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ 0 1,0
↑ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↓ 0 0,0
↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ 0 0,0
↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↓ 0 -1,0
↑↓ ↑ ↑↓ ↑ ↑↓ 0 1,0
↑↓ ↑ ↑↓ ↓ ↑↓ 0 0,0
↑↓ ↓ ↑↓ ↑ ↑↓ 0 0,0
↑↓ ↓ ↑↓ ↓ ↑↓ 0 -1,0
↑↓ ↑ ↑ ↑↓ ↑↓ 1 1,0
↑↓ ↑ ↓ ↑↓ ↑↓ 1 0,0
↑↓ ↓ ↑ ↑↓ ↑↓ 1 0,0
↑↓ ↓ ↓ ↑↓ ↑↓ 1 -1,0
↑ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑↓ 1 1,0
↑ ↑↓ ↑↓ ↓ ↑↓ 1 0,0
↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑↓ 1 0,0
↓ ↑↓ ↑↓ ↓ ↑↓ 1 -1,0
↑ ↑↓ ↑ ↑↓ ↑↓ 2 1,0
↑ ↑↓ ↓ ↑↓ ↑↓ 2 0,0
↓ ↑↓ ↑ ↑↓ ↑↓ 2 0,0
↓ ↑↓ ↓ ↑↓ ↑↓ 2 -1,0
↑ ↑ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 3 1,0
↑ ↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 3 0,0
↓ ↑ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 3 0,0
↓ ↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 3 -1,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ -4 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ -2 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 0 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 2 0,0
↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 4 0,0
Na tabela acima, temos Σm e Σs. O Σm é a soma dos números das colunas que correspondem às
lacunas preenchidas naquela linha, ou seja, para obter o Σm, como exemplo na coluna 1, vimos que as
lacunas preenchidas correspondem à Σm = {[2 ∗ (−2) + 2 ∗ (−1) + 0 + 1 + 2 = −3. Lembrando que: Σ
= somatório, m = número quântico magnético.

Já o Σs é a soma do spin. Para chegarmos nesse soma, é necessário observar a posição das setas.
Caso a seta esteja para cima, teremos +1/2, se estiver para baixo, teremos -1/2.

Em seguida, precisa-se fazer uma tabela de ocorrências, onde vão entrar os valores de Σm e de Σs.
Para descobrir os valores de Σm e Σs, basta olhar a coluna de ambos na tabela de possibilidades e ver de
quanto a quanto ele varia. No caso do Σm, varia de -4 a +4 e no do Σs, de -1 a +1. E, para preencher a
tabela, são feitos pares, a fim de checar na tabela de possibilidades quantas vezes eles aparecem. Por
exemplo, se pegarmos os números -4 com o -1, então, checamos na tabela, nas colunas de Σm e Σs,
quantas vezes esse par de números se encontra, no caso, nenhuma vez. E assim segue até o último par e,
com isso, obtêm-se a seguinte tabela de ocorrências:

Tabela de ocorrências

∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I

Com essa tabela feita, podemos calcular os termos espectroscópicos (2S+1LJ) e para isso,
precisamos verificar as linhas ou colunas completas na tabela de ocorrência, evitando pegar as lacunas
vazias, que seriam as falsas combinações.

Vamos começar então pelo meio da tabela, pegando 1 ocorrência de cada linha, na coluna do meio,
os traços que estão em vermelho na tabela abaixo.

Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I
Então, calculamos o L. Ele é calculado pelo módulo de onde o Σm varia, ou seja, onde a coluna
correspondente às três linhas varia, conforme demonstrado no pedaço da tabela abaixo:

Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I
-2 I
-1 I
0 I
1 I
2 I
3 I
4 I

Percebe-se que a coluna de Σm varia de -4 a 4, ou seja, L = 4. Na notação espectroscópica, L=4 ⇔ G.

Já, para calcular o S, seguimos o mesmo raciocínio, precisamos ver de quanto a quanto, a linha de
Σs varia e colocar a resposta em módulo. Logo, conforme observado no pedaço da tabela acima, verifica-se
que o Σs não varia, a coluna está somente no 0, ou seja, S = 0.

Após encontrados os valores de L e S, deve-se usar a seguinte fórmula para encontrar o J:

𝐽 = |𝐿 + 𝑆|, |𝐿 + 𝑆 − 1|, … , |𝐿 − 𝑆|

𝐽 = |4 + 0|, , … , |4 − 0| = 4

Depois de calculado o resultado, verificamos que o J deu 4. Portanto o termo espectroscópico


obtido nessa etapa é: 1G4.

Voltando à tabela de ocorrência, escolhemos, dessa vez, uma ocorrência de cada coluna das seis
linhas da tabela, os traços que estão em verde.

Tabela de ocorrências

∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I

Pegando o pedaço da tabela, para verificar a variação de Σm e Σs, ficamos com:


Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
-3 I I I
-2 I I I
-1 I I I
0 I I I
1 I I I
2 I I I
3 I I I

Logo, nesse caso, a coluna de Σm varia de -3 a 3, ou seja, L = 3. Na notação espectroscópica, L = 3


⇔ F. No caso do valor de S, verifica-se na tabela acima que o Σs varia de -1 a +1, ou seja, S = 1.

Uma vez obtendo esses resultados, é possível calcular o J, que, seguindo a fórmula já apresentada
nesse trabalho, os valores possíveis de J são 4, 3 e 2, cujas respectivas multiplicidades (2J+1) são 9, 7 e 5,
totalizando 21 microestados, exatamente os listados na tabela acima (em verde). A nomenclatura
completa para esses termos será: 3F4 , 3F3 e 3F2.

Continuando com a nossa verificação, a fim de chegarmos aos termos espectroscópicos, temos,
dessa vez, novamente no meio da tabela, 1 ocorrência de cada linha, na coluna do meio, os traços que
estão em amarelo na tabela abaixo.

Tabela de ocorrências

∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I

A fim de uma melhor análise, pode-se então ampliar essa tabela, com somente as células que
queremos avaliar, ficando com o pedaço de tabela a seguir:

Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
-2 I
-1 I
0 I
1 I
2 I
Pode-se, então, verificar que a coluna de Σm varia de -2 a 2, ou seja, L = 2. Na notação
espectroscópica, L = 2 ⇔ D. No caso do valor de S, verifica-se na tabela acima que o Σs não varia, a coluna
está somente no 0, ou seja, S = 0.

Com isso, o valor possível de J é 2, cuja multiplicidade é 5, justamente os microestados em questão.


Logo, o termo espectroscópico obtido nessa etapa é: 1D2.

Agora, vamos avaliar a ocorrência de cada coluna das três linhas da tabela, os traços que estão em
rosa.

Tabela de ocorrências

∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I

Ampliando a tabela, com somente as células que queremos avaliar, ficando com o pedaço de tabela
a seguir:

Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
-1 I I I
0 I I I
1 I I I

Conforme visto na tabela acima, a coluna de Σm varia de -1 a 1, ou seja, L = 1. Na notação


espectroscópica, L = 1 ⇔ P. No caso do valor de S, verifica-se na tabela acima que o Σs varia de -1 a +1, ou
seja, S = 1.

Com isso, os valores possíveis de J são 2, 1 e 0, cuja multiplicidade é 5, 3 e 1, o total de


miscroestados listados na tabela acima. Então, os termos espectroscópicos obtidos nessa etapa são: 3P2, 3P1
e 3P 0.

Por último, ficamos com somente o termo do meio da tabela, em azul claro a seguir:
Tabela de ocorrências

∑m/∑s -1 0 1
-4 I
-3 I II I
-2 I III I
-1 II IIII II
0 II IIIII II
1 II IIII II
2 I III I
3 I II I
4 I

De forma a obter uma melhor visualização do termo em questão, temos o seguinte pedaço da
tabela:

Tabela de ocorrências
∑m/∑s -1 0 1
0 I

Assim, pode-se ver que a coluna de Σm não varia, ou seja, L = 0. Na notação espectroscópica, L = 0
⇔ S. No caso do valor de S, verifica-se na tabela acima que o Σs também não varia, ou seja, S = 0.

Com isso, único valos possível de J é 0. Então, o termo espectroscópico obtido nessa etapa é: 1S0.

Após toda essa avaliação, podemos concluir que os termos espectroscópicos para o átomo de
níquel, ou, de uma forma mais geral; para qualquer átomo com a configuração eletrônica terminando em
nd8 (com n variando de 1 a 7), são: 1G4, 3F4 , 3F3, 3F2, 1D2, 3P2, 3P1,3P0 e 1S0.

b) A ordem de energia de cada termo indicando qual é o estado fundamental.

Conforme verificado na letra (a) acima, os termos espectroscópicos para o átomo de níquel são:
1G , 3 F, 3F3, 3F2, 1D2, 3P2, 3P1,3P0 e 1S0. Tendo esses termos, a partir da aplicação das Regras de Hund, pode-
4 4
se determinar o termo de menor energia para uma determinada configuração eletrônica do átomo. As
regras de Hund estão descritas abaixo:

1) O nível de menor energia será sempre o de maior multiplicidade de spin(2S +1);

Com essa regra, já pode-se dizer que os termos espectroscópicos 3F4 , 3F3, 3F2, ³P2, ³P1 e ³P0
possuem menor energia do que os outros. (3F4 , 3F3, 3F2, ³P2, ³P1,³P0 < 1G4, 1D2, 1S0)

2) Para níveis de mesma multiplicidade de spin, terá menor energia o de maior número quântico
momento angular orbital total, L;

Com a segunda regra, podemos dizer qual dos termos, dentre 3F4, 3F3, 3F2, ³P2, ³P1,³P0 e 1G4, 1D2, 1S0
é o de menor energia, já que eles possuem a mesma multiplicidade, mas valores de L diferentes.
Na notação espectroscópica, F equivale a 3 e P equivale a 1. Portanto, os de menores energia são os
termos 3F4 , 3F3, 3F2, em comparação com os termos P2, ³P1,³P0. Não é possível classificar o de maior ou
menor energia dentre eles, nesse caso, pois possuem o mesmo momento angulas.

Já quanto aos termos 1G4, 1D2, 1S0, temos que, na notação espectroscópica, G equivale a 4, D a 2 e S
a 0; logo, do maior para o menor, ficaríamos com: 1S0 > 1D2 > 1G4.

3) Entre dois termos de mesma multiplicidade e momento angular, o de menor energia será:

a. Em cada multipleto, nas configurações com subníveis menos ocupados do que semi-cheio, o termo de
menor energia será o de menor número quântico momento angular total, J, seguido dos outros termos
com valores crescentes de J.
b. Caso o subnível esteja mais ocupado do que semi-cheio o termo de menor energia será o de maior
valor de J, seguido dos outros termos com valores decrescentes de J, chamando-se esse caso de ordem
invertida

Com a introdução da terceira regra, deve-se verificar quais das duas subdivisões deve-se utilizar.
Para isso, vamos até a camada aberta do átomo de níquel novamente, 3d8. Sabemos que o subnível d
comporta 10 elétrons, e, nesse caso, possui 8 elétrons. Seguindo a terceira regra de Hund, quando o
número de elétrons acomodados no subnível for maior que a metade da capacidade total (8 > 5) ,
usaremos a regra b, abaixo:

i. Caso o subnível esteja mais ocupado do que semi-cheio o termo de menor energia será o de maior
valor de J, seguido dos outros termos com valores decrescentes de J, chamando-se esse caso de ordem
invertida.

Com isso, temos que, dentre os termos 3F4 , 3F3, 3F2, 3P2, ³P1 e ³P0, o termo de menor energia será o
de maior valor de J, seguidos pela ordem decrescente (do maior para o menor) de J. Temos, então, a
ordem crescente de energia dos termos espectroscópicos:
3F < 3F3 < 3F2 < 3P2 < ³P1 < ³P0 < 1G4 < 1D2 < 1S0
4

Considerando que, para identificar qual é o estado fundamental, temos que verificar qual é o termo
de menor energia, então, o estado fundamental é o: 3F4.

c) A energia Hartree-Fock (considere apenas os elétrons nos últimos níveis de energia).

O resultado Hartree-Fock para o estado fundamental do átomo ordena os orbitais nas ordens
1𝑠 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑8 . Como, na questão vamos considerar apenas os elétrons nos últimos níveis de
2

energia, então, vamos considerar somente 3d8.

Então, para o estado fundamental do Níquel, no último nível de energia, temos:

3d8:

↑↓ ↑↓ ↑↓ ↓ ↓

Sabendo que, a energia de HF, segue a seguinte expressão:

𝐸𝐻𝐹 = 𝑋ℎ + 𝑌𝐽 + 𝑍𝐾
Onde:

• X = número de elétrons;

• Y = combinação simples do número de elétrons;

• Z = número de pares de elétrons de mesmo spin (combinação simples).

Ou seja, nessa caso, teremos:

• X = 8;

A fórmula da combinação simples é:

𝑛!
𝐶𝑘𝑛 =
𝑘! (𝑛 − 𝑘)!

Para encontrar o Y, temos que fazer uma combinação simples do número de elétrons, sabendo que
o número de elétrons é igual a 8, temos:

8!
𝑌 =
2! (8 − 2)!

𝑌 = 28

Já para encontrar o Z, temos que fazer uma combinação simples do número de pares de elétrons de
mesmo spin, sabendo que 6 elétrons tem o mesmo spin (0) e os outros 2 também tem ( -1/2), temos:

6! 2!
𝑍 = +
2! (6 − 2)! 2! (2 − 2)!

6. 5.4! 2!
𝑍= +
2.1.4! 2! 0!

𝑍 = 15 + 1 = 16

Então, ficamos com:

𝐸𝐻𝐹 = 8ℎ3𝑑 + 28𝐽3𝑑3𝑑 + 16𝐾

d) Os termos espectroscópicos oriundos do estado fundamental considerando o acoplamento spin-


órbita.

Para átomos pesados e muitos estados excitados de átomos leves e pesados a interação spin-órbita
torna-se maior do que a interação eletrostática e o acoplamento chamado de jj é uma descrição melhor
para os estados eletrônicos de um átomo. Neste caso, o momento angular orbital, l, e o momento angular
de spin, s, de cada elétron, acoplam-se para formar o momento angular total do elétron, j. Por sua vez,
estes vetores j de cada elétron acoplam-se para compor o momento angular total do átomo, J.
Para o acoplamento jj, o Princípio de Exclusão de Pauli indica que não se pode ter dois elétrons com
os mesmos números quânticos l, s, j e mj.

Nesse caso, não existe uma notação universal para os termos do acoplamento, então, deve-se
escolher uma. Aqui, vamos seguir a notação de Haigh (1995), que indica os valores de j de cada elétron,
separados por vírgula, entre parênteses, e o valor do J total do átomo aparece como um índice inferior, da
seguinte forma: (𝑗1 , … , 𝑗𝑛 )°𝐽 .

O índice ° tem o mesmo significado que no acoplamento LS.

Para chegar nos termos espectroscópicos considerando o acoplamento jj, devemos nos atentar
para as regras de Hund, para as configurações onde o orbital está mais do que semicheio é estabelecido
que (modificada para a notação abreviada):

1- O termo de menor energia será aquele que tiver o maior número de elétrons com os maiores
valores de j;

2- Caso o termo de menor energia tenha mais de um valor de J, o termo de menor energia será o que
tiver maior valor de J.

Da mesma forma que para o acoplamento LS, os termos das configurações (p1 e p5), (d1 e d9)... são
os mesmos, pode-se fazer o mesmo para o acoplamento jj, o que torna os termos das configurações (d2 e
d8) idênticos. Logo, para o orbital d2 = d8, os termos são:

𝑛 = 3;

𝑙 = 2;

𝑚𝑙 = −2, −1, 0, +1, +2

𝑗 = 𝑙 + 𝑠, 𝑙 + 𝑠 − 1, 𝑙 + 𝑠 − 2, … , 𝑙 − 𝑠

5 3
𝑗= 𝑒
2 2
Então temos 3 casos possíveis (o caso 5/2, 3/2 é idêntico ao caso 3/2, 5/2):

j1 = 5/2 e j2 = 5/2

j1 = 5/2 e j2 = 3/2

j1 = 3/2 e j2 = 3/2

Para ilustrar, podemos esboçar os microestados para o caso (5/2, 3/2) da configuração d2:
Elétron 1 (j = 5/2) Elétron 2 (j = 3/2)
-2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 Mj = ∑ms
X X -4
X X -3
X X -2
X X -1
X X -3
X X -2
X X -1
X X 0
X X -2
X X -1
X X 0
X X 1
X X -1
X X 0
X X 1
X X 2
X X 0
X X 1
X X 2
X X 3
X X 1
X X 2
X X 3
X X 4

De forma análoga à questão 1 a), podemos realizar a contabilidade dos microestados com
diferentes valores de Mj, com os termos em acoplamento jj abaixo da tabela:

frequência
Mj microestados
-4 1 - - -
-3 2 1 - -
-2 3 2 1 -
-1 4 3 2 1
0 4 3 2 1
1 4 3 2 1
2 3 2 1 -
3 2 1 - -
4 1 - - -
(5/2, 3/2) 4 (5/2, 3/2) 3 (5/2, 3/2) 2 (5/2, 3/2) 1

Analogamente para os casos j1 = 5/2 e j2 = 5/2, teremos a tabela a seguir (temos que tomar cuidado
para não violarmos o princípio de exclusão de Pauli, para isso, as colunas estarão dispostas mas pintadas
de VERMELHO):
Elétron 1 (j = 5/2) Elétron 2 (j = 5/2)
-2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 Mj = ∑ms
X X -5
X X -4
X X -3
X X -2
X X -1
X X 0
X X -4
X X -3
X X -2
X X -1
X X 0
X X 1
X X -3
X X -2
X X -1
X X 0
X X 1
X X 2
X X -2
X X -1
X X 0
X X 1
X X 2
X X 3
X X -1
X X 0
X X 1
X X 2
X X 3
X X 4
X X 0
X X 1
X X 2
X X 3
X X 4
X X 5

Por fim, a tabela de frequência:


frequência
Mj microestados
-5 - - - - - -
-4 2 1 - - - -
-3 2 1 - - - -
-2 4 3 2 1 - -
-1 4 3 2 1 - -
0 6 5 4 3 2 1
1 4 3 2 1 - -
2 4 3 2 1 - -
3 2 1 - - - -
4 2 1 - - - -
5 - - - - - -
(5/2, 5/2) 4 (5/2, 5/2) 2 (5/2, 5/2) 0

Gerando os termos - (5/2, 5/2)4, (5/2, 5/2)2, (5/2, 5/2)0

Por fim, podemos olhar, analogamente, para o caso j1 = 3/2 e j2 = 3/2, novamente prestando
atenção ao princípio da exclusão de Pauli, conforme tabelas abaixo:

Elétron 1 (j = 3/2) Elétron 2 (j = 3/2)


-1,5 -0,5 0,5 1,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 Mj = ∑ms
X X -3
X X -2
X X -1
X X 0
X X -2
X X -1
X X 0
X X 1
X X -1
X X 0
X X 1
X X 2
X X 0
X X 1
X X 2
X X 3

E a tabela de frequência:
frequência
Mj microestados
-3 - - -
-2 2 1 -
-1 2 1 -
0 3 2 1
1 2 1 -
2 2 1 -
3 - - -
(3/2, 3/2) 2 (3/2, 3/2) 0

Gerando os termos - (3/2, 3/2)2, (3/2, 3/2)0

Ao final, podemos os termos espectroscópicos no estado fundamental contemplando o


acoplamento spin-órbita (jj), de forma abreviada:

d8 – (5/2, 5/2)4, 2, 0 (5/2, 3/2)4, 3, 2, 1 (3/2, 3/2)2,0

2. Considere a molécula AlO (óxido de alumínio). Forneça:

a) O diagrama de orbitais moleculares indicando a construção dos orbitais por meio da combinação
linear de orbitais atômicos.

Distribuição eletrônica:

Al – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1

O – 1s2 2s2 2p4

As camadas sublinhadas irão construir novos orbitais por combinação linear

Diagrama por combinação linear de orbitais atômicos:


b) O termo espectroscópico do estado eletrônico fundamental.

A partir da aproximação orbital, definimos o momento angular de cada elétron através de seu
orbital. Dessa forma, tendo o momento angular definido como Li para cada elétron, definimos com Mla
projeção do momento angular orbital total. Sendo assim, para a molécula AIO (oxido de alumínio) temos o
somatório ∑(ml)i, isto é, pode-se afirmar que o termo espectroscópico é derivado da notação 2S +1 ᴧg,u,
visto que, neste caso há presença de uma camada aberta sigma onde o S apresenta-se como ½ ( S=½). Em
suma, afirma-se que o termo espectroscópico da molécula em questão é α com 2∑+.

c) A superfície de energia potencial (SEP) para o estado eletrônico fundamental. Explique como
podemos obter a energia de dissociação a partir da SEP.

É possível definir a energia de dissociação a partir do fundo superfície como a diferença entre a
energia potencial no infinito e a energia potencial de equilíbrio:

𝐷𝑒 = 𝑈(∞) − 𝑈(𝑅𝑒 )

Se considerarmos que a molécula obedeça ao modelo de motor rígido e oscilador harmônico,


podemos aproximar a energia nuclear como a soma das energias desses dois modelos. Sendo assim, a
energia de dissociação no zero absoluto será:

ℎ𝑣
𝐷𝑒 = 𝐷0 −
2
Referências Bibliográficas:
• FARIA, R. D. B. Termos Espectrais para átomos e íons livres: -. Departamento de
Química Inorgânica, Instituto de Química, UFRJ, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 1-
55, out./2022. Acesso em: 16 dez. 2022.

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