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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CURSO DE ZOOTECNIA

NARIANE GUEDES DE ARAÚJO

Energia Geotérmica

DOM PEDRITO – RS

2022
A energia geotérmica é vista como uma das alternativas ao
uso de combustíveis fósseis para gerar eletricidade

A energia geotérmica é um tipo de energia renovável obtida a partir do calor


proveniente do interior da Terra.
O processo de aproveitamento dessa energia é feito por meio de grandes
perfurações no solo, já que o calor do nosso planeta está localizado abaixo da
superfície da Terra.

Essa fonte de energia pode ser usada diretamente (sem exigir a produção de
energia em usinas, utilizando apenas o calor gerado pelo solo) ou indiretamente
(quando o calor é encaminhado para uma indústria que o transforma em energia
elétrica).
A energia geotérmica pode ser usada para o aquecimento de água em áreas
residenciais ou até em cidades inteiras durante o inverno.

Cenário Brasileiro
No Brasil, a energia geotérmica é utilizada apenas em áreas de lazer. Duas cidades
que utilizam suas fontes térmicas para o turismo são Poços de Caldas (MG) e
Caldas Novas (GO). Esses locais contam com a emergência de águas aquecidas
pelo processo de geotermia. Além das altas temperaturas, essas águas possuem
grandes quantidades de minerais que fazem bem para a pele e para todo o
organismo, como potássio, selênio, cálcio, zinco, cloretos e magnésio.

Estrutura da Terra
A Terra é revestida pela crosta terrestre, uma fina camada de rochas que se
encontra acima do manto, uma camada com elevada profundidade e composta
basicamente por magma. Resultado de um processo de fusão, esse material é uma
mistura de rochas em estado líquido ou pastoso, gases dissolvidos e cristais.
Todo esse calor interno se manifesta em algumas áreas da superfície, geralmente
em erupções vulcânicas, fendas geológicas ou áreas de aquecimento interno,
provocando o surgimento de gêiseres de vapor e nascentes de água quente.

Usinas Geotérmicas
As usinas geotérmicas transformam a energia geotérmica obtida do calor
proveniente do interior da Terra em eletricidade, sendo implantadas próximas às
áreas onde há grande quantidade de vapor e água quente. Dessa maneira, os
reservatórios geotérmicos fornecem a energia necessária para alimentar os
geradores de turbina, produzindo eletricidade.
Como é produzida a energia geotérmica?
As usinas geotérmicas são responsáveis por converter o calor interno da Terra em
energia elétrica. A primeira etapa desse processo é a captação de água quente ou
vapor no interior da Terra através de tubos especificamente elaborados. Em
seguida, esse vapor é direcionado para as usinas, onde é liberado sob forte
pressão. Ao ser liberado, o vapor move turbinas que giram mecanicamente. Por fim,
as turbinas acionam o gerador que produz energia elétrica.

Em alguns sistemas de produção de energia elétrica através do calor da Terra,


injeta-se água no subsolo aquecido para que ela se transforme em calor e retorne
em forma de vapor, que, assim como no caso anterior, aciona as turbinas que
ativam o gerador.

Técnicas de perfuração profunda e conhecimentos sobre formações subterrâneas


estão dando origem a um tipo de exploração de energia geotérmica profunda a altas
temperaturas no manto terrestre em até mais de quatro quilômetros. Em
profundidades desse nível, o planeta contém rochas extremamente quentes, nas
quais a água pode ser injetada e aquecida.

As principais vantagens da energia geotérmica são:


● Não opera através da queima de combustíveis. Assim, não há a necessidade
de importação e compra de matéria-prima, diminuindo os gastos de
produção. Gasta-se menos com centrais geotérmicas do que com usinas
petrolíferas ou nucleares, que possuem um alto custo para a aquisição de
produtos primários;
● Não emite gases poluentes. Isso significa que ela não contribui para a
intensificação do efeito estufa, diferente dos combustíveis de origem fóssil;
● Não agride o solo. Apesar das perfurações internas, a energia geotérmica
não desgasta o solo, não inunda grandes áreas ou contamina lençóis
freáticos, tal como ocorre com outras fontes de energia;
● Não é vulnerável ao clima. As variações climáticas não interferem no
funcionamento das centrais geotérmicas, ao contrário do que ocorre com a
energia solar ou eólica, por exemplo.
● Benefício para áreas afastadas. Em zonas onde não há um amplo acesso à
rede elétrica, as usinas geotérmicas podem atender as necessidades da
população, principalmente em regiões apropriadas para sua instalação;
● Possui uma produção flexível. A produção de eletricidade nas usinas pode
variar conforme a demanda, não dependendo de reservatórios de água ou
disponibilidade de matérias-primas, entre outros.
Já as principais desvantagens são:
● Eventual afundamento do terreno. Apesar de não desgastar o solo, as
centrais geotérmicas podem desgastar as áreas internas da crosta, podendo
provocar abalos na superfície. Por isso, em alguns casos, é necessária a
injeção de água ou outro componente para preencher as composições
internas;
● Poluição sonora e elevado aquecimento local. Geralmente, as usinas
geotérmicas fazem muito barulho, fato que, somado ao elevado aquecimento
local, inviabiliza a instalação próxima de casas e comunidades;
● Emissão de H2S (gás sulfídrico). Junto ao vapor d’água, é comum haver a
liberação de dióxido de enxofre, que pode não atacar a atmosfera, mas é
danoso à saúde humana, além de ser altamente corrosivo e de odor
desagradável;
● Opera apenas em alguns lugares. Assim como ocorre com a maioria das
fontes de energia, a geotérmica só pode ser operada em áreas propícias, de
elevado aquecimento interno e onde o acesso às áreas termais seja fácil e
menos dispendioso. Isso inviabiliza a sua utilização na maioria dos locais;
● Alto custo de investimento. Embora a manutenção das usinas geotérmicas
seja pequena, a sua construção e instalação são caras em razão da
tecnologia utilizada no processo, fator que pode ser alterado nos próximos
anos.

Dos vapores que emergem do coração da Terra à rede


elétrica: eis como uma usina geotérmica produz energia
renovável.

Como funciona uma usina geotérmica


Através das fraturas das camadas rochosas, a água aquecida e os vapores
provenientes das fontes de calor (por exemplo, a afloração magmática em baixas
profundidades e/ou o adelgaçamento da crosta terrestre) emergem à superfície,
onde são interceptados pelos poços de extração geotérmica. O vapor fornecido
pelos poços é então transportado para as tubulações, também conhecidas por
vaporduto, e então é enviado para acionar uma turbina onde a energia é
transformada em energia mecânica rotacional.
O eixo da turbina está conectado ao rotor do alternador que, ao girar, transforma
energia mecânica em energia elétrica alternada, que por sua vez é transmitida ao
transformador. Esse processo aumenta o valor da tensão para 132 mil volts e a
insere à rede de distribuição.

O vapor que sai da turbina é convertido ao estado líquido em um condensador, ao


passo que os gases não condensáveis presentes no vapor do subsolo são
dispersos na atmosfera somente depois de tratamentos específicos visando reduzir
seus principais poluentes, tais como sulfeto de hidrogênio e o mercúrio (sistemas de
Redução de Mercúrio e Sulfeto de Hidrogênio, AMIS).

Uma torre de resfriamento permite arrefecer a água produzida pela condensação do


vapor: nesse estágio, a água fria é utilizada no condensador para reduzir a
temperatura do vapor ou é injetada novamente nas rochas profundas, graças aos
poços de reinjeção, a fim de iniciar um novo ciclo de produção de energia renovável.

Tipos de usinas geotérmicas


As usinas para produção de energia geotérmica empregam três tecnologias
principais: vapor dominante (dry steam), água dominante (flash) e ciclo binário.

● Dry Steam: é a tecnologia mais difundida e prevê a utilização de vapor em


alta temperatura (acima de 235 °C), bem como pressão para mover uma
turbina acoplada a um gerador de eletricidade.
● Flash: os tanques de água dominante (temperatura acima de 150-170 °C)
são usados para alimentar unidades de flash, que podem ser simples ou
duplas. A água atinge a superfície através dos poços e, devido à rápida
passagem de pressão, do tanque para a da atmosfera, ela se separa em uma
parte de vapor enviada à usina e uma parte líquida reinserida no tanque
(flash simples). Quando o fluido geotérmico atinge a superfície sob
temperaturas particularmente elevadas, pode ser submetido ao processo
duas vezes (flash duplo).
● Ciclo binário: em tanques que produzem água a temperaturas moderadas
(entre 120 e 180 °C), o fluido geotérmico é usado para vaporizar, mediante
um trocador de calor, um segundo líquido (geralmente isobutano ou
isopentano), uma vez que este apresenta uma temperatura de ebulição mais
baixa que a água. O fluido secundário se expande na turbina e é condensado
e enviado de volta ao trocador em um circuito fechado, sem trocas com o
ambiente externo.

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